sábado, 1 de julho de 2017

SANTA JOANA D'ARC - Uma mulher à frente do seu tempo. De condenada por heresia, tornou-se santa e padroeira da França

Vamos conhecer um pouco sobre Joana D'arc. Essa heroína da Idade Média. Uma mulher que estava à frente do seu tempo. 
A história dessa magnífica mulher começa quando ela tem algumas visões místicas, como vamos ver mais à frente. 
Num tempo em que ser soldado era permitido só para homens, Joana D'arc resolve ser uma solado. E mais, defender o seu país a França e o rei do domínio da Inglaterra. 
Ela recebeu o apoio do rei se tornou soldado, lutou pelo seu País, foi capturada e se tornou ré pela Inquisição, foi condenada por heresia e vários  outros crimes. Tendo sofrido torturas e um julgamento injusto. Mas mesmo diante de tudo isso ela não curvou perante às injustiças. Sendo queimada viva na fogueira, suas últimas palavras foi o nome de Jesus.

        Joana D’Arc nasceu em Domrémy, no dia 6 de janeiro de 1412. Seus pais eram Jacques D’Arc e Isabel Romée; seus irmãos, Jacques, Pierre e Jean (mais velhos que ela) e em seguida, Joana e a mais nova de todos, Catarina. Entre os fatos mais contundentes e polêmicos de sua infância e adolescência estão: a paixão que Joana tinha em frequentar “locais sagrados” e suas famosas “Vozes” (São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida) e adicionada a isso, a polêmica profecia de Merlin que povoava a mente das populações das províncias francesas na qual “... uma donzela das marcas de Lorena que devia salvar o reino” (dito popular da época). Dessas “Vozes”, Joana ouviu sua “missão” - a de coroar o delfim Carlos e conduzir os exércitos franceses, levando-os à vitória contra os ingleses, tais como: em Orléans, em Loches e em Patay . Capturada pelos borguinhões, Joana D’Arc foi submetida a um tribunal inquisitorial marcado por controvérsias e distorções que a levou à morte na fogueira. Seus ideais inspiraram a retomada da Guerra dos Cem Anos - na verdade cento e dezesseis anos - marcados por batalhas e tréguas (1337-1453) e à vitória final francesa. 

      A cerimônia de coroação de Carlos VII (o “Delfim” – assim chamado por Joana) foi realizada num domingo, 17 de julho de 1429, na catedral de Reims. Michelet (1995, p. 53) assegura que essas foram as palavras de Joana D’Arc naquele momento: Ó gentil rei, agora está feita a vontade de Deus, que queria que eu fizesse levantar o Cerco de Orléans e que vos conduzisse à vossa cidade de Reims para receber a santa sagração, mostrando que sois verdadeiro rei e que a vós deve pertencer o reino da França. A marcha em direção a Paris para a conquista final passou a ser uma meta de Joana e seu exército.

      Joana D'arc  então com uma pequena tropa partiu com a missão de libertar uma ponte ocupada pelos ingleses, (ano 1430), mas não logrou êxito e acabou capturada (23 de maio daquele ano).
       Seus inimigos logo trataram de iniciar um processo contra Joana D'arc acusando-a de muitos crimes que ela era inocente, inclusive de heresia e apostasia. Carlos VII que era o rei da França se acovardou e nada fez por aquela que tanto lutou pela defesa de seu reino.      O maior interessado pela condenação de Joana e era o bispo de Beuauvais Pierre Cauchon que era aliado dos ingleses. 
      Joana D'arc foi presa e levada ao castelo João de Luxemburgo. Tentou fugir mas foi capturada e levada para o castelo de Ruão e lá permaneceu presa até o processo inquisitório. O processo de Joana D'arc teve dois aspectos, um civil e outro religioso. 
      O inquérito foi iniciado a 09 de janeiro de 1431 participaram dele: Pierre Cauchon. Além desse religioso, tomaram parte como acusadores Jean le Maistre, da Ordem dos Dominicanos, Jean Gravenet, inquisidor, profundo conhecedor das escrituras, Thomas de Courceles, reitor da Universidade de Paris, dois frades mendicantes, Martin Ladvenu e Isembard de Ia Pierre. O processo teve ao mesmo tempo caráter religioso, porque procurou examinar a fé de Joana, acusada de heresia e bruxaria. Político, porque a condenação ou a absolvição teria peso no resultado do conflito franco-inglês.  O objetivo do processo foi, portanto, provar que a acusada era culpada. Ela foi interrogada nos dias 21 de fevereiro de 1431 e 17 de março de 1431 os religiosos interrogaram-na, mas o que obtiveram não era o bastante para incriminá-la. De 17 a 27 de março de 1431 foram revistos os itens da acusação. Entre 23 e 29 de maio de 1431 foi proferida a sentença, condenando-a. Joana foi queimada em praça pública. Ruão foi o local do processo, julgamento e condenação. Ao todo Joana D'arc foi submetida a 06 audiências públicas e mais outras secretas em sua sela. Um processo fraudulento e cheio de controvérsias. 
     Ele foi iniciado a 9 de janeiro de 1431 por Pierre Cauchon. Além desse religioso, tomaram parte como acusadores Jean le Maistre, da Ordem dos Dominicanos, Jean Gravenet, inquisidor, profundo conhecedor das escrituras, Thomas de Courceles, reitor da Universidade de Paris, dois frades mendicantes, Martin Ladvenu e Isembard de Ia Pierre. Muitos bispos e cardeais ingleses participaram no processo. Na verdade, os acusadores faziam parte dos inimigos de Carlos VII. Procuraram provar que a “Donzela” era herege. O processo teve ao mesmo tempo caráter religioso, porque procurou examinar os fundamentos da fé de Joana, acusada, além de heresia, de bruxaria. Político, porque a condenação ou a absolvição teria peso considerável no resultado do conflito franco-inglês.      O objetivo do processo foi, portanto, bastante claro: provar que a acusada era culpada a fim de também atingir Carlos VII. Entre 21 de fevereiro de 1431 e 17 de março de 1431 os religiosos interrogaram-na diariamente, extraindo detalhes mínimos que pudessem incriminá-la. De 17 a 27 de março de 1431 foram lidos e revistos os itens da acusação. Entre 23 e 29 de maio de 1431 foi proferida a sentença, condenando-a. Joana foi queimada em praça pública. Ruão foi o local do processo, julgamento e condenação de Joana D’Arc.


UM REI COVARDE 

        Carlos VII nada fez para salvar Joana D'arc. Apenas delegou ao arcebispo de Reims que negociasse mas ele nada fez. É óbvio, sendo a Igreja que a estava condenando pela Inquisição como um bispo poderia intervir?  

     
 Diante dos acontecimentos, Michelet (1995, p. 81-2) explica a postura de Carlos VII:  - "Enquanto os ingleses agiam vivamente para destruir a Donzela; Carlos VII agia para salvá-la? De modo algum segundo parece, apesar de ter prisioneiros em suas mãos; podia protegê-la com ameaças de represálias. Havia pouco ainda, negociava ele por intermédio de seu chanceler, o arcebispo de Reims; mas esse arcebispo e os demais políticos nunca tinham sido favoráveis à Donzela".

          "Donzela" para eles não era uma expressão de elogio para dizer que ela era virgem, mas de escárnio, de gozação pública. Joana D’Arc respondeu aos interrogatórios com firmeza e afirmou amar sua bandeira, mas os inquisidores não desistiam de seu intuito: provar que Joana era uma feiticeira ou uma bruxa e que seus feitos tinham origem satânica.

           OS ARTIGOS DA ACUSAÇÃO - ao todo 12 artigos que ela foi acusada:

I – Uma mulher diz e afirma que, com a idade de cerca de treze anos, viu com os seus olhos, S. Miguel, algumas vezes S. Gabriel e também uma multidão de anjos. Santa Catarina e Santa Margarida também lhe apareceram corporalmente, junto de uma fonte que brota perto de uma grande árvore que, na sua região, é conhecida por “Árvore das Fadas”; os doentes com febre dirigiam-se aí em grande número, para lá recuperarem a saúde. Essa fonte e essa árvore são, portanto, lugares profanos. Essas santas ordenaram-lhe que fosse procurar determinado príncipe secular, que lhe daria armas e que, graças a ela, recuperaria um grande domínio temporal e a honra perante o mundo. Elas ordenaram-lhe que envergasse traje de homem, que ela recusa abandonar, mesmo para ouvir missa e receber a comunhão. Esta mulher, “com desconhecimento e contra a vontade de seus pais” abandonou, com cerca de dezessete anos, a casa paterna e viveu depois no meio de homens e de soldados, “não tendo nunca ou, pelo menos, muito raramente, outra mulher com ela”. 69 “Discordou e recusou” submeter-se à Igreja militante... “Não aceita submeter-se à decisão ou ao julgamento de qualquer homem, mas somente ao julgamento de Deus.” As suas santas revelaram-lhe que ganharia a salvação, se conservasse a sua virgindade... “Afirma que está tão certa da sua salvação, como se estivesse já no reino dos céus.” II — A dita mulher diz que o sinal recebido pelo príncipe ao qual ela foi enviada, sinal que fez esse príncipe decidir a acreditar nela e a recebê-la para fazer a guerra, foi que S. Miguel veio até ao dito príncipe, no meio de uma multidão de anjos, uns dos quais tinha coroa e outros asas; com eles estavam também Santa Catarina e Santa Margarida. O anjo entregou ao príncipe uma coroa; uma outra vez foi um arcebispo que recebeu o sinal da coroa e a entregou ao príncipe na presença de numerosos grandes senhores da Corte. III — Essa mesma mulher afirma que S. Miguel se terá “identificado perante ela”, tal como Santa Catarina e Santa Margarida [...]. IV — A referida mulher diz e afirma que está certa do que vai acontecer acerca de certas coisas futuras... No que se refere às coisas ocultas, gaba-se de as conhecer, ou de as ter conhecido... Por exemplo, que será libertada e que os franceses farão, sob seu comando, os maiores feitos jamais cometidos em toda a cristandade [...]. V — A citada mulher diz e afirma que é por ordem de Deus que enverga traje de homem. Descrevem-se essas vestes: “túnica curta, capuz, jaqueta, grilhetas, calções com muitas franjas, cabelo cortado em redondo por cima das orelhas, não conservando qualquer peça de vestuário própria do seu sexo”. Recebeu a Eucaristia “nesses trajes”, os quais, apesar de “muitas vezes lhe ter sido pedido e aconselhado”, se recusa a abandonar... “Assim, por nada deste mundo faria juramento de não voltar a envergar esse traje e de não voltar a pegar em armas. Em tudo isso, afirma que procedeu bem e que faz bem em obedecer a Deus e às suas ordens.” VI — A dita mulher confessa e reconhece que mandou escrever muitas cartas, nas quais foram apostas as palavras JESUS, MARIA, com o sinal da cruz [...] Disse frequentemente que não fez nada que não fosse por ordem de Deus.” VII — Este quesito retoma a história do encontro de Joana com Roberto de Baudricourt, que lhe forneceu um traje de homem, armas e uma escolta. “Ela prometeu-lhe rodeá-lo de grandes domínios e vencer os seus inimigos; fora Deus que a incumbira dessa missão.” VIII — Recorda-se que, “sem ninguém a obrigar, precipitou-se do alto de uma torre muito alta (Beaurevoir) ...”. IX — A mulher em questão diz que Santa Catarina e Santa Margarida lhe prometeram conduzi-la ao paraíso, se conservasse a sua virgindade de corpo e de alma, virgindade que lhes votou... Não pensa ter cometido atos de pecado mortal; pois, segundo diz se estivesse em estado de pecado mortal, não lhe parece que Santa Catarina e Santa Margarida a visitariam todos os dias, como costumam fazer. X — A mesma mulher diz e afirma que Deus ama algumas pessoas ainda vivas, nomeadas, e designadas por ela, na medida em que ela própria as ama... Recorda-se que as santas falam francês, “uma vez que não são do partido dos ingleses”. XI — Esta mulher diz e confessa toda a devoção e toda a honra que vota a S. Miguel e às suas santas. Dedicou-se a elas e obedeceu-lhes sem consultar ninguém, nem pai, nem mãe, nem cura, nem prelado. Repete que acredita neles tão firmemente como na fé cristã. [...]. XII — Ainda a dita mulher diz e confessa que, se a Igreja quisesse que ela fizesse algo contrário às ordens que diz ter recebido de Deus, não consentiria nisso, fosse pelo que fosse. Afirma que sabe bem que tudo o que consta do seu processo lhe aconteceu por ordem de Deus e que lhe será impossível fazer o contrário do que faz. Por esse motivo, não se quer submeter à decisão da Igreja militante, nem de quem quer que seja no mundo, mas somente à de Deus, Nosso Senhor, de quem executará todas as ordens, 70 sobretudo no que respeita às suas revelações e ao que faz em consequência delas.

Com o objetivo do veredicto, o reitor da Universidade de Paris, Pierre de Gonda ouve as conclusões de duas Faculdades: a de “Teologia” e a dos Decretos:
Jean de Troyes expõe primeiro as da Faculdade de Teologia, analisando os doze quesitos:

I — As aparições: tendo em conta as circunstâncias e a pessoa de Joana, elas parecem falsas, errôneas e perniciosas ou, se tiveram lugar, são supersticiosas e procedentes de espíritos malignos: Bélial, Satanás e Béhémoth...
II — O sinal do rei: mentira insolente imaginada para seduzir. 
III— As visitas das santas: crença temerária. 
IV — As revelações: superstição, asserção divinatória, fanfarronada ridícula. 
V — O traje de homem: fanfarronada ridícula, suspeita de idolatria, prevaricação da lei divina. 
VI — As cartas: revelam uma mulher traidora, pérfida, cruel, ávida de sangue humano, blasfemadora, ... 
VII — A partida para Chinon: impiedade para com os pais, escândalo, blasfêmia... 
VIII — O salto de Beaurevoir: medo que ia até à desesperada tentativa de suicídio, asserção temerária e presunçosa a respeito do perdão das suas faltas, erro em matéria de livre arbítrio. 
IX — Confiança de Joana: presunção, mentira, erro de fé. 
X — As declarações das santas e a sua recusa em falar inglês: blasfêmia e transgressão do amor do próximo. 
XI — Honras prestadas às santas: idolatria, invocação dos demônios. 
XII — Recusa de se submeter à Igreja: apostasia, erro de fé, cisma... 

Guéroult de Boissel apresentou também as conclusões da sua Faculdade. Estão assim resumidas:

I — Essa mulher é cismática por ter desobedecido à Igreja.
II — É ignorante e herética por recusar o símbolo da Igreja Una, Santa e Católica. 
III — É apóstata por ter mandado cortar o cabelo e ter adotado vestes de homem. 
IV — É mentirosa e adivinha porque não apresenta prova de que é enviada de Deus. 
V — É “veementemente” suspeita de heresia. 
VI — Erra na fé por ter dito estar certa de ser conduzida ao paraíso.

No dia 19 de maio de 1431, uma corte de cinquenta juízes reuniu-se no Palácio do Arcebispado  para decidir o destino de Joana D’Arc. Ela foi condenada pelos crimes de heresia, bruxaria e por todos os outros de que tinha sido acusada. Primeiro, deveriam deixá-la sem resistência e depois amedrontá-la com o fogo. Então, enquanto estivesse fragilizada, forçá-laiam a assinar a abjuração. Mas ela resistiu  optando  suportar o castigo que negar a verdade. Um fato, porém, marcou a sentença:  revelou que as “Vozes” haviam se manifestado novamente e que havia sido repreendida por abjurar para salvar a vida. Interrogada por Cauchon e por Le Maître, confirmou que as “Vozes” eram de Santa Catarina e de Santa Margarida, enviadas por Deus. Lembrada de que havia abjurado e de que havia reconhecido as mentiras a respeito das “Vozes”, Joana alegou que tudo fizera por medo da fogueira, mas que na verdade mantinha o que tinha dito anteriormente. Disse ainda que preferia morrer a continuar sofrendo os martírios a que estava sujeita.

Na Praça do Velho Mercado, o pedestal erguera-se num nível superior e, abaixo, colocaram os feixes de lenha para iniciar a fogueira. Sobre estes, havia um poste encima a inscrição, em grandes letras:
 “Joana, que se fez conhecer pela Donzela, mentirosa, perniciosa, abusadora do povo, advinha, supersticiosa, blasfemadora de Deus, presunçosa, malcrente na fé de Jesus Cristo, jactanciosa, idólatra, cruel, dissoluta, invocadora de diabos, reincidente, apóstata, cismática e herética.”

        Com as faces banhadas em lágrimas e o crucifixo tocando-lhe os lábios, que ela subiu aqueles cruéis degraus até o início da fogueira. O frade Isambard acompanhou-a. Ajudaram-na então a escalar a pilha de lenha erguida ao redor do poste, chegando a um terço de sua altura. Lá Joana ficou, de costas para o poste, enquanto todos a olhavam, imóveis. O carrasco subiu até onde ela estava e amarrou com correntes aquele frágil corpo ao poste. Em seguida desceu para completar seu tenebroso trabalho. E lá ficou Joana, sozinha, (ela que tivera tantos amigos enquanto era livre, que fora tão amada naqueles tempos); percorrendo com seus olhos tristes a massa humana diante de si, até onde erguiam-se as torres e os telhados pontiagudos daquela cidade, ela disse: 
— Oh, Rouen, Rouen, devo mesmo morrer aqui? Deves mesmo ser meu túmulo? Ah, Rouen, Rouen, temo pelo que possas sofrer por minha morte. Uma baforada de fumaça ergueu-se subitamente diante de seu rosto e, por um rápido momento, ela foi tomada de terror e gritou: 
— Água! Dêem-me água benta! Mas, no instante seguinte seus temores se foram e não voltaram a torturá-la. Joana ouviu o estalido das chamas e imediatamente preocupou-se com outra pessoa. Era o frade Isambard. Ela lhe havia entregue a cruz, pedindo que ele a erguesse diante de seu rosto para que seus olhos nela encontrassem a esperança e o consolo até que Deus a levasse para Sua paz. Ela fez com que ele se afastasse do perigo do fogo. Satisfeita, disse então:
— Agora, mantenha-a sempre onde eu possa vê-la, até o fim. Nem mesmo naquele momento Cauchon estava disposto a deixá-la morrer em paz. Aproximou-se dela aquela figura negra em suas vestes e sua alma e exclamou:
— Estou aqui, Joana, para exortá-la pela última vez a arrepender-se de tudo que fez e pedir perdão a Deus! — O senhor é o instrumento da minha morte — disse ela.  No mesmo instante uma enorme labareda ergueu-se, avolumou-se e engolfou Joana totalmente, impedindo que a vissem. E dentro daquelas chamas ouviu-se sua voz, clara e firme, dizendo uma oração. Quando, por breves momentos, o vento esgarçava um pouco de fumaça negra, ela podia ser vista a olhar para o alto, movendo os lábios. Finalmente uma grande labareda misericordiosa ergue-se de repente e ninguém mais pôde ver aquele rosto, sequer aquela figura. Ela externou suas últimas palavras em altos brados: “Jesus!” Um secretário do rei inglês dizia bem alto: “Estamos perdidos; queimamos uma Santa!”
(Twain (2001, p. 452-3)

Joana D'arc tinha apenas 19 anos quando foi condenada e morta no dia 30 de maio de 1431.  
No dia 18 de abril de 1909, Joana d Arc, também conhecida como a Donzela de Orleans, foi beatificada e, posteriormente, declarada santa em 1920 pelo Papa Bento XV. Nesse mesmo ano, ela também se tornou santa padroeira da França. sua família reuniu provas para a revisão do processo, enviado para o Papa Nicolau V, que recusou o caso. Apenas em 1456, o Papa Calisto III deu início a uma revisão. A inocência de Joana foi reconhecida naquele ano e foram considerados hereges os juízes que haviam condenado Joana d Arc.

Os três milagres aprovados que levaram Joana a Beata foram estes:


1) Irmã Teresa de Santo Agostinho, que viveu em Orleans, foi curada de úlceras na perna.
2) A irmã Julie Gauthier, que viveu em Faverolles, foi curada de uma úlcera cancerosa em seu peito esquerdo.
3) Irmã Marie Sagnier, que viveu em Frages, foi milagrosamente curada de um câncer do estômago.
O Papa Pio X solenemente aceitou esses três milagres como autênticos em 13 de dezembro de 1908.
Ele declarou, "Joana de Arc brilhou como uma estrela nova destinada a ser a glória, não só da França, mas da Igreja Universal também."

 Foi por causa de sua virtude heróica que ela foi declarada Beata em 18 de abril de 1909

Os dois milagres necessários para a canonização de Joana d'Arc foram obtidos e autenticados sem muita demora, mas a I Guerra Mundial pôs fim a todas essas atividades.

Em 1920, quando a guerra acabou e os franceses saíram vitoriosos, o Vaticano queria melhorar as relações com o governo socialista.

 A Santa Sé estava disposta a dar-lhes a santa, se o governo francês restabelecesse as relações diplomáticas.



Em seu livro, Saint Joan of Arc, Mons. Leon Cristiani descreveu sua ligação a um dos dois milagres que levaram Joana D'Arc oficialmente a ser declarada santa pela Igreja.

O milagre que ele testemunhou ocorreu em Lourdes, em 22 de agosto de 1909, durante a procissão do Santíssimo Sacramento.
A pessoa em questão era Thérèse Belin, que estava inconsciente quando o Santíssimo Sacramento passou à sua frente. Mons. Cristiani estava desejoso de ver Joana canonizada.

Ele obteve permissão do Bispo de Orleans para chamar Joana D'Arc durante a bênção dos enfermos, na esperança que um milagre poderia ocorrer que poderiam ser atribuídos à intercessão de Joana.

Na primeira invocação a Beata Joana de Arc, Teresa abriu os olhos, na segunda ela se sentou em sua maca e no terceira ela sentiu que tinha sido curada. 


Mons. Cristiani depois entrevistou Teresa e sua madrinha sobre sua doença.

 Informaram-lhe as várias fases de sua doença, as operações que ela teve e os remédios que haviam sido usados ​​sem efeito.

Seu diagnóstico médico foi de tuberculose peritoneal e pulmonar, complicada por uma lesão orgânica do orifício mitral.

Em outras palavras, teve tuberculose em seus pulmões e na cavidade abdominal, que foi complicada por uma lesão orgânica de sua válvula mitral do coração - obviamente ela estava muito doente. 


Outra cura reconhecida ocorreu a Miss Mirandelle que tinha um diagnóstico de mal perfurante plantar o que significa que ela tinha um buraco que atravessou a planta de seu pé.


Joana d'Arc foi canonizada em uma cerimônia grandiosa e solene na Basílica de São Pedro em 16 de maio de 1920.

Sua festa é celebrada em 30 de maio, o dia de sua morte.



Em 10 de julho de 1920, o governo francês fez oficialmente 08 de maio como feriado nacional.

 E pelo 20 de novembro deste mesmo ano, retomou as relações diplomáticas com a Santa Sé.

No aniversário de cinco centésimo de Joana d'Arc da morte, 30 de maio de 1931, houve uma grande celebração em Rouen para marcar este aniversário.

Representantes do governo, exército, universidades, parlamentares, magistrados, o clero e papado compareceram.

 Mesmo o arcebispo de Westminster, Prelado de toda a Inglaterra, veio para expressar a sua grande admiração de suas virtudes. 


Desde a infância mais precoce Joana d`Arc orou ardentemente a partir de seu coração.

Sua vida de oração levou a uma fé fervorosa em Deus. Sua fé em Deus levou-a a amá-lo profundamente.

Este intenso amor a levou a aceitar a vontade de Deus para sua vida.

Se  orarmos, crermos e amarmos serenamente como Joana fez, então nós também seremos usados por Deus!

 Este é o segredo para a santidade de Joana, ela ouviu, respondeu e obedeceu.


"Aqui eu estou o SenhorEu venho para fazer a Tua vontade! Ela declarou em seu julgamento, e sua mensagem para nós é:

"Eu acreditava que era um anjo falando comigo, e eu tive a vontade de acreditar."


Irmã Teresa de Santo Agostinho, uma freira beneditina de Orleans, foi atacada em Dezembro de 1897, por dores agudas no estômago. Estas aumentaram continuamente, acompanhadas pela doença freqüente, até maio de 1900, ela teve vômitos de sangue tão exaustivos que ela parecia estar quase morta.
PRIMEIRO MILAGRE 






Daquele momento em diante, ela nunca saiu de sua cama. Os vômitos se tornaram quase diários e de reincidência constante. Ela estava no dilema de asfixia, se ela tomasse qualquer alimento, ou de morrer de fome se ela não o tomasse.

O médico esperava que ela tivesse morte rápida.

Nestas condições uma novena a Joana d'Arc foi iniciadaem 30 de julho de 1900.

Os vômitos de sangue continuaram quase incessantemente.

 Em 6 de agosto foram mais freqüentes do que nunca.

Na noite de 6 a 7, houve uma crise de fraqueza e de síncope.

No dia 7 os vômitos foram renovados.

Na noite de 7 de agosto, no auge da crise, a Irmã Teresa pede seu hábito, dizendo que ela ia se levantar no dia seguinte, porque ela vai ficar curada.

As irmãs presentes dizem uma a outra, "Peguem o hábito dela, ela vai se preparar para seu enterro."

Enquanto isso, a Irmã Teresa adormeceu até duas horas da manhã. Ao som do sino para Matinas ela queria subir. Foi-lhe dito para permanecer em silêncio até cinco e meia, e ela obedeceu.


Às cinco e meia, na manhã de 8 de agosto, ela se vestiu, desceu para a capela, e orou com os braços estendidos na forma de uma cruz, recebeu a Sagrada Comunhão, jantou com a comunidade sobre a tarifa comum, e não sofreu qualquer inconveniência.

Desde aquela época, a cura perfeita e instantânea foi devidamente fundamentada pela experiência subseqüente de fé na novena.

O SEGUNDO MILAGRE


Irmã Julie Gauthier, de Favrolles na diocese de Evruex,sofreu durante quinze anos a partir de uma úlcera cancerosa na mama esquerda. Um dia, ela estavafalando com sua classe de crianças sobre Joana d'Arc, a idéia ocorreu-lhe de fazer uma novena para a Donzela, pois ela havia deixado de lado toda a esperança de cura por meios naturais.

Mas seus sofrimentos eram tão grandes que ela temia  ser incapaz de fazer uma novena de oração seguida em  nove dias.

Ela lembrou-se então de um plano pelo qual a novena pode ser prontamente concluída. Ela levaria oito das crianças de sua classe para rezar e ela mesma iria fazer a nona oração. Eles iriam juntos dizer as orações por sua recuperação em uma única visita à igreja.

Reunir as crianças ao seu redor e ir com elas rezar ou  receber os Santos Sacramentos, era uma das delícias de Joana d'Arc. Ela faria a mesma coisa.

Eles foram, e, em seguida, e  a irmã Julie, que com dificuldade tinha sido capaz de ir tão a igreja, voltou em pleno vigor. A ferida foi fechada, e a irmã Julie estava perfeita e definitivamente curada.

O TERCEIRO MILAGRE

Marie Sagnier, de Fruges na diocese de Arras, uma freira da congregação da Sagrada Família, sofreu durante três meses de úlceras e abcessos em ambas as pernas. A doença foi diagnosticada como sendo uma afeição tuberculosa da carne e ossos.

Ela fez uma novena a Joana d'Arc. Na manhã do quinto dia os curativos se soltaram, a inflamação tinha desaparecido, as úlceras e os ferimentos foram curados, os ossos haviam se tornados firmes, e Marie Sagnier havia recuperado seu vigor antigo, que tem sido mantido desde então.

ORAÇÃO À SANTA JONA D'ARC


Ó mais pura Virgem e Gloriosa mártir Santa Joana da qual Deus e Seu Eterno Poder tem revelado para o mundo de modo a reviver a fé, a esperança e a caridade das almas cristãs.

Eu me prostro a vossos pés minha querida santa, digna ,virgem, cheia de graça e bondade e peço que receba as orações deste seu humilde servo e obtenha para mim a pureza de teu terrível sacrifício e a fortaleza de sua alma e faça com que eu resista aos mais terríveis ataques e que eu venha a sentir este seu amor ardente para o Nosso Senhor Jesus Cristo, amor este que os mais terríveis tormentos não o fez extinguir em ti .



Assim espero que seguindo este exemplo santo e imitando sua vida, eu possa um dia estar contigo no paraíso. Na hora de minha agonia final venha em meu socorro, fique ao meu lado e me conduza a presença de Jesus. Amém.




quinta-feira, 29 de junho de 2017

"NÃO TENTARÁS O SENHOR TEU DEUS" - Os abusos cometidos pelos "pastores" protestantes quanto ao dízimo e as ofertas.

“NÃO TENTARÁS O SENHOR TEU DEUS”. Dt 6, 16

É com essas palavras de Deuteronômio que começo esse assunto para falar dos falsos pastores que usam da ingenuidade das pessoas para tirar proveito próprio para suas denominações.
Esses “pastores” adeptos da teologia da prosperidade ensinam que para Deus conceder uma graça ou atender seu pedido você tem que fazer um propósito como por exemplo, dar em troca do que eles chamam de prova de “fidelidade”.

Confesso que não fiquei surpreso com um vídeo que vou deixar no final deste artigo para que vocês caros leitores tirem suas conclusões.
Trata-se de um vídeo do Pastor Silas Malafaia onde o mesmo pede descaradamente que os fiéis de sua igreja doem parte de um mês de aluguel somados em um ano para Deus em troca de prosperidade. 
Quer dizer, ele diz que é para Deus, mas é para sua congregação. Ou seja, a pessoa trabalha, como se não bastasse, tem pagar os 10% do dízimo que eles pedem, agora inventaram que os féis de sua igreja se quiser que Deus dê prosperidade ao "crente" terá de fazer essa contribuição absurda. Há outros vídeos de "pastores líderes" da Igreja Universal do Reino de Deus pressionando os outros "pastores" a extorquir seus fiéis. Isso pode ser chamado de cristianismo? Podemos considerar essas denominações como sérias? Sem contar com outros absurdos e heresias que esses que se julgam "pastores" cometem. 
Recentemente vimos noticiados pelos jornais o tal falso apóstolo Valdomiro Santiago, da seita "Igreja Mundial do Reino de Deus", dizendo que sua camisa suja, ensanguentada de uma "suposta facada" que levou fazia milagres. Heresia! porque só o sangue de Cristo pode nos curar e nos salvar. Sangue de nenhum homem pode fazer isso. 
Ele usa isso para convencer os seus fiéis que é um homem de Deus. Mentira! Chora, faz um teatro, diz que está sendo perseguido digno dos filmes de Hollywood. E já se tornou até alvo de piadas na mídia. Tudo isso extorquir ainda mais seus seguidores. Engraçado né ... o Valdomiro que se julga tão santo depois da "suposta" precisou ser socorrido. Ué! mas ele não é milagreiro? Porque não curou a si mesmo? E o povo achando uma maravilha ... hipócritas! Jesus disse que esse tipo de gente são como os antigos fariseus, são como os sepulcros caiados. Por fora muito bonitos, por dentro cheio de mofo e podridões. Jesus disse que esse tipo de gente não entra no céu e nem deixa os outros entrarem. (Mt23,27-32)

Tem muita gente de boa intenção, mas ignorantes na fé tentando a Deus, se escandalizando por causa disso. Ai daquele que se escandalizar, disse Jesus. (Mt18,6) Na verdade, tudo que eles desejam é acumular fortunas, comprar fazendas, helicópteros, mansões, apartamentos em lugares valorizados. Eu desconheço, nem vou falar do Exterior, vou citar alguns exemplos de nomes aqui no Brasil. Procure saber qual é o patrimônio desses "pastores". Paiva Neto, Silas Malafaia, Edir Macedo, RR Soares, Valdomiro Santiago, etc. Sem contar que muitos desses "pastores" estão envolvidos com a maçonaria.
Procure saber o que eles têm se suas fortunas são compatíveis se recebessem apenas um salário de pastor. A diferença é que como eles arrecadam e hoje, pela Lei brasileira as igrejas são insentas de declararem o Imposto de Renda. O que é um erro porque hoje para abrir uma "igreja" precisa tirar CNPJ, ela se torna pessoa jurídica como qualquer outra empresa. Mas como essas instituições tem o aval da Lei passam fácil aos olhos dos mais simples.  Qual o Deus deles senão o dinheiro, o poder o ter mais e mais ainda que custe o sacrifício daquele que muitas vezes deixa de comprar o pão do filho para dizimar ou ofertar. 
"Não tentarás o senhor teu Deus" - foi o que  disse Jesus a satanás. satanás também prometeu prosperidade a Jesus se ele o servisse. Satanás sabia que nada disso era verdade que Deus era o dono de tudo, no entanto ele tenta Jesus. "Se me prostrares e adorares tudo isso será seu!"  Veja se não mais ou menos assim que acontece. E aí tentam a Deus acreditando nesses falsos pastores. Enchem a boca para dizerem que são crentes, pregadores da palavra de Deus. Oh! creem em quem?                
 Bem, isso não é nada, ainda há mais ... Outros líderes dessas seitas como a IURD pedem apelando até para propaganda e usam artistas, como se a Igreja fosse uma empresa. Vendem Jesus como se ele fosse um produto qualquer na prateleira de supermercado. Apelam até para falsos depoimentos. Usam a Mídia como ferramenta para venderem prosperidade como se fosse um produto.   
 Eles usam de uma lábia sensacional e da oratória, alguns fazem até curso para isso, para arrancar a todo custo em nome de um “Deus” que só dá se você contribuir. E até metem medo nas pessoas. Mentira! Mentira! Mentira! – No fundo o que esses “pastores” querem é encher os bolsos sem esforço algum e usam de estratégias para obterem lucro em nome de um Deus que não compactua com esse tipo de coisa. 

O que eles querem é encher seus cofres, andar de avião, de carro importado, é pagarem para que seus filhos estudem nos melhores colégios e morarem em apartamentos em zona nobre ou então em mansões. Enquanto que a prosperidade dos seus fiéis é diferente, muitas vezes é ir de ônibus coletivo para o trabalho, ter um carro velho, receber salário mínimo e terem seus filhos estudando em escolas públicas. Onde está o compromisso desses líderes com as causas sociais e com seus fiéis. Nenhum. Onde moram seus fiéis, muitas vezes em lugares insalubres, em casebres, recebem pouco. Dormem mal e acordam cedo para trabalharem. Moram nos submundos das favelas, no meio da fome e da violência.  

Além de explorarem a fé das pessoas de um modo vil e cruel, cometem o grave pecado da indução ao erro da interpretação da Sagrada Escritura. Do engodo e da lavagem cerebral prometendo aquilo que Deus jamais irá fazer, pois Deus é inimigo da riqueza, do poder, da exploração dos fracos. Usurpam a palavra Jesus, mas, Ele disse que "aquele que escandalizar um pequenino seria melhor se fosse atirada ao mar com uma pedra de moinho no pescoço que levar os pequeninos ao escândalo". (Lc17,2) Jesus no evangelho usa a pessoa da criança, que ele chama de pequeninos, como linguagem figurada para dizer que ninguém tem o direito de escandalizar, abusar do pobre, do indefeso, do marginalizado, daqueles que a lei e a Igreja (nos dias de hoje) esqueceram. Esses pequeninos do reino são justamente aqueles que são explorados pelo sistema capitalista, pelo civil e o religioso que ao invés de dar apoio e proteção, os exploram anunciando a eles um Jesus que só salva o pecador se ele for bom contribuinte com as ofertas e o os dízimos. Esse Jesus que eles pregam só existe para eles porque é um Jesus interesseiro, diferente daquele Jesus que disse: "Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância". Jo10, 10.   
O principal de um líder religioso não devia ser o acúmulo de bens e dinheiro, mas, é salvação das almas. É conduzir as pessoas ao conhecimento e a experiência de Jesus e com ele conhecer a graça da salvação. É esse o papel da Igreja e dos seus pregadores.
No entanto, esses “lobos em pele de cordeiro” estão mais preocupados em vender um “Deus” que eles criaram para suas fontes de lucro, do que o Deus vivo e verdadeiro que eles dizem seguir. E o pior, incham como sapos para denegrirem a imagem da Igreja Católica como se a deles fossem tão santas. Já ouvi alguns “pastores” dizerem, (porque está na moda, aliás, eles criaram essa moda não sei de onde), que não falam de religião, que religião e Deus não combinam... Claro! do ponto de vista deles não combina mesmo, porque a religião ensina Deus abomina a ganância, a opulência a vaidade e a riqueza. Logicamente um ser religioso não vai ter a coragem de explorar seus semelhantes como eles fazem. Sem falar que assaltam seus fiéis passando-lhes mel na boca ao invés de um revólver, são estelionatários da fé. Deus não é um comerciante. 
Deus nos dá de acordo com o que merecemos o necessário para nossa vida. A uns mais, a outros menos, como na parábola dos talentos. No final seremos chamados a prestar contas. Se Deus fosse um comerciante quanto você acha que valeria o sofrimento de Cristo na Cruz por você? Impagável não é mesmo? Pois Deus enviou seu Filho para nos salvar e como não podíamos pagar por isso ele se ofereceu livremente em sacrifício por nós. Ele não nos pediu dinheiro, apenas pediu que crêssemos em seu nome e o aceitasse como Senhor e Salvador. Agora eu vejo muitas pessoas batendo no peito, dizendo que aceitou Jesus, orgulhosos dizendo serem “crentes” caindo nessa contradição.  Nós não temos nada a pagar para Deus. Jesus já fez isso por nós. Devemos buscar a Deus livremente como verdadeiros filhos obedientes a ele e viver segundo sua Palavra. Disse Jesus: "Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça, e tudo mais lhe será dado em acréscimo" (Mt6, 33),  diz Nosso Senhor Jesus.
            Estive pesquisando a Sagrada Escritura para ver se o que esses “pastores” andam dizendo, se essa tal “teologia da prosperidade” bate com os ensinamentos bíblicos e eu descobri que esse negócio de dar algo em troca das bênçãos de Deus, ou para conseguirem um propósito diante de Deus, além de um atentado é tentar o próprio Deus. É uma abominação e afronta o próprio Evangelho.
            Jesus ao enviar seus discípulos mandou-os de dois em dois. Tais deveriam entrar nas cidades, não levarem mochilas, nem dinheiro. Comerem o que fossem oferecidos e oferecer o ósculo da paz. (Mt10, 9)
            Jesus também disse que não devemos ajuntar tesouros na terra, mas sim, no céu onde a traça não rói e a ferrugem não corrói. (Mt6, 19)
            Jesus disse que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino do Céu. (Mt19, 24)
            Mostrando que a riqueza e a opulência não vale para nada, temos como exemplo a parábola do rico e do Lázaro, onde o rico opulento foi para o inferno porque na terra dava mais valor às riquezas e não fazia caridade.  
            O Livro dos Atos dos Apóstolos (At2, 44-47) nos mostra a verdadeira identidade do cristianismo; na Comunidade dos primeiros cristãos os ricos que se convertiam vendiam suas propriedade e entregava aos Apóstolos como ofertas para as obras de caridade. Os bens eram repartidos por igual, de modo que ninguém passasse necessidade. Mas não fala nada em dar ofertas nas esperança de obter prosperidade. A única coisa que a bíblia fala que Deus concedia graças pela fidelidade e pelo amor ao próximo que eles tinham cumprindo o Mandamento de Jesus na última ceia, “amai-vos uns aos outros como eu vos amei!”.
Aliás, as ofertas e os dízimos que damos não é para Deus, mas, para sua obra. As ofertas e os dízimos devem serem dadas de coração. Isto é, voluntariamente pela própria pessoa e não algo forçado. 
Recentemente eu vi uma postagem no Facebook onde uma pessoa que sendo frequentadora da Igreja Universal do Reino de Deus, não estava sendo fiel com o dízimo e recebeu da IURD  uma carta de protesto. Sim! Uma carta de protesto, tipo aquelas que as pessoas inadimplentes recebem do Cartório ou do SPC/CERASA. Onde está escrito na Bíblia que Jesus mandou fazer tal coisa?  
  
Logo, esses charlatões fazem o que querem com a palavra de Deus sem temer pela justiça divina. E levam muitos de seus seguidores a pecarem ofendendo a Deus. Usam o nome de Deus em vão. Tratando Deus como um comerciante, que é um absurdo, como se Deus fosse o empregado e nós seus patrões. "Sede fiel, dizem eles, façam a experiência (dando-lhes dinheiro), se não for fiel Deus não atenderá seus pedidos". Não é assim que eles pregam? Bando de mentirosos. 
Agem como verdadeiros Judas Iscariotes. Traem enganam, mentem descaradamente em nome de uma fé, mas não é a fé em Cristo, mas, sim, a fé pelo dinheiro. Pelo ter mais e mais. 
A Bíblia nos fala que Deus antes mesmo de você nascer já sabe o que você é, e o que terá. Ele dará a você segundo achar necessário. O resto você deverá correr atrás honestamente para conseguir com o suor do trabalho. Porque o home  deve prover o seu sustento com o suor do seu trabalho. (Gên3, 19). 
E falando nisso, honestidade é coisa que esses que se julgam “pastores” não têm. No Novo testamento Jesus não fala nem sequer que devemos dar o dízimo. O dízimo foi introduzido muito tempo depois, nem na Igreja Católica existia, porque o dízimo é para quem é Judeu. Quem pagava o dízimo era os sacerdotes da tribo Levi (os Levitas). Jesus embora sendo judeu, descendente de Davi ele não era da tribo de Levi, ele era descendente da tribo de Judá. Jesus nunca se referiu abertamente sobre o dízimo. Ele falou sim da esmola, no sentido da caridade, do Jejum e da Oração. Mesmo assim quem o fizesse deveria fazê-lo secretamente. (Mt6, 1-8)  E quando interrogado sobre se era lícito ou não pagar o dízimo e os impostos ele disse: “Dai a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus!”, (Mt22, 21) mas, aqui Jesus quer dizer que como filhos de Deus, devemos cumprir as leis de Deus e dos homens. Jesus jamais pediu algo em troca, nem fazer uma “experiência” de um Deus que só dá se você contribuir. Mas alguém pode perguntar: Mas na Igreja Católica é  a mesma coisa tem dízimo e ofertas. Sim! Não sou contrário que se dê dízimo e as ofertas. Desde que tais sejam usados para as obras da Igreja.  Jamais Deus disse (lá no Antigo Testamento) que o dízimo era pala ele, mas, para manter a sua casa. Eis o texto: "Trazei os dízimos à casa do tesouro, para que haja alimento em minha casa!" (Ml3, 10) 
 E o dízimo era 10% daquilo que possuíam e não se tratava apenas dinheiro. Quem devia pagar o dízimo era os sacerdotes levitas. São Paulo nos dá uma orientação sobre o dízimo:  "Cada um dê conforme o coração" com alegria e não forçadamente e não há valor estipulado (IICor9, 7); é o que recomenda a Igreja, e não 10% como querem os protestantes. O que podemos perceber é que o dízimo no AT é um jeito e no NT é outro. 
O dízimo não foi instituído no cristianismo,  portanto, para nós cristãos ele deixa de ser um pagamento obrigatório de 10% mas no sentido de "dar conforme o coração". Outra coisa que devemos saber é:   O Dízimo não pode ser usado para coisas fora da Igreja, nem mesmo em obras de caridade, ele é para manter a Igreja. Para isso o padre ou pastor deve trabalhar para manter a si próprio. Pedro, Paulo, e todos os Apóstolos trabalhavam. É diferente das ofertas que podem ser empregadas nas diversas obras sociais e serviços da Igreja. O que nós vemos hoje acontece com essas seitas que recebem milhões em dízimos e ofertas enquanto suas denominações passam necessidades. 

A Igreja Católica Apost. Romana orienta que você pode dizimar com o quanto seu coração desejar, porém, o mínimo recomendado é 01% do salário que você ganha; e se dizimar não está obrigado a dar ofertas. Tem muitos padres e bispos por aí forçando a barra também pedindo mais do que a Igreja exige. Este 01% também é uma questão de justiça já que a maioria dos fiéis recebem um salário mínimo ou menos. Nenhum católico é obrigado a dar o dízimo mais que 01% se o faz deve fazer por opção. Nenhum padre ou bispo católico pode reter para si bens da Igreja. Quando estes mudam-se de dioceses e paróquias levam apenas seus pertences pessoais.

 Diferente de alguns pastores que ao deixarem uma determinada congregação carregam tudo da igreja. Recentemente eu vi  a luta de um amigo meu evangélico (faz do ministério música) que estava fazendo uma rifa para comprar instrumentos musicais porque o pastor de sua igreja se mudou e levou consigo todo o dinheiro e os pertences da igreja, inclusive os, microfones, aparelhos de som e os instrumentos. É para isso que servem o dízimo e as ofertas que eles pedem?  

Pois é, meus caros amigos e irmãos. São tantas passagens na Bíblia que contradizem esses picaretas. Lembremos que quem promete dar riquezas e prosperidade a “baixo custo” não é Jesus, nem Deus, é o próprio diabo. 
Não podemos esquecer o dia em que Jesus foi tentado, o diabo lhe prometeu muitas coisas, riquezas, sucessos, fama, etc. Mas, Jesus não cedeu, combatendo-o disse essas palavras: “Não Tentarás o Senhor teu Deus”. Não tentemos a Deus como se Deus fosse nosso empregado.  Todas as vezes que você ouvir de um "pastor" dessas seitas dizer que você deve dar algo em troca se quiser ter prosperidade, lembre-se dessas palavras que Jesus disse para o diabo. “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Eu não devo nem tenho o direito tentar o Senhor meu Deus prometendo o dando algo para que ele me dê prosperidade em troca. A Igreja existe para mostrar o caminho da salvação, ela é uma ponte que deve te levar para Deus. Igreja não é instituição financeira, banco, loja. Igreja é a comunidade daqueles que querem viver uma proposta o Reino de Deus. Quem quiser ter prosperidade que vá trabalhar, vá ganhar seu sustento aí sim, Deus te abençoará e multiplicará seus bens. Não faça como aquele empregado da parábola que tendo recebido um talento, preferiu esconder que trabalhar para que seu dinheiro rendesse. Esse talento que Deus nos dá é a Fé. A Igreja existe para que possamos crescer a nossa fé e não ser um local de comércio. Onde só fala em dinheiro. Notem que esses charlatões só falam de duas coisas em seus cultos o diabo e o dinheiro, se não estão falando do diabo estão pedindo dinheiro  e Jesus fica por último. Nas "igrejas" deles Jesus nunca sofreu, não passou por dificuldades e não morreu na cruz. Nessas seitas tudo o que lhes interessa é mostrar um Jesus de aparências. Mas Jesus disse: "Meu Pai trabalha e eu também trabalho" (Jo5, 17). Deus dá prosperidade para quem trabalha.          
Deus não é nosso empregado, muito menos um comerciante em que você troca dinheiro pela graça. Jesus disse: “Que adianta ao homem ganhar tudo na vida, se vier a perder a sua alma que é o bem mais preciso que ele tem?” Mc8, 36
Assistam os vídeos e tirem suas conclusões. Contra fatos não há argumentos.




quarta-feira, 21 de junho de 2017

SÃO JOÃO BATISTA, DENTRE OS NASCIDOS DE MULHER NINGUÉM FOI MAIOR QUE ELE.

“Naqueles dias apareceu João Batista, pregando no deserto da Judeia. Dizia ele: “Fazei penitência porque está próximo o Reino de Deus!”  Mt 3, 1-2 

JOÃO BATISTA. NENHUM PROFETA FOI MAIOR QUE ELE. DISSE JESUS.  (Mt 11, 11)

               
    No dia 24 de junho celebramos a festa de São João Batista.
    Ele é um dos santos mais que celebramos no mês de junho, juntamente como Santo Antônio de Pádua e São Pedro Apóstolo.
    Vamos aprender um pouco sobre a origem das festas juninas:

As festas juninas homenageiam três santos católicos: Santo Antônio (no dia 13 de junho), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). No entanto, a origem das comemorações nessa época do ano é anterior à era cristã. No hemisfério norte, várias celebrações pagãs aconteciam durante o solstício de verão. Essa importante data astronômica marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que ocorre nos dias 21 ou 22 de junho no hemisfério norte. Diversos povos da Antiguidade, como os celtas e os egípcios, aproveitavam a ocasião para organizar rituais em que pediam fartura nas colheitas. “Na Europa, os cultos à fertilidade em junho foram reproduzidos até por volta do século 10. A Igreja decidiu aproveitar a idéia e cristianizá-las, substituindo o paganismo.  Instituiu os dias de homenagens aos três santos no mesmo mês”, Santo Antônio de Pádua (13/06), São João Batista (24/06) e São Pedro e São Paulo (dia 29/06).
Os índios que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses também faziam importantes rituais no mês de junho. Apesar de essa época marcar o início do inverno por aqui, eles tinham várias celebrações ligadas à agricultura, com cantos, danças e muita comida. Com a chegada dos jesuítas portugueses, os costumes indígenas e o caráter religioso dos festejos juninos se fundiram. É por isso que as festas tanto celebram santos católicos como oferecem uma variedade de pratos feitos com alimentos típicos dos nativos.

AS DANÇAS
A quadrilha é de origem francesa, surgiu a partir do século XVII.
Em pares, os dançarinos fazem uma seqüência coreografada de movimentos alegres. O estilo chegou ao Brasil no século 19, trazido pelos nobres portugueses, e foi adaptado e ganhou forte aceitação dentro dos festejos juninos.
Sanfona, tambor, violão, viola caipira pandeiro, zabumba, triângulo, etc. são instrumento usados para tocar as músicas, os forrós, nome também herdado de uma antiga dança portuguesa (o Vira) que era dos camponeses portugueses.  
A FOGUEIRA E SEU SIGNIFICADO DENTRO DO CRISTIANISMO

A fogueira já estava presente nas celebrações juninas feitas por pagãos e indígenas, mas também ganhou uma explicação cristã: Santa Isabel (mãe de São João Batista) disse à Virgem Maria (mãe de Jesus) que quando São João nascesse acenderia uma fogueira para avisá-la. Maria viu as chamas de longe e foi visitar a criança recém-nascida. Bem, há de se lembrar que na antiguidade não existia luz elétrica, nem a gás. O fogo era utilizado para iluminar os pátios durante as festas e também servia de comunicação em certos casos. No Brasil colonial também não existia energia elétrica, portanto, a fogueira também era utilizada do mesmo modo. Aqui vale lembrar que no campo teológico o fogo representa Jesus Cristo Ressuscitado, quando Ele mesmo diz no evangelho: “Eu sou a Luz do mundo”. Também no cântico de Zacarias, pai de São João Batista ele se refere a Deus como “Sol Nascente que nos veio visitar”.         
AS MÚSICAS TRADICIONAIS
As músicas juninas variam de uma região para outra. No Nordeste, as composições do sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga são as mais famosas. Já no Sudeste, compositores como João de Barro e Adalberto Ribeiro (“Capelinha de Melão”) e Lamartine Babo (“Isto é lá com Santo Antônio”) fazem sucesso em volta da fogueira
AS SIMPATIAS

Os três santos homenageados em junho – Santo Antônio, São João Batista e São Pedro – inspiram não só novenas e rezas, como também várias simpatias. Acredita-se, por exemplo, que os balões levam pedidos para São João. Mas Santo Antônio é o mais requisitado, por seu “poder” de casar moças solteiras. A IGREJA CATÓLICA PROÍBE AS SIMPATIAS, PORQUE ELAS REMETEM ÀS PRÁTICAS PAGÃS E QUEM AS FAZEM COMETE PECADO. SE SUJEITAR A ESSAS PRÁTICAS É VOLTAR AO PAGANISMO, COISA QUE A IGREJA LUTOU TANTO PARA ACABAR. A IGREJA RECOMENDA A DEVOÇÃO DOS SANTOS, COMO AS ORAÇÕES, MISSAS, NOVENAS, TREZENAS. MAS PROÍBE AS SIMPATIAS PORQUE AS MESMAS SÃO PRÁTICAS ANTICRISTÃS.   
CARDÁPIO TÍPICO

A comida típica das festas é quase toda à base de grãos e raízes que nossos índios cultivavam,  milho, amendoim, batata-doce e mandioca. A colonização portuguesa adicionou novos ingredientes e hoje o cardápio ideal tem milho verde, bolo de fubá, pé-de-moleque, quentão, pipoca, doces e outras gostosuras. Caldos de mandioca, curau e pamonha de milho verde, tapioca, etc. O cardápio de comidas típicas da festa junina no Brasil é muito farto, varia de região para região. 

     No calendário litúrgico, São João Batista é o único que tem dois dias do ano em sua memória: O dia de seu nascimento e o dia de sua morte, a Igreja celebra no dia 29 de agosto. São José esposo de Maria, também tem duas datas comemorativas mas em sentido diferente, uma em 19 de março (São José esposo de Maria) e no dia 01 de maio São José Operário (ou trabalhador).      
            
    Vamos aprender um pouquinho sobre este que foi um homem e um profeta extraordinário. Sua figura aparece no Antigo e no Novo Testamento com destaque. O profeta Malaquias disse: “ Eis que vos envio o meu mensageiro ante tua face. Ele preparará o caminho diante de ti.” (Ml 3,1)  

             (Lc1, 5 -80) São João Batista era primo de Jesus. Filho de Zacarias (o sacerdote) e Isabel, que era prima de Nossa Senhora. Deus o havia escolhido para a missão de ser o precursor do Messias. Seus pais em idade avançada não conseguiam ter filhos. Eles desejavam muito ter um filho.
              Isabel, assim como Sarah, mulher de Abraão era estéril. Rezaram a Deus pedindo a graça de ter um filho. Zacarias era sacerdote do Templo. Certa vez, estando no santuário para oferecer o perfume, apareceu-lhe um anjo do senhor que se pôs-se em pé à direita do altar do perfume. Zacarias vendo-o ficou perturbado, mas o anjo disse a ele que a oração de Isabel foi ouvida e que ela teria um filho e ele daria o nome de João. Que seria grande diante do Senhor, motivo de muita alegria. Não beberia vinho, nem cerveja, e desde o ventre de sua mãe seria cheio do Espírito Santo.
Ele converteria muitos em Israel com o Espírito do poder de Elias, iria reconduzir  o coração  dos pais aos filhos rebeldes à sabedoria dos justos para preparar um povo bem disposto.

{Observação: O que o escritor queria dizer quando afirmou que João teria a força do Espírito de Elias? Seria, então, João Batista uma reencarnação do profeta Elias? A resposta é: Não! Podemos entender que a força da profecia e coragem de João Batista é comparada à força que Deus deu para o profeta Elias. A História do profeta Elias é que ele venceu tudo até o medo para profetizar em nome de Deus, também mostrou o poder de Deus contra os adoradores de Baal; combateu duramente os falsos deuses e seus seguidores e levou o povo a buscar novamente o verdadeiro Deus de Israel. Elias sai do deserto e vai profetizar ao seu povo. João também sai do deserto para profetizar ao seu povo. Assim, essa mesma força de Deus seria dada a João Batista na missão que ele iria desempenhar como o precursor do Messias. Assim, foi dado a ele as mesmas virtudes que Deus deu ao profeta Elias. Ele enfrentou a corrupção de Herodes, denunciou a idolatria, anunciou com firmeza e clareza a chegada do Messias, proclamou um novo tempo que viria, combateu a arrogância daqueles que achavam que eram os donos da verdade. Converteu muitos corações e mesmo na prisão não se calou, incomodou muitos que não aceitavam a proposta de Salvação que viria; aplainou os caminhos anunciando que era preciso que o povo se convertesse, que mudassem de atitude pois estava chegando a hora do Reino de Deus acontecer. Pois Deus separaria o trigo da palha que seria queimada. E muitos dos primeiros discípulos de Jesus que o seguiram eram discípulos de João Batista, acreditaram nas suas palavras e O seguiram.}
   
Continuando...  Zacarias no entanto, perguntou ao anjo como aconteceria isso, porque ele era velho e também sua mulher. O anjo então disse que era Gabriel, aquele que assistia a Deus e foi enviado para enviar-lhe tal mensagem. E como tal Zacarias por ter duvidado ficou mudo até que se cumpriu o tempo do nascimento de João. 

Deus fertilizou o ventre estéril de Sarah em "terra fértil" para conceber Isaac. Deus fertilizou o ventre de Isabel para conceber João Batista. Nos dois casos Deus envia seu anjo para dar esta notícia da promessa. Ambas oraram a Deus pedindo esta graça. Deus não os deixou  sem resposta. O anjo Gabriel veio ao encontro de Zacarias. Também em Nazaré o anjo Gabriel vai ao encontro de Maria para anunciar a concepção do Salvador. 
   
               Decorrido os dias,  Isabel deu à Luz. No oitavo dia em que levaram o menino para ser circuncidado conforme a Lei de Moisés, queriam que ele se chamasse Zacarias como seu pai. Mas, sua mãe interveio e disse: Não! Ele se chamará João. Disseram, mas, não existe ninguém na tua família com esse nome, e perguntaram por acenos a Zacarias como é que deveria ser o nome do menino. Ele pedindo uma tabuleta escreveu: “João é o seu nome”. E logo abriu-lhe de novo as palavras de sua boca e ele falou, bendizendo a Deus, cantou um hino de Ação de Graças a Deus. Que na liturgia das horas rezamos, o famoso “Cântico de Zacarias”.
João foi crescendo fortificado pelo Espírito;  viveu no deserto até os dias em que se apresentou diante do povo de Israel para preparar o caminho do Senhor para sua vinda. 

João Batista já moço, pregava o arrependimento e dava o batismo em sinal de conversão. Ele anunciava a chegada do Messias, Jesus Cristo. Advertiu o povo para que se arrependesse e que fizesse penitência porque o reino de Deus estaria próximo. Converteu a muitos e tinha muitos seguidores. Foi temido e respeitado, porque falava com autoridade sem perder sua humildade. Pregava a caridade (Lc3, 11-15). Sua mensagem era tão forte que muitos acharam que ele era o Messias. Mas João a respeito, disse com humildade: "Eu não sou o Messias, depois de mim virá outro!" ... “Eu vos batizo com água, mas virá outro após mim, eu nem sou digno de desatar a correia de suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele terá a pá na mão e limpará sua eira, separará o trigo, mas queimará a palha num fogo inextinguível”. (Lc3, 10-17).
E assim se passaram os dias, e completando sua missão até que chegou o momento de sua partida (seu martírio). Primeiro batizou Jesus, anunciou-o pessoalmente a todos como o “Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo”. Na Apresentação no Templo, os pais de Jesus juntamente como o sacerdote Simeão apresenta Jesus menino ao Pai. No batismo de Jesus, São João apresenta-o ao povo o Cordeiro de Deus que veio para tirar o pecado do mundo, isto é, nos salvar.  É São João que apontou apresenta toda a missão de Jesus em primeiro lugar.

Essa oração o sacerdote antes de comungarmos eleva o Corpo e Sangue de Jesus, apresenta-O como fez João Batista fez no batismo de Jesus. "Eis o cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!". E nós respondemos nas palavras daquele centurião romano em Cafarnaum, o seu criado estava doente e foi encontro de Jesus para curá-lo. E quando Jesus disse: "Vou lá e o curarei". ele achando-se indigno por ser um soldado romano, (os judeus tinham os soldados romanos como impuros e Jesus era judeu), disse a Jesus: "Senhor, eu não digno que entreis em minha casa. Basta dizer uma palavra e meu servo será curado". Mt8, 5-8. Assim aconteceu a cura. Nós dizemos em resposta após essas mesmas palavras de São João Batista, quando o sacerdote apresenta o Corpo do Senhor na Eucaristia: "Senhor eu não sou digno que entreis em minha morada, (não referindo à casa de tijolos, mas o nosso interior), mas dizei uma palavra e seremos salvos!"

A partir do batismo de Jesus  por João, Ele é preparado para a missão. Jesus vai para o deserto se recolhe em Oração e volta para cumprir sua missão.
João Batista sabendo do fim de sua missão, pois o Messias já tinha chegado, num gesto de humildade disse: “É necessário que eu diminua para que Ele cresça”.  Anunciando assim, a sua hora derradeira. Depois de um certo tempo, João Batista foi preso a mando do rei Herodes que se sentiu incomodado com suas palavras um tanto "ameaçadoras", pois estava vivendo em adultério com Herodias, mulher de Felipe seu irmão, e portanto eram cunhados; João Batista quis chamá-lo ao arrependimento e, mesmo Herodes tendo certo respeito por ele contudo, não aceitou e zangado o mandou para a prisão. Ali permaneceu preso  até o dia de sua morte.
 A amante de Herodes, Herodias, tinha um filha chamada Salomé. Uma linda jovem que enfeitiçou o devasso Herodes.
Certa ocasião enquanto Herodes dava uma festa pediu que Salomé dançasse para ele com a promessa de poder dar-lhe até a metade do seu reino. Salomé dançou e depois pediu o cumprimento da sua promessa. Mas, sua mãe, que tinha ódio de João Batista por ele dizer a verdade sobre a situação escandalosa em que viviam,  orientou a filha a pedir a cabeça de João Batista. E como  o rei Herodes não podia voltar atrás na promessa que tinha feito à Salomé, mesmo não querendo, pois no seu íntimo admirava João, mandou degola-lo, e assim os soldados fizeram e sua cabeça foi trazida num prato e apresentada ao rei.
Pois bem, essa foi a saga de São João Batista. Um homem que desde o ventre de sua mãe era cheio do Espírito Santo. Sua voz era destemida e forte. Mas ao mesmo tempo era suave como o mel porque ele anunciava as maravilhas do reino de Deus. Era respeitado. Jesus chegou a dizer que nenhum dos filhos de mulher foi maior que João, no entanto será maior do que ele aquele que for o menor, e no reino de Deus será maior que João. (Mt11, 11). Quem de nós será capaz de dizer, eu sou maior que João Batista? ...
Tendo partido os discípulos de João, o Senhor faz um elogio magnífico do mestre deles. A multidão que havia presenciado a cena, mas ignorava os motivos ocultos da questão proposta em nome do Precursor, tinha talvez conservado disto uma impressão desfavorável, e considerado João como um homem volúvel e movediço. A homenagem pública que a ele presta Cristo desvanece todas as suspeitas. A história do Batista está resumida toda inteira no panegírico feito por Jesus, agradável tanto por seu tom vivo, rítmico, como pela elevação de seus pensamentos. Que saístes para ver no deserto? Alguma cana que se move com qualquer vento? Mas o que saístes para ver? Um homem vestido com vestes delicadas? Sabeis que os que se vestem com roupas delicadas estão nos palácios dos reis. Enfim, o que saístes para ver? Algum profeta? Sim, eu vos digo, e mais que profeta. Pois é ele de quem está escrito: Eis que eu envio meu anjo a tua frente, o qual irá diante de ti preparando-te.

Meus irmãos, nos tempos de hoje somos chamados a ser como João Batista. Agora, não mais anunciando a vinda de Jesus fisicamente como em Belém. Mas anunciando o reino de Deus e a segunda vinda de Jesus, o Justo Juiz, que virá buscar sua Igreja.
Ora, dentro deste contexto, cabe-nos uma reflexão da nossa tarefa de discípulos anunciadores do reino de Deus. Em nossas casas, em nosso trabalho, em nossas Igrejas, como anda minha atitude de discípulo de Jesus.
               Ao celebrarmos a memória do nascimento de São João Batista nós também temos que aprender muito sobre como viveu esse homem, que antes mesmo de Jesus vir ao mundo ele já vivia tudo aquilo que posteriormente Jesus vai ensinar nos Evangelhos. A fé, a Esperança e a Caridade estava estampada na vida e nas ações de João. O amor, o perdão, o chamado ao arrependimento, a Humildade. Virtudes essas  que não vemos em certos pregadores de hoje. João andava a pé, morava no deserto, sua dieta era mel e gafanhotos (diga-se de passagem, quem de nós comeria isso hoje?). Ele passou por muitas dificuldades mas nunca desviou do caminho. Tinha muitos seguidores, pobres e ricos. Podia fazer como fazem os pregadores hoje, encher a sacola de dinheiro, afinal ele estava cumprindo sua missão do mesmo jeito... porque não tirar proveito da situação? No entanto, meus irmãos, São João Batista foi servo até o fim e não cessou seu testemunho, tanto que até hoje nós recordamos sua memória.
É ele que vai pela primeira vez anunciar o que seria futuramente o dia de Pentecostes: “Vos batizará no Espírito Santo e no fogo!” – e não foi o que aconteceu quando lemos Atos2?   

               Ah meus irmãos! Diante da postura que teve o pregador e precursor João Batista, cabe-nos perguntar o que ele diria aos pregadores, sacerdotes de hoje quanto às suas pregações. Certamente ele iria ficar muito bravo. São João pregava o despojamento de si mesmo. “Aquele que tiver duas túnicas dê uma a quem não tem”. Isto é, quem tem mais deve repartir o que tem com quem não tem.  E o que vemos hoje acontecer em certas denominações, não só dentro da Igreja Católica é  tudo o contrário. Não se fala em outra coisa senão em dinheiro. A paga do dízimo e as ofertas se tornou mais importante que a própria palavra de Deus. Quem não paga não é bom cristão. Ora! São João não precisou de um tostão para pregar o reino de Deus e no entanto, o fez com muito amor e zelo a ponto de ser elogiado por Jesus como o maior dos profetas. Talvez se tivesse posses e dinheiro sua missão não seria completa. Seria sabotada pela ganância, pela arrogância. São João foi pobre, ao mesmo rico da sabedoria do Alto, ele dava tudo de si e oferecia sua maior riqueza, o anúncio de uma pregação limpa, verdadeira, coerente com sua vida e que chegava aos ouvidos de todos. Era uma linguagem de amor para aqueles que estavam esperando uma palavra de conforto mediante a tantas agruras e opressões.
                E suas palavras ecoam até hoje no meio de nós. Orai, fazei penitência, praticai a caridade, pois o Senhor está chegando. Seremos julgados pelas nossas obras. O que João manda fazer, Jesus confirma: Perdoar sempre, amarmos uns aos outros,  dar pão a quem tem fome, dar água a quem tem sede, jejuar, orar sem cessar, vigiar, dar aos pobres o quem tem e seguir os passos do mestre. Terminando sua jornada ele disse para seus discípulos: "De agora em diante é a ele (referindo -se a Jesus) que deveis seguir".
               Renunciar a si mesmo e tomar a cruz, ser misericordiosos como o Pai, não se preocupar com o que comer ou vestir, não se preocupar com o que vão ganhar mas entrar e comer o que lhes for oferecido, servir como Jesus serviu. E tantos outros ensinamentos. Tudo isso São João viveu bem antes de Jesus pregar essas palavras.
               No que lemos sobre São João Batista, os evangelistas nos apontam aquele que transmite até hoje como vigor suas palavras. Mais ainda é seu exemplo de pregador, de profeta. Nós somos chamados como São João a ser testemunhas de Jesus, apresentar Jesus como o Salvador às pessoas. Quantos que não conhecem Jesus como Senhor e Salvador?
               No mundo globalizado em que vivemos todos conhecem Jesus mas, nunca fizeram uma experiência com Ele. Aquele encontro de São João com Jesus no rio Jordão não foi o primeiro. O primeiro encontro que São João teve com Jesus foi quando Jesus foi antes no ventre de sua mãe Isabel, quando Nossa Senhora o levou em seu ventre imaculado e foi visitar Isabel grávida. Ali aconteceu o primeiro encontro de João com Jesus. Naquele momento em que Isabel saúda Nossa Senhora, João pula de alegria no ventre de Isabel. "DE onde me vem a honra de receber a mãe do meu Senhor?"  Esse encontro do Salvador com o Precursor não foi somente um encontro de primos, mas já anunciava que a História do povo de Israel e também a nossa começava a mudar ali. É Jesus que vem ao encontro  de João, é João que responde com alegria esta chegada.
               A voz que clama no deserto clama par nós hoje. (Is 40,3); Estamos preparando o caminho do Senhor? Como anda meu trabalho evangelizador na minha casa, na minha paróquia, no meu trabalho, na minha escola?
               Tomemos para o exemplo de São João Batista e peçamos a Deus que ele nos ajude e interceda por nós para que sejamos também a seu exemplo grandes testemunhas do reino de Deus. Como São João sejamos a voz que grita no deserto: “Aplainai os caminhos do Senhor!”  
Homem mais forte do que uma rocha

 Comentários compilados por Santo Tomás de Aquino na "Catena Áurea"
São João Crisóstomo - Diz (Nosso Senhor): Que fostes ver no deserto? Como se dissesse: Por que vos reunistes no deserto abandonando as cidades? Porque não se teria reunido com tão grande desejo no deserto um povo tão numeroso se não tivesse julgado que iriam ver de fato um homem grande, maravilhoso e mais forte do que uma rocha.
São João Crisóstomo - Mas João não era volúvel por natureza; por isto diz o Senhor: Porventura fostes ver uma cana agitada pelo vento? Nem tampouco perdeu sua dignidade entregando-se às paixões; e por não ter sido escravo das paixões o demonstram sua solidão e seu encarceramento, porque se ele tivesse querido vestir-se delicadamente não teria habitado no deserto, mas nos palácios dos reis.
Tomando por base o lugar, as vestes, os notáveis costumes de João e o afluxo de homens junto a ele, conclui apresentando-o como Profeta, quando diz: Mas, que fostes ver? Um Profeta? Sim, e eu vos digo que mais que um Profeta.
São Jerônimo - Porventura saístes para o deserto a fim de ver um homem parecido a uma cana que é levada por todos os ventos e que pela ligeireza de espírito duvidaria do que antes pregava?
(Jesus) alega o testemunho de Malaquias que havia sido profetizado como anjo, para exprimir a grandeza dos merecimentos de João; e se chama João de anjo, não para que creiamos seja ele anjo pela comunhão de natureza dos anjos, mas por causa da dignidade de seu ministério: anjo significa mensageiro e ele anunciou a vinda do Senhor.
Ele o chama de Elias, não como o entendem alguns hereges, que sustentam a reencarnação (volta das almas), mas que João veio, no espírito e virtude de Elias (Lc. I) e teve a mesma graça e a mesma medida que o Espírito Santo deu para o profeta Elias.

        Que São João não seja lembrado só como se fosse uma lenda, mas que seu exemplo mova nossos corações  para anunciar o Reino de Deus. Que possamos em Ação de graças agradecer a Deus por ter nos deixado o exemplo desse grande homem, profeta de Deus. Que com o exemplo de suas virtudes, coragem e força possamos também levar Jesus às pessoas.


A SEMANA SANTA APLICADA AO NOSSO COTIDIANO

  Todos os anos celebramos a Semana Santa. Que é geralmente celebrada (salvo em alguns lugares), uma semana antes da Páscoa do Senhor. O Dom...