terça-feira, 8 de maio de 2012

MARIA, Mãe de Deus e Nossa


Texto de Cássio Abreu - (Coordenador de Comunicação e escritor)
Revista Brasil Cristão, ed. no. 178 de 05/12

Maio é um mês especial. Além de celebrarmos o dia das mães no segundo domingo do mês, (dia 13), a Igreja Católica dedica o mês à Maria, mãe de Deus e nossa. Você sabe por que?

A primeira referência sobre o mês mariano é da Idade Média, com as Cantigas de Santa Maria, de Afonso X (1221-1284), rei de Castela e León. Ele cantava a abundância dos bens que o mês de maio trazia com a chegada da primavera na Europa. O rei cristão convidava a invocar Maria, para que as bênçãos materiais e espirituais fossem ainda maiores (Dicionário de Mariologia, Paulus, 1995, p. 887). No Paganismo antigo, neste mês se honrava a deusa "Flor Mater". Porém, quem merece ser venerada por "todas as gerações" (Lc1, 48) é Maria, a Imaculada Mãe do Filho de Deus!

Em 13 de maio de 1917, época da I Guerra Mundial, a Santíssima Virgem se manifesta ao mundo através de três humildes pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta. Eles viviam em Fátima, Portugal. Nas suas aparições Maria nos convidava a rezar diariamente o Terço, pedindo pela paz no mundo e pela conversão dos pecadores.

Pio VII foi o primeiro Papa a conferir indulgências especiais no mês de maio, em 1815 e, seus sucessores confirmaram essa devoção mariana. O Papa Leão XIII assim se expressou na Encíclica "Augustíssima Virgem Maria", de 1897: "Depois de havermos dedicado a esta divina Mãe o mês de maio com o dom das nossas flores, consagremos-lhe também , com afeto de singular piedade, o mês de outubro, que é mês dos frutos. De feito, parece justo dedicar estes dois meses do ano àquela que disse de si: "As minhas flores tornaram-se frutos de glória e riqueza". (Eclo 24, 23)

Os santos também souberam honrar Maria no mês de maio. Em seu diário espiritual, Santa Faustina Kowalska e propunha, em 1937, a colocar uma flor aos pés da imagem de Nossa Senhora com a prática da mansidão.

"A aproximar o mês de maio, consagrado à Maria Santíssima pela piedade dos fiéis, o nosso espírito exulta ao pensar no espetáculo comovente de fé e de amor que, dentro em breve, será oferecido em todas as partes da terra em honra a Rainha do Céu. Na verdade, é um mês em que, nos templos e entre paredes domésticas, sobe dos corações até Maria, a homenagem mais ardente e efetuosa da prece  e da veneração. E é também o mês em que mais copiosos e mais abundantes descem até nós, do seu trono, os dons da misericórdia divina".

Com estas palavras o Papa `Paulo VI inicia sua Encíclica  "Mense Maio" (mês de maio), de 1965, dedicado à Nossa Senhora. No documento, Paulo VI mostra como Maria é o caminho seguro que nos leva a Cristo:
"Muito nos agrada e consola este piedoso exercício, tão honroso para a Virgem e tão rico de frutos espirituais para o povo cristão. Maria é sempre o caminho que leva a  Cristo. Nenhum encontro com ela pode deixar de ser um encontro com o próprio Cristo".

A Encíclica é um convite dirigido a todos os cristãos. Devemos rezar com mais intensidade no mês de maio, pedindo a intercessão de Maria, uma vez que nossas súplicas encontram mais fácil acesso ao coração misericordioso da Virgem durante esse mês. E o apelo do Papa é atualíssimo:

"Se considerarmos as necessidades presentes da Igreja e as condições em que se encontra a paz no mundo, temos sérios motivos de crer que a hora atual tem especial gravidade, e mais do que nunca urge dirigir a todo povo cristão um apelo para que se forme um coro de orações".

Através da Encíclica, o Papa Paulo VI pedia pelo êxito do Concílio Vaticano II (1962-1965); a reunião dos bispos terminava e dava um novo capítulo à História da Igreja, que vivemos até nos dias de hoje. Muitas idéias e propostas ainda precisam serem implantadas em nossas comunidades.

Sabiamente o Papa também pedia pela paz no mundo, que vivia o período da "guerra fria", uma disputa entre as grandes potências militares da época: Estados Unidos e Rússia: "Isto faz que os habitantes das Nações inteiras estejam sujeitos a sofrimentos indizíveis causados por agitações, guerrilhas e ações bélicas, que se vão sempre estendendo e intensificando , e poderão constituir de um momento para o outro, a centelha de um novo conflito pavoroso", dizia Paulo VI.

O mundo hoje não está tão diferente em relação aos conflitos entre países. Não corremos o risco de uma guerra mundial, mas os conflitos, ainda pequenos, a crise econômica em vários países ao mesmo tempo, e a ameaça de terrorismo, deixam uma sensação de insegurança e temor. Porém, o Santo Padre nos lembra, em sua carta dirigida também ao mundo de hoje, que a paz é um Dom de Deus, que devemos pedi-la por intercessão da Rainha da Paz:
"Mas a paz, veneráveis irmãos, não é pura sequência de esforços humanos, é também, sobretudo, Dom de Deus. A paz desce do Céu; e reinará de verdade entre os homens, quando chegarmos a merecer que ela nos seja concedida pelo Deus Onipotente, que tem em Suas Mãos, tanto a felicidade e a sorte dos povos como os corações dos homens. Por isso nós, com a oração, continuaremos a procurar e conseguir este dom insuperável; com a oração constante e vigilante, com os sempre fez a Igreja desde os primeiros tempos; com a oração que recorrerá de modo particular à intercessão e proteção da Virgem Maria, Rainha da Paz".

O Papa Paulo VI termina a Encíclica "Mense Maio" fazendo um apelo à oração do Santo Rosário. Este documento não tem prazo de validade e deve atingir nossos corações nos dias de hoje.O mundo precisa de paz e nosso apelo precisa chegar ao coração da Mãe de Misericórdia.
Neste mês em que a Igreja, sabiamente, dedica à Nossa Senhora, reúna sua família, seus vizinhos, parentes e amigos, reze o Santo Rosário, pedindo pela paz em nossas famílias, em nossa comunidade, em nossa cidade, em nosso Estado, País, continente, e em todo mundo.

Peça também, pela Santa Igreja de Cristo, para que as inspirações do Espírito Santo sopradas no Concílio Vaticano II sejam implantadas na Igreja, para o bem do povo de Deus.  

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