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quarta-feira, 5 de novembro de 2025

CREIO NA COMUNHÃO DOS SANTOS (PARTE 2) "CREIO NA RESURREIÇÃO DA CARNE E NA VIDA ETERNA"

 



(Catecismo da Igreja Católica, Artigo 2, parágrafos: 998 – 1004)

 

Professamos no Credo quem cremos na ressurreição da carne e na vida eterna.

Todos os anos celebramos o dia de finados sem ao menos meditarmos o que significa este artigo do Credo.

Os batizados que morrendo em estado de graça, por meio de Cristo lhe é concedida a graça da vida eterna. Mesmo aqueles que estão no purgatório aguardam a purificação da alma para entrar definitivamente nas núpcias do Cordeiro.

Assim explica o Catecismo:

 

O Credo cristão – profissão de nossa fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e em sua ação criadora, salvadora e santificadora – culmina na proclamação da ressurreição dos mortos no fim dos tempos e na vida eterna.

 

[Vale lembrar que a doutrina da reencarnação não serve para o cristão. Porque doutrina espírita da reencarnação é oposta à doutrina cristã e a Sagrada Escritura. Os espíritas ensinam que o espírito sai do corpo, isto é, desencarna e volta reencarnando-se várias vezes até atingir um estado puro e quando este atinge este estado puro se transforma em espírito de luz. Para atingir tal perfeição o espírito passará por esse processo quantas vezes for necessário até conseguir seu total objetivo. Enquanto que a Palavra de Deus nos ensina que o homem morre uma só vez, depois virá o juízo e a ressurreição. Em particular, o primeiro juízo logo após a morte e sem segundo lugar o juízo final quando todos ressuscitarão e serão destinados uns para a salvação eterna, outros para a condenação eterna. Não existe meio termo.]

 

Cremos firmemente – e assim professamos – que, da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos e vive para sempre, assim também, depois da morte, os justos viverão para sempre com Cristo ressuscitado e que os ressuscitará no último dia. Como a ressurreição de Cristo, também a nossa será obra da Santíssima Trindade:

 

“Se o Espírito daquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais, pelo Espírito que habita em vós” (Romanos8, 11).

 

O termo “carne” designa o homem em sua condição de fraqueza e de mortalidade. A “ressurreição da carne” significa que, após a morte, não haverá somente a vida da alma imortal, mas que também nossos “corpos mortais” (Romanos8, 11) readquirirão vida.

Crer na ressurreição dos mortos foi, desde o início, um elemento essencial da fé cristã. “Fiducia christianorum resurrectio mortuorum; ilíam credentes, sumus – A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos; crendo nela, somos cristãos”.

 

“Como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento é a nossa fé. Mas, na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram”.

1Coríntios15, 12.14-20)

 

[Portanto, o cristão não pode crer e nem professar a doutrina da reencarnação; porque nossa fé está na ressurreição. Porque Cristo ressuscitou para que um dia nós também pudéssemos ressuscitar.]

 

A ressurreição de Cristo e a nossa revelação progressiva da ressurreição.  

 

A ressurreição dos mortos foi revelada progressivamente por Deus ao seu povo. A esperança na ressurreição corporal dos mortos foi se impondo como consequência intrínseca da fé em um Deus criador do homem por inteiro, alma e corpo. O Criador do céu e da terra é também aquele que mentem fielmente sua aliança com Abraão e sua descendência. Nesta dupla perspectiva, começará a se exprimir a fé na ressurreição. Nas provações, os mártires Macabeus confessam:

“O Rei do Universo nos fará ressurgir para uma vida eterna, a nós que moremos por suas leis (2Macabeus7, 9). É melhor para nós, entregues à morte pelos homens, esperar, da parte de Deus, que seremos ressuscitados por Ele” (2Macabeus7, 14)

 

Os fariseus e muitos outros contemporâneos do Senhor esperavam a ressurreição. Jesus a ensina com firmeza. Aos saduceus que a negavam, ele responde: “Acaso não estais errados, porque não compreendeis as Escrituras, nem o poder de Deus? (Marcos12, 14). A fé na ressurreição baseia-se na fé em Deus, que “é Deus não dos mortos, mas de vivos” (Marcos12, 27).

Mais ainda: Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: “Eu sou a ressurreição e a vida” (João11, 25). É Jesus mesmo quem, no último dia, há de ressuscitar os que nele tiveram crido e que tiverem comido seu corpo e bebido seu sangue. Desde já, ele fornece um sinal de garantia disto, restituindo a vida a alguns mortos, anunciando com isso a própria ressurreição, que, no entanto, será de outra ordem. Deste acontecimento único ele fala como do ‘sinal de Jonas’, do sinal do Templo: anuncia sua ressurreição, quer ocorrerá no terceiro dia depois de ser entregue à morte.

Ser testemunha de Cristo é ser “testemunha de sua ressurreição” (Atos1, 22), “nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos” (Atos10, 41). A esperança cristã na ressurreição está toda marcada pelos encontros com Cristo ressuscitado. Ressuscitaremos com ele, por ele.

Desde o início, a fé cristã na ressurreição deparou com inúmeras compreensões e oposições. Em nenhum ponto da fé cristã se depara mais com mais contradição do que em torno da ressurreição da carne. Aceita-se muito comumente que, depois da morte, a vida da pessoa humana prossegue de modo espiritual. Como, porém, crer que este corpo tão manifestamente mortal possa ressuscitar para vida eterna?

 

De que maneira os mortos ressuscitam?

 

O que é ressuscitar? Na morte, que é a separação da alma do corpo, o homem cai na corrupção, ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser novamente unida a seu corpo glorificado. Deus, em sua onipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível a nossos corpos, unindo-os as nossas almas, pela virtude da ressurreição de Jesus.

Quem ressuscitará? Todos os homens que morreram: “Aqueles que fizeram o bem ressuscitarão para a vida; aqueles que praticaram o mal ressuscitarão para a condenação” (João 5, 29).

De que maneira? Cristo ressuscitou com seu próprio corpo – “Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo!” (Lucas24, 39).

Ele, porém, voltou à vida terrestre. Da mesma maneira, nele “todos ressuscitarão com seu próprio corpo, que têm agora”; porém este corpo será “transfigurado em corpo de glória”, em corpo espiritual” (1Corínmtios 14, 44).

 

“Mas, dirá alguém, em que forma é que os mortos vão ressuscitar? Com qual corpo voltarão? Insensato! Aquilo que semeias morre primeiro e só depois é vivificado; e o que semeais não é a planta já desenvolvida – como será mais tarde – mas um simples grão digamos, de trigo ou de qualquer outro cereal [...]. Coisa semelhante acontece com a ressurreição dos mortos: semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível [...]. É preciso que este ser corruptível se vista de incorruptibilidade e este ser mortal se vista de imortalidade” (1Coríntios15, 35-37.42.52-53).

 

Este “como” ultrapassa nossa imaginação e nosso entendimento, sendo acessível somente na fé. Nossa participação na Eucaristia, no entanto, já nos dá um antegozo da transfiguração de nosso corpo por Cristo:

 

“Assim como o pão, fruto da terra, depois de ser recebido a invocação de Deus, não é mais pão comum, mas Eucaristia, constituída por duas realidades, uma terrestre e outra celeste, da mesma forma nossos corpos que participam da Eucaristia não são mais corruptíveis, pois têm a esperança da ressurreição”.

 

Quando? Definitivamente “no último dia” (João6, 39-40.44-54), “no fim do mundo”. Com efeito, a ressureição dos mortos está intimamente associada à Parusia, isto, é a segunda vinda de Cristo:

 

“Pois o Senhor mesmo, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, descerá do céu. E então ressuscitarão, em primeiro lugar” (1Tessaloniossenses 4, 16).

 

Ressuscitado com Cristo

Se é verdade que Cristo nos ressuscitará no “último dia”, também é verdade que, de certo modo, já ressuscitamos com Cristo, graças ao Espírito Santo, a vida cristã é, já na terra uma participação na morte e ressurreição de Cristo:

“No Batismo, fostes sepultados com ele, com ele também fostes ressuscitados, pela fé na força de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. [...] Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está entronizado à direita de Deus”. (Colossenses2, 12; 3,1)

Unidos a Cristo pelo Batismo, os crentes, já participam realmente da vida celeste de Cristo ressuscitado, mas esta vida permanece “escondida com Cristo em Deus” (Colossenses3,3). “Ele nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez sentar nos céus, em seu Corpo na Eucaristia, já pertencemos ao Corpo de Cristo. Quando ressuscitarmos, no último dia, nós também seremos “manifestados com Ele, cheios de glória”. (Colossenses3, 4)

Enquanto aguardam esse dia, o corpo e alma do crente participam desde já da dignidade de ser “de Cristo”; daí a exigência do respeito para com seu próprio corpo, mas também para com o de outrem, particularmente quando este sofre.

 

“O corpo não é para a prostituição, ele é para o Senhor, e o Senhor é para o corpo; Deus, que ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará também a nós, pelo seu poder. Acaso ignorais que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que mora em vós e que recebestes de Deus? [...] Não pertenceis a vós mesmos. [...] Então, glorificai a Deus no vosso corpo”. (1Coríntios6,5.19-20)  


[Continua na parte 4, o Purgatório]

 

        

 

 

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

CREIO NA COMUNHÃO DOS SANTOS (Parte 1)

    
       Nos dias, 1 e 2 do mês de novembro, o calendário litúrgico da Igreja Católica, estabelece que celebremos dois momentos importantes: No dia 1, a festa de todos os santos. Isto é, é uma solenidade da Igreja Católica que homenageia todos os santos — tanto os canonizados quanto os desconhecidos — que alcançaram a santidade e estão na glória de Deus.

 

A celebração do Dia de Todos os Santos tem suas raízes nos primeiros séculos do cristianismo. No início, os mártires que deram a vida por Cristo eram lembrados individualmente em seus respectivos dias. Com o passar do tempo, o número de mártires cresceu, e tornou-se difícil honrá-los todos em datas separadas. Assim, surgiu a necessidade de um dia especial para homenagear todos os santos”. (fonte: www.santoscatolicos.blog.br)

 

Significado da Celebração

 

"O viver é Cristo": Reflete o ideal cristão de viver com Cristo como centro da vida, buscando imitá-lo e anunciar o evangelho.

 

"O morrer é lucro": Para os fiéis, a morte é vista como um ganho, pois representa a união definitiva com Cristo.

 

Propósito da Festa

 

Honrar a Igreja Triunfante (os santos no Céu) e inspirar a Igreja Militante (os fiéis na Terra) a seguir o caminho da santidade.

 

Reforçar a comunhão dos santos, ou seja, a união espiritual entre todos os cristãos vivos e falecidos.

 

Agradecer pela intercessão dos santos e pedir força para viver uma vida virtuosa.

 

O documento “Lumen Gentium” do Vaticano II lembra: “Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (LG 49) (§956).

 

Comemoração dos fiéis defuntos.

 “Saudades sim, tristeza, não.”

 

E no dia 2 de novembro, a Igreja celebra a “comemoração dos Fiéis defuntos”.

 A Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, celebrada em 2 de novembro, também conhecida como Dia de Finados, é uma data profundamente significativa na tradição cristã, especialmente na Igreja Católica.

 

O que significa essa celebração?

É um dia dedicado à oração pelos mortos, especialmente por aqueles que ainda estão em processo de purificação, segundo a doutrina do Purgatório.

 

A celebração expressa a esperança na ressurreição e na vida eterna, conforme as palavras de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11,25).

 

É um momento para lembrar com carinho os entes queridos que partiram, visitar cemitérios, acender velas e participar de missas em sua intenção.

Elementos litúrgicos e espirituais

A liturgia convida os fiéis a refletirem sobre o sentido da vida e da morte, e a manterem viva a comunhão com os que já faleceram.

 

A Igreja reforça que a morte não é o fim, mas uma passagem para a vida plena com Deus, onde se espera reencontrar os que amamos.

 

Essa data é marcada por um clima de recolhimento, memória e fé. Se quiser, posso sugerir orações ou trechos bíblicos apropriados para esse dia.

 

“A Comemoração dos Fiéis Defuntos, celebrada em 2 de novembro, é uma das datas mais significativas do calendário cristão. Este dia é dedicado a orações pelas almas dos que partiram, refletindo a doutrina da Igreja sobre o valor da intercessão e da vida eterna. Inspirada nas palavras de Jesus em João 11,25 – “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” – esta celebração reforça a esperança na ressurreição e na comunhão dos santos, fundamentos essenciais da fé católica.

 

A tradição de interceder pelos mortos é antiga e encontra suas raízes nas primeiras comunidades cristãs. Desde o século II, cristãos visitavam túmulos e oravam pelos falecidos, uma prática que se firmou com Santo Odilon, abade de Cluny, no século XI, ao instituir o Dia de Finados. Desde então, a data serve como um momento de reflexão e união, onde familiares e amigos se reúnem para honrar a memória dos falecidos e pedir a Deus por suas almas.

 

Segundo a doutrina católica, a oração e a celebração da Eucaristia em favor dos mortos expressam a comunhão entre a Igreja militante (os vivos), a Igreja triunfante (os santos no céu) e a Igreja padecente (as almas no purgatório). No Catecismo da Igreja Católica, lê-se: “A nossa oração por eles pode não apenas ajudá-los, mas também tornar eficaz a sua intercessão em nosso favor” (CIC, 958). Esta compreensão ressalta a interconexão entre as almas e o poder da oração.

 

A esperança cristã na vida eterna é o alicerce sobre o qual se constrói a celebração de Finados. As palavras de São Paulo em 1 Coríntios 15,42-44 lembram-nos da promessa da ressurreição: “É semeado em corrupção, ressuscitará em incorrupção. É semeado em ignomínia, ressuscitará em glória”. Essa passagem encoraja os cristãos a confiar na promessa de que a vida terrena é apenas uma passagem, e que Deus nos espera para uma vida de plenitude.

 

Além disso, a celebração exalta a infinita misericórdia divina, que é capaz de perdoar os pecados e acolher as almas em sua presença. Jesus revelou essa misericórdia em suas parábolas e em seus atos, como na conversa com o bom ladrão, em Lucas 23,43: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. Dessa forma, a Igreja incentiva os fiéis a confiar na bondade de Deus e na salvação para aqueles que buscaram arrependimento e fé.

 

A Comemoração dos Fiéis Defuntos também nos convida a refletir sobre o purgatório, conceito importante na doutrina católica. O purgatório é entendido como um estado de purificação para as almas que morreram em amizade com Deus, mas que ainda necessitam ser purificadas para estarem em sua presença. A oração e a Eucaristia são os meios pelos quais os fiéis podem ajudar estas almas. A prática é inspirada em 2 Macabeus 12,45, onde é dito: “É um pensamento santo e piedoso orar pelos mortos para que sejam absolvidos dos seus pecados”.

 

A missa pelos defuntos é especialmente significativa, pois nela se renovam o sacrifício e a ressurreição de Cristo, oferecendo às almas o auxílio espiritual necessário para a purificação. A caridade em favor dos falecidos também é uma expressão do amor cristão, que, segundo Santo Agostinho, “não conhece barreiras, pois a fé e a caridade não são separadas nem pela morte”. Esse amor expande-se para além do nosso mundo físico, refletindo a fé na comunhão dos santos e no corpo místico de Cristo.

 

Mais que uma memória ou homenagem, o Dia de Finados é um convite à reflexão sobre nossa própria jornada e a buscar a santidade. A fé na ressurreição nos leva a viver o presente com os olhos voltados para o eterno, praticando o amor, o perdão e a misericórdia. Jesus ensina, em Mateus 5,8, que “bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”, exortando cada um a seguir o caminho da santidade.

 

É também um dia para fortalecer a fé e recordar que a morte é apenas uma transição, onde aqueles que amaram e confiaram em Deus encontram seu descanso. A liturgia deste dia busca transformar o luto em esperança, lembrando aos fiéis que a comunhão em Cristo é duradoura, e que, no final, seremos todos unidos na presença de Deus.

 

A Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos é um marco de solidariedade espiritual e de esperança na ressurreição prometida. É um chamado a todos os cristãos para recordar, orar e confiar na misericórdia divina, que acolhe as almas na vida eterna. Ao rezar pelos que partiram, mantemos vivo o amor, honramos a memória de nossos antepassados e vivenciamos a fé em um Deus que é amor e vida.

 

Assim, a Igreja convida seus fiéis a, neste dia, pedir pela purificação das almas, fortalecer a própria fé e seguir o caminho da santidade, na certeza de que Cristo venceu a morte e oferece a todos a possibilidade de um reencontro em sua glória”. (Dom Anuar BattistiArcebispo Emérito de Maringá).

 

Assim diz o Catecismo:

 

Depois de ter confessado “a santa Igreja Católica”, o símbolo dos Apóstolos acrescenta “a comunhão dos santos”. Este artigo é, de certo modo, uma explicitação de interior: “Que é a Igreja, senão assembleia de todos os santos?” a comunhão dos santos é precisamente a Igreja.

“Uma vez que todos os crentes formam um só corpo, o bem de uns é comunicado a outros. [...] Assim, é preciso crer que existe, na Igreja, a comunhão de bens. No entanto, o membro mais importante é Cristo a todos os membros, e essa comunicação se faz por meio dos sacramentos da Igreja. Como esta Igreja é governada por um só e mesmo Espírito, todos os bens que ela recebeu transforma-se necessariamente em um fundo comum.

O termo “comunhão dos santos” tem, pois, dois significados intimamente interligados: “comunhão nas coisas santas (sancta)” e “comunhão entre pessoas santas (sancti)”.

“Sancta sanctis” (o que é santo para os que são santos): assim proclama o celebrante, na maioria das liturgias orientais, no momento da elevação dos santos dons, antes do serviço da comunhão. Os fiéis (sancti) são alimentados pelo Corpo e pelo Sangue de Cristo (sancta), a fim de crescerem na comunhão do Espírito Santo (Koinonia) e comunica-la ao mundo.  (Catecismo da Igreja católica, parágrafos: 946, 947, 948)

É uma reflexão teológica sobre o significado da expressão “comunhão dos santos” presente no Credo dos Apóstolos, que é uma das declarações de fé mais antigas do cristianismo. Aqui está o que ele quer transmitir:     

A frase “comunhão dos santos” é apresentada como uma explicação interna do que é a Igreja: uma assembleia de todos os santos, ou seja, todos os fiéis unidos em Cristo.

A Igreja não é apenas uma instituição visível, mas uma realidade espiritual onde os crentes compartilham bens espirituais entre si.  

Partilha Espiritual entre os Fiéis

Todos os crentes formam um só corpo, e por isso, o bem espiritual de um beneficia os outros.

A Igreja não é apenas uma instituição visível, mas uma realidade espiritual onde os crentes compartilham bens espirituais entre si.

A Igreja não é apenas uma instituição visível, mas uma realidade espiritual onde os crentes compartilham bens espirituais entre si.

Essa comunhão acontece por meio dos sacramentos, que são canais da graça de Cristo.  

 

  Dois Significados de “Comunhão dos Santos”

 

1.    Comunhão nas coisas santas (sancta): refere-se aos dons sagrados, como os sacramentos, especialmente a Eucaristia.

 

2.    Comunhão entre pessoas santas (sancti): refere-se à união espiritual entre os fiéis, vivos e mortos, que estão em Cristo.

 

          Liturgia e Espiritualidade

 

A expressão “Sancta sanctis” (o que é santo para os que são santos) usada nas liturgias orientais reforça essa ideia: os fiéis recebem os dons sagrados para crescerem na comunhão com o Espírito Santo.

 

Essa comunhão não é apenas interna, mas tem uma dimensão missionária: os fiéis são chamados a comunicar essa graça ao mundo.

Em resumo, a comunhão dos santos é a essência da Igreja: uma rede viva de fé, graça e partilha espiritual entre todos os que pertencem a Cristo. É uma visão profunda e bela da Igreja como corpo místico, onde cada membro contribui e recebe, em unidade com Cristo.

 

A COMUNHÃO ENTRE A IGREJA DO CÉU E DA TERRA

 

 Os três estados da Igreja:

1.    A Igreja peregrina – é a comunidade dos (viventes) batizados ainda neste mundo que caminha rumo a eternidade.

2.    A Igreja padecente – são aqueles cuja as almas não morreram em estado total de graça, estão sob purificação de suas almas de todo resquício de pecado para entrar definitivamente na glória. São os que estão no purgatório.

3.    A Igreja triunfante – são as almas daqueles que morrendo em total estado de graça e estes estão no gozo eterno.

   

 “Até que o Senhor venha em Sua majestade e, com ele, todos os anjos e, tendo sido destruída a morte, todas as coisas lhe foram sujeitas, alguns dentre os seus discípulos peregrinam na terra; outros terminada esta vida, estão se purificando; outros regozijam-se na glória, contemplando claramente Deus trino e uno, assim como é”.

“Todos, porém, ainda que em diferentes graus e modos, participamos da mesma caridade de Deus e do próximo e cantamos o mesmo hino de glória a nosso Deus. Todos quantos são de Cristo, tendo, pois, o seu Espírito, congregam-se e uma só Igreja e estão entre si unidos a Ele”. (CIC, parágrafo 954)

A união dos que estão na terra com os irmãos que descansam na paz de Cristo de maneira alguma é interrompida; pelo contrário, segundo a fé perene da Igreja, se vê fortalecida pela comunicação dos bens espirituais”. (CIC, parágrafo 955)

 

A Intercessão dos Santos

 

“Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós ao Pai, apresentando méritos que alcançaram na terra pelo único mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus. Por conseguinte, pela fraterna solicitude deles, nossa fraqueza recebe om mais valioso auxílio”. (Aqui podem interceder tanto as almas que estão purgatório, quanto aos eleitos que já estão na beatífica presença do Senhor)

“Não choreis! Serei mais útil para vós, após a minha morte, e vos ajudarei mais eficazmente do que durante minha vida “Passarei o meu céu fazendo o bem na terra”.

(Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 956)  


 A Comunhão dos Santos 

“Veneramos a memória dos habitantes do céu não somente a título de exemplo; o que fazemos ainda mais para corroborar a união de toda a Igreja no Espírito, pelo exercício da caridade fraterna. Assim como a comunhão entre os cristãos da terra nos aproxima de Cristo, do qual como de sua fonte e cabeça, procede toda graça e a vida do próprio Povo de Deus”.     

“Nós adoramos Cristo qual Filho de Deus. Quanto aos mártires os amamos quais discípulos e imitadores do Senhor e, que é justo, por causa de sua incomparável devoção por seu Rei e Mestre. Possamos também nós sermos companheiros e condiscípulos seus”. (CIC, parágrafo 957)

 

[É importante destacar que aos santos nós veneramos, o culto de dulia é a veneração e honra prestadas aos santos e anjos na Igreja e hiperdulia é o culto especial de veneração à Virgem Maria, não os adoramos, a adoração ou latria é somente a Deus.]   

 

A comunhão dos falecidos

 

“Reconhecendo plenamente esta comunhão de todo corpo místico de Cristo, [a Igreja peregrina, padecente e triunfante], a Igreja terrestre, desde os primeiros tempos da religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos fiéis defuntos e, porque é um pensamento santo e salutar, rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados” (2Macabeus 12, 46), também ofereceu sufrágios em favor deles”. Nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz sua intercessão por nós.

Na única família de Deus. “Todos somos filhos de Deus e constituímos uma única família em Cristo, enquanto nos comunicarmos uns com os outros em uma única caridade num mesmo louvor à Santíssima Trindade, realizamos a vocação própria da Igreja”.

 

Resumindo:

 

A Igreja é a “comunhão dos santos”. Esta expressão designa primeiramente as “coisas santas” (sancta) e acima de tudo a Eucaristia, pela qual “é representada e realizada a unidade dos fiéis que, em Cristo formam um só corpo”.

Este termo designa também a comunhão das “pessoas santas” (sancti) em Cristo, que “morreu por todos”, de modo que aquilo que cada um faz ou sofre em e por Cristo produz fruto para todos.

“Cremos na comunhão de todos os fiéis de Cristo, dos que são peregrinos na terra, dos que cumprem sua purificação, dos bem-aventurados do céu; todos juntos formam uma só Igreja. Cremos que, nesta comunhão, o amor misericordioso de Deu se de seus santos está sempre à escuta de nossas orações”.   

 

Todos somos chamados à santidade. Essa é a nossa vocação desde que nascemos. Somos chamados a viver a santidade, ser santo porque Deus que nos criou é santo. Portanto, é nosso dever entender e viver a santidade. Deus que criou todas as coisas perfeitas, não nos criou para o pecado, mas para a graça. Não para a escravidão, mas, para a liberdade e quer que vivamos não como criaturas, mas como seus filhos.     

O homem criado à imagem e semelhança de Deus possui em si o dom da graça divina para sermos santos. A exemplo, ele quis nos ensinar através de Jesus Cristo que veio mostrar como isso é possível dentro de nossa humanidade. O santo não diferente dos demais enquanto pessoa, mas, é diferente porque vive não segundo a carne, mas, segundo o espírito. Ele sabe que deve resplandecer em si a face de Deus e que deve trabalhar para o bem e para a construção de um mundo melhor onde Cristo seja tudo em todos.

A primeira vocação do homem é a vida no espírito.

“A vida no espírito realiza a vocação do homem. Constitui-se de caridade divina e de solidariedade humana. É concedida de graça como salvação. (CIC, parágrafo 1699).

 

A dignidade da pessoa humana

 

A dignidade da pessoa humana se fundamenta em sua criação à imagem e semelhança de Deus; realiza-se em sua vocação à bem-aventurança divina. Cabe ao ser humano a livre iniciativa de sua realização. Por seus atos deliberados, a pessoa humana se conforma ou não ao bem prometido por Deus e atestado por sua consciência moral. As pessoas humanas se edificam e crescem interiormente: fazem de toda sua vida sensível e espiritual matéria de crescimento. Com a ajuda da graça, crescem na virtude, evitam o pecado e, se o tiverem cometido, voltam como o filho pródigo, para a misericórdia de nosso Pai do Céus; chegam assim, à perfeição da caridade.  (CIC, parágrafo 1700).

Ou seja, ser santo não significa alguém que fará tudo certinho o tempo todo. Mas, ao contrário daqueles que se conformam com o pecado, o santo procura melhorar a cada dia porque tem consciência de seus atos e na caridade procura arrepender-se e sempre melhorar e, confiando na misericórdia do Pai, com a ajuda da graça evitam o pecado, mas se pecarem, arrependidos como o filho pródigo, voltam ao colo do Pai misericordioso. “O pecador não pode ficar no remorso, mas, no arrependimento buscar misericórdia”. Ser santo implica em nós:

 

Liberdade e responsabilidade: O ser humano é chamado a alcançar essa realização de forma livre, por meio de suas escolhas e ações conscientes.

 

Consciência moral: A consciência é o guia interno que ajuda a pessoa a discernir o bem prometido por Deus.

 

Crescimento interior: A vida humana, tanto sensível quanto espiritual, é um campo de crescimento pessoal e moral.

 

Graça e virtude: Com a ajuda da graça divina, a pessoa pode crescer em virtudes, evitar o pecado e, se cair, buscar a misericórdia de Deus como o filho pródigo.

 

Meta final: Tudo isso culmina na perfeição da caridade — o amor pleno e verdadeiro.

Daí podemos compreender aquilo que diz a Sagrada Escritura. “Sede santos como eu sou santo!” (Levítico 11, 44; 1Pedro1, 16) – o que parecia impossível se torna possível quando entendemos quem somos e qual é a nossa essência.                 

 

Portanto, os santos são nossos exemplos de quem nesta vida viveram suja fé de maneira heroica em uma profunda intimidade com Deus. Eles formam conosco uma só Igreja. Não estão dormindo como muitos pensam, mas estão ativos no céu ocupando o lugar que Deus preparou e, ao mesmo tempo oram por nós e louvam a Deus face a face.

 

          Eles, enquanto viveram neste mundo, negaram a si mesmo para viver uma profunda comunhão com Deus, a tal ponto de unir suas vidas a Cristo.

          Dessa maneira eles não retém nada pra si, mas para Deus e para os irmãos.

          Vivendo ainda neste mundo eles dão testemunho encarnado o amor de Cristo na pessoa do necessitado.

          Cada um de maneira particular busca viver sua espiritualidade seja pelas boas obras a exemplo do Cristo misericordioso, seja pela vida de Oração contemplativa.

          Santo quer dizer, separado. Aquele que Deus separou e chamou para a santidade demonstra desde cedo particularidades especiais que os tornam diferentes dos demais, não por orgulho, mas, porque bebem de uma fonte especial que é o próprio Cristo.

 

          Os Santos Canonizados

         

          Existem muitos santos, seja os que conhecemos porque a Igreja os oficializou no Catálogo dos santos (canonizados), ou ainda, aqueles tantos que ainda foram reconhecidos pela Igreja, mas, que vivos praticaram o bem e no estão na glória eterna, isto é, participam da Igreja triunfante.

A santidade é uma metade todo crente, ela começa aqui, vivendo neste mundo e se concretizará no Céu. Está escrito “sede santos como Eu sou Santo”. A santidade é para todos, não é somente para alguns. Ser santo é a primeira vocação do cristão. Para que serve a Igreja, a doutrina, o Evangelho, os sacramentos, senão para nos tornar santos.

Quando falamos santos, devemos falar de santidade. E o que é a santidade? A santidade é: Entender que vivendo no mundo não somos do mundo, estamos de passagem. Nossa caminhada começa aqui, mas, termina na eternidade.

Recentemente tivemos a canonização de São Carlo Acutis. E qual era sua frase mais conhecida? A sua frase mais conhecida era “minha meta é o Céu”. Carlo tinha uma meta, chegar ao Céu. Isto é ser santo. Ele desejava de todo coração a santidade. Estar junto de Deus. Por isso, ele buscou de todas as formas se referenciar em dois espelhos, a Virgem Maria, que ele chamava de “a única mulher da vida dele” e São Francisco de Assis, no amor aos pobres. Além disso, ao mesmo tempo em que ele vivia uma vida de Oração e intimidade com Jesus na Eucaristia e levava Jesus para as pessoas fazendo-as conhece-lo através dos milagres eucarísticos. Ele evangelizava através da Internet. Também lhe sobrava tempo para fazer a caridade. Separava o tênis, a blusa o que tinha de melhor para doar aos pobres que encontrava pelo caminho.

Os santos deixam seus sinais e seus exemplos por onde passam. Eles não fazem como os fariseus que demonstravam em praça pública seus atos de caridade para serem elogiados pelo povo. Mas, agem com discrição, porque a discrição também é caridade. E nos seus exemplos as pessoas se espelham e se tornam melhores.

Os santos não exigem nada para si. Porque eles se entregam ao amor a Deus e ao próximo. (Cf. João15, 12)

 

Santa Teresinha do Menino Jesus, era carmelita. Vivia no convento, na clausura. No entanto, ela se dedicava à Oração, principalmente pelos sacerdotes. Sua vida de grande intimidade com Cristo na vida contemplativa e amor pela Igreja nos faz também lembrar que devemos rezar mais pelos nossos sacerdotes e buscar sempre nos aproximar mais de Deus pela Oração. Santa Teresinha entendeu bem a Palavra que diz: “Orai sem cessar!” (Cf. 1Tessalonisensses 5, 16-18).

"Orar sem cessar" não significa falar com Deus continuamente, mas manter uma atitude de constante Oração, atenção à vontade de Deus e uma conversa ininterrupta com Ele em cada momento da vida. É um convite a viver em dependência constante do Senhor, como se a oração fosse uma respiração espiritual. Está associada à gratidão em todas as circunstâncias, sendo esta considerada a vontade de Deus para todos os que creem em Cristo Jesus.

 

São Francisco de Assis, era um jovem rico, filho de um nobre comerciante, desejava muito ser cavaleiro. No entanto, ao ser aceito no grupo de cavaleiros, pelo caminho ouviu a voz de Jesus a lhe chamar para “reconstrução da sua Igreja”. O seu coração ardeu pelo chamado e, ele abandonou tudo para se dedicar aos mais pobres, aos doentes. Sua vida de nobre foi deixada para trás para viver uma vida simples de amor pelos pobres e pela natureza enxergando não só nos homens, mas nas criaturas a imagem de Deus as quais ele chamava de irmãos. Junto com outros que sentiram o mesmo chamado fundaram a Ordem dos Franciscanos. Viveu na pobreza, na austeridade, mas se enriqueceu de todas as virtudes para viver a radicalidade do amor ao próximo. Nada era para si, mas para Deus na pessoa dos mais necessitados. “Aquele quiser me seguir, renuncie-se a si mesmo tome sua cruz e siga-me!” (Cf. Mateus 16, 21-27). Nada era para si, mas por amor a Deus e ao próximo.

 O seguimento de Jesus leva à cruz, pois a vivência das atitudes e opções d’Ele vai nos colocar em conflito com os poderes contrários ao Evangelho. São Francisco enfrentou muitas dificuldades, nunca desistiu. Não carregou somente a sua cruz, carregou também as cruzes de seus irmãos necessitados arrasados pela fome e pela doença. Procurava transmitir a paz e fazendo o bem mostrou que onde a há Cristo não pode faltar a esperança e a salvação. Que Jesus está conosco sempre e que devemos enxerga-lo sempre nas pessoas e na natureza. Ensinou-nos o respeito pelas criaturas de Deus, o amor e o cuidado com a natureza.

Carregar a cruz, não é aguentar qualquer sofrimento passivamente. Se fosse assim, a religião seria masoquismo! Carregar a cruz é viver as consequências de uma vida coerente com o projeto do Pai, manifestado em Jesus. Segui-Lo não é tanto fazer o que Jesus fazia, mas o que Ele faria se estivesse aqui hoje. Como Ele foi morto, não pelo povo, mas por grupos de interesse bem definidos “os anciãos, os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei” (a elite dominante em termos econômicos, religiosos e ideológicos), os seus seguidores entrarão em conflito com os grupos que hoje representam os mesmos interesses. Por isso, sempre haverá a tentação de criarmos um Jesus “light”, sem grandes exigências, limitado a religião à uma religião intimista e individualista, sem consequências sociais, políticas, econômicas ou ideológicas.

 

Santa Dulce dos pobres, foi uma freira brasileira nascida em Salvador, Bahia, em 1914.

Aos 18 anos, ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão, Sergipe, escolhendo o nome de Irmã Dulce em homenagem à sua mãe, que falecera quando ela tinha apenas sete anos.

Dedicada aos pobres e necessitados, fundou as Obras Sociais Irmã Dulce, uma das maiores instituições filantrópicas do Brasil.

Essa mulher dedicou sua vida na ajuda dos pobres e doentes, enfrentou todo um sistema para lutar pelo direito dos necessitados. Ela não tinha nada para si, tudo que tinha era para Deus e para os pobres, os doentes. Desde a infância, demonstrava grande compaixão pelos pobres, e na adolescência já acolhia mendigos e doentes em sua casa.

Toda uma vida dedicada à caridade, pois, guardava as palavras de São Paulo quando nos disse que pode o homem ser tudo, até falar a língua dos homens e dos anjos, mas, se não tiver amor, om homem não é nada. Porque o maior bem que o homem pode ter é o amor.

  

Santo padre Pio de Pietrelcina. Sacerdote italiano, da Ordem dos frades franciscanos menores, os “Capuchinhos”. Tinha por missão a salvação das almas. De espiritualidade elevada, teve sua vida inteiramente ligada à paixão de Nosso Senhor, pelos seus estigmas. Sua missão era a salvação das almas e o cuidado para com os doentes. Além de seu ministério sacerdotal de onde ele fazia inúmeros milagres, fundou um hospital. Sua vida estava ligada à paixão de Cristo. Passava grandes momentos em Oração e passava horas no confessionário ouvindo confissões.

Nada era para si, mas, para Deus e ao próximo. Toda sua vida foi de provações e privações. Mas sempre estava do lado dos que mais precisavam. Além de salvar as almas pelo sacramento da Confissão, também convertia ateus e céticos que vendo seu exemplo de vida consagrada e seus milagres se convertiam à fé católica.

Esse grande homem, a exemplo do fundador de sua Ordem, São Francisco de Assis, entregou sua vida pelo amor a Cristo na pessoa dos necessitados.

 

Santa Madre Teresa de Calcutá. Freira, viveu em Calcutá, na Índia. Nascida em 1910, trabalhou como professora até decidir ir para as favelas de Calcutá para servir os necessitados. Fundou sua congregação em 1950 e, pelo seu trabalho humanitário. Nada era para si, tudo para Deus e os pobres. Essa mulher assim como Irmã Dulce, viveu sua vida para ajudar as pessoas necessitadas. Os doentes, os mendigos. A freira que via nos pobres e doentes o rosto de Jesus. Muitas vezes incompreendida, difamada, perseguida, mas nunca desanimava. Uma particularidade: tinha os pés deformados porque preferia calçar sapatos velhos, com números menores, para dar os calçados melhores aos que precisava.

 

Santo Afonso de Liguori, era italiano, foi sacerdote e bispo. Era advogado de profissão. Filho de nobres. Largou tudo, se tornou sacerdote para se dedicar à evangelização dos mais podres, dando assistência material e espiritual, primeiramente a um grupo de cabreiros, (pastores) e depois, sentido a necessidade de expandir a missão pelo mundo fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, os missionários redentoristas como o lema “Copiosa é a Redenção”. Chegou aos muitos lugares do mundo, inclusive, o Brasil. Estabelecendo as Santas Missões, de onde se pregava o amor de Deus pelos pecadores. Santo Afonso se tornou bispo e doutor da Igreja, escreveu inúmeras obras, dentre elas a sua maior, a “Teologia Moral”. Sua Congregação formou e fez outros santos, como São Geraldo Magela e São Clemente, e outros beatos.

 

São Vicente de Paulo (1581–1660). Foi um padre católico francês e um dos grandes protagonistas da Reforma Católica, conhecido por sua dedicação aos mais pobres e pela fundação de importantes instituições de caridade, como a Congregação da Missão (Lazaristas) e as Filhas da Caridade. Nascido em uma família humilde, após ser capturado por piratas e escravizado, foi libertado ao converter seu dono, o que o marcou profundamente e o guiou em sua vocação para o serviço aos necessitados. Sua vida foi marcada pela organização da assistência aos pobres, pela organização de hospitais e pela busca de justiça social, culminando em uma vida de santidade e legado duradouro.

Na Igreja, vemos os grupos vicentinos, as “Conferências Vicentinas”, que é um movimento pastoral, cuja missão é ajudar os pobres e doentes é inspirada no trabalho missionário de São Vicente de Paulo.

 

E assim, tantos outros milhares de homens e mulheres que viveram de forma radical o Evangelho. Unindo suas pessoas à pessoa de Cristo. Eles não importavam com as dificuldades, se era frio ou calor. Em tudo via o amor de Deus, cada um de maneira particular, com uma espiritualidade particular, mas, com uma só meta: “Jesus Cristo deve ser amado e servido na pessoa dos pobres”. Então não é amar por amar, sem sentido. Mas é amar por enxergar não só a todos como irmãos, mas como imagem e semelhança de Deus.

Se formos escrever aqui tudo que os santos fizeram neste mundo como modelos de santidade para nós, daria um livro mais espesso que a Bíblia. Porque Jesus disse: “Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, (João 14, 12-14).

Esses homens e mulheres que estão no céu, que a Igreja os chama de “Bem-aventurados” (Beatos), ou de santos. Eles não se tornaram santos da noite pro dia, nem nasceram santos. Tiveram uma vida inteira de trabalho, em muitos casos, desde o processo de conversão até a adesão total ao amor de Deus. E porque são santos? Por si mesmos? Não. Por amor a Cristo. A santidade é uma obra de Deus. Mas cabe a um de nós viver a santidade.

O que nossa leva à santidade? A fé, o amor a Cristo e ao Evangelho. Mas, essa fé não é ficar de braços cruzados como creem os protestantes, “porque aceitei Jesus estou salvo, não me resta mais nada”. Pelo contrário, a santidade exige trabalho, metas a cumprir de cada um de nós. E a nossa vida deve se conectar com os valores do Evangelho. A fé deve ser exercitada, deve ser vivida. Jesus não veio só para nos dar a salvação objetiva, mas veio nos mostrar um novo caminho. A santidade não é algo que se espera lá na frente como um troféu, ela é um processo que se inicia aqui, neste mundo para além da eternidade. Se Cristo é Santo, temos que ser santos com ele. Caso contrário seria utopia participar da sua glória.

Então podemos responder a uma pergunta que muitos fazem: “Os santos fazem milagres?”. Sim, eles fazem milagres. Jesus mandou “ide e curai os doentes, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios”, (Mateus 10, 8-10) [...] – mas, se eles curam, se fazem milagres não é por si só, mas, através de Cristo.

Nós temos o costume de pedir a intercessão dos santos depois de mortos, mas, esquecemos que nós fazemos parte da comunidade dos eleitos e que existem muitos santos fazendo milagres em vida. E porque isso acontece? Porque a santidade começa aqui. Nós temos que amar uns aos outros, como pediu Jesus. Esse amor é para o serviço aos irmãos.

E quando acontece o milagre não é por obra humana, mas, é obra de Deus que opera porque atende a coração do justo. Não é assim que pedimos uns pelos outros?

Os santos participam do sacerdócio real de Cristo pelo batismo. Dentro do sacerdócio real de Cristo, participam da Mediação Única de Cristo. Isto é, eles não são intercessores por carácter salvífico, que único de Cristo, mas é dentro da Mediação de Cristo que eles são nossos intercessores e é dentro dela que nós aqui, enquanto viventes, igualmente podemos interceder através de Cristo uns pelos outros.

Logo, se não estivermos ligados a Cristo pela Mediação única, nem aqui, nem no Céu podemos interceder. Vale lembrar que quando nós pedimos a intercessão dos santos, estamos falando de Oração. A nossa Oração está dentro da Mediação de Cristo.

Os santos intercedem de várias maneiras. Seja diretamente a Deus, seja a uma pessoa ou autoridade. Veja, por exemplo, quando Santa Dulce foi fazer o hospital para atender os necessitados, ela usou a intercessão, de autoridades e pessoas da sociedade para que mediassem ao prefeito a suja obra. E quando não conseguia, ia ela mesma. Assim é no céu, a mediação dos santos não é para salvar dos pecados, é para conseguir a cura, a obra, tem um objetivo. Não confundir a Mediação única de Cristo, com a mediação secundária dos santos. Porque caso contrário, não nos seria lícito orar uns pelos outros.

E quando oramos uns pelos outros o fazemos por uma força maior que é o amor.

O amor é a força motivadora que nos faz trilhar o caminho da santidade.

Ao lermos as obras dos santos podemos ver que foram pessoas de atitudes. Movidas pelo Espírito Santo tiveram a coragem de vencer as dificuldades do mundo. Enfrentaram poderosos, sistemas corruptos, a até mesmo foram incompreendidos pela própria Igreja. Eles nunca desistiram. Resistiram até o final. A salvação não é para aqueles que ficam de braços cruzados por achar que “já creu e foi batizado” está salvo. Mas, a salvação é uma conquista que exige de nós que trabalhemos pelo Reino de Deus. E só será salvo aquele que persevera até o fim, (Mateus24, 13). 

“Nada para si, tudo para Deus e os irmãos”.  

 

Morrer em Cristo Jesus

 

Morrer em Cristo e ressuscitar com Cristo.

Para ressuscitar com Cristo é preciso morrer com Cristo, é preciso “deixar a moradia do nosso corpo, para ir morar junto do Senhor” (2 Coríntios5,8). Nesta ‘partida’, que é a morte, a alma é separada do corpo. Ela será reunida a seu corpo no dia da ressurreição dos mortos.

“Diante da morte, o enigma da condição humana atinge seu ponto mais alto”. Em certo sentido, a morte corporal é natural, mas pela fé ela é, na realidade, “a paga do pecado” (Romanos6, 23).

Para os que morrerem na graça de Cristo, é participação na morte do Senhor, a fim de poder participar também da sua ressurreição.

A morte é o término da vida terrestre. Nossas vidas são medidas pelo tempo, ao longo do qual passamos por mudanças, envelhecemos e, acontece com todos os seres vivos da terra, a morte aparece como fim normal da vida. Este aspecto da morte marca as nossas vidas com um caráter de urgência: a lembrança de nossa mortalidade serve também para nos recordar de que temos um tempo limitado para realizar nossa vida:

“Lembra-te de teu criador nos dias de tua mocidade [...] antes que volte ao pó à terra de onde veio, e o espírito retorne a Deus que o concedeu” (Eclesiastes12, 1-7).

 

A morte é consequência do pecado. Intérprete autêntico das afirmações da Sagrada Escritura e da tradição, o magistério da Igreja ensina que a morte entrou no mundo por causa do pecado do homem. Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus destinava a não morrer. A morte, foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou no mundo como consequência do pecado. “A morte corporal, à qual o homem teria sido subtraído se não tivesse pecado”, é assim, “o último inimigo” (1Corínmtios15, 26) do homem a ser vencido.

A morte é transformada por Cristo, Jesus, o Filho de Deus, sofreu também ele a morte, própria da condição humana. Todavia, apesar de seu pavor diante dela, a assumiu em um ato de submissão total e livre à vontade do Pai. A obediência de Jesus transformou a maldição da morte em bênção.

 

Graças a Cristo, a morte cristã tem um sentido positivo. “Para mim, de fato, o viver é Cristo e o morrer é lucro”, (Filipenses1, 21). “É dogma de fé esta palavra: Se já morremos com Ele, também com Ele ressuscitaremos” (2Timóteo2, 11). A novidade essencial da morte cristã está nisto: pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente “morto com Cristo”, para viver de uma vida nova. Se morremos na graça de Cristo, a morte física consuma este “morrer com Cristo” completa, assim, nossa incorporação a Ele em seu ato redentor:

 

“É bom para mim morrer em (‘eis’) Cristo, Jesus, melhor do que reinar até as extremidades da terra. É a ele que procuro, ele que morreu por nós: é ele que quero, ele que ressuscitou por nós. Meu nascimento aproxima-se. [...] Deixai-me receber a pura luz; quando tiver chegado lá, serei homem”.

 

Na morte, Deus chama o homem a si. É para isso que o cristão pode sentir, em relação à morte, um desejo semelhante ao de São Paulo: “partir para estar com Cristo” (Filipenses1, 23); e transformar a própria morte em um ato de obediência e de amor ao Pai, a exemplo de Cristo”.

 

[Quando vemos a história dos santos, principalmente a história da vida dos mártires, percebemos a grandeza dessas palavras, o quanto lhes agradava dar suas vidas em testemunho de Cristo. A certeza de que muito mais lhes aguardava na eternidade como prêmio eterno, muito mais era estar ligados a ELE pelo sacrifício, não por um mero acaso, a morte lhes conferia a certeza de que esta união era de fato a concretização destas palavras “viver é Cristo e morrer é lucro”. Portanto, já não importava os castigos que sofriam se mortos estariam para os seus perseguidores, mas, estariam vivos eternamente para a Deus tornando-se partícipes, com Ele de sua glória.]

 

“Meu desejo foi crucificado, [...] há em mim uma página viva que murmura e diz dentro de mim: “Vem para o Pai”. “Quero ver a Deus e, para vê-lo é preciso morrer”.

“Eu não morro, entro na vida”.

 

A visão cristã da morte é expressa, de forma privilegiada, na liturgia da Igreja:

“Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. Desfeito nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”.

A morte é o fim da peregrinação do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre, segundo o projeto divino, e para decidir seu destino último. Quando tiver terminado “o único curso de nossa vida terrestre, não voltaremos mais a outras vidas terrestres”. “Os homens morram uma só vez” (Hebreus9, 27). Não existe “reencarnação” depois da morte”.

 (Catecismo da Igreja Católica, parágrafos de 1005 a 1013)

 

Creio na Vida Eterna

 

O cristão, que une sua própria morte à de Jesus, vê a morte como um caminhar ao seu encontro e uma entrada da Vida Eterna. Depois de a Igreja, pela última vez, pronunciar as palavras de perdão da absolvição de Cristo sobre o cristão moribundo; marca-lo, pela última vez, com a unção fortificadora; dar-lhe o Cristo no viático como alimento para a viagem, lhe diz com doce segurança, estas palavras:

“Deixa este mundo, alma cristã, em nome do Pai Todo-Poderoso que te criou, em nome de Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo que sofreu por ti, em nome do Espírito Santo que foi derramado em ti. Toma teu lugar hoje na paz e fixa morada com Deus na santa Sião, com a Virgem Maria a mãe de Deus. Volta para junto de teu criador, que te formou do pó da terra. Que na hora em que tua alma sair de teu corpo se apressem a teu encontro a Maria, os anjos e todos os santos. Que possas ver teu Redentor face a face e possas contemplar a Deus pelos séculos dos séculos”.

 

 O juízo particular. – A morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina. Manifestada em Cristo. O Novo Testamento fala do juízo principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo, sem sua segunda vinda. Repetida vezes, porém, afirma também a retribuição, imediatamente após a morte, de cada um em função de suas obras e de sua fé. A parábola do pobre Lázaro e a palavra de Cristo na cruz ao bom ladrão, assim como outros textos no Novo Testamento, falam do destino último da alma, que pode ser diferente para uns e outros.

Cada homem recebe, sua vida imortal, a retribuição eterna a partir do momento da morte, num juízo particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do Céu, seja para condenar-se de imediato para sempre.

“No entardecer de nossa vida, seremos julgados sobre o amor.

 

[Continua na parte 2]


 

 

                        

 

 

 

 

 

   

 

 

 

      

                   

 

 

                         

 

      

 

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