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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

PRESSA LIBERDADE OU ESCRAVIDÃO?

Você  sabia que o carvalho leva anos para se formar? E uma abóbora três meses? Já observou que em minutos devoramos uma laranja que gastou quatro estações para se formar?

A pressa e a agitação de nossos dias não nos deixam perceber nem o alvorecer nem o entardecer. Somos inquietos e agitados competidores do campeonato do tempo, e nem sabemos qual a taça que está em jogo.

Certa vez, uma senhora velhinha bateu à porta de uma casa e pediu um pouco de pão. Conversou muito agradecida com a dona da casa e com as crianças. Quando se afastou a menina da casa disse à sua mãe: "Quero ser uma velhinha simpática como essa!" E sua mãe lhe respondeu: "Então comece agora. Ou você acha que ela ficou assim do dia pra noite?" Isso é tão verdade! A vida ganha maturidade se tivermos paciência necessária para esculpi-la , como o artista que pacientemente esculpe a pedra bruta. 

A Sagrada Escritura já nos definiu que há um tempo para cada coisa: "Tempo para nascer, tempo para morrer, para plantar e para colher"... (Ecl 3, 1-8). Absorver a calma e a paz são uma consciência em nossos dias. Não posso querer que a criança seja jovem ou tenha atitudes de adulto. 

A pressa não faz o lírio florir antes do tempo nem a água da fonte saltar o rio para chegar à nossa casa. "Olhe a flor dos campos, olhe o passarinho. Ela tão bonita, ele no seu ninho. Nem o rei salomão, tão rico, assim vivia. Isso é verdade mais que a luz do dia", cantou Pe. Pelaquin. O tempo certamente continuará a nos preocupar, mas ele não pode andar tão depressa mais do que é capaz. Deus criou cada coisa num dia, e depois comtemplou sua obra criada.

E nós fazemos, corremos, enveredamos pelos atalhos para chegar mais depressa, para depois olhar para trás e perguntar: para que? A pressa não pode ser a senhora de nossa vida, mas a vida há de ser a senhora do tempo. E então, como vai a sua pressa?

"Vi a alegria das andorinhas que buscavam seu abrigo ao entardecer. Parecia que elas conversavam sobre o que havia acontecido naquele dia. E não estavam nem um pouco preocupadas com a pressa nem com os que passavam por perto. As andorinhas também ensinam, nos inspiram e nos interrogam sobre nossos comportamentos apressados."



(texto de: Pe. Ferdinando Mancílio, C.Ss.R Revista de Aparecida edição outubro de 2010 )               

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