quinta-feira, 29 de junho de 2017

"NÃO TENTARÁS O SENHOR TEU DEUS" - Os abusos cometidos pelos "pastores" protestantes quanto ao dízimo e as ofertas.

“NÃO TENTARÁS O SENHOR TEU DEUS”. Dt 6, 16

É com essas palavras de Deuteronômio que começo esse assunto para falar dos falsos pastores que usam da ingenuidade das pessoas para tirar proveito próprio para suas denominações.
Esses “pastores” adeptos da teologia da prosperidade ensinam que para Deus conceder uma graça ou atender seu pedido você tem que fazer um propósito como por exemplo, dar em troca do que eles chamam de prova de “fidelidade”.

Confesso que não fiquei surpreso com um vídeo que vou deixar no final deste artigo para que vocês caros leitores tirem suas conclusões.
Trata-se de um vídeo do Pastor Silas Malafaia onde o mesmo pede descaradamente que os fiéis de sua igreja doem parte de um mês de aluguel somados em um ano para Deus em troca de prosperidade. 
Quer dizer, ele diz que é para Deus, mas é para sua congregação. Ou seja, a pessoa trabalha, como se não bastasse, tem pagar os 10% do dízimo que eles pedem, agora inventaram que os féis de sua igreja se quiser que Deus dê prosperidade ao "crente" terá de fazer essa contribuição absurda. Há outros vídeos de "pastores líderes" da Igreja Universal do Reino de Deus pressionando os outros "pastores" a extorquir seus fiéis. Isso pode ser chamado de cristianismo? Podemos considerar essas denominações como sérias? Sem contar com outros absurdos e heresias que esses que se julgam "pastores" cometem. 
Recentemente vimos noticiados pelos jornais o tal falso apóstolo Valdomiro Santiago, da seita "Igreja Mundial do Reino de Deus", dizendo que sua camisa suja, ensanguentada de uma "suposta facada" que levou fazia milagres. Heresia! porque só o sangue de Cristo pode nos curar e nos salvar. Sangue de nenhum homem pode fazer isso. 
Ele usa isso para convencer os seus fiéis que é um homem de Deus. Mentira! Chora, faz um teatro, diz que está sendo perseguido digno dos filmes de Hollywood. E já se tornou até alvo de piadas na mídia. Tudo isso extorquir ainda mais seus seguidores. Engraçado né ... o Valdomiro que se julga tão santo depois da "suposta" precisou ser socorrido. Ué! mas ele não é milagreiro? Porque não curou a si mesmo? E o povo achando uma maravilha ... hipócritas! Jesus disse que esse tipo de gente são como os antigos fariseus, são como os sepulcros caiados. Por fora muito bonitos, por dentro cheio de mofo e podridões. Jesus disse que esse tipo de gente não entra no céu e nem deixa os outros entrarem. (Mt23,27-32)

Tem muita gente de boa intenção, mas ignorantes na fé tentando a Deus, se escandalizando por causa disso. Ai daquele que se escandalizar, disse Jesus. (Mt18,6) Na verdade, tudo que eles desejam é acumular fortunas, comprar fazendas, helicópteros, mansões, apartamentos em lugares valorizados. Eu desconheço, nem vou falar do Exterior, vou citar alguns exemplos de nomes aqui no Brasil. Procure saber qual é o patrimônio desses "pastores". Paiva Neto, Silas Malafaia, Edir Macedo, RR Soares, Valdomiro Santiago, etc. Sem contar que muitos desses "pastores" estão envolvidos com a maçonaria.
Procure saber o que eles têm se suas fortunas são compatíveis se recebessem apenas um salário de pastor. A diferença é que como eles arrecadam e hoje, pela Lei brasileira as igrejas são insentas de declararem o Imposto de Renda. O que é um erro porque hoje para abrir uma "igreja" precisa tirar CNPJ, ela se torna pessoa jurídica como qualquer outra empresa. Mas como essas instituições tem o aval da Lei passam fácil aos olhos dos mais simples.  Qual o Deus deles senão o dinheiro, o poder o ter mais e mais ainda que custe o sacrifício daquele que muitas vezes deixa de comprar o pão do filho para dizimar ou ofertar. 
"Não tentarás o senhor teu Deus" - foi o que  disse Jesus a satanás. satanás também prometeu prosperidade a Jesus se ele o servisse. Satanás sabia que nada disso era verdade que Deus era o dono de tudo, no entanto ele tenta Jesus. "Se me prostrares e adorares tudo isso será seu!"  Veja se não mais ou menos assim que acontece. E aí tentam a Deus acreditando nesses falsos pastores. Enchem a boca para dizerem que são crentes, pregadores da palavra de Deus. Oh! creem em quem?                
 Bem, isso não é nada, ainda há mais ... Outros líderes dessas seitas como a IURD pedem apelando até para propaganda e usam artistas, como se a Igreja fosse uma empresa. Vendem Jesus como se ele fosse um produto qualquer na prateleira de supermercado. Apelam até para falsos depoimentos. Usam a Mídia como ferramenta para venderem prosperidade como se fosse um produto.   
 Eles usam de uma lábia sensacional e da oratória, alguns fazem até curso para isso, para arrancar a todo custo em nome de um “Deus” que só dá se você contribuir. E até metem medo nas pessoas. Mentira! Mentira! Mentira! – No fundo o que esses “pastores” querem é encher os bolsos sem esforço algum e usam de estratégias para obterem lucro em nome de um Deus que não compactua com esse tipo de coisa. 

O que eles querem é encher seus cofres, andar de avião, de carro importado, é pagarem para que seus filhos estudem nos melhores colégios e morarem em apartamentos em zona nobre ou então em mansões. Enquanto que a prosperidade dos seus fiéis é diferente, muitas vezes é ir de ônibus coletivo para o trabalho, ter um carro velho, receber salário mínimo e terem seus filhos estudando em escolas públicas. Onde está o compromisso desses líderes com as causas sociais e com seus fiéis. Nenhum. Onde moram seus fiéis, muitas vezes em lugares insalubres, em casebres, recebem pouco. Dormem mal e acordam cedo para trabalharem. Moram nos submundos das favelas, no meio da fome e da violência.  

Além de explorarem a fé das pessoas de um modo vil e cruel, cometem o grave pecado da indução ao erro da interpretação da Sagrada Escritura. Do engodo e da lavagem cerebral prometendo aquilo que Deus jamais irá fazer, pois Deus é inimigo da riqueza, do poder, da exploração dos fracos. Usurpam a palavra Jesus, mas, Ele disse que "aquele que escandalizar um pequenino seria melhor se fosse atirada ao mar com uma pedra de moinho no pescoço que levar os pequeninos ao escândalo". (Lc17,2) Jesus no evangelho usa a pessoa da criança, que ele chama de pequeninos, como linguagem figurada para dizer que ninguém tem o direito de escandalizar, abusar do pobre, do indefeso, do marginalizado, daqueles que a lei e a Igreja (nos dias de hoje) esqueceram. Esses pequeninos do reino são justamente aqueles que são explorados pelo sistema capitalista, pelo civil e o religioso que ao invés de dar apoio e proteção, os exploram anunciando a eles um Jesus que só salva o pecador se ele for bom contribuinte com as ofertas e o os dízimos. Esse Jesus que eles pregam só existe para eles porque é um Jesus interesseiro, diferente daquele Jesus que disse: "Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância". Jo10, 10.   
O principal de um líder religioso não devia ser o acúmulo de bens e dinheiro, mas, é salvação das almas. É conduzir as pessoas ao conhecimento e a experiência de Jesus e com ele conhecer a graça da salvação. É esse o papel da Igreja e dos seus pregadores.
No entanto, esses “lobos em pele de cordeiro” estão mais preocupados em vender um “Deus” que eles criaram para suas fontes de lucro, do que o Deus vivo e verdadeiro que eles dizem seguir. E o pior, incham como sapos para denegrirem a imagem da Igreja Católica como se a deles fossem tão santas. Já ouvi alguns “pastores” dizerem, (porque está na moda, aliás, eles criaram essa moda não sei de onde), que não falam de religião, que religião e Deus não combinam... Claro! do ponto de vista deles não combina mesmo, porque a religião ensina Deus abomina a ganância, a opulência a vaidade e a riqueza. Logicamente um ser religioso não vai ter a coragem de explorar seus semelhantes como eles fazem. Sem falar que assaltam seus fiéis passando-lhes mel na boca ao invés de um revólver, são estelionatários da fé. Deus não é um comerciante. 
Deus nos dá de acordo com o que merecemos o necessário para nossa vida. A uns mais, a outros menos, como na parábola dos talentos. No final seremos chamados a prestar contas. Se Deus fosse um comerciante quanto você acha que valeria o sofrimento de Cristo na Cruz por você? Impagável não é mesmo? Pois Deus enviou seu Filho para nos salvar e como não podíamos pagar por isso ele se ofereceu livremente em sacrifício por nós. Ele não nos pediu dinheiro, apenas pediu que crêssemos em seu nome e o aceitasse como Senhor e Salvador. Agora eu vejo muitas pessoas batendo no peito, dizendo que aceitou Jesus, orgulhosos dizendo serem “crentes” caindo nessa contradição.  Nós não temos nada a pagar para Deus. Jesus já fez isso por nós. Devemos buscar a Deus livremente como verdadeiros filhos obedientes a ele e viver segundo sua Palavra. Disse Jesus: "Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça, e tudo mais lhe será dado em acréscimo" (Mt6, 33),  diz Nosso Senhor Jesus.
            Estive pesquisando a Sagrada Escritura para ver se o que esses “pastores” andam dizendo, se essa tal “teologia da prosperidade” bate com os ensinamentos bíblicos e eu descobri que esse negócio de dar algo em troca das bênçãos de Deus, ou para conseguirem um propósito diante de Deus, além de um atentado é tentar o próprio Deus. É uma abominação e afronta o próprio Evangelho.
            Jesus ao enviar seus discípulos mandou-os de dois em dois. Tais deveriam entrar nas cidades, não levarem mochilas, nem dinheiro. Comerem o que fossem oferecidos e oferecer o ósculo da paz. (Mt10, 9)
            Jesus também disse que não devemos ajuntar tesouros na terra, mas sim, no céu onde a traça não rói e a ferrugem não corrói. (Mt6, 19)
            Jesus disse que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino do Céu. (Mt19, 24)
            Mostrando que a riqueza e a opulência não vale para nada, temos como exemplo a parábola do rico e do Lázaro, onde o rico opulento foi para o inferno porque na terra dava mais valor às riquezas e não fazia caridade.  
            O Livro dos Atos dos Apóstolos (At2, 44-47) nos mostra a verdadeira identidade do cristianismo; na Comunidade dos primeiros cristãos os ricos que se convertiam vendiam suas propriedade e entregava aos Apóstolos como ofertas para as obras de caridade. Os bens eram repartidos por igual, de modo que ninguém passasse necessidade. Mas não fala nada em dar ofertas nas esperança de obter prosperidade. A única coisa que a bíblia fala que Deus concedia graças pela fidelidade e pelo amor ao próximo que eles tinham cumprindo o Mandamento de Jesus na última ceia, “amai-vos uns aos outros como eu vos amei!”.
Aliás, as ofertas e os dízimos que damos não é para Deus, mas, para sua obra. As ofertas e os dízimos devem serem dadas de coração. Isto é, voluntariamente pela própria pessoa e não algo forçado. 
Recentemente eu vi uma postagem no Facebook onde uma pessoa que sendo frequentadora da Igreja Universal do Reino de Deus, não estava sendo fiel com o dízimo e recebeu da IURD  uma carta de protesto. Sim! Uma carta de protesto, tipo aquelas que as pessoas inadimplentes recebem do Cartório ou do SPC/CERASA. Onde está escrito na Bíblia que Jesus mandou fazer tal coisa?  
  
Logo, esses charlatões fazem o que querem com a palavra de Deus sem temer pela justiça divina. E levam muitos de seus seguidores a pecarem ofendendo a Deus. Usam o nome de Deus em vão. Tratando Deus como um comerciante, que é um absurdo, como se Deus fosse o empregado e nós seus patrões. "Sede fiel, dizem eles, façam a experiência (dando-lhes dinheiro), se não for fiel Deus não atenderá seus pedidos". Não é assim que eles pregam? Bando de mentirosos. 
Agem como verdadeiros Judas Iscariotes. Traem enganam, mentem descaradamente em nome de uma fé, mas não é a fé em Cristo, mas, sim, a fé pelo dinheiro. Pelo ter mais e mais. 
A Bíblia nos fala que Deus antes mesmo de você nascer já sabe o que você é, e o que terá. Ele dará a você segundo achar necessário. O resto você deverá correr atrás honestamente para conseguir com o suor do trabalho. Porque o home  deve prover o seu sustento com o suor do seu trabalho. (Gên3, 19). 
E falando nisso, honestidade é coisa que esses que se julgam “pastores” não têm. No Novo testamento Jesus não fala nem sequer que devemos dar o dízimo. O dízimo foi introduzido muito tempo depois, nem na Igreja Católica existia, porque o dízimo é para quem é Judeu. Quem pagava o dízimo era os sacerdotes da tribo Levi (os Levitas). Jesus embora sendo judeu, descendente de Davi ele não era da tribo de Levi, ele era descendente da tribo de Judá. Jesus nunca se referiu abertamente sobre o dízimo. Ele falou sim da esmola, no sentido da caridade, do Jejum e da Oração. Mesmo assim quem o fizesse deveria fazê-lo secretamente. (Mt6, 1-8)  E quando interrogado sobre se era lícito ou não pagar o dízimo e os impostos ele disse: “Dai a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus!”, (Mt22, 21) mas, aqui Jesus quer dizer que como filhos de Deus, devemos cumprir as leis de Deus e dos homens. Jesus jamais pediu algo em troca, nem fazer uma “experiência” de um Deus que só dá se você contribuir. Mas alguém pode perguntar: Mas na Igreja Católica é  a mesma coisa tem dízimo e ofertas. Sim! Não sou contrário que se dê dízimo e as ofertas. Desde que tais sejam usados para as obras da Igreja.  Jamais Deus disse (lá no Antigo Testamento) que o dízimo era pala ele, mas, para manter a sua casa. Eis o texto: "Trazei os dízimos à casa do tesouro, para que haja alimento em minha casa!" (Ml3, 10) 
 E o dízimo era 10% daquilo que possuíam e não se tratava apenas dinheiro. Quem devia pagar o dízimo era os sacerdotes levitas. São Paulo nos dá uma orientação sobre o dízimo:  "Cada um dê conforme o coração" com alegria e não forçadamente e não há valor estipulado (IICor9, 7); é o que recomenda a Igreja, e não 10% como querem os protestantes. O que podemos perceber é que o dízimo no AT é um jeito e no NT é outro. 
O dízimo não foi instituído no cristianismo,  portanto, para nós cristãos ele deixa de ser um pagamento obrigatório de 10% mas no sentido de "dar conforme o coração". Outra coisa que devemos saber é:   O Dízimo não pode ser usado para coisas fora da Igreja, nem mesmo em obras de caridade, ele é para manter a Igreja. Para isso o padre ou pastor deve trabalhar para manter a si próprio. Pedro, Paulo, e todos os Apóstolos trabalhavam. É diferente das ofertas que podem ser empregadas nas diversas obras sociais e serviços da Igreja. O que nós vemos hoje acontece com essas seitas que recebem milhões em dízimos e ofertas enquanto suas denominações passam necessidades. 

A Igreja Católica Apost. Romana orienta que você pode dizimar com o quanto seu coração desejar, porém, o mínimo recomendado é 01% do salário que você ganha; e se dizimar não está obrigado a dar ofertas. Tem muitos padres e bispos por aí forçando a barra também pedindo mais do que a Igreja exige. Este 01% também é uma questão de justiça já que a maioria dos fiéis recebem um salário mínimo ou menos. Nenhum católico é obrigado a dar o dízimo mais que 01% se o faz deve fazer por opção. Nenhum padre ou bispo católico pode reter para si bens da Igreja. Quando estes mudam-se de dioceses e paróquias levam apenas seus pertences pessoais.

 Diferente de alguns pastores que ao deixarem uma determinada congregação carregam tudo da igreja. Recentemente eu vi  a luta de um amigo meu evangélico (faz do ministério música) que estava fazendo uma rifa para comprar instrumentos musicais porque o pastor de sua igreja se mudou e levou consigo todo o dinheiro e os pertences da igreja, inclusive os, microfones, aparelhos de som e os instrumentos. É para isso que servem o dízimo e as ofertas que eles pedem?  

Pois é, meus caros amigos e irmãos. São tantas passagens na Bíblia que contradizem esses picaretas. Lembremos que quem promete dar riquezas e prosperidade a “baixo custo” não é Jesus, nem Deus, é o próprio diabo. 
Não podemos esquecer o dia em que Jesus foi tentado, o diabo lhe prometeu muitas coisas, riquezas, sucessos, fama, etc. Mas, Jesus não cedeu, combatendo-o disse essas palavras: “Não Tentarás o Senhor teu Deus”. Não tentemos a Deus como se Deus fosse nosso empregado.  Todas as vezes que você ouvir de um "pastor" dessas seitas dizer que você deve dar algo em troca se quiser ter prosperidade, lembre-se dessas palavras que Jesus disse para o diabo. “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Eu não devo nem tenho o direito tentar o Senhor meu Deus prometendo o dando algo para que ele me dê prosperidade em troca. A Igreja existe para mostrar o caminho da salvação, ela é uma ponte que deve te levar para Deus. Igreja não é instituição financeira, banco, loja. Igreja é a comunidade daqueles que querem viver uma proposta o Reino de Deus. Quem quiser ter prosperidade que vá trabalhar, vá ganhar seu sustento aí sim, Deus te abençoará e multiplicará seus bens. Não faça como aquele empregado da parábola que tendo recebido um talento, preferiu esconder que trabalhar para que seu dinheiro rendesse. Esse talento que Deus nos dá é a Fé. A Igreja existe para que possamos crescer a nossa fé e não ser um local de comércio. Onde só fala em dinheiro. Notem que esses charlatões só falam de duas coisas em seus cultos o diabo e o dinheiro, se não estão falando do diabo estão pedindo dinheiro  e Jesus fica por último. Nas "igrejas" deles Jesus nunca sofreu, não passou por dificuldades e não morreu na cruz. Nessas seitas tudo o que lhes interessa é mostrar um Jesus de aparências. Mas Jesus disse: "Meu Pai trabalha e eu também trabalho" (Jo5, 17). Deus dá prosperidade para quem trabalha.          
Deus não é nosso empregado, muito menos um comerciante em que você troca dinheiro pela graça. Jesus disse: “Que adianta ao homem ganhar tudo na vida, se vier a perder a sua alma que é o bem mais preciso que ele tem?” Mc8, 36
Assistam os vídeos e tirem suas conclusões. Contra fatos não há argumentos.




quarta-feira, 21 de junho de 2017

SÃO JOÃO BATISTA, DENTRE OS NASCIDOS DE MULHER NINGUÉM FOI MAIOR QUE ELE.

“Naqueles dias apareceu João Batista, pregando no deserto da Judeia. Dizia ele: “Fazei penitência porque está próximo o Reino de Deus!”  Mt 3, 1-2 

JOÃO BATISTA. NENHUM PROFETA FOI MAIOR QUE ELE. DISSE JESUS.  (Mt 11, 11)

               
    No dia 24 de junho celebramos a festa de São João Batista.
    Ele é um dos santos mais que celebramos no mês de junho, juntamente como Santo Antônio de Pádua e São Pedro Apóstolo.
    Vamos aprender um pouco sobre a origem das festas juninas:

As festas juninas homenageiam três santos católicos: Santo Antônio (no dia 13 de junho), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). No entanto, a origem das comemorações nessa época do ano é anterior à era cristã. No hemisfério norte, várias celebrações pagãs aconteciam durante o solstício de verão. Essa importante data astronômica marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que ocorre nos dias 21 ou 22 de junho no hemisfério norte. Diversos povos da Antiguidade, como os celtas e os egípcios, aproveitavam a ocasião para organizar rituais em que pediam fartura nas colheitas. “Na Europa, os cultos à fertilidade em junho foram reproduzidos até por volta do século 10. A Igreja decidiu aproveitar a idéia e cristianizá-las, substituindo o paganismo.  Instituiu os dias de homenagens aos três santos no mesmo mês”, Santo Antônio de Pádua (13/06), São João Batista (24/06) e São Pedro e São Paulo (dia 29/06).
Os índios que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses também faziam importantes rituais no mês de junho. Apesar de essa época marcar o início do inverno por aqui, eles tinham várias celebrações ligadas à agricultura, com cantos, danças e muita comida. Com a chegada dos jesuítas portugueses, os costumes indígenas e o caráter religioso dos festejos juninos se fundiram. É por isso que as festas tanto celebram santos católicos como oferecem uma variedade de pratos feitos com alimentos típicos dos nativos.

AS DANÇAS
A quadrilha é de origem francesa, surgiu a partir do século XVII.
Em pares, os dançarinos fazem uma seqüência coreografada de movimentos alegres. O estilo chegou ao Brasil no século 19, trazido pelos nobres portugueses, e foi adaptado e ganhou forte aceitação dentro dos festejos juninos.
Sanfona, tambor, violão, viola caipira pandeiro, zabumba, triângulo, etc. são instrumento usados para tocar as músicas, os forrós, nome também herdado de uma antiga dança portuguesa (o Vira) que era dos camponeses portugueses.  
A FOGUEIRA E SEU SIGNIFICADO DENTRO DO CRISTIANISMO

A fogueira já estava presente nas celebrações juninas feitas por pagãos e indígenas, mas também ganhou uma explicação cristã: Santa Isabel (mãe de São João Batista) disse à Virgem Maria (mãe de Jesus) que quando São João nascesse acenderia uma fogueira para avisá-la. Maria viu as chamas de longe e foi visitar a criança recém-nascida. Bem, há de se lembrar que na antiguidade não existia luz elétrica, nem a gás. O fogo era utilizado para iluminar os pátios durante as festas e também servia de comunicação em certos casos. No Brasil colonial também não existia energia elétrica, portanto, a fogueira também era utilizada do mesmo modo. Aqui vale lembrar que no campo teológico o fogo representa Jesus Cristo Ressuscitado, quando Ele mesmo diz no evangelho: “Eu sou a Luz do mundo”. Também no cântico de Zacarias, pai de São João Batista ele se refere a Deus como “Sol Nascente que nos veio visitar”.         
AS MÚSICAS TRADICIONAIS
As músicas juninas variam de uma região para outra. No Nordeste, as composições do sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga são as mais famosas. Já no Sudeste, compositores como João de Barro e Adalberto Ribeiro (“Capelinha de Melão”) e Lamartine Babo (“Isto é lá com Santo Antônio”) fazem sucesso em volta da fogueira
AS SIMPATIAS

Os três santos homenageados em junho – Santo Antônio, São João Batista e São Pedro – inspiram não só novenas e rezas, como também várias simpatias. Acredita-se, por exemplo, que os balões levam pedidos para São João. Mas Santo Antônio é o mais requisitado, por seu “poder” de casar moças solteiras. A IGREJA CATÓLICA PROÍBE AS SIMPATIAS, PORQUE ELAS REMETEM ÀS PRÁTICAS PAGÃS E QUEM AS FAZEM COMETE PECADO. SE SUJEITAR A ESSAS PRÁTICAS É VOLTAR AO PAGANISMO, COISA QUE A IGREJA LUTOU TANTO PARA ACABAR. A IGREJA RECOMENDA A DEVOÇÃO DOS SANTOS, COMO AS ORAÇÕES, MISSAS, NOVENAS, TREZENAS. MAS PROÍBE AS SIMPATIAS PORQUE AS MESMAS SÃO PRÁTICAS ANTICRISTÃS.   
CARDÁPIO TÍPICO

A comida típica das festas é quase toda à base de grãos e raízes que nossos índios cultivavam,  milho, amendoim, batata-doce e mandioca. A colonização portuguesa adicionou novos ingredientes e hoje o cardápio ideal tem milho verde, bolo de fubá, pé-de-moleque, quentão, pipoca, doces e outras gostosuras. Caldos de mandioca, curau e pamonha de milho verde, tapioca, etc. O cardápio de comidas típicas da festa junina no Brasil é muito farto, varia de região para região. 

     No calendário litúrgico, São João Batista é o único que tem dois dias do ano em sua memória: O dia de seu nascimento e o dia de sua morte, a Igreja celebra no dia 29 de agosto. São José esposo de Maria, também tem duas datas comemorativas mas em sentido diferente, uma em 19 de março (São José esposo de Maria) e no dia 01 de maio São José Operário (ou trabalhador).      
            
    Vamos aprender um pouquinho sobre este que foi um homem e um profeta extraordinário. Sua figura aparece no Antigo e no Novo Testamento com destaque. O profeta Malaquias disse: “ Eis que vos envio o meu mensageiro ante tua face. Ele preparará o caminho diante de ti.” (Ml 3,1)  

             (Lc1, 5 -80) São João Batista era primo de Jesus. Filho de Zacarias (o sacerdote) e Isabel, que era prima de Nossa Senhora. Deus o havia escolhido para a missão de ser o precursor do Messias. Seus pais em idade avançada não conseguiam ter filhos. Eles desejavam muito ter um filho.
              Isabel, assim como Sarah, mulher de Abraão era estéril. Rezaram a Deus pedindo a graça de ter um filho. Zacarias era sacerdote do Templo. Certa vez, estando no santuário para oferecer o perfume, apareceu-lhe um anjo do senhor que se pôs-se em pé à direita do altar do perfume. Zacarias vendo-o ficou perturbado, mas o anjo disse a ele que a oração de Isabel foi ouvida e que ela teria um filho e ele daria o nome de João. Que seria grande diante do Senhor, motivo de muita alegria. Não beberia vinho, nem cerveja, e desde o ventre de sua mãe seria cheio do Espírito Santo.
Ele converteria muitos em Israel com o Espírito do poder de Elias, iria reconduzir  o coração  dos pais aos filhos rebeldes à sabedoria dos justos para preparar um povo bem disposto.

{Observação: O que o escritor queria dizer quando afirmou que João teria a força do Espírito de Elias? Seria, então, João Batista uma reencarnação do profeta Elias? A resposta é: Não! Podemos entender que a força da profecia e coragem de João Batista é comparada à força que Deus deu para o profeta Elias. A História do profeta Elias é que ele venceu tudo até o medo para profetizar em nome de Deus, também mostrou o poder de Deus contra os adoradores de Baal; combateu duramente os falsos deuses e seus seguidores e levou o povo a buscar novamente o verdadeiro Deus de Israel. Elias sai do deserto e vai profetizar ao seu povo. João também sai do deserto para profetizar ao seu povo. Assim, essa mesma força de Deus seria dada a João Batista na missão que ele iria desempenhar como o precursor do Messias. Assim, foi dado a ele as mesmas virtudes que Deus deu ao profeta Elias. Ele enfrentou a corrupção de Herodes, denunciou a idolatria, anunciou com firmeza e clareza a chegada do Messias, proclamou um novo tempo que viria, combateu a arrogância daqueles que achavam que eram os donos da verdade. Converteu muitos corações e mesmo na prisão não se calou, incomodou muitos que não aceitavam a proposta de Salvação que viria; aplainou os caminhos anunciando que era preciso que o povo se convertesse, que mudassem de atitude pois estava chegando a hora do Reino de Deus acontecer. Pois Deus separaria o trigo da palha que seria queimada. E muitos dos primeiros discípulos de Jesus que o seguiram eram discípulos de João Batista, acreditaram nas suas palavras e O seguiram.}
   
Continuando...  Zacarias no entanto, perguntou ao anjo como aconteceria isso, porque ele era velho e também sua mulher. O anjo então disse que era Gabriel, aquele que assistia a Deus e foi enviado para enviar-lhe tal mensagem. E como tal Zacarias por ter duvidado ficou mudo até que se cumpriu o tempo do nascimento de João. 

Deus fertilizou o ventre estéril de Sarah em "terra fértil" para conceber Isaac. Deus fertilizou o ventre de Isabel para conceber João Batista. Nos dois casos Deus envia seu anjo para dar esta notícia da promessa. Ambas oraram a Deus pedindo esta graça. Deus não os deixou  sem resposta. O anjo Gabriel veio ao encontro de Zacarias. Também em Nazaré o anjo Gabriel vai ao encontro de Maria para anunciar a concepção do Salvador. 
   
               Decorrido os dias,  Isabel deu à Luz. No oitavo dia em que levaram o menino para ser circuncidado conforme a Lei de Moisés, queriam que ele se chamasse Zacarias como seu pai. Mas, sua mãe interveio e disse: Não! Ele se chamará João. Disseram, mas, não existe ninguém na tua família com esse nome, e perguntaram por acenos a Zacarias como é que deveria ser o nome do menino. Ele pedindo uma tabuleta escreveu: “João é o seu nome”. E logo abriu-lhe de novo as palavras de sua boca e ele falou, bendizendo a Deus, cantou um hino de Ação de Graças a Deus. Que na liturgia das horas rezamos, o famoso “Cântico de Zacarias”.
João foi crescendo fortificado pelo Espírito;  viveu no deserto até os dias em que se apresentou diante do povo de Israel para preparar o caminho do Senhor para sua vinda. 

João Batista já moço, pregava o arrependimento e dava o batismo em sinal de conversão. Ele anunciava a chegada do Messias, Jesus Cristo. Advertiu o povo para que se arrependesse e que fizesse penitência porque o reino de Deus estaria próximo. Converteu a muitos e tinha muitos seguidores. Foi temido e respeitado, porque falava com autoridade sem perder sua humildade. Pregava a caridade (Lc3, 11-15). Sua mensagem era tão forte que muitos acharam que ele era o Messias. Mas João a respeito, disse com humildade: "Eu não sou o Messias, depois de mim virá outro!" ... “Eu vos batizo com água, mas virá outro após mim, eu nem sou digno de desatar a correia de suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele terá a pá na mão e limpará sua eira, separará o trigo, mas queimará a palha num fogo inextinguível”. (Lc3, 10-17).
E assim se passaram os dias, e completando sua missão até que chegou o momento de sua partida (seu martírio). Primeiro batizou Jesus, anunciou-o pessoalmente a todos como o “Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo”. Na Apresentação no Templo, os pais de Jesus juntamente como o sacerdote Simeão apresenta Jesus menino ao Pai. No batismo de Jesus, São João apresenta-o ao povo o Cordeiro de Deus que veio para tirar o pecado do mundo, isto é, nos salvar.  É São João que apontou apresenta toda a missão de Jesus em primeiro lugar.

Essa oração o sacerdote antes de comungarmos eleva o Corpo e Sangue de Jesus, apresenta-O como fez João Batista fez no batismo de Jesus. "Eis o cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!". E nós respondemos nas palavras daquele centurião romano em Cafarnaum, o seu criado estava doente e foi encontro de Jesus para curá-lo. E quando Jesus disse: "Vou lá e o curarei". ele achando-se indigno por ser um soldado romano, (os judeus tinham os soldados romanos como impuros e Jesus era judeu), disse a Jesus: "Senhor, eu não digno que entreis em minha casa. Basta dizer uma palavra e meu servo será curado". Mt8, 5-8. Assim aconteceu a cura. Nós dizemos em resposta após essas mesmas palavras de São João Batista, quando o sacerdote apresenta o Corpo do Senhor na Eucaristia: "Senhor eu não sou digno que entreis em minha morada, (não referindo à casa de tijolos, mas o nosso interior), mas dizei uma palavra e seremos salvos!"

A partir do batismo de Jesus  por João, Ele é preparado para a missão. Jesus vai para o deserto se recolhe em Oração e volta para cumprir sua missão.
João Batista sabendo do fim de sua missão, pois o Messias já tinha chegado, num gesto de humildade disse: “É necessário que eu diminua para que Ele cresça”.  Anunciando assim, a sua hora derradeira. Depois de um certo tempo, João Batista foi preso a mando do rei Herodes que se sentiu incomodado com suas palavras um tanto "ameaçadoras", pois estava vivendo em adultério com Herodias, mulher de Felipe seu irmão, e portanto eram cunhados; João Batista quis chamá-lo ao arrependimento e, mesmo Herodes tendo certo respeito por ele contudo, não aceitou e zangado o mandou para a prisão. Ali permaneceu preso  até o dia de sua morte.
 A amante de Herodes, Herodias, tinha um filha chamada Salomé. Uma linda jovem que enfeitiçou o devasso Herodes.
Certa ocasião enquanto Herodes dava uma festa pediu que Salomé dançasse para ele com a promessa de poder dar-lhe até a metade do seu reino. Salomé dançou e depois pediu o cumprimento da sua promessa. Mas, sua mãe, que tinha ódio de João Batista por ele dizer a verdade sobre a situação escandalosa em que viviam,  orientou a filha a pedir a cabeça de João Batista. E como  o rei Herodes não podia voltar atrás na promessa que tinha feito à Salomé, mesmo não querendo, pois no seu íntimo admirava João, mandou degola-lo, e assim os soldados fizeram e sua cabeça foi trazida num prato e apresentada ao rei.
Pois bem, essa foi a saga de São João Batista. Um homem que desde o ventre de sua mãe era cheio do Espírito Santo. Sua voz era destemida e forte. Mas ao mesmo tempo era suave como o mel porque ele anunciava as maravilhas do reino de Deus. Era respeitado. Jesus chegou a dizer que nenhum dos filhos de mulher foi maior que João, no entanto será maior do que ele aquele que for o menor, e no reino de Deus será maior que João. (Mt11, 11). Quem de nós será capaz de dizer, eu sou maior que João Batista? ...
Tendo partido os discípulos de João, o Senhor faz um elogio magnífico do mestre deles. A multidão que havia presenciado a cena, mas ignorava os motivos ocultos da questão proposta em nome do Precursor, tinha talvez conservado disto uma impressão desfavorável, e considerado João como um homem volúvel e movediço. A homenagem pública que a ele presta Cristo desvanece todas as suspeitas. A história do Batista está resumida toda inteira no panegírico feito por Jesus, agradável tanto por seu tom vivo, rítmico, como pela elevação de seus pensamentos. Que saístes para ver no deserto? Alguma cana que se move com qualquer vento? Mas o que saístes para ver? Um homem vestido com vestes delicadas? Sabeis que os que se vestem com roupas delicadas estão nos palácios dos reis. Enfim, o que saístes para ver? Algum profeta? Sim, eu vos digo, e mais que profeta. Pois é ele de quem está escrito: Eis que eu envio meu anjo a tua frente, o qual irá diante de ti preparando-te.

Meus irmãos, nos tempos de hoje somos chamados a ser como João Batista. Agora, não mais anunciando a vinda de Jesus fisicamente como em Belém. Mas anunciando o reino de Deus e a segunda vinda de Jesus, o Justo Juiz, que virá buscar sua Igreja.
Ora, dentro deste contexto, cabe-nos uma reflexão da nossa tarefa de discípulos anunciadores do reino de Deus. Em nossas casas, em nosso trabalho, em nossas Igrejas, como anda minha atitude de discípulo de Jesus.
               Ao celebrarmos a memória do nascimento de São João Batista nós também temos que aprender muito sobre como viveu esse homem, que antes mesmo de Jesus vir ao mundo ele já vivia tudo aquilo que posteriormente Jesus vai ensinar nos Evangelhos. A fé, a Esperança e a Caridade estava estampada na vida e nas ações de João. O amor, o perdão, o chamado ao arrependimento, a Humildade. Virtudes essas  que não vemos em certos pregadores de hoje. João andava a pé, morava no deserto, sua dieta era mel e gafanhotos (diga-se de passagem, quem de nós comeria isso hoje?). Ele passou por muitas dificuldades mas nunca desviou do caminho. Tinha muitos seguidores, pobres e ricos. Podia fazer como fazem os pregadores hoje, encher a sacola de dinheiro, afinal ele estava cumprindo sua missão do mesmo jeito... porque não tirar proveito da situação? No entanto, meus irmãos, São João Batista foi servo até o fim e não cessou seu testemunho, tanto que até hoje nós recordamos sua memória.
É ele que vai pela primeira vez anunciar o que seria futuramente o dia de Pentecostes: “Vos batizará no Espírito Santo e no fogo!” – e não foi o que aconteceu quando lemos Atos2?   

               Ah meus irmãos! Diante da postura que teve o pregador e precursor João Batista, cabe-nos perguntar o que ele diria aos pregadores, sacerdotes de hoje quanto às suas pregações. Certamente ele iria ficar muito bravo. São João pregava o despojamento de si mesmo. “Aquele que tiver duas túnicas dê uma a quem não tem”. Isto é, quem tem mais deve repartir o que tem com quem não tem.  E o que vemos hoje acontecer em certas denominações, não só dentro da Igreja Católica é  tudo o contrário. Não se fala em outra coisa senão em dinheiro. A paga do dízimo e as ofertas se tornou mais importante que a própria palavra de Deus. Quem não paga não é bom cristão. Ora! São João não precisou de um tostão para pregar o reino de Deus e no entanto, o fez com muito amor e zelo a ponto de ser elogiado por Jesus como o maior dos profetas. Talvez se tivesse posses e dinheiro sua missão não seria completa. Seria sabotada pela ganância, pela arrogância. São João foi pobre, ao mesmo rico da sabedoria do Alto, ele dava tudo de si e oferecia sua maior riqueza, o anúncio de uma pregação limpa, verdadeira, coerente com sua vida e que chegava aos ouvidos de todos. Era uma linguagem de amor para aqueles que estavam esperando uma palavra de conforto mediante a tantas agruras e opressões.
                E suas palavras ecoam até hoje no meio de nós. Orai, fazei penitência, praticai a caridade, pois o Senhor está chegando. Seremos julgados pelas nossas obras. O que João manda fazer, Jesus confirma: Perdoar sempre, amarmos uns aos outros,  dar pão a quem tem fome, dar água a quem tem sede, jejuar, orar sem cessar, vigiar, dar aos pobres o quem tem e seguir os passos do mestre. Terminando sua jornada ele disse para seus discípulos: "De agora em diante é a ele (referindo -se a Jesus) que deveis seguir".
               Renunciar a si mesmo e tomar a cruz, ser misericordiosos como o Pai, não se preocupar com o que comer ou vestir, não se preocupar com o que vão ganhar mas entrar e comer o que lhes for oferecido, servir como Jesus serviu. E tantos outros ensinamentos. Tudo isso São João viveu bem antes de Jesus pregar essas palavras.
               No que lemos sobre São João Batista, os evangelistas nos apontam aquele que transmite até hoje como vigor suas palavras. Mais ainda é seu exemplo de pregador, de profeta. Nós somos chamados como São João a ser testemunhas de Jesus, apresentar Jesus como o Salvador às pessoas. Quantos que não conhecem Jesus como Senhor e Salvador?
               No mundo globalizado em que vivemos todos conhecem Jesus mas, nunca fizeram uma experiência com Ele. Aquele encontro de São João com Jesus no rio Jordão não foi o primeiro. O primeiro encontro que São João teve com Jesus foi quando Jesus foi antes no ventre de sua mãe Isabel, quando Nossa Senhora o levou em seu ventre imaculado e foi visitar Isabel grávida. Ali aconteceu o primeiro encontro de João com Jesus. Naquele momento em que Isabel saúda Nossa Senhora, João pula de alegria no ventre de Isabel. "DE onde me vem a honra de receber a mãe do meu Senhor?"  Esse encontro do Salvador com o Precursor não foi somente um encontro de primos, mas já anunciava que a História do povo de Israel e também a nossa começava a mudar ali. É Jesus que vem ao encontro  de João, é João que responde com alegria esta chegada.
               A voz que clama no deserto clama par nós hoje. (Is 40,3); Estamos preparando o caminho do Senhor? Como anda meu trabalho evangelizador na minha casa, na minha paróquia, no meu trabalho, na minha escola?
               Tomemos para o exemplo de São João Batista e peçamos a Deus que ele nos ajude e interceda por nós para que sejamos também a seu exemplo grandes testemunhas do reino de Deus. Como São João sejamos a voz que grita no deserto: “Aplainai os caminhos do Senhor!”  
Homem mais forte do que uma rocha

 Comentários compilados por Santo Tomás de Aquino na "Catena Áurea"
São João Crisóstomo - Diz (Nosso Senhor): Que fostes ver no deserto? Como se dissesse: Por que vos reunistes no deserto abandonando as cidades? Porque não se teria reunido com tão grande desejo no deserto um povo tão numeroso se não tivesse julgado que iriam ver de fato um homem grande, maravilhoso e mais forte do que uma rocha.
São João Crisóstomo - Mas João não era volúvel por natureza; por isto diz o Senhor: Porventura fostes ver uma cana agitada pelo vento? Nem tampouco perdeu sua dignidade entregando-se às paixões; e por não ter sido escravo das paixões o demonstram sua solidão e seu encarceramento, porque se ele tivesse querido vestir-se delicadamente não teria habitado no deserto, mas nos palácios dos reis.
Tomando por base o lugar, as vestes, os notáveis costumes de João e o afluxo de homens junto a ele, conclui apresentando-o como Profeta, quando diz: Mas, que fostes ver? Um Profeta? Sim, e eu vos digo que mais que um Profeta.
São Jerônimo - Porventura saístes para o deserto a fim de ver um homem parecido a uma cana que é levada por todos os ventos e que pela ligeireza de espírito duvidaria do que antes pregava?
(Jesus) alega o testemunho de Malaquias que havia sido profetizado como anjo, para exprimir a grandeza dos merecimentos de João; e se chama João de anjo, não para que creiamos seja ele anjo pela comunhão de natureza dos anjos, mas por causa da dignidade de seu ministério: anjo significa mensageiro e ele anunciou a vinda do Senhor.
Ele o chama de Elias, não como o entendem alguns hereges, que sustentam a reencarnação (volta das almas), mas que João veio, no espírito e virtude de Elias (Lc. I) e teve a mesma graça e a mesma medida que o Espírito Santo deu para o profeta Elias.

        Que São João não seja lembrado só como se fosse uma lenda, mas que seu exemplo mova nossos corações  para anunciar o Reino de Deus. Que possamos em Ação de graças agradecer a Deus por ter nos deixado o exemplo desse grande homem, profeta de Deus. Que com o exemplo de suas virtudes, coragem e força possamos também levar Jesus às pessoas.


quarta-feira, 14 de junho de 2017

PENTECOSTES - Cumprimento da Promessa, início da caminhada da Igreja

Pentecostes. Cinquenta dias após a celebração da Páscoa celebramos a Festa magnífica de Pentecostes. Isto é, naquele dia em que o povo judeu celebrava a Festa de Pentecostes ou festa das colheitas,  o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos e Maria Santíssima e sobre os discípulos de forma solene em forma de línguas de fogo   para confirmar os seus dons à Igreja. Pois o Espírito Santo, que é o próprio Deus já existia, sempre existiu e sempre existirá.  
Para entender o grande significado desta grande festa da Igreja, vamos recordar algumas passagens bíblicas:  
Recordemos no Antigo Testamento quando Moisés tem seu primeiro contato com o Senhor Javé. Ele se apresenta numa chama de fogo sobre a sarça que não se consumia. (Ex 3, 1-2). Também quando o Senhor Javé libertou seu povo do Egito (Páscoa da Antiga Aliança), uma coluna de fogo ia iluminando o caminho por onde passavam, e uma nuvem encobria-os, protegendo-os contra os soldados egípcios que os perseguia. Então não é nada estranho o que aconteceu em Pentecostes, o mesmo já havia ocorrido antes. Moisés é prefigura de Jesus Cristo. Moisés libertou o povo da escravidão física, Jesus Cristo libertou seu povo da escravidão do pecado. Moisés contou com todos os meios e ajuda necessárias para que sua missão desse certo. Jesus, por seu amor derramou esses mesmos meios, as forças necessárias para que eles compreendessem o que Jesus havia pregado. Era preciso que o Espírito Santo viesse para dar-lhes força, para que revigorasse-os na fé e abrisse-lhes as mentes. Pois, daquele momento em diante a Igreja começaria sua missão pelo mundo afora, sem fronteiras levando a todos a mensagem da Salvação. O Espírito derramado em Pentecostes trouxe à Igreja vida nova. Os Apóstolos antes desencorajados pelos feitos acontecidos no Calvário, agora se tornaram homens destemidos, corajosos, dispostos a enfrentar tudo, até seus medos, por causa do Evangelho.       
Recordemos lá no início quando João Batista profetiza que: "aquele que virá batizará no Espírito Santo e com fogo". (Mt3,11) Isto é, pelo Espírito Santo, todos nós recebemos uma nova vida, e o fogo, do qual fala João é o ardor pela santidade, força para alcançar a santidade e desejo missionário que a futura Igreja iria receber para anunciar o Evangelho.

Recordemos o que Jesus disse à Nicodemos: (Jo3, 1-21)

Nicodemos era um fariseu que seguia Jesus secretamente. Estava maravilhado em ver Jesus realizar os milagres. Jesus porém disse a ele que para ter o reino de Deus é preciso nascer de novo. Nicodemos não entendeu, achou que era preciso voltar ao ventre materno e nascer outra vez. Mas Jesus lhe explicou que o que ele queria dizer é que para entrar o reino de Deus é preciso nascer da água e do Espírito. Jesus aqui está falando de uma renovação interior. É preciso buscar as coisas do Alto e não viver segundo as coisas terrenas que satisfazem apenas a carne mas deixa o espírito vazio. Nascer da água e do Espírito, quer dizer não basta conhecer somente as coisas terrenas, é preciso conhecer e viver as coisas celestiais. Essa é o que futuramente a Igreja chamaria de "batismo no Espírito Santo". Veja que o que aconteceu com Nicodemos acontece com cada um de nós. Nicodemos sabia tudo da Lei, era uma autoridade, um sacerdote, mas não tinha feito ainda uma experiência espiritual, não tinha seu coração sensível aos dons espirituais,  portanto, que a princípio as palavras de Jesus não entravam e não o compreendia. Quantos de nós não fazemos essa experiência, lemos a Bíblia de traz pra frente mas não deixamos o Espírito de Deus falar conosco, não abrimos as portas do nosso coração para acolher aquilo que Deus quer.
Parece moda hoje em dia o Deus dos milagres. Mas somos cristãos não porque vemos milagres. Veja que Nicodemos via de perto as maravilhas que Jesus operava e nada adiantava, seu coração estava fechado. Disse Jesus a Nicodemos: "Você é o mestre de Israel e não entendes essas coisas"?  Em outras palavras, Jesus o faz entender como ele sendo fariseu  entendedor das Leis, via os milagres de Jesus mas não entendia. Faltava algo. Faltava viver para o Espírito. Nascer de novo. Se lavar interiormente do Espírito de Deus e abrir seu íntimo para Deus. Isso é o que o Espírito Santo faz conosco quando nos abrimos a Ele. Ele nos anima, nos corrige, nos dá força, nos santifica e nos protege contra os embustes dos inimigos da Fé.
   
Recordamos a manifestação do Espírito Santo em Jesus Cristo no qual pairou sobre Ele como uma pomba. Quando o evangelista revela que o Espírito Santo pairou como uma pomba sobre Jesus, não significa que Ele é um animal (pomba), mas mostra que como a docilidade e a suavidade do voo de uma pomba, assim é o Espírito Santo, que suavemente nos move e vem sobre nós e nos enche de força, santidade e alegria com seus dons. Essa suavidade de "pairar" sobre Jesus, é a mesma expressão do escritor quando em Gênesis, ao relatar a criação do mundo escreveu: "E o Espírito de Deus pairava sobre as águas". (Gên1,1-2)  - O Espírito de Deus pairava porque a criação ainda estava sendo construída. Depois Deus criou o homem e a mulher e então passou a ter uma relação de amizade com eles até o dia em que desobedeceram e cortaram essa relação e com eles toda a humanidade. Veio o pecado e a morte e a graça lhes foi retirada.
Jesus veio reconciliar todas as coisas, a salvação não é só para a humanidade mas, ela se estende à toda criação, pois o cumprimento da promessa é que haverá novos céus e uma nova terra. Com sua morte e ressurreição Jesus une de novo a humanidade à Deus Pai e nos dá seu Espírito.
Em Pentecostes o Espírito Santo pairou novamente, instituindo uma nova humanidade remida no Sangue de Jesus. Nascia ali um novo povo, uma nova Igreja conservadora da Nova Aliança no Sangue de Jesus até ele voltar. Lavados pelo Espírito de Deus. Assim como Deus havia dado o sopro de vida ao homem (Gên2,7), o  Jesus  envia o Espírito Santo para nos dar novo sopro de vida. Vida nova. E dando-nos o Espírito Santo para durante a vida através Sacramentos que recebemos também se torna o Paráclito, isto é, nosso advogado, consolador e santificador. Ao mesmo tempo ele se torna nosso irmão, companheiro e conselheiro para não nos desviarmos  do caminho.
"Não vos deixarei órfãos. Essa foi a promessa de Jesus antes de sua morte. Enviarei do Alto o Espírito Santo Paráclito". Vamos recordar em: Jo14, 16-18.20 : 16, 7.12-15.

Quem é o Espírito Santo?

O Espírito Santo é o próprio Deus, revelado a nós pela terceira pessoa da Santíssima Trindade. Já estava presente desde a eternidade e a criação do mundo, porque Ele é Deus. A principal função do Espírito Santo é dar vida a todas as coisas, refazer o homem, habitando em seu ser distribui os seus dons e a força necessária para alcançar a santidade. Cria no homem o ardente desejo de praticar e viver as coisas do alto, abre nossas mentes, santifica nossa alma, e anima-nos na tarefa de cristãos na evangelização.

Tudo que se move, todo ser vivente deste mundo é obra o Espírito Santo. Além disso ele nos faz filhos(as) de Deus, e se somos filhos(as) de Deus consequentemente somos herdeiros do Céu, quando O recebemos de maneira especial no Batismo e na Crisma que são os sinais visíveis de sua ação.

Mas de maneira especial foi prometido e enviado por Jesus à sua Igreja em Pentecostes para que fosse a força animadora, santificante e consoladora presente durante toda a existência da Igreja. De modo que desse assistência necessária à santificação do povo de Deus que se iniciara e até os dias de hoje e sempre contará com a assistência especial do Espírito Santo. Ele com sua força e sempre presente, torna-nos corajosos e aptos ao trabalho missionário do mesmo modo como Jesus ordenou que fosse: "...Ide e pregai o Evangelho a toda criatura!"... (Mc 16, 15) ..."Eis que estarei convosco todos os dias até o fim do mundo!" (Mt 28, 20)

Destacamos da Bíblia a presença do Espírito Santo em vários momentos da História da Salvação:

a) Na criação do mundo. Gên 1, 1-2.
b) Na criação do homem. Gên 2, 7.
c) Na vida dos profetas. Ez 3, 12.
d) Na vida de Jesus. (Lc3, 21-22; 4, 14-18.19.
e) Na vida de Maria (Lc 1, 30-35)
f)  Na vida dos Apóstolos. (At 2, 34)
g) Na vida da Igreja. (At 9, 17-19; 1Cr 2, 6-16.
h) Na vida dos santos. ( Rm 8, 18-26; 1Cr 12 : 13 : 14)   

*O Espírito Santo é a "Alma da Igreja" conforme escreve São Paulo em 1Cr 12, 4-11. É Ele quem caminha com a Igreja, e, por isso, a Igreja com a assistência d'Ele não pode errar em seus ensinamentos porque está sob sua assistência especial, assistência essa prometida por Jesus entes mesmo de sua subida aos céus: "... eis que estarei convosco todos os dias"... - Ele é a vida do homem, se tirar Ele do homem nada mais lhe resta, pois, Ele dignifica-nos e santifica-nos e nos faz herdeiros da Céu.

*Ele também produz em nós os carismas, ou frutos que, uma vez infundidos em nós os seus dons nos  distribui inúmeros dons ou meios pelos quais somos capacitados a trabalhar pelo Reino de Deus, conforme explica São Paulo. Por isso Ele quer morar em cada um de nós, docilmente, ele não invade não nos força a nada, Ele nos respeita, é necessário pedirmos sua presença, sua luz e seus dons para que Ele se estabeleça em nós para fazer sua morada. Por isso Ele nos dá seus dons e os frutos desses mesmos dons, que são os carismas, são empregados de acordo com a missão de cada um dentro dos ministérios que Jesus através da sua Igreja nos confia.  

*Se permitirmos a sua presença, se o hospedarmos em nosso ser, Ele ocupará um espaço em nossa alma de nos fará capazes de enfrentar qualquer desafio, qualquer dificuldade do mundo. Ele nos aquecerá com seu Amor, com sua doçura e com sua luz de modo que tenhamos sempre meios pelos quais possamos viver como dignidade de verdadeiros filhos(as) de Deus. Ele nos fará modelos de santidade e mudará toda nossa vida. Nem a morte será capaz de nos amedrontar, porque Ele é vida!

*Quem se deixa modelar pelo Espírito Santo, enfrenta tudo, não com violência, mas com amor, com hostilidade. Quem tem o Espírito Santo, não tem depressão, porque possuirá sempre uma santa alegria. O cristão se torna alegre, não uma alegria momentânea, mas uma alegria constante e cativadora, mesmo diante das dificuldades, pois sabe que sua vida e o seu coração é o Templo onde o Espírito Santo quis morar.

*Tudo ao nosso redor movido e possui a presença do Espírito Santo, desde a flor que cai de uma árvore, a sobra que nos abriga nos dias quentes de verão e a chuva que lava a poeira da terra. Tudo é movido pelo Espírito Santo. Ele é o Senhor de nossas vidas.

São Paulo explica-nos bem em 1Cr 12-30, comparando a Igreja de Cristo como um Corpo Místico, onde Jesus é a "cabeça", nós, os "membros" e o Espírito Santo a "alma" deste corpo, onde cada um de nós desempenha um papel especial,  enquanto membros deste mesmo corpo somos (todos batizados) responsáveis pela saúde (espiritual) dele. São Paulo também nos ensina que até para proclamar o nome de Jesus, é por  ação do Espírito Santo que o fazemos. Assim,  também as nossas orações são realizadas sob ação do Espírito Santo. Por isso devemos sempre antes de orar, ao ler e meditar a Sagrada Escritura, ao evangelizar, em tudo na nossa vida, devemos antes pedir ao Espírito Santo que nos ajude e nos ilumine.

Quando criticamos ou desmoralizamos a Igreja por algum motivo, se não desempenharmos bem nosso papel enquanto membros deste "Corpo Místico de Cristo", então desmoralizamos de certa forma a nós mesmos, a Cristo e ao Espírito Santo. Se não cuidamos bem deste "Corpo Místico" de Cristo que é a Igreja estamos fazendo com que esse corpo "seja invadido" pelo pecado, estamos adoecendo este mesmo "corpo" e como consequência estamos ferindo a adoecendo a nós mesmos.

São Paulo ao dizer que o Espírito Santo é a "Alma da Igreja", diz que devemos ter a consciência de que nenhum cristão pode dizer que o Espírito Santo não existe. E nem a Igreja e nenhuma outra denominação que se diga ser cristã, isto é, que crê em Jesus Cristo pode negar a presença do Espírito Santo. Pois sua existência e presença é tão real que negá-lo seria uma pecado tão grave que segundo Nosso Senhor Jesus Cristo, não teria perdão. - "Por isso eu vos digo: todo pecado e blasfêmia serão perdoados, mas a blasfêmia contra o Espírito santo não será perdoada!" (Mt 12, 31-32) e, acrescenta Jesus: "Se porém falardes contra o Filho do homem será perdoado, mas, se falardes contra o Espírito Santo, não será perdoado!  

Ou seja, depois de vermos, de sabermos com clareza o que o Espírito Santo fez e faz por nós, sua real existência, cujo é o próprio Deus, sabendo que foi Ele o responsável por promover através de Jesus nossa santificação, negá-lo é também negar o próprio Cristo e toda sua obra de salvação. Quem age assim retira de si toda a graça da santidade e por isso a consequência é a condenação.  Daí a advertência de Jesus:

"É pelo fruto que se conhece a árvore!" ... Isto é, Deus nos conhece pelas nossas ações. - No entanto, Deu nos pedirá contas de toda palavra vã, (que não foi inspirada pelo Espírito Santo), pois é com as palavras que seremos salvos ou condenados. (Mt 12, 33-35) - Depois Jesus vai dizer, aquele que crê e for batizado (receber o Espírito Santo pelo basismo), será salvo, quem não crê será condenado, (porque não acreditou em Jesus); Este crer significa muitas vezes crer  sem ter visto, isto é, não vemos com os olhos a ação do Espírito Santo, mas sentimos em nosso ser a sua ação. Foi o que Jesus disse a Tomé quando lhe apareceu: "Você creu porque me viu. Bem-aventurado aquele que crê sem ter visto!" Jo 21, 29.       
     

Porque era necessário vir o Espírito Santo?

Jesus dá a resposta:

*Pelo Espírito Santo nos tornamos novas criaturas, nascemos para uma vida de santidade. Como Jesus disse à Nicodemos: "...é preciso nascer da água e do Espírito" - nascer de novo para Jesus significa aderir ao seu plano de amor por nós e, ao mesmo tempo segui-lo através de sua Palavra, e isso só se faz através da força santificadora do Espírito Santo.

* Pelo Espírito Santo todos cheguem o conhecimento da verdade, isto é de Jesus Cristo; e para fazer a mesma obra de Jesus, (Jo14, 12.26). Era preciso que o Espírito Santo viesse para  fazer entender o que se cumpria em Jesus. Ou seja, abriria-lhes a mente e o coração para compreender todo cumprimento da Promessa de Deus Pai em Jesus. Jesus permaneceria com seu Espírito no meio da Igreja e no coração e mente dos Apóstolos e assim em toda a Igreja.

Antes de receberem o Espírito Santo, os Apóstolos não tinham compreendido, despertado sobre o verdadeiro significado da Real missão de Jesus, nem tinham forças para levar adiante seu mandado de proclamar o Evangelho a todo mundo. Estavam com medo de serem mortos do mesmo modo que Jesus.

* Era preciso mais, uma assistência especial para lhes fazer entender que a salvação já tinha chegado, que ela se cumpriu em Jesus e que todos precisavam de agora em diante, sob a responsabilidade deles levar o Evangelho. Sem o poder do Espírito Santo nada pode se mover. Ele move tudo que existe. Como um vento suave, sopra onde quer, inspira os corações, consola todo ser, aquece e inflama os corações para o amor de Deus. No livro do Êxodo encontramos a passagem onde diz que Deus passava como uma brisa suave; em outra encontramos Moisés diante de Deus que se manifestava através de um fogo em uma sarça que não se consumia.
O Espírito Santo em Pentecostes se manifestou dessa mesma forma: vento e fogo, não um fogo que queima e deixa cicatrizes, ferimentos como o fogo real que conhecemos, mas um fogo que era sinal da própria manifestação do amor de Deus, inflamando, mudando e encorajando corações.
Antes de Jesus subir para os céus, tinha prometido que enviaria o Espírito Santo. Ele se manifestaria de modo a começar uma nova etapa, agora a Igreja assistida pelo mesmo Espírito passaria a fazer a mesma obra de Cristo.
Jesus ao aparecer aos Apóstolos soprou sobre eles e disse:

"...Como o Pai me enviou eu também envio a vós... Recebei o Espírito Santo! Aqueles a quem perdoardes os pecados serão perdoados. Aqueles a quem o retiverdes, serão retidos!"... (Jo 20, 21-22)  -  O Espírito Santo dado por Jesus, através do sopro, traz-nos uma vida nova, recorda-nos, no Livro do Gênesis, o mesmo gesto de Deus na obra da criação, quando soprou nas narinas do homem, (que era apenas barro) e lhes deu a vida. "...O Senhor Deus formou, pois o homem do barro da terra, e inspirou-lhes nas narinas um sopro de vida e o homem tornou-se um ser vivente!" (Gên 2, 7) - Assim sendo, Jesus dá-nos uma nova vida através do Espírito Santo. É Ele quem nos renova e nos santifica. Como esteve presente desde a criação do mundo, está sempre presente e se manifesta visivelmente através dos diversos Sacramentos da Igreja, que são os meios pelos quais recebemos a sua força, sobretudo o Sacramento do Batismo e da Crisma. 
   
*Marca o nascimento da Igreja, o Espírito Santo veio para animar, dar novo impulso à Igreja de modo que os Apóstolos e todos os cristãos por Ele possam dar testemunho do Evangelho e realizar as obras pelas quais Jesus mesmo tinha atribuído, pela autoridade de Jesus e pela força do Espírito Santo os Apóstolos poriam em prática tudo quanto Jesus tinha ordenado antes de subir ao Céu. Esse é o dever da Igreja e dos cristãos: "Toda autoridade me foi dada no Céu e na Terra: Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura, batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar tudo quanto vos prescrevi!" (Mt28, 18-19) - E nos dá a sua promessa: ... "Estarei convosco todos os dias até o fim do mundo!" (Mt, 28, 20).Por essa mesma autoridade de Jesus é que a Igreja, ou seja todo o povo cristão tem o dever de:  


  1. Curar os doentes.
  2. Confortar os irmãos na fé.
  3. Promover o acolhimento de todos.
  4. Perdoar os pecados ( promover a graça da reconciliação). 
  5. Assistir os necessitados.
  6. Expulsar os demônios.
  7. Batizar. (pelo batismo estão representados todos os demais Sacramentos)
  8. Pregar o Evangelho a todas as nações.
  9. Dar testemunho do Evangelho.
  10. Anunciar o Reino de Deus e a segunda vinda de Jesus.


*Esse mesmo Espírito Santo que veio em Pentecostes continua agindo na nossa vida de maneira especial, porque o recebemos através dos Sacramentos do Batismo e da Crisma. Também continua presente e agindo na Igreja de forma a assistir e confirmar a fé de cada um de seus filhos e filhas.

*Pentecostes é o dia da iniciação da missão da Igreja, ela, que foi fundada por Jesus, começa a partir de Pentecostes sua caminhada, assistida pelo Espírito Santo, que caminha com ela. Por isso a missão salvífica de Jesus passa a ser a missão "salvífica da Igreja" - e cabe a ela anunciar, proclamar Cristo morto e Ressuscitado, como fez Pedro logo em seu primeiro discurso, um Kerigma fervoroso, proclamado  no dia de Pentecostes. (At2, 14.23-25)  

*E é esse mesmo Espírito Santo que caminha conosco, assim como desde o princípio iluminou os profetas, Jesus Cristo e os Apóstolos, também chega a nós pelo Sacramento do Batismo.
Sem Ele, sem a sua presença não pode caminhar, a Igreja de Cristo, muito menos o cristão. É Ele quem revigora, santifica e ilumina nosso ser para um só fim, a santidade plena.
*Ele é Deus, o próprio Deus, manifestado para nós na terceira pessoa da Santíssima Trindade.

*Através do Espírito Santo, recebemos os dons que (na Crisma), são conferidos:
Sabedoria: não a sabedoria do mundo, mas, o conhecimento da verdade plena, que é o próprio Deus, fonte de verdade e vida que encontramos na Sagrada Escritura.
Entendimento: É o dom que nos faz aceitar as verdades reveladas por Deus. Pelo Dom do entendimento somos convidados a aceitar e viver estas verdades.
Conselho: É a luz que o Espírito Santo nos dá para distinguirmos o certo e o errado, o verdadeiro do falso, o bom do ruim, e assim, orientarmos acertadamente a nossa vida, e a de quem pede um conselho.
Ciência: não é a ciência do mundo, a a ciência de Deus, agindo em nossa inteligência, de modo a nos indicar o caminho para a santidade. Nos faz buscar a verdade, indica-nos o caminho a seguir na realização de nossa vocação.
Fortaleza: É o dom da coragem para vivermos fielmente a fé no dia-a-dia, até mesmo o martírio se for preciso.( Se olharmos a vida dos santos, podemos ter vários exemplos deste Dom, agindo na vida e na total entrega deles ao amor de Deus).
Piedade: É o dom pelo qual o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir a Deus com alegria e ao mesmo tempo amar nossos irmãos. Nesse dom é dado o sabor das coisas de Deus.
Temor de Deus: Temor aqui não significa ter "medo de Deus",mas um amor e ao mesmo tempo um respeito tão grande pela sua pessoa, que queima o coração. Não é ter pavor da justiça divina, mas o receio de ofender e desagradar a Deus.
*Por isso, a festa de Pentecostes, vem nos lembrar que o cristão, batizado e crismado não pertence mais o mundo, como Cristo, não pertencemos mais a este mundo e sim a Deus, que nos libertou de modo tal com sua Morte e Ressurreição,.A Crisma nos imprime o novo carácter, um selo, ou a marca indelével que nos une a Cristo como se fôssemos uma "propriedade de Cristo". E nos concede os seus dons, a plenitude do Espírito Santo, esse mesmo Espírito que se manifestou em Pentecostes.

*Por outro lado, em cada celebração da Missa, renovamos esse mesmo Pentecostes. E pela Profissão de Fé, ou Creio, nós batizados juntamente com toda a Igreja reafirmamos esse compromisso que assumimos no Batismo e confirmamos na Crisma.

Na Carta de São Paulo aos Gálatas 5, 22-23, nos diz que o Espírito Santo nos trás vários frutos, frutos esses nascidos dos dons que recebemos: Caridade, Alegria, Paz, Paciência, Longanimidade (saber perdoar), bondade, benignidade, mansidão, modéstia, continência e castidade.

* OS SACRAMENTOS - Podemos dizer que todos SACRAMENTOS são Sacramentos de Cristo, um deles, a Eucaristia, é por excelência o Sacramento de Cristo. Assim, todos os Sacramentos são também do Espírito Santo, por excelência a Crisma é o Sacramento do Espírito Santo.

*Uma coisa é ser cristão, simplesmente, outra coisa é chegar à plenitude da santidade, evoluir, tomar novo impulso, crescer constantemente na vida iniciada pelo Batismo. Sem o Espírito Santo para nos fazer gerar e produzir frutos de santidade, somos como a semente que o "semeador lançou no terreno pedregoso e não vingou".  

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO - é bíblico?

Texto de: Reinaldo B. Reis

No último século, milhões de pessoas têm suas vidas transformadas pela experiência do "Batismo no Espírito Santo". É evidente que por toda história do cristianismo vamos identificar pessoas que como São Tomás de Aquino - foram "promovidas" a um novo estado de graça, por fazer a experiência de uma efusão do Espírito Santo de um modo usualmente crítico, envolvente, que provocou uma mudança em suas vidas. Mas foi somente no último século que a expressão "Batismo no Espírito Santo" passou a ser usada para designar tal experiência que, se antes acontecia de maneira aleatória na vida de algumas pessoas, passou a ser buscada e proposta como possibilidade normativa na vivência da vida cristã... a expressão: "Batismo no Espírito Santo" não aparece na Sagrada Escritura. A Bíblia apresenta a expressão num tempo verbal equivalente - batizar o ser batizado no Espírito - , denotando uma ação exclusiva do Messias (Jesus), em contraposição com o batismo de seu precursor, João Batista. A expressão aparece sete vezes  nos Evangelhos, Atos dos Apóstolos e na Carta aos Coríntios:
Mt3,11; Lc 3, 16; Mc1, 7-8; Jo1, 33; At1, 4-5; At11, 16 e ICor12, 13.

A expressão passou a ser usada para designar a experiência que geralmente provoca um ardente desejo de se deixar possuir e conduzir pelo Espírito Santo, (especialmente a missão de dar testemunho de Jesus Cristo), no fim do séc. XIX. Parece ter sido cunhada por Charles Finney, um revivalista americano que deixou marca indelével do pentecostalismo. A teologia de Finney levava em consideração uma experiência subseqüente à conversão que ele chamava "batismo no Espírito Santo" - A realidade de tal experiência significativa e transformadora na vida de muitos cristãos na história da Igreja é incontestável. (Se levada em consideração numa profunda experiência nos dons e nos frutos que o Espírito Santo pode proporcionar).

Que nome, porém, dar a ela, e que interpretação teológica pode-se lhe aplicar sem entrar em conflito com outras realidades da fé, é que tem provocado resistências e, em alguns casos desaprovação de seu uso.
Do ponto de vista teológico, nas últimas décadas tem acontecido considerável avanço nesse campo  que constitui no eixo central  da identidade do pentecostalismo. No Brasil, o conceituado exegeta Pe. Ney Brasil, em artigo escrito na Revista de Cultura Bíblica (ano 38, Vol. XX, n. 77-78, em 1996, Edições Loyola), apresenta-nos "uma investigação exaustiva e brilhante sobre os textos do Novo Testamento que falam no batismo no Espírito", tal como é usado na Renovação Carismática. Na conclusão Pe. Ney esclarece:
"Por isso, quanto à recomendação dos nossos bispos, nas suas já citadas Orientações Pastorais da RCC, parece pertinente o que observa o Frei Felipe Alves: "Esta expressão da RCC, costuma ser explicada. E se alguns não entendem, o mesmo acontece com muitas outras expressões usadas pela nossa Igreja. Nem por isso a prudência eclesial as elimina, tais como "Igreja que nasce do povo", 'Penitência', 'Ordem' etc".
Assim, mesmo reconhecendo o risco da ambiguidade, parece difícil encontrar um substitutivo à expressão já  consagrada. Continuar, então a usar a expressão, contrariando nossos bispos?
Não, não usá-la simplesmente, ignorando a advertência. Levando porém a advertência em conta, esforçar-se por esclarecer a  expressão bíblica, acrescentando alguns substitutivos indicados. Porque a advertência ajudará, com certeza a evitar equívocos e mal entendidos, que não constroem a Igreja.

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O DOM DE FALAR EM LÍNGUAS -  manifestado em Pentecostes pode ser o mesmo de hoje? 


O atual Carismatismo ou Pentecostismo, que é praticado pelos protestantes e católicos teve sua origem no protestantismo no começo do século nos EUA. Uma estudante protestante afirmou ter tido de repente, uma "sensação de paz e gozo".
Ela atribuiu esse fenômeno a Cristo. Passados alguns dias toda a Comunidade se davam as mesmas manifestações. Que foram interpretadas como Batismo no Espírito. Assim nascia o movimento pentecostal protestante que pretende reviver os carismas extraordinários dos Apóstolos no dia de Pentecostes.
Era natural que a fé-confiança, de Lutero, essencialmente despreocupada com a precisão doutrinária das verdades, viesse a desembocar na explosão de manifestações sentimentais do carismatismo. O que é totalmente anormal é que a Fé católica, que exerce adesão pelas verdades reveladas por Deus e propostas pela Igreja como necessárias para crer e para salvar-se, tenha sido de tal modo adulterada a partir do Concílio que viesse assumir essas manifestações exacerbadas de sentimento religioso.
No campo católico, esse pentecostismo chamou-se Renovação Carismática(RCC). Ela nasceu de modo a despertar na Igreja um certo "desejo de renovação" na forma de Orar e manifestar o louvor. De modo a despertar nos mais jovens o gosto pela participação nas celebrações e na liturgia que antes do Concílio Vaticano II era muito fechada à participação dos leigos.
De certa forma trouxe uma nova cara para a Igreja, um novo jeito de celebrar, mais alegre, mais vibrante e que contagiou a muitos.

Não podemos negar que foi muito benéfico ter uma Igreja mais vibrante, como eles mesmos dizem "mais carismáticos" com palmas, cantos e muita alegria.
Mas mesmo assim, trouxe também pensamentos dos pentecostais e das seitas protestantes que são totalmente contrárias ao que ensina a Igreja e o Catecismo. Muitos exageros dentre eles a própria forma de exposição do Santíssimo Sacramento (e de forma exagerada) após a santa Missa o que é totalmente anti-litúrgico. Ou então o falar "línguas" estranhas e outras coisas como "dons de revelação" muitas vezes sem nexo ou de formas incompreensíveis. O uso de instrumentos musicais anti-litúrgicos e de verdadeiros "shows-missas" que faz da liturgia uma show, um circo ao céu aberto, muitas vezes desapropriado e com altos volumes, coisas vindas o protestantismo.

Claro que o movimento em si possui muitos frutos, não há como negar, mas o que deve ser contido são os exageros cometidos e estar atento ao que ensina a Igreja, e sobre a sagrada liturgia.
A RCC não é proibida pela Igreja mas em certos casos merece mais atenção dos bispos locais e dos padres.

QUAL SIGNIFICADO DE PENTECOSTES?

"Pentecostes" palavra de origem grega, naquele tempo, festa das colheitas, fazia parte das festas comemorativas da Páscoa judaica. Quer dizer "quinquagésimo dia", e foi 50 dias após a ressurreição de Jesus, dentro da festa de Pentecostes que Ele, o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos conforme a sua ordem: "não se afastarem de Jerusalém mas esperarem a promessa do Pai",..." pois sereis batizados no Espírito Santo dentro de poucos dias". (At1, 4-5) Assim, a festa de Pentecostes no cristianismo ganhou outro sentido passou a ser a Festa da Vinda, ou descida do Espírito Santo, mas também coincidindo com os 50 dias após a Páscoa cristã, isto é 50 dias depois do domingo da Ressurreição de Jesus.
Pentecostes não era uma festa cristã, era uma festa dos judeus. Tratava-se de uma confraternização religiosa própria do mundo rural, sete semanas após a festa dos pães ázimos, que lembrava a Páscoa dos judeus. Mais tarde já com o culto centralizado no Templo e caracterizado por sacrifício de animais, Pentecostes, mais que uma festa da colheita, era o dia em que os judeus comemoravam a promulgação da Lei de Moisés, isto é os 10 Mandamentos, (Lev23, 15-22); que era celebrada "50 dias" após a Páscoa judaica. Assim no AT, costumes religiosos do mundo rural adquiriram também uma característica histórica, lembrando a libertação da escravidão no Egito e aliança que Deus fez com Moisés no monte Sinai. (Dt16, 9-12)
Batizados no Espírito Santo - aqui significa "banhados" ou "inundados", e não outro batismo diverso do Sacramento do Batismo. Significa a graça especial do envio do Espírito Santo com abundância de seus dons extraordinários.
A abundância de dons extraordinários, visava socorrer a Igreja nos momentos difíceis no começo em que devia aplicar-se em converter os judeus e os pagãos idólatras. Eram dons da ordem dos carismas, os quais não se destinam ao bem pessoal de que quem os recebe, mas de toda a Comunidade dos fiéis.
Ao lado desses carismas transitórios, proveu Jesus a sua Igreja dos Santos Sacramentos como canais normais e permanentes da graça divina, que conferem dons para beneficiar cada um em particular.

O Carismatismo se não bem usado comete o erro grave de pretender renovar, um clima de exaltação super emotiva aqueles carismas extraordinários. Um erro que pode ser grave porque se não bem acompanhados pode expor os fiéis à ilusão com a esperança de estarem recebendo graças especiais, quando pode se tratar de uma simples explosão natural de sentimentos. Esse erro é tão perigoso que, o demônio pode afluir e servir destes estados de super exaltação para produzir certos fenômenos extraordinários com aparência de coisas verdadeiras para enganar e perder a muitos. Uma grande inverdade é a oração em línguas que "os carismáticos" dizem fazer. Para que serve? quem os entende? ... o que há é uma confusão , que "não se parece traduzir" o que se ora, e que São Paulo já exortava antes. Pois o "dom de falar e orar em línguas se não houver compreensão da assembléia, de nada serve para a edificação da Igreja". De nada tem haver com o Espírito Santo, não passa de um teatro. O fato é que muitos líderes católicos e padres estão embarcando nessa e incentivam os carismáticos, achando que isto é unção do Espírito Santo. É mentira e engodo!
COMO ACONTECEU O DOM DE LÍNGUAS NOS ATOS DOS APÓSTOLOS?
Quando abrimos a Bíblia no Livro do Êxodo 34, 22, lemos a prescrição de celebrar a "Festa das Semanas", por ocasião da colheita do trigo.

Para nós cristãos Pentecostes já não tem mais referência alguma com o mundo rural. De fato, passou a ser a festa que faz memória do envio do Espírito Santo sobre os Apóstolos e Discípulos de Jesus. Pois, foi naquele dia em que se encontravam muita gente em Jerusalém para a celebração desta festa que o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos, Maria Santíssima e ali a Igreja começou sua missão conforme havia ordenado Jesus. 
Então, na verdade, o nome Pentecostes acrescenta-se a outro a "Festa do Espírito Santo". Ele veio, desceu para não só consolar os cristãos, mas também para assistir a Igreja que naquele momento se iniciara. Mas o mais importante de tudo, o Espírito Santo estaria presente em toda a vida da Igreja até os dia de hoje e até a volta de Jesus.

A Igreja é assistida constantemente por Ele. É também o cumprimento da promessa feita por Jesus antes de sua morte: "Não vos deixarei órfãos, vos enviarei um consolador e ele vos esclarecerá todas as coisas!" - Esse Consolador é o Espírito Santo que dá assistência à Igreja. É ele que esclarece que anima que nove todo cristão.
Quando ficamos presos achando que o Espírito Santo se limita apenas em "falar em línguas" ou em muitos milagrosinhos por aí. Na verdade, Ele é muito mais que isso, ele é o "motor" que nos faz caminhar e é o Espírito Santo que une a Igreja em um só povo. Quando há divisões na Igreja, ou então espíritos de divisões então ali não existe ação nem a unção do Espírito Santo. Pois, Ele veio congregar e não desunir.
Quando achamos que na Comunidade, o Espírito Santo dá unção a uns mais que os outros na verdade, isso é um pensamento diabólico porque ou Ele age na Igreja inteira com seus dons e carismas ou então esta comunidade está pobre do Espírito Santo, pois, a ação de Deus não é falha e nem é para um determinado grupo de pessoas. Mas Ele é para todo povo de Deus. Ele está presente desde o início da criação e continua presente.
Mas, qual a explicação então entre o "falar em línguas" dos pentecostais e da RCC e o "falar em línguas" descrito por São Paulo?
Na verdade o que acontece hoje nesses movimentos não tem nada a ver com o que encontramos no Novo Testamento.
Explicar não é fácil, mas eu prefiro me apoiar no que diz São Paulo em 1Cor12, 4-10. 
Na verdade Deus distribui entre nós muitos dons e carismas. Para que serve esses dons e carismas na Igreja? Para a pregação do Evangelho. Para facilitar os Ministérios, sejam eles ordenados ou não.

No que se refere ao "dom de línguas", neste capítulo em especial São Paulo diz que o Espírito Santo dá a uns o dom de "falar em línguas" outros em interpretar línguas. Isso significa que não basta só traduzir, mas, entender o significado dessas línguas.
Bem, isso não é nada sobrenatural, trata-se dos idiomas que se falavam na época. Não significa falar línguas estranhas como querem apresentar nossos irmãos.

Um exemplo é: quando nós queremos saber o significado de determinadas palavras recorremos ao Latim de onde surgiu o nosso português, ou então no caso do Brasil ao Tupi de onde saíram muitos nomes acrescentados em nosso dicionário e em nosso português. Isso é o que se chama interpretar línguas. Diferente de traduzir que é a pessoa que traduz um idioma para o outro. Exemplo: Vice: do inglês para o português. E versa: do Português para o Inglês.

Vejam que neste texto São Paulo se refere a variedade de idiomas e se uns tem facilidade de falar vários idiomas, outros tem a facilidade de interpretá-los. É o que chamamos de poliglotas e intérpretes.
Claro, que naquele tempo não havia escolas especializadas em idiomas como hoje. As pessoas com uso da inteligência dada por Deus aprendiam a falar, a traduzir e interpretar as línguas. Isso era comum entre pessoas que trabalhavam no comércio, entre os religiosos e os políticos.
Mas quem dá esse dom? É Deus, é o Espírito Santo. Como hoje existem pessoas que tem facilidade para falar várias línguas, outras nem tanto, outras mal falam o português. Mas essa variedade de dons que Deus dá está dentro de uma realidade humana, muitas vezes pela própria inteligência. É o que chamamos hoje de auto-didatas.
Aí sim, Deus nos dá inteligência para aprender novas línguas e também a interpretá-las.

Dizer que o que acontece hoje nos meios pentecostais e carismáticos seja "falar em línguas" é l,ínguas de anjos não procede segundo a Sagrada Escritura; muito estranho porque até hoje ninguém foi capaz de traduzir tais "línguas" nem sabemos a veracidade disso. E o pior, quando as pessoas se derem conta de que isso pode se tratar de uma farsa a Igreja cairá em descrédito. Pois é mais do que claro que o "falar em línguas" dos Atos dos Apóstolos, que aconteceu no dia de Pentecostes não tem nada a ver com o que acontece hoje nos meios carismáticos e pentecostais. a) Em Pentecostes o povo entendia os Apóstolos pregarem, não porque falavam línguas estranhas, mas, os ouvidos dos muitos presentes compreendiam-os em seus idiomas, pela ação do Espírito Santo. De modo que todos se entendiam, povos de vários lugares e nacionalidades.

b) Essas línguas estranhas que ouvimos hoje, pode alguém entender? 
E o perigo está aí. Por quê? ... quem garante que isso pode vir de Deus?
Se não entendemos tais palavras, tanto tais coisas podem ser um louvor, mas pode ser que satanás se utilize disso para blasfemar contra Deus. 
Por outro lado: 
Quais os frutos que tais coisas trazem para a Igreja de Jesus? Isso ajuda em quê a Igreja?
Vamos ler as regras que São Paulo ensina quanto a falar em línguas:


REGRAS A SEREM SEGUIDAS NO USO DO DOM DE LÍNGUAS:

1) No máximo três pessoas devem falar, de forma sucessiva e organizada, um de cada vez – 1 Coríntios 14:27;

2) Deve haver tradutor (intérprete) – 1 Coríntios 14:28; 
3) Precisa ser entendido por todos – Atos 2:9-12;
4) Cumprir o papel de edificar a igreja edifica a Igreja estando subordinado ao dom de profecia (1 Coríntios 14:1, 5, 26).
5) Ser enriquecido pelo amor aos irmãos – 1 Coríntios 13:1 e 9. Aqui São Paulo não diz que fala a língua dos anjos. Ele está falando em sentido figurado, "ainda que", para explicar que se ele tivesse todos os dons espirituais, mas lhe faltasse o amor de nada esses dons lhe serviriam. O amor é tudo. 
6) 1Cr 14, 1-34 O dom da profecia é superior ao dom de línguas. São Paulo dá uma verdadeira aula dizendo que o dom de línguas sem interpretação de nada vale para a assembléia, e quem o faz, deve deve usar isso para si mesmo. Isso pode servir para si próprio mas não para os outros; se acontecer que seja no máximo entre duas e três pessoas e que haja interpretação, do contrário deve-se ficar calado. Como é que se pode dizer que essa balbúrdia, essa gritaria que acontece nos templos pentecostais e na RCC sem interpretação traz algum proveito? Choro, gritaria, histeria. Desrespeitando a própria palavra de Deus que diz: que Deus não é um Deus de confusão, mas de paz. (1Cr 14, 33). E o que vemos nesses cultos são verdadeiras balbúrdias um bando de gente louca que nem sabe o que diz, pulando, gritando, cantando, chorando, dançando tudo o mesmo tempo.  Isso não é coisa de Deus, meus, irmãos.  "Está escrito: minha casa é casa de oração!" (Mt21,13). São Paulo ensina que muito mais importante é profetizar, porque enquanto o "dom de língua" edifica  si mesmo a profecia, isto é o ensinamento edifica toda a Comunidade.

São Paulo não proíbe, mas pede que os fiéis tenham discernimento, que ao orarem em línguas que o façam pra si e não para os outros porque isso de nada vale para a Assembléia. E se acontecer na assembléia tem que haver pessoas que as interpretem, do contrário deverá ficar calado. É muito sério isso. 
Eu posso garantir que nunca vi em nenhuma igreja pentecostal, nem tampouco da Igreja Católica alguém interpretar essas línguas. Você já?   
No tempo de São Paulo nem às mulheres eram permitido falar na Igreja. Se elas quisessem saber algo deveriam conversar com os maridos em casa. Veja: 1Cor 14, 34-35. Como é que essas denominações e seus pastores, padres bispos permitem que aconteçam tamanha balbúrdia em  seus templos, dioceses e paróquias?    
Muitos cristãos de hoje ferem essas cinco regras frontalmente. Em muitas congregações, por exemplo, há certo número de pessoas e todos querem falar ao mesmo tempo. Não pode haver intérpretes que falam tem algum sentido já que não sabem o que estão falando?

Observação: Por que utilizar o dom de línguas no Brasil se todos falam o português?
E eu termino com o versículo 39 do capítulo 14 da Primeira a Coríntios:
"Assim pois, meus irmãos, aspirai do dom de profetizar (pregar, ensinar, catequizar...), porém não impeçais falar em línguas, mas com DIGNIDADE E ORDEM".

OUTROS ASPECTOS IMPORTANTES A SEREM AVALIADOS SOBRE O DOM DE LÍNGUAS

1. A gritaria não pode fazer parte da manifestação de qualquer dom – Efésios 40:30, 31;

2. A pessoa tomada pelo Espírito Santo tem paz e domínio próprio (Gálatas 5:22, 23), ou seja, não cai no chão.
3. O dom de línguas não provoca desordem na igreja. Em 1 Coríntios 14:33, 40 é dito que “Deus não é de confusão e sim de ordem e paz.” A obra de Deus sempre se caracteriza pela calma e a dignidade. Havendo barulho, choca os sentidos (ler Mateus 6:6; Gálatas 5:22, 23). Lembremos de que Deus não é surdo.
4. O Espírito Santo somente é concedido aos que obedecem a Deus (Atos 5:32). Será que os que se dizem possuidores do Espírito Santo guardam todos os mandamentos de Deus? (ver Tiago 2:10). A pessoa que conhece a Palavra e de livre vontade desobedece a Deus, não tem o Espírito Santo, mesmo que possa parecer! “O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.” Provérbios 28:9.
5. O fato de alguém falar em línguas não é prova de tenha sido batizado(a) pelo Espírito Santo. A Bíblia apresenta diversas pessoas que receberam o Espírito Santo e, contudo, não falaram em línguas, pois não era necessário. São elas:

• Os samaritanos (Atos 8:17);
• Maria (Lucas 1:35);
• Estevão (Atos 6:5; 7:55);
• Saul, o primeiro rei de Israel (l Samuel 10:10);
• Gideão, juiz de Israel (Juízes 6:34);
• Sansão, outro juiz (Juízes 15:14);
• Zacarias, pai de João Batista (Lucas 1:67);
• Bezalel, em tempos remotos (Êxodo 31:1-3);
• João Batista e sua mãe (Lucas 1:15 e 41);
• Os sete diáconos (Atos 6:1-7);
• Jesus Cristo (Lucas 3:22).

Vemos que Jesus nunca falou em línguas. Ele não usou esse dom porque não havia uma necessidade evangelística para tal. Ao ser preso interrogado pelo Sinédrio sobre sua missão Jesus disse: "Falei publicamente a todo mundo". "Ensinei nas sinagogas e no Templo, onde se reúnem todos os judeus, e nada falei às escondidas"... Jo18, 20  - Jesus não utilizou de nenhuma língua estranha quando falou aos judeus, porque o Espírito Santo que procede de Jesus e o Pai falaria e permitiria que nós, cristãos falássemos diferente em línguas estranhas, que proveito isso tem? Nenhum.
O propósito do Espírito Santo é justamente fazer o contrário que aconteceu na torre de Babel quando os povos foram dispersados por causa do pecado do orgulho e da prepotência, Deus separou-os confundindo-os em várias línguas de modo que eles se dispersaram. Em Pentecostes aconteceu o contrário era preciso que houvesse uma só língua para juntar esse povo na nova Comunidade Igreja que iniciara através de Jesus. De onde os pentecostais a a RCC católica tiraram a ideia que o dom de falar em línguas estranhas aconteceu em Pentecostes? Sendo que em Atos2, claramente vemos que o que aconteceu foi um milagre em que os apóstolos  falavam no seu idioma materno e por causa do poder do Espírito Santo os povos de outras regiões ouviam e entendiam o que eles falavam em seus próprios idiomas. Não quer dizer que o dom de línguas não exista mas, deve-se ter muito cuidado, como orienta São Paulo. Isso não acontece a toda hora e a todo momento e nem tampouco sem interpretação.    

 Exigir que todos os irmãos falem em línguas é querer dirigir o Espírito. É ir contra a soberania dEle, pois somente Deus Espírito Santo é quem distribui os dons como Ele quer: “Porém é um só e o mesmo Espírito quem faz tudo isso. Ele dá um dom diferente para cada pessoa, conforme ele quer.” 1 Coríntios 12:11.

6. O termo “língua dos anjos” só aparece em l Coríntios 13:1, quando Paulo afirma: “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.” O apóstolo está apenas destacando que, mais importante que falar a língua dos homens e dos anjos, é ter amor. Não está afirmando que essa manifestação estranha de língua angélica fizesse parte de nossa pregação (leia Gênesis 18 e Apocalipse 22:8, 9, onde os próprios anjos falaram idiomas humanos para que pudessem ser compreendidos! Leia também Gênesis 19:15; Lucas 2:8-14; 1:16-18).
7. Em Marcos 16:17 é dito: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios: falarão novas línguas.” O que significa “falar uma nova língua” na Bíblia? O texto original grego responde. Há duas palavras gregas diferentes para descrever o termo “novas” línguas: neós e kainós.
• Neós é algo novo que não existia antes.
• Kainós é algo novo que já existia.

A palavra empregada em Lucas 16:17 é kainós, indicando assim que as “novas línguas” faladas pelos discípulos de Jesus seriam novas apenas para eles que não as conheciam, mas elas já existiam! 

Eu prefiro acreditar que quando São Paulo nos diz sobre "variedade de línguas" ele está se referindo aos idiomas pelos quais a Igreja teria que aprender a lidar, interpretar e falar ao longo dos séculos por diversos lugares em que o Evangelho fosse pregado.
Quando perguntamos a essas pessoas que falam essas línguas estranhas: Você sabe o que significa essas línguas? 
A resposta é sempre que elas são línguas do Espírito Santo, ou então que são línguas dos anjos. Nisso até leigos, padres e pastores entram em contradição com a própria Sagrada Escritura:
a) Porque em toda Bíblia as manifestações de Deus acontece em uma só linguagem. Deus nunca usou de línguas estranhas para falar ao seu povo. Com Jesus, que é a revelação do Pai, foi a mesma coisa. E com o Espírito Santo é a mesma coisa. Ele nos inspira, nos toca, nos move, nos fala de diversas maneiras, com diversos sinais, mas a linguagem de Deus é uma só. Desde a criação do mundo.
b) Dizer que tais línguas são angélicas, ou vem dos anjos, também é incabível, não tem sentido algum, pois, as manifestações angélicas aconteceram, e podem acontecer, sempre de forma direta na linguagem humana. Vejam que quando o anjo anunciou à Maria ele não veio com metáforas ou linguagem estranhas, ele falou abertamente. Lá em Atos quando Pedro estava preso, o anjo veio resgatá-lo da prisão e falou com ele, no seu idioma o Aramaico e ele entendeu as palavras do anjo.

Claro que os anjos podem por ação divina se comunicarem nos idiomas pátrios, são anjos, seres celestes. Agora achar que o que acontece no meio carismático e pentecostal com o chamado "falar em línguas" é linguagem angélica é pretensão demais ou então ignorância espiritual. 
Não quer dizer que aconteça esses fenômenos, mas, são fenômenos puramente do espírito humano, da psicose humana e não do Espírito Santo.
Deus não se utilizaria disso a troco de nada. Ou seja, Deus não falaria algo que não compreendêssemos para causar divisões na sua Igreja. Quanto aos anjos a coisa é mais séria, pois se tal coisa existisse o Céu estaria dividido.

É verdade que há vários momentos em que o Espírito Santo é dado aos seguidores de Jesus, como em Jo 20, 22-23; At 8, 17; 10, 44-45.
Contudo a cena-ícone do Pentecostes cristão é narrada em Atos 2, 1-36; porque constitui o ponto de partida de uma nova Comunidade, unida pelo Espírito de Jesus e enviada como missionária a todos os povos.

É a manifestação maior da Terceira pessoa da Santíssima Trindade tal como Jesus prometera, (Jo 14, 16-20; 16, 5-15). Ele irá continuar a obra redentora de Jesus, não mais através de algumas pessoas privilegiadas, mas através da própria Igreja. Nessa cena também se destaca a figura de Maria (At1, 14); aquela que atraiu para si o Espírito Santo, para gerar a pessoa de Jesus, e agora trai novamente para gerar a Igreja de Jesus.
Os dons do Espírito Santo em Pentecostes não coincidem com os dons da tradição dos sete dons, que normalmente tomamos do Antigo Testamento, do profeta Isaías, (Is11, 2-3); Aqui vemos os dons da coragem de ser missionário e dar testemunho de Jesus Ressuscitado, do entendimento do mistério pascal de Jesus,da união e da alegria de ser cristão, da partilha de bens, para que ninguém passe necessidade, do amor fraterno e da concórdia, que faz com que todos se compreendam entre si, apesar de serem de diferentes culturas e línguas. Enfim, irrompe algo novo dentro da sociedade romana e judaica da época com uma força de atração impressionante.
( Rev. de Aparecida Ed. 05/2010 - texto de Pe. José Ulysses da Silva, CSsR)
Segundo narra o Livro dos Atos que, na descida do Espírito Santo o povo, que ali se encontrava, (pois era a festa da colheita), começou a entender em seu seus próprios idiomas a pregação dos Apóstolos. O fenômeno que acontecia era esse: Os Apóstolos e os presentes ali que receberam o Espírito Santo, começaram a falar, louvar e bendizer a Deus. Os de fora, (de outras regiões), que ali se encontravam os ouvia em seu idioma ao mesmo tempo cada qual em sua língua . O Espírito Santo através desse fenômeno traduzia o a palavra dos Apóstolos e discípulos de Jesus (idioma Aramaico), para o idioma deles, como se fosse um tradutor simultâneo. Porque aconteceu isso? O Espírito Santo se adiantou em ser o primeiro tradutor de Línguas. Como era impossível, (na força humana) para falar à pessoas de diversas regiões ao mesmo tempo, o Espírito Santo descido sobre todos ali no Cenáculo, agiu de forma tal a fazer com que eles ouvissem os Apóstolos e os entenderam nos seus próprios idiomas para que eles cressem em Jesus, dessem conta do que se passava e se convertessem. Junto com esse milagre veio também a Força para preparar a Igreja que ali nascia para Anúncio do Evangelho. Para isso o Espírito Santo derramou seus dons e sua força santificadora de modo a reanimá-los para a missão que iam empreender.
Isto podemos comprovar claramente no Livro dos Atos dos Apóstolos: ...."não são todos galileus? como é que nós os entendemos falar em nossa própria língua?" (Cf. At 2, 7-8)
Nesta ação espetacular do Espírito Santo veio CONGREGAR num só povo e UNIVERSALIZAR a Igreja de Jesus, (até então os cristãos ou nazarenos, como eram conhecidos), passaria ser conhecida em todo mundo mais tarde como: IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA. Um outro significado é que, Deus uniu e e instituiu pelo Espírito Santo um Novo Povo, que antes na Torre de Babel, o povo que ANTES falava em uma só língua, foi separado, POR CAUSA DO ORGULHO; e cada qual passou a ter um idioma diferente. (A Bíblia fala que Deus os confundiu em sua Língua. Cf. Gên11, 1-9); Com a Igreja de Cristo e pela efusão do Espírito Santo o novo povo de Deus, eleitos de diversos lugares foram Congregados num só povo, O POVO CRISTÃO. Por isso é que Aconteceu o dom de Línguas. (Cf. At2, 1.3,5-6). Esse dom foi único, só aquela vez de modo a chamar à conversão todos que ali se encontravam para que eles entendessem e aceitassem Jesus. Até então Pentecostes era uma festa popular da Judeia que reunia gente de todo lugar. Somente depois é que a palavra Pentecostes passou ser usada na Igreja para significar a descida do Espírito Santo. Porque foi no "Dia da festa Colheita", isto é em Pentecostes, que Jesus enviou seu Espírito. Então esse dia se tornou sagrado para Igreja e recebeu este nome: Dia de Pentecostes, que daquele dia em diante significa para nós cristãos: Dia da descida do Espírito Santo.

Eis o que significa Pentecostes, a presença do Espírito Santo na Igreja, uma força invisível, mas muito bem percebida, que é a própria essência da Igreja, sem Ele a Igreja seria um museu histórico, jamais porém uma força missionária. Capaz de atravessar vinte e tantos séculos cheias de vida gerando muitos santos e santas.
O momento de Pentecostes para cada cristão é o dia da sua Crisma. Ela lhe concede o próprio Espírito Santo, como dom, e o marca como Templo vivo d'Ele. Ela tem força de fazer acontecer em sua vida, a mesma experiência daquela primeira Comunidade, reunida em torno de Maria Santíssima. Por isso é tão importante que em todas as nossas orações, jamais deixemos de suplicar com insistência: "Pai por vosso Filho, dai-me o Espírito Santo!"


O QUE NÃO PODE ACONTECER DENTRO DOS MOVIMENTOS CARISMÁTICOS
Percebam que o que escrevo aqui não sou eu quem escrevo, mas, santos, pessoas, padres estudiosos no assunto:
Muito causa estranheza ver nos movimentos carismáticos pessoas falarem coisas estranhas, sem som distinto, incompreensível afirmando que aquilo é dom de línguas, não é verdade, no ponto de vista bíblico não tem nada a ver com o dom de línguas revelado em Pentecostes. Pode ser em alguns casos. Alguns não em todos! A maior parte é um engodo, uma mentira. E causa mais estranheza que os bispos e padres católicos aceitem tais coisas como se fosse verdade é muito triste. Essas manifestações muitas vezes não é causada pelo "dom de línguas" mas por um estado de êxtase que é comum até em religiões não cristãs como no caso do espiritismo. Por isso dizer que o "dom línguas" é um ato constante é enganar-se a si mesmo. 

É como se eu falasse em Inglês ou árabe, etc. para pessoas que não entendem esses idiomas. Mesmo que eu pregasse, ou falasse maravilhosamente de que serviria isto para a Igreja ou para quem escuta se ninguém entende o que falo? isso é o que adverte São Paulo. Não quer dizer que o "dom de línguas" não possa acontecer mas, tomemos cuidado com isso. Pois, se ele não servir para ajudar a Igreja não servirá pra nada, então isso não provém do Espírito Santo, pois a língua do Espírito Santo é Universal é para todos a qualquer tempo e qualquer lugar dentro ou fora da igreja.

Para justificar chegam a dizer que aquelas falas estranhas é a língua do Espírito, não é verdade. O Espírito Santo é uma força divina, que move os corações e os pensamentos de modo a Santificar as almas e também impulsionar o espírito missionário. 

E aqui eu pergunto: 
Por que Deus, (pois,o Espírito Santo é Deus é a segunda pessoa da Santíssima Trindade), usaria de tais línguas se elas não ajudam em nada a Igreja.
Em todas as passagens em que a Bíblia fala da ação do Espírito Santo, ela mesmo diz que Deus sempre nos falou por meio de palavras compreensíveis, senão diretamente, Ele agiu abertamente pela Unção em vários casos. Desde o Antigo Testamento até o Novo Testamento, como vemos no caso da Anunciação à Maria.

Diferente de Pentecostes, este "falar em línguas" nos causa muita estranheza, visto que desde que surgiu o pentecostismo e o carismatismo ninguém foi capaz de traduzir tais palavras.
Eu quero aqui lançar um desafio a qualquer teólogo, bispo, padre ou pastor que tenha entendido e traduzido essas tais línguas. Pelo contrário, o que existe é uma tremenda balbúrdia dentro dos movimentos que senão para fazerem barulho, causam divisões de interpretações (se é que elas existem) e divisões nas Igrejas. A ponto de tornar a Igreja de humilde à orgulhosa. Não se pode aqui dizer que a frase "o Espírito sopra onde quer e como quer" porque isso é pretensão humana de achar que Deus faria uma coisa incompreensível apenas para um grupinho de pessoas, sem frutos para a Igreja.
Se prestarmos atenção nos Evangelhos vamos ver que Jesus sob ação e a Unção do Espírito Santo dizia coisas compreensíveis, orava de forma compreensível, falava por parábolas muitas vezes, mas mesmo quando não era compreendido ele as explicava quando estava a sós com seus discípulos.
Então de onde vem a Ideia de que essas manifestações dentro dos movimentos pentecostais e carismáticos podem partir do Espírito Santo?
Está claro que há um espírito embusteiro para confundir a cabeça das pessoas, isso está acontecendo dentro da Igreja Católica, debaixo do nariz de muitos bispos e padres aos quais sãos eduzidos por esse mesmo espírito.
Nesse sentido nos adverte São João em 1Jo4,1.6 ... Nisto conheceremos o Espírito Santo da verdade e o espírito do erro."

"Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito,mas examinai se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas se levantarão no mundo..."
E se lermos os Atos dos Apóstolos, os Evangelhos, e as próprias cartas apostólicas não vamos encontrar tais sinais. Apenas São Paulo adverte sobre o "dom de línguas", não proíbe mas pede atenção, cuidado para não achar que tudo é dom do Espírito, pois aquilo que traz proveito à Comunidade é obra do Espírito Santo, aquilo que não se pode compreender e não ajuda a Igreja não vem de Deus e não serve para nada.

Não estou aqui querendo dizer que a Renovação Carismática Católica estejam contra a Igreja. O movimento em si, embora tenha se espelhado no tal "reavivamento do espírito" pentecostal dos EUA, deu e continua dando muitos frutos para a Igreja Católica. É um movimento, sem dúvida nenhuma muito peculiar, necessário à Igreja e com aprovação dela. Mas o que não pode acontecer e está acontecendo talvez por falta de dedicação dos padres e bispos, ou por uma ignorância no que a Bíblia ensina sobre o Espírito Santo é que está levando muitos católicos à um engodo, uma enganação com relação  à pessoa do Espírito Santo e seu propósito.     

Hoje parece modismo principalmente na RCC tais comportamentos. De repente começa uma linda oração, daí se mistura coisas estranhas, falas estranhas que ninguém compreende, isto pode vir de Deus? Pode Deus querer algo que não compreendemos?

Nesse sentido veja o que São Francisco de Sales, doutor da Igreja já dizia:
"Tem-se visto em nossa época pessoas que creem que foram muito freqüentemente raptadas em êxtases; E a cabo descobria-se que não passava de ilusões diabólicas. Assim, certo sacerdote no tempo de Santo Agostinho punha-se em êxtase sempre que queria, cantando e fazendo cantar uma ária lúgubre. (...) O admirável é que seu êxtase ia tão longe que não sentia o fogo que lhe aplicava, a não ser depois voltado a si..., e ficava sem respirar". E o Santo segue advertindo-nos de que o maligno pode transformar-se em anjo de luz, operar êxtases e prodígios e outros milagres extraordinários para perder as almas confundindo-as. São João da Cruz também afirma: "...quando a alma procura estas comunicações abre as portas para o demônio!"
Um outro caso; o ex-pastor, Francisco Almeida de Araújo, da igreja Batista, conta-nos que nos EUA, um antigo pastor missionário na África e conhecedor de vários idiomas e dialetos africanos , certo dia encontrou em sua igreja um grupo de jovens "falando em línguas". Mas tomou um grande susto ao conhecer que aqueles jovens proferiam blasfêmias contra Nosso Senhor em um dialeto africano que ele conhecia bem. Era pois o demônio que inspirava a mente daqueles jovens em estado de transe a dizerem blasfêmias. O mesmo fenômeno já aconteceu nas "falas de línguas" do carismatismo católico.
Porém o "falar em línguas" não foi proibido mas exortado, que se tomasse cuidado, São Paulo diz que o "dom da profecia" é muito mais importante e deve ser usado para edificação da Igreja. (Cf. 1Cor14, 5-6) ... Para São Paulo de nada adianta falar em línguas se isto não traz nenhum proveito para a Igreja a não ser para a pessoa.

Já a profecia, (no sentido de anunciar o Evangelho, denunciar e ajudar combater as injustiças), é importante para a Igreja, Deus se serviu dela desde o Antigo Testamento, através de homens justos para ajudar o povo a caminhar, servir dela com seu Filho Jesus para pregar a Boa Nova, serviu dela pelos Apóstolos e serve dela pela sua Igreja.

O QUE DIZ SÃO PAULO SOBRE "O FALAR EM LÍNGUAS"?
São Paulo, em boa parte do Capítulo 14 da 1a. Carta aos Coríntios, vem explicar-nos sobre "o falar em línguas"; segundo São Paulo, não é proibido, porém, não é importante pois não enriquece a Igreja. Primeiro porque ninguém entende o que se fala, depois não traz ensinamento nenhum; a pessoa que fala em línguas é como um instrumento musical desafinado, que não produz música. Quem afirma é São Paulo; 1Cr14, 6-7. 

A gente vê nos movimentos carismáticos pessoas bem intencionadas que acreditam e se dizem "falar em línguas", (e outro erro mais trave é que são até incentivados por dirigentes da Igreja); por acaso você entendeu ou melhor, compreendeu o que eles falavam? ... Alguém já os interpretou sob os dons do Espírito Santo? ...
A Igreja não proíbe que se use esse dom, mas se ele não servir para edificação da Igreja e se não for interpretado não resolve nada. É o que nos diz S. Paulo. A pessoa ora, mas o espírito fica sem frutos. E Paulo conclui dizendo que ele tem sim o dom das Línguas mas ele prefere "na Assembléia" usar de suas próprias palavras para que o povo entenda. (Cf. 1Cor14, 8-19); não é recomendável o "falar em línguas" dentro da Assembléia, porque confundirá a todos.

São Paulo dá a entender que o conhecimento de "falar em línguas" é falar o idioma patrício, não um "dom sobrenatural". Nisso sim, quando pois todos sabemos que ele era um Rabino antes de se converter, estudou e falava em vários idiomas conhecidos na época: Hebraico, Aramaico, Latim e Grego. Pois ele tinha dupla cidadania era Judeu, mas tinha cidadania Romana. Ele explica bem no versículo versículo 18, depois vem explicar dentro da Palavra de Deus o porque não "fala em línguas" ...esta escrito na Lei: "Será por gente de língua estranha e por lábios de estrangeiros que falarei ao meu povo, (não por dom de línguas); e nem assim me ouvirão!" (Is28, 11s.) Para São Paulo o "falar em línguas" traria confusão dentro da Igreja porque uns compreenderiam, outros não, achariam que eles estavam loucos, semeariam então confusão e traria injustiça, (usar o bom senso no sentido de que, todos tem o direito de ouvir o Evangelho proclamado) a Assembléia. Para São Paulo, quem age assim se comporta como uma criança.


OUTRO ERRO GRAVE DO CARISMATISMO OU PENTECOSTISMO - é pretender uma comunicação do Espírito Santo e da graça divina por outros meios que os Sacramentos estabelecidos por Nosso Senhor.
De fato além da afirmação de Jesus: "Quem não nascer da água e do Espírito não entrará no reino dos Céus, (Jo 3,5). Assim ordenou Jesus: "Ide pois pregai o Evangelho à toda criatura, ensinai as todos e batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei!" (Mt 18, 19-20).
Portanto a Comunicação com o Espírito Santo se faz pelo Sacramento do Batismo. Por isso já em Pentecostes, o que os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, julgaram mais necessário para cumprir o Ordem de Jesus foi batizar os primeiros convertidos.
Mas também outros Sacramentos operam de modo diverso, no sentido de garantir a permanência do Espírito Santo na alma do fiel ou recuperar sua habitação.

Nesse sentido ouso citar uma Instrutiva de da página de D. Lefebvre, (em Renovation Carismática)
" O que fizeram os Apóstolos senão batizar? Eles comunicavam o Espírito Santo a todos os que tinham fé, a todos que criam em Nosso Senhor. É assim que a Igreja, sob a Influência de Cristo, sempre comunica o Espírito Santo. Todos nós recebemos o Batismo. Devemo meditar com mais atenção a grande realidade de nosso Batismo. A recepção deste sacramento opera nas almas uma grande transformação". "os outros sacramentais vêm completar esta efusão do Espírito santo operada em nosso Batismo. Assim, o sacramento da Confirmação nos comunica também numa maior profusão, os dons do Espírito Santo, pois, temos uma necessidade deles para alimentar nossa vida espiritual e cristã!"
Mas não é tudo! Com efeito Nosso Senhor quis que dois Sacramentos em particular intensificassem em nós a comunicação com seu Espírito com a efusão de seus dons de forma frequente são os Sacramentos da Confissão e da Eucaristia. A penitência reforça a graça que recebermos em nosso Batismo e purifica a nossa alma de seus pecados. Pois não podemos pensar em receber as abundantes graças do Espírito Santo se estivermos em pecado. Este Sacramento restitui, pois, força do Espírito e o poder da graça.
E o sacramento da Eucaristia que nos é dado pela celebração do santo Sacrifício da Missa que renova a oblação sacrifical de Cristo e nos aplica os frutos da Redenção. Na Eucaristia merecemos ao mesmo tempo a santificação de nossas almas, que nos afasta do pecado, e a união com Nosso Senhor, bem como a força do Espírito Santo.
Os Sacramentos do Matrimônio e o da Ordem santificam a sociedade. Aquele santifica as famílias; este é concedido para comunicar precisamente o Espírito Santo a todas as famílias cristãs, a todas as almas.
Finalmente, o Sacramento da Unção dos Enfermos nos prepara para receber a plena Vida Eterna ou o recobramento da saúde, pela ação do Espírito Santo. (Rev. Tradicion Catolica no. 34, fev. 1998).

No entanto cabe lembrar que de tudo não é a Renovação Carismática que é um movimento desaprovado pela Igreja. Pois ela tem tido muito acompanhamento espiritual dos sacerdotes e bispos, com efeito tem trazido nestes tempos muitos fiéis para a Igreja atraídos pelo seu carisma próprio. Mas aqui se trata de discernir "certos" comportamentos da RCC que não estão de pleno acordo com a Palavra de Deus, por isso se torna perigoso, se não discernirmos o que benéfico ou não dentro do "carismatismo". Sejamos antes críticos até com nossa própria fé.
Entender a pessoa do Espírito Santo e como Ele age é muito difícil, provar que tudo que se faz numa religião é obra de Deus também é difícil, muito mais se não adquirirmos a experiência em nós da prática dos Sacramentos e da observância concreta da sua Palavra. O Espírito Santo age onde Ele quer, inspira quem ele quer, mas "nem sempre" as coisas acontecem realmente pela inspiração de Deus. O demônio, astuto como ele é, também usa da religião e da palavra de Deus para confundir e perder as almas. Haja visto que ele tentou Jesus, citando os Salmos da Escritura Sagrada. Por isso seja crítico. Quando se vê muita empolgação em um grupo, que mais parece "fogo de palha", curas miraculosas, comoção externa de pensamentos, choros, gritos, aparições, etc. É sinal que alguma coisa está errada. Pois, com prudência, a Igreja vem pesquisando vários destes fenômenos e muitas vezes se descobre que não tem nada de extraordinário, mas sim, fenômenos psíquicos que facilmente se pode provar. A ação do Espírito Santo em um grupo, pelo contrário, é duradoura e produz muitos frutos. Frutos esses que fazem diferença na vida particular, familiar e comunitária.
Neste tempo em que nos preparamos para celebrar Pentecostes, possamos refletir: Estou dando valor e recebendo bem e preparadamente os Sacramentos da Igreja? - Que consciência eu devo ter da ação do Espírito Santo dentro da prática de cada um d'Eles?


A QUARTA-FEIRA DE CINZAS E A QUARESMA

  A  Cinza não apaga pecados. A cinza é um sacramental, um rito penitencial, é sinal de conversão; para nos lembrar que somos pó e ao pó v...