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quarta-feira, 28 de julho de 2021

HISTÓRIA DA IGREJA – Heresia, Apostasia, Cisma, Gnosticismo e Agnosticismo.

 

“Nenhum herege é pouco inteligente diz Santo Agostinho. O herege como Jesus disse é um lobo em pele de cordeiro; ele é muito inteligente. Ele sabe enganar. Como nos diz São Paulo, ele sabe se vestir de anjo de luz é por isso que eles conseguem enganar muita gente”.

 

Vamos conhecer um pouco sobre o que é heresia, apostasia, cisma gnosticismo e agnosticismo; Aprender de forma resumida cada uma delas. Vamos conhecer as principais heresias ao longo dos séculos e aprender sobre cada uma delas.

Desde os primórdios da Igreja, cuja missão seria levar a Boa-Nova, ou seja, o Evangelho a todo mundo – (Mt28) – nem sempre as pessoas incumbidas de tal missão, os apóstolos e seus sucessores tiveram um acordo doutrinário a respeito de muitos assuntos teológicos. A Doutrina Católica ainda não estava totalmente estabelecida, muitos pontos negativos precisaram ser corrigidos ao longo dos séculos. Pontos estes, altamente relevantes para a Fé cristã como um todo.

Nosso Senhor Jesus Cristo não deixou uma cartilha, nem escreveu um livro doutrinário para que os Apóstolos seguissem e ensinassem os outros a seguir.

Tudo que os Apóstolos aprenderam de Jesus fôra de forma oral e o que não aprenderam na hora tiveram a oportunidade de ter a assistência do Espírito Santo para compreender depois o que faltava.

O Apóstolo João em seu evangelho, ao narrar os momentos da Santa Ceia e as recomendações finais de Jesus assim escreve:

Jo16, 12-13

E disse Jesus:

 “Tenho ainda muito a lhes dizer, mas não podeis suportar”. “Quando, porém vier o Paráclito, vos fará compreender toda verdade.”

“Ele vos guiará na verdade plena, pois, não falará de si mesmo, mas dirá tudo que tiver ouvido e vos anunciará coisas futuras”. 

Ou seja, Jesus estava dizendo que sua hora chegou, aquele era o momento em que Ele daria a vida pela nossa salvação e que não dava tempo de dizer tudo o que eles precisavam ouvir e aprender, mas que ele mandaria o Espírito Santo, o *Paráclito (*derivado do grego, que significa advogado), é o Espírito Santo que viria para abrir-lhes as mentes e os corações para entender toda a verdade revelada. A Igreja continua até os dias atuais com essa mesma assistência. 

No livro dos Atos dos Apóstolos podemos entender algumas divergências, por exemplo, entre Paulo e Pedro; registra o comportamento de Pedro ao saber que Paulo estava vindo ao encontro deles, pois, Paulo antes era inimigo dos cristãos e procurava prendê-los.

Claro que não se trata de divergências doutrinárias até então. Porém, quando os Apóstolos chegaram aos outros países encontravam várias  expressões de culto diferentes e mesmo assim conseguiam transmitir na íntegra a palavra de Jesus.

Somente depois de 30 anos Paulo teve uma brilhante ideia de manter viva a chama da fé através de suas cartas. Foi aí que tivemos o primeiro período de muito conhecimento porque as cartas eram verdadeiros ensinamentos do Ensinamento de Jesus e logo em seguida surgiram os evangelhos.

Na Bíblia para dar melhor sentido ao cânon e por estes conterem as palavras de Jesus colocou-se primeiramente os evangelhos, depois as cartas. Mas, cronologicamente as Cartas de Paulo foram escritas primeiro que os Evangelhos.

Os problemas que haviam entre as comunidades eram resolvidas pelo Coordenador local os apóstolos, depois os bispos sucessores dos Apóstolos que juntamente com o Papa os resolviam em comum acordo, os chamados Concílios e assim acontece até hoje. São os bispos que juntamente com o Papa reúnem-se para tratar assuntos doutrinários altamente relevantes para Igreja e nunca isoladamente. Depois das questões aprovadas passam a valer como verdade de fé quando o Papa que tendo a autoridade de Jesus para ligar e desligar e sendo seu representante visível dá a palavra final. A partir daí aquele ensinamento passa a ser uma verdade de fé e ninguém, nenhum católico pode duvidar, distorcer ou ensinar errado.

HERESIA - Quando alguém diverge e discorda das verdades ensinadas pela Igreja e passa a ensinar uma coisa errada contra a doutrina. Pega-se um ou mais pontos da Sã Doutrina Católica e distorce então nasce a heresia. Surgiram por influências externas com mais força a partir do século II.  

Bento XVI diz que a heresia "traz um núcleo de verdade", e quanto mais forte é o núcleo, mais difícil é vencê-la. Sobre esse núcleo de verdade há uma capa de mentira que nem todos percebem o perigo, só os mais preparados. 

No começo ela mal se distingue da verdadeira fé (e aí está o perigo), parece incialmente que há pequenas diferenças entre a mesma doutrina, porém, mais tarde os erros se tornam mais espirituais e doutos. (Trecho do livro História da Igreja Idade Antiga - prof. Felipe Aquino pag. 147)   

Segundo o CIC - Catecismo da Igreja Católica, em seu parágrafo 2089. Heresia é a negação, (a pessoa negar), após o batismo de alguma verdade que deve ser acreditada com fé divina. Negar aquilo que a Igreja ensina ou parte dela é heresia.

A maioria das heresias dos primeiros séculos se referia a Santíssima Trindade.

“Foi sempre privilégio de a Igreja vencer quando for ferida, progredir quando é abandonada, crescer em ciência quando é atacada”. – (de Santo Hilário de Poiters)  - É por isso que a Igreja travou muitas batalhas teológicas a fim de esclarecer, defender, lutando ao lado de grandes pensadores e doutores a fim atacar e acabar com as heresias. Não podemos negar que o lado negativo das heresias trouxe para a Igreja mais conhecimento e mais crescimento espiritual fortalecendo sua doutrina ao longo dos séculos. 

Sempre haverá heresias, mas, elas partem de um princípio só: a negação da verdade revelada ou da Fé da Igreja e cuja, luta constantemente com o máximo de zelo param nos conduzir na retidão da Sã Doutrina.

Jesus no sermão da montanha já  advertia para termos cuidado com os falsos profetas. Não julguemos que os falsos profetas vêm de fora, mas, de dentro. O diabo é o semeador do joio. Para destruir uma construção não se começa por cima, pelo telhado, mas, é destruindo as estruturas ais quais  sustentam o edifício que ele irá ruir. Assim, satanás age de dentro para fora, mexe com as estruturas tentando destruir o alicerce da Igreja e os pilares que a sustentam. E quais são eles? A Fé, a doutrina. Pois, quando a fé acaba há um rompimento entre Deus e a pessoa humana.  Nesse sentido as falsas doutrinas tomam o lugar da verdadeira, cuja base é Jesus Cristo. É por isso que Jesus nos diz para que tomemos cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a nós disfarçados de ovelhas, mas, por dentro são lobos vorazes. “Pelos seus frutos os conhecereis”, disse Jesus. (Mt 7, 15)

“Porque virá o tempo em que os homens não suportando a sã doutrina da salvação (...). Ajuntarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão em fábulas”.  (2Tim4, 3-4)    

Onde surge a heresia?

A heresia nasce dentro da Igreja. Pessoas que não pertencem a Igreja Católica não podem ser chamadas de hereges, pois, estes não fazem parte da Igreja. Por exemplo: Não podemos chamar um irmão protestante ou evangélico, ou de outro credo religioso que nasceu dentro de seu credo religioso de herege, pois este não foi batizado na fé católica. Lutero foi considerado herege porque era um sacerdote católico. 

É importante observar que nem todo o que diz uma heresia pode ser considerado realmente um herege. Muitos pensamentos e ensinamentos heréticos surgiram dentro da Igreja até mesmo entre os grandes homens aos quais chamamos de "os pais" da Igreja. Porém, alguns se retrataram, outros não. Mesmo assim é necessário que a autoridade da igreja considere e declare ser ou não uma heresia. Portanto, não podemos chamar qualquer um de herege, cismático ou apóstata se essa pessoa é ignorante na doutrina ou faz parte de outro  credo religioso. 

Para se tornar um herege à pessoa precisa:

a) Tem que ser inteligente e conhecer bem a Doutrina Católica. 

b) Tem que ser um teólogo. Uma pessoa leiga se não conhece e se não estudou a doutrina a fundo não pode ser chamada de herege.

Podemos ver na História de Igreja que várias heresias surgiram de dentro dela vinda de mestres e doutores em teologia como: padres e bispos como os pais da Igreja. Uns se retrataram outros, porém não. Para isso tiveram que ser combatidos pelos diversos Concílios ao longo da história.

Heresia é a negação teimosa, pertinaz após a recepção do batismo.

Nasce dentro da fé católica logo após a pessoa receber o batismo e começa a criar um caminho paralelo contra as verdades da fé que recebeu inicialmente através da voz dos pais e dos padrinhos pronunciou e professou.

É por isso que vemos que no início do cristianismo qualquer problema era resolvido dentro da Igreja com autoridade do bispo e a autoridade do Papa. Primeiro com Pedro e depois com seus sucessores até os dias de hoje. Portanto a heresia nasce na comunidade de batizados, ou seja, dentro da Igreja.

O herege levanta uma ou mais dúvidas sobre a Doutrina e divulga como se fosse verdade de fé. 

Heresia é uma palavra grega que quer dizer separação de um tudo. Tomar uma parte.

É interessante que a heresia não é fruto em uma pessoa, mas, essa pessoa a divulga aí cria o problema. E pessoa que não tem uma cultura apropriada acaba acreditando, fica de boca aberta achando ser verdade aquilo que é ensinado de forma errada. E com isso as pessoas se afastam da verdadeira Doutrina e da Igreja, achando que a doutrina da Igreja está errada. Quando é o contrário. Devemos ter muito cuidado, a realidade de hoje não é diferente do passado e até mesmo dentro da Igreja Católica vemos e ouvimos muitas heresias sendo ensinadas por padres e bispos. Devemos estudar e ver se aquilo que se está ensinando está  de acordo com o que a Igreja ensina. Para isso, é necessário conhecer os documentos pontifícios, as encíclicas, e o Catecismo da Igreja católica. Tenhamos cuidado e atentemos para as palavras “cuidado com os falsos profetas” -     

Esse fenômeno dura até os dias de hoje onde pessoas batem nas nossas portas, pessoas que querem anunciar coisas contrárias a nossa fé. Ou contra a palavra de Deus. Não podemos ficar de boca aberta, mas, ir atrás da verdadeira doutrina para saber e aprender. Sejamos humildes sem faltar com a educação em dizer as estas pessoas que não queremos deixar de ser cristãos católicos. Tenhamos coragem em dizer “nasci católico e quero morrer católico”. Tenhamos a coragem dos santos que não renegaram sua fé na Igreja e não renegaram sua fé para seguir falsas doutrinas e falsos deuses.  

       

APOSTASIA – É quando a pessoa que recebeu todo ensinamento e depois de certo tempo abandona totalmente a Fé Católica. Se uma pessoa que viveu toda sua vida na Igreja, depois de certo tempo renegar a Fé, ou seja, a Doutrina e o Batismo que recebeu abandonar a Igreja para seguir outra doutrina. Esse se torna apóstata.

O que é um apóstata?

 O cristão após de receber o batismo e o ensinamento, repudia totalmente sua fé na Igreja e sua doutrinal, isto é, não aceita mais a fé cristã que recebeu e a abandona. (CIC nº 2089)

CISMA – É a separação ou divisão total. Isto é, mesmo dentro da doutrina cristã há separações entre as Igrejas. Não se aceita, por exemplo, a autoridade do Papa. O mais famoso cisma foi o Cisma do Oriente que acontece eu em 1054 onde alguns bispos do Oriente romperam com a autoridade Papal e outorgaram para si o nome Ortodoxo (=autêntica) – surgiram aí as igrejas ortodoxas.

Outro exemplo, No Concílio Vaticano I os Veteranos Católicos (ou velhos católicos), se separaram porque não aceitavam o dogma da Infalibilidade Papal que é quando o Papa proclama uma verdade de fé.  

São 14 Igrejas ortodoxas que não tem mais comunhão com Papa embora mantenham a sucessão apostólica. Cisma é quando não se respeita a autoridade do Santo Padre o Papa e rompe-se com essa autoridade. Dentro do cisma estão as “igrejas” – Algumas Ortodoxas. Após  a Reforma Protestante no Sec. XVI, as igrejas protestantes (Luteranas Calvinistas, Anglicanas...). Católicas Reformadas, Evangélicas, Pentecostais, Neopentecostais, Adventistas, etc. 

O que leva o cisma é a heresia. Na Europa em 1517, outro cisma aconteceu entre o Rei Henrique VIII da Inglaterra e o Papa, por ter tido seu pedido de anulação de seu casamento negado pelo Papa, este rompeu com a autoridade papal onde ele dizia ser o rei e também papa. Ele que nomeava seus próprios bispos. Surge então a Igreja Anglicana.

Também no Século XVI outro cisma com a Reforma protestante entre Martinho Lutero, Calvino e outros que romperam com a autoridade papal fundando assim o Protestantismo. Mas, aqui diferente do Anglicanismo Lutero e os outros reformadores não só provocaram um cisma, como tais reformadores não eram bispos, não houve sucessão apostólica válida (e Lutero que era padre foi excomungado) se tornaram apóstatas. 

 

O Cisma do Ocidente aconteceu que dentro da Igreja Católica também houve 05 papas. Para quem conhece a História da Igreja sobre o Papado e Avignon. Terminando com o Concílio de Trento.

Portanto, podemos definir que Cisma é a separação dentro do mesmo credo religioso.  

O diabo é o grande apóstata é ele que inspira os falsos profetas enquanto que o Espírito Santo assiste e nos inspira para compreender e seguir a palavra de Deus e a Sã Doutrina conforme a promessa de Jesus “quando vier o Paráclito vos será dado a entender toda verdade” – Jo16, 12-13.

ALGUMAS HERESIAS

Nos primeiros séculos a Igreja Católica enfrentou e lutou muito contra as heresias. Foram muitas e vamos destacar as mais relevantes, outras porém, não tiveram êxito. Na Idade Média quando a Europa já estava mais cristianizada não houve muitas com exceção do catarismo albigense (Sec. XII)  que deu início ao Tribunal do Santo Ofício ou a Inquisição.   

MONTANISMO

Montanismo – (+ou-110 d.C), surgiu no Século II na Frígia, (Turquia) que era chamada de Ásia Menor, seu fundador é  Montanus, por isso o nome Montanismo. Montanus achava que o fim do mundo seria iminente e breve. Pregava uma penitência exagerada, pois, Jesus estaria chegando de um momento para outro.

Montanus Começou a ensinar sobre a volta breve de Cristo na Frígia onde considerava que seus ensinamentos estavam acima dos ensinamentos da Igreja porque era diretamente inspirado pelo Espírito Santo. Para ele a Igreja não tinha capacidade de perdoar os pecados mortais.

Poderíamos dizer que a crença de Montano precede a crença da igreja Adventista de hoje, aos quais estão aguardando a volta de Cristo. Esse homem ensinava coisas que são contrárias a Fé Católica, por exemplo: Quem estava com pecado grave não seria perdoado pela absolvição da confissão, indo contrário as palavras de Cristo no Evangelho diz que “todos os pecados são perdoados, menos o pecado contra o Espírito Santo” Mc 3, 28-30. Para as pessoas casadas que ficavam viúvas não permitia que se celebrasse a segunda união, ora, a Doutrina Católica ensina que o vínculo da indissolubilidade do Matrimônio é válido somente até a morte. Quando uma pessoa morre a outra parte fica livre, torna-se solteira e pode casar-se novamente. Por isso esse Montanus, lá pelo ano 157 d.C divulgou essa heresia que foi condenada pelos bispos nos primeiros Concílios da Igreja. A Igreja reuniu os bispos com o Papa para avaliar os falsos ensinamentos e o Montanismo foi condenado pela Igreja Católica. Foi condenado pelos Papas Vitor (198-199 d.C) e Zeferino (199-217 d.C).

MILENARISMO

Essa foi uma das primeiras heresias que surgiu. Era baseada no Apocalipse. Jesus em pessoa reinaria por mil anos juntamente com os justos e que esses gozariam de mil delícias para depois se realizar o juízo final. O bispo Papias de Hirápolis (130 d.C) professava essa doutrina, também Nepus que era bispo do Egito.

Os papas Vítor e Zeferino (189-217 d.C) a condenaram. Mais tarde também (366-384) o papa Dâmaso a condenou.  

De forma grosseira o milenarismo confundia a bem-aventurança do reino terrestre de Cristo com os prazeres da carne, uso e abuso do matrimônio, das comidas e bebidas.

Os padres doutores da Igreja a condenaram. A partir do século III caiu no esquecimento e ressurgiu de novo por volta do século XVI. A seitas “Testemunhas de Jeová” e a Igreja Adventista do 7º Dia são as que mais propagam essa heresia.

Houve também o “milenarismo espiritual” –  considerava que os justos após a primeira ressurreição já não se casarão, nem serão sujeitos à fome e à dor, segundo Lc20, 35. Este milenarismo espiritual era professado por padres e escritores da Igreja, São Justino, Santo Irineu, Tertuliano de Cartago, Lactâncio e São Metódio de Oplimpo.

Mas, Santo Agostinho propôs uma nova forma de entender o Apocalipse excluindo o reino milenarista e a fez de forma que tal doutrina caiu em descrédito, depois, mais voltou a ser defendido pelos escritores considerados “iluminados” ou fanáticos e ainda alguns estudiosos católicos.

Mesmo que de início a Igreja não tenha condenado o milenarismo espiritual, em 1944 a Santa Sé respondeu na Acta Apostolicae Sedis 36 que: “O “milenarismo espiritual” não pode ser ensinado sem perigo para a fé”.                 

SABELIANISMO

O sabelianismo – (Sec. III d.C) – Sabélio ensinava que Cristo e Deus Pai não eram pessoas distintas, mas simplesmente dois aspectos ou operações de uma única pessoa.

Sabélio, bispo do Século III, que negava o dogma da Santíssima Trindade, afirmando haver uma única substância ou pessoa em Deus.

No cristianismo, sabelianismo (também conhecido como monoteísmo modalista, patripassianismo, unicismo, monarquianismo modal ou simplesmente modalismo) é a crença "unicista" de que Deus em sua unicidade se manifestou em carne e não em três pessoas distintas.

Os modalistas afirmam que o único número atribuído a Deus na Bíblia é "Um" e que não existe nenhuma trindade inerente atribuída a Deus explicitamente nas Escrituras. O número três nunca é mencionado na Bíblia com relação a três deuses, ou seja, "Deus pai, Deus filho e Deus Espirito Santo".

O numero três sempre aparece como manifestações da divindade, ou seja, Deus pai, o Filho de Deus (Único do gênero), e o Espirito Santo de Deus. Ex: Mateus 28:16-20 (chamado de "Grande Comissão), 2 Coríntios 13:14. A Comma Johanneum, é desacreditado por muitos académicos, esta é uma passagem considerada como interpolada em 1 João 5:7, onde não se encontra na maioria dos textos antigos e ficou conhecida principalmente pela tradução do rei James e em algumas versões do Textus Receptus e que não é incluída na maior parte das versões críticas modernas.

Já os trinitários acreditam que os três membros da Trindade estavam presentes como seres aparentemente distintos no batismo de Jesus e acreditam que há outras evidências nas escrituras para a crença trinitária.

Modalismo tem sido principalmente associado com Sabélio, que ensinava uma forma dele em Roma no século III d.C. como um discípulo de Noeto e Práxeas.

Hipólito de Roma conheceu Sabélio pessoalmente e o mencionou na Philosophumena e sabia que Sabélio não gostava da teologia trinitária, mas ainda assim atribuiu a heresia à Calisto e Noeto, mas não a Sabélio, que ele diz ter sido pervertido. O sabelianismo foi adotado pelos cristãos da Cirenaica, a quem Demétrio, Patriarca de Alexandria escreveu cartas argumentando contra a crença . 

Acredita-se também que o termo grego homoousia ou "consubstancial", que era o favorito de Atanásio de Alexandria na controvérsia ariana, foi de fato um termo proposto por Sabélio e, por isso, era utilizado com ressalvas pelos seguidores de Atanásio. A objeção ao termo era a de que ele não existe nas escrituras e tem uma "tendência sabeliana".

Paulo de Samósata ensinava a mesma heresia sabeliana.  No século III a Igreja condenou a tese de Paulo de Samósata, no Concílio de Antioquia, pois, ele dizia que Jesus não era filho de Deus por natureza, mas, por adoção. Essa heresia de Sabélio bate contra a Santíssima Trindade, pois, ele afirmava que Cristo e o Pai é uma pessoa só, quando age de um jeito é o Pai e quando age de outro é o Filho. A Igreja ensina que em Deus há três pessoas distintas o Pai é uma pessoa, o Filho é outra pessoa e o Espírito Santo outra pessoa e essa União forma um só Deus.  

 

ARIANISMO

Arianismo - O Arianismo é uma heresia cristã fundada no século IV por Ario, um presbítero de Alexandria, no Egito. A sua doutrina baseava-se essencialmente no princípio da negação de Cristo como divindade. ... Para os arianos, Cristo não é mais do que a primeira das criaturas, um mero instrumento de Deus.

O Arianismo é uma doutrina que justifica a desigualdade entre os homens e adverte sobre o cruzamento das raças.

O arianismo foi uma das maiores heresias do período da chamada Alta Idade Média, isto é, o período de transição entre queda do Império Romano e a formação da Cristandade Ocidental, que se deu de meados do século IV d. C a meados do século X d. C. Essa heresia (heresia vem do grego hairésis, e significa escolha) foi assim denominada por derivar-se do nome de Ário, ou Árius que era presbítero de Alexandria, no Egito. Foi combatida por Santo Atanásio.

A Igreja teve muita dificuldade de combater o arianismo porque os descendentes do Imperador Constantino se tornaram arianos defendiam essa doutrina sendo que por várias vezes Santo Atanásio foi preso por combêta-las.

Para a ortodoxia da Igreja Católica (herdeira do cristianismo primitivo), Cristo partilha da substância do Deus Pai, Criador – Uma das pessoas da Trindade, sendo o Espírito Santo a terceira. Portanto, ao tempo que se fez homem, encarnado, Cristo também era coeterno a Deus e, consequentemente, o próprio Deus. 

Ário argumentava que Cristo não partilhava da mesma substância de Deus, mas foi criado por Deus, assim como todas as outras criaturas e o homem. Isso supunha a não eternidade de Cristo e a não encarnação do logos (o verbo divino) no Filho.

Ário possuía uma formação intelectual respeitável e ocupava o posto de presbítero em Alexandria (o centro intelectual da Ásia Menor à época), conseguiu vários adeptos. Entretanto, o primeiro a confrontá-lo diretamente e a defender a concepção ortodoxa foi Alexandre, Bispo de Alexandria.

Alexandre de Alexandria reuniu um Sínodo local, em 318 d. C, com aproximadamente cem bispos, para deliberar a respeito das ideias de Ário. Os bispos condenaram Ário como herege e apresentaram a sua decisão a bispos de outras regiões. O papa da época, Silvestre. No entanto, Ário, ainda assim, conseguia mais adeptos à sua interpretação e as disputas teológicas começaram a ficar mais acirradas, gerando uma situação preocupante para o então imperador Constantino.

 

Constantino, que era assessorado pelo Bispo Ósio de Córdoba, na Espanha, convocou um Concílio ecumênico (reunião mais importante de membros da Igreja para deliberação sobre temas dogmáticos, pastorais etc.), em 325 d. C, que foi realizado na cidade de Niceia.

O Concílio de Niceia reuniu cerca de trezentos bispos de várias regiões e chegou à conclusão de que Cristo tinha a mesma natureza de Deus Pai, sendo gerado da mesma substância do Pai, desde a eternidade e não como interpretou Ário, criado por Deus do nada (ex nihil) tal como as outras criaturas. Constantino então acatou as decisões do Concílio de Niceia e decidiu exilar Ário e condenar a leitura de suas obras.       

Os concílios de Nicéia e Constantinopla acrescentaram no Credo dos Apóstolos: 

Definiu-se que o Pai, o Filho e o Espírito Santo é o mesmo Deus em três pessoas distintas, com a mesma substância, não há separação de divindade, não qual o mesmo Deus em três pessoas é igualmente adorado.   

“Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, / de todas as coisas visíveis e invisíveis. / Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, / nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, / Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, / gerado, não criado, consubstancial ao Pai...”

MACEDONIANISMO

O Macedonianismo – surgiu num momento em que a Igreja estava imersa em disputas teológicas, causadas pelo arianismo, que negava o Filho consubstancial ao Pai, os macedonianos não negaram a consubstancialidade, mas o Espírito Santo, que consideravam uma criatura do Filho e, portanto, inferior a este. Acredita-se que eles ensinavam que o Espírito Santo era uma criação do Filho e um servo do Pai e do Filho.

O macedonianismo foi um movimento herético que surgiu em meados do século IV com o patriarca de Constantinopla Macedônio I e que negava a divindade do Espírito Santo.

Macedônio pregava ainda que o Filho era de uma "substância similar" (homoiousia) à do Pai, mas, não da "mesma essência" (Homoousia). Como resultado do Segundo Concílio Ecumênico, a homoousion se tornou a definição aceita na ortodoxia cristã. O Espírito Santo é Deus, foi ele quem falou pelos profetas e com o Pai e o Filho é igualmente adorado.

A heresia macedoniana foi finalmente suprimida pelo imperador Teodósio I.

Gnosticismo – Na gnose a Revelação é substituída pelo racionalismo. A ciência que quer sufocar aquilo que Deus revela. Foi combatida por São Pedro, São João, São Paulo e Santo Irineu.

São João, por exemplo, escreve em sua carta: “Quem é o anticristo? (...) O anticristo é aquele que nega que Cristo se encarnou”. Porque os gnósticos diziam: “Como o verbo vai se encarnar se a matéria é má?” Eles afirmavam que a encarnação de Jesus era aparente.  

O gnosticismo é uma heresia surgiu também nos primeiros séculos do cristianismo por pessoas que afirmavam que as pessoas são almas divinas prisioneiras dentro de um mundo material. Isto é apresentava um contraste entre a matéria e o corpo espiritual. O gnosticismo é fruto de um sincretismo religioso quando uma pessoa que não tem um conhecimento profundo da doutrina mistura os elementos de crenças pagãs, a superstição, o esoterismo, etc. Podemos dizer que o ensinamento gnóstico é o predecessor do gnosticismo moderno como, por exemplo, a Nova Era, a Seicho-no-ie, Igreja Gnóstica, etc... Sobre a Secho-no-ie falaremos em uma matéria a parte a qual tratarei de explicar aqui em outro momento sobre os perigos desta seita e seus falso ensinamento.

O gnosticismo afirmava uma coisa contra a fé. Não tem valor a vida sacramental, mas, somente a minha oração para me salvar. Condenava o valor da Redenção de Jesus. Um erro gravíssimo e esse erro foram repetidos depois pelas Igrejas protestantes e suas derivadas. Elas amputaram os 7 Sacramentos, algumas aceitam apenas o batismo e o matrimônio, outras nem mesmo o batismo aceitam.

O gnosticismo afirma que somente o valor da oração pode nos salvar e não a Graça de Deus. Busca nisso que através o conhecimento e duma ascendência espiritual pode se chegar à salvação sem a necessidade dos sacramentos e da Graça. Os Sacramentos não tem valor. Foi necessário um concílio que se realizou na França Trier  em 1231 condenou definitivamente o gnosticismo.

O gnosticismo nega a encarnação de Nosso Senhor Cristo uma vez que considera a matéria má. Com isso, anula-se a sua obra redentora.

O gnosticismo possui muitas faces e por isso, é difícil de ser explicado. Ele reúne a mística de religiões orientais, grega; também a astrologia, o esoterismo, parte da revelação judaico-cristã envolvendo com o cristianismo e misturando num prato só constrói-se um sincretismo perigoso para a fé cristã.

No gnosticismo o racionalismo supera a Revelação divina. Usa como pano de fundo a contradição da matéria (que para concepção gnóstica é má), e o espírito que é bom. Desvaloriza a matéria (o corpo), e com isso, cai na perversidade moral, pois, o corpo, segundo a gnose é sem importância.

Busca o conhecimento de Deus somente pelo uso da razão, pela inteligência e anula o papel fundamental de Cristo, da Igreja, da Oração e dos sacramentos. Para os gnósticos o conhecimento ou gnosis é que daria a salvação e não Jesus e esta é a explicação para todos os problemas: a origem do mal, a criação do mundo, a redenção e a felicidade humana.

O gnosticismo ensina que existem dois deuses, um o Deus mau do Antigo Testamento e o outro o Deus bom, o do Novo Testamento.  Um princípio bom que seria a divindade (luz) e outro oposto a matéria (trevas), má por si mesma.     

Para libertar a centelha de luz presa na matéria má foi enviado ao mundo um eon superior (Cristo) ou logos. Este revelou o Deus verdadeiro, que eles ignoravam e ensinou-lhes o meio de se libertar da matéria má.

Rejeita o pecado original e que Deus “bom” pudesse ter criado o mundo material “mau”, então, para o gnóstico Deus estaria separado dos seres carnais. E entre eles haveria os intermediários, os “enoes”, que emanariam dele por degradação. Os primeiros seriam iguais a Deus por terem sido gerados por Ele, os demais gerariam outros menos puros como que em ondas concêntricas. E com cálculos esotéricos eram calculados o número da classe de “eones”, o número completo forma o pleroma, os 365 graus.

Segundo o gnosticismo, no meio desses “eones” um cometeu uma falta, tentou ser igual a Deus, por castigo foi expulso do mundo espiritual e obrigado a viver com sua descendência num “universo intermediário”. Uma explicação para a caída de satanás. E foi essa revolta que criou o mundo material, obra má gerada pelo pecado. Mas, nada disso veio de revelação. Alguns gnósticos chamam esse “eon” de “demiurgo” e outros o identificam com o Deus justiceiro do Antigo Testamento.

Sendo dualistas, crendo em dois deuses, chocavam diretamente com a Fé cristã. Não há dois deuses, mas, apenas um, justo, santo, perfeito e bom.

O homem para o gnosticismo é bom e mau. Bom porque possui a centelha divina e mau porque essa centelha está aprisionada na matéria que é má e espera ser libertado. Desse modo, a fala é existir, o pecado é a vida. Os que contentam em existir (hílicos ou materiais) estão perdidos. Aqueles que aprendem pela gnose o caminho da salvação (os psíquicos) podem chegar até Deus e os que renunciam toda a vida, as almas muito elevadas, são as que se salvam.

Misturado ao cristianismo faz de Cristo apenas um dos membros dos eones. O corpo de Jesus é apenas uma capa ilusória da centelha divina.

Toda a Redenção de Cristo foi substituída por um “nirvana” a libertação da alma dos prazeres e satisfações do mundo material.

Os gnósticos docetas ensinavam que Jesus tinha um corpo aéreo de forma aparente  que passou pelo corpo da Virgem Maria sem tomar nada dela. Basílides de Alexandria (130 d.C) ensinava que da “Pleroma”, a plenitude originária brotavam inúmeros seres espirituais, os arcontes e eons, e estes  são os donos do mundo. Para ele o Cristo foi enviado para libertá-lo dos arcontes. Sua forma humana era só aparência.

Já no tempo de São João Evangelista, na Ásia Menor, (100 d,C) um herege chamado Cerinto ensinava que Jesus não havia nascido de uma Virgem, mas, da união de dois esposos, José e Maria, como nasceram todos os mortais  que foi no ato do batismo de João que o Espírito Santo uniu-se a Jesus. Então Jesus convertido em Cristo, o Messias, passou a pregar sua doutrina e fazer os milagres. Mas no momento em que Jesus passou pelo tormento da Paixão o Espírito Santo recusou-se a indignidade do suplício da cruz, separando-se de Jesus. Só o homem Jesus padeceu e foi ressuscitado. Jesus não era Deus mas apenas um ser intermediário, um demiurgo que criou o mundo.

Outro herege gnóstico, Marcião, (140 d.C) ensinava em Roma que Cristo apareceu de improviso na terra e não tendo um corpo substancial, não existiu realmente nem a morte nem a ressurreição. Ele por sua vez se distingue dois seres superiores: o demiurgo criador do mundo, justo e não misericordioso e o Deus amor que se revela no Cristo. Marcião identifica o demiurgo com o Deus do Antigo Testamento.

Marcião era o mais chegado ao cristianismo. Foi excomungado pelo próprio Pai que era bispo. São Policarpo de Esmirna o chamou de “primogênito de satanás”. O Papa Pìo I também o excomungou. Ele no século XII fundou uma anti-igreja a dos cátaros.    

                                            

CATARISMO

Catarismo – Surgiu na Idade Média, surgiu na França no século XII. Porém, foi somente a partir de 1140 que essa heresia ganhou força pela Europa. Considerado o maior movimento herético surgido na Baixa Idade Média. O catarismo foi herdeiro de doutrinas gnósticas que defendiam uma visão dualista do mundo.

De acordo com o catarismo, o dualismo manifestava-se da seguinte maneira: os cátaros acreditavam que a bondade existia somente no mundo espiritual e que o mundo material era maligno por essência. Ainda nessa concepção, o mundo era uma criação de um deus mau ou Satã. O historiador Nachman Falbel atribui o surgimento do catarismo às mudanças culturais e ao fortalecimento religioso nos séculos XI e XII. 

Com o crescimento do catarismo no sul da França e Norte da Itália, a Igreja cátara desenvolveu-se e estabeleceu autoridades eclesiásticas como bispos. Além disso, grandes igrejas dessa doutrina foram construídas em Albi, Toulouse, Carcassone, Agen e Razés. A heresia teve grande adesão de fiéis entre as camadas populares, principalmente entre artesãos e comerciantes, entretanto, também converteu membros da nobreza francesa.

Doutrina cátara

Os cátaros acreditavam que o mundo material era mau por ter sido criado por Satã. Todos os que habitavam este mundo deveriam ser restaurados por meio da penitência e da comunhão com Deus. Além disso, acreditava-se que o homem reencarnaria na forma humana ou animal até que sua alma encontrasse a redenção, que acontecia após o batismo espiritual chamado de consolamentum.

 

A doutrina cátara distinguia dois tipos de fiéis: os “Perfeitos” e os “Crentes”. Os Perfeitos eram as pessoas que já haviam encontrado a redenção e que levavam uma vida de ascetismo (penitência). Para isso, os Perfeitos abstinham-se de muitos alimentos de origem animal, como carne vermelha, ovos e leite, e praticavam a castidade. Isso porque os cátaros condenavam a procriação e o casamento, considerando-os malignos e tachados como obra de Satã.

 

Os Crentes não possuíam as mesmas restrições de vida que os Perfeitos, porém, deveriam demonstrar o respeito sempre que estivessem na presença de um Perfeito. O catarismo estipulava que os Crentes deveriam confessar seus pecados aos Perfeitos em um ritual chamado de apareliamentum. Essa confissão pública dos pecados aos Perfeitos, no entanto, não era obrigatória.

Para os cátaros, a alma humana era, na verdade, um anjo que havia sido aprisionado pelo deus mau em um corpo humano. Assim, a cada novo nascimento, acreditavam que um novo anjo havia sido aprisionado. Por causa dessa crença, os cátaros condenavam o casamento e a procriação humana. Além disso, negavam que Cristo compartilhasse da mesma substância do Pai e consideravam-no apenas um anjo que se voluntariou para salvar os homens.

Os cátaros afirmavam também que o deus bom triunfará no final dos tempos sobre o deus mau e, assim, todas as almas humanas serão salvas definitivamente.

Cruzada contra os cátaros ou albigenses

À medida que a heresia cátara  crescia na França e Itália, a Igreja Católica mobilizava-se para erradicá-la. Assim, a luta da Igreja contra o catarismo distinguiu-se em dois momentos: Cruzada espiritual (1147-1209) Cruzada albigense (1209-1229).

Foi nesse período que surgiu a Inquisição. Pois alguns cátaros invadiam as casas e matavam as grávidas e isso causou revolta entre os nobres que julgavam todos da mesma forma e uma batalha havia sido travada contra eles sem que tais tivessem a chance de um julgamento. Foi então que foi criada a Inquisição Católica para apurar os fatos.

A Cruzada espiritual foi o período em que a Igreja combateu o catarismo por meio de ações pacíficas, como pregações, exortações e excomunhões. A primeira ação da Igreja contra essa heresia foi tomada pelo papa Calisto II, no Concílio de Toulouse, em 1119. Posteriormente, uma série de padres proeminentes da Igreja foi enviada para a região, entre eles São Bernardo de Claraval.

Já a Cruzada albigense foi determinada pelo papa Inocêncio III, em 1209, após o emissário papal Pedro de Castelnau ter sido assassinado em 1208, supostamente por um nobre cátaro chamado Raimundo VI. Em razão disso, foram convocados os exércitos dos nobres cristãos para lutarem contra os cátaros.

A luta no sul da França e durou vinte anos. Foi marcada pela violência dos combates. Ao longo desses vinte anos, os cátaros foram atacados e foram vencidas ora pelas tropas católicas, ora pelas cátaras. Em 1229, foi assinado um acordo de paz entre cátaros e católicos, no qual os nobres heréticos submeteram-se às autoridades católicas.

O catarismo continuou existindo na região mesmo enfraquecido e sendo constantemente alvo dos inquisidores. No reinado de Felipe, o Belo, seus sofreram forte perseguição, o que levou ao desaparecimento dessa heresia na França, no século XIV.

 

Um exemplo de gnosticismo:

Um dos maiores combatentes do gnosticismo foi Santo Irineu. Ele escreveu uma obra inteira – a “Adversus Heregis” combatendo essa terrível heresia. Santo Irineu diz que não foi fácil combater essa heresia, era como se fosse como caçar uma fera na floresta, ... Pois a gnose era uma heresia que mudava muito.

Os gnósticos tinham a matéria como algo mau. A gnose é dualista ela vem de uma mentalidade surgida na Pérsia que acredita que existe dois deuses, um mau e um bom. O bom que criou as coisas espirituais e o mal que criou as coisas materiais. Então segundo os gnósticos a matéria é má, o corpo é mau. Isso vai é contrário à fé da Igreja e a Sagrada Escritura que diz que há um só Deus criador de todas as coisas e que tudo que Deus criou é bom (Gên1). O corpo segundo a Sagrada Escritura e segundo o que nos ensina a Igreja é bom, é templo do Espírito Santo. O corpo vai ressuscitar segundo afirma a Sagrada Escritura. Considerando a matéria algo mau, nega-se também a Encarnação de Jesus.

A Gnose que quer dizer conhecimento era uma doutrina racionalista que queria substituir a Revelação. Uma ciência que quer sufocar a Revelação.

Esses gnósticos não eram pessoas qualquer. Eram estudiosos. Fizeram escolas. Daí mais uma vez a importância de lembrar que o herege além de nascer dentro da comunidade cristã, é alguém inteligente e bem preparado. É por isso que muitas pessoas sem o devido conhecimento da Doutrina Católica e da Sagrada Escritura cai muitas vezes e acredita em seus falsos ensinamentos.

O herege se torna um anticristo, porque ou ele vai negar a encarnação de Cristo ou desviar parte da doutrina para ensinar uma falsa doutrina.

Os gnósticos considerando a matéria algo mau, diziam que Jesus não se encarnou verdadeiramente. A encarnação de Cristo foi superficial. Ou seja, de modo aparente e que quando Jesus morreu na Cruz ele não estava mais ali.

O chamado docetismo, (Séc. I e II), vem de o grego doceta quer dizer aparência. Sendo a matéria má, Jesus não poderia ser o verdadeiro Deus. Cristo se “parecia” como homem, mas era apenas ilusória. Assim negavam a Encarnação e consequentemente a Salvação. Sendo que a Sagrada Escritura nos diz que Cristo é em tudo igual a nós exceto no pecado (Fil2, 6-9). Se Jesus não fosse igual a nós, ou seja, se não tivesse assumido nossa humanidade não poderia ser nosso Salvador, pois, não há outro nome dado a nós abaixo do céu no qual sejamos salvos. Esse nome é o de Jesus (Atos4, 12). 

Só Jesus humanamente encarnado pôde fazer isso porque o pecado ferpe a diretamente a majestade de Deus e o homem por si só não pode se salvar. Somente uma reparação infinita poderia salvar a humanidade. Quem pode oferecer a salvação é somente Deus e como Deus é espírito ele veio a nós encarnou e se fez homem.

Quando Pedro e João curaram o aleijado na porta do Templo de Jerusalém as pessoas queriam saber em nome de quem eles realizaram tal prodígio. Eles responderam “foi em nome de Jesus que vocês mataram, mas, que Deus o ressuscitou e é no seu nome que esse homem está curado”. (Atos3, 1-8).    

Se Jesus não estava ali na cruz humanamente pregado não houve salvação. É uma heresia.              

A condenação da seita por São João Damasceno e por Timóteo de Constantinopla expressou a visão de que a seita abraçava uma espécie de materialismo místico. Entre as crenças da seita estavam:

A substância (ousia) da Trindade poderia ser percebida pelos cinco sentidos.

O Deus triplo se transformou numa única hipóstase (existência) para que pudesse se unir com as almas dos perfeitos.

Deus tomou diferentes formas para poder se revelar aos sentidos.

Apenas estas revelações de Deus pelos sentidos conferem a perfeição aos cristãos.

O estado de perfeição, liberdade do mundo e paixão é, portanto, atingido apenas pela oração e não pela igreja, nem pelo batismo e nem por nenhum dos sacramentos, que não teriam efeito nas paixões e na influência do mal sobre a alma. Daí o nome da seita, "Aqueles que rezam".

Os messalianos ensinaram que uma vez que a pessoa tenha experimentado a substância de Deus, ela estaria livre das obrigações morais e da disciplina eclesiástica p. 16-27. Eles tinham também mestres homens e mulheres, que eles honravam como sendo maiores que os clérigos, os perfecti.

Eles foram mencionados nas obras de Fócio, dos patriarcas de Constantinopla Ático (406 - 425) e Sisínio (426 - 427) e Teodoro de Antioquia: p. 20-23.

Como eram comuns na época, seus detratores os acusaram de incesto, canibalismo e de debocharem da fé cristã (na Armênia, seu nome passou a significar "imundíce"), embora atualmente se considere as acusações exageradas.

Continuando...

Ou seja, já nos primeiros séculos a Igreja já havia condenado a ideia de que a matéria é algo ruim. Porque afirmar isso também seria negar a Encarnação de Jesus que se fez matéria, se fez homem, assumindo nossa natureza exceto no pecado para nos salvar. Ora, se a matéria fosse algo ruim Jesus não poderia se encarnar. Para resolver essa controvérsia alguns gnósticos afirmavam que o corpo de Jesus não tinha uma forma específica e que podia mudar de jeito e aparência. Quanto na verdade Jesus é claro ao afirmar: Jo 14, 1-14 “Quem me vê, vê o Pai”. E,  Jo1, 14: “E a palavra se fez carne e habitou entre nós”. Coisas absurdas deste tipo eram ensinadas e por isso foram condenadas pela Igreja já nos primeiros séculos.

A palavra Gnose significa conhecimento. Os gnósticos acreditavam que só era possível chegar a Deus através do conhecimento intelectual sem a necessidade da fé e da graça.

Os livros apócrifos e o gnosticismo

Alguns dos evangelhos apócrifos, por exemplo, foram escritos por gnósticos e por conter uma literatura gnóstica enfatizando e descrevendo ensinamentos, dizeres de Jesus que são totalmente diferentes daquele Jesus histórico, contendo muitas vezes certo exagero, uma união entre misticismo e fantasia fora da realidade histórica.

Os livros apócrifos, a Igreja não os considerou inspirados nós encontramos os apócrifos cristãos e os apócrifos gnósticos. A Igreja, no entanto respeita esses livros ou parte deles. E os deixou à parte para conhecimento privado justamente porque muitos desses livros poderiam e podem confundir e até atrapalhar a fé de quem lê porque são livros que possuem uma linguagem muito difícil de, com pensamentos heréticos.

Apócrifo quer dizer “escondido”, ou à parte. Não são livros malditos nem condenados, porém, requer certa cautela em poder entendê-los, pois muitos deles contêm uma linguagem complicada que pode levar a erros graves, confundir nossa fé e a quem tem pouco conhecimento a criar mais heresias. É por isso que a Igreja mantém esses livros separados.    

Mas, existem alguns livros apócrifos que possuem dados históricos e esses embora não sejam inspirados como palavra de Deus nos ajudam historicamente a comprendermos a cultura, a maneira de pensar, a história e costumes de um determinado lugar e seu povo. 

 

AGNOSTICISMO E ATEÍSMO

Agnosticismo – É a doutrina que reputa inacessível ou incognoscível ao entendimento humano a compreensão dos problemas propostos pela metafísica ou religião (a existência de Deus, o sentido da vida e do universo etc.), na medida em que ultrapassam o método empírico de comprovação científica. A doutrina filosófica declara o absoluto inacessível ao espírito humano ou que considera vã qualquer metafísica e qualquer ideologia religiosa, uma vez que alguns desses preceitos ou ideologias não podem ser comprovados empiricamente.


Agnosticismo é um termo com origem no grego, sendo a junção do prefixo indicativo da negação "a" e o termo gnostikós, que é relativo ao conhecimento. De acordo com essa doutrina, as coisas, a realidade e, antes de mais, o absoluto são incognoscíveis.

O positivismo moderado é o seu representante mais característico. Também se considera como agnosticismo a teoria kantiana da incognoscibilidade da "coisa em si" e da impossibilidade de demonstrar a existência de Deus.

 

Um indivíduo agnóstico ignora ou aparenta ignorar tudo o que não está sob o domínio dos sentidos. Ele não acredita, mas também não nega a existência de um Deus ou divindade, afirmando que o conhecimento humano não é capaz de obter dados racionais que provem a existência de entidades sobrenaturais. O agnosticismo declara impossível e inacessível ao entendimento humano toda a noção do absoluto (por exemplo, a origem da vida), reduzindo a ciência ao conhecimento do fenomenal e relativo.

 

Agnosticismo teísta e ateísta

Um agnóstico teísta é caracterizado pela junção de duas doutrinas: o agnosticismo e o teísmo. Esse indivíduo acredita que existe um Deus (ou deuses), apesar de afirmar que não possui conhecimento que possa provar a sua existência. Acredita porque se baseia em um conceito anunciado por uma determinada religião.

 

Assim como o agnóstico teísta, o agnóstico ateísta afirma não possuir conhecimento nem conseguir provar a existência de deuses através da razão. No entanto, o ateísta não acredita que Deus ou outras entidades sobrenaturais existam.

 Países com grande população não religiosa incluem Suécia, China, República Checa, França, Islândia e Austrália. Cerca de 16% da população mundial é atéia.

O ateu acredita que Deus, ou deuses, não existem  ou não acredita na existência de divindades conhecidas, mas sem afirmar que não existam ("ateísmo negativo").

O agnóstico acredita que é impossível saber se Deus, ou deuses, existem ("agnosticismo forte"), ou acredita que a resposta pode ser descoberta, mas atualmente não é conhecida ("agnosticismo fraco"). Alguns agnósticos acham que a resposta não é importante.

Tipos específicos: Ateísmo cético, Ateísmo positivo, Ateísmo, negativo, Ateísmo implícito, Ateísmo explícito, Agnosticismo teísta, Agnosticismo ateísta, Agnosticismo empírico,  Agnosticismo forte, Agnosticismo fraco,  Agnosticismo apático, Ignosticismo, Agnosticismo modelar.

Os ateus não acreditam em afirmações da existência de uma divindade. Defendem que o ônus da prova é sobre aqueles que dizem que há um deus.      O agnóstico não acredita em afirmações de que a existência de divindades possam ser provadas. Da mesma forma, porém, não nega a existência de Deus ou deuses.

Etimologia:

 Ateus, vem do grego, formado com o prefixo de negação ἀ- (a-, "não") + theos (=“deus”), ou seja, é a negação de deus.    

Derivado da palavra grega Agnostos, formada com o prefixo de negaçao ἀ- (a-, ="não") + γιγνώσκω (=gnostos, "sei"). Significa o desconhecimento.

Termo criado por        Referência de Efésios 2:12, no Novo Testamento.

Hoje, assim como no passado as heresias existem. Cabe a cada um de nós discernimento para não cair nos embustes de pessoas hereges. Um bom estudo da Doutrina unida a uma fé sólida nos torna capazes de saber discernir o que é  certo ou errado. 

Porque o fiel católico deve se preocupar com isso? Porque as heresias podem nos desviar do verdadeiro caminho. Pode, inclusive levar o cristão ao pecado mortal. E mais ainda pode muitas vezes fazer com que a pessoa perca a fé. 

Devemos ter o máximo cuidado com elas. Principalmente com o gnosticismo que nesses últimos tempos tem surgido vom mais força. 

Tenhamos a mesma coragem que os santos tiveram. Coragem de rejeitar tudo aquilo que nos tira ou nos separa do verdadeiro caminho que é Jesus Cristo.  


                                 

                         

   

 

 

 

     

  

 

UMA FALSA IGREJA CATÓLICA DENTRO DA VERDADEIRA IGREJA CATÓLICA - A CRISE NA IGREJA CATÓLICA

  O assunto que vamos abordar hoje é muito sério. Existe uma falsa uma falsa Igreja Católica dentro da Igreja Católica verdadeira? Podemos...