quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

BIOGRAFIA DE SÃO JOÃO BOSCO - Padroeiro da juventude



São João Bosco (ou Dom Bosco) é o padroeiro da Juventude. Como Sacerdote lutou para que os jovens carentes pudessem ter acesso à educação. Ele foi um revolucionário lutando com as forças contrárias de sua época para dar uma vida digna aos jovens e tinha plena convicção que somente com a educação podia tirar os jovens da marginalidade. Vindo de uma família de simples camponeses, perdeu seu pai ainda cedo sendo criado pela sua mãe, que o educou dentro da religião e dos bons costumes.
Católica fervorosa apostou tudo no seu filho caçula a fim de que se tornasse um homem santo. Por outro lado, ele obedeceu sua mãe, seguiu suas orientações confiando sempre sua vida à proteção de Nossa Senhora e cuja invocava-lhe pelo nome de Auxiliadora. 
Seu objetivo era Oração e Educação. Somente assim podia formar pessoas capazes e comprometidas. Formou colégios e a Congregação Salesiana. 
É um santo de nosso tempo pois morreu ainda no Século XIX. Deixou uma imensa obra e hoje, várias são as comunidades e paróquias dedicadas ao seu nome. Seu exemplo perdura até hoje. "Educação não se faz com violência, mas, com amor."
  

João Bosco nasceu em 16 de agosto de 1815 no vilarejo nas colinas de Becchi, Itália.
Filho de Francesco Bosco e Margherita Occhiena. Era seu filho mais novo. Seus pais eram agricultores da Família Mogliana.

João Bosco nasceu em uma época de grande escassez e fome no interior do Piemonte, após a devastação causada pelas guerras napoleônicas e pela seca em 1817.

Seu pai, Francesco morreu, deixando-o com apenas dois aninhos sua mãe, Margherita ficou com a tarefa de cuidar das crianças. Ela teve um forte papel na formação e na personalidade de Bosco, e foi uma das primeiras defensoras dos ideais de seu filho.

Em 1825, quando tinha nove anos, Bosco teve o primeiro de uma série de sonhos que desempenhariam um papel influente em sua perspectiva e trabalho. Este primeiro sonho "deixou uma impressão profunda nele pelo resto da vida", segundo suas próprias memórias. Aparentemente, Bosco viu uma multidão de meninos muito pobres que brincavam e blasfemavam, e um homem que "aparecia com roupas nobres, de porte masculino e imponente". O homem disse-lhe: "Você terá que conquistar esses seus amigos não com socos, mas com gentileza e bondade. Portanto, comece agora mesmo a mostrar-lhes que o pecado é feio e a virtude bela".

João Bosco, aos dez anos de idade, no oratório festivo, começou a observar a atitude de seus colegas de classe e, em todas as lutas, era o árbitro. Os meninos mais velhos tinham medo dele porque João Bosco conhecia seus pontos fortes e fracos.

Quando os artistas que viajavam se apresentaram em um banquete local nas colinas próximas, João observou e estudou os truques dos malabaristas e os segredos dos acrobatas. Em seguida, ele mostrava suas habilidades como malabarista, mágico e acrobata, com orações antes e depois da apresentação.
O dinheiro que ele precisava para preparar todos os shows foi retirado da venda dos pássaros que caçava e o dinheiro que sua mãe lhe deu porque ela confiava nele.

A pobreza impediu qualquer tentativa séria de educação. Os primeiros anos de João foram gastos como pastor e ele recebeu sua primeira instrução de um pároco. Pensa-se que suas experiências de infância o inspiraram a se tornar um padre. Na época, ser padre era geralmente visto como uma profissão para as classes privilegiadas, e não para os agricultores, embora não fosse desconhecido. Alguns biógrafos retratam seu irmão mais velho Antonio como o principal obstáculo para a ambição de Bosco de estudar, quando o irmão protestou que João era apenas "um agricultor como nós!".

Numa manhã fria de fevereiro de 1827, João deixou sua casa e foi procurar emprego como criado de fazenda. Aos 12 anos, ele achou a vida em casa insuportável por causa das brigas contínuas com Antônio. Ter que enfrentar a vida sozinho em uma idade tão jovem pode ter desenvolvido suas simpatias posteriores para ajudar meninos abandonados.
Depois de implorar sem sucesso pelo trabalho, Bosco acabou na fazenda de vinhos de Louis Moglia. Embora Bosco pudesse estudar sozinho, ele não pôde frequentar a escola por mais dois anos. Em 1830, ele conheceu José Cafasso, um jovem padre que identificou algum talento natural e apoiou sua primeira escola. Em 1835, Bosco entrou no seminário de Chieri, próximo à Igreja da Immacolata Conceição. 


O Conselho de Mãe





Assim disse D. Margarida Occhiena, sua mãe às vésperas dele entrar para o seminário:

“Meu Joãozinho, acabas de vestir a batina. Podes calcular a alegria e a doçura? Esse fato enche o meu coração”.
“Lembra-te, porém, que não é o hábito que honra o teu estado, mas as virtudes que praticares. Se por desgraça vieres um dia a duvidar de tua vocação, por caridade, não desonre a batina!”
“Deixa-a imediatamente, porque prefiro ter como um filho um pobre camponês, do que um padre negligente nos deveres”.
“Quando nasceste eu te consagrei à Nossa Senhora; quando começaste teus estudos, eu te recomendei quase exclusivamente a devoção a Santa Virgem; pois, agora também recomendo-te que sejas todo dela.”
“Ama os companheiros que a amam; e se chegares ser um dia sacerdote recomenda sempre a devoção à Nossa Senhora...”
Aqui parou pela comoção. O filho chorava...
“Ser mãe de um sacerdote obriga-me a ser a melhor filha de Deus, a ser exigente no meu viver de cristã, no testemunho de uma vida autêntica e coerente, vivida pela fidelidade a Cristo e ao Evangelho”. (Trecho do testemunho de um padre)
Em 1841, após seis anos de estudo, ele foi ordenado sacerdote na véspera do domingo da Trindade pelo arcebispo Franzoni, de Turim.


A Idade adulta de Dom Bosco

Naquela época, a cidade de Turim tinha uma população de 117.000 habitantes.
Ele refletia os efeitos da industrialização e da urbanização: numerosas famílias pobres viviam nas favelas da cidade, tendo vindo do campo em busca de uma vida melhor. Ao visitar as prisões, Dom Bosco ficou perturbado ao ver tantos meninos de 12 a 18 anos de idade. Ele estava determinado a encontrar um meio de impedir que terminassem aqui. Devido ao crescimento populacional e à migração para a cidade, Bosco considerou os métodos tradicionais do ministério paroquial ineficientes. Ele decidiu que era necessário tentar outra forma de apostolado, e começou a encontrar os meninos onde eles trabalhavam e se reuniam em lojas e mercados. Eles eram pavimentadores, cortadores de pedra, pedreiros, rebocadores que vinham de lugares distantes, recordou em suas breves memórias.



O Oratório não era simplesmente uma instituição de caridade e suas atividades não se limitavam aos domingos. Para Dom Bosco, tornou-se sua ocupação permanente. Ele procurou emprego para os desempregados.
Alguns dos meninos não dormiam e dormiam embaixo de pontes ou em dormitórios públicos sombrios. Por duas vezes, ele tentou fornecer acomodações em sua casa. A primeira vez que roubaram os cobertores; no segundo em que esvaziaram o palheiro. Ele não desistiu. Em maio de 1847, ele abrigou um menino de Valencia, em um dos três quartos que estava alugando nas favelas de Valdocco, onde morava com a mãe. Ele e "Mamma Margherita" começaram a acolher órfãos. Os meninos abrigados por Dom Bosco eram 36 em 1852, 115 em 1854, 470 em 1860 e 600 em 1861, 800 é o máximo mais tarde.

Bosco e seu oratório se mudaram pela cidade por vários anos; ele foi expulso de vários lugares em sucessão. Depois de apenas dois meses com sede na igreja de St. Martin, todo o bairro expressou sua irritação com o barulho vindo dos meninos brincando. Uma queixa formal foi apresentada contra eles no município. Também circulavam boatos de que as reuniões conduzidas pelo padre com seus filhos eram perigosas; sua recreação poderia ser transformada em uma revolução contra o governo. O grupo foi despejado.

Dom Bosco e a política em Turim

O cenário político do Piemonte e em toda Itália era de caráter revolucionário, com inúmeros conflitos entre o Estado em formação e a Igreja Católica, durante todo o período do Risorgimento. Seus biógrafos registram sua amizade com políticos como Camilo de Cavour e Humberto Ratazzi, pessoas influentes como a Marquesa Barolo, a amizade direta com o Papa Pio IX e com o Papa Leão XIII. Localmente, o Arcebispo de Turim que ordenou São João Bosco, Dom Luigi Fransoni esteve tanto no exílio como preso, tendo recusado os últimos sacramentos ao ministro Santa Rosa e por isso tendo sido repreendido pelo Rei Vítor Emanuel. Seu sucessor, Dom Lorenzo Gastaldi, teve uma longa disputa com São João Bosco, que resultou num processo canônico. A paz entre ambos só se fez mediante decisão de Leão XIII. As relações com políticos italianos e com papas, de forma muito direta, teriam dado a João Bosco uma posição política que parecia, sobretudo ao bispo Gastaldi, ameaçar a ordem hierárquica da Igreja.

Fundação dos Salesianos
Bosco pensava em organizar uma associação religiosa, contudo, o contexto político da unificação da Itália, a disputa pela separação entre Estado e Igreja, não estimulavam a criação de uma ordem religiosa nos moldes tradicionais.

Bosco pensava em organizar uma associação religiosa, contudo, o contexto político da unificação da Itália, a disputa pela separação entre Estado e Igreja, não estimulavam a criação de uma ordem religiosa nos moldes tradicionais.

O ministro Umberto Ratazzi lhe sugeriu organizar uma sociedade de cidadãos que se dedicasse às atividades educativas realizadas pelos oratórios em moldes civis. Bosco propõe a Sociedade de São Francisco de Sales, que seria vista como uma associação de cidadãos aos olhos do Estado e como uma associação de religiosos perante a Igreja. Após consultar o Papa Pio IX, Bosco recebeu de seus companheiros padres, seminaristas e leigos a adesão à Sociedade de São Francisco de Sales em 18 de dezembro de 1859 e em 14 de março de 1862, os primeiros salesianos fizeram os votos religiosos de castidade, pobreza e obediência. A partir de 1863, além dos oratórios, os salesianos passam a se dedicar também aos colégios e escolas católicas para meninos e jovens. Com a separação entre Estado e igreja, há forte demanda por escolas católicas, fazendo com que esse tipo de instituição se dissemine rapidamente. As regras da Sociedade, chamadas de Constituições, foram aprovadas pela igreja em 1874. Em sua morte, em 1888, a Sociedade contava com 768 membros, com 26 casas fundadas nas Américas e 38 na Europa.

Fundação da Congregação Filhas de Maria Auxiliadora

Em 1861, na cidade italiana de Mornese, Maria Domingas Mazzarello convida sua amiga Petronilla para juntas organizarem uma oficina de costura para meninas. Em 1861, na cidade italiana de Mornese, Maria Domingas Mazzarello convida sua amiga Petronilla para juntas organizarem uma oficina de costura para meninas. Em 1863 a oficina começa a acolher meninas órfãs. O seu trabalho é supervisionado pelo Pe. Domingos Pestarino, que havia se associado aos salesianos. Com o auxílio de Pestarino, Bosco propõe às jovens que se organizem como uma congregação religiosa, com o nome de Filhas de Maria Auxiliadora e em 5 de agosto de 1872 as primeiras salesianas fazem seus votos. Maria Mazzarello foi a primeira superiora da congregação.Em 1863 a oficina começa a acolher meninas órfãs. O seu trabalho é supervisionado pelo Pe. Domingos Pestarino, que havia se associado aos salesianos. Com o auxílio de Pestarino, Bosco propõe às jovens que se organizem como uma congregação religiosa, com o nome de Filhas de Maria Auxiliadora e em 5 de agosto de 1872 as primeiras salesianas fazem seus votos. Maria Mazzarello foi a primeira superiora da congregação.
De início, a proposta da Sociedade de São Francisco de Sales incluía, padres, irmãos e leigos externos, porém essa forma de organização não foi aprovada pela igreja católica, que queria apenas padres e irmãos, como nas demais congregações. Sendo assim, Bosco propôs a associação leiga dos Salesianos Cooperadores, que foi aprovada em 1876 pelo Papa Pio IX. O objetivo era o mesmo da Sociedade de São Francisco de Sales, a saber: o trabalho educativo e catequético junto aos meninos e aos jovens. Em sua forma de associação, tornou-se uma sociedade mista, com homens e mulheres leigos.

OS SONHOS

Há controvérsia se seriam sonhos, visões ou premonições. O próprio São João Bosco parece que não sabia muito bem como lidar com esses eventos. Por fim, decidiu dar-lhes atenção, pois muitas vezes eram sonhos de caráter premonitório, que o avisavam sobre a morte iminente de algum aluno ou salesiano. Era seu costume contar o sonho a seu confessor ou diretor espiritual antes de contá-lo aos demais. Com relação aos sonhos de São João Bosco, o (beato) Papa Pio IX, ordenou-lhe que consignasse tudo por escrito, em seu sentido literal e de forma detalhada, para maior estímulo dos filhos da Congregação Salesiana.
A sua biografia conta que ele teve inúmeros sonhos, desde o primeiro, ainda na infância, quando se vê brigando com outros meninos e um homem – de acordo com os símbolos do sonho, Jesus Cristo - se aproxima e lhe diz para educar Não com pancadas, mas com mansidão e caridade.

O SONHO DE DOM BOSCO E BRASÍLIA

Em outro sonho, vê, entre os paralelos 15 e 20 do hemisfério sul, um lugar de muita riqueza, próximo a um lago:

“Tra il grado 15 e il 20 grado vi era un seno assai lungo e assai largo que partiva di un punto che formava un lago. Allora una voce disse ripetutamente, quando si verrano a scavare le miniere nascoste in mezzo a questi monti di quel seno apparirà qui la terra promessa fluente latte e miele, sarà una ricchezza inconcepibilie”.
(Memorie Biografiche, XVI, 385-394)


Esse lugar é atribuído por alguns intérpretes como sendo Brasília, motivo pelo qual São João Bosco é considerado um dos padroeiros dessa cidade brasileira.

Morte e Canonização

João Bosco morreu no dia 31 de janeiro de 1888. Seu funeral foi assistido por milhares de pessoas.
Uma manifestação popular surgiu para que ele fosse canonizado. A Arquidiocese de Turim investigou e testemunhas foram chamadas para determinar se Bosco era digno de ser declarado santo.
 Os Salesianos, Filhas e Cooperadores deram testemunhos de apoio. Mas muitos se lembraram das controvérsias de Bosco na década de 1870 com o arcebispo Gastaldi e alguns outros da hierarquia da Igreja que o consideravam um canhão solto e um "negociante de rodas". No processo de canonização, ouviram-se testemunhos de como ele percorreu Gastaldi para ordenar alguns de seus homens e sobre a falta de preparação acadêmica e decoro eclesiástico. Desenhos políticosa partir da década de 1860 e depois o mostrou sacudindo dinheiro dos bolsos de velhinhas ou indo para a América com o mesmo objetivo. Esses desenhos não foram esquecidos. Os opositores de Bosco, incluindo alguns cardeais, estavam em posição de bloquear sua canonização. Por volta de 1925, muitos salesianos temiam que tivessem sucesso.

O Papa Pio XI conhecia Bosco e impulsionou a causa. Pio XI beatificou Bosco em 2 de junho de 1929 e o canonizou no domingo de Páscoa (1 de abril) de 1934, quando recebeu o título de "Pai e Mestre da Juventude".

Enquanto Bosco era conhecido popularmente como o santo padroeiro dos ilusionistas, em 30 de janeiro de 2002, Silvio Mantelli solicitou ao Papa João Paulo II que declarasse formalmente Bosco o patrono dos mágicos de palco. Mágicos católicos que praticam a magia do evangelho veneram Bosco, oferecendo espetáculos de mágica gratuitos para crianças carentes no dia da festa.

O trabalho de Bosco foi realizado pelo seu primeiro aluno, colaborador e companheiro, Miguel Rua, que foi nomeado reitor-mor da Sociedade Salesiana pelo Papa Leão XIII em 1888.

Bosco foi o tema da cinebiografia Don Bosco de 1935, dirigida por Goffredo Alessandrini. Ele foi interpretado pelo ator Gian Paolo Rosmino.

Bosco também foi o tema de um filme italiano de 2004, São João Bosco: Missão ao Amor e também do filme de 1988, Don Bosco, interpretado por Ben Gazzara.
Tendo participado do período do Risorgimento e se relacionado com seus atores principais, Dom Bosco acabou por participar, indiretamente, da resolução do último aspecto que aquele movimento deixou em aberto para o século XX: a Questão Romana.

O momento da beatificação de Dom Bosco (1929) coincide com a Concordata de São João de Latrão, celebrada entre Benito Mussolini e o Cardeal Pietro Gasparri, com a aprovação do Papa Pio XI. A coincidência não é gratuita, mas representa naquele momento, uma expressão de nacionalismo italiano, com Mussolini, que estudara um ano no colégio salesiano de Faenza, elogiando Dom Bosco e com Pio XI pondo fim ao poder temporal da Igreja, permitindo a final unificação da Itália e considerando Mussolini um "homem da Providência". Na canonização de Dom Bosco em (1934) o contexto será bem outro. Descontente com os rumos do fascismo e do nazismo, Pio XI escreverá duas encíclicas, uma em alemão e outra em italiano, condenando ambas as ideologias.

O uso político da popularidade e italianidade de Dom Bosco e dos salesianos é recorrente na Itália. Em 2005, o então primeiro-ministro Silvio Berlusconi visitou o Instituto Salesiano Santo Ambrósio, em Milão, onde foi aluno, para recordar que aprendera com Dom Bosco que "é preciso estar de acordo com todos".


O sonho das duas colunas

Pintura representando o sonho profético de Dom Bosco sobre o futuro da Igreja.
No fundo da Basílica de Maria Auxiliadora em Turim, procurada por Dom Bosco, está a pintura que representa o famoso "Sonho das duas colunas", considerado profético sobre o futuro da Igreja.

O sonho, contado pelo futuro santo na noite de 30 de maio de 1862, descreve uma terrível batalha no mar, desencadeada por uma multidão de barcos contra um único navio grande, que simbolizaria a Igreja Católica.

O navio, atingido repetidamente, é liderado pelo papa para ancorar, seguro e vitorioso, entre duas colunas altas que emergiram do mar. Este último representaria o primeiro a Eucaristia, simbolizada por um grande anfitrião com a palavra "Salus credentium", o segundo Maria, simbolizada por uma estátua do Imaculado com a inscrição "Auxilium Christianorum".

Na noite de 13 de setembro de 1953, o abençoado Cardeal Schuster, então arcebispo de Milão, que estava em Turim como o Legado Papal no Congresso Eucarístico Nacional, dedicou uma parte significativa de sua homilia a esse sonho durante o solene fechamento pontifício.

Os milagres para a beatificação

Para os propósitos da beatificação, a Igreja Católica considera um milagre necessário: no caso de Dom Bosco, ele considerou curas milagrosas de Teresa Callegari e Provina Negro.

Em Castel San Giovanni, na província de Piacenza, Teresa Callegari, de 23 anos, em novembro de 1918, adoeceu com pneumonia de origem gripal. Hospitalizada, ela se recuperou de uma pneumonia, mas, durante sua convalescença, adoeceu com poliartrite infecciosa rebelde a cada tratamento. A patologia tornou-se crônica e, em 1921, também devido a complicações, a mulher não podia mais comer e os médicos se desesperavam em salvá-la.

A conselho de um amigo, ele iniciou uma novena a Dom Bosco, repetida em julho do mesmo ano. Em 16 de julho, oitavo dia da novena, a situação se deteriorou ainda mais e pensou-se que a jovem estava prestes a morrer. Este último, no entanto, às 4 da manhã do dia 17, como relatou mais tarde, teria visto Dom Bosco avançando em direção à sua cama de hospital, ordenando que ela se levantasse: saiu da cama sem sentir nenhum desconforto e, ao ver o imagem do padre, ele correu gritando para os outros pacientes incrédulos.

No dia seguinte, os médicos, incluindo o Dr. Miotto, verificaram a recuperação, que foi confirmada durante o processo apostólico também pelos médicos Ghisolfi e Fermi e, posteriormente, pelos médicos Chiays, Sympa e Stampa. 

O processo de beatificação durou até 1929, ano em que, em 19 de março, a Igreja declarou milagrosa que a cura, instantânea, completa e definitiva, não parecesse cientificamente explicável. Nesta ocasião, a cura da irmã Provina Negro, pertencente à congregação das Filhas de Maria Auxiliadora, também foi declarada um milagre: sua súbita recuperação de uma forma grave de úlcera estomacal foi examinada paralelamente à de Teresa Callegari e atribuída à intercessão de Dom Bosco.


Canonização de Dom Bosco


Em 1° de abril de 1934 o Papa Pio XI proclamou santo o sacerdote turinês João Bosco (1815-1888). Nesta data celebrava-se a Solenidade da Páscoa e Encerramento do Jubileu extraordinário da Redenção.

O processo de beatificação e canonização de São João Bosco teve início em Turim, no dia 4 de junho de 1890 e durou 34 anos.

Durante o processo romano (1907-1927) surgiram objeções à beatificação de Dom Bosco. As acusações se referiam à chamada “astúcia” dele para o sucesso pessoal e ganho econômico. Acusaram-no ainda de não mostrar-se transparência ao garantir esmolas e heranças e de desobediência quase sistemática ao Arcebispo de Turim, Dom Gastáldi.

Tais acusações foram comprovadamente infundadas no decorrer do processo. No encerramento do processo romano, em 8 de fevereiro de 1927, o Papa Pio XI declara:

“O venerável Dom Bosco pertence à magnífica categoria de homens escolhidos em toda a humanidade, a esses colossos de grandeza benéfica; e a sua figura facilmente se recompõe se à análise minuciosa, rigorosa, das suas virtudes, qual se fez nas precedentes discussões, longas e reiteradas, suceder a síntese que, reunindo as esparsas linhas, a restitui admirável e grande: uma figura magnífica, que a imensa e insondável humildade, não conseguia esconder”.

Dom Bosco foi beatificado no dia 2 de junho de 1929 e, na homilia de 1° de abril de 1934, foi declarado como o “apóstolo da juventude, inteiramente dedicado à glória de Deus e à salvação das almas”, que se distinguiu pela audácia dos conceitos e a modernidade dos meios, em ordem à educação completa da pessoa humana: educação que – segundo o pensamento de Pio XI, não se devia limitar apenas a avigorar o corpo, mas devia mirar a todo o seu ser, a promover a formação nas ciências, sem entretanto descurar nunca as verdades divinas e sobrenaturais.

O dia  em honra de sua memória é 31 de janeiro - data de sua morte. 

Dito em outras palavras, a canonização de Dom Bosco relembra aos educadores de hoje a legitimidade perene do Sistema Preventivo, fundado na razão, na religião e na bondade (`amorevolezza`), e objetivando a construção do honesto cidadão e do bom cristão: um sistema educativo comprovado, em pouco mais de um século, por uma falange de modelos da santidade juvenil como Domingos Sávio, Laura Vicuña, os Cinco Jovens Mártires de Poznań, Alberto Marvelli, os Jovens Mártires espanhóis, o índio Zeferino Namuncurá…

Por este motivo o sacerdote turinês João Bosco entregou a sua vida, desafiando os “bempensantes” de todos os tempos. Por isso ele praticou heroicamente as virtudes. É por isso que ele é santo, e permanece para sempre na glória de Deus.









“Tudo eu daria para ganhar o coração dos jovens e assim poder apresentá-los como presente ao Senhor.”

“Tratemo-nos uns aos outros com gentileza, cortesia e caridade.”

“Sejam firmes no propósito de impedir o mal e fazer o bem, mas sejam sempre dóceis e amáveis, perseverantes e prudentes.”

“Seja com Deus como o passarinho que sente tremer o ramo, mas continua a cantar, porque sabe que tem asas.”

“Quero ensinar um método de vida cristã que seja alegre, mostrando os verdadeiros prazeres de modo que vocês possam dizer: Sirvamos o Senhor com alegria”.

“Que os jovens não sejam amados, mas que eles próprios saibam que são amados”.

“Que sendo amados nas coisas que lês agradam, aprendam a ver o amor nas coisas que naturalmente pouco lhes agradam”.

“Prometi a Deus que até meu último suspiro seria para os jovens”.
“O meu sistema?” “Simplíssimo”. “Deixar aos jovens plena liberdade de fazer o que lhes agrada. O problema é descobrir neles germes de boa disposição e procurar desenvolvê-los”.

“Se fizermos o bem encontraremos o bem nesta vida e na outra”.

“A formação dos jovens consiste em duas coisas: Doçura e comunhão e confissão frequentes”. 

“A juventude é a porção mais delicada e preciosa da sociedade humana”;
“A música também serve para educar”.

 
“É importante que procuremos conhecer nossos tempos e que nos adaptemos a eles.”

 “Deus nos colocou no mundo para os outros.”
“Vivam o máximo a alegria, contanto que não façam pecado”

“Quem quer ser amado, ama. E quem é amado tudo alcança, sobretudo, os jovens”

“A música dos jovens não se ouve com os ouvidos, mas com o coração”. E ainda acrescentou: “um oratório sem música é um corpo sem alma”!

“Alegria, oração e Santa Comunhão são nosso amparo.”

“Não basta querer bem, é preciso que os jovens percebam que são amados."

"Devemos educar os jovens agora, para que o mundo não os eduque depois."

Viu quantos ensinamentos? E é bacana também saber que, mesmo depois de mais de 200 anos de sua morte, essas lições ainda guiam a vida. 

Dom Bosco deixou uma lição de amor às crianças, aos jovens e adultos. Educação se faz por amor e com amor. 

Educação não é apenas  um serviço é uma ocupação e quem se ocupar dela, deve fazer com responsabilidade e generosidade. Somente assim os jovens aprenderão a ser pessoas de bem. Não é retirá-los da realidade em que vivem, mas, educá-los para que no futuro mudem por si mesmos fazendo uma comunidade, um bairro melhor. 

O sonho de São João Bosco deve ser o nosso sonho. Que a educação mude a vida das pessoas. Que os jovens e crianças aprendam a vooar, mas, tenham consciência dessa liberdade e saibam para onde ir. Somente com Educação de qualidade podemos construir, um país, uma sociedade melhor. 




Oração a São João Bosco


Oh, Dom Bosco Santo, que com tão grande amor e zelo, cultivastes às múltiplas formas de ação católica que hoje florescem na Igreja, concedei a suas associações o maior progresso e desenvolvimento. Redobrai, em todos os corações, a devoção à Santíssima Eucaristia e a Maria Auxiliadora dos cristãos.

Acrescentai neles o amor ao Papa, o zelo pela propagação da fé, um solícito esmero pela educação da juventude e grandes entusiasmos para suscitar novas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias. Fazei que, em cada uma das nações, fomente-se e inicie a guerra contra a blasfêmia, o mal falar e a imprensa ímpia; fazendo surgir em todas as partes novos cooperadores para as diversas formas de apostolado recomendadas pelo Vigário de Cristo.

Infundi em todos os corações católicos a chama de vosso zelo, para que, vivendo em caridade difusiva, possam, ao fim de suas vidas, recolher o fruto das muitas obras boas praticadas durante ela.


Rezar um Pai-Nosso, Deus te salve e Glória.

São João Bosco, rogai por nós!






sábado, 4 de janeiro de 2020

AFINAL, QUAL A MANEIRA CORRETA DE RECEBER A EUCARISTIA? Na mão ou na boca? Como proceder de maneira correta ao receber a Eucaristia?



Objeto de grandes controvérsias ao longo da história da Igreja, e sofreu diversas alterações em seu transcurso. Ele engloba os seguintes aspectos:

1. A comunhão na mão ou na boca;
2. A comunhão sob as duas espécies;
3. A comunhão fora da Missa;
4. A frequência da comunhão.

Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu o sacrifício sacramental de seu Corpo e de seu Sangue na forma e sob os sinais de comida e bebida, quando pronunciou as palavras “tomai e comei” e “tomai e bebei”. Inclusive o mandato aos apóstolos “fazei isto em memória de Mim” não se referia apenas a que eles reatualizassem o sacrifício, ou que celebrassem aquela cena como em um espetáculo de teatro, mas também que participassem do mesmo.
A Igreja sempre entendeu que a comunhão era parte integrante do Sacrifício de Cristo. Podemos comprovar com testemunhos muito antigos, tal como a primeira carta de São Paulo aos Coríntios e boa parte da Tradição Apostólica, além da prática multissecular, nunca interrompida, de exigir a comunhão, ao menos do ministro, na celebração da Missa.
Entretanto, surgiram diversas dificuldades, como a questão da comunhão na boca ou na mão.

1. Comunhão na mão ou na boca? – Na verdade Jesus não deixou nenhum manual escrito de como deveríamos recebê-lo na Santíssima Eucaristia. Coube a Igreja ao longo dos tempos definir a maneira correta. Mas com certeza se formos baseados nos textos dos evangelhos Jesus tomou o pão partiu e o entregou aos seus discípulos. Ora, se entregou é claro que eles receberam com a mão. A mesma coisa fez com o cálice de vinho. Então a discussão em jogo não quanto a forma de receber a Eucaristia, mas, a maneira com que devemos recebê-la.
Além monumentais fontes literárias dos nove primeiros séculos atestam que receber a comunhão na mão era norma geral.
Entre os séculos IX ao XII deixou de ser a prática habitual; e no século XIII quase desapareceu.
As causas mais importantes da mudança são:  

A preocupação em defender a Eucaristia de erros supersticiosos, portanto evitar que as pessoas levassem a Sagrada Hóstia consigo;

A defesa do significado transcendente da Eucaristia contra as ideias confusas dos povos bárbaros que se converteram em massa, e aumentar assim o respeito pelas Sagradas Espécies;
  
A crescente reverência para com a Eucaristia, para que só mãos consagradas as tocassem.

Este novo costume esteve vigente até depois do Vaticano II. Por causa de ilegalidades nesta matéria, algumas conferências episcopais solicitaram de Roma orientações.
Então, a Congregação para o Culto Divino promulgou a instrução Memoriale Domini, sobre o modo de administrar a comunhão, estabelecendo que a comunhão na boca permanecia como norma geral vigente.
Sem embargo, se permitia que as Conferências Episcopais solicitassem de Roma autorização para dar a comunhão na mão.

2. Comunhão sob as duas espécies

Outro problema que surgiu na Idade Média foi a questão da comunhão sob as duas espécies, que foi a forma ordinária no Ocidente até o século XII e se conserva até hoje invariável no Oriente. Seria, sem embargo, errôneo pensar que durante estes primeiros séculos existisse a proibição de comungar somente sob uma espécie, ou que nunca se praticou isto, pois sabemos que os enfermos recebiam a comunhão apenas sob a espécie do pão e as crianças recém nascidas somente sob a espécie do vinho.

A mudança que houve, no Ocidente, deste costume, deve-se a uma maior veneração à Sagrada Eucaristia, para evitar que se derramasse o Preciosíssimo Sangue, além de motivações de ordem higiênicas.

Por motivos de caráter dogmático, já que o concílio de Trento teve que reafirmar, contra os protestantes, que a comunhão sob as duas espécies não era de direito divino, e que quem comungasse de qualquer das duas espécies recebia o Cristo total.
Para salvaguardar a fé do povo cristão, proibiu-se dar a comunhão aos leigos sob a espécie do vinho, para deixar patente que Nosso Senhor Jesus Cristo estava totalmente presente no menor dos fragmentos da Sagrada Hóstia.

O concílio Vaticano II restaurou esta práxis dos primeiros séculos “nos casos que a Sé Apostólica determine (…), por exemplo aos ordenandos na Missa de sua ordenação, aos professos, na Missa de sua profissão; aos neófitos, na Missa que segue seu batismo” (SC, 55).

Depois do Concílio, vários documentos pontifícios se ocuparam desta questão. Os mais importantes são: Ritus communionis sub utraque specie, as instruções Eucharisticum Mysterium e OGMR.

3. Comunhão fora da Missa

A celebração da Eucaristia é o centro de toda a vida cristã, tanto para a Igreja universal como para as comunidades locais da mesma Igreja. Afirma o Concílio Vaticano II nestas belas palavras:
“Os outros sacramentos, como todos os ministérios eclesiásticos e as obras de apostolado, estão ligados à Santíssima Eucaristia e a ela se ordenam. Efetivamente, na Santíssima Eucaristia está contido todo o bem espiritual da Igreja, que é o próprio Cristo, nossa Páscoa e pão vivo, que, pela sua carne vivificada e vivificadora sob a ação do Espírito Santo, dá a vida aos homens, os quais são assim convidados e levados a oferecerem-se juntamente com Ele, a si mesmos, os seus trabalhos e toda a criação”.

Além disso, “a celebração da Eucaristia no sacrifício da Missa é verdadeiramente a origem e o fim do culto que à mesma Eucaristia se presta fora da Missa”.

Para orientar e alimentar corretamente a piedade para com o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, deve considerar-se o mistério eucarístico em toda a sua plenitude, tanto na celebração da Missa como no culto das Sagradas Espécies, que se conservam depois da Missa para prolongar a graça do sacrifício.
Para isso, precisamos entender qual a finalidade da reserva eucarística.

3.1. Finalidade da reserva eucarística

O fim primário e primitivo da reserva eucarística fora da Missa é a administração do Viático; os fins secundários são a distribuição da comunhão e a adoração de Nosso Senhor Jesus Cristo presente no Santíssimo Sacramento.
A conservação das Sagradas Espécies para os enfermos deu origem ao louvável costume de adorar este Alimento do Céu que se guarda nos nossos templos. E este culto de adoração funda-se numa razão válida e segura, sobretudo porque a fé na presença real do Senhor leva naturalmente à manifestação externa e pública dessa mesma fé.

Com efeito, no Sacramento da Eucaristia está presente, de maneira absolutamente singular, Cristo todo inteiro, Deus e homem, substancialmente e sem interrupção. Esta presença de Cristo debaixo das espécies “chama-se real por excelência, não por exclusão, como se as outras não fossem também reais”.

3.2. Relação entre a comunhão fora da Missa e o Sacrifício

A participação mais perfeita na celebração eucarística é a comunhão sacramental recebida dentro da Missa. Isto aparece mais claramente quando os fiéis recebem o Corpo do Senhor no próprio sacrifício, depois da comunhão do sacerdote.
Por isso, em qualquer celebração eucarística deve consagrar-se, de ordinário, pão recente para a comunhão dos fiéis, e deve-se levar os fiéis a comungar na própria celebração eucarística.
Contudo, “os sacerdotes não se recusem a dar a sagrada comunhão, mesmo fora da Missa, aos fiéis que a pedirem por justa causa”. Pelo contrário, até convém que os fiéis que não podem estar presentes na celebração eucarística, se alimentem frequentemente da Eucaristia, e assim se sintam unidos ao sacrifício do Senhor.

E também é conveniente que os sacerdotes com cura de almas procurem facilitar a comunhão frequente dos enfermos como vemos nestas palavras do Magistério: “procurem os pastores de almas que se facilite a comunhão aos enfermos e às pessoas de idade avançada, embora não estejam gravemente doentes, nem seja iminente o perigo de morte; e isto não só com frequência, mas até, na medida do possível, todos os dias, particularmente no tempo pascal. Àqueles que a não possam receber sob a espécie do pão, é permitido administrá-la unicamente sob a espécie do vinho”.
Deve-se por todo o cuidado em ensinar aos fiéis que, mesmo quando recebem a comunhão fora da Missa, se unem intimamente ao sacrifício no qual se perpetua o Sacrifício da Cruz, e que se tornam participantes daquele Banquete Sagrado em que, “pela comunhão do Corpo e do Sangue do Senhor, o povo de Deus participa nos bens do Sacrifício Pascal, atualiza a Nova Aliança feita uma vez para sempre por Deus com os homens no Sangue de Cristo, prefigura e antecipa na fé e na esperança o banquete escatológico no Reino do Pai, anunciando a morte do Senhor até que Ele venha”.

3.3. Disposições para receber a Sagrada Comunhão

A Eucaristia é a fonte de toda a graça e da remissão dos pecados. Contudo, os que tencionam receber o Corpo do Senhor, para alcançarem os frutos do sacramento, devem aproximar-se dele de consciência pura e com as devidas disposições de espírito.

Por isso, a Igreja preceitua “que ninguém consciente de pecado mortal, por mais que se julgue arrependido, se deve aproximar da Santíssima Eucaristia sem antes ter feito a confissão sacramental”.
 Se houver, entretanto, razão grave – tal como produzir escândalo caso não comungue – e faltar a oportunidade de se confessar, deve-se fazer antes um ato de contrição perfeita, com propósito de, em tempo devido, confessar todos os pecados mortais que no presente não pode confessar. Quanto àqueles que costumam comungar diariamente ou com certa frequência, convém que se confessem regularmente, segundo a condição de cada um. Os fiéis devem, entretanto, considerar a Eucaristia como antídoto para se libertarem das culpas quotidianas e evitarem pecar mortalmente. E devem saber também utilizar convenientemente os atos penitenciais da liturgia, sobretudo da Missa.

4. Frequência da comunhão

Outra grande dificuldade que a Igreja enfrentou, talvez até a maior de todas, foi a questão da frequência da comunhão. A comunhão é um complemento indispensável da Eucaristia. Por isso, o auge da participação dos fiéis tem lugar quando eles comungam o Corpo e o Sangue de Cristo (Cf. SC, 55). Por isso também, a Igreja insiste em que os fiéis comunguem sempre que participem da Missa, tal como o faziam os primeiros cristãos.

O rompimento deste costume de comungar sempre que se participava da Santa Celebração se inicia no século IV, e a partir de então os fiéis se contentam apenas em assistir a Missa e comungar poucas vezes ao ano, e até mesmo uma só vez ao ano. O quarto concílio de Latrão (1215), para evitar um distanciamento ainda maior, prescreveu a comunhão pascal como obrigatória.

Em tempos mais recentes tiveram grande importância neste assunto os papas São Pio X, que facilitou a comunhão das crianças[17], e Pio XII que, sobretudo com a mitigação do jejum, favoreceu a comunhão inclusive diária de muitos fiéis. 

O concílio Vaticano II “recomenda encarecidamente” a comunhão frequente. Paulo VI concedeu inclusive que, em determinadas ocasiões, os fiéis pudessem comungar duas vezes no mesmo dia. E o Código atual universalizou esta práxis, permitindo comungar duas vezes no mesmo dia, desde que seja dentro da celebração eucarística (c. 917).

Fonte: acadêmicos.arautos.org

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Como deve se portar o fiel que deseja comungar na mão?
A educação litúrgica exige que se recordem às vezes coisas que se dão por sabidas. A Comunhão na mão é permitida a todo aquele que assim deseja comungar, de acordo com nossa Conferência Episcopal, que o solicitou à Santa Sé.
Como se comunga na mão? Temos de conhecer primeiro as disposições requeridas pela Igreja para que assim se comungue, visto que em muitas ocasiões os fiéis o fazem mal e de forma completamente desrespeitosa.

Deve-se ter cuidado com a dignidade do gesto, sem negar a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, como se se tratasse de um simples pedaço de pão que pode ser recebido de qualquer forma:

Portanto, com relação a este modo de comungar em particular, deve-se dar cuidadosa atenção a algumas coisas que a própria experiência aconselha. Todas as vezes que a sagrada espécie for colocada sobre a mão do comungante, deve-se ter sempre atenção e cuidado, tanto da parte do ministro quanto do fiel, sobretudo quanto aos fragmentos que porventura caírem da hóstia. É necessário que a prática da Comunhão na mão venha acompanhada de instrução oportuna ou catequese sobre a doutrina católica referente tanto à presença real e permanente de Cristo sob as espécies eucarísticas quanto à reverência devida a este sacramento [1].

Os fiéis, ao comungarem na mão, e os ministros, ao distribuírem a sagrada Comunhão na mão, devem conhecer e respeitar as determinações da Igreja, a fim de salvaguardar o respeito e a adoração ao Senhor realmente presente. Por isto, todos têm de observar cuidadosamente o seguinte:

Parece útil chamar a atenção para os seguintes pontos:


1. A Comunhão na mão deve manifestar, tanto quanto a Comunhão recebida na boca, o respeito para com a real presença de Cristo na Eucaristia. Por isso, será preciso insistir, como faziam os Padres da Igreja, sobre a nobreza dos gestos dos fiéis. Assim, os recém batizados do fim do século IV recebiam a norma de estender as duas mãos fazendo “com a esquerda um trono para a direita, pois esta devia receber o Rei” (5.ª Catequese Mistagógica, n. 21, PG 33, 1125; S. João Crisóstomo, Hom. 47, PG 63, 898, etc.).

2. Seguindo ainda os Padres, será preciso insistir sobre o “Amém” que o fiel diz em resposta às palavras do ministro: “O Corpo de Cristo”. Este “Amém” deve ser a afirmação da fé: “Quando pedes a Comunhão, o sacerdote te diz: “O Corpo de Cristo”, e tu dizes: “Amém”, “é isto mesmo”; o que a língua confessa, conserve-o o afeto” (S. Ambrósio, De Sacramentis, 4, 25).

3. O fiel que recebe a Eucaristia na mão, levá-la-á à boca antes de voltar ao seu lugar; apenas se afastará, ficando voltado para o altar, a fim de permitir que se aproxime aquele que o segue.

4. É da Igreja que o fiel recebe a Eucaristia, que é a Comunhão com o Corpo de Cristo e com a Igreja. Eis porque o fiel não deve ele mesmo retirar a partícula de uma bandeja ou de uma cesta, como o faria se se tratasse de pão comum ou mesmo de pão bento, mas ele estende as mãos para receber a partícula do ministro da Comunhão.

5. Recomendar-se-á a todos, especialmente às crianças, a limpeza das mãos, em respeito à Eucaristia.

6. Será preciso previamente ministrar aos fiéis uma catequese do rito, insistir sobre os sentimentos de adoração e a atitude de respeito que se exige (cf.Dominicæ Cœnæ, n. 11). Recomendar-se-lhes-á que cuidem de que não se percam fragmentos de pão consagrado (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, 2 mai. 1972, Prot. n. 89/71, em Notitiæ 1972, p. 227) [3].

7. Os fiéis jamais serão obrigados a adotar a prática da comunhão na mão; ao contrário, ficarão plenamente livres para comungar de um ou de outro modo.

Essas normas e as que foram recomendadas pelos documentos da Sé Apostólica atrás citados têm por finalidade lembrar o dever do respeito para com a Eucaristia independentemente do modo como se recebe a Comunhão.
Insistam os pastores de almas não só sobre as disposições necessárias para a recepção frutuosa da Comunhão, que, em certos casos, exige o recurso ao sacramento da Penitência; recomendem também a atitude exterior de respeito que, em seu conjunto, deve exprimir a fé do cristão na Eucaristia.

Ao distribuir a sagrada Comunhão na mão, o ministro deve ter o cuidado de que o comungante a receba dignamente, pondo as mãos em forma de cruz, à espera de que sobre elas o ministro coloque a sagrada hóstia, que será consumida diante dele. Evitar-se-á deste modo todo perigo de profanação ou sacrilégio: “Ponha-se especial cuidado em que o comungante consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e ninguém se desloque (retorne) tendo na mão as espécies eucarísticas. Se existe perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão” .

Como devemos aproximar-nos da sagrada Comunhão?
Como se deve comungar?

Aproximamo-nos sem pressa do ministro que nos dará a Comunhão e nos mantemos a uma distância razoável para que ele possa distribuir-nos facilmente a Comunhão.
Enquanto o fiel que está à nossa frente comunga, inclinamo-nos em adoração ao Corpo de Cristo, que iremos receber, ou, se assim preferirmos, colocamo-nos de joelhos no genuflexório, se houver.
O ministro que nos dá a Comunhão diz: “O Corpo de Cristo”, e nós respondemos em voz alta: “Amém”, para que ele nos ouça claramente, já que se trata de uma profissão de fé. Este “Amém”, profissão de fé pessoal do cristão diante do Corpo real de seu Senhor, foi muitas vezes comentado e explicado na Tradição da Igreja. Ouçamos, por exemplo, o que a este respeito disse Santo Agostinho:
Se queres, pois, entender o Corpo de Cristo, ouve o que diz o Apóstolo aos fiéis: “Ora, vós sois o Corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros” ( 1Cor 12, 27). Se vós, portanto, sois o Corpo de Cristo e membros seus, o vosso mistério está posto na mesa do Senhor: é o vosso mistério o que recebeis. Respondeis “Amém” ao que sois e, respondendo, o confirmais. Escutas, pois, “O Corpo de Cristo” e respondes “Amém”. Sê membro do Corpo de Cristo, para que o teu “Amém” seja verdadeiro [5].

Uma vez dito o “Amém”, podemos comungar na mão ou diretamente na boca. Diziam os Padres da Igreja:
Veneremo-lo [o Corpo de Cristo] com toda pureza de corpo e de alma. Aproximemo-nos dele com um ardente desejo e, pondo as mãos em forma de cruz, recebamos o Corpo do Crucificado. 

Se decidirmos comungar na mão, devemos pôr a mão esquerda sobre a direita. Não pegamos a hóstia no ar, mas aguardamos que o ministro a coloque em nossas mãos, que formam como que um trono preparado para receber o grande Rei.
Feito isto, comungamos imediatamente e na frente do sacerdote. É preciso também tomar cuidado para que não fique em nossa mão nenhuma partícula, sob a menor das quais o Cristo inteiro permanece presente.
Se a Comunhão for distribuída sob duas espécies, devemos seguir as indicações que o diácono ou sacerdote nos derem. É bom lembrar, em todo o caso, que nunca é permitido “ao comungante molhar por si mesmo a hóstia no cálice, nem receber na mão a hóstia molhada”.

Fonte: Ateleia  

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