segunda-feira, 23 de maio de 2016

PROFESSOR MÚCIO LO-BUONO - Um pouco da história deste homem que é o baluarte cultura oliveirense

"Não há como não falar da religiosidade do povo oliveirense sem o perfume e a dedicação do professor Múcio Lo-buono."


  Professor Múcio Lo-buono. Quem de Oliveira,  talvez da região não tenha ouvido falar desse nome?

  Nasceu em Oliveira  em 1929, na casa de D. Nininha Silveira, na Rua Direita (Rua Dr. Coelho de Moura, Centro - Oliveira MG) esse ano completou seus 87 anos é uma pessoa formidável. 

Filho de pai italiano e mãe brasileira:  José Lo-buono (comerciante) e Adélia Antão Lo-Buono.
Múcio é fruto do segundo casamento de José Lo-buono. Seu pai foi casado duas vezes. Do primeiro casamento ele tem mais irmãs e um irmão.  

     Seus pais eram católicos. Desde cedo o educou dentro dos princípios da religião, o que fez com que ele tivesse uma educação rígida para a época e um imenso amor pela religião. Aprendeu cedo a gostar pelas coisas da Igreja. Fez seus estudos primários na Escola Francisco Fernandes.

    Aprendeu a gostar das coisas relacionadas às tradições católicas. Desde menino frequentava a Igreja dos Passos, onde mais tarde viria a ser ser seu administrador. 
    Seus pais  deram a ele a chance de ser um notável representante das tradições religiosas de Oliveira. Aos 12 anos começou a arrumar o andor do Senhor  dos Passos para a tradicional procissão do encontro da Semana Santa. Ele foi gostando e apegou-se logo. com muito amor passou a zelar pela Igreja.
     Após a morte do seu pai, Múcio começa então assume dos cuidados da Igreja, o fez fielmente até sua interdição. Empregou todo tempo de sua vida e dedicação à ela. E após a Morte de D. José Medeiros Leite em 1977, ele passou então a coordenar os atos externos da Semana Santa.   

   Conviveu com muitos sacerdotes e também com o primeiro bispo diocesano, D. José Medeiros Leite e seu irmão Ms. Leão Medeiros Leite, Padre Guido, Padre Domingos Guglielmelli,  etc. 
  Estudou música, latim, e se tornou professor de Moral e Cívica aos 30 anos; dava aulas no Ginásio Prof. Pinheiro Campos. E ali formou muitos jovens ensinando o amor e o respeito pela Pátria.

   Como músico empregou seu talento regendo o Coral e o Quarteto que era responsável pela execução dos motetos da Semana Santa e do Setenário das Dores. Grande conhecedor da história e  grande patriota a ponto de se enaltecer com os hinos, marchas, dobrados e diversas poesias cívicas que somente ele sabe de cor testemunhado em seus discursos inflamáveis e amorosos em louvor a Pátria Amada no dia 07 de setembro. 

   Dividia seu tempo entre as aulas e a Igreja dos Passos e depois que se aposentou passou a dedicar inteiramente a sua vida em cuidar dela. Foi provedor da Confraria Nossa Senhora das Dores e administrador da Igreja dos Passos. Também foi catequista. Também é Juiz de Paz em nossa cidade, onde até hoje mesmo em idade avançada ainda faz casamentos no Cartório do Primeiro Ofício.
    
   Nas cerimônias religiosas internas e externas da Semana Santa e em outras ocasiões,  lá estava ele vestido com sua opa roxa, sempre ajudando seja na reza do Terço, seja nas procissões e na organização das celebrações externas da Semana Santa onde ele fazia questão que tudo saísse bem. Sempre incansável, amoroso e rigoroso na disciplina.









     Fundou um Coral na Capela dos Passos (hoje não existe mais), ao qual ele pôs o nome de Coro "Mater Dolorosa" em homenagem à Nossa Senhora das Dores. E não parou por aí, na década de 70 Múcio com a ajuda de alguns amigos, inclusive o Batistano, o Maestro Guido Guglielmelli de Andrade, fundou a Banda de Música que daria o suporte às celebrações externas da Igreja. Antes disso era preciso trazer a Lira Batistana para que pudesse ajudar nas procissões. Múcio então teve a ideia de juntar algumas pessoas ensinar música e junto com outros músicos que já existiram em Oliveira, formaram, com verbas próprias a Lira Municipal Oliveirense.  

     A Lira Municipal Oliveirense foi fundada em 05 de maio de 1973.



    Com verbas da Confraria ele comprou os primeiros instrumentos musicais para a Banda que depois passou a ser chamada de Lira Municipal Oliveirense. O Prefeito da época Dr. Salatiel Fernal Lobato assumiu a Lira que se tornou municipal por força de Lei, dando a ela suporte para que se desenvolvesse como Corporação Musical, foi criado CNPJ próprio e aprovando seu Estatuto e Regimento Interno. Mais tarde ela conseguiu o título de Utilidade Pública.   

   Ele deu as primeiras aulas de música. Ensinou ofício de sineiro (toque dos sinos), como conta o entrevistado Marlon Araújo, seu ex-aluno em entrevista:

  "Foi o Múcio que me deu as primeiras aulas sobre os sinos. Depois tive como professores o Cecílio das Neves, Silvério das Neves, Hindeburgo Salgado e Lourival Fonseca ".
Continua ... "Fui aluno de catecismo dele aos sábados as 16 da tarde na Capela dos Passos, recebíamos ao final um cartão que se chamava "bom ponto" e que era trocado no final do ano por presentes". 
Segundo Marlon, muitos do imobiliário da Igreja dos Passos foi comprado por ele através da festas e dos leilões. Lanternas, pálios, credências, campainhas, cálices, etc. 
Através das campanhas de doações ele comprou a casa que está ao lado da Igreja e que pertence à Confraria de Nossa Senhora das Dores".   









   Com dinheiro das doações ele também organizou vestimentas para os figurados bíblicos. Comprou novas imagens... Ele fazia questão que tudo saísse bem e que a Igreja sempre estivesse bonita e cheia de flores em diversas ocasiões festivas. 


   Na semana Santa a Igreja estava à caráter para recolhimento e meditação da Paixão de Cristo. Era o quarteto que saía às ruas nas procissões cantando os motetos em latim. E porque não dizer do Setenário regido por ele com a ajuda do Coro Mater Dolorosa e alguns músicos da Lira Municipal. As obras de João da Mata e do Martiriano Ribeiro Bastos por ele tão bem executadas e preservadas.

 


    Com interdição do professor Múcio, foi criado na Paróquia Nossa Senhora de Oliveira um novo Coral que leva seu nome, "Coral  Múcio Lo-buono" regido pelo Maestro Richard e que hoje é responsável por preservar o patrimônio artístico religioso que são os Motetos da Semana Santa e do Setenário das Dores. Vejamos abaixo alguns vídeos do mesmo em apresentação:



Cecidit Corona - Moteto da Sexta - feira da Paixão
Professor Múcio rege o Coral


Moteto de Dores - Plorans Ploravit de João da Mata


Moteto de Passos - Pater Mi - de João da Mata

         
Stabat Mater - de João da Mata


    Esses maravilhosos cantos que assistimos, foi por muitos anos,  cantado pelo Coral Mater Dolorosa sob regência do professor Múcio Lo-buono. Ele é o guardião responsável por manter, guardar e zelar por tantos preciosas obras. 
    Não é só Oliveira que possui a tradição de cantar os Motetos em latim. Outras cidades como, São João Del Rey, Ouro Preto, Passos, Prados, Ribeirão Vermelho, Ritápolis, Lagoa Dourada, Resende Costa etc. Muitas cidades usam o canto dos Motetos durante as celebrações da Semana Santa. Se não fosse pelo professor Múcio talvez essas obras se perderiam no tempo. Foi pela insistência e pelo amor à cultura da música sacra barroca que ele conserva até os dias de hoje que podemos ouvir essas grandes obras dos ilustres compositores mineiros.       

  Terço, novena, ladainhas, cantos ...  no coro da Igreja dos Passos tocando o harmônio entoava os belos cantos, em português ou em latim em louvor à Nossa Senhora, como o "Magnificat"No mês de maio ornamentava o Trono para as coroações. Leilões, foguetes, muitos hinos para Nossa Senhora. Lindos hinos entoados pelas crianças que eram ensaiados por ele para ser coroada a Mãe das Mães.   

  Em junho preparava o povo para as comemorações dos Santos Juninos, São João Batista, Santo Antônio de Pádua e São Pedro Apóstolo,  com novenas barraquinhas. Pipocas, quentões, canjica, leilões e até tinha um correio elegante. Tudo isso apoiado pelos sacerdotes antecessores e Como Dom Antônio Carlos Mesquita e Dom Francisco Barroso Filho que não cansavam de elogiá-lo e lhes tinha um grande apreço.

  Em setembro, época em que se celebra a festa de seus padroeiros Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores, a Igreja dos Passos sempre estava bem enfeitada. Missa Festiva, Missa Solene em Latim. Ele fazia questão de trazer um pregador de fora para ajudar e abrilhantar ainda mais as celebrações.

   No Mês do Rosário a mesma coisa. Todos os  dias lá estava o Prof. Múcio com seu terço na mão rezando antes de cada celebração. E porque não dizer a Novena perpétua de Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, rezada nas quintas-feiras? Quantas graças alcançadas por meio da intercessão deste homem que batia os joelhos a rezar pela cidade e pelos que pediam orações. 


Em dezembro, lá estava ele empenhado em montar o famoso presépio e enfeitar a Igreja para a Missa de Natal. Novamente as canções natalinas e a Igreja enfeitada à caráter. O presépio, o pinheiro, as bolas coloridas, as luzes brilhando ... a Capela repleta de luzes e flores para celebrar o Natal.    



   Fora da Igreja vamos encontrar um homem culto, um Juiz de Paz e um amante das tradições folclóricas. Na Semana da Pátria  todos esperam aquele senhor subir ao palanque e cheio de sabedoria e amor à Pátria declarar os versos patrióticos das canções militares. Como a Canção do Expedicionário. Ele reunia os colégios e ensinava desde o hastear das Bandeiras ao canto do Hino Nacional, homenageando a Pátria na Semana da Independência. E no dia 07 de setembro, lá estava ele todo feliz por ver seus conterrâneos homenagear a Pátria. E feliz soa-lhes as palavras poéticas dos cantos gloriosos. 


  Foram tantas gerações por ele educado. Muitos sacerdotes que o admiravam e enalteciam seus trabalhos.
   Professor Múcio também foi catequista e educou muitos jovens na fé. Aos sábados ensinava a doutrina na Igreja dos Passos. Também ensinava os meninos o ofício de acólito ou coroinha e muitos foram os meninos que ali passaram e se tornaram coroinhas e depois bons cristãos graças aos ensinamentos e o exemplo do professor Múcio. Acredito que muitos homens, que foram coroinhas tem recordações de quando ajudavam na Igreja dos Passos, nas Missas, novenas e procissões. Quantas mulheres que foram ex-catequizadas e que coroaram, hoje, continuando o que faziam,  levam seus filhos para coroarem a imagem da Virgem Maria no mês de maio; porque assim aprenderam com ele a louvar Nossa Senhora.  

  Seja quaisquer que fosse a época do ano, lá estava o professor Múcio na Igreja dos Passos pronto para a oração. 
Alguns até diriam: "Ah, mas ele é aposentado não tem nada de importante pra fazer..." mas eu pergunto:
   Quantas pessoas que estão aposentadas e não cuidam da própria fé?
   Quantos que deveriam estar enganjadas com algum serviço na Igreja e por comodismo e preguiça não ajudam e só criticam quem tenta fazer o melhor?
  Quantos que aproveitam a aposentadoria pra tudo menos pra tirar um pouquinho do seu tempo para as coisas de Deus?

 Não há como não falar da religiosidade do povo oliveirense sem o perfume e a dedicação do professor Múcio Lo-buono.

  Antes de fundar as paróquias de São João Bosco e de Nossa Senhora Aparecida só existiam duas paróquias na Cidade era a São Sebastião e Nossa Senhora de Oliveira sede da Diocese. E o que seria dos padres da Paróquia Mãe de Oliveira sem a ilustre presença do professor Múcio. 
   Hoje é muito fácil falar, porque cresceu a participação de pessoas nas Comunidades e nas Paróquias aumentaram. Mas Múcio foi um grande incentivador e colaborador das atividades religiosas sejam internas ou externas. Sem falar que ele é uma enciclopédia viva da memória da história de Oliveira. Nunca foi assalariado, nunca recebeu pelos trabalhos.     Tudo que fez foi por amor a Deus e a Igreja sem esperar reconhecimento. Muito embora o povo sabe reconhecer seu trabalho. Somente os poderes constituídos não reconhece o que é uma pena.       


Foi ele também que por muitos anos administrou a Confraria de Nossa Senhora das Dores, tornando-se depois seu provedor. Os principais trabalhos da Confraria é de Zelar pela Igreja dos Passos, cuidando da tutela das imagens de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. Ajudar nas celebrações internas e externas da Semana Santa. Ajudar nas novenas e outras celebrações na sua Igreja sede.    

   Prof. Múcio também colaborou com a reforma da Matriz Nossa Senhora de Oliveira; (Matriz velha). Quando deu detalhes de como eram os altares, e outros adornos originais que foram tirados da Igreja na primeira reforma. Sem a ajuda dele e de algumas pessoas que emprestaram algumas fotos era quase impossível trazer a originalidade dos alteres e dos adornos do estilo da época colonial.  


        D. José Medeiros Leite - Primeiro Bispo da Diocese de Oliveira, MG, até 1977  - Natural de Mossoró - RN.   

O OUTRO LADO DA MOEDA, A INGRATIDÃO  


    Sabe-se que seu afastamento se deu com a posse do novo bispo diocesano, após a morte de D. Jesus Rocha em 2006, assumiu D. Miguel Ângelo de Freitas Ribeiro. E depois da posse do novo Pároco da Paróquia N. Sra. de Oliveira. Pe. Diovanny Roquim Amaral, que substituiu Pe. Guido Evangelista da Silva, que se aposentou.

   Alegaram que o motivo do afastamento era a sua saúde frágil e pela idade avançada o impossibilitava de continuar seu trabalho frente à Igreja dos Passos. Mas, isso lhe custou muita tristeza e indignação do povo,  tendo em vista que o que ele fazia não era por profissão e si, por vocação. E ninguém tem o direito de decidir sobre a vida de uma pessoa. E houve-se quem falasse que não houve afastamento e sim, interdição.
    O que não ficou muito bem explicado por parte da Diocese e da Paróquia é qual o verdadeiro motivo que levou sua interdição. Visto que ele não cometeu nenhuma irregularidade, nenhuma fraude ou desvio de conduta. Sempre foi um bom exemplo para a sociedade. E o que fez pela Igreja fez por amor e não por interesses particulares.           

    Mas, esse homem que aos 87 anos,  tão culto, tão respeitado pelo povo oliveirense não pode fazer o que mais gosta estar na Igreja dos Passos. Ajudando e rezando como gostava sempre fazer. 
Se fosse pela idade vá lá, mas que dirá de uma ditadura que lhe impuseram e tomaram dele "as chaves da igreja"; da sua igreja querida que lhe viu crescer e que aprendeu a amar e a cuidar como se fosse sua própria vida.
    
   É comum (e não podemos como cidadãos de bem nunca conformar) que até mesmo dentro das fortes instituições como a Igreja Católica Apostólica Romana existem pessoas com tamanha falta de caridade, que acham que o que está velho é pra ser descartado, como se fosse lixo. 
   Nós católicos oliveirenses, dotados dos maiores sentimentos e e uma religiosidade em particular, herdadas de nossos antepassados que nos legaram tantos sentimentos de amizade e respeito, não podemos concordar que este homem não seja reconhecido, senão respeitado em seus direitos de usufruir daquilo que fez ao longo de uma vida inteira de amor e dedicação.
   Como não compreendemos a atitude arbitrária a que lhe foi imposta. Sem ele mesmo merecer ou entender  por quê disso tudo.

    Nós não podemos deixar estender-lhe justa homenagem, nosso apreço, afeto e carinho neste momento em que ele mais precisa visto que a idade avança a cada dia e sua saúde não é mais a mesma. Mas a mente é lúcida e capaz de entender que o que fizeram com ele foi uma atitude desrespeitosa e cruel.
O povo de Oliveira sabe e não pode ficar calado.
       
   Pois é nesse sentido achando-o impossibilitado que o novo bispo de Oliveira,  juntamente com o Pároco da  Paróquia Nossa Senhora de Oliveira tirou do Múcio a coordenação da Igreja dos Passos. Extinguiu o Coro Mater Dolorosa e numa atitude ao meu ver de tamanha falta de caridade, tomaram-lhe as chaves da Igreja. 
Ele nunca fez nada de mal. Nada que justificasse essa arbitrariedade.

   Tendo que se conformar com a ingratidão de quem ele mais amou um dia que foi a sua fé e a sua Igreja. 

   Corre o risco de ser esquecido pelos dirigentes da Igreja Católica Local; que ele tanto dedicou sua vida, mas não pelo povo oliveirense que o respeita.

   Ao passar em frente sua casa na rua Dr. Coelho de Moura, vemos um homem a olhar pela sacada da varanda a "sua" Igreja como era conhecida e a perguntar, porque fizeram isto comigo? Porque não posso ir lá rezar o Santo Terço? ...

     Esse sentimento de revoltante levou a um grupo de pessoas a fazer um abaixo assinado pedindo a "devolução das chaves" ao Prof. Múcio. Devolver as chaves significa devolver a ele a dignidade. Não será por imposição que se deve dizer a uma pessoa o que fazer da própria vida, ninguém tem esse direito. Fere os princípios constitucionais e os direitos humanos.
   Fizeram com que ele interrompesse as  suas atividades, forçadamente e isso ninguém tem o direito fazer. Sem nenhuma explicação ainda que tivesse uma...Tratar um idoso como se fosse algo descartável e ainda mais por um sentimento mesquinho, cruel por parte de quem deveria dar exemplo no caso de sacerdotes é muito triste.
    Recentemente, neste mês de agosto/16, a Secretaria de Cultura de Oliveira, MG, apresentou um projeto onde segundo a Secretária de Cultura do Município, a Excelentíssima Senhora, Nêm Campos, o tombamento da pessoa do Professor Múcio Lo-Buono como patrimônio imaterial da Cidade. Uma justa homenagem por parte do Poder Público reconhecendo seu trabalho e esforços em prol da cidade de Oliveira.   

   Como é bonito o amor do Prof. Múcio pela Pátria Amada. E como é bonito vê-lo recitar de cor essa poesia da "Canção Do Expedicionário" ; Letra de: Guilherme de Almeida e Música de Spartaco Rossi;  deixo esta homenagem ao Professor Múcio Lo-buono.




CANÇÃO DO EXPEDICIONÁRIO 
     

Você sabe de onde eu venho? 


Venho do morro, do Engenho, 

Das selvas, dos cafezais, 

Da boa terra do coco, 

Da choupana onde um é pouco, 

Dois é bom, três é demais, 

Venho das praias sedosas, 

Das montanhas alterosas, 

Dos pampas, do seringal, 

Das margens crespas dos rios, 

Dos verdes mares bravios 

Da minha terra natal. 


Por mais terras que eu percorra, 
Não permita Deus que eu morra 
Sem que volte para lá; 
Sem que leve por divisa 
Esse "V" que simboliza 
A vitória que virá: 
Nossa vitória final, 
Que é a mira do meu fuzil, 
A ração do meu bornal, 
A água do meu cantil, 
As asas do meu ideal, 
A glória do meu Brasil. 




Eu venho da minha terra, 


Da casa branca da serra 

E do luar do meu sertão; 

Venho da minha Maria 

Cujo nome principia 

Na palma da minha mão, 

Braços mornos de Moema, 

Lábios de mel de Iracema 

Estendidos para mim. 

Ó minha terra querida 

Da Senhora Aparecida 

E do Senhor do Bonfim! 


Por mais terras que eu percorra, 
Não permita Deus que eu morra 
Sem que volte para lá; 
Sem que leve por divisa 
Esse "V" que simboliza 
A vitória que virá: 
Nossa vitória final, 
Que é a mira do meu fuzil, 
A ração do meu bornal, 
A água do meu cantil, 
As asas do meu ideal, 
A glória do meu Brasil. 





Você sabe de onde eu venho ? 


E de uma Pátria que eu tenho 

No bôjo do meu violão; 

Que de viver em meu peito 

Foi até tomando jeito 

De um enorme coração. 

Deixei lá atrás meu terreno, 

Meu limão, meu limoeiro, 

Meu pé de jacaranda, 

Minha casa pequenina 

Lá no alto da colina, 

Onde canta o sabiá. 


Por mais terras que eu percorra, 
Não permita Deus que eu morra 
Sem que volte para lá; 
Sem que leve por divisa 
Esse "V" que simboliza 
A vitória que virá: 
Nossa vitória final, 
Que é a mira do meu fuzil, 
A ração do meu bornal, 
A água do meu cantil, 
As asas do meu ideal, 
A glória do meu Brasil. 




Venho do além desse monte 
Que ainda azula o horizonte, 
Onde o nosso amor nasceu; 
Do rancho que tinha ao lado 
Um coqueiro que, coitado, 
De saudade já morreu. 
Venho do verde mais belo, 
Do mais dourado amarelo, 
Do azul mais cheio de luz, 
Cheio de estrelas prateadas 
Que se ajoelham deslumbradas, 
Fazendo o sinal da Cruz ! 



Por mais terras que eu percorra, 

Não permita Deus que eu morra 

Sem que volte para lá; 

Sem que leve por divisa 

Esse "V" que simboliza 

A vitória que virá: 

Nossa vitória final, 

Que é a mira do meu fuzil, 

A ração do meu bornal, 

A água do meu cantil, 

As asas do meu ideal, 

A glória do meu Brasil.
Texto de: Elmando V. de Toledo



  

         

                    

sexta-feira, 8 de abril de 2016

RELIGIÃO E IGREJA - duas palavras ligadas uma a outra mas com significados bem diferentes

(???) Sempre quando falamos em Religião e Igreja, parece que associamos uma coisa a outra. Certo, porque as duas coisas estão interligadas. Mas quando separamos estas duas palavras para uma definição vamos entender que elas possuem significados bem diferentes.

Quando se pergunta: a que religião você pertence? você pode dizer: esta ou aquela. Mas se perguntar: o que significa ou o que é religião para você? - talvez não seja fácil responder a essa pergunta. Essa é uma pergunta que você tem que responder para si mesmo. 

Primeiro, você tem que entender que a Religião é: um campo idéias e crenças com uma finalidade de estabelecer uma conexão entre o ser humano e um ser superior (no nosso caso, Deus).

As religiões não se fazem por si só, elas tem um fundador, alguém que antes de você as criaram e as difundiram como matéria de fé. Quem se associa e pratica uma religião é um ser religioso.

Elas surgiram à partir do momento em que os homens sentiram a profunda necessidade de comunicar-se com algo superior ao humano, ou seja,  o divino. Ela vem preencher o vazio da existência da alma humana.

Religião é a crença na existência de um poder ou princípio superior, sobrenatural, do qual depende o destino do ser humano e ao qual se deve respeito e obediência. Para identificar a Religião temos que considerar o seguinte:

➤a) culto a uma ou mais divindades.

➤b) Conceito, estatuto próprio.
➤c) leis para prática.
➤d) ritos, próprios.
➤e) historicidade, elementos históricos.
➤f) Lugar de culto, vestimentas e liderança espiritual.
➤f) prática do bem comum e linguagem própria.
   
Cada religião possui suas características próprias de quem as fundou e as solidificaram como princípios para que se possa entender essa conexão entre a criatura e o Criador. Nesse caso aplica-se tanto às monoteístas (que acreditam em um só Deus) ou politeístas, (acreditam em várias divindades).

Ela é indelével, isto é, não pode ser atingida, nem manipulada por mecanismos de exploração seja científica ou política, pois, contém princípios que transpõe a lógica humana. A religião é uma ligação do natural (ser humano) com o sobrenatural, algo que você não vê, sente ou compreende que existe comunicação. A religião é uma "ponte"que faz a interligação entre o humano e o divino.

Por exemplo: A religião Cristã ou cristianismo partiu dos princípios do judaísmo pois seu fundador, Jesus Cristo e seus colaboradores eram judeus. O cristianismo foi se reformulando com o tempo, onde algumas práticas da religião  judaica ou moisaica foi deixado de lado para ganhar outras práticas segundo a lei e os conceitos cristãos tendo em vista que no cristianismo aderiu-se judeus e pessoas de outros lugares que eles chamavam de gentios ou povos pagãos.

Ela não está ligada à Ciência nem obrigada a seguir à estudos científicos (embora  aceite intervenção em alguns casos)  porque, o objetivo principal da religião é fazer com que o ser humano contacte o divino, conheça o lado divino e não o contrário. Não se pode explicar ou conhecer cientificamente o inexplicável.  

Para entender o princípio da religião, deve-se saber que ela surgiu a partir do momento em que o ser humano entendeu que as coisas criadas não foram feitas por si só, havia uma necessidade de entender quem as criou e porque elas foram criadas.

O homem entendendo que não era capaz de fazer tudo sozinho, reconheceu que somente alguém superior a ele, um ser de suprema grandeza e inteligência pode criar tudo, imaginar tudo e resolver tudo.
  
A crença em um só Deus chegou até nós por meio dos judeus.
A este alguém o homem chamou remotamente de "deus" - o que mais tarde se manifestou na História com real existência, segundo narra a Bíblia. Foi através da Bíblia que encontramos através da história que realmente Deus (divindade suprema) existe, e que Ele mesmo, agora se manifestou aos homens de acordo com sua vontade. A crença em um só Deus criador de todas as coisas chegou até nós pelos judeus. Somente os judeus acreditavam em um Deus único e verdadeiro. Único e invisível. Tendo como fundador Moisés, por isso as leis judaicas também são chamadas de Lei Mosaica. E Deus recebeu o nome de JAVÉ.

Outra religião que surgiu com alguns elementos do judaísmo e do cristianismo foi o Islamismo,  pelos árabes. O Islamismo não tem como base de conceito a Bíblia, mas o Alcorão e tem como fundador Maomé. Cultuam um  único Deus que eles chamam de Alá. As religiões politeístas possuem cidades referências especiais de culto. por exemplo:

➤No judaísmo - Jerusalém.
➤No Islamismo - Meca.
➤No cristianismo Ocidental - Roma
➤No cristianismo Oriental - Jerusalém


Para nós cristãos, este Ser  especial se manifestou aos homens sendo Criador de tudo e daí estabeleceu uma conexão com o humano, então a palavra "deus" passou a ser escrita com letra maiúscula "DEUS" para indicar que este ser superior de que tanto procurava o homem é o princípio, meio e fim de tudo, o Criador de tudo que se revelou ao ser humano tal como é.

Ao longo da História, nas diversas culturas, esse "deus" era atribuído em várias nações de diversas maneiras. Na Mesopotâmia, no Egito, na Grécia, em Roma, etc. Cada um desses povos tinha uma religião local e cultuavam várias divindades. A maioria dessas religiões traz seus mitos próprios característicos da crença de um povo.

Então, as religiões foram surgindo de acordo com a necessidade de entender esse(s) ser(es) superior(es) ao qual podiam atribuir poderes mágicos e especiais.

No nosso caso seguimos princípios cristãos e judaicos, cultuamos um único Deus, somos politeístas. 

Os gregos, os romanos, os africanos, dos ameríndios (antes da colonização portuguesa e espanhola), os indus, povos da Índia e os africanos em maior parte ainda cultuam várias divindades.
Esses povos antigos com exceção dos judeus ou hebreus cultuavam (e ainda cultuam) várias divindades.

Os hebreus ou judeus, também chamados de Israelitas, na antiguidade eram politeístas. 
o Culto e a adoração a um só Deus surgiu segundo a Bíblia no tempo de Abraão. Embora há relatos anteriores desde o livro de Gênesis, mas, considera-se que os primeiros livros da Bíblia até Noé são fictícios. E até alguns estudiosos consideram que Adão e Eva e Noé é são personagens fictícios, nunca existiu e que suas histórias foram inventadas pelos antigos rabinos para algum ensinamento como tantas histórias que lemos hoje.

Considera-se, portanto, que Abraão foi o primeiro no qual Deus lhe tenha revelado como único Deus e através dele e se sua descendência nasceria um novo povo e uma nova religião a Religião judaica. E séculos mais tarde coube a Moisés a organização social do povo judeu e sua Religião. É dentro da Religião judaica que nasce JESUS CRISTO, que mais tarde vai separar-se do judaísmo e fundar uma Associação com a ajuda de seus discípulos e Apóstolos que é a Igreja. Essa Igreja que se firma após sua morte na Cruz em Jerusalém. 
Jesus não fundou apenas uma religião, mas uma Igreja, ou seja, uma comunidade que embora vivesse alguns princípios do judaísmo, possuía uma nova forma de cultuar a Deus deixando de lado várias normas e preceitos da antiga Religião judaica. 
A Igreja Cristã, se dividiria em várias outras comunidades de cristãos pelo mundo afora formando um só corpo em seu fundador JESUS CRISTO com um governo terreno sob a autoridade do Apóstolo Pedro e seus sucessores (o bispo de Roma que é também chamado de Papa legítimo sucessor de Pedro).  
Com isso Jesus queria que seus seguidores não só apenas cumprissem as normas religiosas, mas fizessem algo a mais a Oração associada à Caridade fraterna onde nele todos fossem iguais. Deus seria tudo em todos.
Essa Igreja seria responsável por levar sua mensagem chamada de Evangelho (palavra grega que significa Boa-Nova) a todos os povos. Substituindo a circuncisão pelo batismo na água.

O cristianismo até então não era considerado religião, por assim dizer, mas foi o Imperador  romano Teodósio que séculos mais tarde declarou o cristianismo como religião oficial do Império Romano e do mundo inteiro dominado por ele, abolindo o politeísmo romano. E a Igreja cristã, então ganhou o nome de Igreja Católica Apostólica de Roma ou Romana. 
Embora em 1500 tendo acontecido a Reforma protestante e até nos dias de hoje. Quando se fala em religião cristã ou cristianismo aplica-se não só aos cristãos católicos, mas aos cristãos de outras denominações chamados também de protestantes, pois o cristianismo engloba não aqueles que crêem nesta ou naquela denominação, mas todos quantos crêem em Jesus Cristo.       
            
Tanto o Islamismo, quanto o judaísmo e o cristianismo tem em Abraão como o "Pai da Fé". Até Jesus em seus ensinamentos citou Abraão como aquele que traz na sua figura a figura do Pai Criador.
             
As religiões que prestam cultos a vários deuses, são chamadas religiões politeístas. Assim surgiram as religiões, ou seja, grupos de pessoas que buscavam estabelecer culto com uma ou mais divindades. Assim no Europa, na Ásia, na América, na Oceania, etc. cada lugar possui suas religiões, suas crenças religiosas. Porém, cada país possui sua religião dominante, estabelecida pelo governo local ou por um grupo dominante. E de tempos em tempos esta "religião dominante" pode mudar muito embora também pode permanecer por séculos e milênios. Um exemplo: na Europa, o cristianismo (fundado à partir dos ensinamentos de Jesus Cristo), no Japão o Budismo, (fundada pelo Buda), No Oriente Médio o Islamismo (fundada por Maomé), etc.

São seus fundadores os responsáveis que criaram suas regras, estatutos e leis, seus princípios morais a serem seguidos. Cada povo, cada nação, possui uma Religião-mãe, e todas as demais crenças religiosas estão ligadas às crenças de seu princípio. Isso é Religião, e religiosidade são as diversas maneiras ou práticas derivadas do princípio religioso pela qual se pode viver uma religião. Hoje já existe estudos específicos para conhecer as religiões, esse estudo é a Ciência das Religiões.

Pode declarar-se adepto de uma religião (o ser religioso) quando se torna membro de uma comunidade que professa essa mesma religião e faz dela algo que complementa sua vida. Mas a Religião (no nosso caso) sem a Igreja é ineficaz e inócua. Aquele que pratica a religião é chamado de religioso, pode ser professo (os estudiosos no assunto: teólogos, filósofos,  o clero em geral. religiosos ou leigos consagrados, catequistas, missionários etc) ou não professo, o leigo ou seguidor comum. Porém, é na instituição religiosa que se pode viver a Religião. Uma coisa está ligada à outra.    

As religiões também estão ligadas às culturas dos países dominantes e sofrem modificações e alterações frequentes no campo das práticas teológicas ou filosóficas mas, não mudam o princípio geral pelo qual elas foram criadas. Ou seja, o que está determinado pela Religião não muda. Por exemplo: A Igreja Católica Apostólica Romana, é uma instituição religiosa do cristianismo, conserva a doutrina dos Apóstolos. Mas embora seja estabelecida regras rígidas de ensinamentos, ela  sofre algumas alterações, (embora a liturgia siga o Missal Romano)  de acordo com os Países e as culturas locais.

Deste modo, algumas coisas que se vê no culto de uma Igreja da Europa não se vê no culto de uma Igreja do Oriente ou na América Latina, por exemplo.

Mas, mesmo assim, não desvia do propósito principal regido pelo Código de Direito Canônico que na verdade, funciona como um estatuto geral em toda a Igreja. É o caso de algumas procissões que são fortes aqui no Brasil, mas, no Vaticano são poucas. Muito embora no Brasil, por causa de interferência entre diversas culturas religiosas, a religião cristã sobretudo na Igreja Católica sofreu um certo "misticismo religioso" que associou crenças que não são cristãs.

Porém, a Igreja Católica não interfere nas crenças religiosas e nem na maneira pela qual as pessoas demonstram sua religiosidade, (chamado também de religiosidade popular) pois, a Constituição Federal e a de outros países dão a qualquer cidadão brasileiro ou estrangeiro a liberdade de culto e expressão religiosa, seja ela qual for. É nesse direito que alguns evangélicos entram em conflito com a Constituição Brasileira por não respeitarem a liberdade de expressão e culto religioso. A religião não pode oprimir, discriminar e nem perseguir a ninguém sobre o pretexto de achar-se melhor que as outras crenças religiosas.

O QUE É RELIGIOSIDADE POPULAR?

O que é a religiosidade popular? Ela é a forma de EXPRESSÃO pela qual uma pessoa ou um grupo de indivíduos; estes manifestam sua fé por atos e gestos particulares dentro de uma cultura local,  seja ela diretamente a Deus, a Jesus ou à Virgem Maria e aos demais Santos. E alguns lugares esse tipo de devoção possui até ritos próprios, músicas e danças. Muitos desses ritos são aprovados pela Igreja Local (Diocese) muitos ainda que não aprovados diretamente são aceitos pela Igreja Local. Por exemplo: A devoção aos santos padroeiros, a Coroação da Virgem Maria no mês  de maio; muitas destas festas com ritos próprios canônicos ou não. E as diversas manifestações da devoção popular expressadas através da música e da dança. É o caso da Congada, das Folias de Reis, a Festa do Divino, a Dança de São Gonçalo, etc. São tipos de manifestações de devoções populares manifestadas de acordo com as regiões e as diversas culturas do País.  Isso porém, não interfere na Igreja, pelo contrário, são essas manifestações culturais que fazem com que estas devoções ganhem um sentido mais rico e profundo de região para região, de País para País, de Estado para Estado. Pois a Igreja é o conjunto de diversas pessoas batizadas em diversas etnias e culturas. É  que faz a Igreja ser bela no seu âmbito cultural. Tanto representada nas culturas, arte sacra (esculturas pinturas), danças e músicas.                     

IGREJA: JESUS FUNDOU UMA RELIGIÃO OU UMA IGREJA?

Jesus fundou a Igreja. Quando falamos em Igreja temos que estar atentos que o nome "Igreja" possui dois significados: o primeiro é: nós somos a Igreja, ou seja, São Paulo chama de "Corpo Místico de Cristo" - São Paulo compara a Igreja com o corpo humano - Jesus Cristo, seu fundador e, portanto, é a Cabeça. A cabeça é onde está o cérebro que guia todo o resto corpo e suas funções específicas. Nós, os cristãos batizados, também chamados de "leigos" somos os membros e a alma deste "Corpo Místico"  é o Espírito Santo.

A Igreja tendo Jesus Cristo como cabeça e uma alma, o Espírito Santo  é Santa, indelével. Mas também é pecadora porque seus membros somos nós, e, nós somos pecadores. Quando o membros adoecem o Corpo inteiro fica prejudicado, assim quando pecamos esse "Corpo Místico" que é a Igreja fica prejudicada, mas, sendo Jesus Cristo a Cabeça desse "Corpo" ela continua santa.
Daí também se usa o termo "Igreja" para se referir aos membros da Igreja. Mas, o nome Igreja, se refere ao Magistério, a instituição hierárquica com um Ministério dado pelo próprio Cristo, ou seja à instituição. Logo a união dessas duas palavras cristianismo + Igreja = Religião cristã.  

➤A ÚNICA IGREJA DE JESUS, A IGREJA CATÓLICA  


E como sabemos disso? 

Sabemos disso: a) pelo conceito histórico, b) Pelo princípio bíblico

Porque Jesus deixou o governo dessa Igreja a Pedro e aos Apóstolos e seus sucessores. Não é preciso muito estudo para identificar que a Igreja instituição, primeiro porque Jesus chamou os doze, depois em Mt16 Jesus e anunciou o fundação desta mesma instituição sob o governo de Pedro. 


O Livro dos Atos dos Apóstolos descreve que os cristãos já reconheciam a autoridade de Pedro e dos Apóstolos e lhes eram submissos, ainda que ainda a Igreja não tivesse seus templos próprios como hoje, eles se reuniam nas casas e nas catacumbas, celebravam a Eucaristia, perseveravam na unidade, na caridade e no amor fraterno cumprindo assim o Mandamento universal de Cristo: "Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei!"

Em Mateus cap. 18, 15-18 está escrito: "Se teu irmão pecar contra ti, vai e repreenda-o entre ti e ele somente. Se te ouvir terás ganho teu irmão. Se não escutar, toma duas pessoas, a fim de que toda questão seja resolvida pela decisão de duas ou três testemunhas. Se ele recusar ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar também a Igreja, trate-o como um pagão ou publicano. Em verdade eu vos digo: tudo o que ligares na terra será ligado no céu e o que desligardes na terra também será deligado no céu".   
Para quem Jesus está falando? 
Jesus está instruindo seus Apóstolos (no Magistério Apostólico) como proceder quando os membros (dessa Igreja instituição divina) cometer algum pecado. Note que, em Mt 16, Lemos que Pedro é eleito o representante e chefe da Igreja. Depois Jesus vai dando suas instruções. Claro que Jesus pede que os Apóstolos sejam insistentes quando o irmão pecar. Alguns versículos na frente Jesus vai dizer que é preciso perdoar, a Igreja foi feita para dar o perdão em nome de Jesus. Setenta vezes sete, perdoar quantas vezes for possível é nosso dever. Mas quem não aceita o perdão não aceita a Igreja.  
Então vemos claramente que Jesus não fala apenas de uma Igreja espiritual, mas uma Igreja física, uma instituição fundada por Jesus para dar assistência ao seu povo que ele chamou para si na Cruz.  
E sendo Ela a Igreja de Jesus uma instituição ela se torna uma Religião porque seus membros obedecem às leis de seu fundador e seu representantes.             
  
                                  
Quando se pergunta: O que é Igreja? a palavra Igreja ou Eclesia, significa um grupo de pessoas que convivem juntas praticando unanimante a prática e os princípios de uma religião (no caso a Religião Cristã). Existem Igrejas e "igrejas"... A palavra Igreja na Bíblia aparece uma vez nos Evangelhos e é Jesus Cristo mesmo quem diz: "... "Eu fundarei a minha Igreja!" (Cf. Mt 16, 18 -19) e delegou o governo dela a Pedro.

A Igreja de Jesus pratica: um só culto em todo lugar, segue os mesmos princípios, pratica o bem comum, deve ser portadora da caridade e o amor universal, estabelece o louvor, é portadora dos Sacramentos, é submissa unicamente a autoridade de Deus, possui normas e preceitos morais, está sempre vigilante a espera do Senhor Jesus e sua vinda. Essa mesma Igreja possui as autoridades constituídas hierarquicamente por Jesus, (o Papa, os bispos, os padres, os diáconos, as Congregações de vida religiosa e os leigos), para seu governo na Terra. O Papa e os bispos e nós batizados lhe cabemos submissão à autoridade dela que é a autoridade de Jesus Cristo. A Igreja sempre é servidora como Jesus foi, possui sabedoria no Espírito Santo e é por ele dirigida até o fim dos tempos. O dever da Igreja é anunciar o Evangelho, levar os homens ao conhecimento de Deus através de Jesus Cristo, levar os crentes a prática das virtudes e conduzi-los as até a salvação final.  

O termo IGREJA aparece de maneira figurada nos ensinamentos de  Paulo Apóstolo, onde ele compara esta Igreja  (comunidade de Jesus ou os cristãos) como um corpo humano, ela possui uma cabeça que Cristo, uma alma que é o Espírito Santo e como um corpo vários membros (o povo) cada qual com sua função. A partir daí nenhuma outra instituição por melhor que seja, se inventada pelo homem não pode ser chamada de Igreja, pois não foi criada por Jesus. Por isso popularmente chamamos as outras denominações cristãs, (depois da Reforma Protestante) de seitas.

A Palavra Igreja foi utilizada pela primeira vez por Jesus, ela se aplica exclusivamente à Comunidade de discípulos batizados que seguem o cristianismo. Não existe por exemplo, igreja Budista, Islamita ou judaica... a termo IGREJA se refere apenas às Comidades cristãs.

Mas, mesmo entre os cristãos existe um critério para que elas sejam criadas. Há uma banalização, sobretudo com a liberdade de culto onde cada um quer fundar sua "igreja" muitas vezes não muito interessadas em difundir o cristianismo nem às práticas cristãs. Mas uma maneira fácil de conseguir fundos financeiros e vida fácil sem precisar esforçar-se com o trabalho onde as ricas contribuições mantém seus organizadores em uma vida de luxos à custa da miséria humana. É o que chamamos de exploração da fé alheia. São pessoas que se aproveitam da miséria espiritual das pessoas para uso da exploração financeira com a promessa de milagres, riquezas e prosperidade, quando na verdade que o maior beneficiário disso tudo é seus fundadores. Esse grupo de pessoas nós não chamamos de igrejas mas, sim, de seitas. SEITA é uma organização religiosa que visa não o lucro espiritual e sim, o lucro financeiro. Mesmo as fortes instituições podem passar de Igreja e virar Seita.   Nesse contexto, você conhece alguma?
Podemos entender também que as Seitas são todas as outras organizações que após a Reforma protestante não possuem comunhão com a verdadeira Igreja Mãe que é a Igreja Católica Apostólica Romana,  estão desligados do Corpo Místico de Cristo, não obedecem ao Papa.

Cada Igreja possui seus líderes espirituais, ou, líderes especiais para dirigir uma Comunidade.

No caso da Igreja Católica esse Líder maior é o Papa=Pai (sucessor de Pedro) e os Bispos (sucessores dos Apóstolos). Porque o Papa não é sucessor de Jesus? Por que  Jesus está vivo e presente na Igreja, ele não morreu, ele é Deus. É assim que professamos como cristãos. Mas ele é sucessor de Pedro porque foi a Pedro que Jesus confiou a missão de dirigir a Igreja física e espiritual. Física como Instituição e espiritual quanto pessoas. Cabe aos bispos organizar suas Comunidades cristãs locais para atender e dirigir o povo, o que chamamos de dioceses e paróquias. Essas comunidades são chamadas a viver,  praticar e orar a Palavra de Deus, de Jesus dentro de normas regidas pela Igreja. Possui um culto único, uma liturgia única e um só catecismo que são conjunto de orientações, normas e preceitos que ajudam a viver a palavra de de Deus.    

Esta comunidade professa uma só fé, dentro daquilo que acreditam ser mais próximo da Verdade. Então ela se alia à sociedade como um todo fazendo com que o ser humano possa estabelecer uma melhor forma de relação com seu (s) Deus (es).

No caso do cristianismo, somos uma religião monoteísta isto é cultuamos e adoramos um só Deus revelados a nós em três Pessoas distintas, com igual poder: O Pai, o Filho (Jesus) e o Espírito Santo. Que mais tarde os santos padres vão dar o nome de Santíssima Trindade. Não são três deuses, mas um só Deus em três pessoas.  
Mas existem outras crenças religiosas que possuem várias divindades, mas dentro de seus conceitos são religiões.
A primeira ideia de Igreja, surgiu na Bíblia. Quando Cristo fundou sua Comunidade de fé. Ele funda a Instituição e ao longo de sua vida ensina aos Apóstolos o que seria mais tarde a base de toda doutrina cristã. Os Apóstolos depois tiveram a tarefa de difundir essa doutrina e solidificar o cristianismo solidificando a Igreja.
Exemplo claro de  Igreja é a prática da doutrina que se estabelece: culto e normas religiosas. São pessoas unidas em busca de um mesmo fim: a conexão interior e exterior com o divino. Por isso é comum nas religiões: o culto, as festas,a música, os ritos, as leis, vestimentas próprias, etc.  

A Igreja Cristã foi fundada por Jesus, mas ele era judeu. Por isso, muitos princípios teológicos do cristianismo partiram da comunhão com o judaísmo que professa a existência de um só Deus. As leis religiosas que são seguidas no cristianismo, em parte eram do Judaísmo (fundada por Moisés) e foram adequadas ao cristianismo. Ao longo da História a Igreja adequou-se e criou outras normas e retirou algumas que não se adequavam ao cristianismo. É o caso, por exemplo, da circuncisão que foi extinta logo nos primeiros séculos.

Jesus aperfeiçoou as leis, melhorando a forma de viver a religião, no modo de pensar de agir. Mas ele não substituiu as leis existentes na Religião Mosaica, apenas estabeleceu uma nova maneira de pensar e agir que ele mesmo julgou estar ultrapassada e não estava contribuindo para uma aproximação com Deus. É por isso que na Bíblia encontramos não só o que se refere a vida de Jesus e seus ensinamentos, mas todo o compêndio do Antigo Testamento que é parte do judaísmo que se refere a Deus Pai e no Antigo Testamento os ensinamentos de Jesus Cristo.


Jesus uniu as duas coisas, simplificando, adequando o modo de pensar e agir daquele povo, que seria aplicado mais tarde no decorrer do cristianismo.    
Jesus adianta, vai além. Este fato é perceptível durante o percurso de sua vida, seus ensinamentos, dariam depois de sua morte a base por excelência para que o cristianismo fosse implantado. Jesus tendo se adiantado cria uma única Igreja e uma única religião, a sua Igreja, que não é simplesmente um templo de barro ou pedra, mas é uma Comunidade de fé que vivem seus ensinamentos. Esta Igreja possui e conserva a catolicidade que é a solidificação de uma mesma doutrina e um mesmo culto a Cristo em todo mundo.

A Igreja, sem a religião, não é Igreja e vice versa. Partindo dos princípios religiosos é que se pode estabelecer um grupo onde, entendendo-se que tais princípios são verdades de fé (de um povo), é que se estabelece o modo de ser daquela Comunidade. As leis, os ritos, as  celebrações.

Se perguntassem: qual e Igreja, e qual religião é a mais correta, talvez não acharia respostas, pois esta resposta deve ser respondida no íntimo de cada ser. Certo é que todas as religiões foram criadas pelo homem. Deus não está ligado à nenhuma religião e não é monopólio de nenhuma Igreja. Mas a Igreja é a ponte que nos une mais perfeitamente a Deus. E portanto ela não é necessária para Deus diretamente, mas, é essencial para nós. A fé, a religião, a profissão em algum credo religioso não pode nem deve nos tornar fanáticos, mas deve ser o fio que trama todo o tecido de nossa vida espiritual. De modo que a criatura e o Criador estejam ligados mais intimamente.    

Partindo daí, fica claro que ao se desligar dos princípios religiosos da Comunidade que vive esses princípios, surge um outro grupo que chamamos de "seitas", isto é: são grupos de pessoas que se separam da Igreja-mãe para fundar uma outra Comunidade, com princípios mais, ou menos radicais que a primeira.

Em alguns casos defendem um princípio radical filosófico e teológico único.
É o caso, por exemplo, do protestantismo, aos quais são cristãos, (mantêm o seguimento dos princípios cristãos), mas estão desligados da Igreja-Mãe, a Igreja Católica Apostólica Romana, (primeira Igreja à trazer a doutrina cristã).

Pode parecer feio a palavra seita, mas na verdade, no Dicionário encontramos seu significado: grupo religioso de forte convicção, que surgem em oposição às práticas religiosas dominantes. Grupo coeso que participa de uma doutrina comum (filosófica e religiosa). Nesses casos podem fundar muitas Igrejas, como acontecem por aí aos milhares. Mas não podem fundar uma Religião. E em muitos casos por serem radicais o bastante não se aderem a nenhuma doutrina religiosa baseando-se somente nas Escrituras, cuja consideram ser à única fonte de verdade de fé, deixando para trás a longa e extensa experiência da tradição cristã.

A religião quando associada à Igreja, ainda se beneficia de uma outra parte, a fonte de verdade: o passado religioso, a Tradição religiosa e a experiência ao longo da história. Uma seita jamais poderá admitir uma tradição histórica porque é um lado mais radical de viver seus princípios da fé. Porque não querem compromisso com a moral e com o legado dos seus antecessores ou porque não a possuem. Daí o perigo do fanatismo religioso de entre acharem que são os "donos" da verdade absoluta como acontece no meio protestante.

Pode correr o perigo de transformar essa radicalidade no único meio pelo qual se chega a Deus. Quando isso ocorre e pode acontecer das pessoas usarem dessas idéias para levarem ao fanatismo e à intolerância  religiosa. Como acontece em certos ramos do islamismo também acontece nos ramos do cristianismo. Não que o islamismo seja uma religião opressora, mas o radicalismo religioso leva certos adeptos à radicalidade.
Assim acontece com vários grupos de diferentes denominações religiosas.

Quando falamos em cristianismo, não podemos esquecer que estamos falando de uma comunidade ao todo: os cristãos. Ou seja, todos que acreditam de certa forma em Jesus Cristo. Quando falamos em Igreja Cristã, estamos falando de pessoas que vivem os ensinamentos de Cristo sendo ele mesmo autor, criador e o Cabeça desta mesma Igreja. Quando falamos de Igreja Católica (ou Universal) estamos nos referindo à única Igreja fundada por Jesus Cristo.

Quando falamos em igreja, (com i minúsculo) falamos da casa, lugar, local de reunião. Quando falamos Igreja (com I maiúsculo) falamos da pessoa humana na qual Deus habita em primeiro lugar.

É comum vermos pessoas que fazem parte das seitas dizerem: eu não tenho religião, ou ainda,  eu não preciso da Igreja tal... Para mim só me basta crer na Bíblia (porque tem a Bíblia como única fonte de fé). Estas pessoas criam uma falsa expectativa bíblica, radical, de tal maneira, se esquecem que até mesmo a Bíblia possui uma tradição num tempo determinado, de tal maneira que ela deve ser adequada ao nosso tempo. É o que chamamos de "Evangelho renovado".      

Na verdade, sem a religião, o ser humano passa a vida toda tentando encontrar, lógica e explicação para acreditar que Deus existe e não encontra respostas. Muitos santos, filósofos, padres e doutores da Igreja só se tornaram excelentes religiosos porque acharam na Religião uma resposta, de uma pergunta que a muito tempo procuraram fora dela. 
     
Os que estão fora, sempre estão insatisfeitos consigo mesmos, porque na religião se acha sustento e respostas para a alma, ela preenche o vazio existente de cada ser que se pergunta: onde está Deus? Na verdade todo aquele que não aceita a religião, é aquele que acha que tem respostas pra tudo. E procura respostas na ciência para explicar o inexplicável. Na verdade, nem a Religião, nem a Ciência tem respostas pra tudo. Mas, muitas vezes a Ciência se rende à religião porque não pode explicar aquilo que somente a fé pode dar a resposta. É o caso dos milagres diversos que a Ciência meramente humana não pode explicar. Agora vem uma pergunta: No caso dos milagres comprovadamente atestados, elas aconteceram por auxílio da Ciência ou por auxílio da Religião? Quem se rendeu a elas?      

O ser humano precisa acreditar e necessita de Deus. A religião é como uma ponte que conduz (interliga) o ser humano e o ajuda a encontrar seu lado divino. E é esse lado divino, que é o outro lado da razão humana. Sem ela o homem fica vazio,não se satisfaz completamente; com ela há um preenchimento interior muito maior, para muitas vezes superar certos conflitos da alma



"O homem sem religião é como um vaso seco no deserto!" Um vaso só tem utilidade se estiver com água, sem água para matar a sede, ele não tem serventia. Podemos dizer que: O vaso é o ser humano, a água é Deus. A força que faz encher e carregar este vaso é a religião.


 A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA E A RELIGIÃO CRISTÃ

A Igreja Católica Apostólica Romana é uma instituição religiosa. Ela descende dos primeiros cristãos que após a morte e ressurreição de Jesus  Cristo logo difundiram o cristianismo por toda parte. Partindo da iniciativa de Pedro e Paulo e os demais Apóstolos que seguiram a ordem de Jesus Cristo de levar o Evangelho em toda parte.


 No início ela não tinha esse nome. Pois, somente mais tarde depois de +  345 d.C. Quando o cristianismo se solidificou é que ela difundiu esse nome: Igreja Católica Apostólica Romana. Sabemos que os primeiros cristãos eram uma pequena minoria na Palestina. Eram judeus que acreditavam em Jesus Cristo, adeptos de sua doutrina e que passaram a pregar essa doutrina nas Comunidades onde reuniam-se e em lugares secretos. 

É portanto, mentirosa o que os protestantes dizem que a Igreja Católica, o Bispo de Roma, o Papa, que tudo isso nasceu de Constantino. Isso tudo é uma mentira sem pé nem cabeça, porque, a Igreja é a mesma desde o seu nascimento em Pentecostes. 

Quando Jesus Cristo estava em missão no mundo, não existia a Igreja porque ele ainda não tinha concluído sua missão salvadora. Após sua morte e ressurreição Jesus deixou à cargo dos Apóstolos a continuidade de sua obra. Para isso designou um Líder que foi Pedro, e os Apóstolos. Com a morte dos Apóstolos vieram seus sucessores o Bispo de Roma (sucessor de Pedro) e os demais bispos sucessores dos Apóstolos. 
O Imperador Constantino só acabou com a perseguição aos cristãos e elevou o cristianismo religião oficial do Império Romano. Dessa maneira a Igreja pode se estruturar como  Religião que hoje conhecemos. Então é falsa essa afirmação dos protestantes que a Igreja Católica partiu de Constantino. Se o cristianismo não existisse antes, nem mesmo eles existiriam pois a própria Bíblia que eles dizem seguir tanto, foi escrita muito antes no tempo em que a Igreja era perseguida.           


 Eram tidos como seita que fugia dos princípios da Religião Judaica e por isso,  tanto eram perseguidos que sofriam os piores castigos por professarem esta fé. Quando não eram presos por soldados do Templo eram perseguidos e mortos pelos romanos que  tinham essas pessoas como uma ameaça ao governo de Roma. Mas foi graças a essas perseguições que o cristianismo ganhou mais força e foi se solidificando também do outro lado do mundo, o Ocidente. 

 O nome PAPA dado ao Chefe da Igreja, ao Bispo eleito para sucessor de Pedro é um título que significa Pai. Esse título carinhoso não aparece na Escrituras. Mas, o Papa, é um Bispo, isto é um líder que governa a Igreja de Cristo. E a palavra,  bispo, quer dizer Pastor, aquele que está à frente do rebanho conduzindo e orientando.   


Não se sabe o  por quê, que séculos mais tarde um imperador de Roma de nome Constantino resolveu se converter ao cristianismo. Muito embora alguns historiadores afirmam que seu interesse era consolidar o Império Romano e não uma conversão sincera em si, já que mesmo admitindo o cristianismo ele ainda por um longo tempo continuou a adorar seus deuses romanos. Para os historiadores, Constantino tinha nos cristãos uma nova visão de seu Império, porque naquela época o número de adeptos ao cristianismo aumentava cada dia mais. Ele viu no cristianismo uma forma de promover a paz, acabar com as revoltas e aumentar sua autoridade e prestígio. 

Os cristãos eram mais obedientes e mais pacíficos que os demais, além do que existiam entre eles muitos profissionais, gente importante. Os padres e bispos sabiam ler, escrever, tinham o domínio da filosofia e e de outras artes. Era o que ele precisava se quisesse reerguer o Império Romano que não andava nada bem.


A conversão de Constantino se deu, segundo alguns historiadores, no momento de sua morte. Se isto ocorreu de fato, Constantino se envolveu algumas vezes em situações dentro da Igreja em que certos conflitos que precisava da autoridade do Imperador, mas, com nada no que se refere a Igreja, ficando a cargo dos bispos e do Sucessor de Pedro, a organização interna. 

Constantino foi importante para a Igreja? Sim, não podemos negar, mas ele apenas anistiou os cristãos; no Ocidente cessou as perseguições, mas no Oriente elas não cessaram quando promulgou o Edito de Milão. Devemos lembrar que naquele tempo o Império Romano era dividido em dois: o Império Ocidental e o Oriental.    
Seu sucessor o Imperador Teodósio foi quem declarou que a Igreja Católica seria a religião oficial do Império Romano, promulgando o Edito de Tessalônica

É certo que  por causa de Constantino a Igreja ganhou força e poder.

Mas não foi Constantino quem criou a Igreja Católica. Ela partiu de Jesus e dos Apóstolos e chegou à Roma por São Pedro e São Paulo que lá morreram.

O termo "Católico" quer dizer Universal,  significa que a Igreja é uma só em todo mundo. "Romana" porque a sua sede oficial está em Roma. Assim como existe a Igreja Católica de Jerusalém que conhecemos como Igreja Católica Ortodoxa.  


"Apostólica" porque vem dos Apóstolos.

 CONTINUANDO ...

O fato é que O imperador Constantino   viu na religião cristã uma nova forma de conduzir seu império e assim declarou-se cristão, mesmo sem ser batizado, vendo que eram um grupo de pessoas organizadas com líderes bem instruídos, como os padres e os bispos e eram pessoas pacíficas. Teodósio e declarou o o catolicismo  como religião oficial. Então à partir daí  a Igreja recebeu mais um sobrenome passando a se chamar Igreja Católica Romana como conhecemos.

Foi graças a Constantino e Teodósio que a Igreja pode se tornar uma Instituição religiosa respeitável e conhecida em todo mundo. Mas, não foram eles os fundadores da Igreja.

Nela pertencentes, acreditam em uma só fé e professam um só Batismo tanto no Oriente, quanto no Ocidente. A unidade ou catolicidade entre os cristãos já existia.


Já a Igreja Cristã do Oriente não se acabou apenas se reestruturou, organizou e ganhou proteção de Roma. Foi nessa mesma época que Roma tratou de conservar e proteger os chamados "lugares santos" iniciando as cruzadas, com o objetivo de proteger os lugares onde segundo a tradição, Jesus havia passado e feito seus milagres em Jerusalém e na judeia; declarando como propriedade da Igreja para serem conservados. Também nesta época se construíram vários templos para proteger a maioria destes lugares tidos como sagrados pelos cristãos de Roma e Jerusalém e hoje de todo mundo. Foi a própria Helena, mãe de Constantino que achou a Cruz que Jesus tinha sido crucificado...


E assim a Igreja Católica Apostólica Romana (que já existia) ganhou esse nome institucional desde sua solidificação em Roma e também porque foi em Roma que seus primeiros chefes Pedro e Paulo viveram seus últimos dias e ali morreram. Pedro crucificado de  cabeça para baixo e Paulo degolado pela espada. Isso tinha um significado muito forte e especial que fez a Igreja nunca sair de Roma e ir para outro lugar.


A Igreja católica que existia em Jerusalém e na Grécia  já antes de Roma receberam o nome de Católicos Ortodoxos. Porque conservaram alguns ritos e doutrinas que foram modificados no Ocidente. Enquanto que em Roma o chefe da Igreja era o Papa, (sucessor de Pedro), a Igreja Ortodoxa tinha o Patriarca como líder e sucessor de Pedro. Na verdade ambos tinham a mesma autoridade. Por alguns séculos as duas Igrejas (que não eram inimigas) mas por questão de respeito ou por não concordar com práticas e ritos mantiveram-se afastadas. Mas hoje em dia elas se relacionam e dialogam muito bem onde cada uma reconhece a legitimidade uma da outra, mantendo a mesma fé do princípio do cristianismo.


Então é errado pensar que a Igreja Católica Apostólica Romana é uma religião que surgiu no Império Romano. Não! ela já existia, apenas a Instituição foi transferida a sede do seu Governo para Roma. Mas como disse, uma grande parte dela ficou no Oriente (Israel) onde está até hoje.


A Igreja é Católica, porque mantém sua unidade de Jesus Cristo sob um só governo, o de Pedro, o ministério Petrino é dado aos bispos ou a qualquer cristão que for digno de conduzir a Igreja. Por isso que o Imperador Constantino pode ser chefe da Igreja por um período, mesmo que alguns não concordassem. Ela professa uma só verdade, um só batismo, uma só doutrina e uma só lei, um só culto em todo mundo. Sua profissão de fé está descrito no Credo de Nicéia.  
É Apostólica porque conserva a doutrina dos Apóstolos desde o início do cristianismo. E tem como  seu chefe o sucessor de Pedro, o Papa (=Pai).
E é: Romana porque tem seu Governo Petrino estabelecido em Roma, por isso: " Romana"                      
     
Mas vale lembrar que: a Igreja Católica foi fundada por Jesus sob o governo de Pedro. Somente o nome enquanto Instituição religiosa foi dado pelos seus sucessores após a Igreja se solidificar como religião tendo sua sede oficial em Roma.                               



UMA FALSA IGREJA CATÓLICA DENTRO DA VERDADEIRA IGREJA CATÓLICA - A CRISE NA IGREJA CATÓLICA

  O assunto que vamos abordar hoje é muito sério. Existe uma falsa uma falsa Igreja Católica dentro da Igreja Católica verdadeira? Podemos...