terça-feira, 20 de novembro de 2012

MARIA NA LITURGIA - Orientação Pastoral

Quem é MARIA?

Inteiramente humana, é a Mãe de Jesus, nossa Mãe na Ordem da Graça do Espírito - a nova Eva, que corresponde ao "Novo Adão", que é Cristo.

Porém, quando falamos que Cristo é o "Novo Adão" e Maria a "Nova Eva", não estamos afirmando que Jesus e Maria são reencarnações de Adão e Eva. Mas, uma comparação entre o primeiro homem e a primeira mulher que trouxe o pecado ao mundo pela desobediência.

E foram Jesus e Maria que repararam tudo isto; Maria pelo seu "Sim" foi obediente a Deus, se tornando sua serva para nos dar Jesus, e, Jesus obediente ao Pai até a Cruz pela nossa salvação. Percebem?... 

Assim escreve São Paulo em Rm 5, 18-19.21

"Portanto, como pelo pecado de um a condenação se estendeu a todos os homens, assim por um único ato de justiça recebem todos os homens a justificação que dá a vida. Assim como pela desobediência de um só homem, (Adão), foram todos constituídos pecadores, assim, pela obediência de um só, (Jesus Cristo), todos se tornarão justos. (...)Assim como o pecado reinou para a morte, assim também a graça reinaria pela justiça para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.  

Ora, se Cristo é superior a Adão, como afirma São Paulo,  então Maria é superior a Eva, porque também ela é a filha predileta do Pai, escolhida por Deus para ser a Mãe de Jesus; pela sua obediência nos veio o Salvador. Sua obediência não foi somente no momento da encarnação e após dar a luz ao Cristo, mas foi em toda sua vida. 
Assim, Deus não a constituiu pura somente para conceber Jesus, mas para toda uma vida, cuja ficou imune à mancha do pecado original. 

Portanto, podemos também dizer que:  se pela desobediência de uma só mulher (Eva) fomos constituídos pecadores, pela colaboração de uma só mulher, (Maria) recebemos nova Vida, a vida eterna por meio de Cristo nosso Senhor e Salvador!

Deus em sua onipotência e infinita sabedoria escolheu, preservou e santificou a vida de Maria para que ela fosse a mãe de seu Filho. Poderia alguém impuro conceber o Filho de Deus? Deus que desde muito antes, exigia que tudo que fosse consagrado a Ele fosse puro? (...)  
Jesus que é verdadeiro Homem e verdadeiro Deus,  tendo assumido a natureza humana recebeu o sangue de Maria, sua educação e todos os seus cuidados maternos. Jesus aprendeu com ela e José a ser um filho obediente, a trabalhar, a compreender as leis e a vida de seu povo. Maria foi Mãe!
E depois da morte e ressurreição de seu Filho, continua sendo, agora não mais a mãe de um Homem fisicamente falando, mas, de Jesus glorificado, o filho de Deus, que sendo Deus não deixaria de modo algum que sua Mãe ficasse à parte na glória celeste. Maria então É Mãe de Deus.

Portanto, Maria participa no céu desta mesma glória junto à seu Filho e como tal, tem mais do que todos o privilégio de interceder por nós, de cuidar de nós com o mesmo amor e carinho de seu Filho. Por isso, ela é venerada e  assim como Deus a fez escolhida, a Igreja destaca e reconhece o seu lugar de Corredentora da humanidade, isto é, Maria colaborou em tudo com Jesus na missão salvífica preparada por Deus através de Cristo. Então os méritos que ela tem não foi dado por nenhum ser humano, mas pelo próprio Deus quando através do anjo Gabriel disse: "Ave cheia de Graça" Lc 1, 28; Sendo cheia de graça, também é a Medianeira de todas as graças que seu Filho possa nos dar. E é pelas mãos de Maria que muitas graças chegam até nós.

E Maria expressou esse reconhecimento da Igreja quando disse: "Porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora e para sempre me proclamarão bem-aventurada todas as nações..." Lc 1, 48 - Maria é serva, sua submissão esta no silêncio de sua vida ao guardar tudo o que acontecia no seu coração - Lc 2, 19 - contemplava este mistério. Por isso, engana-se quem pensa que Jesus tirou os méritos de Maria após sua morte, pelo contrário, ele a assumiu na Glória celeste assim como foi assumido no seu ventre ao vir ao mundo. De lá, ela participa e está sempre conosco e vela por nós pois é Mãe, de Deus e nossa por meio da graça. Venerar Maria, não é torná-la uma deusa, pois ela mesma se fez humilde serva do Senhor, mas é destacar o seu papel importante que na obra da salvação, e é também como Mãe da Igreja que esse reconhecimento lhe é dado.

Maria também é modelo de todo cristão que quer obedecer e seguir ao Cristo.    

A ela, Maria, e aos santos (as), prestamos veneração (dolia) e não adoração, (latria). Adoramos somente a Deus e somente a Ele prestamos culto (Lc 4,8: Dt 6, 13). Adoramos Jesus o Filho de Deus, nosso Salvador e Senhor. Adoramos o Espírito Santo, autor da santidade,  o Deus-consolador, que nos ilumina e rege a nossa vida. Portanto, a adoração deve-se somente a Deus, ou a Santíssima Trindade, um só Deus em três pessoas distintas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Só Jesus é nosso Salvador, o único Senhor, Ele é o "autor e realizador de toda fé" [Hb 12, 2]. Oramos aos santos e à Maria na Comunhão dos santos (mistério da vontade de Deus), os "vivos em Deus".

*Quando falamos em veneração e adoração, não podemos confundir com a presença das imagens dos santos, Jesus e Maria em nossas Igrejas. Não podemos achar que uma imagem, ainda que seja de Jesus tenha poder algum, diante de uma imagem devemos olhar além, pois o que nos interessa não está na imagem, elas servem para nos ajudar a olhar com os olhos da fé aquilo que por nossa natureza ainda não vemos mas contemplaremos um dia na eternidade: Jesus, Maria e os santos. Não se deve adorar uma imagem, nem ajoelhar, mas, sim, venerar com respeito a lembrança da pessoa, cuja a imagem nos representa. Há adoração somente, ao Santíssimo Sacramento que é Jesus na Eucaristia. 

Maria tem um ponto especial, único na Comunhão dos Santos; ela está mais próxima de Cristo que nós. Por isso, podemos rezar para ela. Contar com sua intercessão, pedir sua proteção e auxílio, entregar-nos nas suas mãos maternais.
A graça que Maria nos dá não vem de si, ela nada segura para si; tudo vem de Deus, e para Deus se retorna. Toda oração a Maria nos coloca em sintonia com Deus-trino, porque ela é caminho, transparência para Deus - o ser humano sem pecado original ou pessoal.

O que tem que ser mantido?

Regras, ritos, normas, fórmulas comuns à Igreja do mundo inteiro (calendário litúrgico) - Advento, Natal, Tempo Comum, Quaresma e Páscoa, leituras.

O que pode ser mudado?

Pode ser mudado, o Jeito de celebrar; formas de expressão locais, cantos e gestos. 
Na Liturgia romana depois do Concílio Vaticano II, colocou-se em evidência a relação privilegiada de Maria com o mistério de Cristo e da Igreja; ela é a mais próxima de Cristo e de nós, modelo de fé.

Três tipos de celebrações Marianas:

1 - Solenidades - obrigatórias mais importantes:
Solenidade, Maria Mãe de Deus (Theotokos)-dógma [C. Éfeso, 431] - 01 de janeiro.
Anunciação - 25 de março.
[Rel. dogma da Virgindade perpétua de Maria, C. Roma, 649 - expressão de sua consagração total, de corpo e alma {Cf. Santo Agostinho, a virgindade não se resume ao corpo, mas à opção das pessoas}; em Maria o corpo humano se tornou para sempre espaço onde o Espírito do Altíssimo pousa e faz morada; por todo ser humano, independente de sua condição sexual, tem algo de virgem, como solo das sementes do Reino.]

*Assunção  -  dogma - 15 de agosto. - {Aqui na Diocese com o título de Nossa Senhora de Oliveira, Padroeira da Cidade e da Diocese.}

[Pio XII em 1950 - participação singular na ressurreição de Cristo e antecipação da ressurreição dos cristãos.]

*Imaculada Conceição   -  dogma  -  8 de dezembro.
[Pio IX, 1854 - Maria preservada do pecado original em antecipação aos méritos de Cristo.]
*No Brasil, Solenidade de Nossa Senhora Aparecida - 12 de outubro.

2 - Festas recomendadas:

a) Visitação - 31 de maio.
b) Nascimento de Maria - 8 de setembro.
c) No Brasil e na América Latina - N. Sra. de Guadalupe, padroeira - 12 de dezembro.

3 - Memórias - menor importância [facultativas: a comunidade local decide celebrar, ou não.]

a) N. Sra. de Lourdes - 11 de fevereiro.
b) N. Sra. de Fátima - 13 de maio
c) N. Senhora do Carmo - 16 de julho
d) N. Sra. das Dores - 15 de setembro.
e) N. Sra. do Rosário - 07 de outubro.



  





  



  
     

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