domingo, 15 de outubro de 2017

PAPA FRANCISCO CANONIZA OS BEATOS PROTOMÁRTIRES BRASILEIROS DE CUNHAÚ E URUAÇU E MAIS TRÊS BEATOS MEXICANOS


OS 30 SANTOS PROTOMÁRTIRES BRASILEIROS 
DE CUNHAÚ E URUAÇU
E OS SANTOS MEXICANOS, DENTRE ELES TRÊS ADOLESCENTES
"PROTOMÁRTIRES MEXICANOS"


"Pela exaltação da fé católica e incremento da fé cristã, declaramos e definimos santos os padres André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e seus 27 companheiros leigos", disse o Papa.



O Papa Francisco canonizou neste domingo, 15 de outubro, de 2017,  os trinta Mártires do Rio Grande do Norte, considerados os protomártires do Brasil.
Título dado pela Igreja Católica aos 30 católicos martirizados, no interior do Rio Grande do Norte. Dois morticínios que aconteceram em 1645, durante as invasões holandesas ao Brasil. O primeiro aconteceu na Capela de Nossa Senhora das Candeias, (Engenho de Cunhaú), no município de Canguaretama; outro em Uruaçu, comunidade do município de São Gonçalo do Amarante.
Foram beatificados pelo Papa João Paulo II em 5 de março de 2000. E no dia 23 de março de 2017 o Papa Francisco autorizou a canonização dos 30 mártires do Rio Grande do Norte.


O MORTICÍNIO ACONTECIDO EM CUNHAÚ

O primeiro engenho construído no Rio Grande do Norte foi palco de uma disputa territorial entre colonos (invasores enviados pela coroa portuguesa) e nativos (indígenas Janduís) , uma das mais trágicas disputas da história do Brasil. No ano de 1645, o estado do Rio Grande do Norte era dominado pelos holandeses.


Jacob Rabbi, era um alemão que chegou ao Rio Grande do Norte por meio de um convite holandês,  casou-se com uma indígena e foi morar junto da tribo dos Janduís seguindo os costumes dos nativos. Chegou ao engenho em 15 de julho de 1645, mas já era conhecido pelos moradores, pois havia passado por lá anteriormente, sempre escoltado pelas tropas dos índios Tapuias, Janduís. 

Os holandeses que eram protestantes calvinistas iniciou uma perseguição aos católicos daquela região e proibiram o culto católico, inclusive nas igrejas. Jacob Rabbi era tido como um homem mal e sem escrúpulos.    

No dia em que aconteceu o morticínio, foi com mais força. Levando consigo os índios tapuias, alguns potiguares e soldados holandeses. Era um Domingo, dia 16 de julho de 1645, como de costume, os fiéis reuniram-se para celebrar a Eucaristia, foram à missa na Igreja de Nossa Senhora das Candeias, mas Jacob Rabbi havia fixado um edital na porta da igreja: após a Missa, haveria ordens do governo holandês. 
O pároco, Padre André de Soveral era responsável pela catequização e disseminação da religiosidade europeia. Começou a Missa e, depois do momento da elevação do Corpo e Sangue de Cristo, as portas da Capela foram fechadas: deu-se início a vingança dos nativos contra os invasores coloniais e clérigos que celebravam a missa. 
Ao verem que seriam mortos pelas tropas, os colonos pediram misericórdia a Jesus "entre mortais ânsias, confessaram-se ao sumo sacerdote pelo perdão por suas culpas", enquanto o Padre André estava tendo o seu coração arrancado do peito pelo jaguar da floresta".

O MORTICÍNIO ACONTECIDO EM URUAÇU

Em 03 de Outubro de 1645, três meses depois do massacre de Cunhaú, aconteceu outro desta vez em Uruaçu, este também a mando de Jacob Rabbi.
Dizem os Cronistas que, logo após o primeiro massacre, o medo se espalhou pela Capitania e por outras capitanias, a população ficou receosa, pois tinha medo de que novos ataques acontecessem, o que não demorou muito. 
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Foram cenas idênticas, apesar de que, neste massacre, as tropas usaram mais crueldade. Depois da elevação, fecharam as portas da igreja e os mataram ferozmente, arrancaram suas línguas para não proferirem orações católicas, braços e pernas foram decepados, crianças foram partidas ao meio, e grande parte dos corpos foi degolada. O Celebrante, Padre Ambrósio Francisco Ferro, mesmo vivo, foi muito torturado. O camponês Mateus Moreira, mesmo arrancado seu coração, exclamou: "Louvado seja o Santíssimo Sacramento!"

Os 30 novos santos do Brasil são os únicos mortos identificados nos dois massacres que deixaram um saldo de aproximadamente 150 vítimas. Por esse motivo, somente eles foram reconhecidos na cerimônia.
O caso é considerado emblemático, entre outros motivos, porque os massacrados teriam "dado a vida, derramado o sangue, na vivência de sua fé", segundo a Igreja.
Em Cunhaú, 70 teriam sido assassinados em 16 de julho de 1645. O episódio é apontado como retaliação holandesa aos que seguiam a fé católica e se recusavam a migrar para o movimento religioso protestante que difundiam, o calvinismo.
O livro "Beato Mateus Moreira e seus companheiros mártires", escrito pelo Monsenhor Francisco de Assis Pereira a partir de pesquisas históricas e dados que embasaram a beatificação, afirma que os holandeses contaram com a ajuda de indígenas para invadir uma capela da região, fechar as portas e matar quem estivesse dentro, em uma manhã de domingo.
Quase três meses depois desse episódio, em 3 de outubro, outras 80 pessoas também viraram alvos em outro cenário: às margens do rio Uruaçu, foram despidas e assassinadas por não terem se convertido ao protestantismo.

Nem crianças foram poupadas do ataque. Uma delas, com dois meses de vida, foi uma das vítimas, junto com uma irmã e o pai



A BEATIFICAÇÃO - O começo do processo de Beatificação foi aberto em 15 de maio de 1988, por Dom Alair Vilar, nesta ocasião, o Arcebispo nomeou o Monsenhor Francisco de Assis Pereira, como postulador das causas de Beatificação e Canonização. No dia 05 de março de 2000, na presença de cerca de mil brasileiros na praça de São Pedro, o Papa João Paulo II, Beatificou 28 leigos e 2 sacerdotes. Na sua homilia o Santo Padre disse:


"São estes os sentimentos que invadem nossos corações, ao evocar a significativa lembrança da celebração dos quinhentos anos da evangelização no Brasil, que acontece este ano. Naquele imenso País, não foram poucas as dificuldades de implantação do Evangelho. A presença da igreja foi se afirmando lentamente mediante a ação missionária de várias ordens e congregações religiosas e de sacerdotes do clero diocesano. Os mártires, que hoje são beatificados, saíram, no fim do século XVII, das comunidades de Cunhaú e Uruaçu, do Rio Grande do Norte. André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro – presbíteros e 28 companheiros leigos pertencem a esta geração de mártires que regou o solo pátrio, tornando-o fértil para a geração de novos cristãos. Eles são as primícias do trabalho missionário, os protomártires do Brasil. Um deles, Mateus Moreira, estando ainda vivo, foi-lhe arrancado o coração das costas, mas ele ainda teve forças para proclamar a sua fé na Eucaristia, dizendo: Louvado seja o Santíssimo Sacramento".


Atualmente, os mártires são lembrados em duas datas, no dia 16 de julho em Canguaretama, e dia 3 de outubro em São Gonçalo do Amarante. Esta última data é lembrada a caráter estadual: pela lei Nº 8.913/2006 que declara feriado estadual a data.
São lugares de romarias e peregrinações a Capela dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu em São Gonçalo do Amarante; o Santuário dos Mártires, no bairro Nossa Senhora de Nazaré em Natal, e a capela de Nossa Senhora das Candeias no antigo engenho de Cunhaú.
Os bem-aventurados mártires foram canonizados pelo Santo Padre o Papa Francisco em 15 de outubro de 2017. 

AS CRIANÇAS MÁRTIRES DE TLAXCALA
(MÉXICO)


Os Filhos dos Mártires de Tlaxcala foram os primeiros leigos católicos americanos que sofreram o martírio em defesa da fé católica em território mexicano. Os nomes dos três filhos foram Cristóbal, Antonio e Juan, que foram os primeiros evangelizados pelos frades franciscanos e dominicanos imediatamente após a conquista, embora não se saiba exatamente a data de nascimento, sabe-se que Cristobal morreu em 1527 e Antonio e John em 1529. Considerados os Protomártires do México e de todo o continente americano; o sacerdote espanhol Faustino Míguez, fundador do Instituto Calasanzio, Filhas da Divina da Divina Pastora, e o Frade Menor Capuchinho italiano Angelo d'Acri.


Entenda o que foi a Guerra Cristera:


A ‘Cristiada’ foi o nome dado à revolução dos católicos mexicanos, também chamada de Guerra Cristera, no México, desatada pela legislação anticlerical de 1926 e pela perseguição contra a Igreja Católica pelo então presidente Plutarco Elías Calles.
As leis proibiram as ordens religiosas, suprimiram a Companhia de Jesus e seus colégios, impuseram a deportação e o encarceramento dos bispos ou sacerdotes que protestassem. Privaram a Igreja dos direitos de propriedade e negaram liberdade civil aos sacerdotes, incluindo o direito a um julgamento com um jurado e o direito a voto. A cristandade mexicana sustentou uma luta de três anos contra os sem-Deus da época. Os laicistas da Reforma impuseram a liberdade para todos os cultos, exceto o católico, submetido ao controle do Estado.
O Papa Pio IX condenou essas medidas, assim como Pio XI expressou sua admiração pelos “cristeros”. Um mês depois, este Pontífice publicou a encíclica “Iniquis afflictisque”, na qual denunciou as agressões sofridas pela Igreja no México: “Já quase não resta liberdade alguma à Igreja [no México], e o exercício do ministério sagrado se vê de tal maneira impedido, que é castigado, como se fosse um delito capital com penas severíssimas”.
O Papa elogiou, com entusiasmo, a “Liga Nacional Defensora de la Libertad Religiosa”, espalhada “por toda a República, na qual seus membros trabalharam, assiduamente, com o fim de ordenar e instruir a todos os católicos para opor aos adversários uma frente única e solidíssima”. Ele se comoveu ante o heroísmo dos católicos mexicanos: “Alguns destes adolescentes, destes jovens – como conter as lágrimas ao pensá-lo – foram lançados à morte com o rosário na mão, ao grito de Viva Cristo Rei! Inenarrável espetáculo que se oferece ao mundo, aos anjos e aos homens”.
López Beltrán, considerando os anos 1926-1929, dá o nome de 39 sacerdotes assassinados, de um diácono e seis religiosos. Guillermo Havers nomeia os 46 sacerdotes diocesanos executados no mesmo período de tempo (“Testigos de Cristo en México, 205-8”). Muitos desses padres pertenciam à arquidiocese de Guadalajara ou à diocese de Colima.
Em 22 de novembro de 1992, João Paulo II beatificou vinte e dois desses sacerdotes diocesanos mártires, destacando que “sua entrega ao Senhor e à Igreja era tão firme que, ainda tendo a possibilidade de se ausentar de suas comunidades durante o conflito armado, decidiram, a exemplo do Bom Pastor, permanecer entre os seus para não privá-los da Eucaristia, da Palavra de Deus e do cuidado pastoral. A Conferência do Episcopado Mexicano, no livro “Viva Cristo Rei!” (México, 1991), dá-nos biografias dos 25 mártires que foram beatificados.
“A solenidade de hoje [Cristo Rei]”, destacada por João Paulo II na cerimônia de beatificação, instituída pelo Papa Pio XI, precisamente quando era mais vigorosa a perseguição religiosa do México, penetrou muito fundo naquelas comunidades eclesiásticas e deu uma força particular a esses mártires, de maneira que, ao morrer, muitos gritavam: ‘Viva Cristo Rei!'”.
A todos se deve acrescentar o nome do padre jesuíta Miguel Agustín Pro Juárez, beatificado pelo Papa João Paulo II em 25 de setembro de 1988. Por ocasião de um atentado contra o presidente Obregón, foram aprisionados e executados os autores do golpe, e, com eles, também eliminados o Padre Pro e seu irmão Humberto, os quais eram inocentes (23-11-1927).
Robert Roya, em “The Catholic Martyrs of The Twentieth Century” (pag.17-18) [Os mártires católicos do século XX] traz um relato impressionante:
“Dos mártires daqueles dias, nenhum chamou tanto a atenção do público, no México e no resto do mundo, como o Jesuíta Miguel Agustín Pro. Este foi morto por um pelotão de fuzilamento em frente das câmeras dos jornais que o governo trouxera para gravar o que esperava ser o constrangedor espetáculo de um padre implorando por misericórdia. Foi uma das primeiras tentativas modernas de usar a mídia para a manipulação da opinião pública com propósitos antirreligiosos. Mas, ao invés de vacilar, Pro demonstrou grande dignidade, pedindo apenas a permissão de rezar antes de morrer. Após alguns minutos de prece, levantou-se, ergueu seus braços em forma de cruz – uma tradicional posição de oração mexicana – e, com voz firme, nem desafiante nem desesperada, entoou, de forma comovente, palavras que, desde então, tornaram-se famosas: ‘Viva Cristo Rei’.
“Longe de ser um triunfo da propaganda para o governo, as fotografias da execução de Pro tornaram-se objeto de devoção católica no México e de constrangimento do governo por todo o mundo. Oficiais tentaram suprimir sua circulação, declarando a mera posse de tais fotos um ato de traição, mas não obtiveram sucesso.”
“Dios mío, ten misericordia de ellos. Dios mío, bendícelos. Señor, tu sabes que soy inocente. Con todo mi corazón perdono a mis enemigos” [Deus meu, tende misericórdia deles. Deus meu, abençoai-lhes. Senhor, tu sabes que sou inocente. Com todo meu coração, perdoo a meus inimigos].
“O pelotão dispara. Ouve-se ainda as últimas palavras de Pro, firmes, devotas: “Viva Cristo Rei!”. Eis o brado dos cristeros. Futuramente, o exército callista cortaria a língua dos mártires para que, ao morrer, não confessassem Cristo”.
“Pro cai, mas não morre. Um soldado aproxima-se dele e lhe dá o último tiro”. Podemos dizer por padre Pro: “Muero, pero Dios no muere!” [Morro, mas Deus não morre!].
(Prof. Felipe Aquino)
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A Guerra dos Cristeros do México (também chamada de “Cristiada”) foi um conflito armado entre os fiéis católicos e o governo do México sobre o direito à liberdade religiosa. A guerra, que começou em 1927 e durou mais de três anos, foi uma resposta às agressivas medidas adotadas pelo presidente Plutarco Elías Calles para erradicar a Igreja do México. Este é o tema do filme “Cristiada”.O México tem uma longa história de perseguição religiosa contra a Igreja, apesar do fato de que a maioria dos mexicanos é católica.
A perseguição religiosa está profundamente enraizada na história do México, desde a morte do Pe. Miguel Hidalgo e, depois, do Pe. José María Morelos, que participaram da Guerra da Independência do México (1820-1821). Nota do editor: ambos os sacerdotes foram excomungados pelo seu papel na insurgência, bem como todo o exército revolucionário. Os mexicanos nunca se esqueceram de que a hierarquia da Igreja esteve contra eles durante a luta pela independência.
Houve uma perseguição religiosa em 1870, semelhante à Guerra dos Cristeros. Durante essa época, a resistência católica contra as políticas do presidente Sebastián Lerdo de Tejada (1872-1876) foi chamada de “Religioneros” ou “Religionarios” (1873-1876).
Houve outra perseguição também, de certa forma, durante a Revolução Mexicana (1910-1917). Nota do editor: a Constituição Mexicana de 1917 incluiu fortes medidas anticlericais (nos artigos 3 e 130), que negavam o reconhecimento legal à Igreja, exigiam que os sacerdotes se registrassem e tivessem suas atividades limitadas, proibiam a educação religiosa, nacionalizavam as propriedades da Igreja e ilegalizavam a celebração de cerimônias religiosas fora das igrejas.
A Guerra dos Cristeros (1926-1929) foi uma resposta ao ataque direto contra a fé católica por parte do presidente Plutarco Calles. A aplicação estrita das regras anticlericais da Constituição Mexicana de 1917 foi conhecida como “Lei Calles”.
O presidente mexicano Plutarco Elías Calles abraçou uma forma radical de ateísmo e socialismo, que o conduziu a adotar medidas drásticas para erradicar o catolicismo do México.
É importante saber que Plutarco Elías Calles cresceu em meio à pobreza e à privação. Foi o filho ilegítimo de um pai alcoolista, que não dispunha de meios para cuidar da sua família e que mais tarde a abandonou. Sua mãe, María de Jesús Campuzano, morreu quando ele tinha apenas dois anos de idade. Quem se encarregou dele foi seu tio, Juan Bautista Calles, de quem tomou o sobrenome. Ateu fervente, Juan Bautista educou seu sobrinho em um ódio fanático contra a Igreja Católica.
Calles quis erradicar o catolicismo e criar uma nova forma de vida. Ele lia muitos livros e artigos de autores baseados na utopia socialista e quis o mesmo para o México. Foi por esta visão que Calles decidiu manter os Estados Unidos e os governos europeus à margem dos interesses petrolíferos do México. Ele quis que seu país estivesse totalmente sob o controle do seu povo e da sua terra.
No começo, os fiéis e a hierarquia adotaram posturas pacíficas em sua resistência à chamada “Lei Calles”.
O movimento cristero foi organizado pela “Liga Nacional de la Defensa de la Libertad Religiosa” ou “Liga Nacional Defensora de la Libertad Religiosa” (LNDLR). A LNDLR foi um grupo de direitos civis e religiosos, estabelecido em 1925.
Houve diversos protestos pacíficos em todo o México, organizados por diferentes grupos. Além disso, coletaram mais de um milhão de assinaturas, que foram apresentadas ao Congresso para pedir a abolição da Lei Calles. Em todo momento, encontraram resistência ou foram ignorados. O último recurso para resistir foi por meio de um boicote econômico, que foi um êxito; no entanto, o governo, vendo o poder que adquiriam e o efeito econômico resultante do boicote, lançou um ataque mais direto contra a Igreja, mediante prisões, intimidações e execuções.
Os bispos mexicanos trabalharam incansavelmente para modificar a Lei Calles. O Papa Pio XI aprovou esta ação. Ao não poder chegar a um acordo com o regime Calles, e com o fim de evitar enfrentamentos e derramamento de sangue, os bispos pediram à Santa Sé autorização para suspender o culto católico em 31 de julho de 1926 – na véspera da entrada em vigor da lei.
Mais tarde, o Papa Pio XI escreveu uma carta encíclica ao clero e aos fiéis do México para encorajá-los e dar-lhes esperança durante esta perseguição. A Santa Sé não podia fazer muito mais que isso. Em 18 de novembro de 1926, o Papa enviou sua carta encíclica Iniquis Afflictisque (sobre a perseguição da Igreja no México), oferecendo orações e estímulo durante este momento difícil.
A resistência armada começou em 1927, em Los Altos (Jalisco) e se difundiu por todo o México, até tornar-se uma verdadeira guerra civil.
Os primeiros levantamentos para defender a liberdade religiosa no México ocorreram nos dias 1º e 2 de janeiro de 1927, no norte do estado de Jalisco (Los Altos). Este acontecimento foi o primeiro que teve êxito em rejeitar as tropas do governo. A vitória estimulou o movimento, razão pela qual houve mais manifestações nesta região.
Um vez vencidas as primeiras batalhas, os Estados ao redor seguiram os mesmos passos; mas foi somente depois de que a Liga Católica contratou o general Enrique Gorostieta que tais levantamentos esporádicos se tornaram claramente um exército cristero.
Neste momento, grande parte do México estava envolvida na Guerra Cristera, exceto alguns Estados nos quais não houve nenhum levantamento, porque não sofreram a perseguição. Estima-se que cerca de 25 mil cristeros perderam a vida durante os três anos de duração desta guerra, e aproximadamente 65 mil soldados do governo.
Nota do editor: a Igreja reconhece um grande número de mártires da Guerra Cristera, incluindo o Beato Miguel Augustín Pro, um jesuíta assassinado em 23 de novembro de 1927, o Beato José Sánchez del Río, um cristero de 15 anos de idade, executado em 10 de fevereiro de 1928, e o Beato Anacleto González Flores, líder da resistência pacífica, morto em 1º de abril de 1927. O Padre Pro foi beatificado em 1988, 25 mártires foram canonizados em 2000 e 13 foram beatificados em 2005 (incluindo González Flores e Sánchez del Río).
O embaixador dos Estados Unidos no México ajudou a negociar uma trégua entre o governo do México e os cristeros, mas isso não acabou com a perseguição dos líderes cristeros nem da Igreja.
O embaixador americano Dwight Morrow foi o meio pelo qual a guerra teve uma trégua. Em uma das diversas reuniões que teve com o presidente Calles, o embaixador ofereceu apoio militar em troca de petróleo, para que a guerra terminasse de uma vez por todas. No final, no entanto, dependeu das habilidades diplomáticas do clero católico e dos leigos para negociar o acordo de paz que acabou com a Cristiada.
Tristemente, a trégua assinada pelo governo mexicano e a Igreja Católica foi, sem dúvida, uma armação para os cristeros. O regime de Calles rompeu rapidamente a promessa de cumprir os compromissos combinados e, durante os três primeiros meses depois da trégua, mais de 500 líderes e 5 mil cristeros foram executados. Morreram mais líderes cristeros durante esse breve período do que durante os três anos de guerra.
O advogado mexicano católico exilado Octavio Elizonde afirmou em uma carta que, a pedido do Vaticano, os cristeros se desarmaram e aceitaram a “trégua” apresentada pelo governo mexicano. Em obediência ao Vaticano, depuseram as armas, e assim foram caçados e executados.
O presidente Calles foi responsável pelo massacre, já que continuou mantendo o controle do governo e determinando o futuro do México até 1934. Depois, Lázaro Cárdenas ganhou a presidência e já não quis ser um fantoche de Calles.
Ninguém é capaz de explicar adequadamente o ódio extremo e irracional de Calles contra a Igreja. Talvez tenha sido uma combinação de cobiça e ideologia jacobina. De qualquer forma, Cárdenas também odiou a Igreja, mas o seu fanatismo foi mais pragmático e os tempos haviam mudado em meados da década de 30.
Nota do editor: de acordo com a investigação do Pe. Brian Van Hove, cerca de 40 sacerdotes foram assassinados no México entre 1926 e 1934. Inclusive em 1935, seis anos depois da “trégua”, cerca de 2.500 sacerdotes se viram obrigados a esconder-se e 6 bispos foram exilados. Em 1926, havia 3 mil sacerdotes no México e, em 1934, restavam apenas 334.
Ainda que as leis anticlericais continuem fazendo parte da Constituição Mexicana, o governo não obriga o seu cumprimento.
Ainda existem alguns artigos “anticlericais” na Constituição Mexicana, mas o governo prometeu não impô-los novamente. Nota do editor: foi somente depois de 1940, quando o católico Manuel Ávila Camacho chegou à presidência, que a imposição das leis anticlericais da Constituição Mexicana deixou de existir.
A relação entre o Estado e a Igreja melhorou há poucos anos. O ex-presidente Vicente Fox (2000 a 2006) e seu sucessor, Felipe Calderón (2006 a 2012), católicos, foram mais indulgentes com a Igreja, até o ponto de restabelecer as relações diplomáticas com o Vaticano.
Mas a perseguição pode acontecer novamente, se as pessoas se esquecerem do passado. A tarefa de defender a nossa liberdade religiosa é um direito dado por Deus e devemos fazê-lo valer cada vez que ela for atacada. Uma frase muito poderosa do filme “Cristiada” define isso perfeitamente: “Não podemos permitir que os ateus tirem a nossa liberdade”.
Dos inúmeros mártires que deram sua vida em defesa da Fé católica, destacam-se  três Jovens que com muita coragem defenderam sua fé e deram suas vidas em testemunho dela: San Cristobal, Santos Antônio e Juan.  
(site: Ateleia.org) 

SAN CRISTOBAL


Ele nasceu em Atlihuetzia , Tlaxcala. Os frades franciscanos sempre o chamavam de diminutivo Cristobalito. A data de seu nascimento é desconhecida, sendo martirizada em 1527 possivelmente em doze ou treze anos. Ele era o filho mais velho do cacique Acxotécatle sua primeira esposa, Tlapaxilotzin. Juntamente com os seus meio irmãos Bernardino, Luis e outro nome desconhecido foi enviado com os frades em cerca de 1524, recém-chegados, os primeiros doze missionários franciscanos do México a evangelizar. Ele foi batizado e instruído por esses frades. Ele foi treinado para converter seu pai e seus servos que ainda praticavam a adoração de seus ídolos antigos e condenavam a embriaguez freqüentemente praticada. Porque o uso de palavras não era suficiente para convencer seu pai, Cristóbal decidiu tomar decisões radicais e procedeu a quebrar os ídolos e derramar o pulque com o qual seu pai ficou intoxicado. Isso irritou os servos e uma segunda esposa de seu pai, mãe de seus meio-irmãos que queriam desaparecer seu enteado para que seu filho mais velho pudesse herdar o pai aconselhou-o a matar Cristóbal. O pai que não aceitou a conversão a que o seu filho o convidou fez com que ele chamasse sua casa do convento e fingisse que era uma festa, trancada com seu filho e condenado a morrer com um clube e depois atirado para uma fogueira por sua madrasta Xochipapalotzin.

SANTOS ANTÔNIO E JUAN


San Antonio era neto de Xicoténcatl, senhor de Tizatlán, portanto, foi o futuro herdeiro do señorío, nasceu entre 1516 e 1517 e foi martirizado em 1529 na mesma idade que Cristóbal entre os doze e treze anos. Enquanto San Juan era um vassalo de Antonio desde que se originou do mesmo lugar e praticamente teve a mesma idade servindo como seu servo pessoal para Antonio. Em 1529, o frade dominicano Bernardino Minaya foi à evangelização do estado do sul de Oaxaca, passando por Tlaxcala, pediu apoio aos frades franciscanos para sua missão solicitando que algumas das crianças educadas pelos franciscanos fossem acompanhadas por ele tão voluntariamente eles decidiram participar de Juan, Antonio e um menino extra que sobreviveu à missão. Fray Bernardino os fez entender os perigos que enfrentariam, porque não seria uma tarefa fácil evangelizar pessoas eminentemente idólatras para que a possibilidade do martírio fosse latente. Mesmo assim, os futuros mártires aceitaram o perigo de sua missão para Oaxaca e, ao passarem por Tepeaca, as crianças foram enviadas sozinhas para Tecali e Cuautinchán, quando chegou lá, Antonio foi a uma casa para pegar ídolos para prosseguir mais tarde para o seu destruição, e John parado na porta; de repente, dois homens chegaram com macanas e derrotaram John que morreu instantaneamente, quando percebeu o que aconteceu, Antonio deixou a casa e repreendeu os homens dizendo-lhes que haviam assassinado um inocente desde que ele foi o único que tomou seus ídolos e o quebrou em sua presença para que os homens irritados matassem a criança também.

BEATIFICAÇÃO

Os filhos martirizados de Tlaxcala foram beatificados em 6 de maio de 1990 na Basílica de Guadalupe durante a segunda visita do Papa João Paulo II ao México . Durante a única visita do Papa Bento XVI ao México, na Plaza de la Paz, na cidade de Guanajuato , em sua mensagem aos filhos do México, o papa propôs como um exemplo de imitação para crianças a figura desses pequenos mártires de Tlaxcala.

A CANONIZAÇÃO

O Papa Francisco  aprovou o decreto para a canonização dos chamados mártires de Tlaxcala, crianças indígenas mexicanas Cristobal, Juan e Antonio mortos em 1527 e 1529, os dois primeiros professando fé cristiana. Em audiência com o cardeal Angelo Amato prefeito para as causas da canononización pronuncia-se "eles não necessitam milagres. Só por serem mortos no nome de Cristo é mais do que suficiente". A  missa  de canonização aconteceu no dia 15 de outubro de 2017.
A cerimônia ocorreu na Praça de São Pedro do Vaticano às 05 horas da manhã horário de Brasília.
Ele também proclamou santos os três "meninos Mártires de Tlaxcala (México)", assassinados entre 1527 e 1529.
Francisco utilizou, como é habitual, a fórmula em latim para proclamar a santidade e pedir que fossem inscritos no Cânon dos Santos (livro dos santos da Igreja).
Durante a cerimônia também aconteceram as canonizações do sacerdote espanhol Faustino Míguez (1831-1925), fundador do Instituto Calasancio Filhas da Divina Pastora e do capuchinho italiano, Angelo d'Acri.

REGISTRA A HISTÓRIA ...
Uma missa de domingo em uma capela, uma celebração em campo aberto às margens de um rio e 150 pessoas brutalmente assassinadas. Dois massacres registrados no Rio Grande do Norte e apontados como símbolos da intolerância religiosa de holandeses que dominavam o Nordeste brasileiro em 1645 renderam ao país, 372 anos depois, 30 novos santos - "os primeiros santos mártires do Brasil".
Os chamados "mártires de Cunhaú e Uruaçu" - nomes de duas localidades da época que hoje correspondem aos municípios potiguares de Canguaretama e São Gonçalo do Amarante - foram beatificados no ano 2000 pelo Papa João Paulo II e foram canonizados neste domingo pelo Papa Francisco.

Os 30 novos santos são os únicos mortos identificados em dois massacres que deixaram um saldo de aproximadamente 150 vítimas. Por esse motivo, somente eles foram reconhecidos na cerimônia.
O caso é considerado emblemático, entre outros motivos, porque os massacrados teriam "dado a vida, derramado o sangue, na vivência de sua fé", segundo a Igreja.
Em Cunhaú, 70 teriam sido assassinados em 16 de julho de 1645. O episódio é apontado como retaliação holandesa aos que seguiam a fé católica e se recusavam a migrar para o movimento religioso protestante que difundiam, o calvinismo.
O livro "Beato Mateus Moreira e seus companheiros mártires", escrito pelo Monsenhor Francisco de Assis Pereira a partir de pesquisas históricas e dados que embasaram a beatificação, afirma que os holandeses contaram com a ajuda de indígenas para invadir uma capela da região, fechar as portas e matar quem estivesse dentro, em uma manhã de domingo.
Quase três meses depois desse episódio, em 3 de outubro, outras 80 pessoas também viraram alvos em outro cenário: às margens do rio Uruaçú, foram despidas e assassinadas por não terem se convertido ao protestantismo. Nem crianças foram poupadas do ataque. Uma delas, com dois meses de vida, foi uma das vítimas, junto com uma irmã e o pai.
Também parte desse segundo grupo, o camponês Mateus Moreira acabou virando símbolo do martírio porque, no momento de sua morte, teria bradado: "Louvado seja o Santíssimo Sacramento". A louvação seria uma prova incontestável de sua fé, na visão católica. Ele foi morto ao ter o coração arrancado pelas costas.
A presença da igreja católica no Nordeste já era considerada "marcante" nessa época, como descreve o Monsenhor Pereira, postulador da causa da beatificação dos mártires, no livro. "Havia padres seculares (padres pertencentes a dioceses), numerosos conventos de franciscanos, carmelitas, jesuítas e beneditinos. Eram mais de 40 mil católicos", escreve ele.
Os holandeses aportaram na região em 1630. Eles chegaram nesse período a Pernambuco e assumiram o comando político e militar da área - estendendo o domínio posteriormente a outras capitanias, inclusive à do Rio Grande, como era chamado o Rio Grande do Norte.
Os colonizadores teriam perseguido e assassinado adeptos da religião católica que não aceitaram virar calvinistas. Na mesma época em que, por meio da Inquisição, a Igreja Católica ainda perseguia, julgava e punia acusados de heresia.

Adultos, jovens e crianças: quem são os mártires canonizados?

A lista de novos santos inclui um total de 25 homens, entre eles dois padres, e cinco mulheres. Eram 16 adultos, 12 jovens e duas crianças - a mais nova, o bebê de dois meses de idade.

"A identificação dos que serão canonizados não se dá tanto pelos nomes, mas também por identificação de parentesco e de amizade (das vítimas)", ressalta o padre Julio Cesar Souza Cavalcanti, responsável por encaminhar a canonização dos mártires na Arquidiocese de Natal.
A professora aposentada Sônia Nogueira, de 60 anos, estará em Natal, a mais de sete mil quilômetros de distância da cerimônia, mas em vigília e "com o coração cheio de gratidão pelos mártires".
Ela diz que, por intermédio deles, pediu "a graça da cura e da libertação" para o marido, José Robério, que em 2002 começou a enfrentar as consequências de um câncer no cérebro. Fortes dores de cabeça levaram o militar aposentado, hoje com 68 anos, ao diagnóstico.
O caminho trilhado a partir desse ponto foi marcado por "apreensão", mas também pelo que Sônia resume com letras maiúsculas em um texto: "MILAGRE DA SOBREVIDA!"

A frase foi escrita por ela em um relatório que enviou à Igreja Católica no Rio Grande do Norte, em 2016, para contar a história do marido em meio a exames, tratamentos de saúde, cirurgias e momentos de "fé".
Rezar foi a estratégia fundamental, segundo Nogueira, para que Robério resistisse à doença, que raramente possibilita sobrevida de mais de três anos aos pacientes após diagnóstico. No laudo médico que a professora apresentou para embasar cientificamente o que considera um milagre, o neurocirurgião que acompanhou o caso de Robério o coloca no rol de "exceções da medicina", porque ele sobreviveu.
"Já se vão 15 anos e 5 meses desde que soubemos do tumor", diz Sônia, em entrevista à BBC Brasil. Ela não tem dúvidas: "Foi um milagre. A medicina foi só um complemento".

A comprovação de milagres não foi exigida no processo.
Robério e sua mulher estão entre os mais de cinco mil fiéis que já relataram à Arquidiocese de Natal "graças alcançadas" por meio dos "novos santos" do Brasil.

Não foram necessários, porém, milagres para fundamentar a canonização.

"O Papa Francisco, quando decidiu pela canonização com a dispensa do milagre, colocou como um ponto básico (para a aprovação) a antiguidade do martírio e a perpetuidade da devoção do povo aos mártires", explica o padre Julio.
Por meio do chamado processo de equipolência, o papa reconhece a santidade considerando três requisitos: a prova da constância e da antiguidade do culto aos candidatos a santos, o atestado histórico incontestável de sua fé católica e virtudes e a amplitude de sua devoção.
O mesmo processo, em que milagres foram dispensados, foi adotado para a canonização de São José de Anchieta, outro santo do Brasil.

Para Nogueira e Robério, no Rio Grande do Norte, o milagre que os mártires teriam realizado é, porém, inquestionável. "Robério foi bem aventurado no processo, por intercessão deles", justifica a aposentada. "Como um paciente pode chegar a (sobreviver) 15 anos tomando uma medicação que segura outros por no máximo três?".

Com dificuldades para falar e andar sem apoio, após a segunda e última cirurgia que fez, o marido faz coro: "Estava muito doente e os mártires me levantaram".
"Quem não vai ficar bom tendo um santo dentro de casa?", ele questiona, referindo- se ao fato de os novos santos terem origem no estado em que mora.
A canonização deste domingo eleva para 36 a quantidade de santos considerados nacionais. Até agora, só um deles, Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, mais conhecido como Frei Galvão - santificado em 11 de maio de 2007 - era, porém, brasileiro de nascimento.
Os outros cinco já oficializados, São Roque Gonzales, Santo Afonso Rodrigues, São João de Castilho, Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus e São José de Anchieta, são estrangeiros, mas desenvolveram missões no país. Eles são reconhecidos por milagres.

O presidente brasileiro Michel Temer divulgou uma nota por ocasião da canonização. "A Igreja Católica decidiu canonizar 30 mártires que, no Brasil do século XVII, deram a vida em nome da fé, em nome da devoção. São heróis que já são justamente honrados em nosso querido Rio Grande do Norte. São homens e mulheres que, beatificados por São João Paulo II, tornam-se, agora, os primeiros Santos mártires do Brasil", disse.

Fontes de pesquisa: Sites: G1, Ateleia, Cléofas.



quinta-feira, 12 de outubro de 2017

APARECIDA - A história da Imagem de uma Santa que mora no coração dos brasileiros

Era o ano de 1717, fazia 217 anos que o Brasil foi descoberto. No séc. XVIII época a religião católica era a única e oficial do Reino de Portugal e da Colônia Portuguesa, o Brasil. Naquela época ou era católico, ou não era. 
Não existia, telefone, Rádio, TV e Internet. No entanto, a imagem de uma santa se fez conhecida e amada em todo Brasil.
Foi venerada por príncipes, por generais e pelos Papas. Neste ano de 2018, portanto, completam-se 301 anos da pesca da Imagem. 

Do fundo do Rio Paraíba do Sul, da capitania de São Paulo, "Maria da Conceição" se tornou a Rainha e Padroeira do Brasil.

As outras denominações cristãs, os protestantes ou evangélicos como conhecemos hoje não existiam ainda no Brasil e o povo brasileiro, sobretudo, os mais simples e os mais explorados não podiam contar com ajuda dos poderosos e tinham na religião seu único centro de apoio. Gente pobre, muitas vezes sem instrução e simples era explorada pelos poderosos que mandavam e desmandavam na recém-colônia portuguesa. 

Por isso, a religiosidade era tocada muitas vezes de forma austera. Onde também imperava o domínio escravocrata. O povo era simples, na maioria, ameríndios, escravos e camponeses não tinham acesso à informação, nem a uma catequese bem fundamentada. Os padres eram poucos, e com os poucos  recursos que tinham não se preocupavam em oferecer aos fiéis uma boa catequese. Por isso mesmo que surgiu o misticismo religioso e muitas superstições. Entre as religiões afro e o catolicismo.
Raízes de uma cultura ainda pagã. Não havia direitos, justiça para com os menos favorecidos. A Igreja detinha um certo "poder" mas, limitado até o ponto de vista, pois, o Rei de Portugal mandava na Igreja. O povo sofria com as mazelas e com a exploração dos altos impostos. 

A Igreja Católica Romana era submissa ao Rei, portanto o Papa possuía poder limitado. Sob o regime do padroado quem dava as ordens era o Rei e seu governo era considerado divino, isto é, determinado por Deus, o Rei mandava no País e na Igreja. Ao mesmo tempo o Rei mantinha a proteção da Igreja e custeava os salários dos padres, construção de igrejas, escolas de música e artes, etc.

Foi nesse ambiente rústico, em meio de um povo sofrido, pobre sem voz e sem vez, que nasceu uma das mais belas histórias que contarei aqui:

Chegou ao Brasil a mando do Rei de Portugal D. Pedro Miguel de Almeida Portugal, mais tarde recebeu o título de Conde de Assumar.  Veio assumir o Governo da Capitania de São Paulo e as Minas de Ouro (Minas Gerais). 
Muitos revoltosos com o governo de Portugal recusavam-se a pagar a derrama, um imposto sobre o o ouro. Outros porém, sonegavam os impostos ao Rei. Além das revoltas. E para acabar com isso é que o Conde de Assumar veio. Para por ordem nas coisas e fazer cumprir a lei.
  
Assumar era um homem tido como extremante rigoroso e cruel, sem escrúpulos e sanguinário. 
Assim, por anos esse homem viria a fazer muitos julgamentos, enforcamentos e prisões visto que ele fazia o uso também da autoridade de juiz.

Longe de ter muitas virtudes D. Pedro Miguel de Almeida Portugal - o Conde de Assumar chegou no Rio de Janeiro em julho daquele mesmo ano e não era nem conde, nem marquês. 
Nem tampouco sabia que lhe era preparado um baquete de recepção. Simplesmente era um ex-general falido que recebeu este posto por D. João V, rei de Portugal nas muitas investidas de sucessão da Espanha. 

Ele então foi enviado para o Brasil. O  nosso ouro  servia para custear a boa vida da Corte de Portugal, pagar empréstimos com a Inglaterra, e construir igrejas. Então, esse homem sem escrúpulos foi sanguinário e impiedoso com todos que se revoltavam contra o pagamento da derrama do ouro. Ele  governou São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.         

Mas, é segundo a história que graças a esse homem um acontecimento viria acontecer. Naquele ano em visita às fazendas e arraiais na província de São Paulo que ele chega ao arraial de Santo Antônio de Guaratinguetá.

A Câmara de Guaratinguetá mandou que os pescadores fossem pescar iguarias da região para oferecer um banquete de pratos típicos para receber o ilustre visitante. A ordem era pescar sobre ameaças de sofrerem castigos, caso não trouxessem a encomenda. 
Os pescadores saíram sem questionar a ordem mesmo sabendo que não poderiam pescar nada. No meio de tantos pescadores que cumpriam as ordens da Câmara Municipal de Guaratinguetá três apenas vão fazer parte desta inesquecível história. São eles:  Domingos Martins Garcia, Felipe Pedroso e João Alves.


A PESCARIA MILAGROSA - "Em lugar de peixe uma santa, depois da santa, muitos peixes!"

   

Nas águas do Rio Paraíba do Sul, partiram de longe até porto de Itaguaçu, propriedade do Capitão José Correia Leite. Remaram muito depois de muitas tentativas vãs, e nada de encontrar peixes. Tudo isso aconteceu para a glória de Deus o que viria acontecer depois.

(Esse fato recorda muito a pescaria milagrosa, onde os discípulos depois se passarem a noite toda tentando pescar e sem sucesso, mas, atendendo ao pedido de Jesus lançaram as redes e pescaram muitos peixes. Jo21, 1-14)   

A PESCA DA IMAGEM

  E ali nas proximidades, João Alves, um dos pescadores jogou sua rede e trouxe de volta um corpo de uma imagem sem a cabeça. Depois, mais adiante o pescador Felipe Pedroso jogou a rede novamente, e puxou e veio enroscada na sua rede a cabeça.  

Reparando a imagem, depois de limpá-la, suja pelo lodo do rio é que notaram ser de uma santa e a cabeça se encaixava ao corpo; então, uniram a cabeça ao corpo e notaram que se tratava da cabeça da imagem pescada por João Alves. 


Era uma imagem de Nossa Senhora da Conceição (que inclusive é a padroeira de Portugal). Felipe Pedroso enrolou-a em um pano e depois levou-a para a sua casa. Depois de algum tempo, não se sabe bem o porquê; (talvez porque estivesse quebrada e as pessoas supersticiosas acreditavam que imagem quebrada dava mal sorte); entregou-a aos cuidados de seu filho que então passou a tomar conta da imagem. Chamaram-na de "Nossa Senhora Aparecida das Águas" - porque foi aparecida, pescada nas águas do Rio Paraíba do Sul.

   
Depois deste episódio  pescaram tanto que suas redes não aguentavam... Alguém grita:
-"Milagre gente!, Milagre!" 
Sim! Milagre! de Nossa Senhora que veio em socorro daqueles pobres pescadores. 

-"Sim!, pescamos uma santa, depois dela, vejam quantos peixes pescamos!"
Pescaram tantos peixes que as redes queriam romper-se.


ASPECTO FÍSICO DA IMAGEM  

Uma pequena imagem de aproximadamente 40cm. Em estilo seiscenista, atestado por especialistas em arte que analisaram a imagem.   
Feita de terracota, uma cerâmica da região; de rosto enegrecido pelo lodo do rio, pelos anos que ficou submersa e também pelo chumaço das velas que os devotos acendiam.

Uma moça de rosto arredondado,  
com as mãos juntas em sinal de Oração. Os cabelos lisos até a altura da cintura com um manto mais volumoso fazendo notar-se que estava grávida.

                                                

Ela aparenta uma jovem de 15 anos.



O autor colocou-lhe também um diadema (como era usado pelas rainhas), um broche de três pérolas na testa e porte empinado para trás. E
 colocou-lhe quatro flores em relevo no cabelo duas em cima dos ombros e duas acima das orelhas.
O corpo todo coberto, apenas, deixando aparecer suas mãos em forma de amém. Sustentando seu corpo um anjo querubim. debaixo de seus pés a lua, fazendo menção à descrição do livro do Apocalipse (Apoc.12, 1).

Nota-se que embora a imagem fosse de uma menina de 15 anos, e portanto, na lógica não poderia ser uma rainha mas, sim, uma princesa; ele a faz rainha colocando nela um manto e um diadema de rainha e não de princesa, por se tratar da imagem  Mãe de Jesus, a Rainha Celeste tal qual nos representa o Evangelho de São Lucas. 
Aqui existe um simbolismo muito grande:

➤ Nossa Senhora que já grávida visita Isabel e entoa em Oração um hino de louvor a Deus o Magnificat - Cf. Lc1, 46-55.


➤Ela representa o momento da sua concepção ou conceição, portanto sua maternidade divina.
➤O anjo que sustenta seu corpo representa o momento da Anunciação. Lc1, 26-28.
➤ A Lua debaixo dos pés representa a figura de Maria descrita Livro do Apocalipse - Cf. Ap12, 1. (A mulher vestida de sol com a lua sob os pés e uma coroa de 12 estrelas); São João apresenta Maria aquela que protegida por Deus, escolhida traz para nós o Salvador, seu Filho Jesus e com isso, derrota as forças do mal. Maria então se faz Corredentora de toda a humanidade.      

O que esta imagem nos ensina? Qual é a mensagem?

A imagem de Nossa Senhora da Conceição: a meia lua debaixo dos pés. Este símbolo tem um grande significado: 
A lua não brilha por si só, mas, ela reflete a luz do sol. Na iconografia cristã, o sol, é Jesus Cristo. Ele que veio para iluminar as nações. Por isso a luz sob os pés de Maria significa que a sua luz vem de Jesus. Maria nunca ocupou o lugar de Jesus, o lugar de Deus, mas, ela coopera em tudo para o bem da Igreja e dos filhos de Deus que também são seus filhos gerados na Cruz.
A lua brilha na escuridão da noite. A escuridão significa a humanidade pecadora e a lua simboliza a pureza da luz. Significa que Maria mesmo tendo nascido na humanidade pecadora, foi preservada do pecado pela graça de Deus, ou seja, ela é imaculada, sem mancha do pecado desde sua concepção no ventre de sua mãe Ana.

Ela é a Imaculada Conceição, ela foi concebida sem o pecado original e sua maternidade foi divina, isto é, sem a conjunção carnal. 
Ela foi escolhida, a cheia de graça entre todas as mulheres da terra. Ela não é o sol (Jesus) mas, reflete a luz do Sol, que é verdadeira fonte de vida, de luz e calor. Por isso quando olhamos para ela, quando recorremos a ela recorremos a seu Filho. Ela nos apresenta seu Filho Jesus, a verdadeira luz.
Embora seja difícil de perceber por causa da cor, como toda imagem de Nossa Senhora da Conceição ela traz a serpente sob os pés. Significa que pela sua concepção divina, tendo gerado Jesus Cristo, esmagou a cabeça da serpente. Esmagar a cabeça da serpente significa que Maria tendo concebido Jesus Cristo satanás foi derrotado. Suas forças infernais foram derrotadas. Como está escrito no livro do Gênesis, em Maria começou a derrota do demônio e terminou com a vitória de Jesus pela sua morte e ressurreição. 
O anjo e a nuvem nos pés da imagem de Nossa Senhora. Para nos ensinar que a Virgem Maria  está no céu, na Glória de Deus Pai, junto com Jesus e de lá intercede por nós.
Suas mãos postas simboliza oração. Em todas as sua aparições Nossa Senhora, nossa Mãezinha do Céu nos pede oração. Maria sempre foi uma mulher de oração. E no Céu continua a interceder por nós. Suas mãos unidas na altura do peito, do coração, nos diz que a nossa oração deve ser feita do Coração. Que nosso pensamento e nosso coração deve estar ligados um ao outro pela oração. A oração sincera agrada a Deus. A oração cura o coração. 

O manto azul, os bordados, o dourado, nos lembra que Maria é a Rainha do Céu e da Terra. Coroada pelos anjos, é a amada de Deus a Mãe de Deus. A Bandeira do Brasil representa que ela é a Rainha e Padroeira do Brasil. A Bandeira do Vaticano nos lembra que ela é a Mãe da Igreja. Lembra-nos que a Brasil é um país católico, a Terra de Santa Cruz, como foi assim primeiramente batizada. 

A cor negra de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nos lembra que ela veio ao encontro daqueles que mais sofriam, os pobres e os escravos. Ela nos mostra que diante de Deus não há separação de filhos. Todos somos irmãos. Negros, brancos, índios, mestiços... a cor não interessa pra Deus, pois, Ele nos criou e por isso somos irmãos. E como irmãos somos filhos dela também. Essa filiação Jesus nos deu na Cruz. Na Cruz do Calvário, surgiu uma nova filiação. Deus quis que Maria se tornasse mãe de toda humanidade. E todos sem exceção, católicos, protestantes, espíritas, todos sem exceção são filhos de Maria. Até os ateus. 
É por isso que a negritude dela nos diz que não pode haver mais discriminação e preconceito de cor, raça e religião entre as pessoas. Porque Jesus  ama a todos sem distinção. 

No tempo em que Nossa Senhora foi pecada os negros e os índios eram tidos pelos brancos como bichos e eram tratados.
Nossa Senhora vei ensinar naquela pequenina Imagem que Deus é nosso Pai e que diante de Deus todos somos iguais. E se somos iguais devemos ter respeito uns pelos outros, pois, tendo Maria por Mãe, Jesus é nosso irmão, e Deus é nosso Pai somos uma só família. 

- Na foto ao lado vemos a imagem original tal como ela era quando foi pescada por João Alves. 

A ORIGEM DA IMAGEM 

Não se sabe precisamente sua origem, mas, estudiosos no assunto afirmam que ela foi feita  aqui mesmo, na região de São Paulo, provavelmente em Santana de Parnaíba pelo frei Agostinho de Jesus, um monge que tinha grande habilidade artística.

O Rei de Portugal tinha declarado Nossa Senhora da Conceição padroeira de Portugal. Por causa disso era comum que os portugueses fizessem estátuas de Nossa Senhora da Conceição. Naquela época a moda era esculpir tais imagens. Tanto que os navegadores que aqui aportavam traziam consigo sua fé simbolizada na imagem de Nossa Senhora da Conceição.

Na Colônia, ou seja, no Brasil também não era diferente. E pelos traços da imagem, pelo material que fora feito é que chegaram-se à conclusão que tratava-se de uma imagem tipicamente brasileira. Com traços inclusive do povo brasileiro. Uma imagem de Nossa Senhora representando ser uma moça de feições africanas, como as das mulheres angolanas.              

[A pescaria milagrosa no Rio Paraíba do Sul, lembra aquela pescaria milagrosa narrada no Evangelho de Lucas. Esse foi o primeiro milagre de Deus pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida.]

Os relatos históricos sobre o encontro da imagem trazem diferenças. O mais antigo data entre 1748-1749 escritos por dois missionários da Ordem dos Jesuítas escrito em latim está incompleto. Não traz referências sobre os milagres e a pescaria. 

Duzentos anos mais tarde um padre brasileiro tendo pesquisado encontrou nos arquivos da Santa Sé em Roma: ..."Chegaram finalmente à capela de Nossa Senhora da Conceição, situada na vila de Guaratinguetá, que os moradores chamam de "Aparecida", porque os pescadores tendo lançado as redes no rio, pescaram primeiro o corpo, em lugar distante, a cabeça". 

As pessoas supersticiosas acreditam que uma imagem quebrada daria má sorte. Talvez isso explica o fato de João Alves ter a princípio enrolado a imagem em um pano e não tê-la levado de imediato para sua casa. Ele deixou aos cuidados do seu companheiro Felipe Pedroso que ficou com ela por seis anos (1723) em Lourenço de Sá e depois por mais nove anos na sua nova casa em Ponte Alta (1732). Depois deixou a imagem aos cuidados do sei filho Atanásio. E foi a partir daí que começou a atrair visitantes. 

Atanásio construiu um oratório e um altar. Ali começou o culto a "Nossa Senhora Aparecida das Águas" como era conhecida à princípio; mais tarde a Igreja lhe deu seu verdadeiro título: "Nossa Senhora da Conceição Aparecida", o que não modificou em nada o primeiro nome, somente atribuiu à imagem o título que ela representava: "Conceição ou concepção".   Ou seja, a imagem representava aquela passagem do evangelho de São Lucas em seu capítulo 1, que descreve o momento da concepção de Nossa Senhora.  


A imagem foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de SP (Condephat), em 2012, sendo considerada Patrimônio do Estado de São Paulo.

QUEM SERIA OS TRÊS PESCADORES?

COMO ACONTECEU O SEGUNDO MILAGRE?

ANO DE 1744 - morreu o Capitão José Correia Leite, então foi feito através do Juiz um inventário que chamando seu testamenteiro listou os bens que haveria de ser repartido conforme o formal de partilha, dentre os bens a serem repartidos alguns escravos. Alguns cativos seriam doados a Igreja dentre os quais algumas crianças, idosos e adultos numa soma de 41 pessoas. Entre eles havia escravos negros e não negros, alguns nomes destes batem com os nomes dos pescadores que encontraram a imagem. 

Inclusive um escravo de 50 anos de nome Felipe que na época da pescaria milagrosa estaria com 23 anos. Seria ele o pescador Felipe Pedroso? ... Outro escravo também que entra no espólio é Domingos,(apelidado de Domingos Comprido) seria ele o pescador Domingos Martins? ... Um outro e ainda mais curioso era o escravo João (o banguela) já com 64 anos, teia sido o pescador João Alves? ... Bem , isso não sabemos.

Mas os relatos dizem que o Capitão Correia Leite era o dono do porto Itaguaçu onde ali perto pescaram a imagenzinha de Nossa Senhora da Conceição. 
Chama atenção a coincidência dos nomes dos escravos e os mesmos dos três pescadores. Mas, podem ser que sejam homens livres também. O fato é que os sobrenomes dos pescadores foram dados depois de algum tempo passado de boca em boca. Outro fato sobre o sobrenome de Felipe Pedroso se deve ao batizado de um Neto, mas, Felipe Pedroso estava vivo até 1720 e faleceu em 1745.
Domingos Martins ainda era vivo em 1745.

Depois que Atanásio fez um Altar e um oratório e abrigou a imagem, começou o culto popular mesmo sem a presença de um clérigo. Eram realizados a reza do terço, novenas, cânticos.
E foi num desses dias que Silvana da Rocha, sem que sequer houvesse vento na sala as luzes das velas se apagaram e, quando Silvana da Rocha tentou acendê-las repentinamente as velas acenderam sozinhas. Os relatos da Igreja dizem que no momento do milagre não ventava. As velas apagaram por si só e acenderam por si só. Esse foi o segundo milagre de Nossa Senhora. Foi testemunhado por várias pessoas que se encontrava ali presente para a reza do terço.

Um padre assim escreveu:

"Na noite de sexta-feira, estando a Senhora no poder da mãe Silvana da Rocha, guardada em uma caixa, um baú velho, ouviram de dentro da caixa muito estrondo". E como muitas pessoas testemunharam os fatos ocorridos a notícia se espalhou resto do Brasil, por São Paulo e Minas Gerais e começou a atrair inúmeros visitantes. Todos queriam ver Nossa Senhora Aparecida das Águas. Por causa dos inúmeros milagres. Foi então que Atanásio teve a ideia de construir uma pequena capela, ai na Ponte Alta. Lá foi erguida uma capelinha onde a imagem permaneceu por 10 anos até ser reconhecida pela Igreja.

Mais tarde em 1928 foi construída uma Igreja maior no Morro dos Coqueiros para Nossa Senhora Aparecida. Em 1955 para atender o grande número de romeiros, deu-se início à construção de um novo Santuário dessa vez erguido no Morro das Pitas. 

Padre Vilella foi quem ficou incumbido de levar ao conhecimento do bispo os fatos sobre Aparecida.


Três mulheres tiveram papel decisivo na história da imagem de Aparecida


Três mulheres tiveram um papel decisivo nos 300 anos de história de Nossa Senhora Aparecida: Silvana, Isabel e Maria Helena. Elas são de gerações diferentes. Mas a devoção de cada uma delas ajudou a espalhar a fé na padroeira do Brasil.



As duas se chamam Maria. São Aparecidas e têm essa cor tão brasileira. Foi da devoção à padroeira do Brasil que a Cida ganhou o nome. "A imagem e a história carregam a questão da mulher de hoje também. Não é da mulher de antes.  Da mulher que batalha, que corre, ainda mais importante, da mulher que é negra", conta o jornalista Franco da Rocha.

O povo brasileiro também se reconhece nessa imagem. Originalmente, era uma Nossa Senhora da Conceição que foi escurecida pelo tempo que passou no lodo do rio, até ser retirada por três pescadores.
"A imagem encontrada em 1717 foi retirada do Rio Paraíba em duas partes, corpo e cabeça. É Deus querendo que a sua criação seja reconstruída", diz o Padre Rodrigo.

A reconstrução começou pelo nome: virou Nossa Senhora da Conceição Aparecida, aquela que apareceu das águas.

"É inexplicável a sensação que a gente tem de estar presente através da imagem de Nossa Senhora", diz a dona de casa Fernanda Carvalho.
"É uma força tão bonita, uma fé tão abençoada, que você sente que realmente o que você pede para ela é concedido", descreve a advogada e empresária Lívia Alves Diniz. 
Três mulheres tiveram papel decisivo nesses três séculos. Silvana da Rocha, mãe de um dos pescadores que acharam a imagem foi a primeira guardiã, diz a história que ela colou a estátua com cera de abelha e a colocou num oratório em casa, onde testemunhou o milagre das velas.
“Quando Silvana da Rocha foi reacender as velas, elas se reavivaram tão fortes sozinhas, que parecia cegá-los. Naquele momento todo vilarejo percebeu que aquela imagem não era qualquer imagem”, conta Zenilda Cunha, assessora de história religiosa do Santuário.
Quase dois séculos depois, a santa negra do povo chamou a atenção da realeza. A princesa Isabel, a filha do imperador do Brasil, aquela que libertou os escravos, também precisava de um milagre.
“Existem relatos de que ela fazia várias tentativas de engravidar, tinha muita dificuldade e tem várias tentativas de se aproximar de santos, devoções, de imagens, tentando alcançar essa graça que seria o nascimento de um filho”, explica Rizio Bruno Santana, bibliotecário da Biblioteca Mário de Andrade.
A graça foi alcançada. A princesa teve três filhos. Em agradecimento, ela mandou fazer a coroa de ouro maciço, com a qual a imagem seria coroada Rainha do Brasil. O gesto significou também o reconhecimento da devoção que nascia junto com a mistura de raças.
“Aqui no Brasil nós vivíamos um tempo de exploração da vida humana. Então, no decorrer dos anos, as pessoas foram se aproximando dessa imagem. Primeiro porque a cor do barro é muito próxima também da cor daqueles que eram explorados”, conta o Padre Rodrigo.
Em 300 anos, Nossa Senhora Aparecida transformou muitas vidas. Como a de Maria Helena.

"E depois de muito tempo de indiferença espiritual, eu falei com Ela 'olha, você me deu esse problema, me colocou esse problema nas mãos, agora você vai me ajudar a sair dele", diz Maria Helena Chartuni, restauradora.

O problema era a própria imagem. Ela foi atacada em 1978 por um homem e ficou estilhaçada, em quase 200 pedaços. O atentado provocou uma comoção tão grande, que a Igreja teve que cometer um pequeno pecado, certamente perdoável. Espalhou que a imagem estava sendo restaurada no Vaticano. Não era verdade. Ela estava aqui no museu de arte de São Paulo, o MASP. O que os padres queriam era que a restauradora trabalhasse em paz e silêncio.

"É dentro do silêncio que eu acho que Deus fala com a gente", diz restauradora.

E foi nessa paz e nesse silêncio que a restauradora Maria Helena foi descobrindo a história da santa e a própria fé. 
"Na minha cabeça primeiro era lenda que ela tinha sido achada na água né, eu achava que era lenda. O fato da água foi provado cientificamente ali no restauro, porque ela é de terracota. Terracota quando quebra, quebra seco, no caso dela, quando ela quebrou, ela se escamou toda por dentro, o que significa que ela ficou em lugar úmido por muito tempo."
Trinta e três dias depois, a imagem sagrada estaria reconstruída pela segunda vez, e de novo, por uma mulher. Saiu daqui do Masp e voltou para Aparecida em num caminhão de bombeiros. Os fiéis começaram a aparecer. Em pouco tempo, era uma multidão. Um corredor humano de 170 quilômetros até a Basílica. Uma demonstração de fé capaz de mudar muitas vidas.

“A gota d'água pra mim foi a devoção das pessoas. Eu falei: ‘Meu Deus, que coisa, eu nunca tinha visto aquilo”. Então só se eu fosse muito insensível e burra que não mudasse, entendeu", conta restauradora.
(Ed. do dia 12/10/17 - Pág. site: G1)


O ESCRAVO LIBERTO - TERCEIRO MILAGRE

Certa vez, em meados de 1850, um escravo de nome Zacarias, passava por ali perto da capelinha de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, levado por seu feitor, preso por grossas correntes. Pediu para entrar na capela para rezar, o desejo foi atendido. Ao entrar na capela diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida as corretes se romperam. O escravo foi liberto pelo seu dono, porque ele entendeu que Deus não queria que os homens fossem escravos e nem deixassem se escravizar. As correntes do escravo se encontram até hoje como prova daquela intervenção de Nossa Senhora Aparecida na vida daquele homem.

CAINDO DO CAVALO ... 
Um Cavaleiro sem Fé - QUARTO MILAGRE

Um cavaleiro de Cuiabá, passando por Aparecida, ao se dirigir-se para Minas Gerais, viu a fé dos romeiros e começou a zombar, dizendo que aquela fé era uma bobagem. Quis provar o que dizia, tentou entrar a cavalo na igreja. Não conseguiu.

Não temia a Deus e a ninguém, era ateu. 
Mas, ao chegar na porta da igreja com seu cavalo este refugou-se jogando-o por terra.
Este episódio nos  lembra alguma coisa? Sim. A conversão de Saulo de Tarso, nos Atos dos Apóstolos. Quando Saulo, depois, Paulo, em perseguição aos cristãos de Damasco caiu do cavalo pelo poder de Jesus.) - assim aconteceu com aquele homem.

A pata de seu cavalo ficou como que presa por um instante na pedra da escadaria da igreja (onde é a Basílica Velha), e o cavaleiro caiu no solo. Arrependido de seu ato, entrou na igreja e se tornou devoto; o sinal da ferradura ficou lá gravado na pedra e hoje encontra-se na sala das promessas para visitação. O homem caído no chão, rebaixou seu orgulho, se arrependeu e convertendo-se, tornou-se mais um devoto de Nossa Senhora Aparecida.


A MENINA CEGA - QUINTO MILAGRE


A Mãe tinha empreendido uma caminhada até a Capela de Aparecida para pedir pela cura da sua filha que era cega de nascença e caminhavam às margens do rio Paraíba, quando surpreendentemente (a filha cega) comenta para surpresa da sua mãe : "Mãe como é linda esta igreja" (Basílica Velha). A menina ficou curada antes mesmo de entrar na igreja.  Nossa Senhora concede a graça da visão a menina cega de nascença. Maria é aquela mãe sempre atenta às necessidades de seus filhos.



MENINO NO RIO - SEXTO MILAGRE


Pai e filho foram pescar, e durante a pescaria, a correnteza estava muito forte e por um descuido o menino caiu no rio e não sabia nadar. A forte correnteza  arrastava-o cada vez mais rápido e o pai desesperado pediu à Nossa Senhora Aparecida para salvar o menino. De repente o corpo do menino parou de ser arrastado, enquanto a forte correnteza continuava e o pai pode salvar o menino.


O CAÇADOR - SÉTIMO MILAGRE



Um caçador estava voltado de sua caçada, já sem munição, e de repente deparou-se com uma onça. Ele estava encurralado,  a onça estava prestes a lhe atacar, então o caçador pediu desesperado a proteção Nossa Senhora Aparecida. A onça foi-se embora mansa sem atacá-lo.


O CULTO À NOSSA SENHORA APARECIDA


Na medida que a fama daquela imagenzinha fora crescendo, pessoas vinham de todos os lugares para ver a santinha milagrosa de Aparecida. Traziam diversos pedidos de curas e graças. Promessas a cumprir. Até então o culto à Nossa Senhora Aparecida era popular, não tinha autorização legal da Igreja. Somente em 1743 o padre José Alves Vilella, Pároco da Paróquia de Santo Antônio em Guaratinguetá resolveu levar ao conhecimento do bispo do Rio de Janeiro.


Padre Vilella cercou de todos os cuidados ouvindo as pessoas que presenciaram os fatos e os milagres e encaminhou ao bispo. E em 05 de maio daquele ano o padre Vilella conseguiu a autorização para construir uma Capela e realizar oficialmente o culto à Nossa Senhora Aparecida. Assim escreve o bispo: 

"... Havemos de conceder licença, (*de culto), como nossa presente provisão, lhes concedemos autorização para edificar uma capela com o título da mesma Senhora na dita freguesia, em lugar decente e assinalado pelo reverendíssimo Pároco"...  

Assim começou o Culto Oficial à Nossa Senhora Aparecida. O bispo deu ordens para que a capela não fosse de pau-a-pique. Que fosse construída em um lugar longe de enchentes, de material durável de modo a resistir ao tempo e dar melhor condições aos fiéis que ali chegavam.

Padre Vilella conseguiu então a doação dos terrenos; quem doou foi Margarida Nunes Rangel, que era viúva. O terreno ficava no alto do morro, conhecido como "Morro dos Coqueiros" e lá construiu a primeira capela oficial de Nossa Senhora Aparecida. Quem iniciou a obra foi o genro de D. Margarida, Capitão Antônio Raposo Leme que usando seus escravos pôs início à construção. Mas, o capitão morreu antes da conclusão da obra. 

Finalmente em 26 de julho de 1945 a capela foi inaugurada, onde a Senhora Aparecida foi transladada em procissão da capela rudimentar de Atanásio Pedroso até a nova capela dedicada a ela.  Era uma capela bem simples, mas decente como pediu o bispo. Feita de taipa de pilão, um tipo de material usado em casarões coloniais portugueses, e possuía no seu interior ornamentos em madeira trabalhada em entalhe, retábulos em pintura dourada que seria o fundo do nicho (ou trono) onde ficaria Nossa Senhora.  

Possuía dois altares laterais um de Santa Ana e outro do Menino Jesus. Duas sacristias e um cômodo para abrigar os objetos de ex-votos deixados pelos romeiros. 
Seus principais benfeitores foram enterrados sob o piso de madeira. 
Ainda naquele ano para ornamentar a imagem de Nossa Senhora Aparecida, ela recebeu de doação dois mantos precisos, um deles com rendas e fios de ouro, recebeu ainda coroas de prata valiosíssimas. Depois disso na medida em que os devotos iam recebendo as graças e milagres, ela também recebia em doação vários objetos como cordões de ouro, anéis, brincos, etc...
Os padres entendendo que a imagem de Aparecida era muito frágil construíram um oratório à prova de balas para abrigar a imagem.


COMO FÉ DAS PESSOAS CRESCEU, CRESCEU TAMBÉM A VILA DE APARECIDA

CORRUPÇÃO, E ASSALTO NO COFRES DA SANTA 
  
Com o passar dos anos em Aparecida era grande o número de devotos. Pessoas vindas de todos os recantos do Brasil e a capela ficou pequena para abrigar tantos romeiros. Foi preciso então construir uma Igreja maior. 
Embora a igreja recebesse muitas doações, Aparecida virou palco de disputa política e alvo de ladrões e saqueadores.
Nessa história entra um homem desonesto e ganancioso que ocupou dois cargos: O de capitão-mor e o de prefeito, (ano de 1903 -1905), e mais outros dois cargos na igreja.

Jerônimo era tesoureiro e esmoleiro da igreja.

Homem de muito rico, cuja riqueza era conseguida de uma maneira não tanto honesta. Esse homem desviava recursos dos cofres da igreja para proveito próprio. Os cofres da capela de Aparecida parecia um saco sem fundo.
Como conseguir recursos para construir uma igreja maior?

O fato é que o dinheiro, o ouro de Minas e as jóias dado à santa pelos muitos devotos iam pelo ralo da corrupção deixando a capela numa situação lamentável. 
À começar do príncipe de Portugal, D. João IV  que usou do regime do *Padroado, (*espécie acordo entre a Igreja de Roma e o Rei, onde o Rei alegando poder divino, mandava nas igrejas e instituições religiosas) confiscou os cofres da igreja de Portugal e da Colônia Brasileira inclusive o de Aparecida para pagar suas dívidas com a Inglaterra e manter sua boa vida e a boa vida de sua corte que já não iam bem finaceiramente. 

Quando em 1907-1809 veio para o Brasil às pressas e fugindo da perseguição de Napoleão Bonaparte, o Rei apoderou dos cofres de Aparecida. Os desvios dos cofres da santa duraram pelo menos 85 anos. 

Quando durante a marcha de D. Pedro I em 1822, indo para São Paulo ele passa por Aparecida para rezar para Nossa Senhora. D. Pedro I destituiu Jerônimo do cargo de tesoureiro, mas ele ainda continuava no cargo de esmoleiro e se apossando do dinheiro das ofertas. 

Depois de certo tempo o Império mandou confiscar os bens de Jerônimo, inclusive um rico palacete para pagar os seus muitos "empréstimos" do cofre de Aparecida. 
Em 1844 a mesa administrativa da igreja, através do Padre Júlio Brustoloni acabou por destituí-lo do posto de procurador e esmoleiro.

Padre Brustoloni também organizou os documentos da Paróquia e os arquivos da cúria de Aparecida. Padre Brustoloni também escreveu um livro falando sobre "Os Tesoureiros Desonestos" e como os cofres de Aparecida serviam para bancar a boa vida do Império do Brasil.

Mas, não para por aí segundo o Padre escritor de "Os Tesoureiros Desonestos" no meio da roubalheira se encontrava juízes, padres, tesoureiros e o Imperador. 

Neste meio entra em cena a figura de um Cônego, o Padre Joaquim do Monte Carmelo. Um Baiano de semblante fraco e espírito forte que pôs fim aos ladrões dos cofres de Aparecida. Embora aparentasse ser fraco, era muito rígido nas suas decisões.


Abandonado pelo Império (que na época custeava os padres) decidiu entrar para o Mosteiro de São Bento onde recebeu o mesmo nome em homenagem à Nossa Senhora do Carmo. 

Por ter temperamento forte não ficava muito tempo nos lugares e vivia em busca de paróquias. Naquela época ele era contra os desmandos dos bispos e das autoridades, suas idéias não eram aceitas pelos superiores.


Padre Joaquim queria ser secular, isto é, ser um padre que podia possuir bens e viver uma vida mais livre. Mesmo criticando o próprio Imperador ele resolve pedir esse favor e mais tarde é condecorado Cavaleiro da Ordem de Cristo. Passando a se chamar Dom Joaquim do Monte Carmelo.


Depois assumiu o cargo de cônego da Catedral da Sé em São Paulo.  Por ser um padre secular, comprou um sítio em Tamanduateí e passou a ocupar-se das obras sociais. Por criticar a Igreja e o Império e por se meter em muitas brigas e confusões, o Cônego Monte Carmelo foi afastado de suas funções sacerdotais. Depois de certo tempo mudou-se para Guaratinguetá de onde armou maior confusão. 



REFORMANDO A CAPELA DE APARECIDA

Era o ano de 1844 os homens que desviavam o dinheiro da Capela de Aparecida foram-se aos poucos deixando com que a igreja tomasse seu rumo. Então o padre Francisco resolveu dar início a reforma da Capela do padre Vilella, a torre da igreja que estava já em ruínas precisa ser reerguida. Padre Francisco com ajuda dos escravos começaram a juntar pedras para a nova torre e uma nova fachada.


Zé Mello um mestre de obras muito habilidoso começou a obra em 1845, portanto dez anos se passaram até então, depois de quatro anos de luta o mestre Zé Pinto terminou a obra. No ano de 1859 o mestre José Júlio foi chamado a trabalhar no término torre que consistia em colocar uma esfera com um galo e sobre elas a cruz. Mas faltava  a segunda torre quatro anos depois estava a pronta a segunda torre. Embora não atendesse ainda o número de fiéis que visitavam Aparecida. Com pouco dinheiro a capela ameaçava novamente cair. Parece incrível que com uma enorme quantidade de dinheiro arrecadados desde então a Capela desprovinha de tão poucos recursos. Mas isso se deve ao enorme rombo que os homens do Imperador causaram nos cofres de Aparecida
.


É aí que entra o baiano Dom Carmelo. Aparecida vivia uma epidemia de lepra, mas Dom Carmelo não se intimidava, estava decidido a reconstruir Capela fazendo com que ela atendesse aos fiéis de maneira descente. Dom Carmelo não podia rezar missas, mas seu trabalho foi no empreito da obra que com muito entusiamo e coragem de um bom baiano tinha. 


Ele então elaborou um projeto de reconstrução, que foi aceito pelo escrivão e pelo tesoureiro.
Em 1878 as obras iniciaram-se. Dom Carmelo era conhecedor de arte. Foi ele que importou o órgão para a Catedral da Sé em São Paulo e certamente queria modificar a cara da Paróquia transformando a Capela de Aparecida em algo melhor e acolhedor com o uso de madeiras e mármores. 

Foram feitos dois altares de cedro e encomendadas seis imagens por um artesão também baiano. Com o passar dos anos o dinheiro ficou escasso novamente. Dom Carmelo então começou a pagar as obras com seus próprios recursos. Iria trabalhar de graça.

Interessante...


Com o material da igreja Dom Carmelo mandou fazer casas para os acolher os romeiros. Porque os romeiros gastavam enormes fortunas nas poucas estalagens de Aparecida. 
Em 1880 Dom Carmelo construiu uma sala para servir de escola para as crianças de Aparecida. Construiu uma sala para que os fiéis deixassem seus ex-votos.É o que conhecemos hoje no novo Santuário a Basílica Nacional de Aparecida como "sala das promessas".

O retábulo e o painel tinha que ser em forma de coroa feito em mármore italiano, projetado para terminar no final de 1881. Mais eis um problema, demoraria três anos para o mesmo chegar até Aparecida. Sem dinheiro Dom Carmelo pediu um empréstimo, mas o tesoureiro da igreja um certo Bento Barbosa não estava repassando o dinheiro das parcelas do empréstimo e 1883 com tesoureiro afastado de seu cargo, Dom Carmelo reassume e resolve fazer uma auditoria. Depois de quarenta anos a obra recomeçava, mas, por pouco tempo porque o Juiz Luiz Gonzaga resolveu destituí-lo do posto e a obrigá-lo a pagar as saídas dos cofres.

Ficou abandonada e empoeirada. Em meio às críticas Dom Carmelo recorreu ao Jornal Correio Paulistano para prestar contas e denunciar os abusos cometidos aos longos dos anos que até então se sucederam com a sequência de roubo nos cofres da igreja. Dom Carmelo entrou com um processo na Justiça de São Paulo pedindo a restituição e não ficou quieto pediu ajuda de fazendeiros, de freiras e outros mais. Em 1886 Dom Carmelo ganhou a causa e então recebeu o que lhe cabia decidiu retornar à obra. 


Dom carmelo demoliu o altar lateral já em ruínas e construiu um novo. Em 1888 estava pronta a Nova Igreja. A Igreja Velha como conhecemos hoje. Não era uma igreja rica em ouro e grandes altares decorados como as de Minas Gerais mas, era muito bela e conchegante, embora simples atendia ao gosto dos fiéis.




Com o fim do Império e a vinda da Nova República - Aparecida começa a crescer e a tomar conta do cenário nacional como a Cidade mais mariana do Brasil. O Estado separa-se da igreja e ela se fortalece. Aquela altura a ferrovia já havia chegado à Aparecida. Bons tempos se iniciara a Coroa perdia seu reinado e com ascensão da República e a separação do estado e da igreja estavam em ruínas. Em 1888 o bispo D. Lino e seus convidados, chegaram para a inauguração e para benzer a Igreja, nessa altura as imagens novas dos santos que havia se encomendado ma Bahia chegaram. Entronizaram a Padroeira Nossa Senhora Aparecida em um altar de mármore que Dom carmelo encomendou  para abrigar a santa. Música, discursos e muitos fogos celebraram quele importante dia.


Lá estava Dom Carmelo, humilde mas vendo seu sonho realizado desde que foi expulso da Catedral da Sé pelo mesmo bispo e que agora, o mesmo bispo via-se obrigado a reconhecer que aquela obra se deu graças a sua persistência. 

Ele tinha se tornado pessoa importante. Aquele homem duro, encrenqueiro, mas de um coração ardente e de espírito decidido combateu a corrupção, foi aos jornais e à justiça por aquilo que era uma importante missão. Na Igreja ou fora dela a justiça tem que ser feita. E as seis horas da tarde D. Lino tendo autorizado Dom Carmelo fez seu primeiro discurso oficial e finalmente rezou solenemente a missa. Muitas lágrimas de alegria, muitos abraços e a sensação de dever cumprido. O capelão de Aparecida demitiu a mesa administrativa e fez de Dom Lino o novo administrador. Depois, Dom Carmelo rumou para Salvador-BA e ali viveu seus últimos dias no mosteiro de São Bento faleceu em 1899.      
                        
O ASPECTO DA SANTA, O ATENTADO CONTRA A IMAGEM
E A SUA RECONSTRUÇÃO 

Desde que a imagem foi pescada em 1717 foram  inúmeras as tentativas de fazer descobrir a verdadeira cor da imagem que embora enegrecida pelo lodo do rio possuía uma outra cor por baixo de todo aquele lodo. Sabe-se a imagem ficou no fundo do rio Paraíba do Sul pelo menos cinco anos. Exposta à umidade do fundo do rio e coberta pelo lodo não seria trabalho fácil descobrir sua cor original. A terracota material com que foi feita a imagem era uma cerâmica amarronzada, e portanto, deveria apresentar uma cor de "canela" mas era negra por causa do lodo e do chumaço das velas. É o que veremos mais abaixo no desenrolar dos fatos...


A imagenzinha frágil de Aparecida foi entronizada no Altar-mor da Igreja Velha e lá aconteceu o atentado que ficou registrado na História.
 

Na noite de 16 de maio de 1978 durante a celebração da Missa, as luzes da igreja se apagaram, e durante o momento da comunhão, um homem, seu nome é Rogério  Marcos, um pastor protestante, como que estivesse possuído pelo diabo,  correu para o altar cometeu uma loucura, alcançando o cofre onde imagem estava a atirou-a no chão fazendo em pedaços. A única parte intacta foi a cabeça. Como que se dissesse que aquela cabeça representasse a própria Igreja, cujo cabeça é Cristo e ela não cairá jamais.

Os pedaços foram recolhidos, cacos e poeira. Mais de duzentos pedaços foram recolhidos.
Depois colocaram em uma urna para depois ver o que fariam para tentar reconstruí-la. No lugar da imagem original foi colocada uma imagem fax-simile, isto é réplica idêntica a original. 
Começaria então a enorme façanha de reconstruir a imagem. Mas como?

O fato é que, de primeiro queriam que fosse examinada e restaurada pelos técnicos em recuperação artes  do Vaticano,  depois, resolveram levá-la para o museu em São Paulo, - MASP.


Mas, outra coisa precisava ser feita. 

Neste meio entra em cena uma mulher, figura importante no processo de restauração, essa mulher é Maria Helena Chartuni que com coragem abraçou a causa da restauração. 
A caixa com os pedaços da santa ficou isolada e guardada por seguranças. 




Com enorme resistência Maria Helena começou a juntar os pedaços e com enorme cuidado e persistência, depois de ajuntar o enorme "quebra-cabeças" que tinha se tornado a imagem ela conseguiu reconstruir a imagem.


Foi um trabalho árduo porque a imagem passou muito tempo dentro do rio, o barro tinha se dilatado e portanto, os pedaços já não se encaixavam com precisão.

Mas com habilidade e técnicas novas. E assim devolvendo-lhe os cabelos, parte do rosto que foi destruído foi então reconstruído com um pedaço da mesma imagem. Mesmo assim a cabeça não parecia mais querer encaixar, parecia que inchava, era impossível deixá-la deformada. Foi então que sem remédio, Maria Helena resolveu confeccionar uma nova cabeça, construída à partir de fragmentos originais. Pronto eis que a santa ressurge depois de ser quebrada. Não era a mesma imagem encontrada pelos pescadores, mas abrigava nela os pedaços originais da antiga imagenzinha e assim, depois de muita luta e persistência Nossa Senhora Aparecida se reergue novamente. Uma nova imagem à partir dos cacos da primeira com um novo cabelo. Uma verdadeira cirurgia plástica.


Depois de reconstruída era preciso devolver um melhor aspecto que não chocasse quem a visse, pois, a imagem mesmo restaurada não ficou bela. Para isso tinham que descobrir sua cor original. Eis a discussão: Qual era sua cor, morena, enegrecida, ou azulada?   
Aqui entra em cena um novo personagem, O Padre Izidro Oliveira que não aceitava a restauração do modo como se tinha feito. Para ele seria necessário que fosse restaurada por um artista técnico em artes sacras do Vaticano, tratava-se de Deoclécio Redig Campos, um brasileiro que também era naquele tempo responsável pelos museus e restaurações de artes no Vaticano. Ele foi quem reconstruiu a imagem de "A Pietá" esculpida em mármore por Miquelângelo.


PADRE IZIDRO DE OLIVEIRA SANTOS CSsR - BIOGRAFIA

Nasceu a 31.10.1926, na Fazenda Santa Rita, em Riacho de Sant´Ana BA Seus pais : Januário Joaquim dos Santos e Ana Rita de Oliveira. Seus pais mudaram-se para o norte de Minas Gerais e depois para o Estado de São Paulo, fixando-se finalmente no Bairro da Penha, em São Paulo SP. Entrou para o Seminário S. Afonso, em Aparecida, a 05.02.1939Em 1945, fez o Noviciado em Pindamonhangaba, onde fez a Profissão Religiosa na CSSR, a 02.02.1946. O Seminário Maior foi feito no Seminário de S.Teresinha, em Tietê SP. Aí fez a Profissão Perpétua na CSSR, a 02.02.1951. Foi Ordenado Sacerdote em Tietê, a 29.07.1951, por Dom José Carlos de Aguirre, Bispo de Sorocaba SP
Celebrou sua Primeira Missa Solene em Riacho de Sant’Ana BA, a 03.08.1951.
Deixou o Estudantado, em janeiro de 1952, iniciando sua Vida Apostólica, como Professor no Seminário S.Afonso, em Aparecida: aulas de física, química, inglês. Aí ficou até 1963.
Em 1964 trabalhou em nossa Igreja do Perpétuo Socorro, em São João da Boa Vista. Em 1965, no primeiro semestre, fez o 2º Noviciado, no Jardim Paulistano, em S.Paulo. O segundo semestre de 1965, passou-o no Seminário S.Afonso.

Em 1966, foi Vigário Cooperador em Sacramento MG.
Em 1967, foi transferido para Aparecida, no apostolado com os romeiros.
Em 1968 e 1969 foi missionário, morando em São João da Boa Vista.
No segundo semestre de 1969, foi para Madri, para estudos no Instituto de Pastoral, e depois em Roma. Voltou em dezembro de 1971, voltando a morar em S.João da Boa Vista.
Em 1973 foi professor do ITESP, em São Paulo SP e missionário
Em fevereiro de 1974 foi nomeado Superior da Comunidade do Convento de Aparecida e Reitor do Santuário Nacional, cargo que ocupou até dezembro de 1978.
Em 1979 foi para o Jardim Paulistano.
Nesse mesmo ano, a 18.03.1979, tomou posse como Pároco da Paróquia da Catedral de Juazeiro, na Bahia, dando assim uma ajuda a Dom José Rodrigues.
A 08.02.1981 tomou posse como Pároco de Caiçara GO.
A 31.07.1983 tomou posse como Pároco de Nova América GO, Diocese de Rubiataba, onde ficou até junho de 1987, passando a morar então em Goiânia
Em 1992, cuidou da Paróquia de N.S.Aparecida, em Goiânia GO, até 10.02.1994.
Depois junto com a leiga Nelcy realizou, enquanto a saúde permitiu, encontros de: «Dinâmica Grupal Cristã». Estava adscrito à Casa Provincial, em Goiânia.
Em começos de 2002, transferiu-se junto com a Nelcy, para Porto Alegre RS.
Em 2003, voltou para a Província de São Paulo e foi adscrito à Comunidade do Santuário, em Aparecida.
Em abril de 2004, voltou novamente para Porto Alegre RS. Há um tempo teve um AVC. Foi bem cuidado. Veio a falecer dia 25 de março de 2011, festa da Anunciação do Senhor.

Mas não tinha conhecimento de uma imagenzinha de 0,30 Cm de terracota tão frágil como papel. Padre Izidro inconformado como sempre queria que a cor fosse modificada, ele defendia que a imagem deveria voltar à ter cor de "canela" ou marrom-claro como ele defendia que fosse antes de ser jogada no rio. Maria Helena defendia que deveria ser conservada a cor (enegrecida) com que foi pescada. 

Maria Helena durante a restauração tinha descoberto entre os fragmentos vestígios da cor original que era vermelho, e que resistiu ao tempo. As imagens de nossa Senhora costumavam ser pintadas com manto azul escuro e na parte de dentro do forro um vermelho simbolizando a virgindade de Maria. Mas, mesmo em meio as críticas do padre a restauradora manteve sua cor enegrecida do mesmo jeito que foi pescada. E depois dos trabalhos concluídos em agosto de 1978 a imagem estava pronta em definitivo. 


Guiada pelos batedores da Polícia em uma festiva procissão a imagem de Nossa Senhora Aparecida voltou a Basílica em meio a cânticos, fogos e aclamações dos fiéis. 


Mais tarde, padre Izidro, contrariado com a cor que foi restaurada a imagem, mais tarde, vai fazer com que a imagem passe por outro retoque, ele retirou a imagem do cofre, sem que seus colegas soubessem a levou-a para seu quarto e pintou a imagem com uma cor de marrom-claro. Pois, tinha convicção que essa era a cor original da imagem antes dela ser jogada no rio. Depois, ele devolveu a santa à Basílica sem que seus colegas soubessem. Mas tarde com a descoberta foi preciso uma nova restauração. Isso claro, não agradou seus colegas mas estava feito. Foi então que novamente Maria Helena entra em cena novamente. Foi chamada para pintar novamente a imagem e devolver a cor escura que ela possuía quando foi restaurada dando o mesmo aspecto de quando foi pescada em 1717. 

A SANTA E A PRINCESA ISABEL 


Isabel era a filha mais nova de Dom Pedro II. Uma moça prendada que gostava de fazer caridade. Não era das mais belas de aparência, mas era muito bela de coração, generosa, caridosa e uma devota fervorosa.


Foi ela a responsável pela libertação da escravatura no Brasil em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea. Uma moça prendada como todas princesas das cortes. 
Uma mulher à frente do seu tempo com pensamentos firmes e liberais ao contrário de seus antepassados escravocratas.

Se não fosse pela proclamação da República ela seria a sucessora de seu pai D. Pedro II a rainha do Brasil.

Casou-se com o jovem Gastão de Orleans o Conde D'eu.

Mas, um problema os assustava, ela não conseguia ter filhos. Desejavam muito, mas com sucessivas tentativas era em vão. 



Depois de viajarem sob recomendação dos médicos para lugares como Caxambu, nas Minas Gerais em busca das águas medicinais que poderiam ajudá-los, resolveram passar por São Paulo e irem para Aparecida do Norte visitar Nossa Senhora, na esperança de que ela intercedesse por eles.

Depois de serem recebidos com as honrarias que era cabida a uma princesa e um conde, ela entregou uma corôa de ouro e pedras preciosas a Nossa senhora.

Logo, tiveram um bebê, mas, este morreu antes mesmo de nascer. Novamente o Conde D'eu voltou a Aparecida e a princesa Isabel conseguiu engravidar novamente. Tiveram três filhos graças a intercessão de Nossa Senhora Aparecida.































Com a proclamação da República em 1889 teve fim a monarquia e o casal se exilou em Paris juntamente com a família real. Este foi mais um milagre de Nossa Senhora Aparecida.        

Anos mais tarde com a Ditadura Militar, a imagem volta ao cenário vindo a soltar a cabeça do corpo. Isto aconteceu devido às inúmeras viagens e carreatas promovidas pelos generais percorrendo o país levou com que a imagem, que continuava frágil após a restauração novamente sofresse danos e acabou por ter novamente a cabeça separada do corpo.



NOSSA SENHORA PROCLAMADA RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL, A COROAÇÃO E NOVOS MILAGRES 



Foi no dia 08 de setembro, do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, de 1904. Em que a Igreja comemorava os cinquenta anos da proclamação do dogma da Imaculada Conceição de Maria Santíssima que diante de uma multidão, mais de quinze mil fiéis deu-se início à coroação da Virgem. O Papa da época era Pio X. Foi-lhe colocada de forma solene um manto azul-marinho bordado com as insígnias da Bandeira Nacional e posta sobre a cabeça a corôa de ouro doada pela princesa Isabel. 

No dia 29 de abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor, sagrada a 5 de setembro de 1909 e recebendo os ossos de são Vicente Mártir, trazidos de Roma com permissão do Papa. Elevada para o alto pelo bispo Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi declarada a Rainha e padroeira do Brasil pela Lei nº 6 802, de 30 de junho de 1980, foi decretado oficialmente feriado o dia 12 de outubro, dedicando-se este dia à devoção. Também nesta lei, a República Federativa do Brasil reconhece oficialmente Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil.

(NOTA: Ao contrário do que muitos pensam, ou sejam contrários a esse título, como vemos acontecer hoje, onde o Brasil possuindo uma parcela de cristãos evangélicos e protestantes que não aceitam a Virgem Maria Mãe de Deus. O Governo Brasileiro, por força de Lei Federal declarou Nossa Senhora Aparecida Rainha e Padroeira do Brasil. Nossa Senhora, então, passa ter um título soberano celeste, acima do poder constituído do Estado Brasileiro e sua imagem se torna patrimônio nacional e um riquíssimo símbolo nacional, juntamente com as armas da República, merecendo embora com atos contrários todo respeito e consideração e todo ato de desrespeito e vilipêndio a ela é crime.)

Em 1967, ao completar-se 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário a “Rosa de Ouro”, gesto repetido pelo Papa Bento XVI que ofereceu outra Rosa, em 2007, em decorrência da sua Viagem Apostólica ao país nesse mesmo ano, reconhecendo a importância da santa devoção. E nesse ano de 2017 em comemoração ao aniversário dos 300 anos do encontro da imagem, o Papa Francisco ofereceu uma nova rosa de ouro à Nossa Senhora Aparecida.  


E CONTINUANDO...   


Naqueles dias os relatos dizem que dois novos milagres aconteceram:

1) Um médico paulista passava por um terrível problema, uma ferida na perna que não cicatrizava. Ouvindo os conselhos de um amigo rezou para Nossa Senhora Aparecida e a cura aconteceu quinze dias após.


2) O outro trata-se de uma criança, um menino possuía de nascimento um problema nas pernas e não podia andar. Depois de escutar o conselho de um padre, prometeu que se fosse curado colocaria uma fita nos pés da imagem e iria varrer a igreja, o menino ficou curado e no dia seguinte milagrosamente pôs-se a andar. 


Não podemos sem dúvida nenhuma negar que não foi obra do acaso que aquela imagenzinha de 30 centímetros pescada nas águas barrentas do Rio Paraíba do Sul traria um sentido maior, uma mensagem maior de amor. Um recado de Deus para um País recém-criado à base de exclusões, escravidão e pobreza. Onde os desmandos dos ricos fazia cada vez mais vítimas inocentes. Matando, escravizando e corrompendo-se.


Não sabemos porque Deus utiliza tais sinais, mas podemos entender que Deus permite-nos mostrar através de Nossa Senhora, a manifestação aos seus filhos das mais variadas maneiras, dentro da cultura e da etnia de cada civilização com o mesmo propósito, fazer com que os cristãos se voltem a Ele em torno do amor da sua Mãe. Nossa Senhora de Fátima aparece em Portugal a três meninos pastores, branca com trajes e feições típicas do povo português.

A Virgem Morena de Guadalupe ou (La Morencita), a Senhora de Guadalupe, aparece no México a um índio, com trajes e vestes indígenas, típica do povo mexicano. Nossa Senhora Aparecida, sua imagem aparenta-se negra, cor dos escravos negros que já naquela época era maior que o número de cidadãos brancos do País. Ela vem mostrar que não importa a cor, raça, ou religião, todos somos filhos de Deus. Era preciso ser negra, para acabar com a ideia de que os europeus tinham dos negros como povos amaldiçoados e desmerecido da salvação. Maria Aparecida, negra, mostra que entre os povos não pode haver preconceito, e nem qualquer forma de escravidão.          

Com certeza Deus quis demonstrar mais uma vez que existe uma forte ligação entre a Terra e os Céus e que tal ligação passou pela encarnação de seu filho Jesus Cristo o qual nasceu de uma mulher, santa e pura e que ela intercede por cada um de nós seus filhos redimidos ao pé da Cruz, na qual ela mesma assumiu ser nossa Mãe, advogada e protetora. Poderão os homens incrédulos negar mil vezes não crer na intercessão da santa Mãe de Deus. Mas o fato e que Deus usa dos meios mais belos ainda que incompreensíveis aos olhos de alguns céticos que usam da ciência e da filosofia para desmistificar a existência do sagrado. Deus os usa para elevar os humildes e confundir os arrogantes. Aquela pequenina imagem de aparecida, acolhida pelos pobres pescadores e por muitos brasileiros sedentos de fé, venerada por uma princesa e por muitos generais, odiada por um protestante. Destruída e reconstruída em uma tarefa que parecia impossível. Ela é o símbolo de que Nossa Senhora a Mãe de Deus e Nossa nada mais deseja de que colaborar com Deus para que os homens voltem o olhar para seu Filho Jesus.


A Senhora Aparecida enegrecida do lodo e das muitas velas, quebra as correntes do escravo e mostra que se queremos ser verdadeiramente cristãos devemos ser primeiro irmãos uns dos outros onde toda qualquer forma de exclusão, preconceito e escravidão nos cega e nos põe contra  a Deus Nosso Senhor. Nossa Senhora veio estar presente simbolizada naquela imagenzinha, fez pequena, humilde, a mesma Maria que um dia disse ao Anjo: "Eis aqui a serva do Senhor" (Lc1, 38) e elevada ao título de Rainha, ela mesma continua nos mostrar as mesmas palavras do Evangelho: "Doravante, todas as gerações hão de chamar-me de Bendita!" (Lc1, 48) 

OS NOVOS MISSIONÁRIOS 


Aparecida  recebia um número expressivo de devotos. Gente de todos os rincões brasileiros que viam em Nossa Senhora a esperança de conseguir um milagre, uma graça, seja um emprego, seja a cura de uma doença mais grave. O mesmo acontecia em Trindade Goiás no santuário do Divino Pai Eterno. 
O bispo de Goiás D. Lino resolveu pedir ajuda do Vaticano, pedindo que fosse enviado missionários para lhe auxiliarem no trabalho do santuário. Enviou um emissário à Cúria Romana. O mesmo aconteceu em São Paulo, onde o bispo Joaquim Arcoverde representando o Estado foi até  a Santa Sé fazer o mesmo pedido. 
D. Lino pediu ao superior dos Missionários Redentoristas, (congregação criada por Santo Afonso  de Liguori - na Itália em 9 de Novembro de 1732 o ramo dos religiosos de vida apostólica e missionária que se passa a chamar Congregação do Santíssimo Redentor.)

Uma Congregação que vinha crescendo e se espalhando rapidamente pela Europa, também teve suas instalações na Alemanha. D. Lino então pediu que o superior aprovasse e enviasse missionários alemães para o Brasil para ajudar a Basílica de Trindade. O mesmo aconteceu com um pedido de D. Joaquim Arcoverde que desejava que os redentoristas fosse também para Aparecida do Norte.


O Vaticano enviou uma carta para os missionários da Alemanha, mais precisamente da região da Baviera. A resposta veio depois, visto que os redentoristas já tinham missões em outros lugares da América. Um desafio e tanto visto que os Alemães não tinham conhecimento da missão e do novo País que vinha a abrigá-los. Mas com espírito missionário herdado de seu Fundador, partiram sem medo para as novas terras brasileiras.

O desafio além de enfrentar a pobreza e a rusticidade do lugar, precisavam enfrentar os desmandos jesuíticos e a roubalheira que se instalou em Aparecida. Para tal o Vaticano declarou os redentoristas totalmente independentes de qualquer outro poder eclesiástico sendo submisso apenas ao bispo local e aos seus superiores.
E assim no dia 05 de outubro do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, de 1894, 13 missionários partiram do porto francês para o Brasil. Em 21 de outubro daquele mesmo ano chegaram às praias brasileiras e aportaram-se.
As dificuldades eram enormes. Os padres alemães não falavam o português. Por consequência disto se perderam uns dos outros. Sofreram com as doenças tropicais. Até que com muito custo embarcaram de trem rumo a cidade de Aparecida do Norte, no Estado São Paulo. 
Ao chegarem em Aparecida ficaram surpresos ao ver que a Senhora Aparecida, aquela imagem da Virgem Maria negra era muito parecida com uma  outra imagem que eles mesmos veneravam no santuário de Gar's na Alemanha. Era Nossa Senhora a Madona Preta de Altötting. Aquilo os incentivou muito. A semelhança era incrível!
Depois, os missionários partiram em missão de reconhecimento pelos vilarejos em torno de Aparecida. Encontraram pobreza e igrejas em ruínas. Celebraram missas. Mesmo em alemão sem o povo conhecer uma palavra sequer o povo assistia assíduo a Santa Missa. 
Logo que chegaram encontram muito o que fazer. Era enorme a quantidade de pessoas que visitavam anualmente Aparecida do Norte. Batizados, casamentos aos punhados.
Naquele tempo o padre responsável pela Paróquia de Aparecida era o padre Claro do Amaral que foi enviado para trabalhos emergenciais em outra paróquia e deixou a cargo dos redentoristas a missão de administrar a Paróquia.
Mas um desafio ainda maior para os novos padres. Após a renúncia do Pároco, os redentoristas precisavam iniciar os trabalhos de reconstrução da fé católica em Aparecida. Um povo simples, mas de muita fé, mas que não tinha uma catequese bem fixada e muitas vezes acometida de certos exageros. Os redentoristas se vislumbravam com tamanha devoção do povo brasileiro. Um povo que não media esforços para venerar a santinha milagrosa, vinham dos muitos lugares, deixavam seus ex-votos suas ofertas aos pés da Imagem sem se importar com as condições de comer e beber. 
Os padres brasileiros que passaram por aparecida, se preocuparam com os tesouros da santa mas não se preocupavam com a fé das pessoas, em dar-lhes uma boa catequese. Além do rigor em penitenciar os fiéis, possuíam uma mente ainda do tempo da inquisição. Logo, os missionários redentoristas trabalharam em cima desses desafios a fim de levar ao povo uma fé esclarecida e uma catequese responsável, além de criar centros de apoio aos romeiros.
Os missionários não pararam por aí, construíram também um Seminário para formação de novos padres e irmãos. 

A história do Seminário Missionário Bom Jesus remonta ao século 19, mais precisamente ao ato de lançamento e bênção da “Pedra Fundamental”, em 6 de agosto de 1894, pelo então Arcebispo de São Paulo, Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho. A pedra foi colocada no futuro altar-mor da capela do colégio, destinado aos jovens que aspirassem ao estudo eclesiástico.


O Seminário Bom Jesus – Colegião, como é conhecido – é projeto do engenheiro e arquiteto paulista Dr. Francisco Carlos da Silva, diplomado na França. Segundo alguns, ele se inspirou no Palácio de Versalhes.
O edifício foi concluído ao longo dos anos com modificações, mas externamente manteve a concepção original do arquiteto. Para a construção do prédio, foi montada uma olaria própria, que fabricou os tijolos enormes e requeimados. Em cada tijolo está a marca: NSA (Nossa Senhora Aparecida).
Em 1919, uma parte do edifício foi destinada a obras de caridade por Dom Duarte Leopoldo e Silva, então Arcebispo de São Paulo, sendo instalado ali o asilo Nossa Senhora Aparecida, confiado às Irmãzinhas da Imaculada Conceição.
Em 1932, por ocasião da Revolução Constitucionalista, tropas do exército acamparam no terreno do Seminário Bom Jesus.
De 1929 a 1952 o prédio também abrigou os seminaristas do Seminário Redentorista Santo Afonso.
Em virtude de sua localização e tamanho, o prédio foi cedido aos Seminários Maior e Menor da Arquidiocese de São Paulo no período de 1952  a 1964.
De 1969 a 1976 funcionou no prédio o Instituto Bom Jesus para formação de seminaristas de várias dioceses do país. A direção foi confiada aos padres Lazaristas.
Em 19 de março de 1977 foi inaugurado oficialmente o Seminário Arquidiocesano Bom Jesus, com a presença do Núncio Apostólico na época, Dom Carmine Rocco. O primeiro reitor foi Monsenhor Mário Cuomo.
No ano de 1990 foi instalado também no prédio o Seminário Propedêutico Nossa Senhora Aparecida, que funcionou no local até 2006.

Em 1996, foi feita a transferência da Cúria Metropolitana, que funcionava no Santuário Nacional, para o andar térreo do prédio.


A RÁDIO APARECIDA - NOVOS TEMPOS SE INICIAM 





Com a chegada da tecnologia e da rádio, os missionários criaram o Clube dos Sócios, que consistia em que cada devoto através de um registro e uma carteirinha fizesse suas doações patrocinando o funcionamento da Rádio. Cada um dos inscritos passaria a ser sócio-evangelizador da mesma, como o lema: "Quem ajuda na evangelização possui méritos de pregador!". A Rádio Aparecida cresceu se tornou uma forte emissora de destaque no País passaria a transmitir de Aparecida todo o conteúdo do Santuário, unindo os católicos e os devotos de todo Brasil em Ondas Médias, Faixa Modulada e Ondas Curtas. O Clube dos Sócios foi criado para manter a administração da Rádio que naquele tempo não possuía patrocínio e necessitava de pagar funcionários, construir um prédio sede, etc. 




  "Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo" e "Salve Maria…" com estas palavras, o Bispo Auxiliar de São Paulo, Dom Antônio Alves de Siqueira, inaugurava a Rádio Aparecida, às 9 horas da manhã do dia 8 de setembro de 1951. Foi o coroamento de trabalho iniciado em 1937, seguindo até 1950, quando o então Provincial, Pe. Antonio Ferreira de Macedo, obteve permissão do Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Carlos Carmelo De Vasconcellos Motta, para pleitear a concessão de uma emissora de rádio para a Basílica Nacional.

Foram cumpridas então todas as exigências legais e encaminhado ofício ao Presidente Eurico Gaspar Dutra, com o pedido de instalação da Rádio Aparecida Limitada. A autorização foi publicada no Diário Oficial da União no dia 13 de dezembro de 1950. Começaram então os estudos, a elaboração das plantas e sua aprovação, os orçamentos, a aquisição e instalação de estúdios, equipamentos e transmissores, até a tão sonhada inauguração da ZYR 44, na freqüência de 1.600 “quilociclos”, como se falava na época, e potência de 100 watts, que mal atingia as cidades vizinhas a Aparecida. Em 1955, é criado o Clube dos Sócios e surgiu então um programa especial que ouvia todos os associados do mesmo.


Em 1968, a estação é tirada do ar por 24 horas porque o governo militar deste momento histórico alegava que um padre havia lido um discurso subversivo que na verdade era a declaração dos Direitos do Homem apresentado pelo Pe. Vitor Coelho de Almeida no programa "Os Ponteiros Apontam Para o Infinito". No mesmo ano inaugura a Onda Tropical de 60 metros.


Em 5 de setembro de 1975, foi inaugurado o novo prédio da Rádio Aparecida, ao lado da Basílica Nova, onde funciona até hoje. Em 1976, a emissora de Onda Média mudou de freqüência, passando a transmitir em 820 kHz com uma potência de 5 kW, e programação independente das "Ondas Curtas" e "Tropical".  




A  CONSTRUÇÃO DA BASÍLICA NOVA

Com o passar dos anos a Basílica Menor de Aparecida, ou "igreja velha", não suportava mais o expresso número de fiéis que chegavam à Aparecida.

Os missionários redentoristas, responsáveis pela administração do Santuário sentiram a necessidade de erguer um novo santuário. Mas onde e como? Seria uma obra fantástica e ao mesmo tempo desafiadora. Foi aí que começou os estudos para eleger um novo local onde seria feito o novo templo. Foi então que compraram um terreno chamado de "Morro das Pitas" e lá começaram os trabalhos de construção do novo santuário. 


(na foto, à esquerda a construção da nave central do santuário novo)

[ O Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o maior Santuário no mundo dedicado a Maria, Mãe de Deus, localiza-se no Vale do Paraíba, no eixo Rio – São Paulo, e entre as duas cidades mais importantes do País, São Paulo e Rio de Janeiro. Por esse vale corre um rio de nome Paraíba, que foi palco do aparecimento da devoção que une todo o Brasil.


A pedra fundamental da Basílica Nova foi lançada em 10 de setembro de 1946, mas o início efetivo da construção ocorreu em 11 de novembro de 1955. A primeira missa no local aconteceu no dia 11 de setembro de 1946 e o primeiro atendimento aos romeiros em 21 de junho de 1959.


As atividades religiosas no Santuário, em definitivo, passaram a ser realizadas a partir do dia 03 de outubro de 1982, quando aconteceu a transladação da Imagem Milagrosa da Antiga Basílica para a Basílica Nova.

Em 1980, a Basílica Nova, maior Santuário mariano do mundo, foi consagrada pelo Papa João Paulo II, que lhe outorgou o título de Basílica Menor. Em 1983, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – declarou, oficialmente, a Basílica de Aparecida como Santuário Nacional.



(na foto à esquerda, construção da Torre Brasília, nome dado em homenagem à Capital Federal)

Hoje, o Santuário é um grande centro evangelizador, confiado ao zelo apostólico dos Missionários Redentoristas desde 1894, responsáveis pela pastoral e pela administração, no atendimento aos romeiros e peregrinos que chegam de todas as partes do País e do exterior.

Três Papas visitaram o Santuário Nacional: João Paulo II, no ano de 1980, Papa Bento XVI, quando abriu a V Conferência Episcopal Latino-americana e do Caribe em maio de 2007 , e papa Francisco em 2013, por ocasião das atividades da Jornada Mundial da Juventude, realizada neste ano no Rio de Janeiro.
Durante o mês de outubro -particularmente no dia 12, dia de Nossa Senhora Aparecida, pessoas de todos os recantos do Brasil visitam o Santuário Nacional, momento em que os olhos do mundo se voltam para acompanhar os festejos e a grande manifestação de fé do povo brasileiro.

                                          (na foto à direita a construção da Cúpula da Basílica Nova)




O Santuário Nacional acolhe milhões de visitantes, anualmente. Em 2014, 12.225.608  pessoas passaram pela Basílica. Com o lema “Acolher bem também é evangelizar”, trabalham no Santuário 33 missionários redentoristas, várias congregações religiosas femininas, mais de 800 voluntários e mais de 1.500 funcionários.

Além de toda a sua estrutura de acolhimento, acessibilidade e investimentos em comunicação, o Santuário Nacional atua na área da ação social. O número de beneficiados pelas parcerias e projetos atinge milhares de pessoas, entre crianças, adolescentes, idosos e portadores de necessidades especiais. ]  (fonte: http://www.a12.com/santuario-nacional/institucional/detalhes/santuario-nacional-de-nossa-senhora-aparecida)       


Aparecida está sempre em expansão, considerada a Capital Mariana do Brasil, depois do Vaticano é a cidade mais visitada. O núcleo Católico mais visitado da América Latina.
Os missionários redentoristas juntamente com a ajuda do poder público trataram de fazer com que aparecida se tornasse mais acolhedora com o passar dos tempos. Criando novos hotéis e um Centro de Apoio aos Romeiros, com praça de alimentação bons restaurantes, um mirante no morro do cruzeiro onde em seu percurso se encontra as estações da Via Crucis.
Um presépio que fica exposto o ano todo. Além de muitas lojas que oferecem artigos religiosos, berçários, banheiros, instalações para higiene, etc. Tudo para atender os fiéis devotos, romeiros e turistas que vão à Aparecida todos os anos atraídos pelo culto à Nossa Senhora Aparecida.
Atualmente Aparecida é sede da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - tendo à sua frente o Arcebispo, Dom Raimundo Damasceno Assis. 



 A TELEVISÃO - SURGE A REDE APARECIDA DE TV


A Rede Aparecida de TV, nasceu de uma iniciativa da Igreja Católica.

A TV Aparecida, conhecida por todos como a TV de Nossa Senhora, propaga o amor da mensagem mariana aos lares brasileiros, e com respeito e qualidade alcança a casa de cada devoto.


Sua programação demonstra sua própria missão: valorizar o humano ao caminho do divino, assim, celebra diariamente a fé em seus conteúdos religiosos, e ao mesmo tempo também oferece uma diversidade de programas culturais, educativos e jornalísticos, demonstrando seu cuidado e parceria em construir pessoas.


Seu crescente progresso e profissionalismo abrem perspectivas de alcançar todo o país. Aos poucos entramos na rotina de vida das pessoas de forma que nossos programas e apresentadores são parceiros reais, que compartilham a história de cada dia.


A TV Aparecida agradece o carinho, preza pela confiança de seus telespectadores e trabalha sem cessar para oferecer o melhor para você e sua família.

A Fundação Nossa Senhora Aparecida, mantenedora da Rádio Aparecida, ganhou a concessão do canal 59 UHF de Aparecida/SP o qual entrou no ar em 7 de setembro de 2004, para os habitantes da região. Porém, com cobertura para todo o Brasil, o sinal entrou no ar somente em 8 de setembro de 2005.Ainda em 2005 a Rede Vida num primeiro momento chegou a retransmitir a programação entre 9 as 12h na semana.

Em 1 de abril de 2010, a TV Aparecida e o Santuário Nacional criam o A12, o portal de notícias de Aparecida. O portal traz notícias para os católicos de todo o Brasil além de manter o sinal da TV Aparecida e da Rádio Aparecida online para todo o mundo . O nome A12 é igual a alguns portais conhecidos como G1 e R7.


Em outubro 2014 A TV Aparecida inaugurou o seu novo switcher HD (local onde passa os programas para ir ao ar na tv) e a partir dessa data 50% do conteúdo da emissora passa a ser transmitido em alta definição.


O diretor geral da TV de Nossa Senhora, padre Josafá Moraes, explicou que toda a programação da parte da manhã da emissora e as transmissões das celebrações no Santuário Nacional passam a ser em HD, o que significa que metade de todo o conteúdo da TV Aparecida chegará até a casa dos telespectadores com mais qualidade de som e imagem.


Padre Josafá falou da importância do investimento da emissora e em que isso resulta.


"Com esse investimento a TV Aparecida se equipara a grandes televisões que existem no país e no mundo. Essa tecnologia faz com que a TV Aparecida também possa ser reconhecida como uma das grandes produtoras de conteúdo do Brasil" destacou.


Com as transmissões em HD a programação da emissora não terá alteração, mas os telespectadores poderão observar um novo jeito de produção, quando as imagens irão trazer mais detalhes de cenário, de figurino, maquiagem entre outras particularidades.


"Nesse primeiro momento a gente se preocupou em se adaptar quando muda o conceito de operações, de técnica e de produção, mudando também a cultura profissional. Então estamos apostando na adaptação e esperamos a partir de dezembro termos ajustes na programação", conta o padre.


Com a nova tecnologia a TV Aparecida se projeta para oferecer mais conteúdo.


A TV Aparecida tem crescido em sua programação e deve continuar investindo em conteúdo, por que quando temos bons produtos, como aconteceu recentemente a transmissão do debate, conseguimos chegar a mais pessoas e ser reconhecido. Então primeiro vamos nos adaptar e depois vamos trazer mais conteúdo para a grade de programação", revelou.


Atualmente a TV Aparecida trabalha com quatro parques tecnológicos de captação de programas, três na sede da emissora e um no Santuário Nacional. Os parques localizados na sede da emissora continuam em tecnologia analógica e o do Santuário inaugura a tecnologia HD.


O investimento em tecnologia da TV Aparecida continua, a previsão é que em 2015 o switcher HD na sede da emissora também seja inaugurado para ter toda a programação em alta definição.


As transmissões da TV Aparecida em HD direto do Santuário Nacional começam no primeiro dia da Novena da Padroeira colocando essa conquista aos pés de Nossa Senhora em forma de agradecimento.


"No dia 03 de outubro inauguramos as transmissões em agradecimento a Nossa Senhora Aparecida e mostramos para as pessoas um outro padrão de qualidade da Novena da Padroeira.


Então é uma forma de agradecer e ao mesmo tempo oferecer ao público o melhor que nós temos com as transmissões da Novena e Festa da Padroeira, concluiu.



A inauguração aconteceu na sexta-feira a partir da missa das 9 horas no Santuário Nacional, seguida da celebração, o switcher foi abençoado e no momento foi transmitido pela TV Aparecida.

Para manter as obras do Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, (inclusive o término das obras de acabamento do Santuário) e  a TV Aparecida foi criada a Campanha dos Devotos de Nossa Senhora Aparecida, onde cada devoto ajuda mensalmente via boleto ou débito automático em conta corrente suas doações. 


Os participantes também recebem mensalmente a Revista de Aparecida que além de trazer informações sobre o Santuário, também traz meditações, a catequese dos padres, momentos de oração e meditação para que os devotos possam sempre estar ligados à espiritualidade do Santuário em suas casas. Além disso cada devoto participante da Campanha, num gesto de agradecimento, tem seus nomes escritos em um livro que fica debaixo do Altar Central do Santuário-Basílica de Nossa Senhora Aparecida.  Essa Campanha foi muito divulgada quando o Padre Darci Nicioli reitor do Santuário-Basílica, hoje D. Darci, que foi eleito bispo auxiliar de Aparecida, na época ele tomou frente e convocou todo o povo católico e devoto de Nossa Senhora a ser um participante da Campanha.  Entre no link: PORTAL A12.COM e cadastre-se, torne você um devoto participante. 



DOM RAIMUNDO DAMASCENO ASSIS
CARDEAL ARCEBISPO EMÉRITO DE APARECIDA-SP

 DOM DARCI JOSÉ NICIOLI
Bispo emérito de Aparecida, atual Bispo de Diamantina MG



D. ORLANDO BRANDES - ATUAL BISPO  DE APARECIDA-SP

DOM SÉRGIO DA ROCHA, ARCEBISPO DE BRASÍLIA-DF
PRESIDENTE DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
CNBB



PAPAS QUE VISITARAM APARECIDA: PAPA JOÃO PAULO II (HOJE SÃO JOÃO PAULO II); PAPA BENTO XVI E RECENTEMENTE, PAPA FRANCISCO.














                               

  












UMA FALSA IGREJA CATÓLICA DENTRO DA VERDADEIRA IGREJA CATÓLICA - A CRISE NA IGREJA CATÓLICA

  O assunto que vamos abordar hoje é muito sério. Existe uma falsa uma falsa Igreja Católica dentro da Igreja Católica verdadeira? Podemos...