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terça-feira, 27 de setembro de 2022

Santos Cosme e Daião - Sua História - O Sincretismo Religioso

FESTA, 26 DE SETEMBRO 

Quem eram os Mártires Cosme e Damião? 

A Igreja Católica no dia 26 de setembro celebra a memória dos santos Cosme e Damião. Cosme vem da palavra grega cosmos que significa “puro” e Damião vem de dama, “gamo” animal tímido e doce. Ou Damião deriva de dogma, “doutrina” , e de Ana, “no alto” ou de damum, “sacrifício”. Ou então Damianus (Damião) quer dizer domini manu, “mão do Senhor”. A data do nascimento deles é desconhecida, porém, acredita-se que tenham morrido no dia 27 de setembro, mas, também não é uma data certa. Até 1969 o dia dedicado à memória dos Santos Mártires era 27, mas, a Igreja Católica reformou o calendário litúrgico passando esse dia para o dia 26 e no dia 27 faz memória à São Vicente de Paulo.

Sabe-se que eram gêmeos naturais de Egéia, na Ásia Menor, (atual Síria). De mãe religiosa cujo nome é Teodota. Eram médicos de profissão. Receberam tantas graças divinas que curavam homens e animais e faziam gratuitamente. 

Conta-se que uma mulher chamada Paládia que já tinha gastado muito dinheiro com médicos, recorrendo-lhe aos seus serviços recuperou completamente a saúde.

A mulher ofereceu um pequeno presente a São Damião e ele não quis aceitar. A mulher o obrigou. Ele concordou em receber não porque queria aceitar, mas acabou aceitando por complacência porque aquela mulher lhe oferecera em testemunho e reconhecimento. Quando Cosme soube disso determinou que seu corpo não fosse enterrado junto o de seu irmão. Na noite seguinte o Senhor apareceu a Cosme e desculpou o irmão pelo feito.

Lísias era o procônsul da época e tendo conhecimento da fama dos dois irmãos mandou chamá-los e interrogando-lhes perguntou o nome, a pátria e a fortuna deles.

Eles responderam: “Nossos nomes são Cosme e Damião, temos três irmãos que são: Leôncio, Âtimo e Euprépio”.

“Somos da Arábia”. “Somos cristãos e não temos interesse por fortunas”.

O Procônsul, então, levou-os para adorar aos ídolos e como eles rejeitaram mandou que fossem torturados nas mãos e nos pés. Eles, porém, zombaram destes castigos então Lísias mandou que fossem acorrentados e jogados no mar. Mas, no mesmo instante veio um anjo e tirou-lhes do mar e os levou diante do procônsul. Este falou: “Pelos deuses vocês venceram com grande magia, desprezaram as torturas e acalmaram o mar”. “Ensine-me esta magia e eu os seguirei em nome do deus Adriano”. Mal terminara de falar e surgiram dois demônios que lhe golpearam a face e ele pôs a gritar: “Eu imploro homens de bem, orem por mim ao Senhor”. Eles rezaram e os demônios foram embora.  

O procônsul disse: “Se os deuses estão indignados desta forma contra mim por ter pensado em abandoná-los, eu sofreria ainda mais se vocês blasfemassem contra minhas divindades”. Mandou então jogá-los na fogueira, mas eles nada sofreram, as chamas pularam para longe e mataram muitos ao redor. Mandou a seguir suspendê-los num poste, mas protegidos por um anjo foram levados ao procônsul, enquanto os carrascos estavam esgotados de tanto espancá-los. Ordenou então que fossem crucificados e apedrejados pelo povo, mas, as pedras voltaram para os atiradores e os feriram em grande número.

Ainda mais fuirioso, o procônsul ficou e mandou vir os três irmãos, colocou-os ao lado das cruzes de Cosme e Damião que seriam varados por flechas pelos quatro soldados. Mas, as flechas retornaram e feriram muitas pessoas. Vendo que fora falha todas as tem tentativas mandaram decapitar os cinco irmãos. Os cristãos, lembrando o que dissera São Cosme que não queria ser enterrado com o irmão pensaram como deviam sepultá-los. De repente chegou um camelo que disse com voz humana ordenando que os santos fossem enterrados no mesmo lugar.

Eles foram martirizados no tempo do governo do Imperador Diocleciano por volta do século III (287).

Um camponês enquanto dormia, uma serpente e cuja penetrou suas entranhas agonizava e com muito sofrimento pedia socorro aos santos de Deus Cosme e Damião. A dor aumentava constantemente e se refugiou na igreja dos santos mártires onde subitamente adormeceu e a serpente saiu de sua boca.

Um homem ao fazer uma viagem recomendou sua mulher aos santos mártires Cosme e Damião e mostrou a ela um crucifixo por meio do qual seria a senha e saberia imediatamente quando devia ir para junto dele, caso fosse chamada. Depois disso, o diabo que sabia a senha que o marido lhe dera transfigurou-se em homem e apresentando-lhe a senha disse: “Seu marido me enviou de tal cidade para conduzi-la a ele”. E como inda temia partir, ela disse: “Reconheço o sinal, mas, como fui colocada sob a proteção dos santos mártires Cosme e Damião, jure-me sob o altar deles que você me conduzirá em segurança e partirei imediatamente”. Ele fez no mesmo instante e ela o seguiu, quando chegou a um lugar afastado o diabo quis derrubá-la de seu jumento para matá-la. Percebendo ela exclamou: “Cosme e Damião, santos de Deus ajudem-me, confiei em vocês por isso estou aqui”. Imediatamente os santos apareceram acompanhados por uma multidão de personagens vestidos de togas brancas e a libertaram. O diabo desapareceu e eles disseram: “Mulher somos Cosme e Damião a cujo juramento você se confiou e por isso nós apressamos em te ajudar!”

O Papa Felix, antepassado de São Gregório, mandou construir em Roma uma bela igreja dedicada a eles. Nessa Igreja havia um servidor dos santos mártires a quem estava acometido por câncer na perna em estado avançado. Então durante o sono de seu devoto, os santos Cosme e Damião apareceram trazendo consigo unguentos e instrumentos. Um disse ao outro: “Onde conseguiremos preencher o lugar de onde cortaremos a carne podre?” o Outro disse: “No cemitério de São Pedro está um etíope recém-sepultado, traga a sua carne para substituir essa”. Ele foi e trouxe a perna do mouro. Em seguida cortaram a do doente e puseram no lugar a perna do mouro. Depois puseram a perna do doente no mouro. Ungiram a ferida com cuidado. Como, ao despertar aquele homem não sentia mais a dor. Levou a mão na perna e ali não encontrou mais a doença. Pegou uma vela e, não vendo nenhuma ferida na perna, pensava que não era mais ele e sim, outro que e estava no seu lugar. Caindo em si saltou de alegria e contou a todos o que vira enquanto dormia e como fora curado. Foi em seguida ao cemitério e encontrou a perna do mouro cortada e a outra doente colocada no lugar.

(Fonte: Legenda Áurea, de Jacobo de Varazze – Vida dos Santos - págs. 794 a 797 )

A devoção de São Cosme e Damião na Umbanda e no Candomblé é a mesma da Igreja Católica?

A resposta é não. A Umbanda é uma religião de matriz africana trazida pelos escravos. É uma religião politeísta. No Brasil o sincretismo religioso contribuiu para que o culto às divindades africanas tanto na Umbanda como no Candomblé tomasse a figura dos santos católicos associando a eles suas crenças religiosas de modo a não serem descobertos pelos seus donos. No Brasil Colônia os escravos eram suprimidos dos seus costumes e das suas crenças, eram submetidos à religião do seu senhor, ao chegar aqui eram batizados e recebiam nomes cristãos; se fossem apanhados praticando outra religião que não fosse a mesma de seu dono, (no caso a religião cristã Católica), eram severamente punidos.

Assim, sabiamente associaram os santos católicos (e as suas imagens representativas) às suas divindades; dessa maneira os escravos, sem serem importunados e descobertos, cultuavam suas divindades sem que seus donos descobrissem, pois, quando o senhor de escravo entrava nas senzalas ou nos terreiros via ali as imagens dos santos católicos e acreditavam que realmente estava sendo realizado um culto católico e não um culto pagão. Como disse, em muitos lugares eram suprimidos não só a religião, mas, também a música e as danças. O samba e o batuque por muito tempo foram considerados crime. 

Um caso parecido foi a luta a capoeira que era uma forma de defesa dos escravos. Os guerreiros africanos praticavam a capoeira em defesa de suas tribos. Nas revoltas e nas fugas eram bem-sucedidos. Os senhores de escravos e até mesmo o governo temendo tais ameaças proibiram a capoeira isso durou até a República Velha. Os escravos não tinham direito nem a liberdade, nem de praticar sua religião. O sincretismo religioso os ajudou de certa forma a manterem suas tradições.   

No Brasil ela chegou a ser proibida e considerada como crime, depois de algum tempo foi liberada e passou a ser considerada como uma dança. Desta forma a dança, o culto das religiões africanas, as músicas foram suprimidas no período colonial. 

A tradição africana diz que São Cosme e Damião fazia referência às divindades gêmeas Ibejis ou Erês. Em outras tradições, os santos são os filhos gêmeos de Xangô e Iansã, irmãos de Dou, Alaba, Crispim, Crispiano e Talabi.

Na tradição Iorubá, Cosme e Damião são o Orixá Ibeji ou Ibejis, filhos gêmeos de Inhaça e Xangô, que foram criados por Oxum. Em outros itans (histórias mitológicas) Ibejis são filhos de Iemanjá e eles tiveram um irmão chamado Idoú ou Doum, por isso, nas representações sincréticas dos gêmeos, aparecem três irmãos, ao invés de dois. Os itans contam que eles tinham grandes poderes, inclusive de enganar a morte (icu). São crianças que adoram brincar, mas são muito poderosos, pois dominam a magia.

Pois bem, é dessa forma que a devoção a São Cosme e São Damião surgiu no meio da crença dos escravos; cujos, são considerados pela Umbanda como a divindade protetora das crianças. Daí o costume de celebrar o dia deles dando guloseimas às crianças. 

A entrega de doces para crianças em comemoração ao dia de São Cosme e Damião nasce das religiões de matriz africana, que costumam celebrar a data oferecendo comidas como caruru, vatapá, bolinhos, doces e balas às entidades e aos frequentadores dos terreiros. A festa costuma contar também com velas nas cores rosa e azul claro. A oferta é feita em honra aos orixás, mas também como forma de recordar a pureza, inocência e bondade representada pelos irmãos Cosme e Camião. Para estas religiões, os santos são considerados os protetores de orfanatos, creches e doceiras.

É comum nas religiões politeístas fazer ofertas de alimentos às entidades, aos mortos como, por exemplo, no budismo, na religião do antigo Egito, no hinduísmo, entre os ciganos também há esse costume, a Seicho-no-ie. Nós cristãos não temos esse costume isso é idolatria. Cultuar os mortos é diferente de lembrar e de rezar por eles. Nós cremos que os fiéis defuntos participam da comunhão dos santos e aguardam a ressureição do último dia. Cremos também que os que pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo alcançaram a graça da santidade no Céu, os santos, os eleitos todos eles canônicos ou não participam com Cristo no seu de sua vitória e estes intercedem por nós e nos ajudam com seus exemplos a viver o evangelho. 

As almas do purgatório são aquelas que tendo morrido sem pecado mortal e de alguma forma ainda que vivendo uma vida justa precisam serem purificadas, ou lavadas de todo resquício de pecado para poderem chegar ao Céu. Essas almas não estão condenadas, mas, estão à espera da contemplação definitiva junto de Deus. Por isso, a Igreja intercede por elas e tais podem interceder por nós, mas, nada podem fazer por si mesmas. Os santos já ultrapassaram esse mistério porque viveram suas vidas todas voltadas para Deus dando-lhes o tudo de si para Deus em testemunho de Cristo, esvaziaram-se de si mesmo para ter uma vida somente de amor a Cristo e seu evangelho. Viveram segundo os valores do reino amando a Deus e ao próximo, praticando a fé, a esperança e a caridade e deram exemplos disso; alguns pagando até mesmo com o preço de sua vida como é o caso dos mártires. 

De forma que os Santos não são deuses, nem entidades mitológicas. Não podemos adorá-los nem lhes oferecer sacrifício algum, pois, para nós cristãos adoramos somente a Deus Pai, Filho e Espírito Santo e o único sacrifício válido é o de Cristo que nos salvou e que é repetido de forma incruenta em cada Santa Missa. Adoramos Jesus no Santíssimo Sacramento do Altar. Aos santos apenas prestamos homenagem, veneração (ou respeito). Podemos rezar, pedir a intercessão deles, mas, o Culto é destinado apenas a Deus.                     

Na Umbanda e no Candomblé o dia de Cosme e Damião é celebrado no dia 27 de setembro. Mas, o dia verdadeiro no calendário litúrgico da Igreja, dedicado verdadeiramente aos santos Cosme e Damião é 26 de setembro.

👉É bom deixar os católicos cientes que embora os nomes sejam os mesmos há uma grande diferença: Enquanto para a Umbanda Cosme e Damião são consideradas divindades protetoras de crianças, a Igreja reconhece os santos mártires, mas, assim como os demais santos eles não são divindades, não podem ser adorados. Nenhum santo é divindade, nem mesmo Nossa Senhora. Na Igreja Católica os santos Cosme e Damião são considerados padroeiros dos médicos (as) e enfermeiros (as). 

Nós devemos respeitar as religiões, às outras crenças, mas, como cristãos católicos devemos ser conscientes para não praticarmos a idolatria (que severamente proibida por Deus), e que embora as imagens sejam parecidas o culto é diferente. Católico que participa de festa de Cosme e Damião achando que está fazendo certo na verdade não está. Nem as imagens são iguais veja a diferença da representação dos santos Cosme e Damião da Igreja Católica pela representação do Cosme e Damião da Umbanda que traz consigo uma entidade morim, um garoto, o Orixá Ibejis, como é chamada a divindade. 

Nós acabamos de ler a história dos santos mártires Cosme e Damião e vimos que eles não têm nenhuma relação com essas entidades. Embora as imagens representam de alguma forma os santos católicos na verdade o que é cultuado são as divindades africanas. É como por exemplo uma carteira de identidade falsa, possui os dados de uma pessoa, mas, a foto é de outra. Então muito cuidado devemos ter ao cultuar essas divindades, lembrando sempre o Mandamento  do Senhor que diz: Não terás outros deuses além de mim. (Ex20, 3-5) e 1Cor8, 4-13 que nos recomenda que não podemos comer nada (representado pela carne) oferecida a ídolos e que somente há um só Senhor, Jesus Cristo.   



 

            

  

       



ORAÇÃO A S. COSME E S. DAMIÃO

            "São Cosme e Damião, que por amor a Deus e ao próximo vos dedicastes à cura do corpo e a da alma de vossos semelhantes, abençoai os médicos e farmacêuticos, medicai o meu corpo na doença e fortalecei a minha alma contra a superstição e todas as práticas do mal. Que vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as nossas crianças. Que a alegria da consciência tranquila, que sempre vos acompanhou, repouse também em meu coração. Que a vossa proteção, Cosme e Damião, conserve meu coração simples e sincero, para que sirvam também para mim as palavras de Jesus: “Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o Reino dos céus”. São Cosme e Damião, rogai por nós!

Pai Nosso... / Ave Maria... / Glória ao Pai...

  

                                       

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