domingo, 5 de maio de 2013

HISTÓRIA DAS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA


Texto de: Elmando V. Toledo 

"As aparições de Nossa Senhora em Fátima se deu no ano de 1917, em um campo chamado "Cova da Iria", a três jovens pastores: Lúcia de Jesus dos santos e dos primos, Jacinta e Francisco. Eles eram residentes de Ajustrel, um lugarejo perto de Fátima em Portugal.  A Primeira aparição se deu em 1916, onde eles tiveram a visão de um Anjo, em uma gruta, a Gruta do Outeiro do Cabeço. Segundo as narrativas de Lúcia, ouviu-se o balançar das árvores e um suave vento, viram uma luz branca como a neve, com a forma de um jovem transparente mais brilhante que um cristal atravessado pelos raios do sol.Quando foi se aproximando as feições era de um jovem de apenas 14 ou 15 anos. De grande beleza, que ao se aproximar disse:"Não temais sou o anjo da paz!" E ajoelhando em terra curvou a fronte até o chão. Levados por um momento sobrenatural imitamo-lo, pronunciando as palavras que ouvimos pronunciar:"Meu Deus, eu creio, eu adoro, espero amo-Vos. Peço perdão pelos que não crêem, não adoram, não esperam  e não vos amam!"

NOTA: As descrições do manuscrito de Ir. Lúcia, descrito neste artigo, se refere aos originais da mesma colhidas pelo autor.



            A esfera sobrenatural que nos envolveu foi imensa que não nos dávamos conta do espaço e do tempo, permanecendo na posição que nos tinha deixado, repetindo sempre a mesma oração. A presença de de Deus sentia-se tão intensa, que nem mesmo entre nós atrevíamos falar. No dia seguinte sentíamos envolvido por esta atmosfera. Nesta, ninguém se ousou a falar ou pedir segredo, ele mesmo se impôs. 
foto acima dos videntes, Lúcia , Jancinta e Francisco tirada em
outubro de 1917)



SEGUNDA APARIÇÃO  DO ANJO  

No verão de 1916 sobre o poço da casa dos pais de Lúcia, junto ao qual as crianças brincavam. Assim descreve Lúcia o que o Anjo lhes disse:
"Que fazeis? Orai! orai muito! Os corações santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente orações e sacrifícios".
"- Como havemos de sacrificar?" perguntei.
-"De tudo o que puderes, oferecei a Deus um sacrifício e um ato de reparação pelos pecados que Ele é ofendido de súplica pela conversão dos pecadores. Atraí assim sobre a vossa Pátria a paz. Eu sou o anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor lhe enviar!" E desapareceu!
Essas palavras do anjo ficaram em nosso espírito. Sua luz nos fazia compreender quem era Deus. Como nos amava e queria ser amado; o valor do sacrifício como lhe era agradável; como por atenção a Ele, convertia os pecadores.  

TERCEIRA APARIÇÃO DO ANJO

Ocorreu no fim do verão de 1916, na gruta do Outeiro, como descreve a Ir. Lúcia.
"Logo que chegamos com o rosto em terra, começamos a repetir a oração do anjo: "Meu Deus! eu creio, adoro, espero e amo-vos! etc. Não sei quantas vezes tínhamos repetido esta oração, quando vimos sobre nós brilhar um luz desconhecida. Erguemo-nos para ver o que passava, e vemos o anjo trazendo na mão esquerda um cálice e suspensa sobre a hóstia da qual caiam dentro do cálice algumas gotas de sangue. Deixando o cálice e a hóstia suspensos no ar, prostrou-se em terra e repetiu várias vezes esta oração:
"Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo adoro-vos profundamente e ofereço-vos o preciosíssimo corpo, sangue, alma e divindade Jesus Cristo presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças que Ele mesmo é ofendido e pelos méritos do teu Santíssimo Coração e do Coração imaculado de Maria, peço-vos a conversão dos pobres pecadores".

Depois levantando-se tomou na mão o cálice  e a hóstia e deu a mim e o que continha o cálice deu a Jacinta e Francisco. Dizendo ao mesmo tempo: "Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens  ingratos. Reparai seus crimes e consolai o vosso Deus."
De novo prostrou-se por terra e repetiu conosco várias vezes a mesma oração. 
Lavados pela força sobrenatural que nos envolvia imitávamos o anjo em tudo. Isto é prostrando e repetindo as orações que ele dizia. A força natural era tão grande que parecia privar-nos até do uso dos nossos sentidos. Nesses dias fazíamos ações materiais como que levados por esse mesmo ser sobrenatural que a isso nos impelia. A paz que sentíamos era grande mas só íntima, completamente concentrada a alma em Deus. O abatimento físico que nos prostrava também era grande.

Relata Ir. Lúcia: "Não sei porque as aparições de Nossa Senhora produziam em nós efeitos diferentes. A mesma alegria íntima, a mesma paz e felicidade. Mas em vez deste abatimento físico, uma certa agilidade expansiva.  Em vez desse aniquilamento na Divina Presença, um exultar de alegria; em vez dessa dificuldade no falar um certo entusiasmo comunicativo. Mas apesar destes sentimentos, sentia a inspiração para  calar. Sobretudo algumas coisas. Nos interrogatórios, sentia a inspiração íntima que indicava as respostas que, sem falar à verdade, não descobrissem o que devia por então ocultar".

As aparições do anjo precederam-se outras vezes, em abril de 1915, nas quais Lúcia em mais três pastorinhas, Maria Rosa Matias, Teresa Matias e Maria Justino.Viram também na Gruta do outeiro sobre o arvoredo do vale uma nuvem mais  branca que a neve, algo transparente com forma humana. Era uma figura como se fosse uma estátua de neve, que os raios do sol tornavam-se transparente. A descrição é da própria Ir. Lúcia em suas memórias.

AS APARIÇÕES DA SANTÍSSIMA VIRGEM

Lúcia de Jesus dos Santos, Jacinta Marto e Francisco tinham 10, 9 e 7 anos de idade. As crianças moravam em Ajustrel, lugarejo de Fátima. As aparições deram-se em uma pequena propriedade dos pais de Lúcia, chamada "Cova da Iria". Dois quilômetros e meio de Fátima. Pela estrada de Lieira. Nossa Senhora aparece sobre uma azinheira ou carrasqueira, de um metro e pouco mais de altura. Francisco apenas via Nossa Senhora mas não ouvia. Lúcia, ouvia e falava com ela. As aparições aconteciam por volta do meio dia.

PRIMEIRA APARIÇÃO: 13 de maio de 1917.

Brincavam na Cova da Iria os três, Lúcia, Jacinta e Francisco. Quando observavam dois clarões como de relâmpagos, após os quais viram a Mãe de Deus sobre a azinheira. "Era uma senhora vestida de branco, mais brilhante como o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente". Descreve lúcia: "Sua face indescritivelmente tão bela, não era nem triste, nem alegre, mas séria!" com ar de suave censura. As mãos juntas como para rezar, apoiadas no peito voltadas para cima. Da mão direita pendia um rozário. As vestes pareciam feitas só de luz. A túnica era branca e branco o manto, orlado de ouro, que cobria a cabeça da Virgem e lhe descia aos pés. Não lhe viam os cabelos e as orelhas. Os traços da fisionomia Lúcia nunca pode descrevê-los, pois foi impossível fitar o rosto celestial que ofuscava. os videntes estavam tão perto de Nossa Senhora-a um metro e meio mais ou menos, que ficavam dentro da luz que a cercava. Ou que ela espargia".

Irmã Lúcia sempre empenhou em reproduzir palavra por palavra o que Nossa Senhora lhe comunicou:
Isto está claro no interrogatório que teve com o Padre Iogem:

DISSE NOSSA SENHORA:  "Não tenham medo, eu não vos faço mal!"
LÚCIA: "Donde é  Vossemecê?"
NOSSA SENHORA:  "Eu sou do Céu!"
LÚCIA: "E o que é que Vossemecê me quer?"
NOSSA SENHORA: "Vim para pedir que venham aqui seis meses seguidos, no dia 13 a esta hora. Depois direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez". 
LÚCIA: "Eu também vou para o Céu?"
NOSSA SENHORA: "Sim, vais!"
LÚCIA: "E a Jacinta?"
NOSSA SENHORA: "Também!"
LÚCIA: "E o Francisco?"
NOSSA SENHORA: "Também mas tem que rezar muitos terços!"
LÚCIA: "A Maria das Neves já está no Céu?"
NOSSA SENHORA: "Sim está!"
LÚCIA: E  a Maria Amélia?
NOSSA SENHORA: "Estará no Purgatório até o fim do mundo!"

- "Penso que sim. As palavras do segredo foram portanto reveladas pela ordem em que lhes foram comunicadas?" - "Sim"

NOSSA SENHORA:   "Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos , em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?

LÚCIA: "Sim, queremos!"
NOSSA SENHORA: "Ides pois ter muito o que sofrer, mas a graça de Deus será vosso conforto!"
Foi ao pronunciar estas últimas palavras, (a graça de Deus), que abriu a mão pela primeira vez comunicando-nos - é a Ir. Lúcia que escreve: " uma luz tão intensa, como que reflexo que dela expedia, que penetrando-nos o peito e no mais íntimo da alma, fazíamos a nós mesmos em Deus, que era essa luz mais claramente do que nos vermos no melhor dos espelhos. Então por um impulso íntimo também comunicado, caímos de joelhos e repetimos várias vezes: Ó Santíssima Trindade, eu vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu vos amo nos Santíssimo Sacramento!"

Passados alguns momentos Nossa Senhora acrescentou: -"Rezem o Terço todos os dias para alcançar a paz no mundo e o fim da guerra!"
Em seguida, descreve Ir. Lúcia: "Em seguida, começou a elevar-se serenamente, subindo em direção ao nascente até desaparecer na imensidade da distãncia. A Luz que a cercava ia como que abrindo o cercado dos astros". 

SEGUNDA APARIÇÃO - 13 de junho de 1917

Como de costume, os videntes virão um clarão semelhante a um relâmpago, mas não era tal, mas o reflexo de uma luz que se aproximava. Alguns dos espectadores, que somavam mais ou menos cinquenta tinham ido ao local. Perceberam que o sol se obscureceu durante alguns minutos. Outros disseram que o topo da zinheira cheio de brotos pareceu curvar-se com o peso, um momento antes de Lúcia falar. Durante os momentos ouviram um sussurro.

LÚCIA: "O que vossemicê quer?"
NOSSA SENHORA: "Quero que venhas aqui no dia 13 do mês que vêm, que rezeis o terço todos os dias, e que aprendais a ler. Depois direi o que quero".

Lúcia pediu cura para um doente. Nossa Senhora respondeu: "-Se se converter, curar-se-a  durante o ano!"
LÚCIA: "Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu!"
NOSSA SENHORA: "- Sim, a Jacinta e o Francisco levarei em breve. Mas tu ficas mais um tempo. Jesus quer servir-te de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por mim a adornar seu trono."
NOTA: {De fato Nossa Senhora buscou Jacinta no dia 20 de fevereiro de 1920 e Francisco, no dia 4 de abril de 1919. Em 12 de setembro de 1935 seus restos mortais foram levados para o Cemitério de Fátima em um jazigo construído especialmente para ela e o irmão. Na lápide encontra-se escrito: "Aqui jaz Jacinta e Francisco a quem Nossa Senhora apareceu!"
Mais tarde em 1951 a 1952 os preciosos despojos foram levados para a crípta da Basílica de Fátima, onde se encontram até hoje. Quando houve a exumação em 12/07/1935 o rosto da vidente Jacinta apareceu incorrupto.}  (Veja na foto ao lado)  

LÚCIA: "Fico cá sozinha?"
NOSSA SENHORA: "-Não filha. E tu sofres muito?Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o seu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus!"

Foi no momento em que disse essas últimas palavras - conta Ir. Lúcia - Ela abriu as mãos e espalhou o reflexo de sua luz imensa. Mela víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco pareciam estar na parte desta luz. Que se elevava até o Céu e se espalhava pela terra. À frente da palma da mão de  Nossa Senhora víamos um coração cercados de espinhos que pareciam cravar-se nele. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação.

Quando terminou a visão a Senhora ainda envolvida pela luz, elevou-se da arvorezinha suavemente na direção do leste. Alguns dos presente notou que os brotos da azinheira se mostravam tombados na mesma direção, como se as vestes da senhora tivesse-os arrastado. Só algumas horas depois voltaram a posição natural.

TERCEIRA APARIÇÃO - 13 de julho de 1917

No momento desta aparição, uma nuvenzinha acizentada pairou sobre a azinheira, uma aragem soprou sobre o vale, apesar de estar no verão. O Sr. Marto pai deJacinta e Francisco, dize que ouviu um sussurro, os videntes viram o reflexo da luz e em seguida Nossa Senhora sobre a azinheira:

LÚCIA: "O que vossemicê me quer?"
NOSSA SENHORA: "-Quero que venham aqui  dia 13 do mês que vem, que continuem a rezar o terço em honra de Nossa Senhora do Rosário para obter a paz no mundo e o fim da guerra, porque só ela poderá valer!"
LÚCIA: "Queria que nos dissesse quem és, e para fazer um milagre para que todos acreditem que vossemicê nos aparece!"
NOSSA SENHORA: "- Continuem a vir aqui todos os meses. Em outubro direi quem sou eu, o que quero, e farei um milagre que todos hão de ver e acreditar!"
Lúcia apresenta então uma série de pedidos de conversões, curas e graças. Nossa Senhora responde recomendando sempre oração do terço e assim alcançariam a graça durante o ano."
Depois prosseguiu: "- Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes e em especial se fizerdes alguns sacrifícios: "Ó Jesus, é por vosso amor e pela conversão dos pecadores e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria!"

PRIMEIRA PARTE DO SEGREDO -  A Visão do Inferno.

Ao dizer essas últimas palavras, narra Lúcia. Abriu as mãos como antes. Vimos um grande mar de fogo e mergulhados nesse fogo os demônios e as almas como se fossem brasas transparentes, negras e bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio lavadas pelas chamas que delas mesmos saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo por todos os lados. semelhante o cair das fagulhas dos grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio entre os gemidos e gritos de dor e desespero que horrorizavam e faziam estremecer de pavor. Os demônios distiguiam-se formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros como carvões em brasa.
A visão durou apenas um momento, durante o qual Lúcia soltou um "ai!". Ela comenta que se não fosse a promessa de Nossa Senhora em levá-los para o Céu, os videntes teriam morrido de susto e pavor.
Estas fotografias foram tiradas no momento em que eles tiveram a visão do inferno, nota-se  espanto no rosto dos videntes: Jacinta, Lúcia e Francisco.    

SEGUNDA PARTE DO SEGREDO

Assustados com a visão, voltaram os olhos para cima e viram Nossa Senhora, que lhes disse com bondade e tristeza:
"Vistes o inferno, é para lá que vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu vos disser, salvarão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite iluminada por uma luz desconhecida será o sinal que Deus irá punir o mundo de seus pecados, por meio da guerra, da fome das perseguições à Igreja e ao Santo Padre". Para impedir virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem o meu apelo, e Rússia se converterá e terão paz. se não, espalhará erros pelo mundo promovendo guerras e perseguição à Igreja. Os bons sofrerão muito e o santo Padre haverá de sofrer , várias nações serão aniquiladas. Por fim meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-a a Rússia. Que se converterá, será concedido ao mundo um tempo de paz. Em portugal s conservará sempre o dógma da fé etc. ...
Isto não dirás a ninguém somente ao Francisco. (A Virgem falava da 2a. grande Guerra Mundial, quanto ao sinal que os astrônomos chamavam de aurora boreal, iluminou os céus nos dias 25 para 26 de janeiro.)
Passados alguns instantes disse a Virgem: "Quando rezais dizei: Oh! meu Jesus, perdoai-nos livrai-nos do fogo do inferno, levai as alminhas para o céu, principalmente as que mais precisarem."

LÚCIA: "Vossemicê não quer mais nada?"
NOSSA SENHORA: "Não, hoje não te quero mais nada!"
E como de costume elevou-se rumo ao nascente. Ouviu-se então uma voz de trovão, indicando que a aparição terminava.

QUARTA APARIÇÃO - 15 de agosto de 1917.

As aparições deveriam ser dia 13 de agosto, porém as crianças foram raptadas pelo Administrador de Ourém, que quis arrancar-lhes o segredo à força. As crianças permaneceram firmes. No dia 13 de agosto na hora costumeira ouviu-se um trovão, os espectadores puderam ver uma nuvem branca na copa da azinheira. Observaram fenômenos de coloração, de várias cores, no rosto das pessoas, nas árvores, no chão, nas vestes. Nossa Senhora tinha vindo mas não encontrara os videntes.
No dia 15 de agosto, Lúcia estava com francisco e mais um primo, em um local chamado Valinhos,  quando pelas 4 horas da tarde começaram a produzir alterações atmosféricas que precediam as aparições de Nossa Senhora, um súbito refrescar de temperatura e um desmaiar do sol. Lúcia, sentindo que algo de sobrenatural acontecia, mandou chamar a prima Jacinta e ao qual chegou em tempo. Dessa vez apareceu em uma azinheira maior do que na Cova da Iria.

LÚCIA: "Que é vossemecê me quer?"
NOSSA SENHORA: "-Quero que continueis a ir na Cova da Iria no dia 13 e que continueis em rezar o terço todos os dias. No último mês farei um milagre para que todos acreditem."
LÚCIA: "O que é que vossemecê quer que se faça com o dinheiro que o povo deixa na Cova da Iria?"
NOSSA SENHORA: "- Façam dois andores; um leva tu com Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco, o outro leve Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário, e o que sobrar é para a ajuda de uma capela que hão de me mandar fazer."
LÚCIA: "Queria pedir-lhe a cura de alguns doentes!"
NOSSA SENHORA: "Sim, alguns curarei durante o ano".
E tomando um aspecto triste, recomendou-lhes: "Rezai, rezai muito, fazei sacrifícios. Vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique por elas."
E como sempre começou a se elevar para o Leste. Os videntes cortaram os ramos sobre a qual a Virgem lhes tinha aparecido e os levaram para casa. Os ramos exalaram um perfume singularmente suave.

 QUINTA APARIÇÃO - 13 de setembro de 1917.

Como de costume foram observados vários fenômenos, observado por um número de aproximadamente 15.000 pessoas. O súbito refrescar da atmosfera, o empalidecer do sol, a ponto de verem as estrelas uma espécie de chuva como pétalas irisadas, ou flocos de neve, que desapareciam antes de chegarem e à terra.
Em particular foi notado um globo luminoso que se movia lenta e majestosamente no céu. Do nascente para o poente e no final da aparição em sentido contrário. Após notarem os reflexos da luz sobre a arvorezinha Nossa Senhora apareceu.

NOSSA SENHORA: "-Continuem a rezar o terço para alcançarem o fim da guerra. Em outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios. Mas não quer que durmais com a corda, trazei-a só durante o dia. 
Nota: os meninos passaram a usar um cilício, um pedaço de corda grossa não tiravam nem para dormir. Isso lhes tirava o sono fazendo com que eles ficassem noites inteiras em claro, daí a recomendação da Virgem.  
LÚCIA: "Tem me pedido para lhe pedir muitas coisas cura de alguns doentes, de um surdo-mudo."
NOSSA SENHORA: "-Sim alguns curarei, outros não. Em outubro farei um milagre para que todos acreditem!"
E começando a se elevar, desapareceu como de costume.  

SEXTA APARIÇÃO - 13 de outubro de 1917.

Como das outras vezes Nossa Senhora apareceu:

LÚCIA: "O que vossemicê me quer?"
NOSSA SENHORA: "-Quero dizer que façam aqui uma capela em minha honra, eu sou a Nossa Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em  breve para suas casas".
LÚCIA: "Eu tinha muitas coisas a lhe pedir. Se curava uns doentes e se convertia uns pecadores..."
NOSSA SENHORA: "-Uns sim, outros não!"... "é preciso que se emendem e peçam perdão de seus pecados". E tomando aspecto triste disse: "Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido!"

Em seguida ela abriu as mãos, Nossa Senhora as fez refletir no sol, e enquanto se elevava continuava o reflexo da sua própria luz a projetar-se no sol. Lúcia no momento exclamou: "Olhem para o sol!"
Desaparecida Nossa Senhora na Imensa distância do firmamento, desenrolaram-se aos olhos dos videntes quadros, sucessivamente, simbolizando primeiro os mistérios gozosos do Rosário. Depois os dolorosos e por fim os gloriosos. (apenas Lúcia viu os três quadros, Francisco e Jacinta viram somente o primeiro, os outros dois, não).
Apareceram ao lado do sol, São José com o Menino Jesus e Nossa Senhora do Rosário. Era a Sagrada Família. A Virgem estava vestida branco, com um manto azul. São José também vestia-se de branco e o Menino-Jesus de vermelho claro.
São José abençoou a multidão traçando três vezes o sinal da Cruz. O Menino Jesus fez o mesmo.
Em seguida viram Nossa Senhora das Dores e de Nosso Senhor acabrunhado de dor no caminho do Calvário. Nosso Senhor traçou o sinal da Cruz para abençoar o povo. Nossa Senhora tinha a espada no peito. Lúcia via apenas a parte superior do Corpo de Nosso Senhor.
Finalmente apareceu numa visão gloriosa, Nossa Senhora do Carmo, coroada como rainha do Céu e da Terra. Com o Menino Jesus no colo.
Enquanto essas cenas desenrolavam, cerca de 50 a 70 mil pessoas assistiam o milagre do sol. Chovera durante a aparição, no final, enquanto a Virgem se elevava, Lúcia gritava: "Olhem para o sol!"
As nuvens se abriram e o sol parecia um disco de prata. Brilhava com intensidade mas não os cegava. Isto durou apenas uns instantes. O sol começou a bailar. Parecia uma gigantesca roda de fogo. Parou certo  tempo para recomeçar em seguida.  girar sobre si mesmo. Depois seus bordos se tornaram escarlates. Deslizando no céu como um redemoinho, espargindo chamas vermelhas de fogo. Essa luz refletia-se ao solo, nas árvores e arbustos, nas faces das pessoas e nas roupas. Tomando diversas tonalidades brilhantes. Animado três vezes de um movimento louco, o globo de fogo pareceu tremer e sacudir e fazer zigue-zague. Deixando a multidão pavorosamente aterrorizada.
O tempo do fenômeno foi de aproximadamente 10 minutos. Finalmente o sol voltou ao seu estado normal. As aparições haviam terminado. Muitas pessoas notaram que suas roupas molhadas pela chuva haviam secado subtamente. O milagre do Sol pôde ser percebido por numerosas pessoas fora do local das aparições até num raio de 40 Km de distância.

Confira as fotos tiradas pelo Jornal da Época: "O SÉCULO" - redigido pelo Jornalista, Avelino de Almeida. Destaca-se a foto do Jornalista ao lado.   
  Estas fotos tiradas pelo Jornalista Avelino de Almeida mostra claramente o momento em chovia na Cova da Iria no momento da aparição, mostra também a multidão de guarda-chuvas, depois em outra foto, vemos as pessoas olhando  em direção o sol. Como prova de que o fenômeno conhecido como "Milagre do Sol"  realmente aconteceu. 

Fátima nos trouxe uma pergunta:

O que Maria Santíssima espera de nós? Que Fátima tem a dizer depois de todos esses anos?

Nossa Senhora não veio trazer nenhum terror aos homens, mas veio mostrar que Deus não quer que nos percamos, ele nos oferece todos os meios para a salvação. Um deles é Santa Eucaristia, a comunhão , a Confissão e por fim a Oração e sacrifícios espirituais. Jesus Cristo não deseja nossa condenação. O que Nossa Senhora mostra é que muitas almas se perdem e vão para o inferno porque deixaram de se converter. Esqueceram de Deus e o ofenderam barbaramente com seus pecados. Por isso é que muitas curas deixam de ser alcançadas, porque muitas vezes não nos convertemos.
Se você caro amigo que leu este documentário, é uma pessoa virtuosa, seja mais, esforçe mais, reze mais. Não só por você, mas por todos que estão precisando da cura, principalmente da Conversão. Nossa Senhora oferece um meio fácil e eficaz de alcançar as graças de Deus, a Oração do Terço. 
Ela não inventou o terço, ele já existia, pois os mistérios da salvação que rezamos e as ave-Marias foram rezadas um dia pelo Anjo a Ela. Os mistérios da Encarnação, Morte e Ressurreição de Jesus estão nos Evangelhos e revividos todos os dias na Missa e na Oração do terço.

A promessa de Nossa Senhora é grande, deve atingir a conversão do maior número de almas possíveis: "muitos vão para o inferno porque não tem que ore e se sacrifique por elas..." disse a Virgem de Fátima.

Aqui fica o meu apelo, reze, reze o terço, assim como prometeu a Virgem aos pastorinhos de Fátima, haverão de obter a paz e a salvação de muitos. E Deus não se esquecerá e lhes dará muitas graças. Espalhe essa devoção, creia que Maria Santíssima é nossa mãe e por isso nos carrega no colo. As visões de Fátima não nos deve aterrorizar mas nos confortar que Ela como Mãe nos mostra o perigo. Não nos deixa cair no abismo eterno "se" em Oração nos aliarmos a Ela para obter a paz no mundo e a  conversão dos pecadores! 
Nós Católicos e cristãos devemos ser promotores da paz, é isso que A Virgem de Fátima vem nos ensinar, a buscar sempre a paz. E nada mais propício do que ela a Rainha da Paz para nos falar dela  como alcançá-la. A paz não é sinônimo de sossego nem de tranquilidade, mas é um compromisso de   fazer com que todos sejam felizes e bem acolhidos. A começar da família, vivendo sem ódio e sem violência, depois na Comunidade e no mundo. 
As guerras nunca deixarão de acontecer, os conflitos sempre existirão, mas é somente em Deus que podemos buscar refúgio. Nossa Senhora quer que assumamos um compromisso ainda maior, que preocupemos com aqueles que de alguma forma perderam as esperanças e que os façamos enxergar o caminho da reta conversão. Mas quer também que busquemos a nossa própria conversão usando os meios que Deus dispõe a nosso favor. Quais são eles?... O Jejum, a penitência, a Oração e a Eucaristia... para que? ...para que o mundo creia  e viva em paz.        


(foto da Capela das Aparições, em Fátima,Portugal, marca o local exato da Aparição)

VISÕES EM PARTICULARES,  OS ÚLTIMOS MOMENTOS DE JACINTA E A MISSÃO DE LÚCIA

Jacinta e Francisco tiveram muito pouco tempo de vida, no entanto antes de a Virgem os levarem como prometido, ela teve ainda algumas visões, depois de certo tempo após as aparições. Vamos destacar as principais:

Por volta do meio dia junto ao poço da casa dos pais de Lúcia, Jacinta perguntou a Lúcia:
"Não viste o Santo Padre?"
-"Não" - respondeu Lúcia.
"Não sei... eu o vi em uma casa muito grande diante de uma mesa, chorando com as mãos no rosto; fora da casa tinha muitas pessoas que atiravam-lhes pedras, rogavam pragas e diziam muitas palavras feias. Coitadinho!...temos que rezar muito por ele!"

Em agosto de 1917 numa tardezinha, estando os videntes sentados no Outeiro do Cabeço, Jacinta pôs-se a rezar. A mesma oração que o Anjo outrora lhes ensinou. Depois de uma pausa de silêncio voltando-se para Lúcia disse:
"Não vês tanta estrada, quantos caminhos e campos cheios de gente a chorar de fome e não tem nada para comer? E o Santo Padre numa igreja diante do Sagrado Coração de Maria a rezar? e tanta gente com ele rezando?...Certa vez Lúcia encontrou-a muito pensativa e perguntou:
"-Jacinta que pensas?"
"-Na guerra que há de vir. vai morrer muita gente! E vão quase todas para o inferno. Hão de se perder muitas famílias e muitos padres. Olha, eu vou para o Céu, e quando você ver de noite essa luz que aquela Senhora disse que vem antes, foge para lá também!"


No final de outubro de 1918 - Jacinta e Francisco adoeceram quase ao mesmo tempo. Lúcia então foi visitá-los. Encontro Jacinta alegre que assim explicou:
-"Nossa Senhora veio nos visitar disse que vai levar o Francisco em breve pro Céu. A mim perguntou se queria converter algumas almas mais pecadoras. Disse que sim. Ela me disse que eu iria a um hospital e lá sofreria. Que sofresse pela conversão dos pecadores, em reparação do Imaculado  Coração de Maria, por amor a Jesus. Perguntei-lhes se  ias comigo. Disse que não. Isto é o que custa mais. Disse que minha mãe ia levar-me, e depois ficaria lá sozinha!" ... diante da doença, tais eram visitados por Lúcia frequentemente. Conversavam sobretudo com os acontecimentos que deveriam vir jacinta assim fala:
"-Falta-me pouco ir para o Céu. Tu ficarás para dizer que Deus quer estabelecer a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Quando chegar a hora de dizeres isto não te cales. Fale a todo povo que Deus nos concede as graças por meio do Imaculado Coração de Maria. Que lhas peçam a Ela, que o Coração de Jesus quer que, ao seu lado, se venere o Coração Imaculado de Maria. Que peçam a paz que Deus Lha entregou. Se eu pudesse colocar no coração de todo povo o que tenho cá dentro do meu, a ponto de me fazer queimar e arder de amor pelo Imaculado Coração de Jesus e de Maria. ...Olha! Nosso Senhor está muito triste porque Nossa Senhora nos disse para não O ofenderem mais. Que já estava muito ofendido; no entanto, ninguém fez caso e continuaram a cometer pecados!"
No fim de dezembro de 1919, Nossa Senhora apareceu à Jacinta que assim relatou:   

-"Disse-me que vou para Lisboa, para outro hospital que não vou vê-la mais, nem a meus pais, que depois de sofrer muito, morrerei lá sozinha; mas que não tenha medo, que Ela mesma vai me buscar para o Céu!"

Em Julho de 1919 Jacinta é internada no Hospital de Ourém.

Tempos depois como fora predito pela mesma, foi levada para Lisboa, ficou primeiramente em um orfanato ao lado da Igreja de Nossa Senhora dos Milagres. Depois foi levada para o Hospital Dona Estefânia. 
Assistida pela Madre Maria da Purificação Godinho, tomou algumas notas das últimas palavras de Jacinta.

SOBRE A GUERRA ELA DIZ:

"Nossa Senhora me disse que no mundo há muitas guerras e discórdias. Elas não são senão castigos pelos pecados do mundo. Nossa senhora disse que já não pode conter o braço de seu Filho amado. E preciso fazer penitência. Se nos convertermos Nosso Senhor poderá valer o mundo. Mas se não virá o castigo. Nosso Senhor está indignado com os crimes que acontecem em Portugal. Por isso um cataclismo de ordem moral nos atingirá. Principalmente Lisboa. Desencadeá uma guerra civil anarquista ou comunista, acompanhada de saques, homicídios, morticínios, incêndios e devastações de toda espécie. A capital se verterá em uma própria imagem do inferno. Na ocasião em que a Divina Justiça afligir o castigo todos os que puderem fujam desta cidade. Este castigo deve ser anunciado com devida discrição." - "Se os homens não se converterem, Nossa Senhora enviará um castigo que nunca se viu igual, e antes dos outros Países, a Espanha.
............Jacinta também falava dos grandes acontecimentos mundiais de 1940.

SOBRE OS PADRES ELA DIZ:

"Minha Madrinha peça muito por eles!"
"Os Padres deveriam ocupar-se das coisas da Igreja!, eles devem ser puros, muito puros!
A desobediência dos Padres e religiosos aos seus superiores e ao Santo Padre ofende muito a Nosso Senhor!
Minha Madrinha peça pelos governantes! ...ai daqueles que perseguem a religião de Nosso Senhor!..se o Governo deixasse em paz a Igreja e desse liberdade a Santa Religião, seriam abençoados por Deus!"

SOBRE OS PECADOS ELA DIZ:

"Os pecados que levam muitas almas para o inferno, são os pecados da carne. Hão de vir umas modas que ofenderão a muito Nosso Senhor!"
as pessoas que servem a Deus não deverão andar com a moda. Nosso Senhor é sempre o mesmo, a Igreja não tem modas!
Os pecados do mundo são grandes demais.
Se os homens soubessem, (como eu presenciei), o que é a eternidade, faziam de tudo para se converterem.
Os homens se perdem porque não pensam na Morte de Nosso Senhor e não fazem penitência.
Muitos casamentos não agradam a Nosso Senhor. E não são de Deus!"

SOBRE AS VIRTUDES CRISTÃS ELA DIZ:

"Minha madrinha, não andes no luxo, fuja das riquezas. Seja muito amiga da pobreza e do silêncio. Tenha muita caridade, mesmo com com os maus. Não fale mal de ninguém e fuja de quem diz mal. Tenha muita paciência, porque ela  nos leva pra o Céu. A mortificação e os sacrifícios agradam muito a Nosso Senhor!
A Confissão é um sacramento de misericórdia. Por isso é preciso aproximar-se do confessionário com confiança e alegria. Sem confissão não há salvação.
A Mãe de Deus quer mais almas virgens que se ligue a ela pelo voto de castidade.
Para ser religiosa é preciso pureza da alma e do corpo.

( foto ao lado de Jacinta no período das aparições) 

PERGUNTOU MADRE GODINHO: -"Sabes o que é ser pura?"

JACINTA: -"Sim, ser pura é guardar a castidade, ser pura na alma sem cometer pecados, não olhar para o que não se deve  ver. Não roubar, não mentir nunca, dizer sempre a verdade ainda que te custe..." "-Quem não cumpre a promessa que faz a Nossa Senhora, nunca terá felicidade; os médicos não tem luz para curar os enfermos porque não têm o amor de Deus. 
-Quem foi que lhe ensinou estas coisas? - perguntou Madre Godinho?

"-Foi Nossa Senhora, mas algumas, penso eu", respondeu Jacinta.

Notando que muitas visitas conversavam e riam dentro da capela do orfanato, pediu a Madre Godinho que as advertissem sobre a falta de respeito com a presença Real e que se não desse resultados comunicasse ao Cardeal. "Nossa Senhora não quer que a gente fale na Igreja!" disse Jacinta.  
Durante a curta estadia no Hospital Jacinta recebeu várias visitas de Nossa Senhora. Que anunciou a dia e a hora em que ia levá-la para o Céu. Quatro dias antes de morrer, a Virgem lhes tirou todas as dores.
Às vésperas da morte perguntaram-lhe se queria ver a mãe. foi então que ela Jacinta disse:  
-"A minha família durará pouco tempo e em breve se encontrarão no Céu...Nossa Senhora aparecerá outra vez, mas não a mim, porque com certeza morro, como ela me disse..." De fato morreu dia 20 de fevereiro de 1920.

A MISSÃO DE LÚCIA - Lúcia coube o trabalho de divulgar e fazer conhecida a devoção ao Imaculado Coração de Maria, algo que nunca deixou de fazê-lo.  

O CAMINHAR DE LÚCIA AS REVELAÇÕES POSTERIORES A 1917


Em 17 de junho de 1921 Lúcia foi para Ajustrel, onde se tornou aluna de um Colégio interno das Irmãs Dorotéias, em Vilar, subúrbio desta cidade. Em 1925 foi admitida postulante no Convento da mesma Congregação em Tuy, na Espanha. Em 2 de Outubro de 1926 tornou-se Noviça. E em 3 de outubro de 1928 pronunciou os primeiros votos como Irmã confessa. Tomou o nome religioso de Maria das Dores. Com a revolução comunista foi transferida para o Colégio de Sardão em Vila Nova de Gaia. Mais tarde em 1946 Ir. Lúcia pode rever o local das aparições, tendo estado na Cova da Iria e na Gruta do Outeiro, (ou cabeço).
(foto1 - Lúcia aos 16 anos -foto2-Lúcia aos 21 anos como noviça)
 Em 25 de maio de de 1948 deixou o Instituto Sta. Dorotéia e se ingressou no Carmelo de São José, em Coimbra. Adotando o nome religioso de Ir. Lúcia do Coração Imaculado. Em 13 de maio de mesmo ano vestiu o hábito de Santa Teresa, e em 31 de maio de 1949 professou seus votos como Carmelita descalça.  

No dia 10 de dezembro de 1925, a Santíssima Virgem, tendo ao lado o Menino Jesus sobre uma nuvem luminosa, apareceu à Ir. Lúcia, em sua cela, casa das Dorotérias em Pontevedra. Pondo-lhe uma das mãos lhe nmostrou um coração rodeado de espinhos. 
E disse a Lúcia: "Minha filha escreve tudo sobre a aparição, e quanto a esta devoção, mas quanto ao resto do segredo continue em silêncio!"   
(na foto abaixo Ir. Lúcia aos 72 anos quando saiu para votar)

Mais tarde em 1941 o Bispo de Leiria pediu para que se recordasse da vida de Jacinta para um edição que queriam imprimir, Lúcia com licença do Céu revelou as três partes do segredo de julho.
São estas:    

- "O segredo consta de três partes distintas, duas das quais vou revelar."
A primeira foi, pois, a vista do inferno.
A segunda sobre a devoção ao Imaculado Coração de Maria e a Consagração da Rússia a Ele. 
Ela os escreveu entre 2 e 9 de julho de 1944 sob forma de carta. Encaminhando-a ao Bispo de Gurza, D. Manuel M. Ferreira da Silva, que encaminhou-a ao Bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva. O documento  a pedido de Lúcia não devia ir a público. 
Foi levado pelo Bispo auxiliar de Leiria, D. João Pereira Venâncio até a Nunciatura Apostólica em Lisboa, daí seguiu-se para o Vaticano onde deu entrada no dia 16/04/1957. Pio XII não tomou conhecimento de tal, somente mais tarde, João XIII o leu.
Através dos seus confessores e do Bispo de Leiria, ela fez com que o pedido da Virgem chegasse ao conhecimento de Pio XI, que prometeu considerá-lo.

Lúcia declara que em íntima presença divina Nosso Senhor instou-lhe em pedir ao Santo Padre a aprovação do ato de reparação nos primeiros sábados. Lucia assim disse:
"Se não me engano, o bom Deus promete terminar a perseguição à Rússia se o santo Padre se dignar a fazer. E mandar igualmente os bispos do mundo católico, um solene ato público de reparação e consagração da Rússia aos Santíssimos Corações de Jesus e Maria, prometendo, sua Santidade, mediante o fim da perseguição, aprovar e recomendar a prática da devoção reparadora."
        

(Sabe-se por outra fonte que Ir. Lúcia os escreveu tendo em vista um grande enfermidade que sofreu.)  

No dia 13 de junho de 1929, Irmã Lúcia teve uma esplêndia visão da Santíssima Trindade e do Imaculado Coração de Maria, assim descreve Ir. Lúcia: 

"Era chegado o momento em que queria que  participasse à Santa Igreja o seu desejo de Consagração da Rússia, e a sua promessa de se converter. Lúcia mesma esceve:

"Eu tinha pedido e obtido licença de minhas superioras e do confessor para fazer a Hora Santa das onze a meia noite, de quintas para sexta-feiras . Estando uma noite, ajoelhei-me entre a balustrada , no meio da capela, a rezar prostrada em orações do Anjo. Sentido-me cansada, ergui-me e continuei a orar com os braços em cruz. A única luz era a da lâmpada. De repente iluminou-se toda a capela com uma luz sobrenatural sobre o altar. Apareceu uma cruz de luz que chegava até o teto...numa luz mais clara via-se na parte superior da Cruz uma face de homem com o corpo até a cintura, (O Pai Eterno); sobre o peito uma pomba de Luz, ( O Espírito Santo) e pregado à Cruz um corpo de homem, (Nosso Senhor); Um pouco abaixo da cintura havia um cálice com uma hóstia grande, sobre a qual caíam algumas gotas de sangue que corriam pelas faces do crucificado  e de uma ferida no peito. Escorregando pela hóstia essas gotas caíam dentro do cálice. Sobre o braço direito da Cruz estava Nossa Senhora, era Nossa Senhora de Fátima com seu imaculado Coração na mão esquerda, sem espadas, nem rosas, mas com uma coroa de espinhos em chamas. ... sob o braço da Cruz, umas letras grandes como se fossem águas cristalinas que corressem sobre o Altar", formavam estas palavras: "Graça e Misericórdia."   Compreendi que era o mistério da Santíssima Trindade, recebi luzes sobre este mistério mas não posso revelar. 
Depois Nossa Senhora me disse que já é chegada a hora de pedir ao Santo Padre para fazer a união de todos os bispos do mundo, e fazer a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio. Nossa Senhora disse que são muitas almas que se condenam por pecados a Ela cometidos, vem pedir a reparação, sacrifica por esta intenção e ora".         
   
Mais tarde por meio de outra comunicação íntima, Nosso Senhor queixou-se a Ir. Lúcia que a Consagração à Rússia não foi feita.
"Não quiseram atender o meu pedido. Como o rei da França, arrependerão mas será tarde! A Rússia já terá espalhado seus erros pelo mundo, provocando guerras, perseguições à Igreja, e o Santo Padre vai sofrer muito!" 
De fato o rei Luís XVI - prisioneiro na torre do templo, fez o voto de consagração ao Coração de Jesus, sua casa e sua família, mas já era tarde, pois dali saiu para ser morto.

Em janeiro de 1935 numa carta ao Pe. José Bernardo Ir. Lúcia declara que: "Nosso Senhor estava bastante descontente por não atenderem o seu pedido." 
Em outra carta Ir. Lúcia disse que se o Santo Padre o fizesse agora, Nosso Senhor ficaria contente e atenderia assim mesmo.

Num relato por carta Lúcia disse certa vez:
"Intimamente Lúcia falava a Nosso Senhor e perguntava se Ele não convertia Rússia sem que Sua santidade fizesse a Consagração. Mas Ele disse que queria que toda a sua Igreja reconhecesse a consagração ao Imaculado Coração de Maria para depois estender o seu culto, e por ao lado a devoção ao Sagrado Coração. Ela diz a Nosso Senhor que o santo Padre não creria nela se Ele mesmo não lhe movesse uma inspiração especial".
Jesus havia lhe pedido muitas orações para o Santo Padre. Pois ele vai fazê-la mais será tarde. no entanto o Coração de Maria há de salvar a Rússia. 

Ir. Lúcia ainda escreve em 24/04/1940: "Ele (Jesus), se quiser pode fazer que a causa ande depressa mas, para castigo do mundo, deixará que vá devagar. Sua justiça, provocada pelos nossos pecados assim exige. Desgosta-o não só pelos grandes pecados, mas pela nossa negligência e flouxidão em atender seus pedidos." ... São muitos crimes , mas sobretudo, é muito maior a negligência das almas de quem Ele esperava ardor no seu serviço. É muito limitado o número daquelas com quem Ele se encontra ..." (Cartas de ir. Lúcia)...Ir. Lúcia em 18/08/1940 em carta ao Pe. Gonçalves escreve:

 "Suponho que é do agrado de Nosso Senhor que haja quem vá se interessando, junto do seu Vigário na Terra, pela realização dos seus desejos. Mas o Santo Padre não fará já. Duvida da realidade e tem razão. O nosso bom Deus podia, por meio de algum prodígio, mostrar claro que Ele é quem pede. Mas aproveita deste tempo para punir o mundo de seus crimes e prepará-lo para uma volta mais completa para si. A prova que nos concede é a proteção especial do Imaculado Coração de Maria, sobre Portugal, em vista da consagração que lhe fizeram."

Nota: Na segunda parte do segredo, Nossa Senhora anunciou o Triunfo do seu Imaculado Coração.

Em 2/12/1940 Lúcia envia uma carta ao Papa Pio XII, pedindo Sua Santidade que dignasse abençoar a devoção dos primeiros sábados e estendê-la por todo mundo, dizendo:
"Em 1929 Nossa Senhora por meio de outra aparição pediu a consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração, prometendo por esse meio impedir a propagação de seus erros e a sua conversão. [...] em várias comunicações íntimas com Nosso Senhor não tem deixado de insistir neste pedido, prometendo ultimamente que Vossa Santidade se digna de fazer a consagração ao Imaculado Coração de Maria, com mensal especial à Rússia, e ordenar que, em união com Vossa Santidade, ao mesmo tempo o façam todos os bispos do mundo. Para abreviar os dias de tribulação com que tem determinado punir as Nações de seus crimes por meio da guerra de várias perseguições a Vossa Santidade".

Em 31 de outubro de 1942, por ocasião do Ano Jubilar das Aparições de Fátima, o Papa Pio XII consagrou a Igreja e o gênero humano ao Imaculado coração de Maria.
Em 1943 - Ir. Lúcia teve outra revelação de Nosso Senhor que na qual descreve a Pe. Gonçalves:  

"[O Bispo de Gurza, D. Manuel Maria Ferreira da Silva], que manifeste ao Sr. Arcebispo de Valladolid, um recado de Nosso Senhor para os Senhores Bispos da Espanha, e outro aos de Portugal. Deus queira que todos ouçam a voz do bom Deus. Deseja que os da Espanha se reúnam e determinem a reforma no povo, clero e ordens religiosas; que alguns conventos!... e muitos membros de outros!...entende? Deseja que faça compreender as almas que a verdadeira penitência que Ele agora exige consiste, antes de tudo, no sacrifício que cada um tem de se impôs para cumprir com os próprios deveres religiosos e materiais. Promete o fim da guerra para breve, em atenção ao ato que se dignou fazer sua Santidade> Mas como ele foi incompleto, fica a conversão da Rússia para mais tarde. Se os Srs. Bispos não atenderem o seu apelo, ela será mais uma vez o açoite que os pune".
Na ocasião do Concílio Ecumênico do Vaticano 510 Arcebispos e bispos de vários países subscreveram ao  Santo Padre pedindo a Consagração da Rússia em especial.  
E no 7 de agosto de 1952 Pio XII, por meio de uma Carta Apostólica, "Sacro Vergente Anno", consagrou os povos da Rússia ao Puríssimo Coração de Maria.  
Em 21 de novembro de 1964 o Papa Paulo VI, consagrou todo gênero humano ao imaculado Coração de Maria ao encerrar a sessão do Concíli0 Vaticano II.  
O Santo Padre João Paulo II fez duas consagrações do mundo ao imaculado Coração de Maria, uma em Fátima em 1982, outra em Roma em 1984. Ambas foram precedidas de um convite para que os bispos se unissem a ele neste ato. Porém em nenhuma delas a Rússia foi mencionada nominalmente, mas como o Santo Padre estendeu a consagração a todos os povos do mundo, inclui também a Rússia. O que foi válido segundo Ir. Lúcia, (tomando a palavra no sentido de atendido os quesitos pedidos por Nossa Senhora). De lá pra cá Ir. Lúcia vem aceitando como válida a consagração de 1984 feita pelo Papa João Paulo II.
Em 1989 - o comunismo na Rússia acabou.
O Papa João Paulo II, atribuiu a cura de um atentado à bala que sofreu em 1981 à intercessão de Nossa Senhora de Fátima, na qual ele tinha confiado e consagrado sua vida e missão apostólica.   

(Este docementário é tirado do Livro: "As Aparições de Fátima, segundo os manuscritos de Ir. Lúcia", de autoria do escritor, Antônio Augusto Borelli) 

 O QUE TEM FÁTIMA A NOS DIZER HOJE?

Nossa Senhora outrora interveio em favor do mundo que estava a beira de um cataclismo, por causa da União Soviética que estabeleceu a chamada "guerra fria", uma corrida armamentista que podia a qualquer momento provocar um conflito muito maior que a segunda grande guerra. Foi preciso a intervenção de Nossa Senhora para por fim a guerra.
Hoje muito mais que no passado, Nossa Senhora precisa de nós, precisa que unamos ao seu Sagrado Coração para obter a paz ao mundo.
Não temos uma guerra declarada oficialmente, mas vivemos em uma guerra onde começa dentro de nossas casas, as drogas, a violência, os abusos sexuais, os estupros, os homicídios e latrocínios, os sequestros, enfim todo tipo de mal que nos pode atingir diretamente, causando a morte de milhares de pessoas. Tudo isso é obra do malígno. Nossa Senhora precisa de mim e de ti para ajudá-la. Esse mundo que ora vivemos, precisa muito mais de conversão, precisa da intervenção do Imaculado Coração de Maria. Não pense você que as mensagens serviram só para aquela época, não! ... elas vão se renovando quando nós percebemos que precisamos muito mais agora da proteção de Maria Santíssima para nossos lares.
Por isso convido você a fazer Consagração ao Imaculado Coração de Maria:

CONSAGRAÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA


Coração Imaculado de maria, vós que fizestes plenamente a vontade de Deus Pai, Vós que tornastes possível minha salvação ao conceberdes o Filho de Deus, quero consagrar-me inteiramente a Vós. 
Consagro os meus pensamentos, desejos, intenções, ações. Consagro-Vos o meu olhar meu ouvir, meu falar. Consagro-Vos o meu coração e todo meu ser para que eu possa me sentir protegido (a) e seguro (a). Consagro meus familiares, parentes e amigos. Consagro-Vos meus inimigos na esperança de reatarmos nossos relacionamentos. Consagro-Vos todas as pessoas falecidas que passaram na minha vida.
Mãe querida abençoe e acolha todos nós em Vosso Imaculado Coração, para que nos aproximemos cada vez mais do vosso Filho Jesus. Consagro-vos todas as pessoas do mundo, na esperança de alcançarmos a paz e de ver todos os corações arrependidos e acolhendo o Evangelho de Cristo.

Incomparável Mãe!
Ajuda-me a reconhecer e a confessar os meus pecados para a salvação de minha alma e para receber dignamente Jesus na Eucaristia. Mãe amada que eu receba as graças que eu preciso em minha vida. Não as que eu quero, mas as que a Senhora sabe que realmente preciso. Conduza-me sempre no caminho da salvação  acolhei-me na hora da morte. Amém!                    


 Reze 1 Pai Nosso 3 Ave Marias e 1 Glória!               

sábado, 27 de abril de 2013

AMOR E PERDÃO - "Porque se perdoardes os homens vossas onfensas, vosso Pai celeste vos perdorá!" Mt5, 14

Jesus nos ensina que dar o perdão é importante, por quê? Por que o perdão é uma graça importante para nós. Perdoar não é ser conivente com o erro dos outros mas é dar ao outro uma oportunidade nova de se redimir, isto é mudar de vida. Por isso, Jesus pede que perdoemos para que sejamos perdoados. O perdão é um direito de todos aqueles que neste mundo, estando limitados, sendo fracos na fé ou em suas atitudes morais queiram buscar uma vida nova. Deus nosso Pai, entendendo que somos pecadores, humanos limitados e fracos nos deixa sempre a oportunidade de buscar o perdão. Mas isto significa que para buscar o perdão de Deus, devemos antes nos reconciliar com aqueles que nos ofenderam, e também se ofendemos devemos pedir o perdão para aqueles que prejudicamos.

O fato é que Jesus, o filho de Deus, vindo a este mundo, nos ensinou que de nada adianta rezar, pedir o perdão de Deus mas continuar sendo hipócritas com nós mesmos a ponto de possuir um amor egoísta, quer quer tirar proveito de tudo e, inclusive buscar vantagens ao perdoar. Ou seja, "eu te perdoo com essa condição"...  Não é assim que Deus quer que façamos (...) Ele quer que nós sejamos extremamente indulgentes com aquele que erra, mas implacável com o pecado, ou com os erros que se pratica, inclusive o nosso. É por isso que temos uma coisa em nossa mente chamada consciência, e a moralidade está ligada à ela. Portanto, para Deus não interessa quem somos, mas interessa que seu amor chegue de maneira igual a cada um. E a mesma coisa Ele quer que façamos. Por isso Jesus chega a dizer; "Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado!" (Jo 13, 34) - Quem ama perdoa, e quem é capaz de perdoar transmite valores cristãos ao outro que está sendo perdoado, então o gesto de perdão não é simplesmente ficar numa palavra é envangelizar porque através de mim, de você estará sempre a imagem de Jesus que nos amou e nos perdoou primeiro. Assim através do amor Jesus diz que todos conhecerão que somos seus discípulos. É uma responsabilidade de cada um viver e praticar esse amor.

Amar e perdoar, duas palavras que andam juntas. Uma depende da outra. O perdão só existe onde está o amor e o amor só existe onde mora o perdão. Perdoar também exige de nós um amor-doação isto é, sejamos observadores do amor de Deus por nós que através de Jesus sempre nos dá uma nova chance de mudar de vida. Jesus é exemplo claro, quando no alto da Cruz perdoou a todos, esse perdão de Jesus não foi só para aqueles que o crucificaram mas foi de modo geral e integralmente à toda humanidade. E porque Ele fez isso? Porque amou-nos até o fim, desde a eternidade, desde a criação do mundo. O perdão não se cansa, devemos perdoar sempre. Devemos buscar o perdão sempre de Deus e dos nossos irmãos. Deus respeita cada um, por isso podemos dar e negar o perdão, porém se o negarmos a alguém estamos deixando de amar, e, deixando de amar estamos descumprindo o Mandamento de Deus que diz: "Amarás a Deus acima de tudo e ao próximo como a ti mesmo!" (primeiro Mandamento)

Por outro lado, perdoar e ser perdoado é buscar viver a Paz! Ninguém vive em paz com uma consciência manchada, cheio de ódio, de rancor e sede de vingança. No momento pode parecer muito bom, deixar de perdoar e ver o prazeroso sofrer o do outro, mas depois, os frutos da falta de perdão implica em uma vida cheia de amarguras e dores na consciência de ver que por um instante você deixou seu irmão sem a chance de ser uma pessoa nova e mudada. E quantos hoje por falta de perdão estão atirados no submundo do alcoolismo e das drogas, dos vícios e tudo mais, por falta de perdão. O perdão também implica que sejamos compreensíveis e saibamos escutar o outro, seus problemas e nunca deixar de perdoar e dar um palavra amiga.

Veja que Jesus ao perdoar a pecadora, bastou uma palavra para ela mudar de vida: "Se não te condenaram, eu também não te condeno, vais e não peques mais!" ... Jo 8, 10-11 (...) então Jesus não perdoou simplesmente deu a ela uma chance de mudar de vida e ser feliz. E quantos de nós precisamos de uma chance, mas esquecemos  de perdoar e buscar esse perdão uns dos outros? quantos não se perdoam?
Perdoar faz um bem enorme não em Deus, mas em nós mesmos. Somos nós que erramos, somos nós que praticamos atitudes erradas, somos nós que precisamos de Deus....

Jesus sempre mostrou seu amor para conosco e foi Ele mesmo que deu exemplo de que o perdão muda transforma convida o outro a uma nova vida, vida esta, que consiste em amar sem receber nada em troca pois é assim que Deus nos ama. Deus não estabelece limites para nos amar e nos perdoar e assim quer que sejamos, por isso só podemos "amar como Jesus nos amou" se esse amor for sem limites. Para isso o perdão também deve ser sem limites. Para chamar a Deus de Pai devemos lembrar sempre que somos seus filhos, todos os bons e os maus. Por isso Deus não nos permite fazer julgamentos uns dos outros mas que saibamos respeitar uns aos outros com amor, o perdão é algo comprometedor porque não significa apoiar o erro, ou os erros que se praticam, ou que praticamos, mas levar em conta todo ser humano merece a chance de mudança de viver em paz e de ser feliz, pois, pertencemos a uma só família a família dos filhos de Deus. 

Então o amor vem acompanhado do perdão e os dois transmitem a paz de Jesus, essa paz que significa vida nova pois todo dia para nós é dia de perdão é dia de mudança e dia de reconciliação com Deus e o próximo. Perdão não é desculpar-se, pois a desculpa rebaixa o ser humano mas perdão é a elevação da auto-estima é levar a pessoa a conhecer e a experimentar esse amor de Deus em cada um de nós... 

(texto de: Elmando Valeriano de Toledo)


    

terça-feira, 9 de abril de 2013

PÁSCOA - Passagem da Morte Para a Vida! A Salvação chegou através de Jesus.

Quando nosso Senhor Jesus Cristo se encarnou e veio a este mundo, veio com uma única missão, a missão de salvar a todos de seus pecados.
Portanto, a salvação é uma graça dada por Deus Pai a nós através de Jesus. Não podemos compreender o motivo pelo qual Deus quis sacrificar o seu próprio Filho, para nos dar essa grande graça. Pois isso é um mistério que pertence somente a Deus, mas podemos entender a gratuidade do amor de Deus por nós e assim recebê-lo como um presente de Pai que ama e quer que seus filhos estejam bem. Essa paternidade de Deus só foi possível de ser conquistada graças a Jesus Cristo que conosco veio morar e conosco também estabeleceu  um novo vínculo de amor com sua Nova Aliança no seu sangue.

Assim escreve São Paulo na carta aos Efésios - Ef 2, 1-10.

"E vós outros estáveis mortos por vossas faltas, pelos pecados que cometestes outrora seguindo o modo de viver desde mundo, do príncipe das potestades do ar, do espírito que agora atua nos rebeldes.
Também nós todos éramos deste número quando outrora vivíamos nos desejos carnais, fazendo a vontade da carne e da concupiscência. Éramos como objetos da ira (Divina). Mas Deus que é rico em misericórdia, impulsionado pelo seu grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos, em consequência de nossos pecados,  deu-nos vida juntamente com Cristo - é por graça que fostes salvos! - juntamente com Ele nos ressuscitou  e nos fez assentar nos céus com Cristo Jesus. Ele demonstrou assim pelos séculos futuros a imensidão das riquezas de sua graça, pela bondade  que tem para conosco, em Jesus Cristo. Porque é gratuitamente  que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém das obras, para que ninguém se glorie. Somos obra sua, criados em Jesus Cristo Para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós praticássemos".

Bem, se somos pecadores e ao mesmo tempo limitados não temos poder algum de salvar a nós mesmos. Onde encontraria na terra um homem perfeito, justo e santo para tal fim?

Nunca seríamos salvos porque todos nós somos pecadores. Por isso, o Senhor Deus, sabendo dessa condição humana e nos amando, de tal modo enviou seu filho a nós para que assumindo toda natureza humana com exceção do pecado, pudesse trazer para nós a salvação. Para os que creem no seu nome tenham a vida eterna (Jo 1, 12-13).   
Quando lemos estas palavras de São Paulo, podemos aprender que:

a) São Paulo destaca que através de Jesus pela sua graça deixamos de ser pagãos (pessoas fora do cristianismo), para pertencer a comunidade de Jesus onde pela graça do Batismo somos introduzidos de novo no seio do Pai, que nos recebe como seus filhos, nos ama e nos oferece a salvação gratuitamente.

b) Se somos seguidores de Cristo, se somos batizados, devemos deixar as coisas do mundo, isto é a vida de pecado para viver uma vida santa, a fim de que cumpramos o Evangelho de Jesus e assim possamos ser merecedores da sua salvação. 

c) Cristo veio restaurar a dignidade humana, que o antigo tentador (o demônio) havia nos tirado através da desobediência de nossos primeiros pais, Cristo pelo contrário, se fez pobre e humilde e se  sujeitou à humilhação da Cruz por nós.

d) Pela entrega de Jesus na Cruz e pela sua ressurreição, quebrou-se as muralhas que satanás colocou no mundo impedindo os homens de chegar à salvação, isto é até Deus. Por isso Jesus é a única porta que nos leva a Deus porque Ele é o caminho, a verdade e a vida.

e) Pela morte e ressurreição de Jesus nos tornamos concidadãos e herdeiros do Céu. Isto é, Jesus nos deu o direito de salvvar-nos por meio da sua graça. Através da Cruz de Cristo, todos nós fomos
atraídos de volta ao Paraíso.

d) Pela morte e ressurreição de Jesus Cristo, nos tornamos sacerdotes e profetas com a missão  de sermos portadores, anunciadores desta salvação que deve se estender a todos neste mundo sem distinção. Por isso Jesus veio unir todos os povos em torno de si, para que a salvação alcance a todos os povos. Através do anúncio do Evangelho.

Então a Páscoa Cristã deve nos lembrar que Deus fez por nós, o que para nós era impossível. O pecado é uma chaga que não podemos curá-la em definitivo se não for através de Cristo, o único que venceu o pecado e a morte. 
Páscoa é isto é mudança de vida. A Páscoa de Jesus é a nossa Páscoa porque assim como Ele temos o dever de vencer as tentações e  todas  as situações de morte e pecado que existem em nós.

A Páscoa não é algo que ficou no passado, é algo que continua presente cada vez que olhamos para o infinito amor de Deus e nos esforçamos para mudar nossa relação com Ele a fim de podermos tomar posse todos os dias desta Salvação.

Não haverá outra maneira de chegar-se até Deus se não for através de Jesus. Ele é a Porta por onde entramos, pois do seu lado transpassado pela lança, o seu coração é a "Porta aberta" por onde nos conduz o Céu.   

Quando celebrarmos a Páscoa, vamos lembrar que Deus poderia ter desistido da humanidade, poderia ter acabado com tudo, no entanto ele nos amou de tal modo que não poupou seu próprio Filho para que nos resgatasse, trazendo-nos vida nova pela ressurreição de Jesus. A Ressurreição de Jesus ainda atesta todas as profecias e confirma que Jesus é o Senhor, da vida e da Morte e que Ele cumpriu toda a Escritura, pois toda a Escritura se dirige a Jesus e o cumprimento de sua missão para com os homens. Portanto Jesus é o Salvador, senhor do tempo e da história, conforme afirma o Apocalipse, Ele é o alfa e o ômega, isto é o início e o fim de tudo. (Ap 1,8.17) - Jesus Ressuscitado é o verdadeiro Dominador. Isto é, ele é o único Senhor porque é o Filho de Deus,  é Deus. É por Jesus que recebemos a plenitude da graça salvadora. 

Toda lei dos profetas se concretiza em Jesus que é a Verdade do Pai revelada a nós. (Jo 1, 16) e através de Jesus nos tornamos filhos de Deus, porque Ele lavou-nos com seu sangue a fim de nos purificar do pecado e nos introduzir de novo na graça. Coisa que os sacrifícios antigos não podiam fazer. Jesus veio trazer vida nova aos homens pelo qual, sua graça e verdade, sua entrega total por nós nos fez um novo povo através de uma NOVA ALIANÇA.     

Ao olharmos para a Cruz de Cristo, sobretudo nesse tempo em que meditamos a entrega de Jesus por nós, sejamos agradecidos pelo imenso amor que Deus Pai tem para com todos. 

Quando celebrarmos a Páscoa, não vamos celebrar apenas uma data qualquer no calendário, mas vamos celebrar a maior festa de nossa vida, porque é a vitória de Jesus que é a nossa vitória, pois, como nos diz são Paulo, se Jesus não tivesse ressuscitado vã seria nossa fé. 

Páscoa é isto, é libertação, é a festa da salvação. E a celebração de uma NOVA VIDA AQUI E NA ETERNIDADE. Por isso, a Páscoa
é festa de alegria onde, Jesus vence a morte, a morte não tem domínio mais sobre nós porque Jesus tomou para si a vitória e a chave da região mortos, ( Ap 1, 18) ou seja Cristo está vivo, ressuscitado! Cristo venceu! Aleluia! Aleluia! e caminha com seu povo, a sua Igreja.
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TENHAMOS ATENÇÃO QUE:

Se acreditamos em Jesus, e na sua Ressurreição não existe espaço para acreditar em reencarnação porque não existe sentido e lugar para acreditar em reencarnação na vida cristã, pois ela é o oposto da ressurreição. Acreditando na reencarnação estamos negando a principal verdade sobre Jesus Cristo que é sua ressurreição. Porque assim está escrito: "Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morreram!" (1Ts 4, 14)


Texto de: Elmando de Toledo

TEMPO PASCAL
Quanto Tempo dura? e Por quê?

(fonte: Rev. Brasil Cristão, ed. Março-2013)

Texto de: Pe. Francisco Sehnem, csj


Páscoa , do hebráico, Pessach, significa Passagem . É a maior e a mais importante festa do cristianismo, quando se celebra a Ressurreição de Jesus Cristo.
A Palavra Páscoa é mencionada pela primeira vez quando Deus liberta os israelitas do poder do Faraó, no Egito (Ex 12, 7-14). O sangue do cordeiro da Páscoa, nas portas das casas dos hebreus, era um sinal de que eles não seriam atingidos pela morte. A Páscoa deveria ser celebrada como um mandamento perpétuo,  festejando a libertação de Israel do Egito.

No Novo Testamento o simbolismo muda, porque temos o filho de Deus sendo sacrificado por nós. Ele é o Cordeiro da Páscoa e seu sacrifício vale por toda eternidade. Se tivermos pecado, mas nos arrependermos sinceramente, o Sangue de Cristo será "usado" para nos limpar por completo. Seu sangue sempre estará à disposição para todos os que se arrependerem, e para sempre.

Para algumas pessoa, a Páscoa pertence ao mundo do coelhinho da Páscoa e as reuniões familiares, sendo celebrada como uma combinação do secular com o sagrado. Mas, para nós cristãos, o objetivo da Páscoa é celebrar a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Compreender a Páscoa numa perspectiva cristã é de vital importância, é crucial para os que creem em Jesus Cristo. Paulo escreve aos filipenses: 

"Nós somos cidadãos dos céus. É de lá que ansiosamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, nos transformará no nosso corpo abatido, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso, em virtude do seu poder de sujeitar a si todas as coisas". (Fl 3, 20-21)

O primeiro registro da celebração da Páscoa está em conexão com a visita de Policarpo (bispo de Esmirna) a Aniceto (o bispo de Roma) em 154, a fim de chegarem a um acordo sobre o tempo da Páscoa. Policarpo representava o costume mais antigo de observá-la com uma vigília, terminando com a Santa Ceia, durante a noite do décimo quarto dia do mês de nisã (calendário judaico), com a Páscoa judaica, independentemente do dia da semana. Aniceto representava o costume romano de celebrar a Páscoa no domingo. Eles não chegaram a um acordo e continuaram cada um com sua prática. O problema se tornou tão grave que foram realizadas reuniões por volta do ano 190, e decidiram que a Páscoa seria comemorada sempre no Domingo. Em 314, o Concílio de Arles sugeriu que o bispo de Roma indicasse a data anual da festa para todas as Igrejas. Mas foi no Concílio de Niceia em 325, que se estabeleceu uma nova data para a festa da Páscoa.

As demais práticas foram desaparecendo e a legislação civil contribuiu para isso. Uma lei de 413 punia com exílio quem celebrasse a Páscoa fora da data estabelecida pela Igreja. 
Hoje, nós celebramos a Páscoa durante 50 dias, iniciando no Domingo da Ressurreição e finalizando 50 dias após com a festa de Pentecostes (descida do Espírito Santo). A primeira semana da Páscoa é chamada de Oitava da Páscoa e é celebrada como única grande celebração. Os domingos do Tempo Pascal são chamados, Domingos da Páscoa. Esse tempo é o mais importante do Ano Litúrgico e todo calendário cristão gira em torno da Páscoa.  

Mas celebração da Páscoa não se esgota no tempo pascal. Páscoa é um novo dia que ainda dura.
No evangelho de Lucas (Lc, 24), o dia da Páscoa é o mais longo do ano. É um dia que não termina. Após a ascensão de Jesus, sempre no mesmo  dia, os discípulos voltaram ao Templo para bendizer a Deus (Lc 24, 52-53). 
O que Lucas quer que compreendamos é que a Páscoa é uma nova aventura, um novo dia para a Igreja, que é sinal da presença de Cristo Ressuscitado através de seus discípulos, os cristãos de todos os tempos. Essa aventura não termina; ele continua na Igreja até hoje. É um dia novo que ainda dura... Nós estamos sempre no Domingo de Páscoa! E todos os domingos são uma celebração da Páscoa de Cristo. 

sábado, 15 de dezembro de 2012

OS DESAFIOS PARA A LITURGIA A PARTIR DA MISSÃO

ORIENTAÇÃO PASTORAL



Para ser sentida e vivenciada como formadora de missionários de Jesus Cristo, a liturgia precisa ser aquilo que é: a liturgia.

Com freqüência, aproveitam-se as celebrações para fazer campanha missionária. A liturgia, no entanto, não deveria ser ocasião de campanha missionária. Ela, em si, é fonte de missão. Mas aí é que reside o desafio. Para ser fonte de missão, a liturgia antes de tudo precisa ser lugar de experiência de Deus, que como Pai, por Cristo, no Espírito Santo acolhe e reúne seus filhos e filhas como comunidade de irmãos e irmãs e não apenas como justaposição de crentes. Deve permitir uma leitura cordial e vivificante da Palavra de Deus, mais do que doutrinária e moralista. Deve ser a renovação da aliança que acolhe o projeto vivificador e libertador de Cristo, mais que uma simples devoção ou auto piedoso.

A liturgia só será plenamente missionária se for plenamente liturgia, ou seja, se for experiência densa e transformadora de Cristo ressuscitado, a exemplo das primeiras comunidades que a cada dia viam o número de fiéis crescer porque "dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no Templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e gozavam da simpatia de todo povo" (At 2, 46-47).

O tempo depois do Concílio foi marcado pelo esforço da Igreja de responder a este desafio. Por isso, procurou inserir-se profeticamente na transformação social, política e cultural do continente, mergulhado solidariamente na defesa dos pobres. Medellín colocou a liturgia no centro dessa missão da história do povo, ligando a liturgia e vida, celebração e compromisso histórico, afirmando que "a celebração litúrgica coroa e comporta um compromisso com a realidade humana" (Medellín 9,4). 
Puebla assumiu o maior entrosamento que começou a existir entre formas litúrgicas tradicionais e a piedade popular (Cf. Puebla 465). Santo Domingo quis assumir uma liturgia em total fidelidade ao Concílio Vaticano II, bem como recuperar a adoção de formas, sinais e opções próprias das culturas da América e Caribe (Cf. Santo Domingo, 53).

Apesar de orientações tão claras e firmes, sem desconsiderar os grandes avanços, a liturgia ainda tem diante de si muitos sérios desafios:

a) Desafio proveniente da cultura das grandes cidades. O ritmo de vida de nossas cidades induz as pessoas ao stress, à pressa, ao secularismo, ao anonimato, à dispersão familiar, ao lazer pelo lazer nos fins de semana. Essa situação com certeza vai exigir muita criatividade em termos de espaço celebrativo, locais, horário e duração das celebrações, linguagem,  acolhida, critérios de pertença à comunidade, bem como o processo de inicialização e formação litúrgica. Ainda, nas grandes cidades, em suas periferias, além do individualismo, do anonimato, da privatização da vida espiritual, vamos encontrar sérios problemas sociais (fome, violência, desemprego...).
A prática da partilha de alimentos, os mutirões para a construção de casas, a preparação de festas da comunidade, a visita aos doentes em equipe, o serviço organizado aos pobres são forças que levam à quebra do individualismo. A liturgia só será eficaz, se engajar a comunidade neste processo, como fundamento e conseqüência da celebração. A fonte renovada da liturgia, sob a ação do Espírito Santo, vem dos pobres, das suas lutas, das suas experiências de Deus, dos seus compromissos com a solidariedade e dos seus sofrimentos.

b)  Desafio de uma perigosa tendência que centraliza a liturgia na pessoa do ministro ordenado, ou sacerdote e pede cautela para expressões tais como"comunidade celebrante" ou "assembléia celebrante". Por trás deste desafio está uma visão muito estreita do ministério ordenado, um medo infundado de perder o poder e uma concepção errada do verdadeiro sentido da assembléia como sujeito da ação litúrgica. É o desafio mais conflitivo no momento. A saída será um grande mutirão de informação e formação em todos os níveis sobre o significado de Igreja Povo de Deus, sobre o sentido de participação do povo sacerdotal e da teologia dos ministérios litúrgicos.

c) Desafios que vêm da visão angelical, desligada do mundo e da história, onde a participação nas celebrações litúrgicas é o momento de abstrair-se das lutas do dia-a-dia, transportando-se para uma realidade estérea e alucinante, totalmente contrária a natureza da liturgia. A celebração deverá recuperar a ligação da vida com a liturgia.

d) Desafios que vêm da visão que privilegia apenas a ótica da política ou do compromisso social. Sem dúvida, a liturgia é práxis, mas é também festa, gratuidade. Limitar a celebração a um protesto, a uma campanha de conscientização significa adulterá-la. Por isso a ação litúrgica cuidará de unir  verticalidade com horizontalidade na celebração, dando prioridade a dimensão orante, de modo que a assembléia se una a Deus e a Cristo e se sinta ungida assumir o compromisso profético de transformação das estruturas injustas.

e) Desafios que vêm da pouca forção teológica e a quase completa falta de iniciação aos ritos e ao sentido da celebração. gerando uma mentalidade rubricista, preocupada em assegurar a validade das ações rituais. Para conseguir a participação consciente e frutuosa dos participantes a liturgia terá que fundamentar teologicamente em que consiste a natureza da celebração cristã e, ao mesmo tempo, encontrar um jeito simples de celebrar com o povo, valorizando suas aspirações e investindo numa acolhida calorosa e no emprego de uma linguagem acessível. Os ritos fechados em si mesmos nada dizem. Devem estar relacionados em íntima conexão com o mistério celebrado. Aqui falta a verdadeira teologia do que seja uma celebração do mistério pascal de Cristo e sua relação profunda com o hoje da história das pessoas e das comunidades.

f) Desafios provenientes do descuido com a formação litúrgico-musical do clero, dos religiosos e demais agentes de pastoral. Em conseqüência, encontramos-nos diante de situações pastorais preocupantes, como por exemplo, o inadequado exercício do ministério litúrgico do canto nas "missas show" transmitidas por alguns canais de televisão, além da divulgação de produções musicais de baixa qualidade e quase sempre não condizentes com a natureza da liturgia.

g) Desafios que vem do uso indiscriminado dos meios de comunicação social pela liturgia. A espetacularização e mercantilização tendem a fazer das celebrações objeto de mercado e concorrência. O problema é muito sério. Os ritos não são feitos para serem assistidos, mas participados. Diferente da TV que produz espetáculos para serem assistidos, a ação ritual não se deixa assistir. É um evento que os atores fazem para si mesmos. O uso indiscriminado dos Meios de Comunicação (MCS) pela liturgia com certeza faz concessões ao sistema midiático provocando conflitos com a natureza das celebrações litúrgicas caracterizadas por um retorno ao devocionalismo, à transformação do presbitério em palco e da assembléia em plateia e do padre (celebrante) em animador de "show" ou de programa de auditório. Na relação mídia-liturgia, geralmente a mídia acaba sendo a que dita as regras do jogo, nem sempre consoantes com as regras da liturgia.

Fonte: D. Manoel João Francisco - Bispo de Chapecó       

A SEMANA SANTA APLICADA AO NOSSO COTIDIANO

  Todos os anos celebramos a Semana Santa. Que é geralmente celebrada (salvo em alguns lugares), uma semana antes da Páscoa do Senhor. O Dom...