segunda-feira, 30 de abril de 2012

OS ENGANOS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

O problema do desemprego, e mais em geral, da exclusão social, aliada às diversas situações que ocorrem na vida das pessoas que acreditam em Deus, levam-nas a uma pergunta: "Se Deus é verdadeiramente misericordioso, por que não intervém para solucionar os problemas dos excluídos?"
Parece óbvio que a fragilidade humana leva-se a acreditar em qualquer promessa, vinda de pessoas que se julgam "donas da verdade" ou de boa índole, que prometem de tudo, até mesmo falar e agir em nome de Deus,  e cujas tornam-se mercenárias da Palavra ao ponto de fazer qualquer um acreditar que Deus está disposto a fazer tudo que se quer e de imediato. Para esses "líderes" existe um Deus sujeito aos questionamentos humanos, um Deus que obedece ao homem, que está à mercê dos caprichos humanos, quanto que na realidade deveria ser o contrário. 
Então colocam na cabeça das pessoas que tudo é possível, até mesmo se enriquecer às custas do poder de Deus. 

Nos últimos anos, está se difundindo no interior do mundo cristão - católico e evangélico - a assim chamada,  "Teologia da Prosperidade" (TdP), que tenta solucionar esse questionamento.
 Esta Teologia parte do princípio que Deus não quer o sofrimento de ninguém e que a verdadeira felicidade está na união íntima com Ele. Contudo, partindo destes dois pressupostos evangélicos, a TdP chega a conclusões que se afastam da prática de Jesus. Vejamos:

  1. O sofrimento faz parte da vida humana - Jesus ao se encarnar assumiu todas as nossas fraquezas, sujeitou-se a tudo do ser humano, menos o pecado. Isto quer dizer que o próprio Filho de Deus assumindo a natureza humana sentiu também não só alegria mas passou pelo sofrimento. Tanto que morreu pregado na Cruz.
  2. A TdP prega que Deus nos quer felizes e por isso qualquer coisa que pedirmos a Deus poderemos conseguir, inclusive a riqueza. Em certa parte isto é verdade, Jesus disse: "Pedi e recebereis, batei e vos será aberta!" - mas quando se tratava de riqueza, conforto e sofrimento, ele mesmo disse: "É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, do que um rico chegar entrar no Reino dos Céus!" e outra diz: "Se queres ser feliz vai, vende tudo que tem, dê aos pobres e aí seguir-me-á". N'outra diz: "As aves do céu tem ninhos, mas o Filho do homem, não tem onde reclinar a cabeça!" e por fim, pregando as bem-aventuranças disse: "Bem-aventurados os pobres, porque deles é o Reino do Céu!"
  3. Jesus não era contra o ter, mas era contra ter demais, a riqueza. Ter o necessário para viver, isto é viver com dignidade. Quando Jesus prega a humildade ele diz que para sermos seus seguidores devemos nos desapegar da riqueza e viver para Deus. Logo, Deus não pode enriquecer ninguém, ou se pode o faz, mas o mais importante ficará sem receber, o Reino de Deus. Jesus mesmo disse: "Se queres ganhar alguma coisa aqui, perdê-la-á no Reino dos Céus, mas, se a perderdes aqui, ganha-la-eis no Reino dos Céus. Logo, as duas coisas não se combinam. Em outra passagem Jesus disse: "Não podeis amar a Deus e ao dinheiro". A riqueza, o rico, é auto-suficiente e se acha o "todo poderoso", capaz de ignorar e passar em cima das leis do Senhor e da Igreja, foi assim com muitos reis, políticos e religiosos.
  4. Não querer passar pelo sofrimento é engano. Pois Deus não poupou seu próprio Filho de morrer crucificado. E mais, todos os personagens bíblicos de Abraão até Jesus e os Apóstolos, todos eles passaram pelo sofrimento e pelo sofrimento aliaram-se a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Nenhum escapou dos sofrimentos, e olha que, muitos eram mais crentes do que nós, outros conviveram com Jesus e nem por isso ficaram imunes ao sofrimento. Porém, Deus não permite e nem admite que nós permaneçamos nele, assim como Cristo venceu a dor e a morte, o Senhor quer que pelo sofrimento sejamos ressuscitados com Ele, é o que nos diz São Paulo. Pelo sofrimento somos chamados a rever nossas atitudes, o sofrimento é uma etapa de purificação que nos leva a nos tornar mais dóceis à vontade de Deus. Deus se manifesta na fraqueza, se eleva nos humildes, nos mansos. Por isso é preciso saber que quando sofremos, Cristo sofre com a gente, quando vencemos o sofrimento é Cristo ressuscita com a gente!                                         
Segundo os teólogos da TdP, Deus distribui bênçãos, ou seja, promete riqueza material e saúde física a todos os seres humanos. Estes entretanto, para receber a bênção de Deus, deve ter uma fé inabalável, confessar a posse da bênção e observar a "lei da prosperidade": é dando que se recebe: (muitas vezes, 'dar a Deus' significa pagar o dízimo).
Mas estas reflexões podem ser facilmente contestadas: se tudo isso for verdade, porque existem excluídos, desempregados e doentes entre os cristãos? Será que eles não tem fé?...

A resposta dada a este questionamento é simples: a responsabilidade é do fiel que não tem fé o suficiente, cometeu pecados e está escravizado por Satanás!

AS CONSEQÜÊNCIAS NEGATIVAS

Quais são as conseqüências desta teologia?

A conseqüência mais importante é que os excluídos e os doentes são considerados pecadores. Se é verdade que Deus dá saúde e riqueza a quem o segue, que não só é próspero financeiramente e saudável fisicamente quem carece de fé, não cumpre os mandamentos divinos e está envolvido com o diabo, então ser excluído e pobre é sintoma de afastamento de Deus. Quanto que os pobres e os excluídos é preferência  de Jesus. E foi para isso que ele veio. Jesus mesmo afirmou: "Os que estão bons não precisam de médico, logo eu vim não para os sãos, mas para os doentes!" - aqui a palavra "doença" é mais que um estado físico, mas toda uma situação. Estar doente para Jesus é aquele que está longe da sua Palavra, também o pobre, o excluído o marginalizado. Estes em primeiro lugar, não estão nesta situação por causa do pecado, nem estão envolvidos com o diabo, mas estão nesta situação porque muitas vezes, nós que julgamos os prósperos e escolhidos de Deus marginalizamos e excluímos essas pessoas, das rodas sociais, das igrejas e de nosso convívio fraterno, restando-lhe somente a miséria física e espiritual que nós proporcionamos como nosso egoísmo social e religioso a esses nossos irmãos.

O EXEMPLO DOS SANTOS

Será que isso é verdade? Será que todas as pessoas que sofrem e são excluídas estão afastadas de Deus?
Alguns exemplos podem nos ajudar a evidenciar a falsidade desta afirmação: São Francisco morreu praticamente cego, após sofrer por muito tempo por causa de uma doença nos olhos e das cirurgias tentadas para curá-la: Será que São Francisco era tão pecador para merecer tal doença?
São Paulo segundo muitos teólogos, sofria de epilepsia. Ele conta que rezou muitas vezes em vão, para que Deus lhe tirasse essa doença: Será que São Paulo não tinha fé o suficiente para ser curado por Deus?

Vamos tomar o exemplo dos primeiros cristãos e dos Apóstolos que sofriam por causa de Jesus e do Evangelho. Basta ler o livro dos Atos dos Apóstolos. Todos, de maneira geral tiveram que sofrer por causa do amor à Palavra de Deus mas nunca desistiram do testemunho firme do Evangelho. Eles não se revoltavam contra Deus nem reclamavam dos sofrimentos, tanto físicos, quanto psicológicos, pelo contrário, davam glórias a Deus por se acharem dignos de sofrer por causa de Jesus e sua palavra.

Santo Antão viveu por muitos anos no deserto, na pobreza absoluta: Por que Deus teria feito isso com o santo que mais lutou, derrotou as tentações do demônio?!
Os exemplos de São Francisco, São Paulo e Santo Antão mostram como o sofrimento, a doença, a pobreza, fazem parte da condição humana. O desemprego, a miséria, a fome, muitas vezes, são conseqüências não dos pecados dos excluídos, mas sim de nossa própria exclusão, quando por algum motivo, ou preconceito afastamos esses nossos irmãos do convívio social. Não é Deus que os marginaliza, nem os pecados, mas sim, nós, nós os marginalizamos e os excluímos, com nossas injustiças, nossa corrupção, nossos furtos, e nossa falta de amor.

Santa Luzia, Santa Águeda, Santa Apolônia, São Sebastião, Santa Bárbara, e tantos outros que sofreram os terríveis castigos por causa do mone de Jesus e de seu Evangelho, estes e tantos outros santos e santas nunca disseram a Deus que queriam parar de sofrer. Porque sabiam que o sofrimento faz parte da vida humana e passar por eles, vencendo-os também era uma forma de manifestação do Senhor Ressuscitado.

São Geraldo Magela, sofreu muito. Primeiro pela sua saúde frágil, depois já religioso, dentro da Congregação sofreu inúmeras perseguições. Muitas vezes aliava-se aos doentes no hospital sofrendo com eles, mas mantendo sempre a serenidade e o seu amor para com Jesus.
  
Jesus Cristo, Deus encarnado, não veio ao mundo como um rico faraó ou como um imperador, mas nasceu numa manjedoura e viveu na pobreza. Ele foi fiel ao Pai até o fim, vencendo a tentação de fugir da Cruz, e do sofrimento. Com sua vida nos revelou que Deus está do lado dos que sofrem e dos excluídos. Não é por acaso que ele encontrou mais fé entre os doentes (os leprosos, os coxos, os cegos...) e entre os excluídos, (samaritanos, publicanos, as prostitutas...) e os pobres (a viúva que deu sua última moeda...) dos que entre os ricos e sadios, e Jesus mesmo disse: "Ai de vós ricos, porque já tendes a vossa consolação".

Muita gente acha que ser santo é ser certinho, é alguém que está acima de tudo e de todos. É alguém que tem respostas pra tudo, ou alguém que nunca precisou sofrer. Ou que basta estalar os dedos e Deus atendia na hora suas necessidades. E não é bem assim. O processo de santidade passa, primeiro pela adesão à Palavra de Jesus e sua vivência, ou seja a prática do Evangelho. Segundo os santos sofreram assim como nós suas dores, tiveram suas cruzes, seus problemas sociais e familiares. Mas eles sabiam que assim como Cristo, toda situação de sofrimento e morte, mas perseverando-se no Cristo Crucificado, teriam que vencer e alcançar a vitória na Ressurreição do Senhor.
Não era preciso forçar a Deus, ou determinar a cura, ou ainda, querer passar por cima da vontade de Deus para alcançar a felicidade. Mas foram obedientes, estavam atentos e quando uma situação difícil lhes vinham, eles sabiam que a vitória vinha mais adiante e estava em Jesus Ressuscitado, principalmente em Jesus Eucarístico.
         
Lembre-se: O papel do Cristão não é fugir da cruz, mas assumi-la voluntariamente para se solidarizar com os crucificados da história, é denunciar e eliminar as injustiças que os oprimem. Este era o sonho de Jesus quando veio a este mundo e continua sendo o nosso.

ATENÇÃO!
A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA NÃO RECONHECE A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE. E NEM A APROVOU. ESSA TEOLOGIA FOI CONDENADA PELO SANTO PADRE O PAPA JOÃO PAULO II  PORQUE ELA NÃO COMBINA COM A PRÁTICA DO EVANGELHO E NEM COM QUEA PALAVRA DE DEUS E  A IGREJA ENSINA .               

quarta-feira, 4 de abril de 2012

RESSURREIÇÃO DE CRISTO É A BASE DA FÉ CRISTÃ

O episódio da Ressurreição de Jesus, passaria despercebido se não fosse a perseverança dos primeiros cristãos, sobretudo o testemunho dos Apóstolos e das santas mulheres que acompanharam o Mestre até a Cruz. 
Maria a mãe de Jesus, Maria de Cléofas e Maria Madalena, foram as primeiras a chegar ao túmulo de Jesus e não o encontraram. Porém, um anjo do Senhor apareceu-lhes dando a notícia que não podia estar morto Aquele que está vivo. (Mc 16, 9-11)
Madalena foi a primeira a ver o Cristo Ressuscitado. Jesus manifesta sua vitória a uma mulher que a muito era desprezada, humilhada pela sociedade e depois resgatada pelo Senhor Jesus para uma nova vida. Madalena é uma personagem importante no episódio da Ressurreição. Jesus valorizou tanto a conversão daquela mulher que não o deixou, nem mesmo diante da Cruz, quando desprezado e humilhado estava ali junto à Maria de Nazaré. Quer alegria não foi saber que Jesus lhe manifestara sua vitória sobre o pecado e a morte. E quanta a alegria a dar a notícia a Pedro e os demais. Ela não tinha mais dúvidas, estava certa de que sua adesão ao Senhor Jesus, sua esperança, sua mudança de vida foi totalmente plenificada quando viu Jesus Ressuscitado.

Os Apóstolos que tinham conhecido Jesus, estavam com ele o tempo todo, viram os milagres, não quiseram acreditar, (v.11).

Jesus Ressuscitado, indo com eles para Emaús, precisou recordar-lhes tudo que estava predito nas Escrituras e mais ainda, precisou mostrar o que eles ouviram de sua própria boca mas não guardaram em seus corações. Quando no caminho para Emaús, deu-lhes uma aula de catequese, mostrando-lhes as verdades sobre tudo que os Profetas anunciaram a respeito de Jesus. "...Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo que anunciaram os profetas!" (Lc24, 13-35), disse Jesus Ressuscitado!
E, mais uma vez foi através de um gesto simples, mas único, o modo de Jesus partir o pão, que perceberam que realmente, aquele era Jesus que estava com eles. 
Mas a ressurreição de Jesus é o cume total da salvação. Jesus derrotado não salvaria ninguém. Mas, vencendo a morte acabou a maldição do pecado, agora temos de volta o direito de entrar no céu novamente. Satanás foi derrotado, a morte está vencida. Jesus selou com seu sangue na Cruz e Ressuscitou, abriu-se o túmulo, se antes ninguém podia entrar, o pecado impedia, agora Jesus mesmo preparou-nos um lugar; ( Jo14, 2-3). E todos que crerem em seu nome serão salvos. (Mc16, 16) Essa garantia de salvação está na vitória sobre a morte.

Mas... Cuidado! A salvação dada por Jesus Cristo depende de nosso esforço pessoal em viver uma estreita relação com Deus, procurando afastar-se do pecado, tendo uma vida sacramental, vivendo o verdadeiro compromisso de batizados. Não podemos achar, ou einda entender, como muitos por aí, que dizem: "Ah! está escrito que Jesus disse que: 'quem crê e for batizado está salvo, quem não crê já está conedenado!'  então, estou salvo, não preciso de mais nada. Não é bem assim! - esta frase do Evangelho não anula a vida de pecado que o cristão vive, sem que antes ele se converta. Crer em Jesus é importante, mas a salvação implica fazer a vontade de Deus e, sobretudo, viver as verdades trazidas pelo Evangelho. Pois também está escrito: 'Aquele que diz crer em Jesus, mas não pratica a sua palavra, este é mentiroso...' -  em outra frase do evangelho Jesus disse: 'Bem-aventurado aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática!' - ou ainda - 'Sede santos,como vosso Pai do Céu também é Santo!'  - e  o mais importante: 'Convertei-vos e crede no Evangelho!' - Isso quer dizer que: é preciso tomar posse desta salvação. Jesus, pela sua Paixão, Morte e Ressurreição, conquistou-nos o direito de termos a salvação plena, isto é, obter a santidade, se de fato nos esforçarmos para merecê-la. Depende de nós querer ou não ser salvos. 

Ah! meus amigos (as). Este episódio da ressurreição de Jesus que aconteceu a mais de 2.000 anos, ainda hoje se repete na vida de muitas pessoas. 
Quantos cristãos que não acreditam ainda na Ressurreição? Quantos que ainda não experimentaram esse Jesus Ressuscitado, verdadeiramente presente na Eucaristia?
As mesmas palavras de Jesus, no V.25 do capítulo 24 de São Lucas, nos chamam atenção ainda hoje. Jesus caminha conosco, nos fala através de seu Evangelho. Ele está vivo na Eucaristia, é o mesmo Pão partido naquela noite em Emaús, é Ele quem se dá a nós, como alimento, Jesus está presente na Eucaristia e muitas vezes não acreditamos.
Se crêssemos na Ressurreição de Jesus, se buscássemos o Senhor Jesus verdadeiramente, se aprofundássemos mais na leitura de sua Palavra. Certamente não haveria espaço para acreditar na mentira da reencarnação. É Jesus quem disse: "Vejam sou eu, não sou um fantasma! os fantasmas não tem corpo... toquem minhas mãos e meus pés!...e comeu co  eles. (Lc24, 36-42)  
Ah! meus irmãos! Fico pensando na alegria dos Apóstolos em verem que Jesus havia vencido a morte estava ali, vitorioso no meio deles.
Fico pensando... que... essa mesma alegria devia ser a  nossa por saber que cremos em um Deus de vivos e não mortos. E por saber que Jesus Ressuscitado caminha conosco e nos fala a mesma coisa que na sua Palavra: "Vejam sou eu mesmo!   

São Paulo nos diz que: "se Cristo não tivesse ressuscitado vã seria a nossa fé". Claro! pois quem acreditaria em um Jesus derrotado. Mas Jesus é o verdadeiro Deus e verdadeiro homem e está ressuscitado. A Igreja Católica, não é uma igreja de gente que acredita no Cristo morto da Sexta-feira da Paixão, mas é a Igreja do Cristo Ressuscitado, vitorioso que nos redimiu e nos salvou.
Por isso a Ressurreição não é uma festa só dos santos, mas é também uma festa dos pecadores que através de Jesus, a Porta Aberta, pela qual entramos para a salvação.

Hoje  ouvimos falar tanto na doutrina espírita da reencarnação, que, nós cristãos, temos que repensar, se estamos vivendo esta mesma fé e esta mesma verdade da Ressurreição, pois, se acreditamos em Jesus, não podemos fazer como aqueles discípulos e os Apóstolos fizeram. Temos que ser como Madalena, se alegrar com a Ressurreição.

Neste tempo propício da Páscoa ainda celebramos Jesus Misericordioso. A misericórdia de Deus Pai através de seu filho Jesus Cristo que com amor e por amor tudo fez pela nossa salvação. A ressurreição de Jesus explica bem a infinita misericórdia de Deus por nós. Ela mostra o quanto Deus nos ama e nos quer bem a ponto de nós também um dia ressuscitarmos com Ele.
     
Jesus que traz consigo este presente para toda a humanidade, o direito de alcançar a sua misericórdia.
Falar da Ressurreição sem falar da divina misericórdia é falar de um simples acontecimento da história. Mas quando olhamos para a misericórdia do Pai que em Jesus nos quer redimir com seu amor, então lembramos das palavras de São João Evangelista quando escreveu: "Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. Pois a Lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram de Jesus Cristo!"  (Jo1, 16)  - Pois bem, pela ressurreição de Jesus recebemos a graça de vivermos com Ele uma vida nova. Ao abraçarmos esta misericórdia de Deus Filho por nós estamos proclamando o amor infinito do Pai por todas as criaturas, pois Ele enviou seu Filho pela salvação do mundo inteiro.
Por isso que a teologia da Igreja vem nos explicar que do lado aberto de Cristo,  transpassado pela lança do soldado, jorrou sangue e água, isto é, do coração de Jesus Cristo jorram as graças trazidas pelo seu sangue derramado na Cruz salvação e ao mesmo tempo infunde em nós a presença do Espírito Santo pela água do batismo, e esses dois, nos conduz plenamente à ressurreição. É Jesus quem nos revela sua divina misericórdia através de seu peito aberto, rasgado de amor por nós.

Por isso que nós cristãos, sobretudo nós católicos, devemos acreditar na ressurreição como única promessa e certeza de que a Ressurreição de  Jesus é a nossa Ressurreição.
Não podemos nunca trocar a ressurreição pela reencarnação, porque, se de fato cremos em Jesus e em tudo que ele fez por nós, se cremos em sua misericórdia por nós temos que acreditar que Cristo não morreu em vão e nem ressuscitou em vão, mas foi por nós, por amor a nós.
A reencarnação tira o valor divino da ressurreição, para por no lugar uma incerteza, quanto que Jesus antes de subir ao Pai, na última ceia disse: "Vou preparar-lhes um lugar, para que onde eu estiver, vós também estejais!" - só estas palavras de Jesus provam o quanto é importante celebrar e acreditar na ressurreição. Celebrar a Páscoa é isto, é celebrar a festa da Vida Nova que Jesus veio nos trazer.

A DIVINA MISERICÓRDIA

No segundo domingo da Páscoa, (ou domingo da Oitava da Páscoa), a Igreja celebra a Divina misericórdia. Instituída pelo Papa João Paulo II. Jesus apareceu à Santa Faustina, por volta de 1930, e prometeu:
"Neste dia, estão abertas as entranhas da minha misericórdia. Derramo graças sobre almas que se aproximam de minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar, alcançará o perdão das penas das culpas. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de mim, ainda que seus pecados sejam como escarlate".

Eu acredito que apesar dos nossos pecados, medo e falta de vontade, Jesus nos opera de braços abertos. Mesmo se não acreditamos em Jesus, Ele se doa inteiramente a cada um de nós através do Sacramento da Eucaristia.  Portanto, não sejamos como São Tomé (Jo 20, 19), que precisou tocar em Jesus para acreditar que Ele tinha ressuscitado.

"Muitas pessoas esbarram em Jesus, mas não sentem a presença viva em suas vidas", disse Dom Bruno Gamberini, bispo de Campinas-SP, que já se encontra junto de Deus Pai. E ele está certo. São Tomé conviveu com Jesus e o ouviu realizar maravilhas, mas ainda assim duvidou. Jesus porém, agiu com misericórdia para que Tomé acreditasse, mas disse: "Creste porque me viste. Felizes os que creem sem ter visto!"

E para confirmar seu amor por nós, Jesus apareceu à Santa Faustina e prometeu misericórdia aos que se aproximarem dele. Jesus nos deu meios especiais para recebermos graças da sua misericórdia:

  1. Venerar a imagem da misericórdia diviva.
  2. Rezar o terço da Misericórdia.
  3. Confessar e comungar na Festa da Divina Misericórdia celebrada no segundo domingo da oitava da Páscoa.
  4. Fazer a Novena da Divina Misericórdia.
  5. Rezar a Oração as 15 horas da tarde, a hora da misericórdia, em memória de sua morte.     
Se entregarmos à Divina Misericórdia,que éo próprio Jesus, nos tornamos instrumentos da Sua Misericórdia para com nossos irmãos, vivenciando o Mandamento bíblico dado por Jesus:

"Sede misericordiosos, como vosso Pai também é misericordioso. Não julgueis, nem sereis julgados; e não condeneis, e não sereis comdenados; perdoai e sereis perdoados!" Lc6, 36-37

Texto de: Pe. Eduardo Dougherty, sj - fundador da ASJ.





VIGÍLIA PASCAL

Texto de: Pe. Alírio José Pedrini, scj.
Revista Brasil Cristão ed. 04/12


Páscoa! Festa máxima de nossa fé cristã católica. Jesus ressuscitou! Por sua morte de Cruz, Jesus nos alcançou a redenção e a salvação para a vida definitiva nos céus. Por sua ressurreição, Jesus venceu a morte e restaurou a vida plena no Espírito Santo, para que vivamos em santidade nesta vida terrena e depois entremos em plenitude da vida eterna.

A ressurreição de Jesus é a garantia absolutamente segura de que o Pai celeste nos dá, de que Jesus, seu Filho único, é verdadeiramente o nosso Salvador e Senhor. Por isso podemos e devemos crer n'Ele e em seu Evangelho. Obedecendo aos seus ensinamentos, viveremos uma vida justa e santa. Perseverando até o fim de nossa vida, fiéis a Jesus, receberemos a vida eterna que ele nos conquistou,e, como Ele, seremos ressuscitados para a glória que Ele nos alcançou.

A festa da Páscoa, é tão solene que a Igreja - em sua Liturgia - a celebra durante oito dias. Já o Tempo Litúrgico Pascal se prolonga por cinquenta dias.  Por causa da grandeza, da importância da ressurreição de Jesus, celebramos a festa da Páscoa, esta festa tem uma soleníssima Vigília Pascal. Isto é, na noite em que precede a Páscoa, ( no Sábado santo), a Igreja reúne seus fiéis, ao escurecer, e realiza uma celebração toda em torno de Jesus Ressuscitado.
Nos primeiros séculos do cristianismo, na expectativa feliz e nas alegrias da ressurreição, as comunidades se reuniam ao cair da noite e permaneciam em celebração a noite toda, concluindo a Vigília com a celebração da Santa Missa, ao raiar do dia da Páscoa.

Com o passar dos séculos a Vigília foi abreviada, mas mantendo os elementos essenciais da mesma, o mesmo significado e a mesma grandeza de celebração. A Vigília Pascal consta de:


  1. A Liturgia da Luz de Cristo.
  2. A Liturgia da Palavra de Deus. 
  3. A Liturgia Batismal.
  4. A Liturgia Eucarística. ou seja, a Santa Missa Pascal.     

a) A Liturgia da Luz de Cristo. Belíssimo é o simbolismo e o significado da Liturgia da luz de Cristo. São esses os momentos sequenciais:

  1. A bênção do fogo novo. Prepara-se uma pequena fogueira, ou um recipiente com brasas muito acesas, esse fogo que será abençoado. Ele significa Jesus Ressuscitado que, saindo do sepulcro "incendeia", "ilumina" nossos corações com a certeza de sua vitória sobre a morte. Vitória esta que se torna também a nossa. A oração da bênção do fogo diz: "...Concedei que a festa da Páscoa acenda em nós total desejo do céu, que possamos chegar purificados a festada luz eterna nos céus".
  2. Preparação do Círio Pascal. O Círio é uma grande vela, decorada com sinais litúrgicos, que representa Jesus Ressuscitado. Na celebração diante dos fiéis, mo celebrante traça sobre ele uma cruz, a Cruz de Jesus Cristo Salvador, dizendo: (no vertical) "Cristo ontem e hoje"; (no horizontal) "Principio e fim"  depois grava as letras gregas: Alfa e Ômega em cima da Cruz (em baixo dela) grava-se o número do ano em que está celebrando a Páscoa (por ex. 2012) dizendo: "A Ele o tempo e a eternidade, a glória e o poder pelos séculos, Amém!". Depois grava o símbolo das cinco chagas de Jesus, custrando cinco bolinhas nas quatro extremidades da Cruz dizendo: (no alto da Cruz) "Por suas chagas", (no centro da Cruz) "por suas santas chagas", (em baixo) "o Cristo Senhor", (à esquerda) "nos proteja", (à direita) "e nos guarde, Amém!" - O celebrante acende o Círio Pascal com a chama tirada, (da fogueira), do fogo novo abençoado, e diz: "A Luz de Cristo dissipe as trevas do nosso coração e nossa mente."
  3. A intronização do Círio Pascal. Com a Igreja em festivamente enfeitada, mas totalmente às escuras para representar o mundo sem Jesus,que é a luz, o diácono ou o celebrante adentra à Igreja com o Círio aceso enquanto proclama: "Eis a Luz de Cristo!" enquanto os fiéis respondem: "Demos graças a Deus!" - após a segunda da proclamação todos os fiéis presentes acendem suas velas na chama do Círio Pascal. Com isso, o rosto das pessoas ficam iluminados pela luz de Cristo Ressuscitado, e a Igreja enche-se de luzes. O Círio é colocado ao lado Altar da Santa Missa, onde deverá permanecer sempre aceso durante as celebrações, lembrando a presença do Cristo Ressuscitado. Também será usado nas celebrações batismais.
  4. O Canto do Exultet - Exulte a Igreja! - Estando toda assembléia com as velas acesas e o Círio posto em seu lugar, um cantor canta o belíssimo hino da proclamação da ressurreição do Senhor Jesus e da alegria da Igreja pela vitória de Jesus. Se não for cantado, o hino será "declamado como um solene poesia". por alguma voz privilegiada. Esse hino consta de 25 estrofes de quatro versos. É lindíssimo!
  5. Liturgia da Palavra de Deus - Apagadas as velas dos fiéis, a Comunidade se assenta para ouvir as leituras bíblicas que relatam as maravilhosas Obras de Deus. São nove leituras: sete do Antigo Testamento, e duas do Novo Testamento, cada uma seguida de um Salmo Responsorial e por uma Oração feita pelo celebrante. Lembra-nos a obra da criação, lembra-nos a libertação do Povo de Israel do Egito, e a passagem pelo Mar Vermelho. Lembram-nos a maravilhas operadas por Deus na caminhada de Israel pelo deserto e a entrada do Povo de Deus na terra prometida. Lembram-nos por meio dos profetas, as promessas divinas, como também a verdadeira vida que Deus quer dar a todos. Por fim, por uma carta de São Paulo, lembra-nos a vida nova em Cristo Ressuscitado. E pela proclamação do Evangelho, anuncia-se a Ressurreição gloriosa do Senhor Jesus.
  6. A Liturgia Batismal - Nos primeiros séculos da Igreja, os batizados eram feitos somente durante a celebração da Vigília Pascal. Os catecúmenos, (pessoas que eram preparadas para receber o Batismo), eram solenemente batizados durante a Vigília. essa Liturgia permanece até hoje. Em muitas Paróquias, celebra-se o Batismo de alguns jovens ou adultos, ou então algumas crianças, o que aliás, é muito significativo. Havendo ou não batizados, os fiéis presentes são motivados a fazerem uma expressa renovação dos compromissos batismais, para recebem as graças especiais do Espírito Santo, a fim de poderem viver melhor a vida cristã, nascida pelas águas do Batismo. Essa renovação tem três momentos: a) A renuncia ao demônio e tudo o que ele seduz -e- toda espécie de pecados e males que se opõe a vida cristã. b) A renovação  da fé cristã, explicitada por diversas verdades do Credo Apostólico. c) A aspersão dos fiéis com água benta durante a cerimônia, renovando assim a graça batismal.
  7. A Liturgia Eucarística - A última parte é e celebração da Santa Missa, propriamente dita. Compreende no Ofertório, Consagração e Comunhão. No Ofertório, faz-se a oferenda do pão e do vinho necessários para a transformação do Corpo e Sangue de Jesus, (a Eucaristia). Juntamente se faz a oferenda da vida vivida pelos fiéis participantes da celebração, bem como de toda vida vivida por todos os batizados e fiéis a Jesus Cristo.  Na Consagração, pelo milagre da transubstanciação, por meio das palavras de Jesus pronunciadas pelo celebrante e pelo poder do Espírito Santo, o pão e vinho se tornam Corpo e Sangue de Jesus Cristo. ( Obs. Isto só pode acontecer na verdadeira Igreja de Cristo, a Igreja Católica Apostólica Romana", e em nenhuma outra, nas demais "igrejas" não há Consagração e sim, apenas um "memorial" da Santa Ceia, isto é, não tem valor sacramental). As espécies do Corpo e Sangue são separadas, simbolizam a Morte de Jesus, simbolizam a presença do Santíssimo Sacrifício oferecido na Cruz. Tornando o presentes sobre o Altar, para ser oferecidos ao Pai em adoração, ações de graças, propiciação, intercessão em favor de toda a Igreja. E de modo particular, pelos participantes da celebração.            
As orações após a celebração se destinam:

a) A realizar a oferenda do Sacrifício de Jesus presente sobre o Altar ao Pai Celeste, em nome de toda a Igreja. Esta é a maior e a mais santa oferenda que se poderia fazer, pois nada é maior do que o dom total da vida que Jesus fez na Cruz.

b) Fazer a oferenda em favor do santo padre o Papa,dos bispos e sacerdotes e fiéis.


c) A realizar a oferenda para todos os fiéis que se tornam unidos na mesma fé e no mesmo culto a Deus.


d) A realizar a oferenda em comunhão com a Virgem Maria e os santos.


e) A realizar a oferenda pelos falecidos que se encontram em purificação no purgatório.

Na Comunhão Eucarística, os fiéis realizam um encontro pessoal com Jesus Ressuscitado , realmente presente sob as espécies sacramentais. É o auge da participação na Vigília. É o momento de acolhimento e da rendição pessoal a Jesus Ressuscitado, a fim de que o poder de sua Ressurreição penetre na vida dos comungantes. Esta comunhão de Amor com Jesus tem por finalidade fazer com que após a Vigília os fiéis possam viver como pessoas que sepultaram sua vida antiga, e passaram a viver uma vida nova, a verdadeira vida cristã vivida em estado de graça.

OBS. (Padre Alírio José Pedrini, scj. É escritor com 25 livros publicados no Brasil e diversos títulos publicados na Itália, Hungria, Portugal, Colômbia e Argentina. As colocações em parênteses deste texto foram acrescidas pelo autor do blog para melhores explicações)      

A PÁSCOA DE 2012


Escreve D. Murilo Krieger, scj:


"Nesta Páscoa de 2012, somos convidados a voltar nosso olhar para o início da expansão do cristianismo. Pedro e os demais Apóstolos, quando chegavam a um lugar em que o Evangelho nunca havia sido anunciado, iniciavam sua pregação com um vigoroso anúncio: "Cristo Ressuscitou!" - Queriam deixar claro que não estavam apenas apresentando uma doutrina, ou falando de um sábio com idéias extraordinárias; anunciavam a pessoa viva, capaz de dar um novo sentido à vida de seus ouvintes, e testemunhavam a respeito dela.

Não foi fácil, para os Apóstolos, chegar a esta certeza. Conviveram de perto com Jesus e o ouviram falar que um dia ressuscitaria. Na manhã da Páscoa, contudo, tinham ido ao sepulcro em função de um morto. Tanto isso é verdade que haviam comprado perfumes para embalsamar o Corpo do Senhor. Chegaram a ficar decepcionados, quando viram que o túmulo estava vazio. No entanto, tendo-se encontrado com Cristo Ressuscitado, tomando uma refeição com Ele e tocando em suas chagas, tiveram a certeza de que Ele era aquele mesmo com quem haviam convivido.

Então ninguém mais conseguiu fazê-los parar. Percorreram países e foram aprisionados; passaram fome, sede e frio, para anunciar a todos: "Cristo ressuscitou!"  Nem da morte tiveram mais medo: deram a vida para testemunhar que Ele ressuscitou e está vivo.
O testemunho dos Apóstolos chegou até nós e repercute em nossa vida - nós, que vivemos no começo desta segunda década do novo milênio. A ressurreição de Jesus nos dá a certeza de que o Calvário não é  a última estação da Via Sacra: a última estação é da ressurreição. Aquele que seguimos venceu a morte e está vivo.

Mas, estejamos  atentos: poderíamos pensar que, pelo fato de Cristo ter ressuscitado, tudo mudará automaticamente em nossa vida. Ora, Jesus ressuscitou na manhã de Páscoa, mas para muitos habitantes de Jerusalém, nada mudou. Para os Apóstolos, algo novo começou a acontecer quando acreditaram na ressurreição de Jesus e a Ele se uniram, passando a viver em função de seus ideais. O Apóstolo Paulo,por exemplo, insistirá: "Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus: aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres". (Cl 3,1)

No centro da fé cristã, não estão, portanto, nem o sofrimento, nem o pecado; pecado e sofrimento são somente acidentes. No centro de nossa fé está o Amor de Deus. Somos envolvidos pela certeza de que Ele nos ama e permanece conosco, ligado à nossa história.
E a prova disso é a Ressurreição de Cristo, garantia de nossa própria ressurreição. Cristo veio nos trazer a alegria e a paz - dons que nos deu juntamente no dia em que ressuscitou; dons que Ele nos conquistou porque foi obediente ao Pai até a morte, e morte de Cruz.

Outro risco seria o de pensarmos que não há mais a cruz em nossa vida. A Ressurreição de Cristo não anula o Calvário. Não há ressurreição sem morte. Querer uma fé sem sacrifício, sem doação e sem cruz é não entender nada do cristianismo. Jesus é vitorioso caminha à nossa frente; convida-nos a segui-lo, mas repete: "Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me! (Mc8, 34)

É bom lembrar, por fim, que nos séculos doze e treze, várias cruzadas partiram da Europa para Jerusalém, a fim de libertar o Santo Sepulcro, que se encontrava em mãos de não-cristãos. Ora, por mais que o sepulcro de Jerusalém seja importante, está vazio! Naquela época coo neste ano de 2012, Cristo, além de estar em sua Palavra, nos Sacramentos e na Igreja, encontra-se em cada homem e mulher, em cada idoso ou criança, em cada pessoa que sofre ou se alegra.

Encontra-se nos estudantes e nos irmãos e irmãs que estão nas prisões; no executivo e na dona de casa. A verdadeira cruzada de ser feita, pois, para salvar, material e espiritualmente, cada pessoa. Não podemos nos esquecer que "a glória de Deus é o homem e a mulher plenamente realizados" (Santo Irineu - séc. II). Há ainda muito o que fazer, pois,  para que a ressurreição de Cristo atinja a todos.

D. Murilo S. R. Krieger, scj. Arcebispo de Salvador-BA    


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CRISTO, NOSSA PÁSCOA E NOSSA ESPERANÇA


Texto de: Pe. Evaristo Debiasi


Sem a esperança cristã, as aspirações do coração humano se tornam inútil. O presente se torna pesado, e o o amanhã perde o horizonte, restando a angústia e o desespero. Sem esperança a vida  perde o sentido e a morte torna-se o fim de tudo.
Sem um futuro melhor, a vida não se define e nem se explica. Chegaríamos ao pessimismo, face à realidade da vida, como afirmou Sartre, no livro "O ser e o nada", onde a vida "seria uma paixão inútil", uma procura permanente sem o encontro com aquilo que buscamos. Diante da realidade da morte, sem a esperança, que para nós cristãos é Jesus, a vida se tornaria uma tortura ao invés de nosso bem maior.

Não vivemos sem objetivos ou valores. Há os que fazem do ter, do poder e do usufruir a sua razão de ser e de existir. Outros, aspiram apenas dias melhores, por melhor qualidade de vida. Esperam apenas amar e serem amados, vencer e triunfar na vida. E há os que abraçam tudo o que tem de bom na vida presente, em vista de um bem superior, a eternidade.
Sem um sentido maior para a existência humana todos os sonhos esbarram na verdade da morte, que é uma realidade exigente, que nos questiona profundamente. No mais íntimo do nosso ser aceitamos que ela seja o fim de tudo.

Os mitos e as religiões sempre apontam o horizonte do além-morte. Entretanto, esse horizonte não passa de um sonho, por mais que as promessas sejam ricas. Somente a pessoa de Cristo, com sua Encarnação, Morte e Ressurreição temos uma nova  luz de esperança para as perguntas sem respostas no coração humano. 
E, se Cristo não ressuscitou dos mortos, tudo ainda infelizmente, parece como uma esperança, mas sem a certeza de um futuro além da morte. Só na vida de Cristo, que não terminou na morte, temos as respostas, pela fé, das perguntas sobre nosso futuro definitivo: a eternidade com Deus.

Na Páscoa  de Jesus vislumbramos o futuro de nossa vida e de nossos sonhos. Não caminhamos mais para a morte como um decreto final, mas, sim, para o encontro co Jesus na casa do Pai (Jo10,10). Cristo é a nossa esperança: "Se a nossa esperança em Cristo é somente para esta vida, nós somos os mais infelizes de todos os homens" - 1Cr. 15, 19.

O Apóstolo Paulo, em seu encontro pessoal com Jesus também nos ensina: "Nós que acreditamos Nele, por Ele e para Ele vivemos, com Ele também haveremos de  ressuscitar para  a vida eterna" - 1Cr. 1, 1s.
Sabemos, pela revelação cristã, que cada um de nós fomos sonhados por Deus, desde sempre, que fomos chamados à vida no amor dos pais. E que pelos méritos da redenção de Cristo nos tornamos filhos de Deus, herdeiros e co-herdeiros da vida eterna.

Portanto, celebrar a Páscoa cristã é entender que, a partir de Cristo, nós acreditamos num futuro melhor para a nossa vida,a vida eterna. Cristo é a nossa Páscoa. Ele é o fundamento de nossa esperança. Em sua pessoa a vida humana se ilumina, com o horizonte de um futuro definitivo, onde a própria morte, longe de ser a negação de nossos sonhos e aspirações, se transformou no lugar da passagem-encontro com a vida em plenitude na casa do Pai. Uma feliz e abençoada Páscoa para todos!
  
        







   

              
      

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