sexta-feira, 8 de abril de 2016

RELIGIÃO E IGREJA - duas palavras ligadas uma a outra mas com significados bem diferentes

(???) Sempre quando falamos em Religião e Igreja, parece que associamos uma coisa a outra. Certo, porque as duas coisas estão interligadas. Mas quando separamos estas duas palavras para uma definição vamos entender que elas possuem significados bem diferentes.

Quando se pergunta: a que religião você pertence? você pode dizer: esta ou aquela. Mas se perguntar: o que significa ou o que é religião para você? - talvez não seja fácil responder a essa pergunta. Essa é uma pergunta que você tem que responder para si mesmo. 

Primeiro, você tem que entender que a Religião é: um campo idéias e crenças com uma finalidade de estabelecer uma conexão entre o ser humano e um ser superior (no nosso caso, Deus).

As religiões não se fazem por si só, elas tem um fundador, alguém que antes de você as criaram e as difundiram como matéria de fé. Quem se associa e pratica uma religião é um ser religioso.

Elas surgiram à partir do momento em que os homens sentiram a profunda necessidade de comunicar-se com algo superior ao humano, ou seja,  o divino. Ela vem preencher o vazio da existência da alma humana.

Religião é a crença na existência de um poder ou princípio superior, sobrenatural, do qual depende o destino do ser humano e ao qual se deve respeito e obediência. Para identificar a Religião temos que considerar o seguinte:

➤a) culto a uma ou mais divindades.

➤b) Conceito, estatuto próprio.
➤c) leis para prática.
➤d) ritos, próprios.
➤e) historicidade, elementos históricos.
➤f) Lugar de culto, vestimentas e liderança espiritual.
➤f) prática do bem comum e linguagem própria.
   
Cada religião possui suas características próprias de quem as fundou e as solidificaram como princípios para que se possa entender essa conexão entre a criatura e o Criador. Nesse caso aplica-se tanto às monoteístas (que acreditam em um só Deus) ou politeístas, (acreditam em várias divindades).

Ela é indelével, isto é, não pode ser atingida, nem manipulada por mecanismos de exploração seja científica ou política, pois, contém princípios que transpõe a lógica humana. A religião é uma ligação do natural (ser humano) com o sobrenatural, algo que você não vê, sente ou compreende que existe comunicação. A religião é uma "ponte"que faz a interligação entre o humano e o divino.

Por exemplo: A religião Cristã ou cristianismo partiu dos princípios do judaísmo pois seu fundador, Jesus Cristo e seus colaboradores eram judeus. O cristianismo foi se reformulando com o tempo, onde algumas práticas da religião  judaica ou moisaica foi deixado de lado para ganhar outras práticas segundo a lei e os conceitos cristãos tendo em vista que no cristianismo aderiu-se judeus e pessoas de outros lugares que eles chamavam de gentios ou povos pagãos.

Ela não está ligada à Ciência nem obrigada a seguir à estudos científicos (embora  aceite intervenção em alguns casos)  porque, o objetivo principal da religião é fazer com que o ser humano contacte o divino, conheça o lado divino e não o contrário. Não se pode explicar ou conhecer cientificamente o inexplicável.  

Para entender o princípio da religião, deve-se saber que ela surgiu a partir do momento em que o ser humano entendeu que as coisas criadas não foram feitas por si só, havia uma necessidade de entender quem as criou e porque elas foram criadas.

O homem entendendo que não era capaz de fazer tudo sozinho, reconheceu que somente alguém superior a ele, um ser de suprema grandeza e inteligência pode criar tudo, imaginar tudo e resolver tudo.
  
A crença em um só Deus chegou até nós por meio dos judeus.
A este alguém o homem chamou remotamente de "deus" - o que mais tarde se manifestou na História com real existência, segundo narra a Bíblia. Foi através da Bíblia que encontramos através da história que realmente Deus (divindade suprema) existe, e que Ele mesmo, agora se manifestou aos homens de acordo com sua vontade. A crença em um só Deus criador de todas as coisas chegou até nós pelos judeus. Somente os judeus acreditavam em um Deus único e verdadeiro. Único e invisível. Tendo como fundador Moisés, por isso as leis judaicas também são chamadas de Lei Mosaica. E Deus recebeu o nome de JAVÉ.

Outra religião que surgiu com alguns elementos do judaísmo e do cristianismo foi o Islamismo,  pelos árabes. O Islamismo não tem como base de conceito a Bíblia, mas o Alcorão e tem como fundador Maomé. Cultuam um  único Deus que eles chamam de Alá. As religiões politeístas possuem cidades referências especiais de culto. por exemplo:

➤No judaísmo - Jerusalém.
➤No Islamismo - Meca.
➤No cristianismo Ocidental - Roma
➤No cristianismo Oriental - Jerusalém


Para nós cristãos, este Ser  especial se manifestou aos homens sendo Criador de tudo e daí estabeleceu uma conexão com o humano, então a palavra "deus" passou a ser escrita com letra maiúscula "DEUS" para indicar que este ser superior de que tanto procurava o homem é o princípio, meio e fim de tudo, o Criador de tudo que se revelou ao ser humano tal como é.

Ao longo da História, nas diversas culturas, esse "deus" era atribuído em várias nações de diversas maneiras. Na Mesopotâmia, no Egito, na Grécia, em Roma, etc. Cada um desses povos tinha uma religião local e cultuavam várias divindades. A maioria dessas religiões traz seus mitos próprios característicos da crença de um povo.

Então, as religiões foram surgindo de acordo com a necessidade de entender esse(s) ser(es) superior(es) ao qual podiam atribuir poderes mágicos e especiais.

No nosso caso seguimos princípios cristãos e judaicos, cultuamos um único Deus, somos politeístas. 

Os gregos, os romanos, os africanos, dos ameríndios (antes da colonização portuguesa e espanhola), os indus, povos da Índia e os africanos em maior parte ainda cultuam várias divindades.
Esses povos antigos com exceção dos judeus ou hebreus cultuavam (e ainda cultuam) várias divindades.

Os hebreus ou judeus, também chamados de Israelitas, na antiguidade eram politeístas. 
o Culto e a adoração a um só Deus surgiu segundo a Bíblia no tempo de Abraão. Embora há relatos anteriores desde o livro de Gênesis, mas, considera-se que os primeiros livros da Bíblia até Noé são fictícios. E até alguns estudiosos consideram que Adão e Eva e Noé é são personagens fictícios, nunca existiu e que suas histórias foram inventadas pelos antigos rabinos para algum ensinamento como tantas histórias que lemos hoje.

Considera-se, portanto, que Abraão foi o primeiro no qual Deus lhe tenha revelado como único Deus e através dele e se sua descendência nasceria um novo povo e uma nova religião a Religião judaica. E séculos mais tarde coube a Moisés a organização social do povo judeu e sua Religião. É dentro da Religião judaica que nasce JESUS CRISTO, que mais tarde vai separar-se do judaísmo e fundar uma Associação com a ajuda de seus discípulos e Apóstolos que é a Igreja. Essa Igreja que se firma após sua morte na Cruz em Jerusalém. 
Jesus não fundou apenas uma religião, mas uma Igreja, ou seja, uma comunidade que embora vivesse alguns princípios do judaísmo, possuía uma nova forma de cultuar a Deus deixando de lado várias normas e preceitos da antiga Religião judaica. 
A Igreja Cristã, se dividiria em várias outras comunidades de cristãos pelo mundo afora formando um só corpo em seu fundador JESUS CRISTO com um governo terreno sob a autoridade do Apóstolo Pedro e seus sucessores (o bispo de Roma que é também chamado de Papa legítimo sucessor de Pedro).  
Com isso Jesus queria que seus seguidores não só apenas cumprissem as normas religiosas, mas fizessem algo a mais a Oração associada à Caridade fraterna onde nele todos fossem iguais. Deus seria tudo em todos.
Essa Igreja seria responsável por levar sua mensagem chamada de Evangelho (palavra grega que significa Boa-Nova) a todos os povos. Substituindo a circuncisão pelo batismo na água.

O cristianismo até então não era considerado religião, por assim dizer, mas foi o Imperador  romano Teodósio que séculos mais tarde declarou o cristianismo como religião oficial do Império Romano e do mundo inteiro dominado por ele, abolindo o politeísmo romano. E a Igreja cristã, então ganhou o nome de Igreja Católica Apostólica de Roma ou Romana. 
Embora em 1500 tendo acontecido a Reforma protestante e até nos dias de hoje. Quando se fala em religião cristã ou cristianismo aplica-se não só aos cristãos católicos, mas aos cristãos de outras denominações chamados também de protestantes, pois o cristianismo engloba não aqueles que crêem nesta ou naquela denominação, mas todos quantos crêem em Jesus Cristo.       
            
Tanto o Islamismo, quanto o judaísmo e o cristianismo tem em Abraão como o "Pai da Fé". Até Jesus em seus ensinamentos citou Abraão como aquele que traz na sua figura a figura do Pai Criador.
             
As religiões que prestam cultos a vários deuses, são chamadas religiões politeístas. Assim surgiram as religiões, ou seja, grupos de pessoas que buscavam estabelecer culto com uma ou mais divindades. Assim no Europa, na Ásia, na América, na Oceania, etc. cada lugar possui suas religiões, suas crenças religiosas. Porém, cada país possui sua religião dominante, estabelecida pelo governo local ou por um grupo dominante. E de tempos em tempos esta "religião dominante" pode mudar muito embora também pode permanecer por séculos e milênios. Um exemplo: na Europa, o cristianismo (fundado à partir dos ensinamentos de Jesus Cristo), no Japão o Budismo, (fundada pelo Buda), No Oriente Médio o Islamismo (fundada por Maomé), etc.

São seus fundadores os responsáveis que criaram suas regras, estatutos e leis, seus princípios morais a serem seguidos. Cada povo, cada nação, possui uma Religião-mãe, e todas as demais crenças religiosas estão ligadas às crenças de seu princípio. Isso é Religião, e religiosidade são as diversas maneiras ou práticas derivadas do princípio religioso pela qual se pode viver uma religião. Hoje já existe estudos específicos para conhecer as religiões, esse estudo é a Ciência das Religiões.

Pode declarar-se adepto de uma religião (o ser religioso) quando se torna membro de uma comunidade que professa essa mesma religião e faz dela algo que complementa sua vida. Mas a Religião (no nosso caso) sem a Igreja é ineficaz e inócua. Aquele que pratica a religião é chamado de religioso, pode ser professo (os estudiosos no assunto: teólogos, filósofos,  o clero em geral. religiosos ou leigos consagrados, catequistas, missionários etc) ou não professo, o leigo ou seguidor comum. Porém, é na instituição religiosa que se pode viver a Religião. Uma coisa está ligada à outra.    

As religiões também estão ligadas às culturas dos países dominantes e sofrem modificações e alterações frequentes no campo das práticas teológicas ou filosóficas mas, não mudam o princípio geral pelo qual elas foram criadas. Ou seja, o que está determinado pela Religião não muda. Por exemplo: A Igreja Católica Apostólica Romana, é uma instituição religiosa do cristianismo, conserva a doutrina dos Apóstolos. Mas embora seja estabelecida regras rígidas de ensinamentos, ela  sofre algumas alterações, (embora a liturgia siga o Missal Romano)  de acordo com os Países e as culturas locais.

Deste modo, algumas coisas que se vê no culto de uma Igreja da Europa não se vê no culto de uma Igreja do Oriente ou na América Latina, por exemplo.

Mas, mesmo assim, não desvia do propósito principal regido pelo Código de Direito Canônico que na verdade, funciona como um estatuto geral em toda a Igreja. É o caso de algumas procissões que são fortes aqui no Brasil, mas, no Vaticano são poucas. Muito embora no Brasil, por causa de interferência entre diversas culturas religiosas, a religião cristã sobretudo na Igreja Católica sofreu um certo "misticismo religioso" que associou crenças que não são cristãs.

Porém, a Igreja Católica não interfere nas crenças religiosas e nem na maneira pela qual as pessoas demonstram sua religiosidade, (chamado também de religiosidade popular) pois, a Constituição Federal e a de outros países dão a qualquer cidadão brasileiro ou estrangeiro a liberdade de culto e expressão religiosa, seja ela qual for. É nesse direito que alguns evangélicos entram em conflito com a Constituição Brasileira por não respeitarem a liberdade de expressão e culto religioso. A religião não pode oprimir, discriminar e nem perseguir a ninguém sobre o pretexto de achar-se melhor que as outras crenças religiosas.

O QUE É RELIGIOSIDADE POPULAR?

O que é a religiosidade popular? Ela é a forma de EXPRESSÃO pela qual uma pessoa ou um grupo de indivíduos; estes manifestam sua fé por atos e gestos particulares dentro de uma cultura local,  seja ela diretamente a Deus, a Jesus ou à Virgem Maria e aos demais Santos. E alguns lugares esse tipo de devoção possui até ritos próprios, músicas e danças. Muitos desses ritos são aprovados pela Igreja Local (Diocese) muitos ainda que não aprovados diretamente são aceitos pela Igreja Local. Por exemplo: A devoção aos santos padroeiros, a Coroação da Virgem Maria no mês  de maio; muitas destas festas com ritos próprios canônicos ou não. E as diversas manifestações da devoção popular expressadas através da música e da dança. É o caso da Congada, das Folias de Reis, a Festa do Divino, a Dança de São Gonçalo, etc. São tipos de manifestações de devoções populares manifestadas de acordo com as regiões e as diversas culturas do País.  Isso porém, não interfere na Igreja, pelo contrário, são essas manifestações culturais que fazem com que estas devoções ganhem um sentido mais rico e profundo de região para região, de País para País, de Estado para Estado. Pois a Igreja é o conjunto de diversas pessoas batizadas em diversas etnias e culturas. É  que faz a Igreja ser bela no seu âmbito cultural. Tanto representada nas culturas, arte sacra (esculturas pinturas), danças e músicas.                     

IGREJA: JESUS FUNDOU UMA RELIGIÃO OU UMA IGREJA?

Jesus fundou a Igreja. Quando falamos em Igreja temos que estar atentos que o nome "Igreja" possui dois significados: o primeiro é: nós somos a Igreja, ou seja, São Paulo chama de "Corpo Místico de Cristo" - São Paulo compara a Igreja com o corpo humano - Jesus Cristo, seu fundador e, portanto, é a Cabeça. A cabeça é onde está o cérebro que guia todo o resto corpo e suas funções específicas. Nós, os cristãos batizados, também chamados de "leigos" somos os membros e a alma deste "Corpo Místico"  é o Espírito Santo.

A Igreja tendo Jesus Cristo como cabeça e uma alma, o Espírito Santo  é Santa, indelével. Mas também é pecadora porque seus membros somos nós, e, nós somos pecadores. Quando o membros adoecem o Corpo inteiro fica prejudicado, assim quando pecamos esse "Corpo Místico" que é a Igreja fica prejudicada, mas, sendo Jesus Cristo a Cabeça desse "Corpo" ela continua santa.
Daí também se usa o termo "Igreja" para se referir aos membros da Igreja. Mas, o nome Igreja, se refere ao Magistério, a instituição hierárquica com um Ministério dado pelo próprio Cristo, ou seja à instituição. Logo a união dessas duas palavras cristianismo + Igreja = Religião cristã.  

➤A ÚNICA IGREJA DE JESUS, A IGREJA CATÓLICA  


E como sabemos disso? 

Sabemos disso: a) pelo conceito histórico, b) Pelo princípio bíblico

Porque Jesus deixou o governo dessa Igreja a Pedro e aos Apóstolos e seus sucessores. Não é preciso muito estudo para identificar que a Igreja instituição, primeiro porque Jesus chamou os doze, depois em Mt16 Jesus e anunciou o fundação desta mesma instituição sob o governo de Pedro. 


O Livro dos Atos dos Apóstolos descreve que os cristãos já reconheciam a autoridade de Pedro e dos Apóstolos e lhes eram submissos, ainda que ainda a Igreja não tivesse seus templos próprios como hoje, eles se reuniam nas casas e nas catacumbas, celebravam a Eucaristia, perseveravam na unidade, na caridade e no amor fraterno cumprindo assim o Mandamento universal de Cristo: "Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei!"

Em Mateus cap. 18, 15-18 está escrito: "Se teu irmão pecar contra ti, vai e repreenda-o entre ti e ele somente. Se te ouvir terás ganho teu irmão. Se não escutar, toma duas pessoas, a fim de que toda questão seja resolvida pela decisão de duas ou três testemunhas. Se ele recusar ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar também a Igreja, trate-o como um pagão ou publicano. Em verdade eu vos digo: tudo o que ligares na terra será ligado no céu e o que desligardes na terra também será deligado no céu".   
Para quem Jesus está falando? 
Jesus está instruindo seus Apóstolos (no Magistério Apostólico) como proceder quando os membros (dessa Igreja instituição divina) cometer algum pecado. Note que, em Mt 16, Lemos que Pedro é eleito o representante e chefe da Igreja. Depois Jesus vai dando suas instruções. Claro que Jesus pede que os Apóstolos sejam insistentes quando o irmão pecar. Alguns versículos na frente Jesus vai dizer que é preciso perdoar, a Igreja foi feita para dar o perdão em nome de Jesus. Setenta vezes sete, perdoar quantas vezes for possível é nosso dever. Mas quem não aceita o perdão não aceita a Igreja.  
Então vemos claramente que Jesus não fala apenas de uma Igreja espiritual, mas uma Igreja física, uma instituição fundada por Jesus para dar assistência ao seu povo que ele chamou para si na Cruz.  
E sendo Ela a Igreja de Jesus uma instituição ela se torna uma Religião porque seus membros obedecem às leis de seu fundador e seu representantes.             
  
                                  
Quando se pergunta: O que é Igreja? a palavra Igreja ou Eclesia, significa um grupo de pessoas que convivem juntas praticando unanimante a prática e os princípios de uma religião (no caso a Religião Cristã). Existem Igrejas e "igrejas"... A palavra Igreja na Bíblia aparece uma vez nos Evangelhos e é Jesus Cristo mesmo quem diz: "... "Eu fundarei a minha Igreja!" (Cf. Mt 16, 18 -19) e delegou o governo dela a Pedro.

A Igreja de Jesus pratica: um só culto em todo lugar, segue os mesmos princípios, pratica o bem comum, deve ser portadora da caridade e o amor universal, estabelece o louvor, é portadora dos Sacramentos, é submissa unicamente a autoridade de Deus, possui normas e preceitos morais, está sempre vigilante a espera do Senhor Jesus e sua vinda. Essa mesma Igreja possui as autoridades constituídas hierarquicamente por Jesus, (o Papa, os bispos, os padres, os diáconos, as Congregações de vida religiosa e os leigos), para seu governo na Terra. O Papa e os bispos e nós batizados lhe cabemos submissão à autoridade dela que é a autoridade de Jesus Cristo. A Igreja sempre é servidora como Jesus foi, possui sabedoria no Espírito Santo e é por ele dirigida até o fim dos tempos. O dever da Igreja é anunciar o Evangelho, levar os homens ao conhecimento de Deus através de Jesus Cristo, levar os crentes a prática das virtudes e conduzi-los as até a salvação final.  

O termo IGREJA aparece de maneira figurada nos ensinamentos de  Paulo Apóstolo, onde ele compara esta Igreja  (comunidade de Jesus ou os cristãos) como um corpo humano, ela possui uma cabeça que Cristo, uma alma que é o Espírito Santo e como um corpo vários membros (o povo) cada qual com sua função. A partir daí nenhuma outra instituição por melhor que seja, se inventada pelo homem não pode ser chamada de Igreja, pois não foi criada por Jesus. Por isso popularmente chamamos as outras denominações cristãs, (depois da Reforma Protestante) de seitas.

A Palavra Igreja foi utilizada pela primeira vez por Jesus, ela se aplica exclusivamente à Comunidade de discípulos batizados que seguem o cristianismo. Não existe por exemplo, igreja Budista, Islamita ou judaica... a termo IGREJA se refere apenas às Comidades cristãs.

Mas, mesmo entre os cristãos existe um critério para que elas sejam criadas. Há uma banalização, sobretudo com a liberdade de culto onde cada um quer fundar sua "igreja" muitas vezes não muito interessadas em difundir o cristianismo nem às práticas cristãs. Mas uma maneira fácil de conseguir fundos financeiros e vida fácil sem precisar esforçar-se com o trabalho onde as ricas contribuições mantém seus organizadores em uma vida de luxos à custa da miséria humana. É o que chamamos de exploração da fé alheia. São pessoas que se aproveitam da miséria espiritual das pessoas para uso da exploração financeira com a promessa de milagres, riquezas e prosperidade, quando na verdade que o maior beneficiário disso tudo é seus fundadores. Esse grupo de pessoas nós não chamamos de igrejas mas, sim, de seitas. SEITA é uma organização religiosa que visa não o lucro espiritual e sim, o lucro financeiro. Mesmo as fortes instituições podem passar de Igreja e virar Seita.   Nesse contexto, você conhece alguma?
Podemos entender também que as Seitas são todas as outras organizações que após a Reforma protestante não possuem comunhão com a verdadeira Igreja Mãe que é a Igreja Católica Apostólica Romana,  estão desligados do Corpo Místico de Cristo, não obedecem ao Papa.

Cada Igreja possui seus líderes espirituais, ou, líderes especiais para dirigir uma Comunidade.

No caso da Igreja Católica esse Líder maior é o Papa=Pai (sucessor de Pedro) e os Bispos (sucessores dos Apóstolos). Porque o Papa não é sucessor de Jesus? Por que  Jesus está vivo e presente na Igreja, ele não morreu, ele é Deus. É assim que professamos como cristãos. Mas ele é sucessor de Pedro porque foi a Pedro que Jesus confiou a missão de dirigir a Igreja física e espiritual. Física como Instituição e espiritual quanto pessoas. Cabe aos bispos organizar suas Comunidades cristãs locais para atender e dirigir o povo, o que chamamos de dioceses e paróquias. Essas comunidades são chamadas a viver,  praticar e orar a Palavra de Deus, de Jesus dentro de normas regidas pela Igreja. Possui um culto único, uma liturgia única e um só catecismo que são conjunto de orientações, normas e preceitos que ajudam a viver a palavra de de Deus.    

Esta comunidade professa uma só fé, dentro daquilo que acreditam ser mais próximo da Verdade. Então ela se alia à sociedade como um todo fazendo com que o ser humano possa estabelecer uma melhor forma de relação com seu (s) Deus (es).

No caso do cristianismo, somos uma religião monoteísta isto é cultuamos e adoramos um só Deus revelados a nós em três Pessoas distintas, com igual poder: O Pai, o Filho (Jesus) e o Espírito Santo. Que mais tarde os santos padres vão dar o nome de Santíssima Trindade. Não são três deuses, mas um só Deus em três pessoas.  
Mas existem outras crenças religiosas que possuem várias divindades, mas dentro de seus conceitos são religiões.
A primeira ideia de Igreja, surgiu na Bíblia. Quando Cristo fundou sua Comunidade de fé. Ele funda a Instituição e ao longo de sua vida ensina aos Apóstolos o que seria mais tarde a base de toda doutrina cristã. Os Apóstolos depois tiveram a tarefa de difundir essa doutrina e solidificar o cristianismo solidificando a Igreja.
Exemplo claro de  Igreja é a prática da doutrina que se estabelece: culto e normas religiosas. São pessoas unidas em busca de um mesmo fim: a conexão interior e exterior com o divino. Por isso é comum nas religiões: o culto, as festas,a música, os ritos, as leis, vestimentas próprias, etc.  

A Igreja Cristã foi fundada por Jesus, mas ele era judeu. Por isso, muitos princípios teológicos do cristianismo partiram da comunhão com o judaísmo que professa a existência de um só Deus. As leis religiosas que são seguidas no cristianismo, em parte eram do Judaísmo (fundada por Moisés) e foram adequadas ao cristianismo. Ao longo da História a Igreja adequou-se e criou outras normas e retirou algumas que não se adequavam ao cristianismo. É o caso, por exemplo, da circuncisão que foi extinta logo nos primeiros séculos.

Jesus aperfeiçoou as leis, melhorando a forma de viver a religião, no modo de pensar de agir. Mas ele não substituiu as leis existentes na Religião Mosaica, apenas estabeleceu uma nova maneira de pensar e agir que ele mesmo julgou estar ultrapassada e não estava contribuindo para uma aproximação com Deus. É por isso que na Bíblia encontramos não só o que se refere a vida de Jesus e seus ensinamentos, mas todo o compêndio do Antigo Testamento que é parte do judaísmo que se refere a Deus Pai e no Antigo Testamento os ensinamentos de Jesus Cristo.


Jesus uniu as duas coisas, simplificando, adequando o modo de pensar e agir daquele povo, que seria aplicado mais tarde no decorrer do cristianismo.    
Jesus adianta, vai além. Este fato é perceptível durante o percurso de sua vida, seus ensinamentos, dariam depois de sua morte a base por excelência para que o cristianismo fosse implantado. Jesus tendo se adiantado cria uma única Igreja e uma única religião, a sua Igreja, que não é simplesmente um templo de barro ou pedra, mas é uma Comunidade de fé que vivem seus ensinamentos. Esta Igreja possui e conserva a catolicidade que é a solidificação de uma mesma doutrina e um mesmo culto a Cristo em todo mundo.

A Igreja, sem a religião, não é Igreja e vice versa. Partindo dos princípios religiosos é que se pode estabelecer um grupo onde, entendendo-se que tais princípios são verdades de fé (de um povo), é que se estabelece o modo de ser daquela Comunidade. As leis, os ritos, as  celebrações.

Se perguntassem: qual e Igreja, e qual religião é a mais correta, talvez não acharia respostas, pois esta resposta deve ser respondida no íntimo de cada ser. Certo é que todas as religiões foram criadas pelo homem. Deus não está ligado à nenhuma religião e não é monopólio de nenhuma Igreja. Mas a Igreja é a ponte que nos une mais perfeitamente a Deus. E portanto ela não é necessária para Deus diretamente, mas, é essencial para nós. A fé, a religião, a profissão em algum credo religioso não pode nem deve nos tornar fanáticos, mas deve ser o fio que trama todo o tecido de nossa vida espiritual. De modo que a criatura e o Criador estejam ligados mais intimamente.    

Partindo daí, fica claro que ao se desligar dos princípios religiosos da Comunidade que vive esses princípios, surge um outro grupo que chamamos de "seitas", isto é: são grupos de pessoas que se separam da Igreja-mãe para fundar uma outra Comunidade, com princípios mais, ou menos radicais que a primeira.

Em alguns casos defendem um princípio radical filosófico e teológico único.
É o caso, por exemplo, do protestantismo, aos quais são cristãos, (mantêm o seguimento dos princípios cristãos), mas estão desligados da Igreja-Mãe, a Igreja Católica Apostólica Romana, (primeira Igreja à trazer a doutrina cristã).

Pode parecer feio a palavra seita, mas na verdade, no Dicionário encontramos seu significado: grupo religioso de forte convicção, que surgem em oposição às práticas religiosas dominantes. Grupo coeso que participa de uma doutrina comum (filosófica e religiosa). Nesses casos podem fundar muitas Igrejas, como acontecem por aí aos milhares. Mas não podem fundar uma Religião. E em muitos casos por serem radicais o bastante não se aderem a nenhuma doutrina religiosa baseando-se somente nas Escrituras, cuja consideram ser à única fonte de verdade de fé, deixando para trás a longa e extensa experiência da tradição cristã.

A religião quando associada à Igreja, ainda se beneficia de uma outra parte, a fonte de verdade: o passado religioso, a Tradição religiosa e a experiência ao longo da história. Uma seita jamais poderá admitir uma tradição histórica porque é um lado mais radical de viver seus princípios da fé. Porque não querem compromisso com a moral e com o legado dos seus antecessores ou porque não a possuem. Daí o perigo do fanatismo religioso de entre acharem que são os "donos" da verdade absoluta como acontece no meio protestante.

Pode correr o perigo de transformar essa radicalidade no único meio pelo qual se chega a Deus. Quando isso ocorre e pode acontecer das pessoas usarem dessas idéias para levarem ao fanatismo e à intolerância  religiosa. Como acontece em certos ramos do islamismo também acontece nos ramos do cristianismo. Não que o islamismo seja uma religião opressora, mas o radicalismo religioso leva certos adeptos à radicalidade.
Assim acontece com vários grupos de diferentes denominações religiosas.

Quando falamos em cristianismo, não podemos esquecer que estamos falando de uma comunidade ao todo: os cristãos. Ou seja, todos que acreditam de certa forma em Jesus Cristo. Quando falamos em Igreja Cristã, estamos falando de pessoas que vivem os ensinamentos de Cristo sendo ele mesmo autor, criador e o Cabeça desta mesma Igreja. Quando falamos de Igreja Católica (ou Universal) estamos nos referindo à única Igreja fundada por Jesus Cristo.

Quando falamos em igreja, (com i minúsculo) falamos da casa, lugar, local de reunião. Quando falamos Igreja (com I maiúsculo) falamos da pessoa humana na qual Deus habita em primeiro lugar.

É comum vermos pessoas que fazem parte das seitas dizerem: eu não tenho religião, ou ainda,  eu não preciso da Igreja tal... Para mim só me basta crer na Bíblia (porque tem a Bíblia como única fonte de fé). Estas pessoas criam uma falsa expectativa bíblica, radical, de tal maneira, se esquecem que até mesmo a Bíblia possui uma tradição num tempo determinado, de tal maneira que ela deve ser adequada ao nosso tempo. É o que chamamos de "Evangelho renovado".      

Na verdade, sem a religião, o ser humano passa a vida toda tentando encontrar, lógica e explicação para acreditar que Deus existe e não encontra respostas. Muitos santos, filósofos, padres e doutores da Igreja só se tornaram excelentes religiosos porque acharam na Religião uma resposta, de uma pergunta que a muito tempo procuraram fora dela. 
     
Os que estão fora, sempre estão insatisfeitos consigo mesmos, porque na religião se acha sustento e respostas para a alma, ela preenche o vazio existente de cada ser que se pergunta: onde está Deus? Na verdade todo aquele que não aceita a religião, é aquele que acha que tem respostas pra tudo. E procura respostas na ciência para explicar o inexplicável. Na verdade, nem a Religião, nem a Ciência tem respostas pra tudo. Mas, muitas vezes a Ciência se rende à religião porque não pode explicar aquilo que somente a fé pode dar a resposta. É o caso dos milagres diversos que a Ciência meramente humana não pode explicar. Agora vem uma pergunta: No caso dos milagres comprovadamente atestados, elas aconteceram por auxílio da Ciência ou por auxílio da Religião? Quem se rendeu a elas?      

O ser humano precisa acreditar e necessita de Deus. A religião é como uma ponte que conduz (interliga) o ser humano e o ajuda a encontrar seu lado divino. E é esse lado divino, que é o outro lado da razão humana. Sem ela o homem fica vazio,não se satisfaz completamente; com ela há um preenchimento interior muito maior, para muitas vezes superar certos conflitos da alma



"O homem sem religião é como um vaso seco no deserto!" Um vaso só tem utilidade se estiver com água, sem água para matar a sede, ele não tem serventia. Podemos dizer que: O vaso é o ser humano, a água é Deus. A força que faz encher e carregar este vaso é a religião.


 A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA E A RELIGIÃO CRISTÃ

A Igreja Católica Apostólica Romana é uma instituição religiosa. Ela descende dos primeiros cristãos que após a morte e ressurreição de Jesus  Cristo logo difundiram o cristianismo por toda parte. Partindo da iniciativa de Pedro e Paulo e os demais Apóstolos que seguiram a ordem de Jesus Cristo de levar o Evangelho em toda parte.


 No início ela não tinha esse nome. Pois, somente mais tarde depois de +  345 d.C. Quando o cristianismo se solidificou é que ela difundiu esse nome: Igreja Católica Apostólica Romana. Sabemos que os primeiros cristãos eram uma pequena minoria na Palestina. Eram judeus que acreditavam em Jesus Cristo, adeptos de sua doutrina e que passaram a pregar essa doutrina nas Comunidades onde reuniam-se e em lugares secretos. 

É portanto, mentirosa o que os protestantes dizem que a Igreja Católica, o Bispo de Roma, o Papa, que tudo isso nasceu de Constantino. Isso tudo é uma mentira sem pé nem cabeça, porque, a Igreja é a mesma desde o seu nascimento em Pentecostes. 

Quando Jesus Cristo estava em missão no mundo, não existia a Igreja porque ele ainda não tinha concluído sua missão salvadora. Após sua morte e ressurreição Jesus deixou à cargo dos Apóstolos a continuidade de sua obra. Para isso designou um Líder que foi Pedro, e os Apóstolos. Com a morte dos Apóstolos vieram seus sucessores o Bispo de Roma (sucessor de Pedro) e os demais bispos sucessores dos Apóstolos. 
O Imperador Constantino só acabou com a perseguição aos cristãos e elevou o cristianismo religião oficial do Império Romano. Dessa maneira a Igreja pode se estruturar como  Religião que hoje conhecemos. Então é falsa essa afirmação dos protestantes que a Igreja Católica partiu de Constantino. Se o cristianismo não existisse antes, nem mesmo eles existiriam pois a própria Bíblia que eles dizem seguir tanto, foi escrita muito antes no tempo em que a Igreja era perseguida.           


 Eram tidos como seita que fugia dos princípios da Religião Judaica e por isso,  tanto eram perseguidos que sofriam os piores castigos por professarem esta fé. Quando não eram presos por soldados do Templo eram perseguidos e mortos pelos romanos que  tinham essas pessoas como uma ameaça ao governo de Roma. Mas foi graças a essas perseguições que o cristianismo ganhou mais força e foi se solidificando também do outro lado do mundo, o Ocidente. 

 O nome PAPA dado ao Chefe da Igreja, ao Bispo eleito para sucessor de Pedro é um título que significa Pai. Esse título carinhoso não aparece na Escrituras. Mas, o Papa, é um Bispo, isto é um líder que governa a Igreja de Cristo. E a palavra,  bispo, quer dizer Pastor, aquele que está à frente do rebanho conduzindo e orientando.   


Não se sabe o  por quê, que séculos mais tarde um imperador de Roma de nome Constantino resolveu se converter ao cristianismo. Muito embora alguns historiadores afirmam que seu interesse era consolidar o Império Romano e não uma conversão sincera em si, já que mesmo admitindo o cristianismo ele ainda por um longo tempo continuou a adorar seus deuses romanos. Para os historiadores, Constantino tinha nos cristãos uma nova visão de seu Império, porque naquela época o número de adeptos ao cristianismo aumentava cada dia mais. Ele viu no cristianismo uma forma de promover a paz, acabar com as revoltas e aumentar sua autoridade e prestígio. 

Os cristãos eram mais obedientes e mais pacíficos que os demais, além do que existiam entre eles muitos profissionais, gente importante. Os padres e bispos sabiam ler, escrever, tinham o domínio da filosofia e e de outras artes. Era o que ele precisava se quisesse reerguer o Império Romano que não andava nada bem.


A conversão de Constantino se deu, segundo alguns historiadores, no momento de sua morte. Se isto ocorreu de fato, Constantino se envolveu algumas vezes em situações dentro da Igreja em que certos conflitos que precisava da autoridade do Imperador, mas, com nada no que se refere a Igreja, ficando a cargo dos bispos e do Sucessor de Pedro, a organização interna. 

Constantino foi importante para a Igreja? Sim, não podemos negar, mas ele apenas anistiou os cristãos; no Ocidente cessou as perseguições, mas no Oriente elas não cessaram quando promulgou o Edito de Milão. Devemos lembrar que naquele tempo o Império Romano era dividido em dois: o Império Ocidental e o Oriental.    
Seu sucessor o Imperador Teodósio foi quem declarou que a Igreja Católica seria a religião oficial do Império Romano, promulgando o Edito de Tessalônica

É certo que  por causa de Constantino a Igreja ganhou força e poder.

Mas não foi Constantino quem criou a Igreja Católica. Ela partiu de Jesus e dos Apóstolos e chegou à Roma por São Pedro e São Paulo que lá morreram.

O termo "Católico" quer dizer Universal,  significa que a Igreja é uma só em todo mundo. "Romana" porque a sua sede oficial está em Roma. Assim como existe a Igreja Católica de Jerusalém que conhecemos como Igreja Católica Ortodoxa.  


"Apostólica" porque vem dos Apóstolos.

 CONTINUANDO ...

O fato é que O imperador Constantino   viu na religião cristã uma nova forma de conduzir seu império e assim declarou-se cristão, mesmo sem ser batizado, vendo que eram um grupo de pessoas organizadas com líderes bem instruídos, como os padres e os bispos e eram pessoas pacíficas. Teodósio e declarou o o catolicismo  como religião oficial. Então à partir daí  a Igreja recebeu mais um sobrenome passando a se chamar Igreja Católica Romana como conhecemos.

Foi graças a Constantino e Teodósio que a Igreja pode se tornar uma Instituição religiosa respeitável e conhecida em todo mundo. Mas, não foram eles os fundadores da Igreja.

Nela pertencentes, acreditam em uma só fé e professam um só Batismo tanto no Oriente, quanto no Ocidente. A unidade ou catolicidade entre os cristãos já existia.


Já a Igreja Cristã do Oriente não se acabou apenas se reestruturou, organizou e ganhou proteção de Roma. Foi nessa mesma época que Roma tratou de conservar e proteger os chamados "lugares santos" iniciando as cruzadas, com o objetivo de proteger os lugares onde segundo a tradição, Jesus havia passado e feito seus milagres em Jerusalém e na judeia; declarando como propriedade da Igreja para serem conservados. Também nesta época se construíram vários templos para proteger a maioria destes lugares tidos como sagrados pelos cristãos de Roma e Jerusalém e hoje de todo mundo. Foi a própria Helena, mãe de Constantino que achou a Cruz que Jesus tinha sido crucificado...


E assim a Igreja Católica Apostólica Romana (que já existia) ganhou esse nome institucional desde sua solidificação em Roma e também porque foi em Roma que seus primeiros chefes Pedro e Paulo viveram seus últimos dias e ali morreram. Pedro crucificado de  cabeça para baixo e Paulo degolado pela espada. Isso tinha um significado muito forte e especial que fez a Igreja nunca sair de Roma e ir para outro lugar.


A Igreja católica que existia em Jerusalém e na Grécia  já antes de Roma receberam o nome de Católicos Ortodoxos. Porque conservaram alguns ritos e doutrinas que foram modificados no Ocidente. Enquanto que em Roma o chefe da Igreja era o Papa, (sucessor de Pedro), a Igreja Ortodoxa tinha o Patriarca como líder e sucessor de Pedro. Na verdade ambos tinham a mesma autoridade. Por alguns séculos as duas Igrejas (que não eram inimigas) mas por questão de respeito ou por não concordar com práticas e ritos mantiveram-se afastadas. Mas hoje em dia elas se relacionam e dialogam muito bem onde cada uma reconhece a legitimidade uma da outra, mantendo a mesma fé do princípio do cristianismo.


Então é errado pensar que a Igreja Católica Apostólica Romana é uma religião que surgiu no Império Romano. Não! ela já existia, apenas a Instituição foi transferida a sede do seu Governo para Roma. Mas como disse, uma grande parte dela ficou no Oriente (Israel) onde está até hoje.


A Igreja é Católica, porque mantém sua unidade de Jesus Cristo sob um só governo, o de Pedro, o ministério Petrino é dado aos bispos ou a qualquer cristão que for digno de conduzir a Igreja. Por isso que o Imperador Constantino pode ser chefe da Igreja por um período, mesmo que alguns não concordassem. Ela professa uma só verdade, um só batismo, uma só doutrina e uma só lei, um só culto em todo mundo. Sua profissão de fé está descrito no Credo de Nicéia.  
É Apostólica porque conserva a doutrina dos Apóstolos desde o início do cristianismo. E tem como  seu chefe o sucessor de Pedro, o Papa (=Pai).
E é: Romana porque tem seu Governo Petrino estabelecido em Roma, por isso: " Romana"                      
     
Mas vale lembrar que: a Igreja Católica foi fundada por Jesus sob o governo de Pedro. Somente o nome enquanto Instituição religiosa foi dado pelos seus sucessores após a Igreja se solidificar como religião tendo sua sede oficial em Roma.                               



terça-feira, 19 de janeiro de 2016

QUARESMA E PÁSCOA - Qual significado da Quarta-feira de Cinzas?


QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Quarta-feira de cinzas. Ela marca o início da quaresma. Quaresma quer dizer quarenta. Esse número tem um significado especial na Sagrada Escritura. Recorda-nos os os 40 dias do dilúvio (Gên7, 17); Os 40 anos que o povo hebreu passou pelo deserto até chegar à Canaã a terra prometida; Os 40 dias que Jesus passou no deserto em preparação para sua vida pública.  

Jesus passou 40 dias no deserto em jejum e oração, se preparando para sua vida pública. Nós fazemos esse "deserto" nos preparando para a Páscoa. 

Qual o significado das cinzas?

No  tempo de Jesus e dos profetas, no Antigo Testamento, quando o povo de Deus, os Israelitas pecavam, em sinal de penitência, eles se vestiam com sacos e cobriam-se de cinzas para lembrar que pecaram e precisavam da misericórdia de Deus. Esse rito não foi criado pela Igreja Católica, mas foi digamos, aproveitado como sinal de que nada somos sem Deus, que fomos formados pelo pó e ao pó voltaremos. E no primeiro dia em que inicia a Quaresma, a Igreja chama o povo cristão à buscar a conversão e a Liturgia das Cinzas nos remete a este mesmo sentido: "Somos pó e ao pó voltaremos". O ritual das cinzas é portanto, um gesto de humildade. Nada somos sem Deus. Necessitamos sempre de sua misericórdia. De coração contrito e humilde a Igreja nos convoca a buscar esta misericórdia de Deus Pai todos os dias, mas sobretudo nesse tempo em especial que é a Quaresma, tempo propício de busca do perdão de Deus e dos irmãos.  


A SIMBOLOGIA DAS CINZAS  



Quando estudamos a Bíblia é muito importante conhecer e entender as práticas típicas da cultura do povo que é mencionado nas passagens. Isso é importante, principalmente porque nossa cultura é bem diferente e, muitos dos aspectos e significados, não são compreensíveis naturalmente para nós. É o caso da expressão “pano de saco e cinza”, que aparece diversas vezes na Bíblia. Para nós essa expressão não parece ter muito significado e parece soar até meio estranha. Mas na cultura judaica era uma expressão carregada de significado. Veja um exemplo: “Quando soube Mordecai tudo quanto se havia passado, rasgou as suas vestes, e se cobriu de pano de saco e de cinza, e, saindo pela cidade, clamou com grande e amargo clamor” (Ester 4.1).



Mas qual o significado dessa expressão na Bíblia?



O que significa pano-de-saco e cinzas? As referências estão no Antigo Testamento. 

Para compreender melhor essas expressões, primeiro precisamos compreender o que era o pano de saco e a cinza. O pano de saco ou “cilício” era um tecido grosseiro e resistente feito de pelos de cabra ou de camelo, utilizado para conter cereais, objetos e alimentos em geral. Esse pano de saco era devidamente cortado e vestido como uma roupa por algumas pessoas em algumas ocasiões que mencionarei abaixo. A cinza era o conhecido pó resultante da queima de alguma coisa.

Esses dois elementos eram utilizados pelos judeus para demonstrar:

(1) que a pessoa ou o povo estavam passando por momentos de grande tristeza: “Disse, pois, Davi a Joabe e a todo o povo que com ele estava: Rasgai as vossas vestes, cingi-vos de panos de saco e ide pranteando diante de Abner. E o rei Davi ia seguindo o féretro.” (2 Samuel 3.31).

(2) que a pessoa ou povo estavam passando por momentos de arrependimento: “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido, assentadas em pano de saco e cinza.” (Lucas 10.13)

(3) que a pessoa ou povo estavam passando por momentos de humilhação: “Pus um pano de saco por veste e me tornei objeto de escárnio para eles.” (Salmos 69.11)

Como vimos essa é uma expressão muito significativa ao povo judeu e que diz muito a respeito de seus sentimentos e atitudes.
Pano de saco era um tecido rústico usado em várias aplicações, citado freqüentemente na Bíblia como um tipo de vestimenta. Roupas de pano de saco serviam para comunicar certas emoções ou atitudes às outras pessoas.

Em termos gerais, a roupa de pano de saco mostrava a angústia da pessoa. Mas, angústia e perturbação podem ser resultados de vários fatores e, por isso, observemos alguns motivos mais específicos para o uso desse tecido.

1. Sinal de tristeza e lamentação, especialmente devidas à morte ou às calamidades (Salmo 35:13-14; Isaías 15:1-3; 32:9-12; Ezequiel 27:29-32; Joel 1:8,13; Amós 8:10). Quando Jacó recebeu a notícia (falsa) da morte de José, seu filho predileto, ele "rasgou as suas vestes [outro sinal de angústia], e se cingiu de pano de saco, e lamentou o filho por muitos dias" (Gênesis 37:34). Quando Abner foi morto, Davi ordenou ao povo: “Rasgai as vossas vestes, cingi-vos de panos de saco e ide prateando diante de Abner” (2 Samuel 3:30-32). Quando saiu a ordem do rei da Pérsia autorizando a aniquilação dos judeus, Mordecai “se cobriu de pano de saco e ... clamou com grande e amargo clamor”. Os outros judeus mostraram sua angústia com o mesmo sinal de luto (Ester 4:1-3). Este sinal, às vezes, acompanhava a mensagem triste de profetas (Apocalipse 11:3-6).

2. Evidência de humildade, especialmente de um suplicante (Salmo 30:8,10-11). Ezequias e os outros líderes de Judá se vestiram de pano de saco quando este entrou na presença de Deus para pedir livramento da ameaça assíria (2 Reis 19:1-3,14-19). Ben-Hadade e seus soldados se vestiram de pano de saco e pediram a clemência do rei Acabe de Israel (1 Reis 20:31-32). Daniel disse: “Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza” (9:3).

3. Demonstração de arrependimento (Mateus 11:21; Lucas 10:13). Os ninivitas ouviram as advertências do profeta de Deus e se converteram, cobrindo-se de pano de saco (Jonas 3:5-9). Depois do cativeiro babilônico, os filhos de Israel jejuaram, trouxeram terra sobre si e se vestiram de pano de saco quando chegaram a confessar seus pecados diante do Senhor (Neemias 9:1-4).

Na aliança de Cristo, não achamos ordens exigindo o uso de pano de saco, cinzas, etc., mas ainda devemos mostrar mudanças no nosso comportamento como pessoas transformadas pela palavra do Senhor (Romanos 12:1-2). Isaías advertiu os israelitas do perigo de usar atos externos insinceramente; a verdadeira conversão precisa ser acompanhada de frutos do arrependimento (Isaías 58:1-10; cf. Mateus 3:8).

ESTÁ AÍ O SIGNIFICADO DA SIMBOLOGIA DAS CINZAS. O gesto, a imposição das cinzas são símbolos. Na Igreja existe uma coisa chamada liturgia e ritos sacramentais e nesses ritos são utilizados símbolos, também chamados de sacramentais . Esses símbolos não foram inventados por acaso eles já existiam. Vejamos: O próprio Jesus utilizou vários desses símbolos:

 A lama na cura do cego (Jo9,11) A água do batismo (João Batista o utilizou primeiro e Jesus passou por ele) Na Igreja a água é significa a Água Viva que é Jesus. A Luz e o Sal representa as atitudes coerentes que o cristão deve ser (Mt5, 13-14) A Cruz que é o símbolo do cristianismo e sinal de nossa salvação. O Óleo simbolo da Unção do Espírito Santo. O Pão e o Vinho, a Santa Ceia, depois de consagrados o Corpo e Sangue de Cristo

O próprio Livro do Apocalipse é cheio de símbolos.

E as cinzas simboliza o que nada somos sem Deus, nossa fragilidade, somos pó, e a necessidade de reconhecermos como pecadores e a necessidade de conversão pois sem Deus, sem Jesus não passamo de pó . O Altar simboliza o sacrifício de Cristo na Cruz por nós, no qual, Ele Jesus é o sacerdote, altar e o Cordeiro de Deus. Etc, etc. Tudo, tudo está na bíblia. 



IMPORTANTE SABER

A Quarta-feira de Cinzas não é para quem pula carnaval, quem ficou na orgia durante o período carnavalesco, pecou e quer se reconciliar com Deus, na Igreja Católica, deve buscar o Sacramento da Confissão e procurar não mais pecar. Cinzas não apaga pecado de ninguém.
 SOMENTE DEUS PODE PERDOAR ATRAVÉS DA CONFISSÃO, O SACERDOTE PERDOA-NOS EM NOME DE DEUS PAI, DEUS FILHO E DO ESPÍRITO SANTO, MEDIANTE UM BOM EXAME DE CONSCIÊNCIA E UMA IMPOSIÇÃO DE UMA PENITÊNCIA.

Lembrando: A cinza é um sacramental, isto é, ela é um sinal, um símbolo, assim como a água benta, o sal bento, a vela benta, o óleo, etc.

Por isso, não é preciso pegar cinza na igreja para levar para casa, porque longe da Liturgia ela nada representa. Tanto faz a cinza que você levar ou aquela que você tirar do borralho do fogão à lenha tem o mesmo sentido. Fora da Liturgia de nada serve. Ok? 

A quarta-feira de Cinzas marca o início da quaresma. Esse período de 40 dias em que a Igreja estabelece para que nós católicos possamos buscar reviver nossas fraquezas, nossas más atitudes diante de Deus. 

Meditar o  amor de Deus por nós, a sua entrega na Cruz  e a sua Ressurreição. Fazer mais penitência, orar e meditar mais, Jejuar mais, buscar reconciliar-se com Deus para que ao longo do ano possamos mudar nossa vida cristã para melhor.

Vamos recordar os Mandamentos da Igreja 2 ao 4: Os Mandamentos 2 e 3 pede que nós católicos façamos pelo menos uma vez no ano uma boa Confissão, e que comunguemos uma vez ao menos pela Páscoa. O Quarto pede que façamos  Jejum e a abstinência de carne. É um sacrifício, uma forma de penitenciarmos de mortificar em nós alguns desejos.

Ao abster-nos da carne e ao Jejuarmos possamos não esquecer daqueles que ao longo do ano todo precisam de nossa ajuda material e espiritual. A abstinência só ganha sentido se ela servir para retirar de nós o orgulho  e o egoísmo pelos bens materiais e ao mesmo tempo nos convida a sermos desprendidos desses bens: o ter, o prazer o poder... a falta de partilha causa muita exclusão, fome miséria, desigualdade social. A abstinência de nada adianta se faltar Deus em nossa vida.


Porque é importante se confessar? A Igreja tem poder de perdoar os pecados?

A resposta é sim. Ela em seu magistério, pelo poder do Espírito Santo, pelo Sacramento da Ordem tem o poder de perdoar os pecados em nome de Jesus e não em seu nome. Nós perdoamos o próximo que nos ofendeu, nos perdoamos também. E mesmo quando fazemos isso, não o fazemos por nós mesmos, mas, por Jesus. 

Confessar é necessário. Muitos diriam: "-eu confesso diretamente com Deus, para que vou dizer meus pecados a um padre, um homem igual a mim?" Não é assim que muitos dizem?. Sim nós podemos pedir perdão de nossos pecados todos os dias e Deus nos perdoa. 

Na verdadeira Igreja de Cristo que é a Igreja Católica, a Ceia do Senhor, não é um teatro. A Eucaristia é o Corpo e Sangue de Cristo que recebemos. É Jesus que se dá em alimento para nosso corpo e nossa alma. E portanto, ao recebê-la devemos estar limpos na alma. Ninguém pode comungar, ou seja, aproximar-se do banquete da Eucaristia de qualquer jeito. Se Jesus quer fazer morada em nosso corpo, se ele quer fazer de nosso corpo sua morada, precisamos limpar nossa alma, nossa vida, para que quando ele chegar esteja tudo em ordem. Você teria coragem de receber um hóspede em sua casa com ela toda bagunçada e cheia de lixo? Você daria uma festa para alguém importante em sua casa com ela toda bagunçada, cheia de lixo e teia de aranhas, mal iluminada? Você vai preparar antes, limpar a casa, o quintal, tirar o lixo, arrumar os comes e bebes, deixar o ambiente agradável e bem cheiroso, arrumar o quarto de hóspede, tudo da melhor maneira possível para receber a pessoa impostante. É assim com nossa vida espiritual. A confissão é o momento de limpar a casa de nosso coração, para receber o maior hóspede, Jesus. É preciso retirar o "lixo" da nossa vida espiritual que é o pecado, preparar o ambiente da nossa vida para receber Jesus.

Veja que São Paulo nos fala sobre o assunto: 1Cr11, 27-29

"Portanto, aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será culpável (em outras traduções aparece a palavra"réu". Será réu...), do Corpo e Sangue do Senhor. Que Cada um examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que como e bebe sem distinguir (sem tomar consciência do que está fazendo) o Corpo do Senhor, (isto é de qualquer maneira, sem entender o que está fazendo, sem se preparar para tal), come e bebe sua própria condenação".  

O que estava acontecendo naquele tempo?
São Paulo chama atenção da Comunidade de Corinto, porque alguns ia para a  Ceia do Senhor totalmente despreparadas, brigados uns com os outros, achando que ali estava acontecendo uma ceia qualquer, e se fartavam, enchiam a barriga, deixando até alguns sem receber a Eucaristia, escandalizando o Corpo e o Sangue de Jesus.

Vamos recordar alguns versículos anteriores para entender: 

(1Cr 11, 18-22)
"...Em primeiro lugar ouço dizer que quando a vossa assembléia se reúne, há desarmonias entre vós ( e em parte eu acredito. É necessário que entre vós haja partidos para que possam manifestar-se virtuosos.) Desse modo, quando vos reunis, já não é para comer a ceia do Senhor, porquanto, mal vos pondes à mesa, cada um se apressa em tomar a sua própria refeição; enquanto uns tem fome outros se fartam. Porventura, não tendes em casa o que comer e o que beber? Ou menosprezais a Igreja de Deus. Quereis envergonhar aqueles que nada tem? Que devo dizer? devo louvar-vos? Nisto não vos louvo... 

São Paulo continua nos versos seguintes explicando o que é a ceia do Senhor, senão a própria presença real de Jesus Eucarístico:
          
(1Cr11, 23-26) ... "O que recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças partiu-o e disse: "Isto é o meu corpo, que É entregue por vós"; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: "Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue, todas as vezes que o bebeis fazeis isto em memória de mim". Assim todas a vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice lembrais da morte do Senhor até que ele venha". 

Na Celebração Eucarística, na Santa Missa acontece dois momentos impostantes o primeiro Jesus se torna presente no pão e no vinho consagrados, e também acontece o memorial da Paixão e Morte do Senhor. É o próprio Jesus que se faz alimento do corpo e da alma e por isso, é extremamente necessário que estejamos preparados para recebê-lo no divino Sacramento. A Santa Missa, a Ceia do Senhor, não é um teatro, uma representação qualquer mas uma realidade. Por isso a necessidade de estarmos bem preparados com o coração e a alma lavados para recebê-lo. Por isso Jesus instituiu o Sacramento da Confissão e deu ao Magistério da Igreja, ou seja, aos Santos Apóstolos, e aos santos padres, os bispos sucessores legítimos dos Apóstolos, o poder de sem seu nome perdoar os pecados. A Igreja existe para isso, para poder aproximar o homem de Deus e uma dessas maneiras dada pelo próprio Cristo é a Confissão. Creio que agora você deve ter entendido porque não existe confissão direta com Deus. Porque a Confissão é um Sacramento da Igreja extremante necessário.       

Jesus instituiu o Sacramento da Confissão para que possamos não só confessar nossos pecados mas um gesto de procura deste Deus misericordioso. O gesto de ir até sacerdote se confessar é um gesto nobre de humildade, de alguém que deseja se reconciliar com Deus. Por isso o ato, o gesto da confissão diretamente com Deus não existe. Quando pecamos a) Ofendemos a Deus b) Ofendemos ao próximo e c) ofendemos a Igreja na pessoa de Jesus que é o seu cabeça. Jesus disse que para participarmos do Altar do Senhor devemos pedir perdão dos nossos pecados não só a Deus Pai mas ao nossos irmãos aos quais ofendemos em primeiro lugar. 

Muitas vezes quando tomamos o desejo de pedir perdão ao nosso irmão, ele já não está mais em nosso convívio. Por isso é tão importante a Confissão que nos leva à pessoa do sacerdote que em nome da Santíssima Trindade e da Igreja nos perdoa. 
Confessamos nossos pecados não ao Padre, mas, a Jesus. É ele nosso advogado. E o padre na sua autoridade sacerdotal ouve-nos em nome de Jesus e dá absolvição. Por isso que o sacerdote não pode se negar a ouvir ninguém em confissão. E como ele representa Jesus o que você diz é inviolável.

Por exemplo: um assassino arrependido vai e confessa ao sacerdote que matou alguém. O sacerdote absolve, dá-lhe uma penitência dentre elas que se entregue às autoridades e que confesse publicamente à Justiça o seu crime. Somente assim a Confissão é válida. E assim tantos outros pecados graves. Mas o sacerdote não pode sair dali e dizer ao delegado que aquela pessoa é um criminoso e matou alguém. A confissão é um direito do cristão. 

Os protestantes não aceitam este Sacramento com a tese de que confessar é apenas com Deus por um único motivo. Eles não tem o Sacramento da Ordem. Não estão ligados à verdadeira Igreja. Por isso inventaram que a confissão não existe. 

Jesus disse: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes dos pecados serão perdoados, a quem os retiverdes serão retidos". (Jo20, 22-23) O sacerdote tem o dever de perdoar sempre, se em alguns casos ele não o fizer será porque o gesto e a intenção do pecador não foi de um sincero arrependimento, ou porque a pessoa omitiu algum pecado, nesse caso a própria Confissão por si só foi inválida. 

O QUE DIZ A IGREJA E  SOBRE A CONFISSÃO? 
"Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, lhe serão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos" (Jo 20,22-23).

Sabemos que o batismo é o primeiro grande sacramento do perdão dos pecados. Através do batismo somos inseridos na família de Deus (a Igreja) e temos nossas culpas perdoadas.
Mas se o Cristão que no ato do batismo recebeu a imagem de Cristo, vier a pecar e então manchar esta imagem? Como ele obterá o perdão do pecado se não pode ser rebatizado?
A graça do batismo embora seja regenerativa, não livra a natureza humana de cometer pecados. O batismo é na verdade a porta de entrada para a Graça do Senhor e não a única e exclusiva opção. No combate contra a inclinação para o mal, nem todas as batalhas o homem é vencerá; nem sempre conseguirá evitar a ferida do pecado.
É necessário então que haja uma outra chance para que o batizado possa se reconciliar com Deus e a Santa Igreja.
Foi para este caso que Nosso Senhor instituiu em Sua Igreja, o Sacramento da Confissão.
Objeção dos Protestantes:
Os protestantes afirmam que o perdão dos pecados deve ser pedido diretamente a Deus. Afirmam que a Igreja Católica prega contra o Evangelho porque ensina que os fiéis católicos devem confessar seu pecado ao padre, e que isto seria errado pois o padre é um homem pecador como qualquer outro e como poderia um homem pecador perdoar o pecado de outro pecador?
Se o padre pode batizar porque não pode perdoar pecados? Não é pelo batismo que obtemos o primeiro perdão dos pecados? Se podemos obter o perdão dos pecados quando o padre batiza, por que não podemos obter este mesmo perdão pelo sacramento da penitência (ou confissão)?
Para sermos coerentes, ou deveríamos ser batizados diretamente por Deus ou o padre também pode perdoar pecados.
Por que que a Graça que opera no ato do Batismo não pode operar também no ato do confissão ao sacerdote? Se é o mesmo Jesus quem perdoa o pecado original no Sacramento do batismo não é o mesmo Jesus quem nos perdoa no Sacramento da Confissão? Em ambos os casos não é Jesus pessoalmente quem administra o Sacramento, mas é o sacerdote em nome de Jesus quem perdoa e batiza. 
Qual será o ensinamento que Cristo deixou sobre o perdão dos pecados após o batismo?
Antes, veremos como Ele instituiu a confissão dos pecados na Antiga Aliança.
O perdão dos pecados na Antiga Aliança
Na Antiga Aliança os pecados não eram perdoados com a confissão direta a Deus. O pecado era confessado no Templo perante o sacerdote e o pecador tinha que oferecer um sacrifício especifico para obter o perdão de seu pecado (cf. Lv 4). Esta regra estabelecida por Deus era figura do Sacramento da Confissão. Como Ele mesmo disse, o Senhor não veio abolir a Lei, mas dar o seu correto cumprimento. Cristo vem para realizar aquilo que antes era anunciado em figura. O que Ele fez com a antiga regra de Moisés quanto à confissão e perdão dos pecados?
Veremos agora como a confissão dos pecados deveria ser na Nova e Eterna Aliança.
O perdão dos pecados na Nova e Eterna Aliança
A Igreja foi fundada para que seja o Cristo na terra, isto é, para que opere na terra tudo que Cristo operava, já que Ele deveria ir para o Pai. Como dizia Santo Ambrósio de Milão: "O Senhor quer que seus discípulos tenham um poder imenso: quer que seus pobres servidores realizem em Seu nome tudo o que havia feito quando estava na terra" (Sobre a Penitência, 370 DC).
O Senhor desejou que as coisas que Ele realizava fossem agora realizadas por meio de Sua Igreja.
Por isso Nosso Senhor primeiramente confere aos apóstolos o poder de batizar e  autoridade de pregar o Evangelho, já que sem a fé Nele e sem o batismo ninguém pode se salvar (cf. Mt 16,15-16).
Depois Nosso Redentor confere aos Apóstolos o poder de perdoar pecados: "Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, lhe serão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos" (Jo 20,22-23).
O desejo de Cristo de que o perdão dos pecados deve ser obtido através da Igreja é bem claro. É um grande erro crer que o pecado pode ser confessado diretamente a Deus. Não foi este o desejo de Nosso Senhor.
Da mesma forma que sem Cristo não há perdão, sem a Igreja também não há, já que ela é o Cristo na terra.
Precedentes contra o Sacramento da Confissão
No início do século III, Novato - um sacerdote da Igreja em Roma - ensinava que não haveria mais esperança para aquele que viesse a pecar depois do batismo. Para ele era inútil o poder da Igreja de perdoar pecados. Novato consegue influenciar muitos membros do clero em Roma. Seus ensinamentos provocaram grande turbulência na Igreja Católica em Roma e então um Concílio regional é convocado para tratar da questão. Segundo o historiador da Igreja Primitiva, o Bispo Eusébio de Cesareia, este Concílio "Contava com sessenta bispos  e ainda um número maior de presbíteros e diáconos; nas províncias, os pastores examinaram em particular, conforme cada região, o que importava fazer. Foi tomada uma decisão geral. Fossem considerados fora da comunhão da Igreja, Novato, simultaneamente com os que se rebelaram com ele, e adotaram a opinião anti-fraterna e inteiramente desumana de Novato. Relativamente aos irmãos que haviam caído na infelicidade, era preciso tratá-los e curá-los pelos remédios da penitência" (História Eclesiástica VI, 43,2).
Em normas gerais, a heresia Novaciana negava o perdão dos pecados aos que caíram em pecado após o Batismo. Os sacerdotes novacianos, negavam ministrar o Sacramento da Confissão aos fiéis da Igreja.
Embora o Concílio Regional de Roma tivesse condenado as teses novacianas, além de outros Concílios Regionais na próprio Itália, no Egito e na África, a heresia Novaciana ganhou grande terreno na Igreja Antiga.
Em meados do século IV, o Bispo Ambrósio de Milão (pai espiritual de Santo Agostinho) publica importante obra contra a heresia novaciana intitulada "Sobre a Penitência". A obra reafirmava a ortodoxia da Tradição recebida dos Apóstolos, de que a Igreja não poderia negar o perdão dos pecados aos fiéis e que recebera especial poder de Cristo exatamente para este fim. "Sobre a Penitência" foi definitiva para varrer as teses de Novato do seio da Santa Igreja.
Conclusão
O catecismo da Igreja Católica quanto ao Sacramento da Confissão, é fé antiga do Cristianismo. A Igreja Católica não modificou o Evangelho ( como acusam os homens de má fé ou ignorantes da memória Cristã), ao contrário ensina o Evangelho de sempre, assim como Cristo comunicou aos Apóstolos e estes nos deixaram através da Sagrada Tradição. Vimos que a própria Bíblia dá testemunho de que Cristo deu aos seus apóstolos o poder de perdoar pecados (cf. Jo, 20,22-23).
A tese que nega que a Igreja tenha o poder de perdoar os pecados, sempre foi tida como heresia nos primeiros séculos. Como pode ser agora aceita como fé legítima?
A Verdade é verdade sempre: ontem e hoje. A falta de memória cristã arrasta e tem arrastado muitos a professarem o erro, achando que estão agradando a Deus.
Ficamos aqui com a reflexão de Santo Ambrósio de Milão sobre aqueles que, como os novacianos, negam que a Igreja tenha o poder de perdoar pecados:
"Dizem eles [os hereges novacianos], porém, que prestam reverência ao Senhor, o único a quem reservam o poder de remir os crimes. Pelo contrário, ninguém lhe faz maior injúria do que aqueles que querem anular seus mandamentos, rejeitar o encargo que lhes foi confiado. Pois se o próprio Senhor Jesus diz em seu Evangelho: 'Recebei o Espírito Santo, e a quem perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados, e a quem os retiverdes, ser-lhe-ão retidos'(Jo 20,22-23). Quem é que o honra mais: aquele que obedece a seus mandamentos ou aquele que resiste a eles?"(Santo Ambrósio de Milão, Sobre a Penitência 2,6. 370 DC)
"Que sociedade podem então ter contigo [Jesus] estes que não aceitam as chaves do Reino (cf. Mt 16,19), ao negarem que devem perdoar os pecados?" (Santo Ambrósio de Milão, Sobre a Penitência 7,32. 370 DC)
"É certamente isto que eles [os novacianos] confessam a seu próprio respeito e com razão; de fato, não podem ter a herança de Pedro aqueles que não tem a cátedra de Pedro, a qual despedaçam com uma ímpia divisão. Contudo, é sem razão que negam também que na Igreja os pecados possam ser perdoados."(Santo Ambrósio de Milão, Sobre a Penitência 7,33. 370 DC)
Você pode aproveitar a confissão para também pedir um conselho, um direcionamento para sua vida. Você pode optar se preferir e marcar com seu Pároco ou Vigário, com seu confessor de preferência para que possa além da Confissão ter uma conversa, um direcionamento. Às vezes no momento da confissão tradicional o sacerdote não tem tempo para uma conversa longa, isso acontece muito nos mutirões de confissão, mas você pode confessar e voltar outro dia e conversar à respeito com o sacerdote. Pense que a confissão é o momento em que vamos em busca do perdão de Deus Pai, mas também em busca da mão amiga que Jesus naquele momento nos oferece.

Como fazer uma boa confissão?

1) Faça previamente um bom exame de consciência. Procure lembrar dos pecados graves. E aqueles que você esqueceu de confessar na última confissão por esquecimento (não por omissão). Recorde os pecados cometidos a Deus quando não cumprimos seus Mandamentos, contra a Igreja, quando não cumpri o que a Igreja estabeleceu como preceito sobretudo quanto aos pecados dos 5 Mandamentos da Igreja. E aqueles que ofendem diretamente ao próximo. Em algumas paróquias até oferecem uma cartilha para ajudar neste momento. É muito importante o exame de consciência porque você vai lavar a sua alma diante de Deus. 
Faça estas perguntas a você mesmo quando fizer seu exame de consciência:

Quando me confessei pela última vez? Foi uma confissão honesta?
Fiz alguma promessa especial a Deus naquela vez? Mantive minha promessa?
Cometi algum pecado grave ou mortal desde minha última confissão?
Segui os Dez Mandamentos, os mandamentos da Igreja?
Já duvidei de minha fé?
Tenho praticado a caridade, evitado a soberba e o egoísmo?

Alguma vez fui irreverente para com este Sacramento, não examinando a minha consciência com o devido cuidado?
Alguma vez deixei de cumprir a penitência que o sacerdote me impôs?
Tenho quaisquer hábitos de pecado grave que deva confessar logo no início (por exemplo, impureza, alcoolismo, etc.)?

Primeiro Mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas. Eu sou o Senhor teu Deus, Não terás deuses estranhos perante Mim (incluindo pecados contra a Fé, Esperança e Caridade).
Descuidei o conhecimento da minha fé, tal como o Catecismo a ensina, tal como o Credo dos Apóstolos, os Dez Mandamentos, os Sete Sacramentos, o Pai Nosso, etc?

Alguma vez duvidei deliberadamente de algum ensinamento da Igreja, ou o neguei?

Tomei parte num ato de culto não católico?

Sou membro de alguma organização religiosa não católica, de alguma sociedade secreta ou de um grupo anti-católico?
Alguma vez li, com consciência do que fazia, alguma literatura herética, blasfema ou anti-católica?

Pratiquei alguma superstição (tal como horóscopos, adivinhação, tábua Ouija, etc.)?

Omiti algum dever ou prática religiosa por respeitos humanos?

Recomendo-me a Deus diariamente?
Tenho rezado fielmente as minhas orações diárias?
Abusei os Sacramentos de alguma maneira?
Recebi-os com irreverência?
Trocei de Deus, de Nossa Senhora, dos Santos, da Igreja, dos Sacramentos, ou de quaisquer coisas santas?
Fui culpado de grande irreverência na igreja, como, por exemplo, em conversas, comportamento ou modo como estava vestido?
Fui indiferente quanto à minha Fé Católica — acreditando que uma pessoa pode salvar-se em qualquer religião, ou que todas as religiões são iguais?

Presumi em qualquer altura que tinha garantida a misericórdia de Deus?

Desesperei da misericórdia de Deus?

Detestei a Deus?

Dei demasiada importância a alguma criatura, atividade, objeto ou opinião?
Segundo Mandamento: Não tomarás o Nome do Senhor teu Deus em vão.
Jurei pelo nome de Deus falsamente, impensadamente, ou em assuntos triviais e sem importância?
Murmurei ou queixei-me contra Deus (blasfêmia)?

Amaldiçoei-me a mim próprio, ou a outra pessoa ou criatura?

Provoquei alguém à ira, para o fazer praguejar ou blasfemar a Deus?

Quebrei uma promessa feita a Deus?

Terceiro Mandamento: Recorda-te de santificar o Dia de Festas e domingos
Faltei à Missa nos Domingos ou Festas de guarda?

Cheguei atrasado à Missa nos Domingos e Dias Santos de guarda, ou saí mais cedo por minha culpa?

Fiz com que outras pessoas faltassem à Missa nos Domingos e Dias Santos de guarda, ou saíssem mais cedo, ou chegassem atrasados à Missa?

Estive distraído propositadamente durante a Missa?

Fiz ou mandei fazer trabalho servil desnecessário num Domingo ou Festa de guarda?

Quarto Mandamento: Honra o teu pai e a tua mãe.

Desobedeci aos meus pais, faltei-lhes ao respeito, descuidei-me em ajudá-los nas suas necessidades ou na compilação do seu testamento, ou recusei-me a fazê-lo?
Mostrei irreverência em relação a pessoas em posições de autoridade?

Insultei ou disse mal de sacerdotes ou de outras pessoas consagradas a Deus?

Tive menos reverência para com pessoas de idade?

Tratei mal a minha esposa ou os meus filhos?
Foi desobediente ao meu marido, ou faltei-lhe ao respeito?

Sobre os meus filhos:

Descuidei as suas necessidades materiais?

Não tratei de os fazer batizar cedo? *(Veja-se em baixo.)

Descuidei a sua educação religiosa correta?
Permiti que eles descuidassem os seus deveres religiosos?
Deixei de vigiar as companhias com quem andam?
Deixei de os disciplinar quando necessitassem de tal?
Dei-lhes mau exemplo?

Escandalizei-os, discutindo com o meu cônjuge em frente deles?

Escandalizei-os ao dizer obscenidades na sua frente?

Permiti-lhes que usassem roupa imodesta? Comprei tais roupas para eles?

Neguei-lhes a liberdade de casar ou seguir uma vocação religiosa?
Quinto Mandamento: Não matarás.
Procurei, desejei ou apressei a morte ou o ferimento de alguém?
Alimentei ódio para com alguém?
Oprimi alguém?
Desejei vingar-me?

Provoquei a inimizade entre outras pessoas?

Discuti ou lutei com alguém?

Desejei mal a alguém?

Quis ferir ou maltratar alguém, ou tentei fazê-lo?
Recuso-me a falar com alguém, ou ressentimento de alguém?

Regozijei-me com a desgraça alheia?

Tive ciúmes ou inveja de alguém?

Fiz ou tentei fazer um aborto, ou aconselhei alguém a que o fizesse?
Mutilei o meu corpo desnecessariamente de alguma maneira?

Consenti em pensamentos de suicídio, desejei suicidar-me ou tentar suicidar-me?

Embriaguei-me ou usei drogas ilícitas?

Comi demais, ou não como o suficiente por descuido (isto é, alimentos nutritivos)?

Deixei de corrigir alguém dentro das normas da caridade?
Causei dano à alma de alguém, especialmente crianças, dando escândalo através de mau exemplo?

Fiz mal à minha alma, expondo-a intencionalmente e sem necessidade a tentações, como maus programas de TV, música reprovável, praias, etc.?

Sexto e Nono Mandamentos: Não pecar contra a castidade. Não cometerás adultério. Não cobiçarás a mulher do próximo.

Neguei ao meu cônjuge os seus direitos matrimoniais?

Pratiquei o controlo de natalidade (com pílulas, dispositivos, interrupção)?
Abusei dos meus direitos matrimoniais de algum outro modo?

Cometi adultério ou fornicação (sexo pré-marital)?

Cometi algum pecado impuro contra a natureza (homossexualidade ou lesbianismo, etc.)?

Toquei ou abracei outra pessoa de forma impura?

Pratiquei a troca prolongada de carícias?

Pequei  contra mim próprio (masturbação)?

Consenti em pensamentos impuros, ou tive prazer neles?
Consenti em desejos impuros para com alguém, ou desejei conscientemente ver ou fazer alguma coisa impura?

Entreguei-me conscientemente a prazeres sexuais, completos ou incompletos?

Fui ocasião de pecado para os outros, por usar roupa justa, reveladora ou imodesta?

Fiz alguma coisa, deliberadamente ou por descuido, que provocasse pensamentos ou desejos impuros noutra pessoa?

Li livros indecentes ou vi figuras obscenas?
Vi filmes ou programas de televisão sugestivos, ou pornografia na Internet, ou permiti que os meus filhos os vissem?

Usei linguagem indecente ou contei histórias indecentes?

Ouvi tais histórias de boa vontade?

Gabei-me dos meus pecados, ou deleitei-me em recordar pecados antigos?
Estive com companhias indecentes?

Consenti em olhares impuros?

Deixei de controlar a minha imaginação?

Rezei imediatamente, para afastar maus pensamentos e tentações?

Evitei a preguiça, a gula, a ociosidade, e as ocasiões de impureza?
Fui a bailes imodestos ou peças de teatro indecentes?

Note bem: Não tenha receio de confessar ao sacerdote qualquer pecado impuro que tenha cometido. Não esconda ou tente disfarçá-lo. O sacerdote está ali para o ajudar e perdoar. Nada do que possa dizer o escandalizará; por isso, não tenha medo, por mais envergonhado que esteja.
Sétimo e Décimo Mandamentos: Não roubarás. Não cobiçarás os bens do teu próximo.

Roubei alguma coisa? O quê, ou quanto?

Danifiquei a propriedade dos outros?

Deixei estragar, por negligência, a propriedade dos outros?
Fui negligente na guarda do dinheiro ou bens dos outros?

Fiz batota ou defraudei alguém?

Joguei em excesso?

Recusei-me a pagar alguma dívida, ou descuidei-me no seu pagamento?
Adquiri alguma coisa que sabia ter sido roubada?
Deixei de restituir alguma coisa emprestada?

Lesei o meu patrão, não trabalhando como se esperava de mim?

Fui desonesto com o salário dos meus empregados?

Recusei-me a ajudar alguém que precisasse urgentemente de ajuda, ou descuidei-me a fazê-lo?

Deixei de restituir o que roubei, ou obtive por embuste ou fraude? (Pergunte ao sacerdote como poderá fazer a restituição, ou seja, devolver ao legítimo dono o que lhe tirou).
Tive inveja de alguém, por ter algo que eu não tenho?

Invejei os bens de alguém?

Tenho sido avarento?

Tenho sido cúpido e invejoso, dando demasiada importância aos bens e confortos materiais? O meu coração inclina-se para as posses terrenas ou para os verdadeiros tesouros do Céu?

Oitavo Mandamento: Não levantarás falsos testemunhos contra o teu próximo.

Menti a respeito de alguém (calúnia)?

As minhas mentiras causaram a alguém danos materiais ou espirituais?

Fiz julgamentos temerários a respeito de alguém (isto é, acreditei firmemente, sem provas suficientes, que eram culpados de algum defeito moral ou crime)?
Atingi o bom nome de alguém, revelando faltas autênticas mas ocultas (maledicência)?
Revelei os pecados de outra pessoa?

Fui culpado de fazer intrigas (isto é, de contar alguma coisa desfavorável que alguém disse de outra pessoa, para criar inimizade entre eles)?

Dei crédito ou apoio à divulgação de escândalos sobre o meu próximo?

Jurei falso ou assinei documentos falsos?

Sou crítico ou negativo sem necessidade ou falto à caridade nas minhas conversas?
Lisonjeei outras pessoas?
As obras de Misericórdia espirituais e corporais
Descuidei-me no cumprimento das obras seguintes, quando as circunstâncias mo pediam?

As sete obras de Misericórdia espirituais

Dei bom conselho aos que estavam em pecado?

Ensinei os irmãos menos instruídos?

Aconselhei os que duvidam?
Consolei os tristes?
Suportei com paciência as fraquezas do meu próximo?
Perdoei as injúrias por amor de Deus?

Roguei e a Deus pelos vivos e pelos defuntos?

As sete obras de Misericórdia corporais

Dei de comer a quem tinha fome?

Dei de beber a quem tinha sede?
Vesti os nus?
Visitei e procurei resgatar os cativos do pecado? Deu assistência a eles?

Dei pousada aos peregrinos?

Visitei os doentes?

Enterrei os mortos?

Lembre-se que a nossa Santa Fé Católica nos ensina que … assim como o corpo sem o espírito está morto, também a fé sem obras está morta (Tiago 2: 26).
Nove maneiras de ser cúmplice do pecado de outrem

Alguma vez fiz deliberadamente com que outros pecassem?

Alguma vez cooperei nos pecados de outrem:

Aconselhando?
Mandando?
Consentindo?
Provocando?
Lisonjeando?
Ocultando?
Compartilhando?
Silenciando?
Defendendo o mal feito?

Os quatro pecados que bradam aos Céus

Homicídio voluntário.

O pecado de sodomia ou lesbianismo.

Opressão dos pobres.
Não pagar o salário justo a quem trabalha.
Os Mandamentos da Igreja
Ouvi Missa nos Domingos e Festas de guarda?

Cumpri o jejum e a abstinência nos dias prescritos, e guardei o jejum eucarístico?

Confessei-me pelo menos uma vez no ano?

Recebi a Sagrada Eucaristia pelo menos uma vez por ano?

Contribui, na medida do possível, para as despesas do culto?
As cinco blasfêmias contra o Coração Imaculado de Maria
Blasfemei contra a Imaculada Conceição?
Blasfemei contra a Virgindade Perpétua de Nossa Senhora?

Blasfemei contra a Maternidade Divina de Nossa Senhora?

Deixei de reconhecer a Nossa Senhora como Mãe de todos os homens?

Tentei publicamente semear nos corações das crianças indiferença ou desprezo, ou mesmo ódio, em relação à sua Mãe Imaculada?

Ultrajei-a diretamente nas Suas santas imagens?
Finalmente:
Recebi a Sagrada Comunhão em estado de pecado mortal? (Este é um sacrilégio muito grave).

O exame dos pecados veniais de Santo António Maria Claret

A alma deve evitar todos os pecados veniais, especialmente os que abrem caminho ao pecado grave. Ó minha alma, não chega desejar firmemente antes sofrer a morte do que cometer um pecado grave. É necessário tem uma resolução semelhante em relação ao pecado venial. Quem não encontrar em si esta vontade, não pode sentir-se seguro. Não há nada que nos possa dar uma tal certeza de salvação eterna do que uma preocupação constante em evitar o pecado venial, por insignificante que seja, e um zelo definido e geral, que alcance todas as práticas da vida espiritual — zelo na oração e nas relações com Deus; zelo na mortificação e na negação dos apetites; zelo em obedecer e em renunciar à vontade própria; zelo no amor de Deus e do próximo. Para alcançar este zelo e conservá-lo, devemos querer firmemente evitar sempre os pecados veniais, especialmente os seguintes:

O pecado de dar entrada no coração de qualquer suspeita não razoável ou de opinião injusta a respeito do próximo;
O pecado de iniciar uma conversa sobre os defeitos de outrem, ou de faltar à caridade de qualquer outra maneira, mesmo levemente;

O pecado de omitir, por preguiça, as nossas práticas espirituais, ou de as cumprir com negligência voluntária;

O pecado de manter um afeto desregrado por alguém;

O pecado de ter demasiada estima por si próprio, ou de mostrar satisfação vã por coisas que nos dizem respeito;
O pecado de receber os Santos Sacramentos de forma descuidada, com distrações e outras irreverências, e sem preparação séria;

Impaciência, ressentimento, recusa em aceitar desapontamentos como vindo da Mão de Deus; porque isto coloca obstáculos no caminho dos decretos e disposições da Divina Providência quanto a nós;
O pecado de nos proporcionarmos uma ocasião que possa, mesmo remotamente, manchar uma situação imaculada de santa pureza;
O pecado de esconder propositadamente as nossas más inclinações, fraquezas e mortificações de quem devia saber delas, querendo seguir o caminho da virtude de acordo com os caprichos individuais e não segundo a direção da obediência;
Nota: Fala-se aqui de situações em que encontraremos aconselhamento digno se o procurarmos, mas nós, apesar disso, preferimos seguir as nossas próprias luzes, embora frouxas.
Oração para uma boa confissão:
Meu Deus, por causa dos meus pecados crucifiquei de novo o Vosso Divino Filho e escarneci d'Ele. Por isto sou merecedor da Vossa cólera e expus-me ao fogo do Inferno. E como fui ingrato para convosco, meu Pai do Céu, que me criastes do nada, me redimistes pelo preciosíssimo sangue do Vosso Filho e me santificastes pelos Vossos santos Sacramentos e pelo Espírito Santo! Mas Vós poupastes-me pela Vossa misericórdia, para que eu pudesse fazer esta confissão. Recebei-me, pois, como Vosso filho pródigo e dai-me a graça de uma boa confissão, para que possa recomeçar a amar-Vos de todo o meu coração e de toda a minha alma, e para que possa, a partir de agora, cumprir os Vossos Mandamentos e sofrer com paciência os castigos temporais que possam cair sobre mim. Espero, pela Vossa bondade e poder, obter a vida eterna no Paraíso. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém
Nota final
Lembre-se de confessar os seus pecados com arrependimento sobrenatural, tendo uma resolução firme de não tornar a pecar e de evitar situações que levem ao pecado. Peça ao seu confessor que o ajude a superar alguma dificuldade que tenha em fazer uma boa confissão. Cumpra prontamente a sua penitência.
Ato de Contrição
Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de todo o meu coração, pesa-me de Vos ter ofendido, e com o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmemente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão das minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia. Amém.

2) Esteja realmente arrependido de seus pecados. A ideia da penitência e da confissão é realmente ter se arrependido. Você deve realmente rejeitar o pecado que cometeu e decidir não cometê-lo novamente. Para mostrar a Deus que seu arrependimento é verdadeiro e autêntico, você deve estar arrependido verdadeiramente e recusar-se a ter os mesmos comportamentos novamente.
Isso não significa que você nunca mais poderá ou voltará pecar, nós, humanos, fazemos isso todo dia. Você está simplesmente decidindo a evitar cometer os mesmos pecados; tentar evitar ocasiões que farão com que você peque, isso também demonstra arrependimento. Se você quiser, Deus o ajudará a resistir às tentações, contanto que você tenha a intenção de ser uma pessoa melhor. Para isso  é necessário uma vida de oração. Jesus disse: "Orai para não cairdes em tentação". Pequenos sacrifícios e mortificações também nos ajudam a evitar certos pecados. Quanto mais abrirmos nosso coração para Deus, mais ele nos ajudará. Basta você querer.   

 MANDAMENTOS DA IGREJA
  1 – Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho
Ordena aos fiéis que santifiquem o dia em que se comemora a ressurreição do Senhor, e as festas litúrgicas em honra dos mistérios do Senhor, da santíssima Virgem Maria e dos santos, em primeiro lugar participando da celebração eucarística, em que se reúne a comunidade cristã, e se abstendo de trabalhos e negócios que possam impedir tal santificação desses dias (Código de Direito Canônico-CDC , cân. 1246-1248) (§2042).
Os Dias Santos – com obrigação de participar da missa, são esses, conforme o Catecismo: “Devem ser guardados [além dos domingos] o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania (domingo no Brasil), da Ascensão (domingo) e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), de Santa Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro), de sua Imaculada Conceição (8 de dezembro) e Assunção (domingo), de São José (19 de março), dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (domingo), e por fim, de Todos os Santos (domingo)” (CDC, cân. 1246,1; n. 2043 após nota 252) (§2177).

2 - Confessar-se ao menos uma vez por ano
Assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção do Sacramento da Reconciliação, que continua a obra de conversão e perdão do Batismo (CDC, cân. 989). É claro que é pouco se confessar uma vez ao ano, seria bom que cada um se confessasse ao menos uma vez por mês, pois fica mais fácil de se recordar dos pecados e de ter a graça para vencê-los.

3 - Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição
(O período pascal vai da Páscoa até festa da Ascensão) e garante um mínimo na recepção do Corpo e do Sangue do Senhor em ligação com as festas pascais, origem e centro da Liturgia cristã (CDC, cân. 920).
Também é muito pouco comungar ao menos uma vez ao ano. A Igreja recomenda (não obriga) a comunhão diária.

4 - Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja
(No Brasil isso deve ser feito na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa). Este jejum consiste em um leve café da manhã, um almoço leve e um lanche também leve à tarde, sem mais nada no meio do dia, nem o cafezinho. Quem desejar, pode fazer um jejum mais rigoroso; o obrigatório é o mínimo. Os que já tem mais de sessenta anos estão dispensados da obrigatoriedade, mas podem fazê-lo se desejarem.

Diz o Catecismo que o jejum "Determina os tempos de ascese e penitência que nos preparam para as festas litúrgicas; contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos instintos e a liberdade de coração (CDC, cân. 882)".

Sobretudo nesse Ano da Misericórdia proclamado pelo Papa Francisco, possamos buscar esse Jesus Misericordioso e sermos mais misericordiosos também. É tempo de pedir perdão a Deus e o próximo e de sermos perdoados, também de dar o perdão. A quaresma inicia-se na quarta-feira de cinzas e vai até domingo de ramos. Domingo de ramos inicia-se a Semana Santa, que termina no ápice do Domingo de Páscoa.
Desejo a todos uma santa quaresma e uma Feliz Páscoa!



MENSAGEM DO SANTO PADRE O PAPA FRANCISCO SOBRE A QUARESMA
2016
Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2014
Terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Boletim da Santa Sé
Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8,9)
Queridos irmãos e irmãs!
Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza » (2 Cor 8,9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico?
1. A graça de Cristo
Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2,7; Heb 4,15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez conosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado» (ConC. ECum. Vat. II, Const. past. Gaudium et Spes, 22).
A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza». Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Batista para O batizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a «insondável riqueza de Cristo» (Ef 3,8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1,2).
Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na beira da estrada (cf. Lc 10,25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt 11,30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua «rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogênito (cf. Rm 8,29).
Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.
2. O nosso testemunho
Poderíamos pensar que este «caminho» da pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d’Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo.
À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança.
Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiênicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural.
Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo.
O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.
Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspectivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se veem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde.
Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína econômica, anda sempre associada com a miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos autossuficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.
O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna.
O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana.
Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza.
A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.
Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser «tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6,10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia.
Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!
Vaticano, 26 de Dezembro de 2013
Festa de Santo Estêvão, diácono e protomártir

FRANCISCUS
A PÁSCOA JUDAICA E A PÁSCOA CRISTÃ



Páscoa, significa Passagem. Na Sagrada Escritura vamos encontrar duas referências sobre a Páscoa: A primeira está no Antigo Testamento e a segunda no Novo Testamento.
No Antigo Testamento a Páscoa era celebrada para lembrar e comemorar o dia em que o povo de Deus, os hebreus ou Israelitas, foram libertados da escravidão do Egito. Javé-Deus, assim mandou que seu povo celebrasse a Páscoa (Êx12, 1-34). Não só naquele dia os Israelitas deveriam celebrar a Páscoa, mas perpetuamente conforme o versículo 14; Para que as gerações posteriores não se esquecessem o que fez o Senhor Deus naquele dia em favor dos hebreus. Era dever de todos os israelitas celebrar a Páscoa. Jesus celebrou a Páscoa Judaica com seus pais várias vezes. 
Mas essa Páscoa ganharia um significado muito maior posteriormente. Pois ela era uma prefiguração da verdadeira Páscoa da Nova Aliança.

Jesus veio salvar o povo da Escravidão do pecado. Ele veio nos salvar e fez da sua Páscoa uma Nova Aliança. Isto é, se no Egito o pão sem fermento comido às pressas com ervas amargas, (simbolizando o sofrimento e a amargura da escravidão física do povo de Deus), o cordeiro sem mancha, primogênito, cujo sangue serviria de sinal para que o anjo da morte não os atingisse. Agora na Nova Páscoa ganha um sentido muito mais real e perfeito. Na Nova Aliança, Jesus se torna o Cordeiro, primogênito sem mancha, e o seu sangue derramado na Cruz extinguiu de uma vez por todas a antiga dívida que tínhamos. Jesus nos comprou com seu próprio Sangue e nos libertou da escravidão do pecado. Esse Sangue do Justo "Cordeiro" de Deus nos livraria da morte eterna. Jesus como homem morreu e como Deus ressuscitou. E para coroar essa vitória sobre a morte e a nossa Salvação que celebramos a Páscoa da Nova Aliança. 

A verdadeira Páscoa; agora já não tem sentido para nós celebrar a Páscoa judaica, mas tem sentido muito maior celebrar a Páscoa definitiva. Esse período celebrativo até a comemoração da Páscoa de Jesus, a Liturgia da Igreja chama-a de Tríduo Pascal. 
Que se inicia na Quinta-feira Santa com a Missa da Ceia, o Sábado Santo com a Vigília Pascal, até a proclamação da Páscoa e o Domingo de Páscoa onde celebramos a Vitória de Jesus sobre a morte, ou seja, a Ressurreição.

É interessante que dentro do tríduo Pascal, a Igreja celebra dois momentos importantes: o Primeiro é a celebração da Ceia Pascal de Cristo, com a instituição da Eucaristia. Isto é, Jesus, à partir daquele dia, a cada vez que a Igreja celebrasse o memorial da sua Paixão, com a fração do Pão, Ele se tornaria presente no pão e no vinho consagrados, que se tornariam seu corpo e seu sangue. (Mt26, 26-28) (Lc22, 14-20). Ora, era o primeiro dos pães ázimos (pães sem fermento); vamos recordar o texto em que diz, na Páscoa judaica comeram (por ordem de Deus), pães sem fermento. Jesus utiliza esses mesmos pães para celebrar a sua Páscoa e instituir a Eucaristia. Jesus não quebrou a tradição. Por isso na Eucaristia, até hoje a Igreja não utiliza qualquer pão fermentado. É utilizado a hóstia, que é o mesmo pão ázimo, sem fermento. A única diferença entre a hóstia e o pão ázimo judaico é que a hóstia é confeccionada de maneira diferente, não é assada no forno, por isso ela é branca e é redonda (simbolizando a eternidade de Deus Filho) e o pão ázimo ou pão rabino é a mesma coisa sem fermento. Os dois: o pão rabino e a hóstia continuam sendo o mesmo pão ázimo. E o vinho utilizado para consagração é o vinho canônico, especialmente preparado, sem o álcool da cana-de-açúcar. Ele é puro, feito da própria uva sem levar fermentação química.   

Jesus celebrou a Páscoa judaica com seus apóstolos e depois instituiu a celebração da sua própria Páscoa. Dela Instituiu a Eucaristia. Instituiu o sacerdócio Ministerial da Igreja. 

O segundo momento ainda sublime é a própria ressurreição de Jesus. O Ápice que coroa toda nossa fé cristã. Jesus Glorioso, está Ressuscitado. Venceu a Morte e nos deu vida nova. Com Jesus todos morremos e ressuscitamos para uma nova vida. Pois através dela a morte já não tem poder sobre nós. Por isso, a Páscoa de Jesus também é a nossa Páscoa.

 Nós iniciamos a celebração da Páscoa com a Vigília Pascal, onde celebramos a cerimônia da bênção do fogo, simbolizando Jesus Ressuscitado a Luz de Cristo é a luz que devemos seguir. É acesa uma grande vela, chamada de Círio Pascal, onde nela são cravados os símbolos da realeza de Jesus Ressuscitado, e acesa é proclamada a Luz de Cristo. Luz essa que acompanhará toda a nossa vida. Luz das Nações. Jesus Cristo, Deus Vivo. O Alfa e o Ômega, princípio e fim de todas as coisas. Logo em seguida é proclamada a Páscoa e a Ressurreição de Jesus. A Igreja Canta, entoa o Glória e o Aleluia, que foi deixado de ser cantado durante a quaresma, para ser entoados de forma solene anunciando a alegria da Igreja pela Ressurreição de Jesus, isto é, a sua Páscoa.       

 A Páscoa é a celebração da Ressurreição de Jesus. Vamos recordar de novo: Em que dias nós celebramos a Páscoa? Na sexta-feira Santa? Não! ela começa na Quinta à noite com a Missa da Ceia do Senhor, no Sábado (dia de recolhimento) e se estende pelo Domingo de Páscoa, é o que na Liturgia da Igreja chamamos de tríduo pascal. E nos domingos seguintes com as Oitavas da Páscoa, 50 dias antes da Festa de Pentecostes. Conforme descreve os Atos dos Apóstolos.
De modo geral todos os cristãos celebram a Páscoa.

A Sexta-feira Santa, faz parte da Semana Santa, mas não do Tríduo Pascal, neste dia nós recordamos a Paixão de Cristo, sua morte, sua entrega por nós na Cruz. Nesse dia não há missa, apenas uma Liturgia própria em que celebramos a Paixão de Cristo. Momento de agradecer a Deus e a Jesus pelo seu Sacrifício por nós pecadores. É um dia santo de guarda para os Católicos. Mas não é o dia mais importante. Nós não adoramos um Cristo morto e sim Jesus Ressuscitado e presente na Igreja. O dia mais importante da Igreja é o Domingo de Páscoa dia em que Jesus ressuscitou.

Agora pensemos: Que sentido tem celebrarmos o Natal com todas suas pompas e não participar e celebrar a Páscoa do Senhor que foi a única coisa que Ele pediu? Jesus nunca pediu que celebrássemos seu aniversário, mas pediu que celebrássemos a sua Páscoa. Que por consequência é a nossa Páscoa também. Como disse São Paulo: "Se Cristo não tivesse ressuscitado vã seria nossa fé!" .....  Em outra passagem ele diz: "Se morremos com Cristo, com ele ressuscitaremos!"
Recordemos no Evangelho de Lucas, (Lc22, 15.18s) Jesus disse: "Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa..." e pediu: "fazei isto em memória de mim". 

Quanta inversão de valores não é mesmo? 
Recordemos aqui a parábola do Grande Banquete: Lc14, 15-24Jesus nos convida para o Banquete da vida eterna, quantos se recusam? Inventam desculpas... Será que é justo deixar Jesus esperando a ponto d'Ele ter que convidar os de fora? Ahhh que cristãos somos?

A SEMANA SANTA APLICADA AO NOSSO COTIDIANO

  Todos os anos celebramos a Semana Santa. Que é geralmente celebrada (salvo em alguns lugares), uma semana antes da Páscoa do Senhor. O Dom...