sábado, 30 de dezembro de 2017

EPFANIA - MANIFESTAÇÃO DO SENHOR. A HISTÓRIA E A BIOGRAFIA DOS REIS MAGOS. Reflexão: o Herodes do passado e os "Herodes" de hoje.

No próximo dia 06 de janeiro, dentro do Calendário Litúrgico da Igreja Católica, celebraremos a Festa da Epfania. Conhecida como "Dia de Reis".  É o dia em que recordamos a visita dos (Reis) Magos ao Menino Jesus em Belém. O que significa Epfania?
   
A palavra epifania teve origem no grego epipháneia, com o significado de "aparição ou "manifestação" e, posteriormente, no latim, epihania, Epifania

Epifania significa aparição ou manifestação de algo, normalmente relacionado com o contexto espiritual e divino

Do ponto de vista filosófico, a epifania significa uma sensação profunda de realização, no sentido de compreender a essência das coisas. Ou seja, a sensação de considerar algo como solucionado, esclarecido ou completo.

No sentido religioso, de acordo com o calendário litúrgico da Igreja Católica Apostólica Romana, a Epifania está diretamente relacionada com uma manifestação divina. Deus que se manifesta em seu filho Jesus Cristo, encarnado, nascido da Virgem Maria. Na pessoa dos Magos ele se apresenta a toda a humanidade.   
Um exemplo narrado na bíblia mostra o episódio em que houve a apresentação de Jesus Cristo ao mundo, através da chegada dos Magos, trazendo seus presentes: Ouro, Incenso e Mirra. A simbologia da Epifania está nesses três presentes cujo significado e simbolismo espiritual é, juntamente com a própria visitação dos magos, ser um resumo do evangelho e da fé cristã.

Ouro - representa a realeza. Jesus é Rei. Era costume dar de presente ouro às pessoas importantes. Os nobres ofereciam certa quantia de ouro aos reis,  filhos de reis e as pessoas importantes quando nasciam. Com isso, Jesus é reconhecido como rei. Não deste mundo, como ele mesmo disse, mas, rei dos Céus que desceu à terra assumiu a condição humana em tudo menos no pecado para nos salvar conforme nos revela a Sagrada Escritura e nos ensina o Catecismo da Igreja.  


Incenso - o incenso representa a fé, pois o incenso é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus assim como a fumaça sobe ao céu (Sl 141:2).
Jesus foi reconhecido como Rei e Deus. O Filho de Deus. o Rei da Glória.

Mirra - a mirra é uma erva medicinal de odor agradável, 
resina antisséptica usada em embalsamamentos desde o Egito antigo, nos remete ao gênero da morte de Jesus, conforme havia profetizado o sacerdote Simeão à Maria no Templo: "E uma espada lhe transpassará o coração!" (Lc2, 35). Sendo que um composto de mirra e aloés foi usado no embalsamamento de Jesus (João 19:39-40); é muito usada para fazer unguentos. É uma erva muito amarga. Simboliza a humanidade de Cristo. Deus feito homem para a nossa salvação. 

Num gesto de humildade, representando todas as nações da Terra, Jesus foi reconhecido pelos magos como senhor e Deus e Rei. Este é o significado de Epfania ou Manifestação. Na pessoa dos Magos, Jesus se manifesta às nações.

Quem eram esses homens que a tradição os chamou de Reis Magos?


A Bíblia não refere o número dos magos que visitam Jesus. Então como se descobriu que eram três? Pelo número de oferendas distribuídas e por causa da Santíssima Trindade — Pai, Filho e Espírito Santo.

Na verdade eles não eram reis. Eram homens sábios estudiosos dos astros. Ou simplesmente chamado de Magos. Homens que se dedicavam a estudar os astros, astrólogos ou astrônomos.


João Scognamiglio, que escreve sobre religião, diz que:

 “O nome Magos não deve ser entendido com as conotações do nosso tempo. Naquela altura significava pessoas com um certo poder que se distinguiam, especialmente, pelos seus conhecimentos científicos, sobretudo astronômicos“. 
Muitos são aqueles que afirmam que os reis magos seriam astrólogos persas, devido às suas vestes.


Também eram conhecedores das profecias. Acreditavam que quando surgia um astro de maior importância no céu, pelo tamanho, brilho e posição significava o nascimento de uma pessoa importante como por exemplo, um rei. 
Acreditavam a respeito da vinda do Messias, rei de Israel e partiram seguindo a estrela pois, não sabiam onde ele deveria nascer.
   
A história não relata nada sobre a vida desses sábios, senão o que conta o evangelista Mateus (Mt2, 1-12).


Melquior também chamado de Melchior, Baltarzar e Gaspar, talvez, eram sacerdotes da religião zoroástrica da Pérsia ou conselheiros reais. Como não diz quantos eram, diz-se que são três pela variedade dos presentes oferecidos. 


O evangelista Mateus narra que esses homens vieram do Oriente procurando pelo rei dos judeus (Jesus) que acabava de nascer. 

Ele não conta que a princípio se eles foram ter com Herodes pessoalmente. O nome desses sábios, diz a Tradição que era Melquior ou Melchior, Baltazar e Gaspar, embora não esteja descrito no evangelho, alguns escritos apócrifos relatam o nome deles.    


Baltazar é, nos dias de hoje, representado como sendo negro —  aconteceu a partir do século XV. 
No passado os reis tinham todos a mesma etnia, já que eram considerados descendentes de Noé. A ideia de tornar Baltazar um negro surgiu com a intenção de simbolizar a universalidade do cristianismo. Assim, os três reis viriam de diferentes partes do mundo: Europa, Ásia e África. Segundo a tradição, o destino dos reis magos foi trágico. Conta que teriam sido martirizados e enterrados juntos no mesmo sarcófago, como se fossem família.

OUTROS DADOS SOBRE OS MAGOS

Existe um documento antigo nos Arquivos Vaticanos que explica embora indireta sobre a pessoa dos Magos que foram adorar o Menino Jesus na Gruta de Belém. Conhecido como “A Revelação dos Magos”. Provavelmente seja algum “apócrifo”, nome dado aos livros não incluídos pela Igreja Católica na Bíblia. Portanto, não são “canônicos”, apesar de poderem ser de algum autor sagrado. “Canônico” deriva de “Cânon”, que é o catálogo de Livros Sagrados admitidos pela Igreja Católica e que constituem a Bíblia. Este catálogo está definitivamente encerrado e não sofrerá mais modificação.

Há uma série de argumentos profundos que justificam esta sábia decisão da Igreja.  Entretanto, uma extrema ponderação em apurar a verdade faz com que a Igreja não recuse em bloco esses “apócrifos” e reconheça que pode haver neles elementos históricos ou outros que ajudem à Fé. Por isso mesmo, o Vaticano conserva a maior coleção mundial desses “apócrifos”, e os põe à disposição dos críticos de todas as religiões que queiram estudá-los.A Igreja não tem medo de que possa sair qualquer coisa que desdoure a integridade e a santidade da Bíblia. Antes bem, deseja ardentemente encontrar qualquer dado que possa ajudar a melhor compreendê-la.O apócrifo “A Revelação dos Magos” aparenta ser um relato de primeira mão da viagem dos Reis do Oriente para homenagear o Filho de Deus. Só recentemente foi traduzido do siríaco antigo. 

O mérito é do Dr. Brent Landau, professor de Estudos Religiosos da Universidade de Oklahoma, EUA, que dedicou dois anos para decifrar o frágil manuscrito. Trata-se de uma cópia feita no século VIII a partir de algum original perdido que, por sua vez, fora transcrito meio milênio antes. Portanto, a fonte original desse apócrifo dos Reis Magos remonta a menos de um século depois do Evangelho de São Mateus. O documento levanta questões em extremo interessantes: quem foram ao certo, os Reis Magos? Foram três? Quais eram seus nomes? De onde vieram? Por quê?


A narração de São Mateus contém tudo o que é necessário para a Fé. Mas com o beneplácito e a aprovação da Igreja a piedade popular acrescentou muitos outros pormenores, que foram transmitidos por tradição oral e que são aceitos sem contestação. É aqui que entra o papel do grande São Beda, o Venerável (673-735), Doutor da Igreja e monge beneditino nas abadias de São Pedro e São Paulo em Wearmouth, e na de Jarrow, na Nortumbria, Inglaterra. São Beda é uma das máximas autoridades dos primeiros tempos da Idade Média pelo fato de ter recolhido relatos transmitidos oralmente pelos Apóstolos aos seus sucessores, e destes aos seguintes. São Beda é também considerado como fonte de primeira mão da história inglesa, sendo muito respeitado como historiador. Sua História Eclesiástica do Povo Inglês (Historia Ecclesiastica Gentis Anglorum) lhe rendeu o título de Pai da História Inglesa. No tratado “Excerpta et Colletanea”, o Doutor da Igreja assim recolhe as tradições que chegaram até ele: “Melquior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”.É, pois, São Beda quem por primeira vez escreveu o nome dos três. Nomes com significados precisos que nos ajudam a compreender suas personalidades. Gaspar significa “aquele que vai inspecionar”; Melquior quer dizer: “Meu Rei é Luz”, e Baltasar se traduz por “Deus manifesta o Rei”.


Para São Beda – como para os demais Doutores da Igreja que falaram deles – os três representavam as três raças humanas existentes, em idades diferentes. Neste sentido, eles representavam os reis e os povos de todo o mundo. Também seus presentes têm um significado simbólico. Melquior deu ao Menino Jesus ouro, o que na Antiguidade queria dizer reconhecimento da realeza, pois era presente reservado aos reis. Gaspar ofereceu-Lhe incenso (ou olíbano), em reconhecimento da divindade. Este presente era reservado aos sacerdotes. Por fim, Baltasar fez um tributo de mirra, em reconhecimento da humanidade. Mas como a mirra é símbolo de sofrimento, veem-se nela preanunciadas as dores da Paixão redentora. A mirra era presente para um profeta. 

Era usada para embalsamar corpos e representava simbolicamente a imortalidade.Desta maneira, temos o Menino Jesus reconhecido como Rei, Deus e Profeta pelas figuras que encarnavam toda a humanidade. Em coerência com essa visão, a exegese católica interpreta a chegada dos Reis Magos como o cumprimento da profecia de David:“Os reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes, os reis da Arábia e de Sabá oferecer-lhe-ão seus dons. 11. Todos os reis hão de adorá-lo, hão de servi-lo todas as nações”. (Sl. 71, 10-11) (P.S.: na numeração das traduções direto do hebraico, é o Sl. 72, 10-11). Alguns especularam que talvez pelo menos um deles veio da terra de Shir (não identificada nos mapas modernos), na antiga China.


Em livro – escrito a título pessoal, portanto não sendo documento do magistério eclesiástico – Joseph Ratzinger (S.S.Bento XVI) comenta que “a promessa contida nestes textos [N.R.: Salmo 72,10] estende a proveniência destes homens até ao extremo Ocidente (Tarsis, Tartessos em Espanha), mas a tradição desenvolveu posteriormente este anúncio da universalidade aos reinos de que eram soberanos, como reis dos três continentes então conhecidos: África, Ásia e Europa”, segundo informou “Religión Digital” de Espanha. A amplidão do leque de possibilidades geográficas fica patente neste comentário. Tarsis ou Tartessos ficaria na Andaluzia, Espanha, especificamente em “algum lugar compreendido entre Cádiz, Huelva e Sevilha”. Segundo o “ABC” de Madri, os sevilhanos acham que se Melquior, Gaspar e Baltasar fossem andaluzes teriam se manifestado mais alegremente, teriam cantado “sevilhanas” e levado pandeiros. A reação popular suscita um amável sorriso. De acordo com uma tradição acolhida por São João Crisóstomo, Padre da Igreja, os três Reis Magos foram posteriormente batizados pelo Apóstolo São Tomé e trabalharam muito pela expansão da Fé (Patrologia Grega, LVI, 644).  

A fama de santidade dos Reis Magos chega até os nossos dias. Seus restos são venerados na nave central da Catedral de Colônia, Alemanha, em magnífica urna de ouro e de pedras preciosas que extasia os visitantes.  As relíquias deles foram descobertas na Pérsia pela imperatriz Santa Helena e levadas a Constantinopla, capital do Império Romano de Oriente. Depois foram transferidas a outra capital imperial no Ocidente – Milão –, até que foram guardadas definitivamente na Catedral de Colônia em 1163 (Acta SS.,  323).

IMPORTANTE: 

Mateus escreveu que, quando os Magos chegaram em Belém, "entraram na casa", provavelmente providenciada por José ou seus parentes... Já não estavam mais na estrebaria (ou  gruta) - possivelmente passou-se semanas até que os magos chegaram à Belém.
Precisamos ter uma noção do tempo em que os fatos se deram desde o nascimento com a visita dos Magos até o infanticídio a mando de Herodes. Pois, é evidente que aqueles sábios não saíram às cegas apenas atrás de uma estrela, é provável que tenham percorrido a região em busca de mais informações sobre o Menino. 
Mateus narrou muito resumidamente, porque o foco do evangelista era apontar quem de fato é Jesus, apresentá-lo como o Filho de Deus, o Messias esperado pelos judeus (...) e não apenas registrar um fato histórico. Mateus escreveu seu evangelho para os cristãos da Judeus. A diferença entre um evangelista e outro é que enquanto Mateus narra seus fatos de dentro para fora, isto é, do ponto de vista judaico, Lucas por exemplo escreve seu evangelho de fora para dentro, isto é, sua pesquisa vão além dos muros de Jerusalém trazendo detalhes que os outros evangelhos não contém. 
Mas o foco dos evangelistas não era em escrever História, mas, sim o aspecto religioso em apontar Jesus como Salvador às nações.
Desse modo os apócrifos e outros escritos históricos nos ajudam a achar algumas chaves de entendimento sobre os fatos históricos que os Evangelhos canônicos não possui".                

PORQUE ERAM CHAMADOS DE MAGOS?   

O nome “mago” era sinônimo de “sábio”. O tratamento dado a eles como grandes eruditos, prudentes e judiciosos, provinham do fato de os sacerdotes da Caldeia serem muito voltados para a consideração dos astros com uma sabedoria que surpreende até hoje. A eles devemos o início da ciência astronômica. Sem dúvida, seu caráter de “magos”, reconhecido pelo Evangelho de São Mateus, aponta para a área da civilização caldeia (cujo epicentro foi no atual Iraque, mas incluiu diversos países vizinhos, entre eles o Irã).Com a decadência moral, os “magos” caldeus viraram uma espécie de bruxos, divulgadores de toda espécie de superstições. Os Três Reis Magos teriam sido os últimos sacerdotes honrados daquele mundo pagão que aspiravam sinceramente conhecer o Salvador. Neste caso, foram exemplos arquetípicos do pagão de boa-fé que deseja conhecer a verdadeira religião, e que assim que a encontra adere a ela sem demoras nem restrições. Discute-se também em que sentido podem ser chamados de “Reis”, pois não se lhes conhece a procedência e menos ainda a localização do reino. Porém, na Antiguidade, os patriarcas, ou chefes de grandes clãs, ou grupos étnico-culturais, governavam com poderes próprios de um rei, sem terem esse título ou equivalente. E seu reinado se concentrava sobre sua hoste, por vezes nômade. São João Damasceno não recusava que eles fossem descendentes de Set, terceiro filho de Adão. E este pormenor nos leva de volta ao “apócrifo” do Vaticano.


SOBRE A ESTRELA QUE OS GUIOU


O referido manuscrito estava na Biblioteca Vaticana havia pelo menos 250 anos, as não se sabe mais nada de sua proveniência. Está escrito em siríaco, língua falada pelos primeiros cristãos da Síria e ainda hoje, bem como do Iraque e do Irã. O Prof. Landau acredita que no apócrifo entra muita imaginação. Mas, há uma muito longa descrição das supostas práticas, culto e rituais dos Reis Magos. Feitos, pois, os devidos descontos no apócrifo, lemos nele que Set, terceiro filho de Adão, transmitiu uma profecia, talvez recebida de seu pai, de que uma estrela apareceria para sinalizar o nascimento de Deus encarnado num homem.Gerações de Magos teriam aguardado durante milênios até a estrela aparecer, confiantes no aviso de Set.

Mistérios da fidelidade! Milênios aguardando, gerações morrendo na esperança e transmitindo aos filhos o anúncio de um dia remoto em que o mundo receberia o Salvador! Segundo o Prof. Landau, o apócrifo diz que a estrela no fim “transformou-se num pequeno ser luminoso de forma humana que foi Cristo, na gruta de Belém”. A afirmação não é procedente se a interpretarmos ao pé da letra. Mas, levando em conta o estilo altamente poético do Oriente, poderíamos supor que o brilho da estrela de Belém convergiu no Menino Jesus e desapareceu. E, de fato, depois de encontrar o Menino Deus, os Magos não mais viram a estrela. Alertados por um anjo, voltaram por outro caminho às suas terras, como ensina o Evangelho de São Mateus, que não mais menciona a estrela no retorno.A festa da adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus recebeu o nome de Epifania do Senhor. Epifania vem do grego: πιφάνεια que significa “aparição; fenômeno miraculoso”. A festa se comemora no dia 6 de janeiro, ou seja, doze dias após o Natal, ou 2 domingos após o Natal, dependendo do calendário litúrgico usado. 

“Andaram as gentes na tua luz e os reis no esplendor do teu nascimento”, profetizou Isaías (Is 60, 3). E São Tomás de Aquino explica: ‘Os Magos foram as primícias dos gentios que acreditaram em Cristo. E neles se manifestou, como um presságio, a fé e a devoção das gentes que vieram a Cristo das mais remotas regiões’.

Santo Agostinho sublinha que eles procuraram com fé mais ardente Àquele que punham de manifesto o clarão da estrela e a autoridade das profecias. São João Crisóstomo completa dizendo: “porque buscavam um Rei celeste, embora nada descobrissem nele denotador da excelência real, contudo, contentes com o só testemunho da estrela, adoraram-no”. Continuando...

A notícia de que aqueles visitantes estavam nas terras de Herodes logo se espalhou até chegar ao conhecimento do rei. 

Herodes  tendo consultado os sacerdotes e os escribas se deparou com a confirmação da profecia escrita pelo profeta Miqueias, (conf. Mq5, 2) que era em Belém que deveria nascer o Cristo. Então, furioso armou um plano para capturar e matar o menino Jesus; chamou os magos para numa  conversa secreta com eles mandou que fossem à Belém e na volta contasse tudo a respeito do menino pois, ele também desejava ir adorá-lo. Sabendo das intenções e das maldosas de Herodes,  voltaram para suas casas passando por outro caminho. 


Quando o rei Herodes soube que tinha sido enganado (Mt2, 16) - ficou enlouquecido e mandou matar todos os recém-nascidos de 02 anos para baixo, conforme o tempo de nascimento e datado pelos magos. Foi uma carnificina cumprindo o que disse o profeta Jeremias (Jr31, 15).

"Naqueles dias em Ramá se ouviu choro e grandes lamentos; é Raquel a chorar pelos seus filhos; não quer consolação, não já não existem!"


 Mas, Jesus escapou ileso porque José foi avisado em sonho para que fugisse logo para o Egito. É bem provável que a santa família já não estivesse mais em na gruta mas, sim, em outro local de Belém quando esse fato se deu. Porque Mateus escreveu no verso 11, "e entrando na casa" - Lucas escreveu que Jesus nasceu em Belém numa estrebaria onde os pastores abrigavam seus animais porque a cidade estava cheia pelo fato de acontecer o recenseamento a mando do Imperador César Augusto. (Lc2, 6-7.12-16).


Com o aviso do anjo eles fugiram às pressas para o Egito e lá permaneceram até a morte de Herodes, quando voltaram para Nazaré cumprindo as profecias à respeito do Senhor Jesus, no qual ele seria chamado de  "O Nazareno". (Mt2, 23).
A Igreja considera esses inocentes os primeiros santos Mártires, pois eles foram os primeiros que derramaram seu sangue por causa de Jesus. O segundo é São João Batista. E sua memória é lembrada no dia 28 de dezembro. 


NOVOS HERODES SURGEM NA HISTÓRIA...


Se pensarmos que esta história acabou estamos completamente enganados. Pois novos pensamentos herodianos continuam a florescer em nosso meio. 

Quantos inocentes que hoje são perseguidos antes mesmo de nascer pelos "Herodes" de nosso tempo? Médicos, pais, mães, políticos, juízes e até mesmo religiosos que defendem o aborto.
Crianças que são perseguidas e mortas sem o direito de se defender. 


O rei Herodes do passado tinha seus motivos para assassinar crianças. Os Herodes de hoje também têm seus motivos.
Bispo Edir Macedo (líder cristão) a favor do aborto:

Bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, defende abertamente o assassinato de crianças mediante o aborto, conforme entrevista dada ao jornal Folha de S. Paulo em 13 de outubro de 2007:
FOLHA — Em sua biografia, o sr. defende o aborto. Atualmente, a Record e a Record News exibem campanha pelo aborto. Por quê?
MACEDO — Sou favorável à descriminalização do aborto por muitas razões. Porém, aí vão algumas das mais importantes:
1) Muitas mulheres têm perdido a vida em clínicas de fundo de quintal. Se o aborto fosse legalizado, elas não correriam risco de morte;
2) O que é menos doloroso: aborto ou ter crianças vivendo como camundongos nos lixões de nossas cidades, sem infância, sem saúde, sem escola, sem alimentação e sem qualquer perspectiva de um futuro melhor? E o que dizer das comissionadas pelos traficantes de drogas?
3) A quem interessa uma multidão de crianças sem pais, sem amor e sem ninguém?
4) O que os que são contra o aborto têm feito pelas crianças abandonadas?
5) Por que a resistência ao planejamento familiar? Acredito, sim, que o aborto diminuiria em muito a violência no Brasil, haja vista não haver uma política séria voltada para a criançada.
FOLHA — “Deus deu a vida e só Ele pode tirá-la” (5º Mandamento), segundo a Bíblia. 
Não é contraditório um líder cristão defender o aborto?
MACEDO — A criança não vem pela vontade de Deus. A criança gerada de um estupro seria de Deus? Não do meu Deus! Ela simplesmente é gerada pela relação sexual e nada mais além disso. Deus deu a vida ao primeiro homem e à primeira mulher. Os demais foram gerados por estes.
O que a Bíblia ensina é que se alguém gerar cem filhos e viver muitos anos, até avançada idade, e se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é mais feliz do que ele (Eclesiastes 6.3). Não acredito que algo, ainda informe, seja uma vida.

No passado o rei Herodes, por orgulho e por inveja, por medo de perder o trono mandou matar milhares de crianças em Israel. Hoje não menos diferente as nossas crianças sofrem tantos atentados desde a ameaça de serem mortas ainda no ventre materno, até de não terem o direito muitas vezes a uma infância saudável e feliz. 
Vítimas de exploração sexual, da pedofilia, das drogas, do abandono. Fome frio e miséria. 

A história  se repete, sai das páginas da Bíblia e ganha uma nova realidade. 

A sede de sangue e a covardia dos políticos do passado não mudaram em nada em nossa época as dos políticos de hoje.

O que mudou foi a entrada de líderes religiosos num jogo de interesses e de poder que envolve, como sempre, o derramamento de sangue dos inocentes.


Quando assistimos diariamente pelos meios de comunicação os "Herodes" de nosso tempo defendendo abertamente a prática do aborto e tantos outros que abusam das crianças porque sabem que as leis de nosso País são frágeis. Escapam imunes de uma punição rígida. Outras crianças que são forçadas ao trabalho cedo têm a infância arrancada sem direito à educação e ao lazer.

Outras que sofrem por causa da pobreza, doenças, desnutrição. Vítimas de um País cada vez mais excludente. Morrem pela fome e desnutrição antes mesmo de chegar aos 03 anos. 

A mortalidade infantil caiu no Brasil a uma taxa anual de 4,8% de 1970 a 2010, mas ainda continua alta. A ONU estima que seria necessário um índice de redução anual médio de 4,4% entre 1990 e 2015 para o cumprimento da meta, mas a média anual de redução registrada na análise de 187 países foi de 2,1%.

Apesar do esforço, o Brasil está em 90º lugar no ranking, com número bem mais alto de mortes na faixa etária de 0 a 5 anos do que o encontrado nos países desenvolvidos. 

Segundo dados do Pnad, entre os anos de 2014 e 2015, foi registrado um aumento de 8,5 mil crianças dos 5 aos 9 anos expostas a este tipo de trabalho, o que corresponde a 11% de um total de meninos e meninas nesta idade, além de uma redução de 659 mil jovens, entre os 10 e 17 anos, 20% do total de crianças e adolescentes.
Entre os anos de 2005 e 2013 foi registrado uma redução de 81% do trabalho infantil. Em números seria de 312.009 para 60.534. Já de 2014 para 2015, o aumento de 11% foi visto, saltando de 69.928 para 78.527.
Se não podem matá-las ainda no ventre materno, o sistema rouba cada vez mais de nossas crianças o direito à infância, ao estudo e à saúde. São os "Herodes de nosso tempo".

Nessas crianças Jesus se manifesta novamente. Hoje muitas crianças fogem da realidade em que vivem para viver uma outra de pleno abandono. 
Marginalizadas, abandonadas nos lixões, nas sarjetas, nos bueiros, deixados nos orfanatos. Abandonadas não só pelos pais, mas, também pela sociedade e pelo poder público e até pelo judiciário que deveria cuidar de resguardar-lhes seus direitos.

A PEDOFILIA

Segundo o Jornal Estadão, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial de consumo de material de pedofilia, disse o chefe da Divisão de Combate a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, que nesta quarta-feira deflagrou uma operação para combater a pornografia infantil na Internet. A operação "Carrossel 2" aconteceu em 17 Estados e no Distrito Federal e mobilizou 650 policiais federais para efetuar 113 mandatos de busca e apreensão em todo o país. Porém, ninguém foi preso. "Nas nossas pesquisas, o Brasil encontra-se em quarto lugar no consumo de pedofilia", disse Adaílton Martins durante uma coletiva de imprensa. "Em primeiro está a Alemanha." A investigação que resultou na operação Carrossel 2 contou com apoio da Interpol no Brasil. Cada equipe de policiais contou com um perito criminal especialista em informática para fazer uma análise inicial de computadores ainda nos locais das buscas. A primeira fase da Operação Carrossel foi deflagrada em dezembro do ano passado. 

Na ocasião foram cumpridos 102 mandados de busca e apreensão e houve três prisões em flagrante, informou a PF. As investigações na primeira fase identificaram aproximadamente 200 pedófilos em mais de 70 países, e a PF e a Interpol têm mantido contato com as autoridades policiais desses países para ajudar na prisão de criminosos. A segunda fase da operação foi executada nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná, Paraíba, Goiás, Rio Grande do Norte, Pará, Bahia, Ceará e Sergipe. De acordo com Martins, do total de 113 mandados de prisão realizados, 50 foram efetuados em São Paulo nesta quarta-feira. Santa Catarina e Paraná vieram em seguida, com 8 mandados cada um. Além disso, simultaneamente à Carrossel 2, foram realizadas ações contra a pedofilia nesta quarta-feira em Israel, República Tcheca, Japão, Senegal e Portugal. DEMORA NO CONGRESSO O material apreendido no cumprimento dos mandados será analisado por peritos para comprovação de crime, informou a PF em comunicado. Segundo a PF, a legislação brasileira prevê pena de até seis anos de prisão e multa para esse tipo de delito. Adaílton Martins e o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga crimes de pedofilia, senador Magno Malta (PR-ES), criticaram a lentidão da votação do projeto de lei que criminaliza a posse desse tipo de material e lamentaram que ninguém foi preso na operação. "Nós temos um problema de legislação", disse Malta. "Na Operação Carrossel 1 a Justiça vai pagar o mico de devolver computador de pedófilo", criticou o senador. Ao efetuar os mandados, a polícia "chegou lá, fez a busca, encontrou material mas não tem como prender", disse Martins. No Brasil, explicou ele, somente pode-se prender um acusado de pedofilia quando o suspeito é pego em flagrante enviando ou recebendo o material pornográfico. O projeto de lei criado na CPI da Pedofilia já foi aprovado no Senado mas está parado na Câmara. Segundo Martins, a Polícia Federal desenvolveu um software que identifica o IP de qualquer computador na Internet que esteja enviando material pedófilo e, com ajuda das empresas de telefonia, identifica quem é o dono da máquina. "O problema é que as companhias demoram para fornecer os dados", afirmou Martins.
 (Reportagem de Ana Paula Paiva)

Para estes Jesus se manifesta e diz:
"Tudo o que fizerdes a um desses pequeninos é a mim que fazeis". (Mt25, 45).


 ENSINAMENTOS
DE Pe. PAULO RICARDO:

       Quando os magos vindos do Oriente chegaram a Jerusalém perguntando por um tal "rei dos judeus", Herodes ficou alarmado (cf. Mt 2, 3). O nascimento de um outro rei era um claro sinal de ameaça à sua soberania. Ele, porém, não se limitando a preocupar-se, queria saber onde estava o menino que acabara de nascer (cf. Mt 2, 8): não porque quisesse adorá-lo, como queriam os magos, mas por desejo de matá-lo. (O cruel martírio dos Santos Inocentes que o diga.)
Ainda hoje, diante de Cristo que Se apresenta como Rei do Universo, os poderes deste mundo esboçam a mesma reação. Primeiro, sentem-se ameaçados: diante de uma autoridade que os sobrepuja, eles se incomodam, pois sabem que isso significa um limite ao seu poder. Se Deus existe, nem tudo é permitido. Depois, passado o primeiro choque, eles precisam tomar uma decisão: ou procuram a estrela de Belém para prostrar-se diante do menino Jesus, ou saem à caça de Deus para (tentar) usurpar o Seu trono. No fundo, o que lhes ressoa aos ouvidos é a velha tentação que seduziu os nossos primeiros pais: "Sereis como deuses" (Gn 3, 5).
Deste episódio do Evangelho, no entanto, uma leitura psicológica talvez indique com mais propriedade o porquê de vivermos em um mundo tão secularizado e afastado de Deus. Na verdade, Cristo não reina apenas sobre o cosmos, mas quer ser "rex et centrum omnium cordium – rei e centro de todos os corações". O rei Herodes ameaçado não são apenas os Stálines, os Hitleres e os Estados Islâmicos deste mundo; cada ser humano em particular pode se sentir incomodado pela soberania divina ou até sair em uma louca perseguição contra o menino Jesus – como fazem os chamados "ateus militantes", que, mesmo não acreditando em Deus, só sabem falar n'Ele o dia inteiro.
Sob essa perspectiva – a da alma –, todo o cenário muda e ninguém está isento de uma analogia com o sanguinário Herodes.

O mundo se divide verdadeiramente em "cidade de Deus" e "cidade dos homens": em quem está na graça de Deus e em quem está vivendo no pecado mortal.

É que o grande mal deste mundo – que dá origem a todas as perseguições, ditaduras e massacres – chama-se "pecado". Não adianta fugir ou disfarçar, dizendo que o inimigo está fora ou que "o inferno são os outros". A verdade é que "todos pecaram e estão privados da glória de Deus" (Rm 3, 23). Sem a vida da graça, que nos é dada por Cristo, através do batismo e do perdão dos pecados, a humanidade está toda no mesmo nível.
É inútil recorrer a qualquer divisão humana – burgueses e proletários, direita e esquerda, ricos e pobres, liberais e socialistas – para explicar o problema da maldade. O mundo se divide verdadeiramente em "cidade de Deus" (civitas Dei) e "cidade dos homens" (civitas hominum): em quem está na graça de Deus e em quem está vivendo no pecado mortal. No fim das contas, os justos ganharão a vida eterna – o Céu; e os maus, o opróbrio eterno – o inferno. Tudo o mais não passa de ilusão, ideologia e engano. A quem se gaba de ser mais que os outros confiando em qualquer coisa que não seja a graça divina, Nosso Senhor dá o seu alerta: "Se não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo" (Lc 13, 3).
Quem olha para personagens bíblicas perversas, como o endurecido faraó, o rei Nabucodonosor ou os carrascos que crucificaram Jesus, é tentado a tomar a atitude daquele fariseu do Evangelho que, batendo no peito, agradecia por não ser tão pecadorquanto o resto dos homens (cf. Lc 18, 9-14). O Catecismo da Igreja Católica, porém, é bem claro ao dizer que "todos os pecadores foram os autores da Paixão de Cristo" (§ 598).
Basta que nos examinemos atentamente, sem máscaras ou tentativas de desculpar-nos, e enxergaremos dentro de nós um Herodes totalitário, "preocupado" com os seus direitos, cioso de sua posição, sempre agitado interiormente por não querer "dar a Deus o que é de Deus". É como reagem também muitas pessoas que, tendo abandonado os pecados mais grosseiros, ainda teimam em adiar a sua "segunda conversão": não se dedicam à vida de oração, nem ao cumprimento dos próprios deveres de estado, e negligenciam a luta contra a maledicência e alguns "pecados de estimação", que vão – sem que se deem conta – entravando o caminho de seu progresso espiritual.


Alguém pode objetar que há muitas guerras e violências acontecendo no mundo para que fiquemos nos preocupando com os nossos próprios defeitos – aparentemente tão insignificantes. Veja-se, por exemplo, como alguns lugares do mundo estão deixando de celebrar o Natal. Países mais secularizados, principalmente na Europa, já vivem uma "guerra aberta" à festa da natividade de Cristo. Presépios, árvores natalinas ou quaisquer referências ao menino Jesus são prontamente banidas pelas autoridades públicas; a típica saudação Merry Christmas vai se convertendo em Happy Holidays – assim como, no Brasil, o bom e velho Feliz Natal vai facilmente degenerando em um vago e laico Boas Festas. Até aquilo que era essencialmente religioso vai, pouco a pouco, sendo profanado e destruído por um "fato inteiramente novo e desconcertante": a existência de um "ateísmo militante, operando em plano mundial" [3].
O que acontece publicamente, porém, é apenas o sinal externo de uma tragédia que já acontece dia após dia nos corações humanos. Antes de Herodes ordenar a morte de "todos os meninos de Belém", "de dois anos para baixo" (Mt 2, 16), ele já havia matado Deus em seu coração. "Não poderá haver paz no mundo se não houver paz na alma", pregava o venerável servo de Deus, Fulton Sheen. "As guerras mundiais não passam de projeções dos conflitos travados dentro das almas dos homens modernos, pois nada acontece no mundo exterior que não tenha primeiro acontecido dentro de uma alma" [2].
Por isso, para resgatar a beleza do Natal – e trazer a fé de volta ao mundo –, não bastam os presépios; não basta que o menino Jesus seja simplesmente disposto em uma manjedoura. É preciso que Ele encontre abrigo em nossas almas. Caso contrário, ano após ano, o Natal continuará sendo uma simples "festa de fim de ano", o "feriado" pagão de quem exteriormente está feliz, mas interiormente está a viver o prelúdio do inferno, porque afastado da amizade de Deus.
"Se as almas não forem salvas, nada se salvará", dizia Fulton Sheen [2]. "Dai-me almas e ficai com o resto", repetia São João Bosco. Caia o mundo, venham abaixo os céus, entre tudo em extinção, mas que se salvem as almas! Porque é delas que tem sede Nosso Senhor; e são elas que povoarão, por toda a eternidade, o Reino dos céus!
Referências:









A QUARTA-FEIRA DE CINZAS E A QUARESMA

  A  Cinza não apaga pecados. A cinza é um sacramental, um rito penitencial, é sinal de conversão; para nos lembrar que somos pó e ao pó v...