sábado, 26 de novembro de 2011

CANTO E MÚSICA NA LITURGIA - Sobre a Música Sacra

Aos músicos compositores e dirigentes do Ministério de Música Sacra e Litúrgica e a todos os fiéis católicos, músicos e cantores, descrevo aqui as decisões e normas do Sacrossanctum Concílium e disposições gerais sobre a reforma da música sacra e seu emprego na Liturgia da Igreja. Suas normas e orientações para a verdadeira prática da Pastoral da música sacra segundo as decisões do Santo Concílio e do Santo Padre o Papa para seu verdadeiro emprego afim de instruir todo povo de Deus.  


IMPORTÂNCIA PARA  A LITURGIA

112. A tradição musical na Igreja é um tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido ao texto, constitui parte necessária ou integrante da Liturgia solene. Não cessam de enaltecer, quer a Sagrada Escritura, quer os santos Padres e os Romanos Pontífices, que ainda recentemente a começar em S. Pio X, vincaram com mais insistência a função ministerial da música sacra no culto divino.

A música sacra terá por isso, tanto quanto mais intimamente unida  estiver a ação litúrgica, quer como expressão delicada da oração, quer como fator de comunhão, quer como elemento de maior solenidade nas funções sagradas. A Igreja aprova e aceita no culto divino todas as formas autênticas de arte, desde que dotadas das qualidades requeridas. O Sagrado Concílio, fiel às normas e determinações da tradição e disciplina da Igreja, e não perdendo de vista o fim da música sacra, que é a glória de Deus e a santificação dos fiéis, estabelece o seguinte:

113. A ação litúrgica reveste-se de maior nobreza quando é celebrada de modo solene com canto, com a presença de ministros sagrados e a participação ativa do povo. Observe-se, quanto à língua a usar, o art. 36; quanto à Missa, o art. 54; quanto aos sacramentos, art. 63; e quanto ao Ofício Divino, o art. 101.

PROMOÇÃO DA MÚSICA SACRA

114. Guarde-se e desenvolva com diligência o patrimônio da música sacra. Promovam-se com empenho, sobretudo nas igrejas catedrais, as "Scholae cantorum", (escola de canto). Procurem os Bispos e demais pastores de almas que os fiéis participem ativamente das funções sagradas que se celebram com o canto, na medida que lhes competem, segundo os arts. 28 e 30.

115. Dê-se grande importância nos seminários, noviciados e casas de estudo de religiosos de ambos os sexos, bem como noutros institutos e escolas católicas, à formação e prática musical. Para o conseguir, procure-se preparar também e com muito cuidado os professores que terão a missão de ensinar a música sacra. Recomenda-se a fundação, segundo as circunstâncias, de institutos superiores de música sacra. Os compositores e os cantores, principalmente as crianças, devem receber também uma verdadeira educação litúrgica.

116. A Igreja reconhece como canto próprio da Liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na ação litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar. Não se excluem todos os outros gêneros de música sacra, normalmente a polifonia, na celebração dos Ofícios divinos, desde que estejam em harmonia com o espírito de ação litúrgica, segundo o orientação do art. 30.

117. Procure-se terminar a edição típica dos livros de canto gregoriano; prepare-se uma edição mais crítica dos livros já editados depois da reforma de S. Pio X. Convirá preparar um edição com melodias mais simples para uso das igrejas menores.

118. Promova-se muito o canto popular religioso, para que os fiéis possam cantar tanto nos exercícios piedosos e sagrados, como nas próprias ações litúrgicas, segundo o que as rúbricas determinam.

ADAPTAÇÃO ÀS DIFERENTES CULTURAS

119. Em certas regiões, sobretudo nas Missões, há povos com tradição musical própria, a qual tem excepcional importância na sua vida religiosa e social. Estime-se como deve e dê-se-lhe o lugar que lhe compete, tanto na educação do sentido religioso desses povos como na adaptação do culto à sua índole, segundo os arts. 39 e 40. Por isso procure-se cuidadosamente que, na sua formação musical, os missionários fiquem aptos, na medida do possível, a promover a música tradicional desses povos nas escolas e nas ações sagradas.

INSTRUMENTOS MUSICAIS SAGRADOS

120. Tenha-se um grande apreço na Igreja Latina o órgão de tubos, instrumento musical tradicional e cujo som é capaz de dar às cerimônias do culto o esplendor extraordinárioe elevar poderosamente o espírito para Deus.

Podem utilizar no culto divino outros instrumentos, segundo o parecer e com o consentimento da autoridade territorial compete, conforme o estabelecido nos arts. 2, 37e 40. Contanto que esses instrumentos estejam adaptados ou sejam adaptáveis ao uso sacro, não desdigam da dignidade do templo e favoreçam realmente a edificação dos fiéis.

NORMAS PARA OS COMPOSITORES

121. Os compositores possuídos do espírito cristão compreendam que são chamados a cultivar a música sacra e aumentar-lhe o patrimônio. Que as suas composições se apresentem com as características da verdadeira música sacra, possam ser cantadas não só pelos grandes coros, mas se adaptem também aos pequenos e favoreçam uma ativa participação de toda assembléia dos fiéis.
Os textos destinados ao canto sacro devem estar de acordo com a doutrina católica e inspirar-se sobretudo na Sagrada Escrituras e nas fontes litúrgicas.   




VAMOS APRENDER? 


Todos músicos e cantores sacros devem estar atentos que: 





A música sacra não foi feita para outro fim senão nos elevar até Deus, é forma de Oração que enaltece o culto sagrado mas não pode ser descaracterizada de seu objetivo principal. O Sacrossantum Concilium  vem nos mostrar que a música é sem dúvida uma das formas mais poderosas de nos colocar na presença de Deus e desfrutar de sua glória. Porém os cuidados que o músico e o cantor sacro deve observar é para não querer pesar demais as melodias, e as letras com coisas que não tem nada a ver com a liturgia. Por isso há que se respeitar o seguinte:

  1. Não fazer da Igreja um palco. A santa Missa, o culto ou qualquer forma de celebração não é um teatro nem um show. Por isso, é recomendável que  os músicos fiquem atentos para não querer aparecer de mais, nem usar roupas extravagantes, nem provocar muita euforia na assembléia, de modo que, pareça que estão em um salão de baile. Tomar cuidado com os ritmos mais contagiantes de modo a não fazer da igreja (casa de oração) um salão de baile. Também observar os momentos em que as palmas de aclamação podem ser propícias ou não. Por exemplo: é errado bater palmas durante ou após a consagração, ou mesmo durante a exposição do Santíssimo Sacramento, momento  solene, em que se deve adquirir respeito pela presença real de Jesus Eucarístico. Pode-se bater palmas após aclamação do Evangelho, durante a apresentação da Palavra de Deus, quando a Missa for festiva e não solene. Os músicos e cantores devem usar roupas discretas, sem muita extravagância, evitar vestidos com decotes indecentes e os rapazes com roupas decentes para o ambiente, respeitando o lugar sagrado.      
  2. Evitar impor sempre o gosto pessoal, tem dirigente que quer cantar só o que lhe agrada. Se esquecendo das orientações da Igreja.
  3. Cantar só por cantar. Quem assim age não pode nunca ser um bom cantor, porque faltará sempre bom gosto e boa vontade. Cantar sem compromisso, de qualquer maneira, sem afinação de voz e de instrumentos, cantar e tocar sem antes ter ensaiado, além de empobrecer o músico e o cantor(a), também empobrece muito a Liturgia.  
  4. Só toco se for do meu jeito. A música possui letras, partituras próprias e muitas vezes pode sofrer alterações para melhorar a harmonia. Cabe ao dirigente ou o maestro saber o que fazer mas se deve esforçar para não distorcer o sentido da harmonia. Eu não posso querer simplesmente tocar do meu jeito. Devo esforçar-me para seguir se possível o que foi escrito pelo autor. Respeitando o que está escrito na partitura. Devo ter espírito de cooperação para ser subordinado às orientações do meu coordenador ou do maestro da equipe. 
  5. Ir sempre contra a idéia da equipe de celebração e do padre. Antes de sermos críticos com a equipe de celebração e com o padre devemos ajudar a implementar  a liturgia tornando-a mais rica.  
  6. Escolher sempre as mesmas músicas. A Igreja possui um livro de Orientações Musicais para os cantos litúrgicos de acordo com o tempo litúrgico estabelecido. É o HINÁRIO LITÚRGICO NACIONAL da CNBB.  A equipe do Canto Pastoral Litúrgico deve estar atenta que fica cansativo sempre cantar as mesmas músicas, não querer ensaiar outras novas. Deixa a Igreja mais pobre liturgicamente. 
  7. Procurar sorrir e usar instrumentos bem afinados. O cristão deve ser alegre. A alegria no Senhor Jesus Ressuscitado, a celebração não é um velório. Devemos sorrir estar alegres, nos sentirmos em casa e como irmãos. O sorriso expressa que você se sente feliz por participar da Comunidade de Jesus. Por outro lado o músico deve tomar o cuidado de afinar seu instrumento. Não há coisa pior do que ouvir um instrumento desafinado. Ouvidos devem estar atentos. O bom músico chega mais cedo na Igreja para corrigir estes problemas. Lembre-se que uma boa educação musical passa pela afinação correta do instrumento. O mesmo se aplica aos cantores. É importante corrigir a voz, se esforçar por cantar afinado e no tom correto, principalmente as partes de solo e os salmos.
  8. Não se deve tocar e cantar músicas de novelas, filmes e adaptações de músicas populares em cerimônias religiosas. Principalmente nos casamentos e aniversários. Existe músicas próprias dentro da Igreja para esse fim. Quando cantamos uma letra religiosa adaptada em música popular, quem as ouve se lembra diretamente da música profana e não da letra religiosa. Quem faz isso mostra que possui pouca cultura musical. O mesmo orienta a não colocar músicas religiosas em músicas "da parada".  
  9. Não se deve afinar instrumentos durante a missa. Se acontecer de desafinar um instrumento, retire-se discretamente vá a outro local e afine. Se for o caso tenha sempre um afinador (ou diapasão) com você para auxiliá-lo.  
  10. Estudar Liturgia. É dever do dirigente ou do maestro procurar estudar a liturgia. Saber o que se passa, como as leituras, o salmo o Evangelho do dia, etc.  Procurar passar uma boa mensagem através da música mas sem esquecer do foco principal que é evangelizar.
  11. Prestar atenção na letra do canto. É importante prestar atenção, ler a a letra do canto, não cantar de cor. Pois corre-se o risco de a letra dizer uma coisa e você cantar outra, desfocando a mensagem própria da música. Também é muito importante que se adquira o hábito de soletrar bem as últimas palavras da frase da música de modo a complementar a melodia e apurar mais o idioma.
  12. Ler previamente o Evangelho antes de escolher as músicas. A liturgia requer que se faça uma leitura prévia para que se possa combinar as músicas que serão cantadas com a mensagem passada pelo Evangelho. O músico ou o dirigente do coro deve estar atento.
  13. Evitar cantar muito forte no microfone, ou seja o seu deve ser mais alto. Na música existem momentos próprios onde se exige, mais forte, mais suave, suave, suavíssimo. Não pode o músico cantar toda a música sem a disciplina de voz, tampouco não dar oportunidade ao(s) outro(s) e querer que sua voz seja sempre a primeira. Além de esgoísmo e falta de educação musical é falta de caridade, porque agride os ouvidos de quem está ouvindo.
  14. Evitar colocar o volume dos instrumentos mais alto do que as vozes dos microfones.
  15. Evitar cantar tudo sozinho, ou querer que o coro cante tudo sozinho. As igrejas devem possuir os grupos de sustentação do canto. Isto é um grupo de ajuda a sustentar os cantos na celebração, mas quem canta é toda assembléia. Não separadamente. Por isso recomenda-se que se cante músicas que o povo conhece desde que seja aplicável à liturgia do dia. 
  16. Evitar o exibicionismo. Igreja não é palco, não é show. A liturgia é Oração. Vivida e participativa. O ministério de música é um serviço pastoral.
  17. Evitar distrair a assembléia com conversas paralelas.
  18. Procurar avisar o celebrante as horas que serão cantadas.
  19. Um bom ensaio e uma boa escolha das músicas é muito importante. Principalmente o ensaio dos instrumentos musicais que exige afinação; o coro deve sempre zelar pela conservação dos ensaios, evitar o improviso. Não querer ensaiar tudo antes da missa.  
  20. Evitar cantar músicas desconhecidas. Cantar músicas desconhecidas é um hábito que a maioria dos grupos de canto possui. Isto deve ser evitado porque tira a oportunidade da assembléia participar.  
  21. Evitar tocar instrumentos de percussão e contrabaixo muito alto dentro da igreja.
  22. Evitar usar roupas extravagantes, que chame muita atenção, decotes, camisetas, saias curtas. Zelar pela decência.
  23. Evitar fazer de conta que está mum show de rock.
  24. Evitar perder o contato com assembléia. Isto é, distanciar-se da participação com a assembléia tomando pelo rumo do individualismo. A Liturgia exige a participação de todos.
  25. Evitar tocar e cantar músicas fora do Tempo Litúrgico.
  26. Evitar fazer muito barulho.
  27. Respeitar o silêncio sagrado. Isto é, respeitar espaço de silêncio após a comunhão. Salvo se a missa for transmitida.
  28. Procurar ter espaços para a Oração dentro do grupo.
  29. Procurar a simplicidade e a humildade evitando  elogiados. Aceitar as críticas a fazer o possível para o bom desempenho do mesmo. Nunca dizer: "eu sou bom, somos o máximo etc."
  30. Procurar estar atentos aos horários dos ensaios,  chegar pelo menos meia hora antes da celebração.  
  31. PROCURAR TER ASSEIO E CUIDADO COM OS INSTRUMENTOS MUSICAIS E EQUIPAMENTOS DE SOM, DE MODO A MANTÊ-LOS SEMPRE LIMPOS E REGULADOS.
  32. Evitar tocar muito forte os instrumentos de percussão para não desconcentrar a assembléia e atrapalhar o clima de oração. O mesmo vale para instrumentos como contra-baixos elétricos. Um bom conjunto deve dar a oportunidade de aparecer todos os instrumentos utilizados na música de modo que cada um tenha sua utilidade durante a execução da música, estabelecendo o respeito pela escrita da partitura, ou ainda pela composição da harmonia em que se pede. O bom músico e o bom cantor (a), sabe que deve ter ouvidos atentos para escutar o colega  ao lado sem desligar de sua parte a ser executada, tendo respeito para que seu instrumento ou a sua voz não sobressaia a dos outros. Existe na música momentos de solo, de coro, de solo instrumental etc. No coro cada um deve respeitar e valorizar o estado de execução da música como uma casa que se edifica colocando cada material no seu lugar, cada qual com sua importância se faz necessário para a construção, na medida certa e na hora certa. Assim o cantor e o músico deve edificar a espiritualidade musical e os valores da música durante a execução.                                        
LEMBRE-SE SEMPRE QUE: TOCAR BEM E COM GOSTO É FAZER UMA CARIDADE AOS NOSSOS OUVIDOS E AOS OUVIDOS DOS QUE TE ESCUTAM. 

REZAR OU CANTAR A LITURGIA?

Da Revista de Aparecida. Ed. 08/11
Texto de Pe. José Ulysses, CssR.

Atualmente nossas celebrações são cheias de cânticos. Não se percebe a diferença entre um dia comum, um dia de festa ou uma grande solenidade.

Cantam-se o cântico de entrada, o Ato penitencial, o Glória, o Salmo de meditação, a Aclamação ao Evangelho, o canto das Oferendas, o Santo, o cântico de comunhão e o cântico final, além de alguns cantos a mais, inseridos aqui e ali. Ainda bem que, em boa parte das comunidades, a comunidade consegue cantar junto com o coral.

Mas, é lamentávelquando os cânticos são desconhecidosou são executados apenas pelo coral ou até por um solista. Ou ainda, quando os cânticos, mesmo conhecidos por todos, nada tem a ver com a liturgia, ou a celebração do dia.

Vale apena fazer uma boa revisão dessa tradição, criada apenas nas últimas décadas. A Celebração litúrgica não deve ser uma rotina nem um show de cantoria. Em primeiro lugar, seria muito importante alternar entre cantar e rezar os textos litúrgicos. Quando se canta o Ato Penitencial, poder-se-ia deixar que o Glória fosse rezado e vice-versa. O Salmo de meditação pode ser recitado nos dias comuns ou cante-se apenas o responsório.

O Cântico das Oferendas deve ser omitido de vez em quando, para permitir que a comunidade ouça as Orações que são feitas na apresentaçãoda hóstia e do vinho e aprenda as respostas a cada oração. Mesmo o "Santo" pode ser, às vezes, apenas rezado. E seria muito bom que as aclamações à Oração Eucarística fossem cantadas de vez em quando. Enquanto possível, o Cântico da Comunhão seja realmente de comum-união sacramental cantos e letras intimistas, que não expressam a dimensão da Comunhão eclesial fraterna entre os participantes da celebração. Sem dúvida, deve cantar-se muito mais, quando se trata de uma solenidade importante, e um pouco menos, quando se trata de um domingo comum. Afinal, o canto jamais deve cansar a comunidade, mas ser, de fato, uma Oração comunitária  com melodia. Só assim, quem canta, reza duas vezes.


DO PONTO DE VISTA TEOLÓGICO


  1. A Música Litúrgica brota da vida da comunidade de fé. É na contemplação da passagem do Eterno no devir da Natureza e no correr da História... é na intuição do Mistério de Cristo no cotidiano das pessoas e grupos humanos, que o autor, o compositor litúrgico encontra sua fonte de primeira inspiração.
  2. A música litúrgica reflete necessariamente o Mistério da Encarnação do Verbo e, por isso mesmo, assume as características culturais da música de cada povo, nação ou região.
  3. A Música Litúrgica se enraíza na longa tradição bíblico-litúrgica judaica e cristã. Desta tradição recebe a seiva que lhe garante a identidade, bem como o incentivo a beber na rica fonte dos salmos e demais cânticos bíblicos do Antigo e do Novo Testamento. As melhores composições produzidas ao longo da experiência celebrativa das Igrejas, todas elas de todas as inspiração bíblica, são também nossas melhores referências.
  4. A música litúrgica se insere na dinâmica do memorial, própria e original da tradição judaico-cristã: é canto, são palavras, melodias, ritmos, harmonias, gestos, danças... a serviço da recordação dos fatos salvíficos, um passado significativo que aflora acontecimentos, no hoje, no aqui-agora da comunidade cristã,a qual prolonga a experiência da Mãe do Senhor, de quem se diz que guardava todas estas coisas, meditando-as em seu coração (Lc2, 19; cf. 51b).
  5. A Música Litúrgica tem o papel pedagógico de levar a comunidade celebrante a penetrar sempre mais o Mistério de Cristo. Por sua força e suavidade, capacita-a, com singular eficácia, a experimentar e entender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade... (...) O amor de Cristo, que ultrapassa todo conhecimento (Ef 3, 18-19).
  6. A Música Litúrgica brota da Ação do Espírito Santo, que suscita na assembléia celebrante o fervor e alegria pascais, provocando em quem canta uma atitude de esperança e amor, diante da realidade em que vive. Sua tônica principal é e será sempre alegria escatológica: mesmo vivendo em meio as rupturas dolorosas de todo tipo de opressão, exclusão e morte, a Música Litúrgica expressa e esperança de um novo céu e uma nova terra (Ap 21, 1; cf. Is 65, 17)
  7. A Música Litúrgica, ao seu modo e por sua vez, expressa, finalmente, a natureza e sacramentalidade da Igreja, Povo de Deus, Corpo de Cristo, na diversidade de seus membros e mistérios, já que há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos. (1Cr 12, 4-7)                       

DO PONTO DE VISTA ESTÉTICO

A Música Litúrgica, ao mesmo tempo, brota da cultura musical do povo, de onde provêm os participantes da assembléia celebrante. Nesta cultura, então, é que, prioritariamente, busca e encontra gêneros musicais que melhor se encaixem na variedade dos Tempos Litúrgicos, das festas e dos vários momentos ou elementos e rituais de cada celebração: toda linguagem musical é bem vinda, desde que seja expressão autêntica e genuína da assembléia.

A Música Litúrgica privilegia a linguagem poética. Toda autêntica experiência de oração é antes de tudo uma experiência poética, e a linguagem poética, portanto, é a que mais se ajusta no caráter simbólico da Liturgia. Evitem-se portanto, textos de cunho explicativo ou didático, textos doutrinários, catequéticos, moralizantes ou ideologizantes, estranhos à experiência propriamente celebrativa.

A Música Litúrgica prioriza o texto, a letra, colocando tudo mais a serviço da plena expressão da palavra, de acordo com os momentos e elementos de cada rito. Uma coisa é musicar um texto para um canto de abertura, outra coisa é musicar o texto como salmo responsorial; uma coisa é musicar uma aclamação ao Evangelho, outra, musicar um texto para procissão das oferendas ou da comunhão; outra é musicar a aclamação angélica do 'Santo', uma coisa é musicar prece eucarística, outra, bênção da água batismal. Outra, ainda, no invitatório do Ofício Divino; uma coisa é musicar um repertório para o tempo da Quaresma; outra musicar um repertório para a festa do Natal... Muito vai depender da própria experiência litúrgico-espiritual de quem compõe ou da assembléia para a qual se compõe.

A Música Litúrgica é chamada a realizar perfeita simbiose (combinação vital) entre a palavra (texto, letra) e a música que a interpreta. Essa simbiose implica, inclusive, em que o texto seja composto de tal maneira que a métrica e a cadência dos versos, bem como os acentos das palavras sejam convenientemente levados em conta pela música, evitando os descompassos, desencontros e dissonâncias entre o embalo da música e a cadência dos versos ou os acentos de cada palavra.

A Música Litúrgica prescinde de tensões harmônicas exageradas. A riqueza de expressão do sistema modal do canto gregoriano e a grandiosidade da polifonia sacra continuam sendo referenciais inspiradores para quem se dedica a fazer litúrgico-musical.

A Música Litúrgica, ao ser executada, embora se destine a ser expressão autêntica de tal ou qual assembléia, prima manter-se fiel à concepção original do(a) autor(a), conforme está expressa na partitura, sob pena de perder as riquezas originais da sua inspiração e, consequentemente, empobrecer-lhe a qualidade estética e densidade espiritual.

Exultai, justos, no Senhor, que merece o louvor dos que são bons. Louvai o Senhor com a cítara, a harpa de dez cordas  cantai-lhe. Cantai-lhe um canto novo, tocai a cítara com a arte, bradai (Sl 33, 1-3).                 


DO PONTO DE VISTA PASTORAL

A Música Litúrgica, por um lado encama as finezas e o cuidado do Bom Pastor para com seu rebanho. Quem exerce algum tipo de ministério litúrgico musical prima, então, por adequar-se à diversidade dos ambientes sociais e culturais, às vivências e contingências do cotidiano, às possibilidades e limitações da assembléia. Cabe-lhe portanto, com sensibilidade e sensatez, não só ajudar na escolha, no aprendizado e na utilização do repertório mais conveniente, mas também cuidar oportunamente da formação litúrgico-musical da assembléia.

A Música Litúrgica, por outro lado, reflete quela solidariedade que caracteriza os discípulos de Cristo na sua relação com toda humanidade,pois "as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também  as alegrias e esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo. Não se encontra nada de verdadeiramente humano que não lhes ressoe no coração. (...) Portanto a comunidade Cristã se sente verdadeiramente solidária com o gênero humano e com sua história.

A Música Litúrgica, enfim, é fruto da inspiração de quem vive inserido(a) no meio do povo e no seio da comunidade eclesial, em profunda sintonia com o Mistério de Cristo, contemplado à luz das Escrituras, no dia-a-dia da  vida.
Uma música assim produzida leva a assembléia a celebrar, como Maria na casa de Isabel,  a ação transformadora e libertadora do Deus-Pastor. O Cântico de Maria, port sinal, cantado nas tardes no Ofício de Vésperas e no momento da comunhão nas festas marianas, é a grande referência do canto da Igreja, onde cada autor e compositor, deveria se espelhar.        
                  
INTRODUÇÃO GERAL DO MISSAL ROMANO


IMPORTÂNCIA DO CANTO


39. O apóstolo exorta os fiéis, que se reúnem à espera da vinda do Senhor, a que unam suas vozes para cantar hinos, salmos e cânticos espirituais (cf. Cl 3, 16). O canto é o sinal de alegria do coração (Cf. At 2, 46). Bem dizia Santo Agostinho: "Cantar é próprio de quem ama" [1]. E vem já de tempos antigos o provérbio: "Quem bem canta, duas vezes reza". 


40. Deve ter-se, pois, em grande apreço o canto da celebração da Missa, de acordo com a índole dos povos e as possibilidades de cada assembléia litúrgica. Embora não seja necessário necessário cantar sempre, por exemplo nas Missas feriais, , todos os textos que, por si mesmos, se destinam a ser cantados, deve no entanto procurar-se com todo cuidado que não falte o canto dos ministros e do povo nas celebrações que se realizam nos domingos e festas de preceito.


 NA ESCOLHA DAS PARTES QUE EFETIVAMENTE SE CANTAM, DÊ-SE PREFERÊNCIA ÀS MAIS IMPORTANTES, SOBRETUDO ÀS QUE DEVEM SER CANTADAS PELO SACERDOTE OU PELO DIÁCONO OU PELO LEITOR, COM RESPOSTA DO POVO. BE COMO ÀS QUE PERTENCE AO SACERDOTE AO PROFERIR CONJUNTAMENTE [2].


41. Em igualdade circunstâncias, dê-se primazia ao canto gregoriano, como canto próprio da Liturgia romana. De modo nenhum deve excluir outros gêneros de música sacra, principalmente a polifonia, desde que correspondam ao espírito de ação litúrgica e favoreçam a participação de todos os fiéis [3].


Dado que hoje é cada vez mias frequente o encontro de fiéis de diferentes nacionalidades, convém que eles saibam cantar em latim pelo menos algumas partes do Ordinário da Missa, sobretudo o símbolo da fé e a oração dominical, nas suas melodias mais fáceis. [4]


[1] Santo Agostinho de Hipona, Sermão 336: PL 38, 1472.


[2] Cf. S. Congregação dos Ritos, Instr. Musicam sacram, 5 de março de 1967, 7 , 16:AAS 59 (1967) 302, 305.


[3] Cf. II Conc. Do Vaticano. sobre a Sagrada Liturgia, Sacrossanctum Concilium, 116; Cf. também Ibidem, 30.


[4] Cf. II Coc. Vaticano, Const. sobre a Sagrada Liturgia, Sacrossanctum Concilium, 54; S. Cogregação dos Ritos, Instr. Inter Oecumenici, 26 de setembro de 1964, n. 90: AAS 56 (1964)  897; Instr. Musicam sacram, 5 de março de 1967, 47: AAS 59 (1967) 314.         

sábado, 12 de novembro de 2011

JESUS CRISTO REI E SENHOR DO UNIVERSO - Rei dos Corações

JESUS CRISTO
REI DOS CORAÇÕES

Texto de: Pe. Alírio J. Pedrini, scj. - Revista Brasil Cristão ed. 11/11.

Depois do último domingo do Tempo Comum, celebramos solenemente em toda Igreja Católica a solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo, Rei dos corações. Esta solenidade encerra todo o percurso do ano eclesial. Para em seguida iniciarmos o novo ano litúrgico. (Que, não segue o calendário normal e tem seu término no dia 20 de novembro). Com o primeiro domingo do Advento inicia-se o novo Ano Litúrgico.  A festa da realeza de Jesus Cristo, coroa também todas as festividades dedicadas a Ele, durante o transcurso de um ano: O Natal, a Epfania, a Ressurreição e Ascensão, a Transfiguração, Corpus Christi e Coração de Jesus.

Jesus Cristo é Rei. Sua realeza no planeta Terra, sua realeza na humanidade foi-lhe dada por Deus Pai, porque Jesus, ao aceitar vir para salvar a humanidade de seus pecados e males, reconciliá-la com Deus, e salvá-la para a vida definitiva na glória dos céus. Ele sacrificou na cruz aquilo que de mais precioso possuía: a sua vida. Foi pelo dom de sua vida para a salvação da humanidade que Jesus adquiriu o direito de ser Rei, de orientar a vida das pessoas, de julgar todos os seres humanos, de dar o céu aos aprovados pelas boas obras de suas vidas, e de condenar os que forem reprovados por suas más ações. Jesus Cristo tinha consciência de seu direito de realeza. Embora não reclamasse seus direitos de realeza durante a vida.

Quando chegou o momento de dizer a verdade, Ele foi muito claro. Perguntado por Pilatos se Ele era Rei, Jesus foi categórico em resposta - És tu o rei dos judeus? - Respondeu Jesus: - O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é deste mundo. Perguntou Pilatos: Então tu és rei? - Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei! (Jo18, 35-37)


UM REINO FEITO DE CORAÇÕES

Jesus deixou claro que o seu reino não é desse mundo, como são os reinos dos reis terrenos que conhecemos. Não é um reino restrito a um país determinado, com palácio e uma corte reais, com um exército, uma marinha e uma aeronáutica. O reino de Jesus está baseado sobre o destino eterno do ser humano, salvo e santificado por Ele. O reino de Jesus se encontra onde há pessoas que creem n'Ele, o aceitam como seu Deus, Salvador e Senhor e que vivem de acordo com seus ensinamentos. O reino de Jesus está presente onde haja discípulos seus. É um reino de corações convertidos e fiéis a Ele. Sabemos que os cristãos, quer católicos, quer evangélicos, hoje se encontram em todos os países do mundo, por isso podemos afirmar que o reino de Cristo Rei encontra-se presente em todo planeta Terra.
Ao falar do reino Jesus um dia disse: "O reino de Deus está dentro de vós!" Isto mesmo! - O reino de Jesus está no coração de todas as pessoas que creem e seguem Jesus por uma vida cristã sábia e santa.


O reino de Jesus está presente no coração de um marido, de uma esposa quando creem em Jesus, e por causa dos seus ensinamentos, vivem muito bem o matrimônio, são fiéis no amor, e pelo amor procurar fazer feliz um ao outro; também quando sabem perdoar, dialogar com amor.


O reino de Jesus está presente no coração daqueles pais que creem em Jesus, e que animados pelos seus sábios ensinamentos, educam seus filhos na fé do Deus verdadeiro, no valores sobrenaturais, nos valores da família, da Igreja, do trabalho, da honestidade e da verdade.
Jesus é o rei dos corações dos jovens que, tendo feito um encontro pessoal com Ele, tornaram-se seus discípulos fiéis, admiradores e apóstolos, por isso, vivem uma juventude, seu namoro, seu noivado, seus estudos, sua profissão, dentro dos valores cristãos ensinados por Jesus. Jesus reina nesses corações.


Jesus reina nas famílias, onde pais e filhos são convertidos a Ele, vivem com alegria e ações de graças o dom de sua fé, de sua religião e de sua Igreja, e por isso, impulsionados, inspirados e ungidos pelos ensinamentos de Jesus, vivem a vida familiar em clima de amor verdadeiro, amor de na família, com Deus e com o próximo. Quando a família se organiza e vive de acordo com o Evangelho e os ensinamentos do Mestre, ali está o reino de Jesus.


Jesus é rei de um colégio, quando a direção e boa parte dos professores e doa funcionários creem n'Ele, porque descobriram a riqueza de seus ensinamentos para suas vidas. E procuram organizar todo o andamento do colégio de tal modo que os alunos aprendam valores cristãos, e vejam neles grande sabedoria para suas vidas. Enfim, Jesus é rei e reina, seja onde for, quando as pessoas ali creem n'Ele, e vivem conforme seus ensinamentos em sua vida pessoal, familiar e social. E seu reinado uma bênção extraordinária para seus súditos por amor. 


JESUS QUER REINAR PARA O BEM DOS CORAÇÕES


Porque Jesus quer reinar? Porque Ele ama com um amor que salva as pessoas para a vida eterna gloriosa. Jesus quer reinar nos corações para poder:



  1. Levá-los à grande bênção de crer no Deus verdadeiro e de por isso, receber o grande amor do Pai celeste, receber o grande amor de Jesus Salvador e receber o amor santificador do Espírito Santo.
  2. Revelar-lhes a grandeza de suas pessoas criadas para a vida eterna nos céus.
  3. Ensiná-las a viver de acordo com os verdadeiros valores que salvam.
  4. Libertá-los, perdoá-los e curá-los de todas as conseqüências do pecado original, dos pecados pessoais e dos males causados por outras pessoas. 
  5. Para ensiná-los a viver como filhos e Deus e irmãos entre si, na grande família que é a Igreja.
  6. Para santificá-los e levá-los todos para a glória dos céus, pois o reino de de Jesus não é deste mundo. Jesus quer reinar nos corações, não para o seu bem, felicidade e glória. Mas sim, para  a salvação, felicidade, santidade e glória de todos os que creem em seu nome, e vivem como verdadeiros cristãos-discípulos. Ter Jesus como rei é uma graça extraordinária e sem igual.     

           
  JESUS CRISTO REI TEM DIREITO DE JULGAR OS CORAÇÕES

Jesus Cristo Rei tem o direito de julgar todos os seres humanos, porque Ele veio salvar a todos e deu a sua vida na cruz pela salvação de todos. Ele adquiriu esse direito, e o exercerá logo após a morte de cada ser humano. E o exercerá um dia quando voltará gloriosamente, diante de toda humanidade reunida, para demonstrar a sua justiça e a misericórdia divinas exercidas na história de cada pessoa e na própria humanidade. Jesus mesmo nos falou deste julgamento final. No texto de São Mateus, vemos claramente que Jesus fala de si mesmo como rei, sentado em seu trono, no seu reino.  Mt25, 31-46 - Esse texto é claríssimo sobre o reinado de Jesus Cristo Rei. Sobre seu direito de julgar a todos, e sobre as obras que falam contra ou a favor em seu julgamento. 


Felizes são todos aqueles que pela fé em Jesus, pela aceitação de Jesus, pela obediência amorosa aos seus ensinamentos, pela resposta ao seu amor salvífico, vivem como discípulos e irmãos, no reino de Cristo Rei enquanto vivem aqui, pois após esta vida terrena, têm garantida a glória no reino celeste, junto da Trindade, de Nossa Senhora e dos Anjos e Santos, nos céus. 












            

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ENTRE A LEI DOS HOMENS E A LEI DE DEUS

A Bancada Evangélica, dos deputados, manifestou em um programa de um canal de TV, do mesmo seguimento evangélico, pois segundo eles, defendem a extinção dos feriados religiosos católicos no Brasil.


Assisti o debate no mesmo canal evangélico, onde "pastores" protestantes da ala dos radicais defendem a criação de um feriado evangélico no dia 31 de outubro, data em que comemora o dia das bruxas.

Com a desculpa que o Estado Brasileiro é laico e não pode estabelecer feriados religiosos e sim, semente os feriados civis. Estão tentando a todo custo pressionar o Governo Federal à retirar do calendário nacional até o dia 12 de outubro, que é a festa da Padroeira do Brasil. Segundo alegam esses "pastores" que Nossa Senhora Aparecida é padroeira somente dos católicos e não do Brasil.

O Estado pode ser laico, mas o povo não! - cada um tem sua crença religiosa, mas se juntarmos a maioria, defendem os feriados religiosos porque estão de certa forma aliados ao catolicismo.

E aqui quero chamar a atenção de todos os católicos do Brasil, a perceberem a gravidade do fato. Qual o verdadeiro interesse por trás disso?

1 - Grande parte das pessoas que defendem a extinção dos feriados além dos protestantes são empresários, banqueiros, políticos e profissionais liberais que querem aumentar a jornada de trabalho. Sem os feriados aumenta os dias de trabalho e o lucro das empresas. Quem perde com isso é o trabalhador que trabalha mais e gasta a sua saúde sem aumento de salário.

2 - Os protestantes se contradizem ao defender a extinção dos feriados religiosos católicos, mas ao mesmo tempo, defendem a criação de um feriado religioso evangélico. Por quê?, são melhores do que nós?


Isso prova que os protestantes radicais querem perseguir à Igreja Católica. Estão tentando destruir os direitos que nós católicos conseguimos desde que chegamos aqui em 1500, aonde já se celebrava a 1a. Missa no Brasil. 

4 - Na verdade querem perseguir a Igreja, porque ela é a única Igreja que defende e ajuda os pobres, e retalha veementemente a corrupção dos políticos brasileiros. A única a tomar frente ao projeto da lei "Ficha Limpa" e da sua aprovação. A Igreja Católica é a única que se levanta para defender os trabalhadores.


Eu nunca vi um pastor evangélico (falo dos radicais) pobre. Pelo contrário, recebem altos dízimos,  andam em bons carros, seus filhos são bem cuidados e educados, não fazem caridade e seus bens não são das  Igrejas e sim particulares, muitas vezes sustentados pelos pagamentos dos dízimos.

5 - Se o interesse deles é acabar com os feriados religiosos, como dizem, porque então criar outro feriado religioso evangélico? A Constituição Brasileira diz que: todos são iguais perante a Lei. Se é assim, não poderiam haver feriados nem para os católicos nem, para qualquer outro grupo religioso, não é mesmo? - mas o que eles apoiam são seus interesses particulares, e os interesses dos empresários que querem explorar ainda mais, sugando o direito do tralhador de descansar, do religioso de santificar o seu dia. E por pura perseguição à Igreja Católica Romana, porque se acham os "donos da verdade".   

6 - Os interesses desses políticos não é simplesmente o motivo religioso, mais do que isso leia o que disse o pastor no programa: ele disse que defende a extinção dos feriados religiosos, porque os brasileiros ficam mais tempo a toa, bebem, caem na farra e depois no outro dia não dão produção às empresas. Ou seja estão não interessados na religiosidade do povo simplesmente, mas porque não dão produção às fábricas e instituições bancárias que alguns deles são donos ou os representam. E o trabalhador que se dane!

Compreenderam? Estão querendo forçar a acabar com os feriados não porque defendem uma simples tese religiosa simplesmente, mas por interesses financeiros. Depois querem a todo custo tentar enfraquecer a Moral da Igreja Católica, porque assim, pretendem manipular massas inteiras para o ódio e a perseguição religiosa, não só a Igreja Católica Romana mas a outros grupos também. Como seus aconteceu na Irlanda, onde os católicos são vítimas até hoje de preconceitos, abusos e perseguições. Assim defendem criar no Brasil essa intolerância religiosa, contrariando a Constituição Brasileira, que, defende liberdade de culto à todas as crenças religiosas e não só dos católicos e protestantes.

Temos que levantar a bandeira, convocar todos os católicos para pressionar, para não deixar que isso aconteça, pois, está claro uma forte perseguição à Igreja católica e uma intolerância religiosa aos outros seguimentos. Mas está mais que claro que querem acabar com nossos direitos sobretudo a ter seus dias de oração, descanso e lazer.

Por isso peço a todos que pressionem, não vamos deixar que esses "políticos" e tais "pastores" querem fazer. Vamos dar um basta nesta marcha protestante contra os direitos do povo brasileiro.


Eu deixo uma Reflexão: "Os que defendem a extinção dos feriados, seja religiosos ou civis, geralmente são almofadinhas que nunca pegaram no pesado, seja em uma fábrica, uma obra, um serviço rural, ou qualquer outro... se fossem como a maioria dos trabalhadores desse país, que acorda as 4:00h da madrugada, pega o trem, o metrô, anda quilômetros de coletivo e chega em casa lá pelas 22:00 ou 00:00h da noite, não estaria defendendo a extinção de um direito tão sagrado. São esses almofadinhas, religiosos ou políticos que deveriam trocar de lugar com os pobres trabalhadores operários, pra ver, sentir na pele o quanto vale um dia de descanso".    


ENTRE A LEI DOS HOMENS E A LEI DE DEUS

Embora sejamos cidadãos do mundo, há duas maneiras de estar no mundo: uma é fazer aquilo que lhe dá na cabeça, não ser leal a nenhuma lei, ignorar completamente os direitos humanos e civis, fazer justiça com as próprias mãos. Fechar a consciência para as coisas sagradas, ou seja, viver em total libertinagem, como animais irracionais.


Outra é: observar as leis do país, cumprir os direitos civis, praticar o respeito aos direitos humanos. Buscar viver uma vida de cidadãos comprometidos com a justiça dos homens e de Deus. Ter a consciência de que todos devem ser respeitados, buscar viver as coisas sagradas como bem especial que Deus dá a cada um.


Mas Jesus mesmo dizia: "não é possível servir a dois senhores"... - "... ou amará um e odiará outro, ou vice-versa"... 
Assim podemos conciliar as duas coisas, mas... para qual das leis deverá ser dada a prioridade? as Leis do mundo, ou a lei de Deus? 


As vezes nós trocamos nossos dias santos, pelo trabalho, não vamos à Missa, ou ao culto por preguiça. Deixamos de ajudar um doente, ou visitar um velório. Deixamos o lar muitas vezes desgovernado com nossos afazeres. Esquecemos até que existe um Deus acima de nós e que tal nos deixou uma lei a ser seguida: "Amarás a Deus com todo teu coração, com toda tua alma, com todo teu entendimento; e ao próximo como a si mesmo"...


Quando olhamos para dentro de nós, achamos muito que fazemos para a sociedade, mas, nada em prol de nós mesmos e de nossa salvação. Os feriados santos e os dias santos de guarda, não são dias apenas de descanso, mas é uma oportunidade que a Igreja dá de cada cristão procurar a experiência viver naquele dia um pouco na presença de Deus. Deixar o cansaço, a rotina do dia a dia, para poder ir ao encontro de algo que vai trazer paz e harmonia para o espírito. Somos seres humanos, dentro de nós habita o Espírito Santo, possuímos uma alma. Deus está sempre disponível para nos escutar, para nos fazer companhia. O Espírito Santo está 24hs de plantão para nos santificar. E você tem ao menos 5 minutos para Deus? Você tem ao menos 15 minutos para pegar a Bíblia, ler e rezar a Palavra de Deus? - Você tem 1 hora para celebrar Jesus na Palavra e na Eucaristia? ... O Domingo é o dia do Senhor para você? ... Você santifica o seu domingo?


Pois é, pode ser que para muitos os feriados religiosos católicos não são importantes. Mas para o católico de verdade não! pois existem muitos cristãos católicos, estar na presença de Jesus, um dia é o suficiente para caminhar o mês inteiro, porque Jesus é a nossa força.


Fico pensando no que Jesus disse aos fariseus: "Deem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus!" ... o que diria para muitos políticos e religiosos hoje, que não respeitam nem santificam o seu nome.


Então não podemos concordar com alguns "pastores protestantes" nem com quem quer que seja que defende o fim dos feriados católicos, só por pura inveja ou perseguição. Alegando uma moral que não tem direito sobre ela. A moral de acharem que são donos do mundo e da verdade. Pois somente Jesus é a verdade. Também não é possível aceitar que nos chamem de idólatras, por venerar nossos santos(as) porque quem busca viver a santidade está cumprindo a lei de Jesus: "Sedes santos como o Pai do Céu é santo!" - também não é possível aceitar que deixemos de lado os feriados santos, sob o pretexto de que eles só servem para as pessoas fazerem promiscuidades, porque quem não santifica o dia santo, não está fazendo comunhão com a Igreja. E nem todos são assim.


Não podemos aceitar seus louvores em seus templos e religiões, se nos desrespeitam e nos acusam e no entanto adoram seus altos dízimos. Quanto que este País é livre o direito de crédulo e culto. 


Não podemos aceitar aqueles que são radicais na fé cega, que nos acusam de idólatras, simplesmente porque nós temos o direito de assumir nossa posição na sociedade assim como eles. 


Não podemos deixar que nos acusem por ser imperfeitos, se eles também o são. 
E não podemos esquecer que somos católicos porque somos uma só religião, um só culto, um só senhor, uma só Igreja. E devemos fazê-los lembrar, aos radicais do protestantismo, que não foram nós que nos separamos do Corpo de Cristo, foram eles e que esta Igreja, Una Santa e Católica, permanecerá até o fim:


"TU ÉS PEDRO, E SOBRE ESTA PEDRA FIRMAREI A MINHA IGREJA, E AS PORTAS DO INFERNO NÃO PODERÃO ROMPÊ-LA. EU TE DAREI AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS, O QUE TU LIGARES NA TERRA SERÁ LIGADO NOS CÉUS, E O QUE DESLIGARES NA TERRA, SERÁ DESLIGADO NOS CÉUS!" - Mt16, 18-19. 


Ainda que nos persiga, ainda que nos acusem, ainda que nos levem aos tribunais, ainda que soframos. Esta Igreja é de Jesus. As outras podem falar bem de Jesus, mas foram inventadas por homens, ainda somos a única Igreja de Jesus, a primeira e a última, até que Ele venha.   


      

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MISSIONÁRIOS E DISCÍPULOS - "Ide e anunciai o Evangelho a toda Criatura!" Mt28,1a

Texto de: Pe. Eduardo Doughuerty, sj - com complementação de Elmando V. de Toledo

"Deus,nosso Salvador quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade!" (1Tm 2, 3-4)

Para isso Deus nos chama, nos ajuda e nos procura de alguma forma. Ele quer ser conhecido e amado por todos nós. E no desejo de nos resgatar Deus nos fez algumas "loucuras" como, por exemplo, enviar seu filho, Jesus Cristo, para anunciá-lo, falar do seu reino e de seu amor por cada criatura humana. E, para conquistar nosso amor, não poupou seu único Filho, permitindo que ele morresse numa cruz para garantir nossa salvação, para estarmos junto d'Ele.

Para realizar sua missão, Jesus escolheu 12 apóstolos, escolhendo-os no meio do povo. Eram pessoas simples, comuns, como nós, mas que aprenderam como o Mestre dos mestres, com o Rei dos reis, a viverem como filhos de Deus.

Os Apóstolos que sucederam Jesus como líderes, tiveram a ajuda dos discípulos para anunciarem o Reino de Deus. E, a partir daí,o povo de Deus começa a se originar, como Igreja para, de geração em geração, fazer com que Cristo seja conhecido, amado e seguido, para que toda a humanidade chegue ao coração de Deus Pai.

Apóstolo e propagador de uma doutrina é aquele que evangeliza. Discípulo é aquele que recebe o ensino e segue a doutrina de alguém. Missionário é todo aquele que instrui a outros em matéria religiosa, é um propagador da fé.
Outubro é tradicionalmente, o mês das missões. Você já deve ter participado de uma ação missionária na sua cidade. Lembra? Os padres chegam, celebram missas, batizados, evangeliza o povo e, no final, com a ajuda de todos, instalam um cruzeiro para deixar a marca de sua missão.

Hoje como cristãos católicos, continuamos organizados na Igreja fundada por Jesus Cristo, seguindo uma hierarquia que não é poder e autoritarismo, mas de serviço. Assim temos o papa e os bispos, que são sucessores dos primeiros Apóstolos:
Vamos recordar?
(Simão Pedro, Paulo de Tarso, João, Mateus, Barnabé, Tiago, JudasTadeu,Tomé, Marcos, Tiago Menor, André, Bartolomeu).

Depois temos, os padres, os diáconos, religiosos e pessoas consagradas, que seriam os discípulos. E não menos importante, os leigos, que participam da vida da Igreja. Assim todos formam o Corpo Místico de Cristo, ou seja, sua Igreja viva, onde, nós somos os membros e Jesus Cristo a Cabeça deste Corpo Místico.

Enfim, todos nós somos chamados a conhecer cada vez mais, viver intensamente e a nunciar o reino de Deus neste mundo.
Como membros desta Igreja Viva, a responsabilidade de anunciar o Evangelho é de todos os batizados. Todo batizado é discípulo (a) de Jesus.

Porém Deus convidou todas as pessoas para a fundação de seu Reino, mas infelizmente, muitos ainda não conhecem Jesus Cristo e, de muitos outros recebeu uma triste recusa. Por isso os Apóstolos, discípulos e missionários e todos nós, que formamos a Igreja de Cristo, temos a missão de convidar a todos para o Reino de Deus, reino de amor e paz, de perdão e solidariedade e de compromisso com Cristo Ressuscitado.

Saiba que como batizado, você é um discípulo e missionário (a) e deve ter a consciência que Jesus te chama individualmente: "Vá e fazei todos meus discípulos!" .... Saiba que o Espírito Santo, está presente no seu coração. Ele que te fez filho (a) de Deus e membro de sua Igreja pelo Sacramento do Batismo, hoje pelo Sacramento do Crisma te envia em missão, para que toda humanidade chegue ao conhecimento da verdade que é Nosso Senhor Jesus Cristo.


A IGREJA MISSIONÁRIA

(De: Pe. Evaristo Debiasi)


 A Igreja de Cristo em sua natureza é divina é formada pelo divino e o humano, da transcendência e imanência. Ela não é iniciativa humana e nem nasceu das necessidades pastorais do tempo apostólico. É uma iniciativa exclusiva de Deus Pai em Cristo na Ação do Espírito Santo formando a Nova Aliança de Deus com os homens e dos homens com Deus pelos méritos da redenção de Cristo. Assim a oração, trabalho e espiritualidade e inserção social, mística e ação são inseparáveis do verdadeiro seguimento de Cristo.


Como comunidade de salvação e sacramento de Cristo a Igreja é chamada a encarnar, a visibilizar e a realizar em no tempo a presença real da divindade e humanidade de Jesus. Tendo Cristo por fundamento a Igreja é verdadeira quando mantém uma dupla fidelidade: fidelidade de comunhão com Deus e fidelidade de compromisso  e de comunhão com os homens. 


Não existe verdadeira vida cristã e nem uma sadia espiritualidade sem o amor a Deus e aos irmãos. A oração verdadeira gera a caridade pastoral e a caridade pastoral exige uma vida de oração. Tudo está presente na vivência do mandamento de Deus: "amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo" - Lev 18, 3.     


Esta é uma exigência da vida cristã que tem por fonte a encarnação de Jesus como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. 
Falo isso para sermos fiéis a Cristo e a Igreja em nossa vocação missionária. 
Precisamos conhecer a verdadeira natureza da Igreja de Cristo para não nos desviarmos do seguimento do discipulado de Jesus e para vivermos como verdadeiros cristãos no mundo de hoje. Não deixa de ser verdade.


Após o Concílio Vaticano II não poucos no élan apostólico de levarem a Boa Nova de Jesus aos homens de nosso tempo priorizaram, por vezes, a inserção no mundo social acentuando a caridade pastoral em detrimento da vida espiritual, esvaziando a vida cristã de sua fidelidade maior.
E agora numa reação a este processo outros tanto estão caindo num erro não menos grave.


Cultiva-se uma vida espiritual apenas pessoal sem a caridade pastoral e social distanciando-se do compromisso com a sorte e o destino dos irmãos. É urgente recuperar a síntese e a harmonia entre o divino e humano. Entre o espiritual e a caridade pastoral. Somente assim seremos verdadeiros discípulos missionários de Jesus, como ensina o Documento de Aparecida, os ensinamentos da Igreja, particularmente os Evangelhos de Jesus a as cartas apostólicas. Não existe o amor a Deus separado do amor ao irmãos. "Se alguém disser que ama a Deus, mas não ama o irmão, engana-se, pois quem não ama o irmão que vê como pode amar a Deus que não vê?" "Este é o preceito que recebemos: quem ama a Deus também ame a seu irmão" 1Jo 4, 20-21.


Há muito de verdade na afirmação do psicólogo americano Ken Wilber quando afirma que a vida espiritual nos EUA passou por uma grande regressão narcisista sem um efeito sobre a ação social e política - (Anseln Grün). Uma verdade que também acontece entre nós.


Infelizmente não poucos cultivam a espiritualidade do bem estar, do salvar-se sem o outro, (cultura do individualismo), com social.
É bom saber que não é esta a verdade dos ensinamentos da vida de Cristo que viveu uma vida pautada de na fidelidade total à vontade do Pai  e no compromisso extremo de amor com a sorte humana. A oração do Pai Nosso, como expressão máxima do rezar e do existir cristão, na primeira parte fala do dever  de nossa relação com Deus e e na segunda fala de nosso compromisso de amor com os irmãos.  O papa Bento XVI na recente jornada mundial da juventude em Madri, ensinou que não existe vida cristã separada da comunhão com Cristo e os irmãos.


Sem uma consciência maior do verdadeiro conteúdo da vida cristã a liturgia se esvazia do espaço do silêncio da adoração, da celebração do sagrado e do mistério. Canta-se demais, fala-se e gesticula-se demais. 


OS NOVOS MOISÉS 


Texto de: D. Murilo Krieger, scj.


"De poucos personagens bíblicos temos a aprender tanto com Moisés".


A Bíblia é, ao meso tempo, o livro que nos revela os passos de Deus à procura do ser humano e o livro que apresenta as resposta do ser humano às propostas divinas. Cada pessoa ou comunidade tem muito a aprender coma queles que exerceram missões na história da salvação. Somos convidados a olhar para suas virtudes e imitá-los; a tomar conhecimento de suas fraquezas, para não repetirmos seus erros. 


De poucos personagens bíblicos temos a aprender tanto com Moisés - ele que libertou os hebreus da escravidão egípcia, que lhes deu a Lei, promulgada no monte Sinai, e que conduziu até a terra prometida.
Moisés não queria acreditar no que ouvia. Mas como não acreditar se era o próprio Senhor Javé quem lhe falava? "Vai, desce! porque  se corrompeu o teu povo que tiraste do Egito. Desviando-se do caminho que prescrevi; fizeram para si um bezerro de ouro fundido, prostraram-se diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios..." (Ex32, 7-8). Mais difícil era acreditar que seu próprio colega, Aarão, chamado também a ser líder, tinha aceitado a proposta da multidão, para fazer um deus que marchasse à sua frente.


Mais: ele coordenara o recolhimento de brincos de ouro, fundira o bezerro e construíra um altar diante do qual era oferecido sacrifícios. Se para Moisés não era fácil ver a sua gente comendo, bebendo e fazendo festas em honra de um "deus" esculpido por mãos humanas, como, então, compreender a atitude de Aarão?


Mesmo assim, Moisés não aceitou o que o Senhor lhe propôs: "Deixa, pois, que se acenda a minha cólera contra eles e os reduzirei a nada; mas de ti farei uma grande nação". Ex 32, 10.


Moisés concordava que era uma raça de "cabeça dura"; no entanto, sentia-se responsável por ela e pediu misericórdia e perdão. O terrível gesto de idolatria teve sérias consequências para aquele povo chamado a ser "um reino de sacerdotes e uma nação consagrada" (Ex19, 6); não ocorreu contudo a rejeição que Moisés tanto temia. 


No tempo tem urgente necessidade de novos Moisés. Assim como o povo escolhido se cansou, em um dado momento, dos sacrifícios da caminhada, procurou agarrar-se a coisas mais concretas, hoje não poucos cortam de suas vidas qualquer preocupação com a vida eterna e vivem em função do imediato, do palpável, do prazer aqui e agora. Pior ainda, mais que o ateísmo intelectual é o ateísmo prático: não discute a respeito da existência de Deus ou de temas como os "novíssimos" morte, juízo, inferno e paraíso; vivem como se nada disso fosse realidade e acabam-se construindo um estilo de vida segundo a nova situação dando um novo vigor à tese do filósofo francês Blondel:


"Quem não vive como pensa, acaba pensando como  vive".  


Necessitamos de novos Moisés. Não é preciso que reajam como o primeiro que, quando se aproximou do acampamento e  e viu o bezerro de ouro e suas danças, "sua cólera se inflamou, arrojou-se de suas mãos as tábuas e quebrou-as ao pé da montanha. Em seguida, tomando o bezerro que tinham feito, queimou-o e esmagou-o até reduzir a pó, que lançou na água e fez beber os israelitas" (Ex32, 19-20).


Os Moisés de hoje tenham a capacidade de interceder pelo povo com orações e súplicas, saibam oferecer a própria vida em favor dos irmãos; sejam tão seguros do que querem que não se importem de formarem incompreendidos e ridicularizados; acreditem que é possível vencer o mal com o bem e, sobretudo sejam animados de consoladora certeza: a semente, ao ser jogada na terra, desaparece, mas depois germina, transforma-se em planta que produz frutos; a vida nasce da morte e a cruz, contudo o que significou de fracasso e humilhação, foi o passo necessário para que acontecesse a salvação.
Surjam logo os novos Moisés! E que eles não se esqueçam de levantar sua tenda de reunião, onde possam se entreter com Deus face a face, "como um homem fala a um amigo" (Ex33, 11). A presença desses novos Moisés na terra dos homens será a garantia de que Deus não cansou de seu povo, apesar dos "bezerros de ouro" que continuam a ser fabricados e adorados.         


                           






                   


UMA FALSA IGREJA CATÓLICA DENTRO DA VERDADEIRA IGREJA CATÓLICA - A CRISE NA IGREJA CATÓLICA

  O assunto que vamos abordar hoje é muito sério. Existe uma falsa uma falsa Igreja Católica dentro da Igreja Católica verdadeira? Podemos...