quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A BÍBLIA SAGRADA - A Palavra do Senhor e a Catequese

Texto de Cássio Abreu / Revista: "Brasil Cristão" - ed. 09/11

Você já leu a Bíblia Sagrada? Não? - que tal o desafio? Mas, para isso, aproveitando que estamos no mês de setembro, dedicado à Sagrada Escritura, vamos conhecê-la um pouco mais.

Deus é o autor da Bíblia. As verdades reveladas por Deus contidas na Sagrada Escritura, foram escritas por mãos humanas sob a inspiração do Espírito Santo.

A palavra Bíblia significa conjunto de livros, daí o coletivo biblioteca. Segundo a tradição, a Bíblia começou a ser escrita cerca de 1000 anos antes de Jesus Cristo. Totalizando 40 autores. Muitos estudiosos, porém afirmam que ela foi escrita por dezenas de pessoas de diferentes lugares cada um dentro de uma determinada época em uma especial situação. Seu último livro o Apocalipse, foi escrito no ano 80 depois de Jesus Cristo, segundo João, Apóstolo e evangelista. 

A lista dos livros é chamada "Cânon das escrituras". Cânon é uma palavra grega que significa medida, regra. O Cânon católico compreende 73 livros: 46 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Os livros da Bíblia atual foi decidido no Concílio de Trento, no ano de 1546 d.C. 

Os livros bíblicos estão divididos em:
Pentateuco
Históricos
Sapienciais
Proféticos - compõe o Antigo Testamento ou Primeira Aliança.

Os 04 Evangelhos - Mateus, Marcos, Lucas, João.
As cartas ou Epístolas.
O Apocalipse - compõe do Novo Testamento ou Segunda Aliança. 

O termo Testamento não se encontra na Bíblia. Sua origem é hebráica, "berith", que significa, aliança, significa: Tratado ou Pacto

Portanto a primeira Aliança Deus fez com seu povo no Monte Sinai, logo após ter deixado a escravidão no Egito. Como essa aliança foi quebrada pelo povo, Deus prometeu uma nova aliança que deveria ser feita com o sangue de Jesus Cristo. As denominações: Antigo Testamento e Novo Testamento, começaram a ser usadas no final do século II d. C.  quando os escritos dos Evangelhos e dos outros Apóstolos foram acrescentados no Cânon dos livros sagrados.

O Antigo Testamento apresenta a história do mundo desde a criação até os acontecimentos após a volta dos judeus do exílio na Babilônia, no séc. IV a.C. 
O Novo Testamento apresenta a história de Jesus Cristo e a pregação de seus ensinamentos durante a vida e após a sua morte, os ensinamentos dos Apóstolos, as ações das primeiras Igrejas Cristãs, e começou a serem escritos por volta do ano I d. C.

Os livros do Antigo Testamento aceito por todos os cristãos como sagrados, também são chamados de "protocanônicos" são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, Samuel I e II, Reis I e II, Crônicas I e II, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Outros Livros aceitos apenas pela Igreja Católica como sagrados são: Tobias, Judite, Macabeus I e II, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc.

Os livros do Novo Testamento são: Evangelhos de: Mateus, Marcos, Lucas e João; Atos dos Apóstolos, Romanos, Coríntios I e II, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, Tessalonicenses I e II,Timóteo I e II, Tito, Filémon, Hebreus, Tiago, Carta de Pedro I e II, Carta de João I, II e III, Carta de Judas, Apocalipse.

A Bíblia foi dividida por capítulos por Stephen Langton, arcebispo da Cantuária, Inglaterra, em 1227 d.C. E em versículos pelo tipógrafo Robert Stephanus, de Paris em 1551 d.C.
Os idiomas originais da Bíblia são três: o hebráico: sendo a maior parte do Antigo Testamento; o Aramaico: Tobias, Judith, fragmentos de Esdras, Daniel, Jeremias, Gênesis e o original de São Mateus. Em Aramaico foram escritos: Sabedoria, II Macabeus, Eclesiástico, Parte de Esther e de Daniel. O Novo Testamento, menos o original de são Mateus.

Existem diferentes versões básicas da Bíblia; a Septuaginta ou Alexandrina que é a principal versão grega por sua antiguidade e autoridade. Sua redação se iniciou no século III a.C (250 a.C); Foi concluída no final do século II a.C (105 a.C).

o nome de "Setenta" se deve ao fato de que a tradição judaica atribui a sua tradução a 70 sábios e "Alexandrina"  por ter sido feita em Alexandria, no Egito. Esta tradução foi feita para as leituras nas sinagogas, (templo de reunião e oração dos judeus); No tempo da diáspora, comunidades que se dispersaram para fora da Palestina. E também talvez, uma hipótese, para dar a conhecer aos pagãos.

Nas versões latinas temos a "Ítala Antiga" ou "Vetus Latina", que provém da versão dos "setenta" para a maioria dos livros do Antigo Testamento, e dos originais gregos para os livros do Novo Testamento e Sabedoria, II Macabeus e Eclesiástico. Esteve em uso no Ocidente desde o séc. II até o séc. V. Outra versão é a Vulgata, ao final do séc. IV, o Papa Damasco ordenou que São Jerônimo fizesse uma nova versão latina. Foi denominada "vulgata" porque a intenção era tornar a obra popular. São Jerônimo traduziu diretamente do hebráico e do grego originais para o latim. A "Neo-vulgata" é a mesma versão Vulgata à qual foram incorporados avanços e descobertas mais recentes. O Papa João Paulo II aprovou e promulgou a edição típica em 1979. Para esta nova versão sirva como base segura para fazer traduções da Bíblia às línguas modernas e para realizar estudos bíblicos.

A Bíblia Sagrada é o livro mais vendido de todos os tempos, com mais de 06 bilhões de cópias em todo mundo. O segundo livro mais vendido não chega a 1bilhão de exemplares. 
Apesar de ter sido escrita a mais de 2. 000 anos a Bíblia é um livro tão atual como qualquer que foi escrito ontem. Leia um bom capítulo livro do Eclesiástico, por exemplo, e veja o quanto é atual a palavra de Deus. Boa Leitura! 

A PALAVRA DO SENHOR E A CATEQUESE


Ir. Nery, fsc.


"A catequese precisa ajudar as pessoas a lerem as Escrituras, na fé e na Tradição da Igreja, para que as palavras nelas contidas sejam sentidas vivas, como Cristo está vivo até hoje".


DEI VERBUM (A Palavra do Senhor). No dia 30 de setembro de 2010 o Papa Bento XVI publicou a Exortação Apostólica pós-sinodal: Verbum Domini, que é uma marco histórico na história da Igreja. Este precioso documento traz a reflexão do Sínodo 2008 sobre a "Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja", e traz também o pensamento do próprio papa sobre o tema. É impressionante a riqueza que ali se encontra e, mais ainda, as consequências para cada fiel e para a Igreja se a Dei Verbum, efetivamente não ficar no papel, mas passar para a vida.      


UMA REVOLUÇÃO NA IGREJA - A Verbum Domini constitui uma grande mudança no modo como a Igreja vê e vive a Sagrada Escritura. O Papa Bento XVI declara, no ítem 1, da DV: "Desejo indicar algumas linhas fundamentais para uma redescoberta, na vida da Igreja, da Palavra de Deus, fonte de constante renovação, com a esperança com o desejo de que a mesma se torne cada vez mais o coração de toda atividade eclesial". Recomendado, no no. 73: "a pastoral bíblica, não em justaposição com outras formas de pastoral, mas como animação bíblica da pastoral inteira"


E o papa, citando São Jerônimo, confirma que: "ignorar as Escrituras é ignorar Cristo" (VD, 25).  


A VERBUM DOMINI E A CETEQUESE - A catequese, que também precisa estar e perpassar tudo na Igreja, recebe na Verbum Domini um impulso e um guia de consequências imensas. O papa acentua, no no. 74: a) A centralidade da Palavra de Deus na catequese; b) O relato sobre os discípulos de Emaús como modelo fundamental para a catequese; c)a formação dos catequizandos para serem discípulos, testemunhas convictas e credíveis de Jesus Ressuscitado; d) A importância do diretório geral para a Catequese (DGC) e do que ele diz sobre a catequese e a Bíblia.


ANIMAR BIBLICAMENTE A CATEQUESE - O papa na Verbum Domini, 74, referindo-se ao DGC, sublinha que:


a) A catequese tem que ser impregnada e embebida de pensamento, espírito e atitudes bíblicas e evangélicas. 
b)A catequese será tanto mais rica e eficaz, quanto mais ler os textos com a inteligência e o coração da Igreja.
c) A Igreja precisa ajudar as pessoas a lerem as Escrituras na fé e na Tradição da Igreja, para que as palavras nelas contidas sejam sentidas e vivas, como Cristo está vivo hoje onde duas ou mais pessoas estiverem reunidas em seu nome (Cf. Mt18, 20)
d) Cada fiel deve ser orientado a reconhecer que sua vida pessoal pertence à História da Salvação. 
e) É preciso sublinhar a relação entre a Sagrada Escritura e o Catecismo da Igreja Católica.


ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS - E o papa sugere ainda no no. 74:
a) o contato assíduo com os próprios textos bíblicos na catequese.
b) o conhecimento das figuras, acontecimentos e expressões do texto sagrado.
c) a memorização inteligente e algumas passagens bíblicas, particularmente expressivas  dos méritos cristãos.     


LEITURA ORANTE DA SAGRADA ESCRITURA E "LECTIO DIVINA"  86-87


Orígenes, um dos mestres nesta leitura da Bíblia, defende que a inteligência das Escrituras exige, ainda mais do que o estudo, a intimidade com Cristo e a Oração. 
Realmente é uma convicção que o caminho privilegiado para conhecer Deus é o amor e que não existe uma autêntica scientia Christi sem enamorar-se d'Ele.


Na carta a Gregório, o grande teólogo alexandrino ele recomenda:


"Dedica-te a lectio (leitura) das divinas Escrituras; aplica-te a isto com perseverança. Empenha-te na lectio com a intenção de crer e agradar a Deus. Se durante a lectio te encontras diante de uma porta fechada, bate e ser-te-á aberta por aquele guardião de que falou Jesus: "o guardião abrir-lha-á".
Aplicando-te assim à lectio divina, procura com lealdade e inabalável confiança em Deus o sentido das Escrituras divinas, que nelas amplamente se encerra. Mas não deves contentar-te com o bater e procurar; para compreender as coisas de Deus, tens necessidade de absoluta oratio (Oração). Precisamente para exortar a ela é que o Salvador não se limitou a dizer: "procurai e encontrareis" e "batei e vós será aberto", mas acrescentou: "pedi e recebereis"


Este propósito, porém, deve-se evitar o risco de uma abordagem individualista, tendo presente que a Palavra de Deus nos é dada precisamente para construir comunhão. Para nos unir na Verdade nosso caminho para Deus. Sendo uma palavra que se dirige a cada um pessoalmente, é uma palavra que constrói comunidade, que constrói Igreja. 


Por isso, o texto sagrado deve sempre abordar a comunhão eclesial. Com efeito, é muito importante a leitura comunitária. Porque o sujeito vivo da Sagrada Escritura não pertence ao passado, porque o seu sujeito, o Povo de Deus inspirado pelo próprio Deus, é sempre o mesmo e, portanto, a Palavra está sempre viva no sujeito vivo. 


Então é importante ler a Sagrada Escritura e ouvi-la na comunhão da Igreja, isto é, com todas as grandes testemunhas desta Palavra, a começar dos primeiros Padres até aos Santos (as) de hoje e ao Magistério atuais.  


LEITURA ORANTE DA SAGRADA ESCRITURA <Lectio Divina> (DV. 86-87)


Em certo sentido, a leitura orante pessoal e comunitária deve ser vivida sempre em relação com a celebração eucarística prepara, acompanha e prolonga a liturgia eucarística. 


Assim também a leitura orante pessoal e comunitária prepara, acompanha e aprofunda o que a Igreja celebra com a proclamação da Palavra no âmbito litúrgico. 


Colocando em relação tão estreita lectio e liturgia, podem-se identificar melhor os critérios que devem julgar essa leitura no contexto da pastoral e da vida espiritual do povo de Deus.  


Por isso, na leitura orante da Sagrada Escritura, o lugar privilegiado é a liturgia, particularmente a Eucaristia, na qual, ao celebrar o Corpo e Sangue de Cristo no Sacramento, se atualiza no meio de nós a própria Palavra.
  
IMPORTANTE VOCÊ SABER
       
.....Neste contexto digo que: a Sagrada Escritura não pode e não deve ser discutida e sim, proclamada, rezada e vivida. Ela ao mesmo tempo nos admoesta e nos repreende na fé cada qual ao seu modo, particular ou comunitário. Quando celebrada impregna em nós o desejo de vivê-la e praticá-la. 
É errado pensar que podemos usar os textos sagrados para fundamentalismo religioso, ou para definir um certo credo, ou ainda para julgar as ações das pessoas.
O Espírito Santo, quando oramos sob a luz da Palavra nos inspira às boas ações.
Também não é conveniente achar que devemos interpretar os textos sagrados de qualquer maneira. Mas procurar ajuda naquilo que não entendemos com auxílio do magistério da Igreja seja em uma conversa, seja em uma boa leitura de livros que nos ajudarão a compreender o que na verdade nos quer dizer aquele texto.
Para isso é muito importante os movimentos de Círculos Bíblicos, onde a comunidade cristã passa a meditar e a rezar a palavra de Deus. Como aprendemos no documento Dei Verbum, a leitura divina deve estar sempre aliada à celebração eucarística, uma coisa liga à outra. 
E se tratando das Sagradas Escrituras, também é bom lembrar que somente a Igreja pode traduzir e ensinar de forma correta, pois é a Igreja que, através dos bispos católicos romanos zelam pelo Depósito da Fé, ou seja cuidam para que a Palavra de Deus não seja deturpada. Ninguém por mais bem intencionado que seja não tem o direito de traduzir as sagradas escrituras sem prévia autorização do magistério da Igreja. Todos os originais dos escritos proféticos e dos evangelhos (inspirados e os *Apócrifos); estão com a Igreja Católica, o resto é cópia.


É por isso que as Bíblias traduzidas fora da Igreja Católica não devem ser desprezadas mas observadas pois podem conter erros de tradução. Por exemplo: em Bíblias traduzidas por certos autores "crentes" usam a palavra Jeová (errada), no lugar de Javé ou IAVEH=EU SOU O QUE SOU (certa) para identificar o nome de Deus. Isso é muito comum, trocam o mome de alguns personagens da Bíblia. Além de faltar 7 livros que são muito importantes para nós. 
Por isso deve-se ter alguns cuidados. 
Outro cuidado que devemos ter é com o fundamentalismo bíblico, pois a bíblia não pode ser interpretada ao "pé da letra" pois sua linguagem muitas vezes é indireta ou direta. Muitos textos são difíceis de entender, por isso recomenda-se a ajuda de bons livros ou do próprio padre, teólogo ou de uma pessoa experiente que fez um bom curso na área. Pois a explicação de um texto bíblico não pode ser errada; a Bíblia se lida e vivida, entendida, rezada e orada, sem fundamentalismo pode ser caminho de salvação, do contrário pode ser perdição por causa do fanatismo.
A pessoa que escreve a Bíblia é chamada de EXEGETA.
A pessoa que estuda a Bíblia e faz mestrado e doutorado chama-se TEÓLOGO. 


*ESCRITOS APÓCRIFOS - são escritos que foram de diversos autores, mas que não entraram na Bíblia por não serem considerados inspirados. Pois misturam: história concreta, fantasias, mitos e lendas a respeito de Jesus. Algumas coisas são verdadeiras outras não, outras lendas, outras misturam uma coisa e outra...                     
            


         

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA

Celebraremos no dia 08 de setembro, a Natividade de Nossa Senhora, ou seja o seu nascimento, e consequentemente seu aniversário. Como bons brasileiros, gostamos de celebrar  o aniversário das pessoas queridas. Desse prazer e satisfação nascem também a alegria e a determinação de celebrar muito bem Nossa Senhora,por oportunidade de seu natalício. É do fato de Nossa Senhora ser tão querida, tão amada, tão bem celebrada e honrada pelos católicos brasileiros que nasce e se realiza esta festa.


MARIA NA FAMÍLIA HUMANA

Não temos conhecimento do dia, do mês ou do ano do nascimento de Maria. Sabemos que seus pais foram Joaquim e Ana, aliás celebrados no calendário litúrgico no dia 26 de julho. Maria teria nascido em Jerusalém. O que comprova a afirmação é que em Jerusalém há uma igreja dedicada a Santa Ana, mãe da Virgem Maria, construída sobre aquela que teria sido a casa de Joaquim e Ana. Ali naquela igreja, há referências feitas por meio de pinturas, a respeito do nascimento de Maria. Sabemos também, pelo Evangelho de São João, cap. 19, 25, que a Virgem Maria tinha uma irmã, também chamada de Maria, mulher de Cléofas.


Conforme uma tradição muito antiga, Maria teria sido apresentada no Templo de Jerusalém em idade muito tenra. Há livros hapócrifos que falam que a menina foi apresentada ao Templo com apenas três anos, ali deixada para ser educada e depois para servir o Senhor, nos serviços do Templo. Quanto à apresentação de Maria no Templo, é verdadeira a notícia, pois a Igreja Católica a celebra no dia 21 de novembro. Nada mais sabemos com segurança sobre a infância e a adolescência de Nossa Senhora.


Vamos encontrar depois a Virgem Maria, lá em Nazaré, quando foi visitada pelo Anjo Gabriel e lhe foi anunciada a gravidez milagrosa. Aqui há um fato interrogador, cuja resposta eu nunca consegui obter: como é que Maria encontrava-se em Nazaré, morando em uma casinha-gruta, que aliás se pode visitar até hoje? // Não consta que seus pais estivessem ali com ela. Teriam eles morrido em Jerusalém e Maria teria se transferido para Nazaré? É bom lembrar que Nazaré fica a mais de 100 Km de Jerusalém. Uma distância considerável para aqueles tempos, quando os percursos eram feitos a pé.


MARIA NOS PLANOS DIVINOS


Se acerca da história humana da Virgem de Nazaré não temos muitos dados e informações, no que concerne aos planos divinos para a salvação da humanidade temos muitas informações valiosíssimas que engrandecem a nossa história. 


Desde antes da criação do mundo, e nela, o do ser humano, o Criador  já previa que o homem, criado à sua imagem e semelhança, iria prevaricar, pecar, perder o paraíso do coração, iria gerar uma humanidade carregada de todos os males que nós, hoje, bem conhecemos. Desde esse conhecimento, o Criador se propôs a salvar a humanidade e reconduzi-la ao caminho de volta ao paraíso perdido. Esta salvação, por decisão do Pai, deveria ser realizada pelo seu Filho Eterno, que Ele enviaria para a humanidade e que deveria assumir uma natureza humana igual a dos seres humanos, menos no pecado.


Para isso havia a necessidade da colaboração de uma mulher. Esta seria pré-destinada. Escolhida antes da criação da humanidade para ser a Mãe do Verbo Eterno que se tornaria homem. Eis um privilégio grandioso que a coloca dentro da própria realização a salvação da humanidade, como colaboradora decisiva na obra da redenção. Essa pré-destinação incluía por decisão do Pai Celeste, toda preparação de uma pessoa, a fim de ser a Mãe mais perfeita no espírito, na mente e no corpo, tornada digna de acolher em seu ventre o Verbo Eterno, formando-lhe o corpo humano.


A IMACULADA  


Tal preparação iniciou-se no dom da Imaculada Conceição, isto é quando ela concebeu em seu ventre de sua mãe Ana, Deus, pelos méritos futuros de seu Filho, pela ação do Espírito Santo a preservou do pecado original com todas suas nefastas consequências. Eis um privilégio magnífico! Só ela e seu Filho Jesus tiveram a isenção das fragilidades do pecado das origens da humanidade. Ela, para ser preparada para sua maternidade divina, Ele para ser o Filho de Deus Encarnado.


A preservação do pecado original consiste na não contaminação espiritual e psicológica causadas pelas consequências do pecado, ou seja a preservação do orgulho, do egoísmo, da inveja, das vaidades, da preguiça, das sensualidades de toda sorte e de toda espécie de tendências negativas, experimentadas por todo ser humano.


A CHEIA DE GRAÇA

A preparação da vida da Virgem para sua maternidade prosseguiu com a "plenitude das graças divinas".
Aquela beleza interior, admirada pelo próprio Arcanjo Gabriel, quando ao vê-la exclamou: "Ave, cheia de graça!" 
Deus Pai não só a preservou do mal, como plenificou com uma superabundância de graças. Essas graças comunicadas pelo Espírito Santo embelezaram a Virgem de modo singular, no espírito e no psíquico, afim de que fosse suficientemente bela para ser a Mãe do Verbo que nela seria encarnado. E essa plenitude graças do Espírito Santo continuou em toda a sua vida apara que pusesse colaborar decisivamente no processo do plano de salvação do Pai. Por essas graças o Espírito Divino a iluminou por toda a sua vida a fim de que ela pudesse compreender toda a grandeza do mistério da Encarnação e da Salvação. À medida que os acontecimentos  da Encarnação se sucediam: a sua gravidez milagrosa, o problema da relação com seu noivo José, a longa e difícil viagem até Belém, ao ter que se abrigar numa gruta, ao dar a luz em virgindade, a visita dos pastores e dos magos, a fuga para o Egito,a volta para Nazaré, os trinta anos de vida oculta de seu Filho,a c compreensão da pregação dos milagres, de  toda atuação de Jesus, sua paixão morte, ressurreição e ascensão de Jesus, as maravilhas de Pentecostes ocorridas com ela os Apóstolos e discípulos, enfim em todos esses acontecimentos o Espírito Santo lhe dava total assistência, afim de que ela compreendesse os mistérios, e no que lhe cabia, ela lhes desse toda aceitação e colaboração.


A VIRGINDADE


Outra maravilha que embeleza a vida e a biografia de Maria é a sua virgindade milagrosa no parto. Como os raios de sol perpassam por um vidro límpido de cristal, sem quebrá-lo ou deteriorá-lo, assim o Sol divino, Jesus nasceu, saiu do corpo de sua Mãe, sem "romper" ou embaçar a sua virgindade física. Trata-se de um milagre divino, recompensa para aquela que soube dizer sim a maternidade divina e a todas as suas consequências.


 A ESPOSA MÃE


A exemplar vida e missão de ser a mãe do Filho de Deus e esposa virgem de José engrandecem a biografia dessa mulher privilegiada. Ela soube ser esposa participativa, amorosa, fiel e santa. 
Soube também educar o eu filho Jesus nos maiores valores familiares e religiosos. Vemo-la por exemplo, levando seu filho ao Templo, o menino Jesus, em peregrinação à Jerusalém, pela primeira vez, uma longa caminhada de 110 Km, a pé, a fim de fazê-lo participar daquela festa nacional, de mostrar-lhe o Templo de Javé Deus, onde Ele foi apresentado ao Senhor como primogênito, para que ali o seu filho Jesus realizasse a cerimônia de declaração de maturidade religiosa responsável, pela qual Ele se comprometia a participar da sua religião por própria iniciativa e responsabilidade, (uma espécie de crisma).


A ANIVERSARIANTE   

Essa mulher tão especial e privilegiada não é nada menos que nossa Mãe adotiva, quando Jesus na Cruz, prestes a morrer olhou para a sua Mãe e lhe disse: "mulher eis aí o teu filho" e para João que ali nos representava disse: "Filho eis aí tua mãe!"
Maria compreendeu muito bem que Jesus não estava nos estava dando a ela como filhos e filhas, para que ela cuidasse de nós, naquela vida de salvação, que Ele estava gerando como "em dores de parto" uma nova humanidade na Cruz. 
E ela jamais esqueceu dessa missão. Em todas as suas aparições ela se dirige a todos os seus filhos (as) chamando-os a conversão e à santidade na Igreja do seu filho Jesus.


Como filhos muito agradecidos, que sentem tão amados e protegidos, queremos celebrar seu aniversário, ainda que não sabemos ao certo a data certa. Mas elegemos no calendário litúrgico um dia reservado para celebrar a natividade de Nossa mãezinha. Eis um dia apropriado para lhe oferecer cinquenta rosas, as cinquentas ave-Marias, do Santo Terço. Palavras do Arcanjo, na saudação da anunciação: "Ave cheia de graça, o Senhor é contigo, bendita és tu entre todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre, Jesus!"     



Texto de: Pe. Alírio J. Pedrini, scj. - Revista, Brasil Cristão - ed. 09/2011            

   

terça-feira, 30 de agosto de 2011

JESUS SALVADOR - JESUS MISERICORDIOSO

Lucas nos conta em seu Evangelho o encontro do Anjo Gabriel com Maria: "Alegra-te cheia de graça o Senhor está contigo!" (Lc1, 30b-31). O Anjo Gabriel pede a Maria que se alegre. O anúncio que ele trazia à jovem de Nazaré era uma boa nova, uma alegre notícia: "Encontraste graça junto a Deus. Conceberás e darás a luz a um filho, e lhe porás o nome de Jesus". (Lc1, 28).

Jesus: esse era o nome que o enviado por Deus dava ao filho que Maria era chamada  a conceber, por obra do Espírito Santo. Além de chamá-lo de "Jesus", o mensageiro também chamou-o de Filho do Altíssimo, (Cf. 1, 32).

Dias depois da Anunciação do Senhor, Maria foi apressadamente à casa de sua prima Isabel. Da boca de sua parenta, o filho que esperava recebeu outro nome: Senhor. "Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar?" (Lc1, 43).
Elogiada por Isabel, por haver acreditado no que lhe foi anunciado e proposto, a Mãe de Jesus prorrompeu num canto, conhecido com o nome de Magnificat. (Cf. Lc1, 47-55)

Nele Maria engrandece seu Senhor e testemunha sua alegria, em Deus seu Salvador.
Até o momento da Anunciação, desconhecia-se que Deus é Trindade. Maria foi a primeira criatura a saber que Deus é Pai; e é Pai porque desde a eternidade tem um Filho, Jesus Cristo, "nascido do Pai antes de todos os séculos... Deus verdadeiro de Deus verdadeiro" (Credo). Foi também a primeira pessoa a saber que o Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade, é o "Senhor que dá a vida e procede do Pai e o Filho".

Por ocasião do nascimento de Jesus, o anúncio dos anjos aos pastores centrou-se em uma natureza: "Hoje na cidade de Davi, nasceu para nós um Salvador, que é o Cristo Senhor!" ( Lc2, 11).

Mais tarde, o mesmo título - Salvador - será dado a Jesus pelos conterrâneos da Samaritana: "Já não é por causa daquilo que contaste que cremos, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo!" (Jo4, 42)

Em sua carta o Apóstolo Pedro incentivará as comunidades do Norte da Ásia Menor: "Procurai crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2Pd3, 18). 
"Todo homem deve poder encontrar-se com Cristo... Todo homem aliás, necessita de Cristo, também ele homem perfeito e Salvador do homem. Cristo é a luz que, integrada nas diversas culturas, as ilumina e as eleva por dentro". {João Paulo II, Salvador-BA-07.07.80}.

Sim, o Filho de Deus é nosso Salvador, "por nós foi crucificado...padeceu e foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia..." - "A ressurreição de Jesus glorifica o nome de Deus Salvador, porque, a partir daí, é o nome de Deus que manifesta em plenitude o poder supremo do nome que está acima de todos os nomes". (Fl 2, 9-10).
A transmissão da fé cristã é primeiramente o anúncio de Jesus Cristo, para levar a fé nele. Desde o começo, os primeiros cristãos ardiam de desejo para anunciar a Cristo (1Jo 1, 1-14). Movidos pela graça do Espírito Santo atraídos pelo Pai, cremos e confessamos acerca de Jesus: "Tu és o Cristo filho do Deus Vivo!" (Mt 16, 16).  

Quando pronunciamos de uma só vez as duas palavras Jesus Cristo, não podemos dizer como se formassem uma só. Ora, quando dizemos "Jesus Cristo", não estamos empregando um modo rebuscado de nos referirmos a nosso Senhor, pois podíamos simplesmente dizer "Jesus" ou "Cristo" não nos limitaríamos a nomear nosso Senhor; mas dizemos algo acerca dele; Jesus quer dizer, em hebráico "Deus Salva". No momento da Anunciação, o anjo Gabriel, ao conceder-lhe o nome de Jesus, exprime a identidade de sua missão, (Lc1, 31).
Uma vez que "só Deus pode perdoar os pecados" (Mc2, 7), é Ele que em Jesus seu Filho eterno feito homem, salvará o seu povo de seus pecados. (Mt 1, 21)

O nome Jesus significa que o próprio Deus está presente na pessoa do seu Filho, (At 5,41). Feito homem para a  redenção universal e definitiva dos pecados. É o único nome divino que traz a salvação, (Jo3,5), e agora pode ser invocado por todos, pois se uniu a todos pela Encarnação, (Rm 10,6), de sorte que: "não existe debaixo do Céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos". (At 4, 12) 

Deus realiza nossa salvação através de uma longa História. De fato, depois do pecado, ele não nos abandona, mas através de  um povo concreto, Israel, reinicia o diálogo da salvação, realizando sucessivas Alianças, para que possamos construir o mundo a partir da fé e da comunhão com Ele. Fatos concretos da História deste povo, particularmente o Êxodo, mostram a mão da poderosa de Deus Pai que anuncia, promete e começa a realizar a libertação do pecado e todas as suas consequências.

O centro da História de nossa libertação é a figura de Jesus de Nazaré, o Filho de Deus. A salvação que ele nos propõe ultrapassa de muito a redenção do pecado; por ela se cumpre o plano de Deus, que quer comunicar-se conosco em Jesus, com tal plenitude que vai muito além da expectativa humana, ou seja: em Jesus Cristo todos somos chamados a participar da própria vida divina pelo Espírito Santo, e daquela cristificação do cosmos e da História, que Deus pensou desde o início do mundo, (Cl 1,15-20).

De fato, a obra redentora de Cristo visa também a restauração de toda a ordem temporal, pois embora a ordem espiritual e a ordem temporal sejam distintas, encontram-se, no entanto, intimamente ligadas no único propósito de Deus, ou seja, fazer do mundo em Cristo, uma nova criação que se inicia aqui na terra e tem a sua plenitude no último dia.

Este plano de amor conserva sempre sua força e se estende a todos os tempos. Ainda que pecador, o homem permanece na única ordem desejada por Deus, isto é, numa radical vocação para a comunhão com ele em Jesus Cristo. São Paulo escreve que Deus enviou Jesus (seu Filho feito homem), para nos salvar pelo seu Sangue (Rm3, 25);  quer dizer que, na sua humanidade,  "era Deus que em Cristo reconciliava o mundo consigo" (2Cr5, 19). 

Por isso, todos movidos pela graça podemos, pela conversão, alcançar a salvação.
A missão da Igreja é anunciar o Evangelho para que os ouvintes acreditem que Jesus Cristo é o salvador do mundo, o Filho de Deus, e acreditando tenham a vida em seu nome. (Cf Jo 20, 31).

A catequese "tem em vista transmitir a Palavra de Deus que revela seu desígnio de salvação realizado em Jesus Cristo de nodo a despertar a fé e a conversão ao Senhor e a viver em comunhão com Ele" (Catecismo da Igreja 5s).




JESUS MISERICORDIOSO

Jesus, o Filho de Deus feito homem, é o único e verdadeiro caminho para entender a Deus, para conhecê-lo, para encontrá-lo.
Toda tentativa de chegar a Deus, fora de Cristo, é destinada ao fracasso. São João nos diz: (Jo1, 18); "Ninguém jamais viu Deus. O Filho único que está no seio do Pai, o deu a conhecer".

Na Encíclica do Papa João Paulo II, 'Dives In Misericordia' (Deus rico em misericórdia), ele escreve:
"A Igreja professa a misericórdia de Deus, a Igreja vive dela na sua vasta experiência de fé e também no seu ensino, contemplando constantemente a Cristo, concentrando-se nele, na sua vida e no seu Evangelho, na sua luz e ressurreição, enfim, em todo seu mistério. Tudo isto que forma a visão de Cristo na fé viva e no ensino da Igreja, aproxima-nos da visão do Pai" na santidade e na misericórdia. A Igreja parece professar, de modo particular, a misericórdia, a misericórdia de Deus e vivê-la voltando-se para o coração de Cristo. De fato, a aproximação de Cristo, no mistério de seu coração, permite-nos deter-nos neste ponto da revelação do amor misericordioso do Pai, que constitui, em certo sentido, o núcleo central e ao mesmo tempo, o mais acessível no plano humano da missão messiânica do filho do homem.

A Igreja vive uma  vida autêntica quando professa e proclama a misericórdia, o mais admirável atributo do Criador e do Redentor, e quando aproxima os homens das fontes da misericórdia do Salvador, das quais ela é depositária e dispensadora (DM 13).

Fora de Cristo, os homens se arriscam a dar ao rosto de Deus aparências muito estranhas e às vezes perigosas, porque todo modo de pensar a Deus tem percussão do modo de pensar o homem na sua vida.
Hoje dá um verdadeiro renascimento de vários deuses pagãos, que não passam de criações humanas colocadas nos céus: Deus-Poder que assusta e domina o mundo; que destrói a todos que são contra ele. Volta a sobressair a imagem do Deus-juiz que tem somente a função de punir e condenar (principalmente aqueles que não pensam como eu ou que não são da minha religião); Deus ainda pode voltar a ser um Deus inatingível, sem o mínimo interesse pelo homem e suas preocupações.

Para muitos Deus se confunde com o mundo, se dissolve e desaparece, deixando o homem na solidão dos seus problemas não resolvidos.
Jesus trouxe ao mundo a revelação do verdadeiro rosto de Deus. Ele nos deu a conhecer o Pai. Foi algo surpreendente, tão diferente do pensamento dos homens que causou, e ainda hoje, causa escândalo, e é considerado como loucura para quem não crê.

Mas para aquele que crê, é a notícia mais bela, é a verdade sonhada e esperada, é a verdade que ilumina tudo, uma verdade tão fascinante que é capaz de fazer vibrar o menor dos corações humanos. Cristo veio para nos dizer que  Deus é Pai, que é Amor, que é Misericórdia. O que em Cristo se faz visível de Deus não pertence a ordem metafísica de sua essência, como ser absoluto. Na DM, João Paulo II diz mediante a revelação de Cristo conhecemos a Deus antes de tudo no seu relacionamento de amor com o homem na sua filantropia (Tt3,4).

É exatamente aqui que as suas percepções invisíveis se tornam de modo particular, reconhecíveis, incomparalvemente mais reconhecíveis do que através de todas as "outras obras realizadas por ele". Elas tornam-se visíveis em Cristo, por meio de Cristo, através de suas palavras e ações, enfim, mediante a sua morte na cruz e a sua ressurreição. 
Contemplando o Cristo que dá a vida por nós, parece que ficamos envolvidos num eco que se prolonga e traduz numa só as muitas palavras do Evangelho. Esta única palavra é Misericórdia.

Tudo fala da misericórdia de Deus, que tanto amou e mandou seu Filho que deu a vida para que pudéssemos ter a vida. 
Podemos dizer que este é um linguajar jamais ouvido. Diante da misericórdia, somos sempre como crianças que, pela primeira vez, com alegria e admiração, se abrem a uma experiência até agora desconhecida. Lendo a narração da paixão e morte do Senhor, não podemos deixar de sermos tomados de admiração e mesmo de uma grande alegria. Parece estranho afirmar isso, mas aqui temos, uma vez mais, a narração da infinita misericórdia de Deus que vem ao nosso encontro.

Ele dá a vida para alcançar-nos no perdão e pede ainda ao Pai que perdoe os que o crucificaram.
Seria bom reler o Evangelho escrito por São Lucas. Ele é conhecido como escritor da mansidão, da bondade e da misericórdia de Cristo. Poderíamos reler as parábolas de misericórdia. É uma só a ovelha perdida , mas o pastor vai à sua procura e depois, ao encontrá-la, volta para casa, todo feliz e faz uma grande festa.
E fala ainda, que no céu haverá muita festa por um só pecador arrependido. Compara-se a uma mulher que se alegra porque encontrou uma pequena moeda. Comovente é a história do pai que fica esperando o filho que saiu de casa, se alegra com sua volta, corre ao seu encontro e faz uma grande festa.

Era uma ovelha perdida, uma moeda perdida, um filho que havia saído de casa. Um só. Deus tem um coração também para um só. Mesmo que seja uma ovelha que fugiu, o filho que foi embora. Deus ama cada um, a cada um de seus filhos e filhas. Mais ainda, Deus guarda em seu coração cada um de seus filhos como se fosse único. Parece que Jesus só sabe contar até um. Para ele, cada um de nós é único.
'Eu sou todo interesse de Deus'; eu sou o pensamento eterno de Deus; Deus me ama até a loucura. Ou será que não podemos dizer que Deus foi realmente louco a fazer o homem? Não é loucura Deus viver na nossa vida, sofrer, morrer e ressuscitar? E tudo isso só por causa de mim?

Por tudo isso,a cruz não é sinal de tristeza, nem só de sofrimento e derrota. É sinal de salvação, de um amor que não conhece limites, do amor com que Ele nos ama. A cruz parece um espetáculo que assusta e afasta. Mas, de repente parece que tudo muda. Um dos ladrões se arrepende e é perdoado, o centurião reconhece no homem  da cruz, um homem justo. A multidão, volta para as suas casas batendo no peito, em sinal de arrependimento. E mesmo para os chefes de Israel Jesus pronuncia aquelas palavras de perdão: "Pai perdoa-lhes..."

Lucas escreve em seu Evangelho que as multidões tinham acorrido para ver o espetáculo. estamos realmente diante de grande, o maior de todos os espetáculos: O espetáculo da misericórdia de Deus. Olhando para o Senhor na Cruz, lembramos as palavras de São Paulo: "Ele me amou e se entregou por mim".
Aqui reencontramos o núcleo ais profundo do ensinamento conciliar (Vaticano II) sobre a Divina Revelação:
"Em Cristo, e mediante Cristo, torna-se particularmente visível Deus na sua misericórdia". Não somente jesus fala dela, mas Ele mesmo a encarna e personifica. Ele mesmo é, em certo sentido a misericórdia. 
"Revelada em Cristo a verdade revelada em Deus Pai de misericórdia, permite-nos vê-lo particularmente vizinho(próximo) ao homem, sobretudo quando este sofre, quando é ameaçado no núcleo próprio de sua existência e de sua dignidade".

Aqui, as palavras começam a falar e talvez seja melhor parar de falar (ou escrever) e começar a orar. Deus é amor. Esta é a grande novidade, a grande revolução que entrou na história humana, esta é a luz que restitui a humanidade os lineamentos perdidos por uma longa história de pecados, de egoísmo e orgulho. Toda a história da salvação nos diz que 'Deus é caridade' (1Jo 4, 8), um Deus que cria, por amor, todos os homens, o Universo, para fazê-los participantes de uma vida plena e definitiva.

Mas para compreender totalmente a Deus e a sua caridade, precisamos olhar para Jesus Cristo, que morre na Cruz, pela salvação da humanidade. (cf. 1Jo 4, 9-10)

Hoje muitos procuram um Deus à sua imagem e semelhança, um Deus que justifique seu modo de pensar e agir. Mas é bom e necessário que pelo menos que alguns continuem a crer no verdadeiro Deus revelado por e em Jesus Cristo; que continuem a crer no verdadeiro Deus, de amore de misericórdia; que mesmo correndo o risco de não serem entendidos, queiram correr outro risco: continuar a crer no amor e apostar na força do perdão e da misericórdia.         
       
   
        

Texto de Pe. Francisco Sehmen, scj- Revista Brasil Cristão-ed.08 e 09 /2011
      


 
  

IDOLATRIA E SUPERSTIÇÃO

Texto de Cássio Abreu - Revista Brasil Cristão, ed. 07/2011


Jovem quem é o seu modelo?
Quem é o seu herói ou heroína? 
Quem serve de inspiração em sua vida? mas não responda ainda. Muitos talvez digam que  é um ator ou atriz, um cantor, uma banda, um personagem político, da história, ou alguém com estilo de vida diferente. Outros dirão que são seus pais, ou um parente ou amigo. Alguns poderão dizer que não seguem ninguém, que vivem de acordo com suas próprias convicções, o que é muito bom, desde que não seja autossuficiente. Existem também aqueles que, talvez inconscientemente, tem como ídolo o dinheiro, a fama, a posição social, o carro do ano, a roupa roupa ou a bolsa de marca, tal marca de cerveja, enfim tudo aquilo que possa colocá-lo em "destaque", "acima" dos outros "pobres mortais".

Para entender e mudar essa realidade precisamos saber o que acontece com a nossa sociedade. Você já ouviu falar em cultura de massa? Pensando de maneira simplificada, podemos entender que a cultura de massa transforma em produto agradável e necessário a todas as pessoas tudo o que pode gerar grandes lucros, como a música, a moda, o comportamento. A cultura regional, local é colocada de lado até mesmo hábitos e costumes estrangeiros em nosso meio. O negócio é vender e, para isto, cria-se a "necessidade" nas pessoas.

Você tem que andar na moda, ter carro zero, o celular que acabaram de lançar; ser o mais bonito, ter um corpo escultural , ser a mais charmosa e sexy. Você tem que ser o primeiro e o melhor de tudo. Então surgem os "ídolos" os "modelos" que "vendem", que devem ser seguidos. E todos nós, sem nenhuma crítica, seguimos esses modelos, seguimos a massa, nos sujeitando ao que nos empurram goela a baixo. Então criamos ídolos e crendices, e vivemos de maneira supersticiosa.

ÍDOLO - é tudo aquilo que é colocado como ser supremo. Pode ser um objeto que passa a ser venerado ou uma pessoa a quem atribuímos respeito excessivo. Passamos então, à idolatria, a cultuar essas pessoas, objetos ou idéias. (O ter, o prazer, o dinheiro, etc).

SUPERSTIÇÃO - é um sentimento "religioso" baseado no medo, na ignorância, que nos levam ao conhecimento a ao cumprimento de falsas crendices, a temer castigos se não cumprirmos tais exigências, e a confiar em "poderes" ineficazes. Passamos a acreditar em presságios ou adivinhações tiradas de fatos puramente casuais. É algo contrário à razão. O supersticioso acredita que certas ações (voluntárias ou não), tais como rezas, conjuros, feitiços, maldições, correntes de pensamento, maldições ou outros rituais, podem influenciar sua vida de maneira transcendental.

Ao contrário, a FÉ é a firme opinião de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos na ideia ou na fonte que a transmite. Falo aqui de Deus, na Bíblia, a palavra de fé transmite ideia, confiança e certeza: "A fé é o firme fundamento das coisas  que se esperam e a prova das coisas que não se veem". (Hb11, 1).

Segundo Romanos 10, 17, a fé vem do aprendizado da palavra de Deus.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a fé "é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos revelou e que a Igreja nos propõe para acreditarmos, porque Ele (Deus) é a própria Verdade. Pela fé, o homem entrega-se a Deus livremente", e a não a qualquer ídolo ou superstição.

Então responda agora:
Quem você segue? quem é seu modelo? Quem é seu herói ou heroína? quem serve de inspiração em sua vida?
Mas responsa depois de ler e e meditar esta exortação de 1Cr 10, 14-17:
"Portanto caríssimos meus, fugi da idolatria. falo como a pessoas sensatas; julgai vós mesmos o que digo. O Cálice da bênção, que benzemos, não é comunhão no Sangue de Cristo? Uma vez que há um único Pão, nós embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos nós comungamos deste mesmo pão."    

"Fugi da idolatria, porque, quem não  tem Deus, tem ídolos; quem não tem fé tem superstição" (Pe. Jean Batista E. Lacordaire, O. P.).  
      

     

     

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

FAMÍLIA ESCOLA DE FÉ

Diz o Livro do Eclesiastes 3,1: "Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu".

Os dias de férias é por muito esperado com ansiedade, por ser temp de férias e descanso. Mas para algumas famílias é momento de maiores conflitos, uma vez que se veem "obrigados" a um maior convívio. Mas precisamos entender que todo momento é momento de graça que nos é concedido para o crescimento nos laços afetivos familiares. 

Então, porque não aproveitar esse momento para partilhar a vida? Se desejamos a união e a paz na família é preciso conhecer as necessidades de seus membros. Para isso é preciso estar juntos, presentes. E como você usa esse tempo de férias? 
Para muitas famílias o relacionar-se é difícil devido a vários fatores, mas não podemos nos esquecer que com Deus nada é tão difícil. São Paulo, em sua carta aos Efésios, diz que Jesus Cristo é nossa paz. 

Isso significa que só Ele nos conduz à paz verdadeira, e sobre Ele devemos edificar laços familiares. Se queremos essa paz, devemos empenhar para alcançá-la, começando por nós mesmos, pois o filhos são reflexos se seus pais.
Dentro desta visão, o que temos oferecido a nossos filhos? Em cada tempo descanso deveríamos aproveitar para rever a catequese familiar, a começar pelo preceito dominical, participando da Santa Missa.

Vamos nos reportar para os 10 Mandamentos, onde o Senhor nos ordena guardar o domingo como Seu dia, impondo-nos um dia de descanso, e de encontro mais íntimo com Ele e com nossos familiares. Como você testemunha a importância deste dia?

É preciso aprenderque cada celebração eucarística, graças infinitas não concedidas, pois o Senhor está ali presente com seu amor, oferecendo-se a nós. E nessa visão real de amor devemos mergulhar a cada domingo, nos abastecendo dele para depois partilhá-lo com nossos familiares. Devemos entender que a paz é consequencia do amor, não apenas humano, mas o que vem do coração de Deus. 

(texto de: Rosa M. F. A. Aguirre - revista Brasil Cristão, ed. 07/2011)

A MISSÃO PATERNA

(Texto de Pe. Alírio J. Pedrini, scj - revista Brasil Cristão, ed. 08/2011)

 Deus Pai ao Criar o ser humano e ao determinar a multiplicação das espécies para povoar a terra, quis fazê-lopor meio do próprio  ser humano. Para isso criou o homem e a mulher, criou neles os órgãos genitais imprescindíveis para a procriação e confiou-lhes esta missão.

Assim, o homem e a mulher tornaram-se "parceiros" de Deus Pai na procriação. Na verdade, a maior obra do planeta Terra que um homem e uma mulher podem realizar é gerar um filho, gerar vidas humanas. Nada é tão nobre, tão grande e tão significativo que gerar vidas. 
O Homem ao gerar um filho, trona-se pai. O filho é, de certa forma, a continuidade da vida de seu progenitor. O pai se perpetua no filho. 
Mas a missão paterna nã termina ao gerar uma vida. É então que ela se inicia. Iniciada ao gerar um filho, a missão paterna prossegue por dever dar todo suporte de sustentação, de formação para a vida, conduzindo-o para uma existência adulta bem formada, a fim de que o filho faça seua própria trajetória pelos caminhos da vida.

PATERNIDADE E FAMÍLIA

A primeira parte da missão paterna consiste em o pai determinar-se e formar, em conjunto com a esposa, uma excelente família, bem estruturada, bem conduzida, onde ele com aesposa e os filhos possam viver bem, sentindo-se amados e, amando, sentirem-se felizes e realizados.

Cabe ao pai - conuntamente com a mãe - procurar possuir bens materiais que possam dar casa, alimento, escola, vestuário,  médico e lazer aos membros da família. Todo pai que seja  psicologicamente sadio e tenha recebido uma formação regular sente essa necessidade de dar tal suporte aos familiares.

O EXEMPLO PATERNO

Desde o namoro, o noivado e o casamento, o pai deve primar pelo bom exemplo de homem de bom caráter, de muito bom marido e de excelente pai. Diz a sabedoria popular que "as palavras ensinam, mais os exemplos seduzem".  

A melhor escola de formação familiaré o bom exemplo de sentir-se primeiro responsável pela família. Deve partilhar essa responsabilidade com a mãe. Para que, em conjunto, o exemplo de ambos seja ainda mais forte e perceptível.
O pai deve dar exemplo de bom caráter, de homem de fé e de culto a Deus; de homem amante da verdade, da justiça, da lealdade e da solidariedade; de homem de excelente hierarquia de valores humanos, familiares e sociais; de homem de ética e moral irrepreensíveis.

Vivendo cada dia em contato com a esposa e os flhos, dando um bom exemplo, naturalmente levará ao coração dos filhos os mesmos valores. Os filhos serão o orgulho do pai e procurarão serem iguais a ele, seguindo seus exemplos e seus conselhos.

UMA VIDA DE AMOR

Uma boa família é sempre iniciada pelo amor de um homem e de uma mulher. E ela só se mantém se o amor perdurar, se solidificar e for cultivado permanentemente. 
Quando o amor enfraquece ou é muito ferido, a família entra em crise de infelicidade bate à porta. O amor paterno deve ser efetivo e afetivo. Pelo amor efetivo, o pai, com seu trabalho e dedicação procura dar todo suporte material como disse acima. O fruto desse amor efetivo é imprescindível para que a família possa viver com dignidade e com algum conforto. 

Por outro lado, o amor afetivo é ainda mais impresecindível para uma melhor realização dos membros da família. O amor afetivo é aquele que  se manifesta por meio de abraços e beijos, de carinhos, de colo dado, de bem-querer, de oferta de presentes, de flores, de delicadezas. 
O pai precisa cultivar sempre o seu amor afetivo com sua esposa. Deve manter com ela "gestos" afetivos diáriose constantes, para assim criar "hábitos" afetivos permanentes, e  dessa forma viver uma verdadeira vida afetiva.

Essa dinâmica da vida afetiva entre o casal é imprescindível para que se manteham unidos e fiéis. Só assim o pai cumprirá o dever de dar muito afeto aos filhos. O marido que é frio afetivamente com sua esposa, também o será com os filhos. E se o pai não der muito amor afetivo a eles, e por muitos anos, deixará uma lacuna, um vazio no coração dos filhos, que trará muito prejuízo a eles. 

Os filhos carentes de afeto - procurarão preenchê-lo de alguma forma. E quase sempre procuram sempre preenchê-lo com aquilo que não satisfaz, (álcool, drogas, sexo), que não plenifica. (muitas vezes usam da violência e da agressividade para chamar atenção deste amor afetivo dos pais que não tiveram). Então começam a dar problemas na escola, desde cedo não respeitam os mais velhos e os professores. Os mais novos com carência de amor em família procuram esse amor e por não achá-lo tão facilmente como consolo se entregam às drogas, e a relacionamentos precoces. O resultado é devastador. Tudo isso pode ser evitado, se os pais oferecerem o seu amor e seu exemplo. A estrutura falimiar passa pelo amor e pelo exemplo da família. Como diz a sabedoria popular: "a educação vem de berço".

Muitos se tornam revoltados, desobedientes, consequencia de falta de amor dos pais. Os pais devem dar afeto aos filhos, não não apenas quando são pequenos mas deve comunicar esse amor afetivo por toda vida dos filhos.
O alimento mais importante para os filhos, desde a concepção até a  vida adulta, é o amor afetivo comunicado abundantemente. Por isso é bom que, já desde na barriga da mãe, os pais procurem juntos falarem palavras de amor e afeto ao filho que vai nascer e esse processo deve continuar depois de nascido.

EDUCAR PARA A VIDA

Costuma-se dizer que: "os pais criam seus filhos não para si, mas para o mundo".

Se o "mundo" aqui significa sociedade organizada e solidária concordo. Se o "mundo" tem um sentido bíblico paulino que compreende erros, vícios, os maus hábitos, toda sorte de falta de moral e de ética, então ninguém pode concordar.

O Pai, conhecedor da realidade, do nosso tempo cheio de contravalores, de falta de moral  e de ética, cheia de pessoas inescrupulosas, de corruptos e corruptores, de maus exemplos da grande maioria de nossos políticos, de violência de toda sorte, de desrespeito à vida humana; conhecedor desta realidade, repito, o pai deve dialogar com os filhos sobre todos esses maus comportamentos, a fim de que os filhos saibam distinguir: o bem do mal, o correto do errado, o bom do mau, o justo do injusto, o verdadeiro do falso, afim de que o filho saiba sempre decidir pelas coisas e pelas escolhas certas para seu próprio bem.

Educar para a liberdade e não para libertinagem com responsabilidade. Educar para saberem conviver com diferentes, credos, culturas e raças e até com idéias contrárias, mas sempre sem se comprometer nos seus bons princípios e valores. Educar para os valores humanos importantes como:  a amor e o respeito ao próximo, o amor ao trabalho, aos estudos, à prática da solidariedade, da partilha, da honestidade, o amor às coisas de Deus, à dignidade e a vida de Igreja, a fim de que consevem uma moral sadia.

EDUCAR NA FÉ

"Muitos pais procuram dar de tudo aos seus  filhos, mas não lhes dão Jesus".

Se a família católica é chamada: "igreja doméstica", o pai deve ser o sacerdote desta igreja familiar. O nosso Deus é o maior tesouro do mundo que alguém pode herdar. O pai que ama seus filhos sempre procura dar o melhor a eles. Portanto, ele mesmo, sabendo que é um tesouro maravilhoso é ter um Deus vivo na vida pessoal, e como, por isso, tudo passa ter um sentido maior e melhor, mais verdadeiro e santo na vida, o pai deve procurar "dar como melhor herança", aos filhos uma fé, viva e profunda, um culto consciente e respeito absoluto por Deus, pewlas três Pessoas divinas, (Pai, Filho e Espírito Santo). A vida de fé cristã esclarecida e o culto pssoal e público vivido pelo pai e a melhor evangelização e catequese, é a melhor escola religiosa para a vida dos filhos.

Além do exemplo vivo de homem e mulher de Deus dado pelos pais, é preciso também explicitar as verdades a respeito de Deus, do sentido da vida humana eterna e do sentido do mundo.
Isto os pais farão não dando aulas de religião aos filhos, somente, mas aproveitando as oportunidades que sempre se aprtesentem para falar bem de Deus Pai, de Jesus seu Filho e do Espírito Santo. Dos Sacramentos, de Nossa Senhora e da Igreja. Levando-os a conhecer a beleza da vida cristã-católica e de viver esta religião baseada na experiência do amor de Deus  nos acontecimentos de suas vidas.

Dessa forma os pais vão transferindo suas convicções para dentro dos corações dos filhos. Se os filhos forem formados numa vivência profunda de vida cristã, eles serão ótimos filhos em casa, na escola, no trabalho, serão bons na sociedade, serão muito bons discípulos de Jesuse assim, suas vidas serão exemplares para todos os que eles forem conviver, na família, na sociedade de na Igreja.             

HONRAR PAI E MÃE - Eles estão entre nós e Deus    

(texto de Cassio Abreu - revista Brasil Cristão-ed. 08/11)    

O quarto mandamento da Lei de Deus nos manda "honrar pai e mãe". É um dos poucos escritos de forma afirmativa. Deus quis que, depois dele, horássemos nossos pais, a quem devemos a vida e a trans missão do conhecimento de Deus. Se amamos verdadeiramente a Deus, então devemos amar aqueles a quem Deus revestiu com sua autoridade sobre nós, filhos.

Este quarto mandamento é dirigido primeiramente aos filhos em suas relações com seus pais, mas também diz respeito às relações de parentesco entre os membros de uma família, notadamente às pessoas mais velhas. Honrar é reconhecer alguém como importante, trazer à tona a dignidade que lhe é própria. E Deus, com seu amor paternal nos promete uma recompensa: "Honra teu pai e tua mnãe para que tenhas uma vida longa na terra". (Êxodo 20, 12); e são Paulo nos ensina que este é o primeiro mandamento seguido de sua promessa; (Efésios 6, 1-3). Portanto, se você quiser viver bastante feliz, ame, sirva, honre e obedeça seus pais, mesmo contrariado, achando que eles estão exagerando ou que eles não te entendem. 

Deus os escolheu para serem seus genitores e os abençoou com sabedoria, assistindo-os a todo momento, dando-lhes discernimento e autoridade, fazendo uso de suas experiências de vida.
A honra aos pais é demonstrada através de palavras e ações, que surgem de uma atitude interior de amor, respeito, carinho  e obediência pelo reconhecimento da autoridade. Nossos pais não são perfeitos, mas, no mínimo tem mais experiência de vida do que os filhos.
A vida em família é o início da via em sociedade, onde se pode, desde a infância, aprender valores morais, éticos e religiosos. A autoridade dos pais constitui um dos fundamentos da liberdade, da segurança, do amadurecimento sadio dos filhos e ilumina outras relações na sociedade.

O respeito pelos pais é fruto do reconhecimento para com eles, que por seu amor e sacrifício, puseramos filhos no mundo e permitiram que crescessem com saúde, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens. Por isso o respeito filiale a obediência devem ser verdadeiros, pois, "Aquele que repeita o pai obtém perdão dos pecados; o que honra sua mãe é como quem junta um tesouro. Aquele que respeita o pai encontrará alegria nos filhos e no dia de sua oração será atendido. Aquele que honra o seu pai viverá muito e o que obedece o Senhor alegrará sua mãe". (Eclesiástico 3, 2-6).

O bem que esse mandamento nos traz é conhecer no pai e na mãe os transmissores e a fonte da vida e da tradição. Os pais estão entre o Criador e a criatura que geraram. Honrá-los é honrar o próprio Senhor Deus Pai que também os criou. Vivendo este mandamento evitamos a desonra de nossos pais, que é um tipo de morte em vida. E que impede os filhos de terem vida em liberdade, em desigualdade e emm plenitude.

Os pais são o nosso porto seguro, nossa referência, o exemplo a ser seguido, a fonte que se abastece. E ainda, que eles não sejam exemplo, seu relacionamento com eles nçao seja dos melhores, eles continuam sendo seus pais. Portanto não os desonre! Por maior que tenha sido o erro deles, eles deram a vida, e o perdão entre os pais e os filhos é um santo remédio para todos os problemas de relacionamento.  

Saúde no Lar

(Texto de: Fr. Rinaldo Stencanela, osm. - revista Brasil Cristão, ed. 08/11)


A paternidade é uma grande vocação confiada por Deus a todos os homens que se tornam pais. Por isso neste artigo quero convidar todos os pais a uma reflexão sobre a saúde em seus lares.

Textos excelentes e inspiradores podem ser encontrados na Palavra de Deus sobre a Missão dos  pais na formação de seus filhos. Leiam por exemplo, as dicas que o LIvro do Eclesiástico traz sobre a "educação dos filhos", (Eclesiástico 30 e 42); do jeito que Deus ensina e aprova. Fico imaginando o lar da Sagrada Família. Uma família simples, amorosa, religiosa, fiel e cheia de bons exemplos.

Não havia vícios dentre de casa, nem cigarro, nem bebida alcoólica, nem maus tratos, nem mentiras; sem sinais de violência e atitudes qe pudessem  diminuir os valores da família e provocar escândalos em Jesus e na sociedade. Uma família de Deus, onde os valores éticos, morais e religiosos eram colocadosem prática. Nunca ouvi dizer que Jesusficou traumatizado por algum contra testemunho de São José ou Mesmo de de Nossa Senhora.

Pelo  contrário, creio que por onde Jesus passava sempre mencionava seus bons exemplos tanto do pai adotivo, quanto de sua mãe. Num mundo tão violento e carente dos verdadeiros valores, creio que os pais, em especial o pai, devam ser os primeiros a darem o bom exemplo.

Quantas cenas tristes... Infelizmente, tenho presenciado dentro de muitos lares, filhos que convivem com traições, adultérios, brigas, separações, desprezos e falta de respeito. É horrível um filho ver o pai caíndo de bêbado pelas ruas, quebrando tudo em casa, batendo na esposa e dando escândalos para os amigos, familiares e vizinhos. É tão triste ver um pai incentivando o filho a beber, a fumar a até mesmo incentivar os filhos à prática precoce da sexualidade. Este tipo de "aprovação" humana é totalmente desaprovado por Deus.

Queridos pais, salvem seus filhos e seu lar. Vocês são chamados a serem guardiões do lar. Que seus filhos, lá na frente, possam olhar para trás e verem os bons exemplos e atitudes de um pai e herói. Conviver com a decepção é muito triste e desonroso. Resgatem seus lares! Cultive a fé, a esperança, o perdão, o amor e a gratidão. Deixem marcas, rastros bonitos por onde passarem, para serem lembrados com a devida honra que a Bíblia tanto exalta.

"Façamos elogios aos homens, (pais) ilustres (...) O Senhor lhes deu uma glória abundante (...) Homens de grande virtude repletos de prudência (...) adquiram dignidade... e vivam em paz em suas casas. (Eclesiático 44) 
 Queridos pais conservem a SAÚDE em seus lares!


Com carinho
Frei Rinaldo, osm.       





PAIS, PRIMEIROS EDUCADORES



Diz o ditado popular: "filho de peixe, peixinho é" ou ainda "tal pai, tal filho". É bem verdade que a identidade pessoal e o caráter dos filhos passam pela forma de educação que os pais dão aos filhos.
Desde uma catequese familiar até os modos de comportamento o respeito aos mais velhos e ao próximo. A responsabilidade da educação dos filhos não é da escola, nem da Igreja e sim dos pais. Por isso os pais são espelhos, exemplos para os filhos.
Quando esse compromisso de zelar pela educação falha em algum dos lados, também é falha e falta uma boa educação.
Veja bem... os casos de violência na escola entre alunos são consequência muitas vezes da violência em família. É o pai que bate na mãe, é a mãe que não respeita o marido, são os palavrões xingamentos e muitas discussões na frente dos filhos, enfim, uma família desestruturada emocionalmente, também causa a desestruturação do emocional dos filhos. E esses por não acharem apoio nos momentos de carência trazem para a escola e para a Igreja e para os locais de lazer seus medos, angústias, sofrimentos e raivas. Assim nasce a maioria dos casos de violência infanto-juvenis. 
Uma família consiste em que o casal, homem e mulher tenham ambos a mesma autoridade diante dos filhos. Um não pode interferir na autoridade do outro.


Me lembro muito bem quando eu, na minha infância queria fazer uma coisa, pedia para mamãe e ela sempre me respondia: "pede também ao seu pai, se ele concordar então está bem". E era assim... às vezes papai negava por entender que aquilo não era bom, ou que não era a hora certa, eu discordava mas mamãe não tirava de meu pai a autoridade sobre o fazer ou não fazer o que queria.       

Hoje há entre os casais esta falta de autoridade, e muitas vezes a liberdade para algo se torna libertinagem, isto é as crianças aprendem desde cedo a não terem limites sobre suas atitudes. E mais tarde passarão a não ter limites sobre suas vidas, não terão limites e acharão que tudo podem fazer fora de hora. A consequência são diversas: jovens drogados, jovens sendo pais e mães precocemente, violência e falta de respeito para com os outros. Tudo isso são gerados pela má formação na infância.
Noventa por cento das brigas na escola, são revoltas dos filhos geradas por esta ou aquela situação dentro de casa. É o pai que bebe e usa drogas, é a carência afetiva, é a fome, a falta de atenção adequada, é a violência doméstica, é o pai que abusa dos filhos, é também a falta de amor para com Deus dentro da família.


Geralmente a maioria dos casos de bullyings acontece porque a criança ou p jovem se acha melhor do que o outro, não consegue conviver com as diferenças ao seu redor e muitas vezes isso acontece porque o pai ou a mãe não consegue passar esses valores de respeito humano e saber conviver com as diferenças de raças. O bullying nada mais é do que uma manifestação física ou psíquica de todas as formas preconceito.


Os verdadeiros pais, devem ser bons educadores para os filhos. Nunca jogar a responsabilidade da educação para a escola ou a catequese. É muito importante saber a dose certa para cada ação de seus filhos. É muito importante que a família seja uma família onde Deus possa estar presente. Família que reza unida, permanece unida. Os pais além de dar o conforto, devem sobretudo dar Deus aos seus filhos desde cedo, desde o ventre materno deve-lhes falar de Deus.Uma família deve ser bem estruturada muito mais que dar o pão material aos filhos é dar o pão espiritual. Ensinar a fé e os valores evangélicos. Mas isso só acontece se os pais também forem pessoas de fé. 
O diálogo dentro de casa deve ser frequente, é preciso trocar a discussão pela concórdia. 
As vezes vemos as crianças repetirem o que seus pais disseram num momento de discussão. por isso, é muito importante que se forem discutir não o façam na frente das crianças.


Também os pais devem impor limites aos filhos, desde cedo devem aprender que nem tudo na vida é permitido. Deve substituir as "palmadas" pelo castigo, ( aquele que não ofende e não causa violência); aonde se prive a criança ou o adolescente de alguma coisa pela desobediência. Mas lembre-se o castigo também não pode ser violento, deve ser algo que imponha respeito sem causar traumas. Respeitar, obedecer os pais é uma regra e está nos Dez Mandamentos da Lei do Senhor. Isso deve ser ensinado desde cedo aos filhos, para que eles aprendam a respeitar os mais velhos, os anciãos.
Se esse aprendizado não acontecer em casa, muito dificilmente vão respeitar as leis de Deus e as leis civis. O limite imposto aos filhos não é exigência apenas, é uma obrigação dos pais. 


Enfim... o casal deve espelhar-se na Sagrada Família de Nazaré, viver uma intensa comunhão com Deus e saber levar para suas  casas tudo bom. Ter momentos de oração, de reflexão. O esposo, a esposa deve ser devotos um do outro, isto é viver a cada dia os laços matrimoniais que um dia os uniram diante do Senhor. E esse devotamento deve aplicar sobre os filhos onde cada um se respeitem e se tornem respeitados. Onde cada membro da família se torne indivisível e importante. Uma família de verdade não se faz pelo dinheiro, ou pelo status social, mas pela vivência total e a cada dia de um amor recíproco e verdadeiro, amor doado, dedicado e vivido até o fim. É isso que Deus espera das famílias, que elas procurem refletir um pouco pelo menos, daquele mesmo lar de Jesus, Maria e José.


(Texto de: Elmando valeriano de Toledo)     


               
                
   
 

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