domingo, 1 de março de 2020

QUARESMA - é tempo de revisão de vida e de reconciliação com Deus e os irmãos. Como fazer uma boa confissão?

Nós católicos, todos os anos, 40 dias antes da celebração da Páscoa do Senhor, nos preparamos para esta festa que é o ápice do cristianismo, chamamos esse tempo de Quaresma, o número 40 possui um significado muito bonito na Sagrada Escritura, podemos citar alguns exemplos: a) 40 dias do dilúvio (Gên7, 17); b) 40 anos da passagem do povo Judeu no deserto em espera da Terra Prometida; 40 dias de Jejum e recolhimento de Jesus no deserto (Mt 4,2). Então não é uma simples invenção da Igreja que estabelece esses 40 dias para preparação para a Páscoa de Jesus, ela está dentro do contexto significativo da Sagrada Escritura, onde o próprio Cristo antes iniciar sua missão ou sua vida pública, faz um retiro espiritual de 40 dias a sós no deserto. O deserto na Bíblia não significa um lugar de solidão, mas um lugar de reflexão, Jesus precisa estar a sós com seu Pai, precisava meditar, orar e preparar para sua missão, era, enquanto homem, um judeu orante. Toda História da Salvação iniciou-se com a trajetória do povo Judeu, que começou no deserto, foi lá que Deus se revelou a Moisés, como o Deus IAVEH, que significa, "Eu sou", e Jesus quis esta experiência para si, quis experimentar a solidão do deserto para estar a sós com o Pai e lá se preparar para a sua missão salvadora. Portanto, nós cristãos, retomamos a mesma atitude de  Jesus, não indo para o deserto (local, lugar), mas esses 40 dias em que nos preparamos para a Páscoa de Jesus, voltamos a olhar para o nosso interior para rever nossos conceitos, nossas atitudes as quais devemos e podemos melhorar. Faz parte da vida cristã a reconciliação conosco, com Deus e com o próximo. Por isso , Quaresma é tempo de conversão, isto é de mudança de vida, mas , essa mudança não pode ficar só nesses 40 dias ela deve mudar toda a nossa vida até o fim dos nossos dias aqui neste mundo.

A Quaresma quer nos propor em que coloquemos o Senhor Jesus como ponto central na nossa vida. Só Jesus é o Senhor e a ele devemos servir em justiça e santidade. A Quaresma é um tempo de deserto, isto é tempo de oração mais intensa, tempo de reflexão para que possamos mudar nossas relações com Deus.

O Tempo Quaresmal inicia-se na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quarta-feira santa; Na Quarta-feira de Cinzas, a Igreja nos relembra através da Liturgia que nós somos pó, isto é, viemos do pós, e ao pó voltaremos, isto significa que somos limitados, pecadores, somos pobres mortais neste mundo e necessitamos sempre da misericórdia de Deus.

Mas, para isso devemos buscar a conversão de coração contrito e humilde. Essa conversão é expressada na simbologia da cinza, onde o Sacerdote nos diz: "Lembra-te que tu és pó e ao pó voltarás!" e ao colocar sobre nossas cabeças a cinza e ao traçar o sinal da Cruz o sacerdote diz: "Convertei-vos e crede no Evangelho" - logo, a cinza não apaga os pecados de ninguém, apenas simboliza um gesto de penitência, nos lembra que todos nós fomos feitos do pó da terra e somos limitados, e assim necessitamos de conversão. Todos nós temos algo para mudar, todos nós somos pecadores. A partir daí somos convidados nesses 40 dias a buscar a conversão, a mudança de conceitos em nossa vida e a reconciliar-se com Deus através do Sacramento da confissão. Como pede o Mandamento da Igreja:
 "Confessar-se  ao menos uma vez no ano por ocasião da Páscoa"

Mesmo que tenhamos uma vida cristã correta, mesmo assim devemos buscar e viver a conversão. Pois, não existe este ou aquele que não precise de conversão, pois, todos somos pecadores e necessitamos da conversão e do perdão dos pecados. Cristo é o Cordeiro de Deus, (como disse João Batista: Jo1, 29), aquele que tira o pecado do mundo. por isso devemos buscá-lo.

Então, na Quaresma podemos dizer que Jesus nos chama através da Igreja, nos convida a voltar-se para Ele e receber o seu amor.

E Deus quer, Ele deseja que o busquemos e nos reconciliemos, pois, assim como todo bom pai espera pelo regresso do filho perdido, Deus, nosso Pai através de Jesus quer que o voltemos a Ele e para sua casa, e Ele sempre está disposto a nos perdoar e nos acolher porque Deus é Amor e é nosso Pai Eterno. 

Por isso, nesse tempo solene quaresmal, que é um tempo de graça abundante, devemos buscar a Confissão, em primeiro lugar, mas antes de ir buscar este Sacramento, devemos reconciliar-nos com o próximo em primeiro lugar, para depois nos reconciliarmos com Deus e com Jesus. Isto significa que devemos estar em paz com
nós mesmos, com Deus e com nossos irmãos, sobretudo os nossos familiares. É importante ser portador da paz e do perdão. Devemos perdoar para sermos perdoados.
"O dar perdão" é muito importante, porque se não podemos amar o próximo que vemos, como amar a Deus que não vemos? nem tampouco somos dígnos de receber o perdão de Deus se não soubermos perdoar a nós mesmos em primeiro lugar e ao próximo.

Nesse tempo solene de Graça, o silêncio, o recolhimento é muito importante. Por isso não é um tempo de participar de muitas festas, mas é um tempo de nos recolhermos, de meditarmos melhor, de parar para pensar como está nossa vida, como anda a nossa relação com Deus. É um tempo de buscar ajuda, ler mais a Bíblia, os Documentos da Igreja, esse tempo deve ser bem aproveitado para que possamos celebrar a Páscoa de Jesus como o coração renovado pela fé. 

Também é um tempo de Oração mais intensa, de exercícios de piedade cristã, como as caminhadas, o Jejum, as procissões, a própria meditação da Palavra de Deus, a Via Sacra, as obras de misericórdia, tudo isso deve ser vivido mais intensamente aqui nesse tempo como forma de nos experimentarmos mais esse Amor de Deus. É tempo de mais adoração, de estar com Jesus Sacramentado para receber d'Ele alívio e força. Muitas curas físicas e espirituais podem acontecer nesse Tempo solene porque abrindo-nos mais para Deus, nos libertando das nossas atitudes pecaminosas podemos atrair mais graças do amor de Deus através de Jesus.

 Nesse tempo devemos tirar um tempo para meditar sobre a entrega de Jesus por nós no madeiro da Cruz. Pelo Sangue derramado por nós e depois pela sua Santa Eucaristia, Ele quer que nós tomemos posse desta Salvação que Ele veio nos trazer. Deus não exige nada de nós que não possamos cumprir, Ele  apenas quer que sigamos os passos de seu Filho, que sejamos realmente santos ou nada seremos se não for através do caminho da santidade e esse caminho parte sempre da conversão. Os santos sempre souberam disso e puderam aproveitar o máximo da Palavra e da Eucaristia, fonte de vida e Salvação que Jesus nos dá. 
Iniciamos o Tempo da Quaresma e a preparação para a Páscoa. Intensificando a Oração, o Jejum e a solidariedade como sinais de conversão. A conversão se faz através de gestos e valores, que devem ser revistos e refeitos em nossa vida, buscando uma profunda relação com Deus e uma melhor vivência do Evangelho. 
Assim, pois, a Quaresma também nos proporciona a abrir os olhos para a nossa vida social e familiar, e implica que mudemos não só os pensamentos, mas voltamos nossos olhos para a realidade em que vivemos. 

Reforçam a opção da Igreja pelos pobres, acreditando na resposta da humanidade, para que provoque no povo de Deus a vocação e a disponibilidade em servir à Igreja e à sociedade. A Páscoa de Cristo, deve acontecer em todas as pessoas e grupos, quando estes se voltam ao Senhor de todo coração, sincero e arrependido e pratiquem o que é agradável ao Senhor.
Assim diz o Profeta Joel: (Jl 2, 12-13)

"Agora diz o Senhor, voltai para mim como todo o vosso coração, jejuns, lágrimas e gemidos. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; voltai para o Senhor vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo..."    

Se Deus é amor, se Ele quer e deseja como nosso Pai que busquemos a Ele, porque não O buscamos? Porque insistimos em fazer coisas erradas?

Com a graça do perdão dos pecados pela Confissão muitas curas acontecem, porque somos restaurados, perdoados por Deus, nossa alma se descarrega do pecado e com isso nosso corpo também sofre as mudanças físicas, nos tornamos mais alegres, mais dispostos a viver porque sabemos que Deus está conosco e nos ama. 
(2Sm 12, 1-15; Jo 20, 22-23), Tg 5, 16; Jo 1, 7-10; Lc 15, 11-32).

Uma Oração que podemos fazer e meditar nesse tempo é o Salmo 50, também chamado de Miserere. Devemos meditar esse Salmo e depois, como ato de contrição, rezá-lo. 

São Paulo aos coríntios nos exorta: "Deixai-vos reconciliar com Deus". Para quê? perguntamos; (2Cr 5, 20-6,2).

Para que sejamos dignos de receber a herança eterna conquistada por Jesus para nós. Isto é, a Salvação. A Salvação de Jesus, conquistada para nós através sua Paixão, Morte e Ressurreição é gratuita, mas aceita quem quer, quem estiver disposto a como Jesus abraçar a Cruz, correr os riscos, e ser digno de merecê-la, pois a única que condição que Deus exige de nós é que sejamos verdadeiramente seus filhos, obedecendo-lhe e sendo seguidores de seu Filho Jesus. Mas, isso dá-nos uma grande responsabilidade como filhos de Deus e como cristãos. A partir da conversão devemos ser diferente, pois, o cristão é e deve ser sinal de Jesus no mundo. São Paulo nos diz que somos embaixadores de Cristo, isto é, somos portadores de sua palavra e sua graça. E como vamos fazer isso se não dermos exemplo? Como vamos mostrar Cristo às pessoas se não vivemos o que Ele ensinou?

Jesus nos ensina que nossa Oração pessoal deve ser discreta, uma conversa de filho para com seu Pai, nossas ações de caridade e penitência devem ser feitas com alegria, mas com discrição, somente a Deus cabe saber o que fazemos ou não, pois a caridade, a Oração e a penitência não interessa a ninguém saber senão a Deus e a nós mesmos. Jesus ensina que o cristão deve agir na simplicidade e não se vangloriar se si mesmo pela suas ações religiosas, nem pelo que faz de bom. Também não deve esperar recompensa humana, e sim a recompensa de Deus e isto é o suficiente. (Mt6, 1-6.16-18). 

No tempo de Jesus era comum as pessoas darem esmolas e jejuarem e depois ficarem se vangloriando de seus atos, Jesus nos ensina que quem faz isso perde a graça de Deus porque  isso causa humilhação nas outras pessoas. 

Nossa religião deve ser de atitudes discretas que fazem a diferença. Não podemos fazer o bem e procurar receber elogios, não! o bem deve ser uma resposta do amor de Deus por nós, onde, todos nós devemos ser irmãos, uma só família, onde o Pai, nos reúne em torno de uma só mesa, a mesa da Eucaristia. É por isso que Jesus é claro, se somos irmãos temos os mesmos direitos e deveres e ninguém e melhor que ninguém.     

Antes da Confissão é bom fazer um exame de consciência. Como está minha vida diante de Deus. 
  1. Que imagem eu tenho de mim mesmo? Positiva ou negativa?
  2. Eu gosto de mim? eu me valorizo enquanto pessoa, uso roupas decentes? 
  3. Preocupo-me com a decência do corpo e do espírito sabendo-me que sou morada do Espírito Santo?  
  4.  Sou decente e educado com o próximo?
  5. Procuro evitar os escândalos na sociedade e dentro da família?
  6. Eu tenho controle sobre as minhas emoções? Tenho cuidado do meu temperamento e da minha moral cristã frente a mim mesmo e à sociedade?
  7. Como anda a minha vida espiritual, tenho procurado ler a Bíblia, o catecismo e tenho cuidado de minha fé?
  8. Tenho sido fiel aos Mandamentos da Lei de Deus e aos Mandamentos da Igreja?
  9. Tenho respeitado o meio ambiente e cuidado dele como obra e presente de Deus?
  10. Tenho dado à minha família oportunidade de reconciliação?
  11. Tenho cumprido e respeitado os direitos conjugais? 
  12. Tenho como cristão santificado e educado a minha família na fé? 
  13. Tenho sido bom esposo (ou boa esposa)? 
  14. Tenho buscado os sacramentos da Igreja?
  15. Tenho lido a Bíblia?
  16. Tenho buscado ajuda e cura espiritual para mim e minha família?
  17. Tenho praticado a caridade? 
  18. Tenho sido caridoso com gestos e palavras? 
  19. Tenho sido educado, gentil e amável com as pessoas? 
  20. Tenho sido reflexo do amor de Deus sendo compreensível sobretudo com meus amigos e familiares? 
  21. Tenho repartido um pouco do meu tempo para ajudar os pobres e os doentes? 
  22. Tenho sido amável com os idosos e as crianças?  
  23. Tenho atitudes cristãs contra a embriaguez o uso de álcool e drogas?  
  24. Tenho tido equilíbrio sobre minhas emoções e evitado discussões? 
  25. Tenho sido causa de desgraça para minha família e para meus amigos?
  26. Qual área preciso ser curado?
  27. Tenho respeitado as coisas de Deus?
  28. Tenho amado a Deus na pessoa do irmão, sobretudo os mais pobres?
  29. Tenho honrado o nome de Deus sem fazer piadas o chacotas de seus santos e anjos também? 
  30. Tenho praticado a idolatria buscado outros deuses e outras doutrinas que não seja a doutrina da Santa Igreja e a Bíblia, procurando horóscopos, cartas, magias e feitiçarias, simpatias, amuletos etc. e leituras de livros diabólicos ou uso de coisas e objetos satânicos? 
  31. Tenho praticado satanismo, ou frequentado centro-espírita, terreiro de macumba ou qualquer outro lugar anticatólico.
  32. Tenho ouvido músicas que faz apologia ao crime, ao satanismo e às drogas?
  33. Tenho colocado outros ídolos no lugar de Deus, o ter, o prazer, o poder. 
  34. Tenho deixado as coisas de Deus de lado, para buscar futilidades mundanas?
  35. Tenho respeitado o domingo como dia santo e do Senhor? 
  36. Tenho ido à Missa e participado da Eucaristia conforme recomenda a Santa Madre Igreja?
  37. Tenho honrado meus pais, sobretudo na velhice dando-lhes apoio e carinho?
  38. Tenho respeitado meus irmãos?
  39. Tenho tido vida de Oração? 
  40. Tenho ofendido meu corpo, pecando contra a castidade, como sexualidade desregrada, ou com o uso de drogas, tatuagens e piercings?
  41. Tenho dado prejuízo a alguém, sendo corrupto, ou roubando, ou favorecido à corrupção? Tenho sido desonesto? 
  42. Tenho acusado alguém injustamente, feito fofocas, ou prejudicado alguém com injúrias e difamação?
  43.  Tenho sido causa de desgraça para alguém?
  44. Tenho desejado a mulher do próximo?
  45. Tenho cobiçado o que não é meu, sobretudo gastado meu dinheiro com coisas supérfluas?
  46. Tenho pago o dízimo como amor e gratidão mais que por dever e obrigação?
  47. Tenho cumprido os mandamentos da Igreja?
  48. Tenho ajudado a Igreja nas suas necessidades?
  49. Tenho tido apego as coisas materiais e as colocado acima de minha vida, minha família e acima das coisas Deus?
  50. Tenho tido gula?
  51. Tenho me apegado ao dinheiro de forma exagerada?
  52. Tenho tido ira, raiva e desejo de vingança?
  53. Tenho sido orgulhoso e arrogante com os outros? 
  54. Tenho tido preocupação excessiva com aspecto físico para provocar reação das pessoas?
  55. Tenho sido preguiçoso, agido com negligência no trabalho e na vida familiar?  
São perguntas que você deve perguntar a si mesmo e se estiver falhando em algum desses enumerados procurar contar ao sacerdote no momento da confissão e com o firme propósito corrigir seus erros.
Lembre-se que  o Sacramento da Confissão só tem valor se houver firme propósito de emenda e corrigir o erro.
Lembre-se que a Confissão existe para limpar sua alma dos pecados. Deus ama o pecador, mas, detesta o pecado. 
        
CONHEÇA MELHOR A CONFISSÃO

A necessidade deste Sacramento, (Sacramento, quer dizer sinal sagrado da graça e do amor de Deus); brota do arrependimento. Sua característica singular é falar do que se arrepende, confessar o pecado, (reconhecer que somos pecadores), daí o Sacramento da Confissão. Acolhe-se a penitência, ou reparação em forma de oração ou boa ação como declaração de uma nova maneira de ser, por isso ele também é Sacramento de Penitência.  
Por fim, recebe o perdão e você está reconciliado, em plena comunhão com Deus e os irmãos, (desde que procure não repetir pecado). Novamente, um momento do Sacramento dá-lhe o nome de Sacramento do Perdão ou da Reconciliação.

[Aqui vale lembrar: não existe confissão direta com Deus, (embora Deus pela sua graça e seu amor nos perdoa sempre dos erros do dia a dia), quem acha, ou diz que confessa com Deus está enganando a si mesmo e negando a autoridade de Jesus sobre o perdão. Pois Deus deu autoridade a Jesus para confirmar  este Sacramento aos Apóstolos e aos seus sucessores, ministros de sua Igreja. E este Sacramento assim como os demais, Jesus nos deixou como prova de seu amor.
Então quem perdoa não é o padre é Jesus, o padre é só um representante visível de Cristo, ele dá a absolvição em nome de Jesus Cristo. Na Crisma quem confirma é o Espírito Santo e não o bispo, Jesus se dá a nós na Eucaristia não por magia do padre, mas pela ação direta do Espírito Santo, assim o mesmo acontece no Batismo e em todos os Sacramentos.]

Confissão na Bíblia: Lc 15, 11-32; Jo20, 19-23; 2Cr5, 18 e 1Jo1,9.

Quantas vezes confessar? - A Igreja recomenda que este Sacramento seja celebrado por cada fiel, ao menos 1 vez por ano. Todos devem se confessar, do Papa às crianças que se preparam para a primeira comunhão, são chamados a experimentar o amor de Deus. Claro que se pudermos podemos procurar este sacramento quantas vezes acharmos necessário. Buscá-lo sempre que a angústia do pecado visitar nosso coração. A confissão é o caminho certo para o perdão dos pecados graves e a mudança de vida. 
Quando confessamos é como se jogássemos um balde cheio de sujeiras no lixo. A confissão varre esta sujeira que o pecado deixa e torna a casa de nosso coração limpa para que o Espírito Santo volte a morar nela. 
Quem gosta de morar em casa suja? O Espírito Santo também não gosta de habitar em nós com a casa (o coração) cheio de sujeiras que é o pecado. O pecado nos tira Deus e nos leva para o inferno. Por isso Jesus instituiu este Sacramento, pois, sabendo da nossa condição pecadora, caindo muitas vezes, oferece nesse sacramento sua mão e seus conselhos na pessoa do sacerdote cujo qual lhe representa.     

Confissão e comunhão: A comunhão não foi feita para os anjos, ao comungar, assumo uma busca de santidade de vida, um compromisso de amar a Deus e viver como Cristo na vida da Igreja, que passa a fazer parte de minha vida. Por isso uma boa confissão abre caminho para uma comunhão cada vez mais proveitosa e profunda. O que afasta da comunhão é o pecado grave, ou seja, uma ação que provocou um grande mal para mim e o meu próximo e, por isso, ofendeu a Deus. Quem sujou muito na lama do pecado não pode comungar; (1Cr 11, 27-31), assim, mesmo que não tenha oportunidade de me confessar posso comungar sempre.

Confissão e outras religiões e filosofias: Confissão é uma escolha de vida. Parece que ficou natural comungar participando de outras religiões, (que tipo de cristão católico é você?), partilhando de outras filosofias de vida que não são da Igreja na qual busco o perdão e partilho o mesmo Pão Eucarístico com os irmãos; benzeções, que não usam o nome de Cristo e pedem dinheiro ou materiais para rituais; filosofias de vida, ideologias ou grupos que pregam doutrinas estranhas (ou contra) o cristianismo faz uma confissão válida e pode comungar licitamente. Para maiores esclarecimentos procure o padre da sua paróquia. A participação na  escuta da Palavra de Deus em toda missa é um grande tesouro para nós. 

[mas confessar e procurar outro tipo de vida, que não seja fundamentada na orientação da Igreja é quebrar a aliança que Deus fez com você na Confissão, e mais, é negar o perdão que Deus lhe concedeu. Católico que é católico, acredita e segue uma só doutrina, uma só Igreja, um só Senhor e um só batismo.]

Confissão e Direção Espiritual: Quem vai confessar, deve preparar com antecedência por meio de um bom exame de consciência. Assim, já claro dos pecados que precisa confessar precisa colocar e o padre o ajudará nos esquecimentos e nos propósitos de viver melhor. Levar por escrito também é uma boa idéia. A confissão tem a ver com você e seus pecados, nada de partilhar da vida de outras pessoas, do amigo, do vizinho, do parente... etc. 

[vale lembrar que os mutirões de confissões são importantes, mas se desejar uma maior orientação espiritual, marque depois, com o padre um horário para conversar e assim tomar maiores orientações  de como agir e como caminhar e trabalhar melhor sua vida espiritual. Sabe porque os consultórios de psicologia estão cheios? porque falta gente nos confessionários!]

Confissão também tem propósito de emenda: isto é mudança de vida, que adianta confessar mas permanecer no erro?
 Quem confessa deve estar preparado para falar o que lhe pesa na consciência, fazendo uma revisão de vida, e estar disposto a mudar, a agir melhor, fazendo um propósito de reparar o mal que fez e mudando sua atitude para não pecar de novo. Sem vontade de mudar, de lutar contra os pecados a confissão perde o sentido.
Pelo menos lembre-se de que aquilo que você confessou, já foi perdoado e não precisa voltar a ser dito.
Deus perdoou, está perdoado! sua palavra não volta atrás, portanto, precisamos acreditar no seu perdão por meio de sua Igreja. O pecado confessado com sincero arrependimento já não existe mais, no momento em que você pediu o perdão no momento da Confissão.      

Ao rever esses conceitos devemos procurar mudar a nossa vida.
Anote em uma folha e depois vá e se confesse é o primeiro passo para iniciar uma boa conversão. Deus está sempre disposto a nos perdoar, basta que tomemos a atitude e procuremos mudar nossa vida e a nossa relação para como Ele, com a família e com o nossos irmãos. Lembre-se que a confissão depende de mudança, arrepender-se e esforçar-se por ser melhor a cada dia. Confessar e não mudar as atitudes com sinceridade e arrependimento não adianta. Deus deseja que mudemos de vida. Ao estar diante do sacerdote, devemos lembrar que ele está ali em nome de Jesus, representa Jesus Misericordioso para ouvir e te perdoar. Por isso, não se podemos omitir os pecados e nem ter medo de dizê-los por mais grave que seja, Deus perdoa. Se esquecer de algum, o que é natural, devemos dizer ao sacerdote na próxima vez que se confessar.  Basta que haja sinceridade e arrependimento de não mais pecar e um desejo profundo de conversão.  LEMBRE-SE: 

Através da Confissão, Jesus nos aguarda com um carinhoso abraço, e, Ele deseja que como filhos o procuremos e nos reconciliemos com Ele; é através do sacerdote que isso acontece.  Somente o sacerdote possui esse poder pela autoridade do Magistério da Igreja, delegado por Jesus para dar o absolvição. Mas antes de tudo é importante que nos reconciliemos com aqueles que ofendemos ou que causamos mal, devemos buscar o perdão, mas devemos  perdoar e sermos perdoados. Só assim estamos cumprindo a Oração do Pai-Nosso que diz: "Assim como nós perdoamos a quem os tem ofendido" - Depois devemos procurar o sacerdote, é  somente ele quem pode conceder a graça da absolvição dos pecados através da confissão. Porém, não é o sacerdote quem perdoa e sim, ele é um instrumento visível de Jesus para nós aqui na terra. Quando o sacerdote pronuncia as palavras de absolvição ele o faz em nome da Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo.   

Texto de: Elmando V. de Toledo




ORIGEM, HISTÓRIA E ESPIRITUALIDADE DA QUARESMA


De: Pe. Francisco Sehmen, csj. //(fonte)  Revista Brasil Cristão, ano 16, edição 187, de Fevereiro de 2013. 


A celebração da Páscoa, nos três primeiros séculos da Igreja, limitava-se a um jejum realizado dois dias antes. A comunidade cristã vivia tão intensamente a Fé - chegando ao martírio - que não sentia a necessidade de um tempo para renovar a conversão já acontecida no Batismo. Ela prolongava, porém, a alegria da celebração pascal por cinquenta dias (Pentecostes). Mas após o fim das perseguições com a "Paz de Constantino", muitos cristãos começaram a levar uma vida menos comprometida com sua fé, e surgiu a necessidade de um período de tempo para admoestar os fiéis sobre uma maior coerência com o Batismo. Nascem, assim, as prescrições sobre um período de preparação para a Páscoa.




No Oriente, os primeiros sinais de um período de preparação espiritual se dão no início do século IV, com escritos de Santo Atanásio, São Cirilo de Jerusalém e Santo Eusébio. No Ocidente, temos testemunhos no fim do século IV, com Etéria, Santo Agostinho e Santo Ambrósio. Não sabemos quando surgiu a Quaresma, sabemos apenas que ela foi se transformando, progressivamente. Até o século IV, a única semana de Jejum era a que precedia a Páscoa. Na metade do século IV são acrescentadas mais três semanas, correspondendo assim a Quaresma.

Neste tempo, que começa na quarta feira de Cinzas e termina na quarta-feira da semana santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado à reflexão e à conversão espiritual. Nesse tempo santo, a Igreja Católica propõe por meio do Evangelho proclamado na Quarta-feira de Cinzas, três linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade.

Durante 40 dias somo convidados a nos recolher e refletir sobre nossa vida. Buscando a comunhão com Deus. O Jejum exercita habilidades importantes como disciplina, força de vontade, concentração e vigilância. Além de nos tornar sensíveis à fome de muitos irmãos.

O jejum, feito por amor a Cristo, nos une a Ele em seu sofrimento. Há pessoas que vivem a Quaresma com pequenos sacrifícios, como abstinência de doce, bebida alcoólica, refrigerante, cigarro e televisão. Essas penitências são válidas, desde que estejam relacionadas a um verdadeiro gesto de conversão e crescimento espiritual. A prática de jejum é obrigatória para os cristãos católicos de 18 aos 60 anos, assim como a abstinência de carne - dos 14 aos 60 anos -, na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão. 

E os recursos economizados com a redução dos gastos com a alimentação podem ser revertidos para a caridade.

Celebrar a quaresma é, portanto, reconhecer a presença de Deus na caminhada, no trabalho, na luta, no sofrimento, e na dor da vida, como o povo de Israel, que andou 40 anos no deserto antes de chegar à terra prometida; como Jesus, que passou 40 dias no deserto antes de anunciar o reino.


A Quaresma é um tempo em que nos preparamos para viver, de maneira intensa, livre e amorosa, o momento mais importante do Ano Litúrgico, da História da Salvação: a Páscoa, aliança definitiva, a vitória de Jesus sobre o pecado, escravidão e a morte.   


   




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