sábado, 9 de abril de 2022

A FÉ NÃO TÃO BÍBLICA DOS PROTESTANTES

 

📢 Nem tudo o que creem e professam os filhos de Lutero encontram um fundamento bíblico sólido e explícito nas Sagradas Escrituras.

Quando os católicos e protestantes discutem sobre aquilo que os divide, os segundos viram e mexem lançam aos primeiros a seguinte pergunta: “Onde a bíblia diz isso?” No entanto, pouquíssimas vezes os protestantes aplicam esse mesmo critério, o da “sola Scriptura”, às suas próprias crenças. Se o fizessem, perceberiam que muitas delas vêm, não da Bíblia, mas de alguma tradição teológica recebida seja dos pais, seja de um pastor.

Vejamos cinco exemplos de tradições protestantes que não se baseiam na Sagrada Escritura:

1.   Em que trecho a Bíblia afirma que nós não somos purificados de nossos pecados após a morte?

    A pergunta mais frequente que nos costuma ser feita é esta: “Onde a Bíblia fala do purgatório?”

   Os protestantes partem do princípio de que a doutrina  católica sobre a vida eterna deveria estar explicitamente fundamentada nas Escrituras raramente aplicam esse mesmo critério às suas próprias crenças sobre a vida após a morte. O autor protestante Willian Edward Fudge escreve a esse propósito:

   Ao falarem dos Novíssimos, os reformadores nunca constroem sua escatologia sobre os fundamentos da Escritura [...]. Lutero e Calvino rejeitaram a doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana referente ao Purgatório, por exemplo, não porque não tenham estudado a Bíblia a fundo e descoberto que o Purgatório é estranho à escatologia bíblica, mas, porque se tratava de uma doutrina claramente incompatível com a ideia de justificação que eles acharam na Bíblia. (The Fire Consumes: A Biblical and Historical Study of the Doctrine of Final Puinishment, p.13).

      Os protestantes costumam acreditar que todo cristão, imediatamente depois da morte, se une a Cristo, razão porque não é necessário nenhum tipo de purificação. No entanto, os trechos que eles citam a favor dessa doutrina, como por exemplo, Fl, 1, 23 (“Desejaria desprender-me para estar com Cristo, o que seria imensamente melhor”) e 2Cor5, 8 (“Estamos, repito, cheio de confiança preferindo ausentar-nos  deste corpo para ir habitar junto do Senhor”) não sobrevivem a um exame mais atento.

       Dizer, por exemplo, “Quando estou trabalhando no meu escritório, estou longe de minha família” não significa que eu estarei em casa com minha família no exato momento em que for embora do escritório (eu poderia muito bem ter de passar horas no trânsito).

         Do mesmo modo, o desejo de estar com Cristo não é prova de que não haverá um processo de purificação antes de realizarmos este desejo. De fato a passagem de 2Cor5, 10 nos ensina que podemos, sim, estar separados de nossos corpos e, ao mesmo tempo, não Ok em casa com o Senhor: “Porque teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo. Ali cada um receberá o que mereceu, conforme o bem e o mal que tiver praticado enquanto estava no corpo”.

2.    Onde a Bíblia diz que devemos aceitar Jesus como nosso Senhor e Salvador pessoal?

  Os protestantes se opõem à Missa e aos Sacramentos, por não terem fundamento bíblico nem serem necessários, costumam afirmar que tudo o que precisamos fazer, no final das contas, é aceitar Jesus como nosso Senhor e Salvador e confessar nossos pecados diretamente a Deus, em vez de confessá-los a um sacerdote.

  Sem levar em consideração o fato de que a Missa e os Sacramentos  estão, sim, presentes na Bíblia, é importante notar que a ideia segundo a qual a fé deve estar baseada unicamente numa relação pessoal e de tipo afetivo com Jesus não tem, na verdade, nenhuma base bíblica. (Relação pessoal com Jesus, afinal de costumes, até os fariseus tiveram; o importante é estar unido espiritualmente a Ele pela graça (Nota da Equipe CNP.)

   Isso não significa que seja errado pedir a Jesus que tenha conosco uma relação pessoal; significa tão somente que esta crença protestante, uma das mais importantes, não se encontra, ao fim e ao cabo, nas Escrituras. A Bíblia, além disso, nunca nos manda confessar os nossos pecados a Jesus Ressuscitado, ainda que quase todos os cristãos não vejam problema nenhum em fazê-lo. É por isso que os partidários da “Sola Scriptura” deveriam, pelo menos, repensar a própria fé com respeito a esses pontos – ou talvez repensar a própria fé na “Sola Scriptura”. 

  Os protestantes costumam ainda citar 1Jo1, 9 para defender a ideia de que só devemos confessar os nossos pecados a Deus (e não a um sacerdote),   já que ali se diz: “Se reconhecermos [em grego homolomen ( ομόλογος )  de homologeo]  os nossos pecados”, (Deus aí está)  fiel e justo para nos purificar  de toda a iniquidade. Acontece, porém, que este trecho não diz que só devemos confessar os nossos pecados a Deus. O contexto desta passagem diz respeito mais ao que confessamos ou dizemos aos outros homens do que às coisas que confessamos a Deus.

  O versículo anterior: “Se dizemos não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós” e o versículo seguinte: “Se pensamos não ter pecado, nós o declaramos mentiroso e sua palavra não está em nós” retratam os fiéis falando entre si. De fato, com exceção de (Hb13, 15), o termo Homologeo nunca é empregado para descrever o ato de confessar algo a Deus; nos escritos de São João, é utilizado sempre com o sentido de “confessar uma crença a outro homem”. Ora, nunca é demais lembrar que, tanto no sacramento da Confissão, quanto no sacramento da Unção dos enfermos, o sacerdote não perdoa e cura por si próprio, mas ele é o meio através do qual Deus nos comunica o perdão e a cura.

Muitos protestantes estariam de acordo com isto no caso, por exemplo, do Batismo, uma vez que, tal como os católicos, eles negam de costume a validade do “auto-batismo”. Ora, quem crê na regeneração batismal sabe muito bem que, embora Deus seja o único que pode apagar os pecados, Ele não age sozinho n a hora de fazê-lo no Batismo. Com efeito, Deus atua por meio de outros fiéis, que batizam em nome dEle. Este mesmo princípio se aplica ao caso de que Deus se serve de um ministro para perdoar os pecados na Confissão.

 

3.    Em que lugar a Bíblia diz que a revelação se encerrou com o fim da era Apostólica?

      Os protestantes afirmam também que a Palavra de Deus se reduz ao que está registrado nas Escrituras, de maneira que não houve nenhuma nova revelação depois de ter sido escrito o último livro da Bíblia. Os católicos aceitam  que a revelação pública, ou seja, o depósito da fé, terminou com a morte do último Apóstolo [São João] (isto inclui os companheiros, como São Marcos e  São Lucas). Nós, porém não concordamos com a ideia de que esta verdade só pode ser conhecida unicamente pelas Escrituras.

    Aqui vale lembrar as palavras de Jesus quando em seu momento final antes da Paixão, nos deixou bem claro que enviaria o Espírito Santo, o Paráclito que nos ajudaria a compreender muitas coisas. Que coisas são essas? O Espírito Santo abriria as mentes para entender tudo o que ele ensinou e mais ainda ele assistiria a sua Igreja derramando seus dons para que ela pudesse levar a sua Palavra a todos e também através dessa assistência porvir seria revelado. Jo16, 13 – “No entanto, quando o Espírito da verdade vier, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos revelará tudo o que está por vir.”

       Por isso nós cremos na Palavra de Deus a Tradição Oral e na Escritura porque foi da transmissão Oral dos profetas e dos Apóstolos que nasceu a Sagrada Escritura. A Bíblia se originou dentro da Igreja Católica e não fora dela. Além do mais, a Palavra de Deus é uma pessoa e não um livro como pensam os protestantes, ela é uma pessoa, Jesus Cristo.

    Em 1Cor2, 10 está escrito: “Deus, todavia, o revelou a nós por intermédio do Espírito! Porquanto o Espírito a tudo investiga, até mesmo as profundezas de Deus.”Ou seja, Deus se revelou a nós por meio de seu Espírito e não por meio de um livro. O livro é o registro daquilo que Oralmente nos foi passado e nem tudo que foi revelado aos Apóstolos caberia num livro, muitas coisas os Apóstolos continuaram ensinando sem fazer esses registros é o que chamamos de Tradição Apostólica Oral, Jo21, 25 – “Há, porém, muitas outras coisas que Jesus fez. Se fossem escritas uma por uma creio que o mundo não poderia conter os escritos que se escreveriam”. Assim, nós concluímos que muitos ensinamentos de Jesus os Apóstolos escreveram apenas o mais “significativo” e outros eles foram ensinando oralmente.

    Os protestantes que têm uma atitude cética com respeito à Sagrada Tradição deveriam perguntar-se a si mesmos porque motivos acreditam que a revelação pública acabou, já que as Escrituras pó si sós não o garantem. Porque se assim creem como pode crer na assistência do Espírito Santo?

    Há, no entanto quem diga que essa passagem se baseia em (Judas3), onde se fala da “fé, confiada de uma vez para sempre aos santos” – o que por si mesmo não prova que a revelação pública tenha terminado de vez. O apologista protestante John MacArthur defende que a palavra grega traduzida aqui por “confiada” designa “uma ação completa no passado e sem continuidade”. Ele afirma ainda a expressão “de uma vez para sempre” (em grego, hapax) equivale a “nada mais precisa ser acrescentado à fé que já foi transmitida de uma vez para sempre”.  

     Ora, isso implicaria que a “fé” já fora definitivamente transmitida antes mesmo de Judas escrever sua carta, o que, noutras palavras, significa que o ensinamento de Judas a respeito da conclusão da revelação pública não faz parte, ele mesmo, da revelação pública contida nas Escrituras.   

     Aí também se confunde a expressão “confiar na fé” com o conceito de revelação pública. Jesus confiou “a fé” de uma vez para sempre aos Apóstolos, mas a revelação pública da fé continuou durante décadas, enquanto eram escritos os livros do Novo Testamento. Ora, não há nenhuma evidência  bíblica explícita de que a revelação tenha acabado depois da morte do último Apóstolo (e nem que tenha continuado, não já por décadas, mas por séculos).

    Católicos e protestantes estão de acordo quanto ao fato de a revelação pública ter-se concluído, sim, na era apostólica da Igreja. O Catecismo da Igreja Católica ensina que “já não se há de esperar nenhuma nova revelação pública antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo” (n.66).

     Os católicos, não obstante, creem nesta verdade baseados na autoridade do Magistério, que preserva o conteúdo da Palavra de Deus em suas duas formas: escrita (Bíblia) e Oral (Tradição) – e não, como fariam os protestantes, baseados no ensinamento das Escrituras.

      Por isso quando um protestante perguntar: “Onde a Bíblia diz isso?” você deve, com toda caridade perguntar de volta: “Onde a Bíblia diz que tudo que nós, cristãos, devemos crer precisa estar escrito na Bíblia?” Assim, você poderá mostrar como outras crenças protestantes estão enraizadas, não nas Escrituras, mas em tradições humanas ou divinas.    

4. Os protestantes dizem que Pedro não é a rocha, mas, Jesus. Ora, Jesus estava invertendo os papéis? 

Jesus disse a Pedro: "...Tu és pedra (Cefas) e sobre esta pedra edificarei a minha igreja"... Mt16. 

       Eles pegam essa passagem do evangelho e dizem que não, que Jesus não estava falando de Pedro. Com o argumento de que a rocha que Jesus falava era ele mesmo. Isso é absurdamente falso, porque se fosse da maneira como eles interpretam o texto Jesus não precisava dizer isso a Pedro, bastava dizer, "eu sou a rocha e sobre mim fundarei a minha igreja", não de seria mais fácil? No entanto, o texto é bem claro Jesus disse: "edificarei a minha igreja sobre Pedro ou Cefas, a pedra".

 

 Pedro é a pedra base, os apóstolos as 12 Coluna que com Jesus que é a Pedra Angular forma a Igreja e cada um de nós somos os tijolos dela. 


      Nas construções, sobretudo as antigas existia dois tipos de rocha uma que segurava a estrutura do prédio que são as colunas e outra é a pedra angular, o que é a pedra angular? 

     A pedra angular é o primeiro conjunto de pedras na construção de uma fundação de alvenaria. Todas as outras pedras são definidas em referência a essa pedra, determinando assim a posição de toda a estrutura. Então, quando Jesus chamou Pedro de a “pedra” e diz:  "sobre esta pedra edificarei a minha Igreja", ele estava dizendo que Pedro seria a base (alicerce) que deveria sustentar essa igreja de pé, ou seja, Pedro teria a missão de sustento de toda a estrutura dessa igreja, sendo aquele que teria o poder (as chaves) de decisão (ligar e desligar), na terra e no céu ao mesmo tempo. Jesus entregou o governo da Igreja terrena e em seu nome pudesse governá-la com toda autoridade. 

   Pedro é a base e Jesus é a "Pedra Angular" - Sl117, 22. Jesus é a pedra angular, ou seja, é Jesus Cristo a base de toda a igreja e, é ele que sustenta e garante que essa igreja nunca irá ruir, 'e as portas do inferno nunca poderão rompê-la'. Pedro por outro lado é a "Coluna" que mantém a igreja de pé, unida pela doutrina, é o guardião da verdade que é Cristo, é aquele que irá sustentar manter essa unidade, é o guardião da Sã Doutrina. Uma só fé, uma só doutrina, um só culto e um só batismo. Esses são os "tijolos" que une a Igreja de Cristo e os tijolos estão ligados à coluna que é Pedro, e ambos estão sustentados pela Pedra Angular que é Jesus.

   Então quando um protestante disser a você ou questionar a autoridade de Pedro, você pode dizer a ele a igreja de Jesus possui duas pedras na qual se fundamenta Pedro a coluna e Jesus Cristo a pedra angular.

   Porque Pedro é o Papa? A palavra Papa é uma palavra italiana que quer dizer pai. O Papa é o pai espiritual da Igreja, é aquele pastor que vai apascentar as ovelhas de acordo com o que Jesus pediu: “Apascenta minhas ovelhas”. Ele também é o Bispo da Igreja (sede) de Roma. Ele também é chamado de “pontífice”; a palavra pontífice vem de ponte e é ele que sob o poder dado por Jesus “eu te darei as chaves do céu” terá o poder de ligar e desligar, abrir e fechar, isto é, o poder de decisão final sobre tudo que se refere à Igreja em questão de Fé.

O Papa ou Santo Padre é aquele que vai fazer a ponte, vai ligar as ovelhas a Cristo e zelar por elas constantemente. O Papa também é chamado de “Vigário do Filho de Deus” ou “Vicarius Filii Dei”, ou seja, é aquele que é o vigário (ou representante) de Cristo na terra. Daí o seu governo é também espiritual. Por isso, crendo no Santo Evangelho e na autoridade dada por Jesus ao Papa que nós católicos somos obedientes a ele porque sendo obedientes a ele somos obedientes a Jesus.  O Papa é aquele chefe humilde, que deve ser obediente ao seu ministério,  portanto seu último título é "servo dos servos de Deus". E quando nos dirigimos ao Papa o chamamos de Sua Santidade porque reconhecemos na sua pessoa, na sua autoridade a autoridade e a pessoa de Cristo Sumo e eterno Pastor.            

Por que Jesus assim o quis?

    Na véspera de sua Paixão, na última ceia, Jesus dando as últimas instruções antes de se entregar, confirmou mais uma vez a Pedro que ele estaria a frente da sua Igreja para apascentar seus cordeiros.

     Disse Jesus: "Simão, Simão. Eis que satanás pediu para vos peneirar como o trigo; eu porém roguei por ti para que tua fé não desfaleça e quando te converterdes confirmes também os meus irmãos". (Lc22, 31-32) - De fato ele o negou, mas, tendo se arrependido (talvez recordando dessas palavras) nunca mais duvidou ou voltou atrás em sua decisão. No versículo 33 Pedro diz que ele o seguirá até a prisão e a morte, mas Jesus, disse que não, havia ainda um último teste pelo qual Pedro deveria passar; a negação de Pedro o fez mais forte porque ele se tornou fraco e porque Jesus pediu para que fosse poupado, o Espírito Santo reconstituiu forte para levar adiante a missão que Jesus lhe tinha confiado, ser o apascentador, o reconciliador e o representante visível de Cristo na terra. Somente depois ele daria seu testemunho morrendo crucificado de cabeça para baixo por não achar digno de morrer da mesma maneira como Jesus. Pedro era humilde. Sabia que diante de Cristo não era o mais importante. Ele provou do fogo e saiu vitorioso porque Jesus disse que a ele seria dado as chaves do reino dos céus, sob Pedro a Igreja se une, sob Jesus é Pedro quem decide. E com Pedro que nós confiamos e cremos nas palavras de Jesus "as portas do inferno nunca poderão rompê-la".       

  E todos seus sucessores legitimamente escolhidos são sucessores de Pedro. A missão do Papa é de apascentar, de levar a paz. Depois de Jesus que é o Cabeça da Igreja, o Papa é a segunda pessoa mais importante e quem não aceita a autoridade do Papa não aceita a autoridade de Jesus e não é cristão.

    Portanto, o protestantismo está na contramão do Evangelho. Pois, somente um outrora ousou se rebelar contra a autoridade de Deus e esse alguém é o diabo.        

   Porque ele era o mais velho a ele foi confiado o poder da Igreja. Ele foi escolhido para ser o príncipe entre os Apóstolos.

   Não tem nada a ver com aquela história de que Pedro não podia ser o Papa porque esteve em Roma somente nos dias finais de sua vida.    Isso é mentira por que: a) Jesus ressuscitado chamou Pedro e disse: "Pedro tu me amas mais do que estes?" Perguntou 3 vezes,  depois disse: "apascenta minhas ovelhas!", (Jo21, 15-17). É aqui que Jesus torna Pedro o chefe, o governante da sua igreja. Pedro agora é o pastor da Igreja e deve mantê-la na unidade. 

b) A partir daí ninguém tomava a última decisão, essa caberia a Pedro porque foi o próprio Senhor Jesus que o quis assim. Como os protestantes bom podem recusar a autoridade do Papa? Recusando o papa recusam o próprio Senhor Jesus. 

      Se lermos o livro dos Atos dos Apóstolos vamos encontrar várias situações em que a figura de Pedro era a vc quem dava a decisão e todo povo  acatava respeitando o  que Jesus ordenou antes de subir aos céus. Ninguém ousava questionar a autoridade do chefe da igreja. Até que chegou Lutero que se achava mais que os apóstolos e com insubordinação, orgulho e prepotência quis por esta autoridade abaixo. Quem segue o protestantismo, quem segue em Lutero e até hoje seus ensinamentos pífios, segue o próprio diabo, autor de toda confusão. Pois, a Igreja de Cristo é Una, Santa, Católica e Apostólica.   

Já dizia São Jerônimo, (que traduziu a Bíblia para o latim-a Vulgata) em sua carta ao Papa Dâmaso I (420 d.C):

 "Não sigo nenhum primado a não ser o de Cristo; por isso ponho-me em comunhão com a Sua Santidade, ou seja, com a cátedra de Pedro. Sei que sobre esta pedra está edificada a Igreja. Quem se alimenta do Cordeiro fora dessa casa é um ímpio. Quem não está na arca de Noé perecerá no dia do dilúvio". 


 5. Os protestantes dizem que somente pela fé em Jesus o cristão pode ser salvo;  basta aceitá-lo como salvador pessoal basta sem precisar das boas obras. 

     Ora, quem crer assim está indo contra o próprio evangelho, porque Jesus deixa claro que se nós não praticarmos as boas obras não vamos ser salvos. Nós já lemos acima que no item 2 que não existe tal afirmação nas Escrituras e que isso parte da "Sola Scriptura". Pelo contrário, a Bíblia nos ensina que a salvação dada por Jesus depende do esforço humano para obtê-la; ela é graça de Deus. ninguém salva a si próprio, é Jesus que Salva, mas, como essa salvação vem até nós? Ela vem até nós: a) Crendo na sua Palavra; b)e aceitando essa palavra ser batizado; 3) Vivendo aquilo que Jesus ensinou amando a todos e praticando as boas obras. A Fé consiste em crer (FÉ) (no Senhor Jesus), Confiar (Esperança da ressurreição); Depender (de Deus)- (CARIDADE) ninguém salva a si mesmo. Aceitar a salvação é aceitar viver de acordo com a Palavra de Deus; fazer as boas obras sobretudo amor para com o próximo. Jesus nos deu exemplo o tempo todo e disse: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei!" (Jo13, 34-35) - Jesus amou-nos até o fim. E sua prova maior foi a cruz. Quem deseja ser salvo mas não aceita carregar a sus cruz e nem ajuda o irmão carregar a dele não pode ser digno de salvação (Mc8, 34-35). A Salvação é algo individual e consiste em que cada um faça o esforço para merecê-la. 

   Dirá os protestantes: "Aceitei Jesus agora estou salvo!" - Mentira, prepotência. Porque se não praticar o evangelho, se não vivê-lo com o coração se não fizer as boas obras, isto é, por em prática o amor e o serviço pelos irmãos de nada vale crer em Jesus, aceitar Jesus da boca pra fora. São Paulo afirma "sem amor eu nada seria".          

      As boas obras consiste em  quê? Consiste em amar a Deus e o próximo. Consiste em fazer tudo que agrada a Deus. Jesus nos deu a salvação, mas, para ser merecedor da salvação e assim poder alcançá-la temos que praticar a caridade. É pela Fé, Esperança e a Caridade que nós chegamos à verdadeira felicidade. São Paulo nos diz que ainda que ele tivesse tudo, que falasse a língua dos anjos sem amor nada seria.(...) Ainda que tivesse toda fé, sem amor nada seria (1Cor13, 1-2). Jesus deixa claro que o que nos salvará no último dia não é a fé, não é crer somente, mas, é o amor,  é o que fizermos pelo próximo que vai nos colocar ou no Céu ou no inferno. Mt25, 31-46. 

São Tiago nos lembra que a fé sem obras de é morta. (Tg2, 14-26). 

E o mais importante  é colocar a palavra de Deus em prática. 

Não é só porque eu creio e vou a igreja todos os dias, não se é carregando uma bíblia em baixo do braço. Não é gritando o nome de Jesus, mas, é colocando a Palavra de Deus em prática que irei chegar à salvação. 

Pois assim disse Jesus: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. (Mt7, 21).

   É impossível salvar -se sem fazer uso das boas obras. Quem acha o contrário está enganando a si mesmo. 

   

       

    

 

                            

       

                        

     

sexta-feira, 1 de abril de 2022

APRENDENDO SOBRE SAGRADA ESCRITURA -

INTRODUÇÃO

Caros amigos leitores. 

Neste artigo, tratarei de oferecer a você através de uma maneira simples como ler a Sagrada Escritura.

Muitas pessoas tem dificuldade em ler a Sagrada Escritura. Isso acontece porque a formação dos livros não foram compostos em ordem cronológica. O Cânon bíblico foi escrito por escritores diferentes em épocas e diferentes. 

Quem escreveu a Sagrada Escritura?

A Sagrada Escritura foi escrita pelos escribas judeus sob inspiração divina, no caso do Antigo Testamento e também por escritores cristão no caso do Novo Testamento.

Quantos livros tem a Bíblia?

A Igreja Católica Apostólica Romana considera como oficiais e devidamente inspirados 73 livros, sendo 46 livros no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. A Igreja Católica Ortodoxa contém 78 livros 5 a mais que a católica e 12 a mais que a Bíblia Protestante.  

Porque há essa diferença?

A diferença está na aceitação dos livros. No início havia muito mais. Cada Igreja em particular tinha seu Cânon próprio. Isso dificultava a credibilidade da Sagrada  Escritura. O Concílio de Hipona em 393 - Séc. IV (no Norte da África) hoje Argélia. 

Havia muitas divergências sobre quais deveriam ser os livros verdadeiramente inspirados e quais eram os não inspirados. Havia por parte de alguns clérigos e bispos uma ameaça de cisma. E para reforçar a Unidade da Igreja o Papa Sirício convocou o Concílio, embora não tenha participado pessoalmente por cauda de sua saúde e idade avançada, mandou seus representantes. Depois desse houve também mais dois Concílios regionais em 394 e 397 e neles confirmaram quais livros entrariam na Bíblia e também reafirmou o Celibato Clerical.

O Concílio discutiu e reafirmou a origem apostólica do celibato clerical, definindo-o como um requisito para todos os ordenados. 

No entanto, os bispos foram convocados sobretudo a fim de discutir e deliberar sobre a lista oficial dos livros que deveriam ser considerados como de divina inspiração e que, portanto, deveriam compor a Bíblia e ser proclamados no culto nas comunidades. A motivação nascia das dúvidas geradas no Século III sobre o emprego, pelos cristãos, dos livros assim chamados Deuterocanônicos. As causas originavam-se das discussões com os judeus que, depois do Concílio de Jamnia – sínodo judaico realizado no início do Século II que, entre outras coisas, estabeleceu um cânon próprio – rejeitavam a canonicidade destes livros e de trechos de Ester, Cântico dos Cânticos e Daniel. 

Alguns Padres da Igreja, por sua vez, também relataram tais questionamentos em seus escritos, como, por exemplo, Atanásio de Alexandria (373), Cirilo de Jerusalém (386), e Gregório de Nazianzo (389); ao passo que outros mantiveram-nos como inspirados, como, por exemplo, Basílio de Cesareia (379), Agostinho de Hipona (430), Jerônimo de Estridão (420) e Leão I (461).

As discussões do Concílio se concentraram, todavia, sobre uma lista que já havia sido proposta no Sínodo de Laodiceia, em 363, e pelo Papa Dâmaso I, em 382. 

O Summarium do Concílio

Ainda que os originais do documento conciliar tenham se perdido, seu Summarium foi transcrito e devidamente aprovado no Concílio de Cartago, nestes termos:

 

Cânon XXXVI: Além das Escrituras Canônicas, nada deve ser lido sobre o título de Divinas Escrituras. E as Escrituras Canônicas são: 

Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, os quatro Livros dos Reis [ I, II, III e IV ], os dois Livros do Paralipômenos [ I Crônicas e II Crônicas ], Jó, o Saltério de Davi, os cinco Livros de Salomão [ Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Sirácida ], os doze Livros dos Profetas [ Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias ], Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, os dois Livros de Esdras [ Esdras e Neemias ] e dois Livros dos Macabeus [ I e II ]. E do Novo Testamento: quatro Livros dos Evangelhos, um Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo, uma do mesmo aos Hebreus, duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas e o Apocalipse de João. Sobre a confirmação deste cânon se consultará a Igreja do outro lado do mar. A leitura da Paixão dos Mártires será permitida na celebração de seus respectivos aniversários.


A Bíblia cristã, portanto, possuía 71 livros (ou 73, se, ao contrário da Septuaginta, contarmos Jeremias, Lamentações e Baruque distintamente): 44 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. O Cânon definido pelo Concílio de Hipona é adotado pela Igreja Católica também atualmente. A Igreja Ortodoxa o aceita, acrescentando-lhe outros textos, como III Macabeus, IV Macabeus, Odes de Salomão, Prece de Manassés, Saltério de Salomão, além do Salmo 151: prática também adotada pela Igreja Anglicana, não obstante rejeitar o Salmo 151.

 

Mesmo que Martim Lutero tenha traduzido e publicado na sua célebre versão alemã da Bíblia todos os livros cânon hipônico, os Protestantes adotam as decisões deste Concílio apenas no que tange à definição do Cânon para o Novo Testamento, excluindo os Deuterocanônicos, considerados por eles como apócrifos no Antigo Testamento, conforme os judeus a partir do Concílio de Jamnia.

Já nos primórdios do cristianismo houve uma necessidade por parte dos judeus em definir quais eram os livros do Antigo Testamento. Os Judeus para diferenciar o Cânon.   

A diferença entre a Bíblia Protestante e a Bíblia Católica se deve pelo fato de que existe uma diferença no Cânon do Antigo Testamento. 

Nós Católicos temos 46 livros no A.T e os Protestantes tem 39 livros. Ou seja, falta no Cânon protestante 7 livros: Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirac), I e II Macabeus e algumas partes do livro de Ester e Daniel.

No Século XVI houve uma separação com a “Reforma Protestante” encabeçada por Martinho Lutero e outros “reformadores”  se separaram do Magistério da Igreja. Lutero decidiu traduzir a Bíblia para o Alemão e decide por conta própria deixar a parte 7 livros do A.T, e mais, decide excluir uma carta do Novo Testamento, a carta de São Tiago Apóstolo porque tal carta dizia que a Salvação se complementa pelo uso das boas obras, ou seja, para alcançar a Salvação a Fé só não basta, é preciso que a Fé seja manifestada pelas boas obras. Lutero chamava a Carta de S. Tiago de “carta de palha” – e por não concordar com ela decidiu retirá-la, mas, depois decidiu incluí-la no seu “Cânon”, decidindo como apócrifos somente os 7 livros (os Deuterocanônicos), pois, Lutero queria diferenciar a Bíblia protestante da Bíblia Católica pelo fato de que não acreditava na oração pelos mortos e na existência do Purgatório, na intercessão dos santos e tais livros davam bases para a doutrina católica na intercessão dos santos, na oração pelos fiéis defuntos e na existência do Purgatório. Resolve-se seguir então o Cânon judaico (Tanakh) e não a Septuaginta (tradução dos 70) que é tradução que os Apóstolos usavam desde o Século I e que a Igreja Católica usa até hoje.  

Mas, a princípio Lutero não excluiu de vez esses livros. Eles continuaram na Bíblia protestante por um tempo à parte. Somente depois foram retirados definitivamente.         

Além do mais, Lutero estabeleceu que somente a Escritura basta, a “Sola Scriptura” para definir as questões de fé, excluindo o Magistério da Igreja e a Tradição Apostólica Oral. Tradição Apostólica é o Ensinamento dos Apóstolos transmitido de forma oral que a Igreja Católica conserva e considera que os dois formam a Palavra de Deus, composta pela Sagrada Escritura (a Bíblia) e a Tradição Oral. E que somente a Igreja pode e tem autoridade para interpretar a Sagrada Escritura e zelar pela Fé e pela Doutrina. O Magistério da Igreja Católica, pela sucessão apostólica, através dos bispos é que pode garantir que o Evangelho que nós lemos e a fé que professamos é o Evangelho de Cristo.

Lutero e outros reformadores, no entanto, não reconhecia o Magistério da Igreja e definiu que qualquer um pode interpretar a Sagrada Escritura e isso foi seguido pelas demais igrejas que se sucederam até hoje como as evangélicas e os pentecostais, etc.   

Os protestantes e evangélicos, no entanto, acham que a Igreja se corrompeu e nós teremos que voltar aos tempos da Igreja primitiva através de um esforço arqueológico, ou seja, o protestantismo nasce com essa ideia arqueológica de que nos últimos 1200 anos a Igreja traiu Jesus. Mas, não é verdade e as fontes nos mostram o contrário de como era a Igreja no princípio.

Os protestantes foram pesquisar quais são os livros do A.T; descobriram que os judeus tinham uma lista diferente da lista do Cânon Católico. Então, se os judeus tem 39 livros no seu Cânon e o Cânon católico  46 certamente foi a Igreja Católica que acrescentou esses livros?

Foram assim que alguns protestantes começaram a tirar tais livros. Interessante notar que isso foi um lento processo não foi Lutero quem tirou os 7 livros do A.T porque Lutero continuou publicando na sua Bíblia esses 7 livros quase como em separado. 

Ele sabia que os livros tinham sido acrescentados numa segunda fase, por isso, nós chamamos esses livros de Deuterocanônicos, ou seja, havia uma primeira lista e uma segunda lista. Esses livros entraram numa segunda lista. Lutero publicava mesmo assim e várias igrejas protestantes publicaram até que finalmente no Século XIX a maior parte das igrejas protestantes retiraram definitivamente os (7) livros Deuterocanônicos. 

Nem  mesmo no processo os protestantes não tiveram unanimidade, porque levou bastante tempo. A razão é que a igreja protestante padece de um problema: Ela crê mais na sua pesquisa histórica que na Fé que a Igreja  transmitiu ao longo dos séculos. E exatamente aí está a fragilidade da eclesiologia protestante, ou seja, o protestantismo nasceu na religião de um livro, a religião da Bíblia ou a “Sola Scriptura”. Enquanto que nós católicos cremos que somos a continuação do Corpo de Cristo ao longo da história. A Igreja é o Corpo de Cristo e nós somos Igreja, cremos na fé da Igreja e a fé da Igreja que nos dá a Bíblia de presente.

 

A ORIGEM HISTÓRICA DAS DUAS BÍBLIAS:

A TORÁ OU TANAKH  E A SEPTUAGINTA (Tradução dos LXX)

O Antigo Testamento que foi escrito em hebraico. Torá, Os Profetas e os Escritos, são as três partes da Bíblia hebraica, também chamada de Tanakh. Que teve um processo lento de canonização. 

A Torá, sendo os 5 primeiros livros do A.T foram os primeiros a serem fixados. 

Isso aconteceu de forma lenta. Depois foi fixado os Profetas, e somente num período posterior é que fechou o Cânon dos Escritos. A diferença que existe entre a Bíblia Católica e a Bíblia judaica ou protestante está nos escritos que são diferentes. Porque esta última fase da Bíblia não estava ainda definida, não estava fechada a lista na época de Jesus e dos Apóstolos. O que nós temos é o seguinte: Os judeus na época de Jesus tinham um grande debate à respeito de quais eram os livros sagrados. Os saduceus, por exemplo, só acreditavam na Torá. Os fariseus acreditavam nos profetas e nos escritos e tinham a convicção de que a inspiração dos escritos ainda não estava concluída. Ou seja, o processo da Sagrada Escritura não estava fechado. Foi assim então que Jesus veio ao mundo e os Apóstolos começaram a pregar o Evangelho. Quando os Apóstolos foram pregar o Evangelho eles  tiveram que pregar não somente ali na terra santa, eles tiveram que ir para toda parte, outras regiões fora da Palestina. Naquela época o idioma mais falado era o grego, o grego era a “linguagem do comércio”; então os Apóstolos começaram a pregar o Evangelho em grego. Mas, a Bíblia estava escrito em hebraico.

Os Apóstolos pegaram uma tradução grega da Bíblia que é a Septuaginta, a tradução que tinha sido feita em Alexandria ainda antes de Cristo. Acontece que essa tradução dos 70 possui nela esses 7 livros a mais que chamamos de Deuterocanônicos e nós vemos que os Apóstolos utilizavam esta tradução porque várias passagens do N.T, quando para referir-se ao A.T  cita-se muitos são da Septuaginta e não na tradução hebraica.

Existe coincidência, por exemplo, quando São Mateus  diz que  “eis que uma virgem conceberá  e dará a luz a um filho” , é um texto do Profeta Isaías, se lermos na tradução hebraica na Tanakh, não se fala de virgem, se fala de uma moça, donzela, ou jovem dará a luz a um filho. Essa palavra moça poderia ser interpretada como virgindade; até mesmo porque o tradutor sabia que era proibido pela Lei de Moisés que uma jovem pudesse engravidar sem se casar ou perder a virgindade antes do casamento era punição de morte. O tradutor da Septuaginta traduziu como uma virgem. E Mateus cita conforme a tradução dos 70. Assim a Igreja conserva até hoje a Septuaginta e não a Tanakh.                  

 

Seja como for, o Cânon estabelecido por este sínodo foi posteriormente confirmado pelo III Concílio de Cartago, em 397, e reafirmado em 1441 pela resolução Decretum pro Iacobitis do Concílio de Florença e, finalmente, em 1546, por meio do decreto De Canonicis Scripturis, do Concílio de Trento.

Aos livros que sobraram deram o nome de Apócrifos. Significa que foram colocados à parte. Cabe esclarecer os Apócrifos não tem o sentido ou significa “escondidos” ou “ocultos” como muitos “interpretes” da internet queiram atribuir somente para difamar a Igreja Católica Apostólica Romana. Pois, como vemos nem todas as Igrejas adotaram o cânon com os 73 livros como, por exemplo, a Igreja Católica Ortodoxa e a Igreja Católica Copta (no Egito), possuem mais livros em seus cânones. No entanto a Igreja reconhece tais Escrituras, sendo que nelas contém por exemplo o Livro de Enoc, cujo não faz parte do Cânon bíblico Católico Romano, mas aparece nas bíblias das Igrejas Ortodoxas.

A VULGATA LATINA

A palavra Vulgata deriva da palavra vulgar é usado para definir o termo tradução popular da Bíblia.

Ela é a tradução da Escritura Sagrada para o Latim de forma que as Igrejas tivessem uma tradução comum e simples.

Foi escrita entre fins do século IV início do século V, por São Jerônimo, a pedido do Papa Dâmaso I, que foi usada pela Igreja Cristã Católica e ainda é muito respeitada.

 

Nos seus primeiros séculos, a Igreja serviu-se sobretudo da língua grega. Foi nesta língua que foi escrito todo o Novo Testamento, incluindo a Carta aos Romanos, de São Paulo, bem como muitos escritos cristãos de séculos seguintes.

 

No século IV, a situação já havia mudado, e é então que o importante biblista São Jerónimo traduz pelo menos o Antigo Testamento para o latim e revê a Vetus Latina.

 

A Vulgata foi produzida para ser mais exata e mais fácil de compreender do que suas predecessoras. Foi a primeira, e por séculos a única, versão da Bíblia que verteu o Velho Testamento diretamente do hebraico e não da tradução grega conhecida como Septuaginta. No Novo Testamento, São Jerônimo selecionou e revisou textos. Chama-se, pois, Vulgata a esta versão latina da Bíblia que foi usada pela Igreja Católica Romana durante muitos séculos, e ainda hoje é fonte para diversas traduções.

 

O nome vem da expressão vulgata versio, isto é "versão de divulgação para o povo", e foi escrita em um latim cotidiano.

A Vulgata constitui um marco para a Igreja de língua latina. Até então circulavam diversos textos e extratos latinos, todos eles baseados sobre a tradução grega e em estado precário. Quando o papa Dâmaso encarregou S. Jerônimo de estabelecer um texto digno de confiança para a Igreja Católica, em 384, não o encarregou de preparar uma nova tradução, mas apenas de rever e corrigir esses textos que circulavam em Roma, com a ajuda da tradução grega.

 

S. Jerônimo começou a fazer essa revisão, mas a partir de 391, já estabelecido na Palestina, resolveu retraduzir todo o Antigo Testamento com base nos textos em hebraico e aramaico, inclusive Tobias e Judite, que encontrou em aramaico (os demais deuterocanônicos, baseou-se no texto grego), concluindo tudo por volta do ano 406.

 

De início, sua tradução sofreu grande oposição, devido principalmente ao emprego de termos não-tradicionais ou certos afastamentos da tradução grega; no tempo de S. Gregório Magno, porém, passou a desfrutar de iguais direitos que as demais traduções, fixando-se como texto principal para a Igreja latina entre os séculos VIII e IX (a denominação “Vulgata”, contudo, só começou a ser usada a partir do séc. XIII).

 

O Papa Pio X mostrou a intenção de um projeto de revisão da Vulgata Latina para torná-la mais similar ao texto escrito por São Jerônimo. 

Pio XI instituiu um Mosteiro Beneditino em Roma – Mosteiro de São Jerônimo – para tal fim. Os monges trabalharam até depois do Concílio Vaticano II, quando ocorreu a dissolução do mosteiro, tendo concluído o Antigo Testamento.

 

Hoje, há uma versão não oficial chamada Vulgata Stuttgardencia que aproveita a edição dos monges do Mosteiro de São Jerônimo para o Antigo Testamento e uma edição crítica feita em Oxford para o Novo Testamento.

 

Após o Concílio Vaticano II, por determinação de Paulo VI, foi criada uma nova comissão para a revisão da Vulgata, sobretudo para uso litúrgico. A nova revisão, diferentemente do método anterior utilizado pelo Mosteiro em Roma para verificar se a versão corrente da vulgata era igual a de São Jerônimo, utilizou o texto crítico de Oxford da Vulgata Stuttgardensia, fazendo o texto latino coincidir com o hebraico do texto massorético e o texto grego crítico. Foi utilizado o códex Leningradensis, do século XI, e a versão crítica de Nestle-Alland. 

Esta revisão, terminada em 1975, e promulgada pelo Papa João Paulo II, em 25 de abril de 1979, é denominada Nova Vulgata e ficou estabelecida como a edição típica da Bíblia para a Igreja Católica.

 

Prólogos da Vulgata

Além do texto bíblico da Vulgata, ela contém prólogos dos quais a maioria foi escrita por Jerônimo. Esses prólogos são escritos críticos e não eram destinados ao público em geral.

 

O tema recorrente dos prólogos se refere à primazia do texto hebraico sobre os textos da Septuaginta (LXX), em grego koiné.

 

Entre os mais notáveis prólogos se destaca o Prologus Galeatus, de Jerônimo.

Jerônimo traduziu os deuterocanónicos, que traduziu do aramaico. Os deuterocanónicos foram incluídos na edição da Vulgata conforme estavam na Antiga Latina.

 

O prólogo Primum Quaeritur, de autoria desconhecida, defende a autoria paulina para a carta aos Hebreus.

Prólogos

Pentateuco

Josué

Reis - Prologus Galeatus

Crônicas

Esdras

Tobias

Judite

Ester

Salmos (LXX)

Livros de Salomão

Isaías

Jeremias

Ezequiel

Daniel

12 Profetas (menores)

Os evangelhos

Epístolas Paulinas - Primum Quaeritur

Notas

Salmos (Hebreus)

Adições de Ester 

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Os Apócrifos

A palavra apócrifa significa “o que está separado” ou “à parte”.

E se refere aos livros faziam parte dos livros da Bíblia antes do Concílio de Hipona (Séc III d.C). 

Cabe esclarecer que nos últimos tempos e sobretudo, com o uso da internet, pessoas de má fé ou que simplesmente não vão atrás para estudar a fundo e pesquisar sobre o assunto ou ainda, tentam denegrir a imagem da Igreja Católica divulgam a falsa afirmação de que a Igreja tirou esses livros porque queria esconder a verdade do povo ou ainda que a Igreja por interesse de dominação e político temendo enfraquecer seu poder preferiu tirar tais livros, etc... São acusações mentirosas, maldosas e totalmente sem nexo com o objetivo de difamar a Igreja Católica. Se a Igreja Católica tivesse ocultado ou proibido tais escritos ninguém teria acesso a eles, no entanto as obras dos apócrifos estão aí publicadas pelas editoras ou pela internet.

Aqui vamos esclarecer os principais motivos que levou a Igreja a definir o Cânon Bíblico como temos hoje.

Padre Paulo Ricardo explica muito bem em seu canal do Youtube a respeito de como foi feito todo o processo de montagem do Cânon. Quem quiser pode pesquisar. Aqui vou trazer resumidamente segundo o que Padre Paulo explica  mesmo explica porque é o mais fácil de entender.

 

1)   É falsa a acusação de que a Igreja por interesses próprios tentou esconder esses livros?

Sim, essa acusação essa acusação é falsa e não tem sentido, pois, os livros apócrifos estão aí para consulta pública a quem quiser.

Na antiguidade era quase impossível o acesso à Bíblia porque ela não era como conhecemos hoje encadernada, com zíper e tudo mais. A Bíblia como conhecemos hoje, só veio ser conhecida por muitos após a invenção da impressa e o uso do papel. Naquele tempo eram muitos rolos de pergaminhos que não caberiam em uma sala comum era preciso ter toda uma estrutura para guardar os rolos de pergaminhos. Ela era escrita à mão e reproduzida ou recopilada nos mosteiros. Então é por isso que a população em geral não tinha acesso à Sagrada Escritura escrita, mas, ela era passada oralmente. Naquele tempo grande parte da população era analfabeta e somente os nobres e os clérigos sabiam ler e por isso tinham facilidade de acesso aos textos sagrados. A Igreja ao longo dos anos tratou de criar escolas para o ensino das pessoas, mas, isso foi um longo processo. Até então o jeito mais fácil de explicar a Sagrada Escritura era a pregação e o uso dos ícones e das imagens sagradas. É por isso que a gente vê nas catedrais medievais grandes vitrais sobre a vida dos santos, grandes pinturas com passagens bíblicas.

 

2)   Porque os livros apócrifos não foram considerados?

Esses livros não entraram de certa forma no Cânon oficial por que: A) Foram escritos tardiamente alguns 100 anos depois. Não se equiparavam à verdade histórica e seus autores eram desconhecidos. Seus autores para darem credibilidade aos seus escritos atribuíam as suas obras aos Apóstolos, por exemplo, o Evangelho de Judas, Tomé e Maria Madalena. Mas, na verdade não foram os Apóstolos que escreveram. B) Nos primeiro século surgiu uma seita entre os cristãos que era o gnosticismo. A Igreja teve que lutar muito para combater esses hereges que ensinavam muitas coisas erradas, doutrinas falsas, o gnosticismo negava que Jesus tivesse encarnado de fato uma vez que considerava a matéria má. Desta forma anula-se a obra redentora de Cristo. E para se chegar ao estado de perfeição somente através do conhecimento. (História da Igreja, Vol. I, Prof. Felipe Aquimo, pág 151ss)

Pois bem. Muitos desses livros, nem todos, foram escritos por esses hereges contendo falsas doutrinas e por isso, foram excluídos do Cânon Bíblico.

C) Nem todos os Apócrifos são considerados livros heréticos, alguns datados do primeiro século contém verdades, ensinamentos que a igreja usa até hoje, como, por exemplo, a Didaqué, que é considerado por muitos estudiosos como sendo o primeiro catecismo dos Apóstolos. O Pastor de Ermas, A carta de São Policarpo, etc. Outros ainda contêm assuntos históricos e certas verdades históricas que servem para pesquisa e são deles que conhecemos os nomes de alguns santos, como, por exemplo, os dos avós de Jesus S. Joaquim e Santa Ana. A Igreja faz uma seleção do que pode ou não ser aproveitado e utiliza os livros que contém verdades ou fundamentos históricos.   

D) Os livros Apócrifos trazem em sua maioria contradições. Ensinamentos ou fatos que são meramente inventados para trazer à luz certas dúvidas ou lacunas que os Evangelhos canônicos não citam. Por exemplo: Surgiu nos primeiros séculos uma curiosidade em saber sobre a vida oculta de Jesus. A vida oculta de Jesus se refere do período em que era criança até a sua adolescência até a idade adulta. Nos evangelhos canônicos não encontramos nada à respeito disso porque a preocupação dos escritores era mostrar que Jesus era o Messias, o Cristo nos seus ensinamentos e não contar uma história sobre um personagem, ou uma biografia. Os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João estavam preocupados em transmitir um ensinamento e não uma biografia.

E foi nesse sentido que tentando explicar essa “lacuna” que faltava nos evangelhos é que alguns escribas escreveram alguns evangelhos  escrevendo sobre a infância de Jesus, mas, por conter muitas fantasias a respeito tornaram esses escritos sem credibilidade; basta ler essas obras para ver que elas contêm não verdades históricas, mas, fábulas, ideias fantasiosas sobre Jesus.

Outras ainda contam sobre o período em que Jesus foi preso e crucificado (Ex. a Sentença de Pilatos), ou ainda o livro de José de Arimatéia etc. Nada disso corresponde como a verdade histórica. Ou ainda o Evangelho de Judas que tenta passar a ideia de que Jesus aceitou a traição de Judas, fazendo-o passar como vítima da história.

Outros escritos do Antigo Testamento também ficaram de fora como, por exemplo, o Livro de Enoc. Embora Enoc seja citado no Novo Testamento, não existe nada que prove que ele tenha existido de fato, sendo mais uma fábula judaica. Que conta histórias absurdas sobre a criação.    

É por isso que a igreja teve o cuidado para selecionar e definir a lista do que era ou não inspirados. Outra seleção foi feita a partir da proximidade histórica com os Apóstolos; quanto mais perto dos primeiros séculos, mais, confiante era.

Sabemos que o primeiro Evangelho escrito é o de Marcos (+/- 60 d.C).

Outra maneira que selecionou as obras que hoje conhecemos como inspirados foi a comparativa histórica dos textos, ou a maneira que esses livros foram escritos, a grafia, a linguagem. Pois, a grafia e a linguagem muda variam de tempos em tempos. Basta observar as variações de linguagem e ortografia de tempos em tempos, por exemplo, a grafia do grego antigo é diferente do grego de hoje. Assim, acontece com todos os idiomas. Nesse sentido a Igreja pode fazer uma comparação histórica dos escritos para selecionar e dizer que tais foram ou não escritos pelos escritores oficiais. Mesmo assim tem alguns, biblistas e exegetas (uma pequena parte) que defendem que o Evangelho de João não foi escrito por ele. O que discorda a maioria dos estudiosos.

Mas, as Igrejas Ortodoxas ainda conservam alguns livros que na nossa Bíblia não são considerados inspirados. O que é apócrifo para nós, para eles não. Nem assim podemos criticar e dizer que eles estão errados como fazem nossos irmãos evangélicos ao dizer que a Igreja Católica é errada em conter na nossa Bíblia os 7 livros a mais que são os Deuterocanônicos que já explicamos aqui como e porque esses livros foram acrescentados posteriormente no Cânon oficial da Igreja.        

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PRIMEIRA PARTE

APRENDENDO SOBRE  A SAGRADA ESCRITURA

Prof. João Claudio Rufino - PUC/Professor de Teologia   

Como ler as profecias do Antigo Testamento?

A primeira coisa a entender é o que é a lei.

Quando nós olhamos para o texto bíblico temos aquilo que chamamos de Torá ou Pentateuco. Torá é um termo hebraico e Pentateuco é um termo grego. Penta significa 5 e Teuco significa rolo ou “Cinco Rolos”.

Refere-se aos cinco primeiro livros do Antigo Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. A esse conteúdo chamamos de Lei Escrita.

Qual o significado da Torá?

A Torá deriva do verbo Yarah para “ensinar” ou “instruir”, então seria mais sábio traduzir a Torá como instrução.

O termo Torá pode ser traduzido por Lei, porém, é melhor que a traduza pela expressão instrução porque de fato o conteúdo desses cinco primeiros livros da Bíblia é um conteúdo mais amplo do que um conteúdo legislativo, nós temos narrativas também.

Por que chamamos o Pentateuco de Lei ou Instrução (ensinamento)?

Daí a gente olha esses livros como Gênesis está cheio de instruções sobre a a natureza de Deus, sobre a História da humanidade, sobre a História de Israel e sua família.

Mesmo nos textos narrativos o Livro de Gênesis tem muita instrução.

É muito interessante quando a gente olha para o Livro do Êxodo, na sua parte narrativa detém diversas instruções. Ele nos instrui sobre o perigo do poder nas mãos de um louco como o Faraó. Ele nos instrui como Deus pensa desse “poder” iníquo.

Deus destrona o Faraó, é uma instrução.

Quando a gente olha para a epopeia do povo durante a travessia do deserto também todo aquele conteúdo é uma instrução. Então, aquele conteúdo nos instrui sobre a misericórdia de Deus; sobre o Deus que cuida de seu povo durante a peregrinação pelo deserto.

O interessante é que o Livro do Deuteronômio é um conjunto de instruções. Claro, em forma de Leis; então, é muito interessante entendermos de modo mais amplo aquilo que é a Torá. Ele é um conjunto de instruções. Ora temos instruções em textos narrativos, ora em textos legislativos.

É preciso que nós entendamos que há uma relação entre as leis e as narrativas dentro do Pentateuco. Para entendermos as leis é preciso entender que há uma relação entre as Leis e as narrativas. A estimativa percentual é que há 50% textos legislativos e 50% textos narrativos dentro do Pentateuco. Essa é a estimativa.

Outro detalhe importante sobre essa relação Leis e narrativa é que justamente todas as leis do Pentateuco elas foram inseridas dentro de contextos narrativos. O que isso quer dizer? Quer dizer que conta-se uma narrativa e no meio dela tem conjunto de leis. Essas narrativas dão horizonte para a interpretação dessas leis. Portanto, para entendê-las é necessário observarmos o processo narrativo onde estas leis encaixam. Há um contexto e um cotexto.

Ainda nessa relação entre leis e narrativas quando a gente trata sobre a história da composição, a história escrita esse conjunto chamado Pentateuco é preciso que tenhamos a clareza de que muitas leis foram inseridas em edições mais tardias do Pentateuco. Há um longa história  redacional do Pentateuco. Passaram-se séculos até a conclusão final do Pentateuco como o temos hoje. De tal que muitas leis são leis tardias que foram inseridas posteriormente. O fato é que todo texto de Gênesis a Deuteronômio passou por um processo redacional longo e leis foram inseridas na edição final ou o longo do processo de edição.

Outro dado que a gente precisa ressaltar é justamente que quando nós olhamos para as Leis dentro das narrativas a gente precisa entender que essas leis e narrativas iluminam a interpretação dessas leis. Há uma relação profunda. Para entender uma lei precisa-se olhar onde ela se encontra dentro do processo narrativo do Pentateuco.

Como as Leis da Torá são compreendidas?

Uma das características que a gente ressalta das leis do Pentateuco é que essas leis são representadas como Leis que forma comunicadas  ao povo diretamente da parte de Deus. As Leis no seu contexto literário teológico devem ser compreendidas assim. E isso nos leva aquilo que´é a aliança entre Deus e o povo. Deus faz uma aliança com seu povo e essa aliança tem um contrato.

Esse contrato é justamente é esse conjunto de normas que o povo deveria seguir. As leis vão ser fundamentais dentro da relação  entre Deus e o povo que vão firmar uma aliança.

Importante! Na antiguidade era comum que os povos fizessem uma aliança com suas respectivas divindades e geralmente essas alianças eram feitas com um contrato. Como é que era esse contrato? Você tem as normas  deveriam ser seguidas pelo povo e em muitos casos acontecia que o rei seria o intermediário da aliança, do contrato. As leis dentro do A. T. têm essa característica que fazem parte da influência do mundo cultural antigo no qual o povo da Bíblia está inserido. As leis precisam ser entendidas assim.

Outro ponto é: A quebra da Lei vai gerar consequências ao povo, ao mesmo tempo a obediência à Lei traz consequências positivas para o povo.

Tendo então esse panorama de compreensão da Lei nós precisamos fazer a pergunta:

Como devemos agrupar essas leis?

As leis não podiam ficar soltas, então os redatores foram organizando essas leis em blocos, alguns maiores, outros menores.

A primeira forma de agrupar essas leis é em série de 10 preceitos. Os dez preceitos ou Dez Mandamentos na verdade é uma forma de organizar esse conjunto de leis. Aos 10 preceitos nós chamamos de Decálogo. Deca em grego significa 10, e Logus significa palavra = dez palavras, pois seu aprendizado era facilitado pelo recurso dos dedos das mãos. O povo usava os dedos das mãos para memorização dessas leis. Nós temos na Bíblia conjuntos de 10 mandamentos.

Os mais famosos são o “decálogo ético” – Os Dez Mandamentos  - Êxodo20, e ele vai se repetir com algumas variações em  Deuteronômio cap.5. É desse conjunto que temos a forma dos Dez Mandamentos que temos hoje.

 Existe outro conjunto que foi organizado em forma de Dez Leis, que é o “Decálogo do Culto” ( Cf. Êxodo 34). Então temos um conjunto de dez ordenanças que vão se referir ao culto. Organizar em dez as leis é algo realmente presente no modo de se agrupar o conteúdo legislativo.

Também parece provável que tenha havido um “decálogo” para a administração da justiça.      

 

E outro caso, temos uma série de 12 preceitos, promulgados em Siquém, e por isso é conhecido como “Decálogo Shequemita”. Na Bíblia além da fórmula dez temos a fórmula 12. Ou seja, com  doze instruções. 

 

Em Deuteronômio 27, 15ss, nós temos um Dodecálogo. Que são 12 preceitos ou doze Leis organizadas; e porque essas 12 Leis de acordo com o texto bíblico foram promulgadas em Siquém será chamado de “Dodecálogo Shequemita”.   É uma forma de organizar a Lei em 12 preceitos ao invés de 10.

Além disso, nós temos uma formulação muito parecida com essa formulação das 12 leis.  Em Êxodo21, 12-18 – temos algo parecido, embora nessa passagem seja referente ao conjunto de leis que está em referência do homicídio, golpes e ferimentos, etc.

Mas, é interessante aqui nós temos o mesmo tipo de formação numérica das Leis.

Outra forma que temos de classificar essas leis dentro do Antigo Testamento é o conteúdo delas. Não apenas os números, mas, o conteúdo. Então, nós temos por exemplo leis nas Escrituras no livro do Levítico 18, 6-23 que essas são leis agrupadas pelo tema de relações sexuais ilícitas; ao mesmo tempo que nós temos em Êxodo23, 14-19 leis cujo o tema trata justamente das peregrinações anuais. É muito importante percebermos esse processo colocado de agrupar as leis por conteúdo.

Agora, nós também temos na bíblia códigos mais extensos, temos conjuntos de leis que não seguem exatamente um tipo de lógica e, portanto as formas dessas leis são um pouco mais caóticas. Por essa razão é que muitas vezes quando lemos esses textos de lei a gente fica perdido porque vem uma lei que trata de um assunto, daqui a pouco outra lei que trata de outro assunto. Um grupo de Leis que apontam para um determinado tema. Daqui a pouco vem outro grupo de Leis que tratam de outro tema e a gente está lendo sem se dar conta.

Então, na Bíblia a gente vai ter essas formas de organizar essas leis. Isso é muito interessante e vale apena ler e compreender os textos.

 

Quais são os principais códigos de leis do Antigo Testamento?

Os principais códigos são:

 

CÓDIGO DA ALIANÇA (EX21, 23) -  esse código é o mais antigo, ele é colocado logo na narrativa da saída do povo da escravidão do Egito e ele vai, portanto, ser colocado quando o povo chaga ao Monte Sinai.

 

CÓDIGO DETERONÔMICO (Dt12, 26) – embora ele esteja no final do Pentateuco ele é um código mais recente que o Código de Santidade do ponto de vista da composição da escrita ao longo da história.

 

CÓDIGO DE SANTIDADE (Lev17,26) – esse Código é o mais recente, data do período do pós exílio, (400 a.C)

 

Agora que entendmos o que são essas leis, nós já entendemos como é que elas são classificadas e comoelas devem ser entendidas. Agora vamos ver justamente quais são os tipos de Lei. Como identificar ao ler o texto essas várias formas de escrita da Lei.

 

Quais são os tipos de Lei no Antigo Testamento?

 

Basicamente nós teremos as chamadas Leis causuísticas e as leis apodíticas.

 A Lei Casuística é a jurisprudência. Apresenta um caso particular e descreve as punições a ele associadas.  Ou seja, ela parte de um caso particular e depois ela traz as punições que estão associadas a esse caso. Ela vai ser montada justamente com esses dois elementos: O caso e a punição.

Por exemplo:

Ex22, 14-15 – “Se alguém pedir emprestado a seu próximo um animal, e este ficar aleijado ou morrer, não estando presente o dono, pagá-lo-á. Se o dono esteve presente, não pagará. Se foi alugado, o preço do aluguel será o pagamento”. 

Veja o detalhe, o caso “se alguém pedir emprestado ao seu próximo, e este ficar alijado ou morrer, não estando presente o dono pagá-lo-á”.

Observe até aqui temos o caso. A lei apresenta uma situação e depois uma legislação pertinente. Na segunda parte é a mesma coisa. Apresentou o caso “não pagarás” e no terceiro a  mesma coisa: a situação depois a legislação “o aluguel será o pagamento”.

Isso é aquilo que chamamos de Lei Casuística.

 

Geralmente essa Lei Casuística vai ter essa dinâmica, “se” e “então”, (...) geralmente vai aparecer em toda a Sagrada Escritura nesse  conjunto de Lei.

 

A Lei Apodítica é aquela lei que é afirmação ou negação categórica do comportamento certo e errado.  

Elma não apresenta um caso, ela já fala diretamente o conteúdo.

Por exemplo, os 10 Mandamentos. “Não Matarás”, “Não Cometerás adultério”, etc.

Quando quiser fazer uma interpretação de uma lei você deve usar esses dois parâmetros, ela é casuística ou apodítica?

 

Aí também vamos observar que as Leis também tem subformas de tipos.

 

As Leis segundo suas categorias tradicionais. 

 

Uma segunda maneira de se categorizar as leis é atribuí-las às categorias tradicionais de leis civis cerimoniais ou morais. No entanto, essas categorias não são particularmente úteis para interpretação.

Vamos dar uma olhada e aprofundar um pouco mais nas classificações das leis. Então, a gente tem também as leis segundo o seu tipo.

 

As leis segundo seu tipo.

Vamos perceber como isso é importante.

Uma terceira maneira de classificar as leis é de acordo com seu tipo. Na Torá, existem leis de muitos tipos diferentes. A melhor maneira é pegar essas leis e fazer a organização por tipo. Por exemplo, as leis criminais especificam delitos considerados contrários aos melhores interesses da comunidade. (Por exemplo, Ex21,16; 23,1; Dt 19, 14).

 

Quando estiver lendo a Bíblia é preciso compreender essas leis criminais.

Outro tipo é a jurisprudência são leis como as leis casuísticas. Você tem casos particulares e depois tem a legislação colocada. A jurisprudência descreve vasos particulares e como eles devem ser resolvidos (por exemplo, Ex22, 5-15).

 

Depois temos outros tipos de leis que são as leis de família. Regulam os relacionamentos dentro das famílias e as responsabilidades dos membros de uma família, incluindo o papel do patriarca (pai) (por exemplo, Ex20, 12; 21-17, Dt21, 15-17).

Quando a gente avança nós também encontraremos dentro das leis bíblicas as leis do sacrifício, elas vão trazer regulamentos quanto a prática do sacrifício , como por exemplo quando e como esses sacrifícios devem ser feitos. Como deve ser realizado. Por exemplo, Lev1-7; Dt17, 1.

 

Além das leis do sacrifício, temos algumas leis que são leis que chamamos de “leis simbólicas” que descrevem e estabelecem o sistema de limpo e impuro, que pode ser entendido como “lições objetivas” culturamente apropriadas destinadas a lembrar às pessoas de seu relacionamento com Deus e sua missão de ser uma testemunha paradigmática para os gentios. (Por exemplo, Lev11-15, Dt14, 1-21).

Elas vão justamente apontar para aquilo que era apropriado uma pessoa viver dentro da comunidade dos Israelitas. E porque essas leis eram colocadas? Justamente para distinguir os israelitas dos outros povos. Além disso, essas leis são leis que vão apontar para uma tentativa de salvaguardar a comunidade das enfermidades, das doenças porque elas vão prevenir, por exemplo, que alguém que tenha algum tipo de doença contagiosa essa pessoa não contamine os demais.

 

Existem as leis do Calendário Sagrado que vão regular as datas sagradas, por exemplo, os sábados, as festas, os festivais e elas vão organizar o modo como Israel vai se celebrar o seu Deus. A própria liturgia do povo.  As leis, da Páscoa, de Pentecostes, A festa dos Pães Ázimos, etc. 

Elas fornecem um ritmo para a vida de Israel em relação a Yhaweh (como por exemplo: Ex20, 8-11; 23-10-17; Lev251-22; Dt5, 12-15; 16-1-17).

 

Depois temos as leis compassivas. Elas vão regular exatamente a maneira como as pessoas devem tratar umas às outras. Como por exemplo, “amar o próximo como a ti mesmo” é uma lei compassiva; “não matarás é uma lei compassiva”. É muito interessante termos esse entendimento justamente para não ter uma leitura fundamentalista.    

  

 Passo a passo para interpretar as leis do Antigo Testamento.

 

1)   É preciso identificar o contexto da perícope. É preciso olhar o contexto. Entender que a identificação do contexto da passagem é vital na interpretação da Lei. Tanto o contexto sócio-histórico, quanto ao contexto literário (muitas vezes, referido como co-texto para distingui-lo do cenário sócio-histórico) devem ser identificados. Qual é o período sócio histórico? É o período em que o povo estava vivendo. É o período em que aquela determinada Lei foi redigida. É olhar para aquilo que está para além das informações dadas na linha do texto. Porque embaixo do texto existe um “chão”, ou uma base, existe uma história acontecendo. Esse é contexto sócio-histórico. Ao mesmo tempo a prória narrativa ela tem o co-texto, o co-texto é o contexto literário, o que vem antes e o que vem depois do texto que se está lendo. É preciso fazer esta identificação. Como exemplo desse processo podemos pegar o texto de  Dt17, 14-20.  Observe o fato que de acordo com o texto essa lei está sendo dada por Deus e Moisés é o intermediário, esse é o contexto literário. Onde é que o povo de Deus está quando ouve está lei? O povo estava em Moab. Moab é um local que faz fronteira com a terra prometida. Portanto, o povo ainda não estava na terra prometida d e acordo com o texto, mas essa lei é uma legislação sobre o rei de Israel. Mas como existe uma lei sobre o rei se ainda não existia rei em Israel? Quando nós observamos o contexto literário ele traz para nós à tona aquilo que são questão do texto como essa realidade, aí nós para o contexto sócio-histórico ou histórico social porque ai podemos entender que historicamente o povo de Israel terá um rei lá pelo ano 1000 a.C.  Nós vamos logo perceber portanto, que essa legislação possivelmente ela é uma inserção posterior no texto. Ela é colocada na boca de Moisés no ano 1220 a.C mas esse é um processo posterior. Aí a gente começa a entender que várias narrativas bíblicas sobre os reis vão se pautar nessa lei de Dt17, 14-20. E assim coseguimos melhorar a nossa interpretação.

 

Você identificou o contexto sócio-histórico e o contexto literário, o segundo passo é identificar o tipo da lei.

 

2)   Identificar o tipo da Lei (conforme a parte anterior). Vamos continuar no nosso exemplo que está colocado anteriormente em Dt17, 14-20. Se nós pegarmos essa lei vemos ver que ela começa: “Quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te dará, tomado posse dela e nela habitareis e disseres e queres estabelecer nela um rei sobre todas as nações que me rodeiam, deverás estabelecer sobre ti um rei que tenha sido escolhido pelo Senhor teu Deus ...” o que está acontecendo aqui é uma lei casuística.

3)   Determinar a natureza do requisito legal.  O que é isso? É exatamente entender o que as pessoas estavam solicitadas a fazer ou não fazer. Deve-se fazer tal coisa ou não? Nesse caso o texto de Dt17. 14-20 vai trazer tanto coisas que se devem fazer  como coisas que não se deve fazer. Então, a gente está entendendo a natureza do requisito legal. O que está solicitando.

Então ela diz que o rei deve ser um dos seus irmãos, não pode ser um rei estrangeiro... aí entende-se o requisito da lei.

4)   É preciso descrever o propósito da lei no Antigo Israel.  Uma vez estabelecida a natureza do requisito agora o seguinte essa lei qual é o seu propósito? O propósito dela é que não podia ter qualquer rei em Israel e esse rei não podia agir de qualquer forma. Daí vamos entender que as narrativas  posteriores em I e II Samuel, I e II Reis; I e II Crônicas que contam a história de reis toda essa narrativa é pautada em cima dessa lei para mostrar que rei foi bom e que rei não foi bom.

Nós estamos  entendendo qual é o poder da lei em Israel. Cercear o poder do rei, o rei não pode tudo.

Tendo feito esse tipo de análise onde descrevemos o propósito dessa lei lá no Antigo Israel, podemos ir para a aplicabilidade dessa lei hoje. Para pensar a aplicabilidade dessa lei hoje a gente tem que perguntar afinal de contas o que há de propósito nesta lei que serve para iluminar nossa realidade hoje.  Existem muitos que pesquisam e pesquisaram as relações das leis bíblicas com as relações das leis atuais. Tanto no Direito Humano, quanto no Direito Internacional, de vários países. Várias leis de hoje provem dessas leis bíblicas, portanto, entender esse processo seria maravilhoso.

 

Qual é a relação das Leis e do Novo Testamento?

 

Aqui nós precisamos entender uma coisa: Na perspectiva teológica o que há é um Deus que firma uma aliança com seu povo. Dá as leis para que seu povo possa viver bem, viver na fidelidade à sua vontade. Porém é bom a gente perceber justamente que esse povo não foi fiel, que esse povo não respondeu à Aliança e ao longo do Antigo Testamento que olham para a Lei e para as atitudes do povo  eles vão começar a dizer que o povo não está vivendo de acordo com o Senhor . A esperança desses profetas é que chegasse um tempo em que ali fosse gravada nos corações. Que  a lei não fosse uma  experiência de fora para dentro mas que fosse uma experiência de dentro para fora no sentido de uma atuação de Deus no coração convertendo esse coração, daí entendemos teologicamente  a operação da graça na vida humana. Daí nós vamos entender muitas coisas no Novo Testamento e o que faz a pessoa ser fiel não é a obediência de fora para dentro, mas, é deixar se tocar e transformar pela graça de Deus. O sujeito não ama não por causa de uma lei mas porque se abre para a graça de Deus que ao operar nele, ele realiza o ato querido por Deus. |

Daí nos vamos entender o que Paulo nos fala mais à frente que a Lei foi boa para revelar o que certo e errado, mas a lei não torna justo o homem, a lei não transforma o coração do homem, o que transforma é a graça de Cristo. A atuação da graça é preponderante. Por isso na carta aos Gálatas  Paulo vai falar dos frutos do Espírito. Que é aquilo que nasce da operação do próprio Deus em nós. Não é uma imposição, mas é uma atuação da graça. Por isso nós temos nas Escrituras essa ideia de que é na operação do Espírito que há uma transformação do homem em relação a fidelidade Deus.

Também no Novo Testamento  há uma perspectiva de compreender que existiam alguns que usavam essas leis não em nome da vida mas, para praticar violência, exclusão, serem tão rígidos na sua interpretação que não acabam por fazer a vontade de Deus.   Esses são de acordo com o Novo Testamento, alguns deles fariseus e nesse sentido Jesus vai dizer que o principal é amar a Deus e ao próximo como ele ama. E nesse sentido toda vontade de e Deus está posta. É o Novo Mandamento e aí que está o mais interessante para o Novo Testamento muitos nós em nome da lei somos infiéis a Deus. Isso é um legalismo que acontece até hoje quando alei não é usada para a vida. Essa não é a vontade de Deus.  Aquilo que Paulo fala e que Jesus fala é dessa forma que a gente vai entender e parece tão obscuro. Agora quando agente lê de forma mais profunda o NT percebemos a direção que a gente deve ter diante da lei. A lei ela é boa, ela aponta e direciona mas não é ela que transforma o coração humano. E se eu faço uma coisa só porque a lei manda fazer isso não significa que eu  de fato sou uma pessoa  ética , porque uma pessoa ética  de acordo com o texto bíblico é aquele que faz o fruto do Espírito.                  

 

             

    

            

         

 

   

 

 

       

   


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