São João Bosco (ou Dom Bosco) é o padroeiro da Juventude. Como Sacerdote lutou para que os jovens carentes pudessem ter acesso à educação. Ele foi um revolucionário lutando com as forças contrárias de sua época para dar uma vida digna aos jovens e tinha plena convicção que somente com a educação podia tirar os jovens da marginalidade. Vindo de uma família de simples camponeses, perdeu seu pai ainda cedo sendo criado pela sua mãe, que o educou dentro da religião e dos bons costumes.
Católica fervorosa apostou tudo no seu filho caçula a fim de que se tornasse um homem santo. Por outro lado, ele obedeceu sua mãe, seguiu suas orientações confiando sempre sua vida à proteção de Nossa Senhora e cuja invocava-lhe pelo nome de Auxiliadora.
Seu objetivo era Oração e Educação. Somente assim podia formar pessoas capazes e comprometidas. Formou colégios e a Congregação Salesiana.
É um santo de nosso tempo pois morreu ainda no Século XIX. Deixou uma imensa obra e hoje, várias são as comunidades e paróquias dedicadas ao seu nome. Seu exemplo perdura até hoje. "Educação não se faz com violência, mas, com amor."
João Bosco nasceu em 16 de agosto de 1815 no vilarejo nas colinas de Becchi, Itália.
Filho
de Francesco Bosco e Margherita Occhiena. Era seu filho mais novo. Seus pais eram
agricultores da Família Mogliana.
João Bosco nasceu em uma época de grande
escassez e fome no interior do Piemonte, após a devastação causada pelas
guerras napoleônicas e pela seca em 1817.
Seu
pai, Francesco morreu, deixando-o com apenas dois aninhos sua mãe, Margherita
ficou com a tarefa de cuidar das crianças. Ela teve um forte papel na formação
e na personalidade de Bosco, e foi uma das primeiras defensoras dos ideais de
seu filho.
Em
1825, quando tinha nove anos, Bosco teve o primeiro de uma série de sonhos que
desempenhariam um papel influente em sua perspectiva e trabalho. Este primeiro
sonho "deixou uma impressão profunda nele pelo resto da vida",
segundo suas próprias memórias. Aparentemente, Bosco viu uma multidão de
meninos muito pobres que brincavam e blasfemavam, e um homem que "aparecia
com roupas nobres, de porte masculino e imponente". O homem disse-lhe:
"Você terá que conquistar esses seus amigos não com socos, mas com gentileza
e bondade. Portanto, comece agora mesmo a mostrar-lhes que o pecado é feio e a
virtude bela".
João
Bosco, aos dez anos de idade, no oratório festivo, começou a observar a atitude
de seus colegas de classe e, em todas as lutas, era o árbitro. Os meninos mais
velhos tinham medo dele porque João Bosco conhecia seus pontos fortes e fracos.
Quando
os artistas que viajavam se apresentaram em um banquete local nas colinas
próximas, João observou e estudou os truques dos malabaristas e os segredos dos
acrobatas. Em seguida, ele mostrava suas habilidades como malabarista, mágico e
acrobata, com orações antes e depois da apresentação.
O
dinheiro que ele precisava para preparar todos os shows foi retirado da venda
dos pássaros que caçava e o dinheiro que sua mãe lhe deu porque ela confiava
nele.
A
pobreza impediu qualquer tentativa séria de educação. Os primeiros anos de João
foram gastos como pastor e ele recebeu sua primeira instrução de um pároco.
Pensa-se que suas experiências de infância o inspiraram a se tornar um padre.
Na época, ser padre era geralmente visto como uma profissão para as classes
privilegiadas, e não para os agricultores, embora não fosse desconhecido.
Alguns biógrafos retratam seu irmão mais velho Antonio como o principal
obstáculo para a ambição de Bosco de estudar, quando o irmão protestou que João
era apenas "um agricultor como nós!".
Numa
manhã fria de fevereiro de 1827, João deixou sua casa e foi procurar emprego
como criado de fazenda. Aos 12 anos, ele achou a vida em casa insuportável por
causa das brigas contínuas com Antônio. Ter que enfrentar a vida sozinho em uma
idade tão jovem pode ter desenvolvido suas simpatias posteriores para ajudar
meninos abandonados.
Depois
de implorar sem sucesso pelo trabalho, Bosco acabou na fazenda de vinhos de
Louis Moglia. Embora Bosco pudesse estudar sozinho, ele não pôde frequentar a
escola por mais dois anos. Em 1830, ele conheceu José Cafasso, um jovem padre
que identificou algum talento natural e apoiou sua primeira escola. Em 1835, Bosco
entrou no seminário de Chieri, próximo à Igreja da Immacolata Conceição.
Assim
disse D. Margarida Occhiena, sua mãe às vésperas dele entrar para o seminário:
“Meu
Joãozinho, acabas de vestir a batina. Podes calcular a alegria e a doçura? Esse
fato enche o meu coração”.
“Lembra-te,
porém, que não é o hábito que honra o teu estado, mas as virtudes que
praticares. Se por desgraça vieres um dia a duvidar de tua vocação, por
caridade, não desonre a batina!”
“Deixa-a
imediatamente, porque prefiro ter como um filho um pobre camponês, do que um
padre negligente nos deveres”.
“Quando
nasceste eu te consagrei à Nossa Senhora; quando começaste teus estudos, eu te
recomendei quase exclusivamente a devoção a Santa Virgem; pois, agora também
recomendo-te que sejas todo dela.”
“Ama
os companheiros que a amam; e se chegares ser um dia sacerdote recomenda sempre
a devoção à Nossa Senhora...”
Aqui
parou pela comoção. O filho chorava...
“Ser mãe de um sacerdote obriga-me a
ser a melhor filha de Deus, a ser exigente no meu viver de cristã, no
testemunho de uma vida autêntica e coerente, vivida pela fidelidade a Cristo e
ao Evangelho”. (Trecho do testemunho de um padre)
Em
1841, após seis anos de estudo, ele foi ordenado sacerdote na véspera do
domingo da Trindade pelo arcebispo Franzoni, de Turim.
A Idade adulta de Dom
Bosco
Naquela
época, a cidade de Turim tinha uma população de 117.000 habitantes.
Ele
refletia os efeitos da industrialização e da urbanização: numerosas famílias
pobres viviam nas favelas da cidade, tendo vindo do campo em busca de uma vida
melhor. Ao visitar as prisões, Dom Bosco ficou perturbado ao ver tantos meninos
de 12 a 18 anos de idade. Ele estava determinado a encontrar um meio de impedir
que terminassem aqui. Devido ao crescimento populacional e à migração para a
cidade, Bosco considerou os métodos tradicionais do ministério paroquial
ineficientes. Ele decidiu que era necessário tentar outra forma de apostolado,
e começou a encontrar os meninos onde eles trabalhavam e se reuniam em lojas e
mercados. Eles eram pavimentadores, cortadores de pedra, pedreiros, rebocadores
que vinham de lugares distantes, recordou em suas breves memórias.
Alguns
dos meninos não dormiam e dormiam embaixo de pontes ou em dormitórios públicos
sombrios. Por duas vezes, ele tentou fornecer acomodações em sua casa. A
primeira vez que roubaram os cobertores; no segundo em que esvaziaram o
palheiro. Ele não desistiu. Em maio de 1847, ele abrigou um menino de Valencia,
em um dos três quartos que estava alugando nas favelas de Valdocco, onde morava
com a mãe. Ele e "Mamma Margherita" começaram a acolher órfãos. Os
meninos abrigados por Dom Bosco eram 36 em 1852, 115 em 1854, 470 em 1860 e 600
em 1861, 800 é o máximo mais tarde.
Bosco
e seu oratório se mudaram pela cidade por vários anos; ele foi expulso de
vários lugares em sucessão. Depois de apenas dois meses com sede na igreja de
St. Martin, todo o bairro expressou sua irritação com o barulho vindo dos
meninos brincando. Uma queixa formal foi apresentada contra eles no município.
Também circulavam boatos de que as reuniões conduzidas pelo padre com seus
filhos eram perigosas; sua recreação poderia ser transformada em uma revolução
contra o governo. O grupo foi despejado.
Dom Bosco e a política em
Turim
O
cenário político do Piemonte e em toda Itália era de caráter revolucionário,
com inúmeros conflitos entre o Estado em formação e a Igreja Católica, durante
todo o período do Risorgimento. Seus biógrafos registram sua amizade com
políticos como Camilo de Cavour e Humberto Ratazzi, pessoas influentes como a
Marquesa Barolo, a amizade direta com o Papa Pio IX e com o Papa Leão XIII.
Localmente, o Arcebispo de Turim que ordenou São João Bosco, Dom Luigi Fransoni
esteve tanto no exílio como preso, tendo recusado os últimos sacramentos ao
ministro Santa Rosa e por isso tendo sido repreendido pelo Rei Vítor Emanuel.
Seu sucessor, Dom Lorenzo Gastaldi, teve uma longa disputa com São João Bosco,
que resultou num processo canônico. A paz entre ambos só se fez mediante
decisão de Leão XIII. As relações com políticos italianos e com papas, de forma
muito direta, teriam dado a João Bosco uma posição política que parecia,
sobretudo ao bispo Gastaldi, ameaçar a ordem hierárquica da Igreja.
Fundação
dos Salesianos
Bosco pensava em organizar uma
associação religiosa, contudo, o contexto político da unificação da Itália, a
disputa pela separação entre Estado e Igreja, não estimulavam a criação de uma
ordem religiosa nos moldes tradicionais.
Bosco pensava em organizar uma
associação religiosa, contudo, o contexto político da unificação da Itália, a
disputa pela separação entre Estado e Igreja, não estimulavam a criação de uma
ordem religiosa nos moldes tradicionais.
O ministro Umberto Ratazzi lhe
sugeriu organizar uma sociedade de cidadãos que se dedicasse às atividades
educativas realizadas pelos oratórios em moldes civis. Bosco propõe a Sociedade
de São Francisco de Sales, que seria vista como uma associação de cidadãos aos
olhos do Estado e como uma associação de religiosos perante a Igreja. Após
consultar o Papa Pio IX, Bosco recebeu de seus companheiros padres,
seminaristas e leigos a adesão à Sociedade de São Francisco de Sales em 18 de
dezembro de 1859 e em 14 de março de 1862, os primeiros salesianos fizeram os
votos religiosos de castidade, pobreza e obediência. A partir de 1863, além dos
oratórios, os salesianos passam a se dedicar também aos colégios e escolas
católicas para meninos e jovens. Com a separação entre Estado e igreja, há
forte demanda por escolas católicas, fazendo com que esse tipo de instituição
se dissemine rapidamente. As regras da Sociedade, chamadas de Constituições,
foram aprovadas pela igreja em 1874. Em sua morte, em 1888, a Sociedade contava
com 768 membros, com 26 casas fundadas nas Américas e 38 na Europa.
Fundação da Congregação Filhas de Maria Auxiliadora
Em
1861, na cidade italiana de Mornese, Maria Domingas Mazzarello convida sua
amiga Petronilla para juntas organizarem uma oficina de costura para meninas. Em
1861, na cidade italiana de Mornese, Maria Domingas Mazzarello convida sua
amiga Petronilla para juntas organizarem uma oficina de costura para meninas.
Em 1863 a oficina começa a acolher meninas órfãs. O seu trabalho é
supervisionado pelo Pe. Domingos Pestarino, que havia se associado aos
salesianos. Com o auxílio de Pestarino, Bosco propõe às jovens que se organizem
como uma congregação religiosa, com o nome de Filhas de Maria Auxiliadora e em
5 de agosto de 1872 as primeiras salesianas fazem seus votos. Maria Mazzarello
foi a primeira superiora da congregação.Em 1863 a oficina começa a acolher
meninas órfãs. O seu trabalho é supervisionado pelo Pe. Domingos Pestarino, que
havia se associado aos salesianos. Com o auxílio de Pestarino, Bosco propõe às
jovens que se organizem como uma congregação religiosa, com o nome de Filhas de
Maria Auxiliadora e em 5 de agosto de 1872 as primeiras salesianas fazem seus
votos. Maria Mazzarello foi a primeira superiora da congregação.
De
início, a proposta da Sociedade de São Francisco de Sales incluía, padres,
irmãos e leigos externos, porém essa forma de organização não foi aprovada pela
igreja católica, que queria apenas padres e irmãos, como nas demais
congregações. Sendo assim, Bosco propôs a associação leiga dos Salesianos
Cooperadores, que foi aprovada em 1876 pelo Papa Pio IX. O objetivo era o mesmo
da Sociedade de São Francisco de Sales, a saber: o trabalho educativo e
catequético junto aos meninos e aos jovens. Em sua forma de associação,
tornou-se uma sociedade mista, com homens e mulheres leigos.
OS SONHOS
Há
controvérsia se seriam sonhos, visões ou premonições. O próprio São João Bosco
parece que não sabia muito bem como lidar com esses eventos. Por fim, decidiu
dar-lhes atenção, pois muitas vezes eram sonhos de caráter premonitório, que o
avisavam sobre a morte iminente de algum aluno ou salesiano. Era seu costume
contar o sonho a seu confessor ou diretor espiritual antes de contá-lo aos
demais. Com relação aos sonhos de São João Bosco, o (beato) Papa Pio IX,
ordenou-lhe que consignasse tudo por escrito, em seu sentido literal e de forma
detalhada, para maior estímulo dos filhos da Congregação Salesiana.
A
sua biografia conta que ele teve inúmeros sonhos, desde o primeiro, ainda na
infância, quando se vê brigando com outros meninos e um homem – de acordo com
os símbolos do sonho, Jesus Cristo - se aproxima e lhe diz para educar Não com
pancadas, mas com mansidão e caridade.
O SONHO DE DOM BOSCO E
BRASÍLIA
Em
outro sonho, vê, entre os paralelos 15 e 20 do hemisfério sul, um lugar de
muita riqueza, próximo a um lago:
“Tra il grado 15 e il 20 grado vi era un seno assai lungo e assai
largo que partiva di un punto che formava un lago. Allora una voce disse
ripetutamente, quando si verrano a scavare le miniere nascoste in mezzo a
questi monti di quel seno apparirà qui la terra promessa fluente latte e miele,
sarà una ricchezza inconcepibilie”.
(Memorie Biografiche, XVI,
385-394)
Esse
lugar é atribuído por alguns intérpretes como sendo Brasília, motivo pelo qual
São João Bosco é considerado um dos padroeiros dessa cidade brasileira.
Morte
e Canonização
João
Bosco morreu no dia 31 de janeiro de 1888. Seu funeral foi assistido por
milhares de pessoas.
Uma manifestação popular surgiu para que ele
fosse canonizado. A Arquidiocese de Turim investigou e testemunhas foram
chamadas para determinar se Bosco era digno de ser declarado santo.
Os Salesianos, Filhas e Cooperadores deram
testemunhos de apoio. Mas muitos se lembraram das controvérsias de Bosco na
década de 1870 com o arcebispo Gastaldi e alguns outros da hierarquia da Igreja
que o consideravam um canhão solto e um "negociante de rodas". No
processo de canonização, ouviram-se testemunhos de como ele percorreu Gastaldi
para ordenar alguns de seus homens e sobre a falta de preparação acadêmica e
decoro eclesiástico. Desenhos políticosa partir da década de 1860 e depois o
mostrou sacudindo dinheiro dos bolsos de velhinhas ou indo para a América com o
mesmo objetivo. Esses desenhos não foram esquecidos. Os opositores de Bosco,
incluindo alguns cardeais, estavam em posição de bloquear sua canonização. Por
volta de 1925, muitos salesianos temiam que tivessem sucesso.
O
Papa Pio XI conhecia Bosco e impulsionou a causa. Pio XI beatificou Bosco em 2
de junho de 1929 e o canonizou no domingo de Páscoa (1 de abril) de 1934,
quando recebeu o título de "Pai e Mestre da Juventude".
Enquanto
Bosco era conhecido popularmente como o santo padroeiro dos ilusionistas, em 30
de janeiro de 2002, Silvio Mantelli solicitou ao Papa João Paulo II que
declarasse formalmente Bosco o patrono dos mágicos de palco. Mágicos católicos
que praticam a magia do evangelho veneram Bosco, oferecendo espetáculos de
mágica gratuitos para crianças carentes no dia da festa.
O
trabalho de Bosco foi realizado pelo seu primeiro aluno, colaborador e
companheiro, Miguel Rua, que foi nomeado reitor-mor da Sociedade Salesiana pelo
Papa Leão XIII em 1888.
Bosco
foi o tema da cinebiografia Don Bosco de 1935, dirigida por Goffredo
Alessandrini. Ele foi interpretado pelo ator Gian Paolo Rosmino.
Bosco
também foi o tema de um filme italiano de 2004, São João Bosco: Missão ao Amor
e também do filme de 1988, Don Bosco, interpretado por Ben Gazzara.
Tendo
participado do período do Risorgimento e se relacionado com seus atores
principais, Dom Bosco acabou por participar, indiretamente, da resolução do
último aspecto que aquele movimento deixou em aberto para o século XX: a
Questão Romana.
O
momento da beatificação de Dom Bosco (1929) coincide com a Concordata de São
João de Latrão, celebrada entre Benito Mussolini e o Cardeal Pietro Gasparri,
com a aprovação do Papa Pio XI. A coincidência não é gratuita, mas representa
naquele momento, uma expressão de nacionalismo italiano, com Mussolini, que
estudara um ano no colégio salesiano de Faenza, elogiando Dom Bosco e com Pio
XI pondo fim ao poder temporal da Igreja, permitindo a final unificação da
Itália e considerando Mussolini um "homem da Providência". Na
canonização de Dom Bosco em (1934) o contexto será bem outro. Descontente com
os rumos do fascismo e do nazismo, Pio XI escreverá duas encíclicas, uma em
alemão e outra em italiano, condenando ambas as ideologias.
O
uso político da popularidade e italianidade de Dom Bosco e dos salesianos é
recorrente na Itália. Em 2005, o então primeiro-ministro Silvio Berlusconi
visitou o Instituto Salesiano Santo Ambrósio, em Milão, onde foi aluno, para
recordar que aprendera com Dom Bosco que "é preciso estar de acordo com
todos".
O
sonho das duas colunas
Pintura
representando o sonho profético de Dom Bosco sobre o futuro da Igreja.
No
fundo da Basílica de Maria Auxiliadora em Turim, procurada por Dom Bosco, está
a pintura que representa o famoso "Sonho das duas colunas",
considerado profético sobre o futuro da Igreja.
O
sonho, contado pelo futuro santo na noite de 30 de maio de 1862, descreve uma
terrível batalha no mar, desencadeada por uma multidão de barcos contra um
único navio grande, que simbolizaria a Igreja Católica.
O
navio, atingido repetidamente, é liderado pelo papa para ancorar, seguro e
vitorioso, entre duas colunas altas que emergiram do mar. Este último
representaria o primeiro a Eucaristia, simbolizada por um grande anfitrião com
a palavra "Salus credentium", o segundo Maria, simbolizada por uma
estátua do Imaculado com a inscrição "Auxilium Christianorum".
Na
noite de 13 de setembro de 1953, o abençoado Cardeal Schuster, então arcebispo
de Milão, que estava em Turim como o Legado Papal no Congresso Eucarístico
Nacional, dedicou uma parte significativa de sua homilia a esse sonho durante o
solene fechamento pontifício.
Os
milagres para a beatificação
Para
os propósitos da beatificação, a Igreja Católica considera um milagre necessário:
no caso de Dom Bosco, ele considerou curas milagrosas de Teresa Callegari e
Provina Negro.
Em
Castel San Giovanni, na província de Piacenza, Teresa Callegari, de 23 anos, em
novembro de 1918, adoeceu com pneumonia de origem gripal. Hospitalizada, ela se
recuperou de uma pneumonia, mas, durante sua convalescença, adoeceu com
poliartrite infecciosa rebelde a cada tratamento. A patologia tornou-se crônica
e, em 1921, também devido a complicações, a mulher não podia mais comer e os
médicos se desesperavam em salvá-la.
A
conselho de um amigo, ele iniciou uma novena a Dom Bosco, repetida em julho do
mesmo ano. Em 16 de julho, oitavo dia da novena, a situação se deteriorou ainda
mais e pensou-se que a jovem estava prestes a morrer. Este último, no entanto, às
4 da manhã do dia 17, como relatou mais tarde, teria visto Dom Bosco avançando
em direção à sua cama de hospital, ordenando que ela se levantasse: saiu da
cama sem sentir nenhum desconforto e, ao ver o imagem do padre, ele correu
gritando para os outros pacientes incrédulos.
No
dia seguinte, os médicos, incluindo o Dr. Miotto, verificaram a recuperação,
que foi confirmada durante o processo apostólico também pelos médicos Ghisolfi
e Fermi e, posteriormente, pelos médicos Chiays, Sympa e Stampa.
O processo de
beatificação durou até 1929, ano em que, em 19 de março, a Igreja declarou
milagrosa que a cura, instantânea, completa e definitiva, não parecesse
cientificamente explicável. Nesta ocasião, a cura da irmã Provina Negro,
pertencente à congregação das Filhas de Maria Auxiliadora, também foi declarada
um milagre: sua súbita recuperação de uma forma grave de úlcera estomacal foi
examinada paralelamente à de Teresa Callegari e atribuída à intercessão de Dom
Bosco.
Canonização de Dom Bosco
Em
1° de abril de 1934 o Papa Pio XI proclamou santo o sacerdote turinês João
Bosco (1815-1888). Nesta data celebrava-se a Solenidade da Páscoa e
Encerramento do Jubileu extraordinário da Redenção.
O
processo de beatificação e canonização de São João Bosco teve início em Turim,
no dia 4 de junho de 1890 e durou 34 anos.
Durante
o processo romano (1907-1927) surgiram objeções à beatificação de Dom Bosco. As
acusações se referiam à chamada “astúcia” dele para o sucesso pessoal e ganho
econômico. Acusaram-no ainda de não mostrar-se transparência ao garantir
esmolas e heranças e de desobediência quase sistemática ao Arcebispo de Turim,
Dom Gastáldi.
Tais
acusações foram comprovadamente infundadas no decorrer do processo. No
encerramento do processo romano, em 8 de fevereiro de 1927, o Papa Pio XI
declara:
“O venerável Dom Bosco pertence à
magnífica categoria de homens escolhidos em toda a humanidade, a esses colossos
de grandeza benéfica; e a sua figura facilmente se recompõe se à análise
minuciosa, rigorosa, das suas virtudes, qual se fez nas precedentes discussões,
longas e reiteradas, suceder a síntese que, reunindo as esparsas linhas, a
restitui admirável e grande: uma figura magnífica, que a imensa e insondável
humildade, não conseguia esconder”.
Dom
Bosco foi beatificado no dia 2 de junho de 1929 e, na homilia de 1° de abril de
1934, foi declarado como o “apóstolo da juventude, inteiramente dedicado à
glória de Deus e à salvação das almas”, que se distinguiu pela audácia dos
conceitos e a modernidade dos meios, em ordem à educação completa da pessoa
humana: educação que – segundo o pensamento de Pio XI, não se devia limitar
apenas a avigorar o corpo, mas devia mirar a todo o seu ser, a promover a
formação nas ciências, sem entretanto descurar nunca as verdades divinas e
sobrenaturais.
O dia em honra de sua memória é 31 de janeiro - data de sua morte.
Dito
em outras palavras, a canonização de Dom Bosco relembra aos educadores de hoje
a legitimidade perene do Sistema Preventivo, fundado na razão, na religião e na
bondade (`amorevolezza`), e objetivando a construção do honesto cidadão e do
bom cristão: um sistema educativo comprovado, em pouco mais de um século, por
uma falange de modelos da santidade juvenil como Domingos Sávio, Laura Vicuña,
os Cinco Jovens Mártires de Poznań, Alberto Marvelli, os Jovens Mártires
espanhóis, o índio Zeferino Namuncurá…
Por
este motivo o sacerdote turinês João Bosco entregou a sua vida, desafiando os
“bempensantes” de todos os tempos. Por isso ele praticou heroicamente as
virtudes. É por isso que ele é santo, e permanece para sempre na glória de
Deus.
“Tudo
eu daria para ganhar o coração dos jovens e assim poder apresentá-los como
presente ao Senhor.”
“Tratemo-nos
uns aos outros com gentileza, cortesia e caridade.”
“Sejam
firmes no propósito de impedir o mal e fazer o bem, mas sejam sempre dóceis e
amáveis, perseverantes e prudentes.”
“Seja
com Deus como o passarinho que sente tremer o ramo, mas continua a cantar,
porque sabe que tem asas.”
“Quero
ensinar um método de vida cristã que seja alegre, mostrando os verdadeiros
prazeres de modo que vocês possam dizer: Sirvamos o Senhor com alegria”.
“Que
os jovens não sejam amados, mas que eles próprios saibam que são amados”.
“Que
sendo amados nas coisas que lês agradam, aprendam a ver o amor nas coisas que naturalmente
pouco lhes agradam”.
“Prometi
a Deus que até meu último suspiro seria para os jovens”.
“O
meu sistema?” “Simplíssimo”. “Deixar aos jovens plena liberdade de fazer o que
lhes agrada. O problema é descobrir neles germes de boa disposição e procurar
desenvolvê-los”.
“Se
fizermos o bem encontraremos o bem nesta vida e na outra”.
“A
formação dos jovens consiste em duas coisas: Doçura e comunhão e confissão
frequentes”.
“A
juventude é a porção mais delicada e preciosa da sociedade humana”;
“A
música também serve para educar”.
“É importante que procuremos conhecer
nossos tempos e que nos adaptemos a eles.”
“Deus nos colocou no mundo para os outros.”
“Vivam o máximo a alegria, contanto
que não façam pecado”
“Quem quer ser amado, ama. E quem é
amado tudo alcança, sobretudo, os jovens”
“A música dos jovens não se ouve com
os ouvidos, mas com o coração”. E ainda acrescentou: “um oratório sem música é
um corpo sem alma”!
“Alegria, oração e Santa Comunhão são
nosso amparo.”
“Não basta querer bem, é preciso que
os jovens percebam que são amados."
"Devemos educar os jovens agora, para que o mundo não os eduque depois."
Viu quantos ensinamentos? E é bacana
também saber que, mesmo depois de mais de 200 anos de sua morte, essas lições
ainda guiam a vida.
Dom
Bosco deixou uma lição de amor às crianças, aos jovens e adultos. Educação se
faz por amor e com amor.
Educação
não é apenas um serviço é uma ocupação e quem se ocupar dela, deve fazer
com responsabilidade e generosidade. Somente assim os jovens aprenderão a ser
pessoas de bem. Não é retirá-los da realidade em que vivem, mas, educá-los para
que no futuro mudem por si mesmos fazendo uma comunidade, um bairro
melhor.
O sonho
de São João Bosco deve ser o nosso sonho. Que a educação mude a vida das
pessoas. Que os jovens e crianças aprendam a vooar, mas, tenham consciência
dessa liberdade e saibam para onde ir. Somente com Educação de qualidade
podemos construir, um país, uma sociedade melhor.
Oração
a São João Bosco
Oh,
Dom Bosco Santo, que com tão grande amor e zelo, cultivastes às múltiplas
formas de ação católica que hoje florescem na Igreja, concedei a suas
associações o maior progresso e desenvolvimento. Redobrai, em todos os
corações, a devoção à Santíssima Eucaristia e a Maria Auxiliadora dos cristãos.
Acrescentai
neles o amor ao Papa, o zelo pela propagação da fé, um solícito esmero pela
educação da juventude e grandes entusiasmos para suscitar novas vocações
sacerdotais, religiosas e missionárias. Fazei que, em cada uma das nações,
fomente-se e inicie a guerra contra a blasfêmia, o mal falar e a imprensa
ímpia; fazendo surgir em todas as partes novos cooperadores para as diversas
formas de apostolado recomendadas pelo Vigário de Cristo.
Infundi
em todos os corações católicos a chama de vosso zelo, para que, vivendo em
caridade difusiva, possam, ao fim de suas vidas, recolher o fruto das muitas
obras boas praticadas durante ela.
Rezar
um Pai-Nosso, Deus te salve e Glória.
São
João Bosco, rogai por nós!
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