sexta-feira, 29 de agosto de 2014

PENTECOSTISMO E CARISMATISMO - Seus Perigos - PENTECOSTES E SEU SIGNIFICADO PARA O POVO CRISTÃO



O atual Carismatismo ou Pentecostismo, que é praticado pelo protestantes e católicos teve sua origem no protestantismo no começo do século nos EUA. Diferente do que aconteceu em Pentecostes como lemos no início do Livro dos Atos dos Apóstolos.
Uma estudante protestante afirmou ter tido de repente, uma "sensação de paz e gozo". Ela atribuiu esse fenômeno a Cristo. Passados alguns dias toda a Comunidade se davam as mesmas manifestações. Que foram interpretadas como Batismo no Espírito.   Assim nascia o movimento pentecostal protestante que pretende "reviver" os carismas extraordinários dos Apóstolos no dia de Pentecostes.

Era natural que a fé-confiança, de Lutero, essencialmente despreocupada com a precisão doutrinária das verdades, viesse a desembocar na explosão de manifestações sentimentais do carismatismo. O que é totalmente anormal é que a Fé católica, que exerce adesão pelas verdades reveladas por Deus e propostas pela Igreja como necessárias para crer e para salvar-se, tenha sido de tal modo adulterada a partir do Concílio Vaticano II e que viesse assumir essas manifestações exacerbadas de sentimento religioso. 

No campo católico, esse pentecostismo chamou-se Renovação Carismática. E vem recebendo maior aprovação das autoridades eclesiásticas pós-conciliares. 
"Pentecostes" palavra de origem grega, que quer dizer "quinquagésimo dia"  , foram os 50 dias após a ressurreição de Jesus em que Ele, enviou o Espírito Santo sobre os Apóstolos conforme a sua ordem: "não se afastarem de Jerusalém mas esperarem a promessa do Pai",..." pois sereis batizados no Espírito Santo dentro de poucos dias". (At1, 4-5)

Batizados aqui significa "banhados" ou "inundados", e não outro batismo diverso do Sacramento do Batismo. Significa a graça especial do envio do Espírito Santo com abundância de seus dons extraordinários.

A abundância de dons extraordinários, visava socorrer a Igreja nos momentos difíceis no começo em que devia aplicar-se em converter os judeus e os pagãos idólatras. Eram dons da ordem dos carismas, os quais não se destinam ao bem pessoal de que quem os recebe, mas de toda a Comunidade dos fiéis.

Ao lado desses carismas transitórios, proveu Jesus a sua Igreja dos Santos Sacramentos como canais normais e permanentes da graça divina, que conferem dons para beneficiar cada um em particular.

O Carismatismo se não bem usado comete o erro grave de pretender renovar, um clima de exaltação super emotiva aqueles carismas extraordinários. 

Um erro que pode ser grave porque se não bem acompanhados pode expor os fiéis à ilusão com a esperança de estarem recebendo graças especiais, quando pode se tratar de uma simples explosão natural de sentimentos. Esse erro é tão perigoso que, o demônio pode afluir e servir destes estados de super exaltação para produzir certos fenômenos extraordinários com aparência de coisas verdadeiras para enganar e perder a muitos. Uma grande inverdade é a oração em línguas que "os carismáticos" dizem fazer. Para que serve? quem os entende? ... o que há é uma confusão , que "não se parece traduzir" o que se ora, e que São Paulo já exortava antes. Pois o "dom de falar e orar em línguas se não houver compreensão da assembléia, de nada serve para a edificação da Igreja". De nada tem haver com o Espírito Santo, não passa de um teatro. O fato é que muitos líderes católicos e padres estão embarcando nessa e incentivam os carismáticos, achando que isto é unção do Espírito Santo. É mentira e engodo! Desafio a qualquer autoridade religiosa ou sacerdote dos mais estudiosos a decifrar o que se passa quando os "carismáticos" ou "pentecostais" dizem falar ou orar em línguas. Não há sequer interpretação.  

O QUE SIGNIFICA PENTECOSTES, E  COMO ACONTECEU O DOM DE LÍNGUAS NOS ATOS DOS APÓSTOLOS?

Quando abrimos a Bíblia no Livro do Êxodo 34, 22, lemos a prescrição de celebrar a "Festa das Semanas", por ocasião da colheita do trigo.
Tratava-se de uma confraternização religiosa própria do mundo rural, sete semanas após a festa dos pães ázimos, que lembrava a Páscoa dos judeus. Mais tarde já com o culto centralizado no Templo e caracterizado por sacrifício de animais, Pentecostes, mais que uma festa da colheita, era o dia em que os judeus comemoravam a promulgação da Lei de Moisés, isto é os 10 Mandamentos, (Lev23, 15-22); que era celebrada "50 dias" após a Páscoa judáica. Assim no AT, costumes religiosos do mundo rural adquiriram também uma característica histórica, lembrando a libertação da escravidão no Egito e aliança que Deus fez com Moisés no monte Sinai. (Dt16, 9-12)

Para nós cristãos Pentecostes já não tem referência alguma ao mundo rural. De fato, passou a ser a festa que faz memória do envio do Espírito Santo sobre os Apóstolos e Discípulos de Jesus. É verdade que há vários momentos em que o Espírito Santo é dado aos seguidores de Jesus, como em Jo 20, 22-23; At 8, 17; 10, 44-45.
Contudo a cena-ícone do Pentecostes cristão é narrada em Atos 2, 1-36; porque constitui o ponto de partida de uma nova Comunidade, unida pelo Espírito de Jesus e enviada como missionária a todos os povos.

É a manifestação maior da Terceira pessoa da Santíssima Trindade tal como Jesus prometera, (Jo 14, 16-20; 16, 5-15). Ele irá continuar a obra redentora de Jesus, não mais através de algumas pessoas privilegiadas, mas através da própria Igreja. Nessa cena também se destaca a figura de Maria (At1, 14); aquela que atraiu para si o Espírito Santo, para gerar a pessoa de Jesus, e agora trai novamente para gerar a Igreja de Jesus.

Os dons do Espírito Santo em Pentecostes não coincidem com os dons da tradição dos sete dons, que normalmente tomamos do Antigo Testamento, do profeta Isaías, (Is11, 2-3);  Aqui vemos os dons da coragem de ser missionário e dar testemunho de Jesus Ressuscitado, do entendimento do mistério pascal de Jesus, da união e da alegria de ser cristão, da partilha de bens, para que ninguém passe necessidade, do amor fraterno e da concórdia, que faz com que todos se compreendam entre si, apesar de serem de diferentes culturas e línguas. Enfim, inrrompe algo novo dentro da sociedade romana e judaica da época com uma força de atração impressionante. 

( Rev. de Aparecida Ed. 05/2010 - texto de Pe. José Ulysses da Silva, CSsR) 


Segundo narra o Livro dos Atos que, na descida do Espírito Santo o povo, que ali se encontrava, (pois era a festa da colheita), começou a entender em seu seus próprios idiomas a pregação dos Apóstolos. O fenômeno que acontecia era esse: Os Apóstolos e os presentes ali que receberam o Espírito Santo, começaram a falar, louvar e bendizer a Deus. Os de fora, (de outras regiões), que ali se encontravam os ouvia em seu idioma ao mesmo tempo cada qual em sua língua . O Espírito Santo através desse  fenômeno  traduzia o a palavra dos Apóstolos e discípulos de Jesus (idioma Aramáico), para o idioma deles, como se fosse um tradutor simultâneo. Porque aconteceu isso? O Espírito Santo se adiantou em ser o primeiro tradutor de Línguas. Como era impossível, (na força humana) para falar à pessoas de diversas regiões ao mesmo tempo, o Espírito Santo descido sobre todos ali no Cenáculo, agiu de forma tal a fazer com que eles ouvissem os Apóstolos e os entenderam nos seus próprios idiomas para que eles cressem em Jesus, dessem conta do que se passava e se convertessem.  Junto com esse milagre veio também a Força para preparar a Igreja que ali nascia para  Anúncio do Evangelho. Para isso o Espírito Santo derramou seus dons e sua força santificadora de modo a reanimá-los para a missão que iam empreender. 
   
Isto podemos comprovar claramente no Livro dos Atos dos Apóstolos: ...."não são todos galileus? como é que nós os entendemos falar em nossa própria língua?" (Cf. At 2, 7-8)
Nesta ação espetacular do Espírito Santo veio CONGREGAR num só povo e UNIVERSALIZAR a Igreja de Jesus, (até então os cristãos ou nazarenos, como eram conhecidos), passaria ser conhecida em todo mundo mais tarde  como: IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA. Um outro significado é que, Deus uniu e e instituiu pelo Espírito Santo um Novo Povo, que antes na Torre de Babel, o povo que ANTES falava  em uma só língua, foi separado, POR CAUSA  DO ORGULHO; e cada qual passou a ter um idioma diferente. (A Bíblia fala que Deus os confundiu em sua Língua. Cf. Gên11, 1-9); Com a Igreja de Cristo e pela efusão do Espírito Santo o novo povo de Deus, eleitos de diversos lugares foram Congregados num só povo, O POVO CRISTÃO. Por isso é que Aconteceu o dom de Línguas. (Cf. At2, 1.3,5-6). Esse dom foi único, só aquela vez de modo a chamar à conversão todos que ali se encontravam para que eles entendessem e aceitassem Jesus. Até então Pentecostes era uma festa popular da Judéia que reunia gente de todo lugar. Somente depois é que a palavra Pentecostes passou ser usada na Igreja para significar a descida do Espírito Santo. Porque foi no "Dia da festa Colheita", isto é em Pentecostes, que Jesus enviou seu Espírito. Então esse dia se tornou sagrado para Igreja e recebeu este nome: Dia de Pentecostes, que daquele dia em diante significa para nós cristãos: Dia da descida do Espírito Santo.     
Eis o que significa Pentecostes, a presença do Espírito Santo na Igreja, uma força invisível, mas muito bem percebida, que é a própria essência da Igreja, sem Ele a Igreja seria um museu histórico, jamais porém uma força missionária. Capaz de atravessar vinte e tantos séculos cheias de vida gerando muitos santos e santas. O momento de Pentecostes para cada cristão é o dia da sua Crisma. Ela lhe concede o próprio Espírito Santo, como dom, e o marca como Templo vivo d'Ele. Ela tem força de fazer acontecer em sua vida, a mesma experiência daquela primeira Comunidade, reunida em torno de Maria Santíssima. Por isso é tão importante que em todas as nossas orações, jamais deixemos de suplicar com insistência: "Pai por vosso Filho, dai-me o Espírito Santo!" 

Hoje o Espírito Santo inspira e anima a Igreja do mesmo modo, mas a sua inspiração é dada através da Sagrada Escritura e dos ensinamentos dos Santos Padres ao longo da história. Se realmente acontecesse com o tal "dom de línguas" como veem os carismáticos e os pentecostais como a Igreja se serviria disso para instruir os fiéis sendo que ninguém é capaz de traduzi-los?  


O QUE PODE E NÃO PODE ACONTECER DENTRO DOS MOVIMENTOS CARISMÁTICOS 

Causa estranheza ver nos movimentos carismáticos pessoas falarem coisas estranhas, sem som distinto, incompreensível afirmando que aquilo é dom de línguas. Pode ser e pode não ser verdade, no ponto de vista bíblico não tem nada a ver com o dom de línguas revelado em Pentecostes. Então vamos separar o "falar em línguas" do dom de "orar em línguas"; que é o que estamos discutindo neste artigo: 
Em At2, 1-13 nós percebemos dois fenômenos distintos:

No primeiro, que chamamos de "dom de lalar línguas", o Espírito Santo permitiu que houvesse um tipo "de tradução simultânea". Os Apóstolos falavam em suas línguas, o aramaico, e as pessoas de outras nações que ali se encontravam entendiam em seus próprios idiomas o que lhes era transmitido.   

No segundo momento parece que houve o fenômeno da "oração em línguas", porque o texto diz, que havia uma uma certa confusão de línguas estranhas; o versículo 12 diz que: eles estavam atônitos que uns diziam zombando que eles estavam bêbados (porque não conseguiam entender o que eles falavam).  

Não é errado orar em línguas, mas o que não pode acontecer está acontecendo, o modismo de usar esse modo de rezar nas assembleias. Algo que os bispos pedem cuidado. Está na moda hoje, sobretudo na RCC "orar em línguas". Mas isso não pode ser feito a torto e à direito. E nem todo mundo que diz "orar em línguas" o faz de verdade. E os bispos pedem que sejam observados os critérios para que seja feita esse tipo de oração.  

A oração em línguas, (1Cr12, 4-11) deve ser distinguida da seguinte forma: 

a) Falar em línguas  (a pessoa fala em sua língua e outras de diferentes idiomas conseguem entender em seus próprios idiomas)
b) Orar em línguas. A pessoa ora com palavras incompreensíveis que em estado de êxtase parcial, ou seja, a pessoa compreende tudo o que se passa à sua volta e pode parar assim que desejar. É uma manifestação espiritual ao qual o espírito santo toca a pessoa e ela passa a falar em línguas estranhas. Mas o faz de forma consciente. 

Se o fato acontecer em êxtase total, ou seja, a pessoa não consegue voltar à realidade nem parar por força própria é sinal que a pessoa está sobre efeito demoníaco, ou então, sofre de algum problema mental.    

O fato é que esse tipo de oração não pode ser usado nas assembleias. Como aconselha a própria CNBB. E hoje nem todos que oraram em línguas o fazem de verdade. Também não existe formas, cursos, etc. pois, do chamado "orar em línguas " é uma inspiração do Espírito Santo. É considerado um dom especial.           

Então há uma grande diferença entre dom de línguas e orar em línguas. Para justificar chegam a dizer que aquelas falas estranhas é a língua do Espírito, não é verdade.

E daí a orientação de que essa "oração em línguas" seja feita fora da assembléia. Deve ser algo pessoal.

Espírito Santo une a Igreja em uma só fé e uma só língua como pode o mesmo Espírito Santo causar desentendimento confusão, balbúrdia dentro da Igreja? Como pode transformar a casa de Oração em uma platéia de circo com vivas, gritos, barulhos e bate-palmas?

Quem falar em línguas deve interpretá-las. E quem ora em línguas deve ter entendimento daquilo que se ora.

São Paulo diz que aquele que ora em virtude desse dom, se não tiver interpretação, o espírito ora mas o entendimento fica sem fruto. E uma oração sem fruto não serve pra nada, são palavras ao  vento. (1Cr14, 13-15)

Note neste mesmo capítulo de 1Coríntios 14 a partir do versículo 22-39; São Paulo transmite este mandamento, cuidado como deve ser usado esses dons de falar em línguas e orar em línguas! Não se deve usar esses dons toda hora. Nem todos que estão na assembléia tem a mesma capacidade de entender o que se passa ali, e assim como aconteceu em Pentecostes, vão achar que estão loucos. Se falar em línguas tem que haver quem as interprete. Se mais de um profetizar, fale um só por vez. Para que as pessoas entendam. Isso vale para nós hoje também, a Igreja é a mesma. 
Se uma pessoa que nunca participou de uma assembléia, chegar na Igreja e ouvirem pessoas falando em línguas sem ninguém explicar, se cada um falar tudo de uma vez, se começar a orar em línguas. Nunca mais essa pessoa vai voltar àquela comunidade. Vai achar que ali só tem loucos. É o que acontece hoje em muitos lugares. Pessoas simples não entendem este lado espiritual da Igreja. As vezes até ficam por acharem bonito, mas não darão frutos. E São Paulo conclui dizendo: "Deus não é de confusão, mas, de paz".

OS PERIGOS          

O Espírito Santo é uma força divina, que move os corações e os pensamentos de modo a Santificar as almas e também impulsionar o espírito missionário.  
Nesse sentido veja o que São Francisco de Sales, doutor da Igreja já dizia:

"Tem-se visto em nossa época pessoas que creem que foram muito freqüentemente raptadas em "êxtases"; E a cabo descobria-se que não passava de ilusões diabólicas. 

Assim, certo sacerdote no tempo de Santo Agostinho punha-se em êxtase sempre que queria, cantando e fazendo cantar uma ária lúgubre. (...) O admirável é que seu êxtase ia tão longe que não sentia o fogo que lhe aplicava, a não ser depois voltado a si..., e ficava sem respirar"

E o Santo segue advertindo-nos de que o maligno pode transformar-se em anjo de luz, operar êxtases e prodígios e outros milagres extraordinários para perder as almas confundindo-as. São João da Cruz também afirma: "...quando a alma procura estas comunicações abre as portas para o demônio!" 

Um outro caso; o ex-pastor, Francisco Almeida de Araújo, da igreja Batista, conta-nos que nos EUA, um antigo pastor missionário na África e conhecedor de vários idiomas e dialetos africanos  , certo dia encontrou em sua igreja um grupo de jovens "falando em línguas". Mas tomou um grande susto ao conhecer que aqueles jovens proferiam blasfêmias contra Nosso Senhor em um dialeto africano que ele conhecia bem. Era pois o demõnio que inspirava a mente daqueles jovens em estado de transe a dizerem blasfêmias. O mesmo fenômeno já aconteceu nas "falas de línguas" do carismatismo católico.
Porém o  "falar em línguas" não foi proibido mas exortado, que se tomasse cuidado, São Paulo diz que a "dom da profecia" é muito mais importante e deve ser usado para edificação da Igreja. (Cf. 1Cor14, 5-6) ... Para São Paulo de nada adianta falar em línguas se isto não traz nenhum proveito para a Igreja a não ser para a pessoa. Já a profecia, (no sentido de anunciar o Evangelho, denunciar e ajudar combater as injustiças), é importante para a Igreja, Deus se serviu dela desde o Antigo Testamento, através de homens justos para ajudar o povo a caminhar, servir dela com seu Filho Jesus para pregar a Boa Nova, serviu dela pelos Apóstolos e serve dela pela sua Igreja.


O QUE DIZ SÃO PAULO SOBRE "O FALAR EM LÍNGUAS"?


São Paulo, em boa parte do Capítulo 14 da 1a. Carta aos Coríntios,  vem explicar-nos sobre  "o falar em línguas"; segundo São Paulo,  não é proibido, porém, não é importante pois não enriquece a Igreja. Primeiro porque ninguém entende o que se fala, depois não traz ensinamento nenhum; a pessoa que fala em línguas é como um instrumento musical desafinado, que não produz música. Quem afirma é São Paulo! 1Cr14, 6-7.
A gente vê nos movimentos carismáticos pessoas bem intencionadas que acreditam e se dizem "falar em línguas", (e outro erro mais grave é que são até incentivados por dirigentes da Igreja, sacerdotes e bispos); por acaso você entendeu, ou melhor, compreende o que eles falam? ...  Alguém já os interpretou sob os dons do Espírito Santo? ... Ai está a raiz do problema, porque se tais falas estranhas não podem ser interpretadas não podem ser dons de línguas, isso não é obra dop Espírito Santo e sim um estado, uma euforia que em nada contribui com a fé das pessoas. Parece moda agora tudo agora é dom de língua pra lá e pra cá. Mas, onde está o verdadeiro culto a Deus? Onde está a verdadeira oração que a Igreja ensina?


A Igreja não proíbe que se use esse dom, mas se ele não servir para edificação da Igreja e se não for interpretado não resolve nada. É o que nos diz S. Paulo. A pessoa ora, mas o espírito fica sem frutos. E Paulo conclui dizendo que ele tem sim o dom das Línguas mas ele prefere "na Assembléia" usar de suas próprias palavras para que o povo entenda. (Cf. 1Cor14, 8-19); não é recomendável o "falar em línguas" dentro da Assembléia, porque confundirá a todos.
São Paulo dá a entender que o conhecimento de "falar em línguas" é falar o idioma patrício, não um "dom sobrenatural". Nisso sim, quando pois todos sabemos que ele era um Rabino antes de se converter, estudou e falava em vários idiomas conhecidos na época: Hebraico, Aramáico, Latim e Grego. Pois ele tinha dupla cidadania era Judeu, mas tinha cidadania Romana. Ele explica bem no versículo versículo 18, depois vem explicar dentro da Palavra de Deus o porque não "fala em línguas" ...esta escrito na Lei: "Será por gente de língua estranha e por lábios de estrangeiros que falarei ao meu povo, (não por dom de línguas); e nem assim me ouvirão!" (Is28, 11s.) Para São Paulo o "falar em línguas" traria confusão dentro da Igreja porque uns compreenderiam, outros não, achariam que eles estavam loucos, semeariam então confusão e traria injustiça, (usar o bom senso no sentido de que, todos tem o direito de ouvir o Evangelho proclamado) a Assembléia. Para São Paulo, quem age assim se comporta como uma criança. 


OUTRO ERRO GRAVE DO CARISMATISMO OU PENTECOSTISMO - é pretender uma comunicação do Espírito Santo e da graça divina por outros meios que os Sacramentos estabelecidos por Nosso Senhor.
De fato além da afirmação de Jesus: "Quem não nascer da água e do Espírito não entrará no reino dos Céus, (Jo 3,5). Assim ordenou Jesus: "Ide pois pregai o Evangelho à toda criatura, ensinai as todos e batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei!" (Mt 18, 19-20).
Portanto a Comunicação com o Espírito Santo se faz pelo Sacramento do Batismo. Por isso já em Pentecostes, o que os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, julgaram mais necessário para cumprir o Ordem de Jesus foi batizar os primeiros convertidos.
Mas também outros Sacramentos operam de modo diverso, no sentido de garantir a permanência do Espírito Santo na alma do fiel ou recuperar sua habitação.


Nesse sentido ouso citar uma Instrutiva de da página de D. Lefebvre, (em Renovation Carismática)


" O que fizeram os Apóstolos senão batizar? Eles comunicavam o Espírito Santo a todos os que tinham fé, a todos que criam em Nosso Senhor. É assim que a Igreja, sob a Influência de Cristo, sempre comunica o Espírito Santo. Todos nós recebemos o Batismo. Devemo meditar com mais atenção a grande realidade de nosso Batismo. A recepção deste sacramento opera nas almas  uma grande transformação".  "os outros sacramentais vêm completar esta efusão do Espírito santo operada em nosso Batismo. Assim, o sacramento da Confirmação  nos comunica também numa maior profusão, os dons do Espírito Santo, pois, temos uma necessidade deles para alimentar nossa vida espiritual e cristã!"   


"Mas não é tudo. Com efeito Nosso Senhor quis que dois Sacramentos em particular intensificassem em nós a comunicação com seu Espírito com a efusão de seus dons de forma frequente são os Sacramentos da Confissão e da Eucaristia. A penitência reforça a graça que recebermos em nosso  Batismo e purifica a nossa alma de seus pecados. Pois não podemos pensar em receber as abundantes graças do Espírito Santo se estivermos em pecado. Este Sacramento restitui, pois,  força do Espírito e o poder da graça.


E o sacramento da Eucaristia que nos é dado pela celebração do santo Sacrifício da Missa que renova  a oblação sacrifical de Cristo e nos aplica os frutos da Redenção. Na Eucaristia recemos ao mesmo tempo a santificação de nossas almas, que nos afasta do pecado, e a união com Nosso Senhor, bem como a força do Espírito Santo.


Os Sacramentos do Matrimônio e o da Ordem santificam a sociedade. Aquele santifica as famílias; este é concedido para comunicar precisamente o Espírito Santo a todas as famílias cristãs, a todas as almas.
Finalmente, o Sacramento da Unção dos Enfermos nos prepara para receber a plena Vida Eterna ou o recobramento da saúde, pela ação do Espírito Santo. (Rev. Tradicion Catolica no. 34, fev. 1998).


No entanto cabe lembrar que de tudo não é a Renovação Carismática que é um movimento desaprovado pela Igreja. Pois ela tem tido muito acompanhamento espiritual dos sacerdotes e bispos, com efeito tem trazido nestes tempos muitos fiéis para a Igreja atraídos pelo seu carisma próprio. Mas aqui se trata de discernir "certos" comportamentos da RCC que não estão de pleno acordo com a Palavra de Deus, por isso se torna perigoso, se não  discernirmos o que benéfico ou não dentro do "carismatismo".  Sejamos antes críticos até com nossa própria fé.


Entender a pessoa do Espírito Santo e como Ele age é muito difícil, provar que tudo que se faz numa religião é obra de Deus também é difícil, muito mais se não adquirirmos a experiência em nós da prática dos Sacramentos e da observância concreta da sua Palavra. O Espírito Santo age onde Ele quer, inspira quem ele quer, mas "nem sempre" as coisas acontecem realmente pela inspiração de Deus. O demônio, astuto como ele é, também usa da religião e da palavra de Deus para confundir e perder as almas. Haja  visto que ele tentou Jesus, citando os Salmos da Escritura Sagrada. Por isso seja crítico. Quando se vê muita empolgação em um grupo, que mais parece "fogo de palha", curas miraculasosas, comoção externa de pensamentos, choros, gritos, aparições, etc. É sinal que alguma coisa está errada. Pois, com prudência, a Igreja vem pesquisando vários destes  fenômenos e muitas vezes se descobre que não tem nada de extraordinário, mas sim, fenômenos psíquicos que facilmente se pode provar. A ação do Espírito Santo em um grupo, pelo contrário, é duradoura e produz muitos frutos. Frutos esses que fazem diferença na vida particular, familiar e comunitária.


Neste tempo em que nos preparamos para celebrar Pentecostes, possamos refletir: Estou dando valor e recebendo bem e preparadamente os Sacramentos da Igreja? - Que consciência eu devo ter da ação do Espírito Santo dentro da prática de cada um d'Eles?                  

A QUARTA-FEIRA DE CINZAS E A QUARESMA

  A  Cinza não apaga pecados. A cinza é um sacramental, um rito penitencial, é sinal de conversão; para nos lembrar que somos pó e ao pó v...