quarta-feira, 22 de julho de 2020

A SANTÍSSIMA TRINDADE, À LUZ DA TEOLOGIA - o que podemos entender?


A TRINDADE - DEUS É UNO E TRINO 

Nós católicos e algumas  denominações protestantes estamos acostumados com esse nome referente a Deus. Mas por quê? Existe algum fundamento bíblico para crermos que Deus nos foi revelado desta forma? 

Certamente que sim. Porém, é um mistério que a Escritura Sagrada nos revelou em uma pequena parte. Como é um mistério que se refere à pessoa de Deus, não nos foi revelado como acontece essa manifestação divina, senão saber que a Sagrada Escritura nos ensina por si só já é o bastante. 

Deus é uno, isto é, ele é um só. Porém, manifestado nas Escrituras em três pessoas distintas. Por isso dizemos que Deus é Único e Trino. Como assim?
Deus é um só. Ele é único. Porém nos apresenta em três pessoas: O Pai, o Filho (Jesus) e o Espírito Santo. Embora a Sagrada Escritura não fale diretamente da Santíssima Trindade ela é perfeitamente visível quando nós a lemos desde o Gêneses até o Apocalipse. 
A trindade de Deus é um mistério. Não cabe à lógica e ao raciocínio humano entender o por quê Deus nos revela dessa forma. Isso só é possível entre nós cristãos que temos a revelação da pessoa Jesus. Para os judeus isso é impossível, pois, eles não tem a segunda parte da revelação que é o Novo Testamento. E não aceitaram Jesus como Messias e o Filho de Deus embora Jesus tenha nascido e se revelado no meio  deles. Jo1, 11 diz: "Ele veio para os seus, mas, os seus não o receberam". 
Eles não aceitaram as palavras de João Batista que anunciou que viria alguém que não batizaria com água, mas, batizaria com o Espírito Santo. Não aceitaram quando João apresentou  o Messias como sendo o Salvador "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". (Jo1, 29) 
Mas, nós que recebemos a graça de conhecer a Deus pelas Escrituras temos as mais sólidas referências desse Deus Uno e Trino que chamamos de Santíssima Trindade. 
No cristianismo quando falamos de Deus devemos estar conscientes que esse mesmo Deus é Uno e Trino, então Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Podemos separá-los na pronuncia, mas, nunca podemos separar Deus em três divindades, pois, isso seria politeísmo. Nós cremos em um só Deus em três pessoas.                 

I: Deus Pai - o criador de todo Universo. Deus é um Espírito perfeitíssimo como Espírito que é não o vemos. O Deus que a Bíblia descreve no Antigo Testamento (JAVÉ que significa: "Aquele Que É") é o Pai Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, conforme professamos no Credo. Não é necessário falar muito sobre Deus Pai, visto que todo o Antigo Testamento dá uma descrição à sua pessoa. Porém a mais perfeita é quando diz que Deus é amor. 

E porque Ele é amor é que no A.T. vemos os autores descrever os cuidados de Deus como um tanto exagerados. Porque ama tanto seu povo Deus foi capaz de enviar seu Filho para que morresse numa Cruz. Deus Pai nos ama ao extremo. A Bíblia diz em Tiago 4, 5 que Deus sente ciúmes de seus filhos, portanto, não aceita que o homem conhecendo a verdade adore os falsos deuses. (Cf. Ex20, 5). Em algumas traduções no lugar de "ciumento" aparece "zeloso". Deus Pai, o Senhor Javé é zeloso e não quer que o desobedeçamos, para quem obedece os Mandamentos ele é misericordioso. Ele não muda sua forma de amar. É o mesmo desde a eternidade.

Por essa razão é errado imaginar Deus como um velho carrancudo que pune os maus e recompensa os bons. Um senhor barbudo de cara fechada. Mas, como Jesus explicou na parábola do filho pródigo, o rosto de Deus é de um Pai que sempre está disposto a perdoar seus filhos. E sempre está a espera de sua volta, com festas, cantos e abraços desde que se volte a ele arrependido, de alma e coração.
Os judeus não ousavam pronunciar o nome de Deus por causa do Mandamento "não tomarás o nome de Deus em vão". É verdade, a Bíblia nos diz que Deus proíbe invocar seu nome em vão. Porém, Jesus nos ensinou nos ensinou a chamá-lo de PAI, Pai-Nosso
Porque isso é possível? Isso é possível por causa de Jesus e da sua encarnação. Por meio da graça da Salvação que nos fez passar de criaturas para filhos "adotivos" sendo Jesus o Filho Eterno o Primogênito do Pai ele nos iguala à condição de seus filhos e nos faz herdeiros de seu Reino. Jesus é Deus que se fez homem se igualando a nós em tudo exceto no pecado.

Em Jo1, 12-13 está escrito que "todos aqueles que o recebem e creem no seu nome deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade do homem, mas sim, de Deus".          

II: Deus Filho - Deus que se encarnou, veio a esse mundo nascido de uma Virgem, Maria Santíssima que foi escolhida e predestinada a ser a Mãe de Deus. Ele veio a este mundo com o propósito de nos salvar dos nossos pecados. 
A esse Deus-Filho a Sagrada Escritura o chama de Messias e Emanuel (quer dizer Deus-conosco) ou Embaixador da paz. 
Como homem também recebeu um nome especial, Jesus, em hebraico se pronuncia YESHUA (que quer dizer Deus Salva). Esse nome destaca a sua missão nesse mundo. Jesus sendo o mesmo ontem, hoje e sempre como Deus que também é não foi o salvador, Ele é o Salvador.
Jesus é Deus, é o Filho Unigênito de Deus. A Igreja nos ensina que Ele é consubstancial ao Pai. Ou seja, ambos possui a mesma essência, a mesma substância e divindade. Um não é mais ou menos Deus que o outro. Um não é menos ou mais poderoso que o outro, e por isso, não há divisões. Pois, se houvesse divisões nãos seriam um só Deus, mas, três deuses, pois, o que se aplica a Jesus também se aplica à pessoa do Espírito Santo.
    
Isto é, o único Filho direto descende de Deus, é Deus portanto. Também é chamado de Jesus Cristo, daí a o nome dado aos cristãos, porque são seguidores de Jesus. Cristo é uma palavra de origem grega que significa "Ungido" ou "Escolhido" - de fato, Jesus veio a este mundo Ungido para uma missão especial. A missão de nos Salvar.  

Assim Ele se manifestou aos homens sujeitando-se a sofrer conosco, a viver a nossa vida. Se fez carne e como tal, viveu a condição humana exceto no pecado; como homem também morreu, como Deus porém, ressuscitou conforme atesta as Escrituras.

Jesus é o Unigênito do Pai, porque ele é Filho de Deus. Como professamos no Credo Ele é gerado, não criado, Jesus Cristo desdente diretamente de Deus e com Deus se faz um só, uma só comunhão, consubstancial ao Pai, isto é Jesus e o Pai possui uma só substância, um só poder, uma só majestade. Por isso nós adoramos Jesus como adoramos o Pai porque Jesus e o Pai é um só Deus, um só Senhor.

Nós somos filhos adotivos de Deus por graça de Jesus e obra do Espírito Santo, não somos deuses. 

São Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, no dia Pentecostes faz uma bela pregação sobre Jesus e a Salvação:  At2, 14-36. São Pedro anuncia o Cristo crucificado para nos Salvar. Ele vai tecendo suas palavras explicando desde o Antigo Testamento, mostrando que Jesus é o Senhor e Salvador. E termina dizendo no versículo 36: "Que toda casa de Israel saiba, portanto, com maior certeza de que esse Jesus que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo". Em outras traduções está Senhor e Juiz.


III. Deus Espírito Santo - o que podemos entender do Espírito Santo? 

Alguns teólogos afirmam que ele é o Espírito de Jesus depois da Ascensão, isto é, depois que Jesus ressuscitou e subiu ao Céu. 
De fato, ele move tudo, santifica tudo que existe, é ele quem nos torna santos. Até para crer e não crer em Deus precisamos dEle.  
No início da Criação, diz a Bíblia no livro de Gênese que o Espírito de Deus pairava sobre as águas (Gên1, 1). Esse mesmo Espírito que ungiu reis, sacerdotes e profetas, desceu sobre Nossa Senhora(Lc1, 34-35; Mc1, 9-11) para a concepção divina.
O Espírito Santo ungiu Jesus para a sua missão salvadora (Lc3, 21-22), O deu aos Apóstolos como unção sacramental instituindo-lhes o poder de perdoar os pecados (Jo20,22-23), esteve presente quando em Pentecostes desceu sobre eles, Maria Santíssima e sobre toda a Igreja ali presente. (At2, 1-4). 
O Espírito Santo é a força que santifica e move tudo, por isso ele assiste, santifica e move toda a Igreja, conforme Jesus mesmo havia prometido:
"Não vos deixarei órfãos, mandarei um consolador". (Jo15, 16). O Apóstolo João escreve um capítulo inteiro com as últimas orientações de Jesus e falando sobre a vinda do Espírito Santo que Jesus chama de o Consolador, Paráclito. Etc. 

Paráclito ou paracleto (grego koiné παράκλητος - paráklētos; em latim: paracletus) é uma palavra grega que significa, aquele que consola, anima, reanima, encoraja. Também significa "aquele que fica ao lado".  Na verdade do momento do nosso batismo até a nossa morte o Espírito Santo sempre está ao nosso lado, nos ajudando, nos consolando, nos animando, nos encorajando e nos dando forças necessárias para seguir adiante até chegarmos à Pátria definitiva.
Ele é Deus, é a força de Deus, é nosso Consolador e santificador. É ele que está presente e move a Igreja. 

PARA A GENTE APRENDER

Alguns artistas usando a imaginação pintaram ou esculpiram a "imagem da Santíssima Trindade", sendo o Pai um senhor mais velho com barbas longas, Jesus mais moço de barbas segurando uma cruz e o Espírito Santo uma pomba branca. Isso para distinguir as três pessoas da Trindade Santa. 

No passado quando existia um grande número de pessoas analfabetas, visto que só homens e algumas mulheres da nobreza aprendiam a ler e escrever, e, mesmo os que eram alfabetizados não tinham acesso à Bíblia, a  Igreja usava das imagens, pinturas e outros símbolos para catequizar as pessoas. 

O certo é saber que não há uma imagem de Deus porque Ele é Espírito, assim como não há uma imagem aproximada de Jesus, porque mesmo ele tenha vindo a esse mundo e se encarnado naquele tempo não existia fotografia, a única fotografia que se aproxima mais do rosto d Jesus é a do Sudário de Turim. 

O Espírito Santo não é uma pomba? Nesse ponto creio que a Igreja Católica não foi muito feliz nessa representação.
O Evangelho diz que o Espírito Santo, na hora do batismo de Jesus pairou sobre ele como uma pomba, não que Ele seja uma pomba. Entenderam meus irmãos? 
Não podemos achar que o Espírito Santo é uma pomba. Devemos entrar no contexto do Evangelho para entender o que essa imagem do Espírito Santo que escritor está tentando nos passar. 

Quando o evangelista disse que o Espírito Santo "pairou sobre Jesus como uma pomba", ele se refere à manifestação do Espírito santo à leveza de uma pomba, ou seja, Ele desceu com suavidade, leveza ou docilidade

Também o verbo "pairar" é encontrado no Livro de Gênese 1, 1 - "...e o Espírito de Deus pairava sobre as águas", mostrando a presença do Espírito de Deus no ato da criação

No batismo de Jesus aconteceu a mesma coisa, o Espírito Santo pairou sobre Jesus, no ato do batismo de João, sobre as águas do rio Jordão. Não há e nunca existirá imagem de Deus Pai e do Espírito Santo.

A ideia de representar a Santíssima Trindade tal como vemos nas pinturas e imagens é uma imaginação (errônea) dos artistas, apenas simbolizando a Trindade mas não corresponde à realidade porque não há uma imagem real de Deus.    

Aquela representação artística como vemos na figura acima é apenas um símbolo. 
O Espírito Santo não é uma pomba, nem pode ser representado como tal. 
A pomba é apenas um símbolo, para nos lembrar a leveza da manifestação do Espírito, assim como aconteceu no batismo de Jesus, aconteceu no nosso batismo, e nos demais  sacramentos que recebemos.    

Nem mesmo as imagens dos santos(as) da antiguidade correspondem a imagem verdadeira deles. São figuras ilustrativas para distinguir um do outro os artistas colocavam algum elemento que foi associado ao nascimento ou ao martírio. Por isso mesmo é comum observarmos por exemplo, a imagem de São Pedro com duas chaves na mão, (referindo a passagem de Mateus 16 onde Jesus entrega as chaves, ou o poder da Igreja a São Pedro) e Já a São Paulo, o artista o representa segurando uma espada, referindo-se ao martírio que ele sofreu por degolamento à espada. Etc, etc...

O artista tem o direito de usar sua técnica e sua imaginação, embora a Igreja oriente em alguns casos quando se trata de imagens sacras para serem usadas nos Templos. Por isso elas diferem dentro de um contexto de acordo com o lugar e à cultura. 
Nas Igrejas do Oriente, as Ortodoxas, quase não existe imagens esculpidas apenas pinturas e essas não dão forma de beleza pois a intenção não é atrair olhares das pessoas, mas conduzi-las à reflexão. 
       
Mas se falamos em três pessoas da Santíssima Trindade, então não seriam três deuses?

Não! essa comunhão uníssona é de um só Deus, em três pessoas embora distintas chamamos Santíssima Trindade. Importante saber  podemos distingui-las em Três pessoas, conforme a Sagrada Escritura nos revela, mas como Deus, essas três pessoas formam um só, não há separação. O Pai, o Filho e o Espírito Santo é um só Deus, um só Senhor e sendo Deus, não existe distinção de poder.      

Podemos imaginar a figura dessa Comunhão trinitária de Deus como um triângulo perfeito. Se imaginarmos um triângulo perfeito vamos ver que ambos os lados se unem formando três lados iguais, a mesma coisa, com as mesmas medidas exatas, ambas as pontas são interligadas, compondo assim o triângulo, três ângulos perfeitos. Na antiguidade a Igreja costumava usar um triângulo com um olho simbolizando Deus Pai. 

Depois esse símbolo caiu em desuso depois que a maçonaria também passou a usar o mesmo símbolo, para representar o deus egípcio Orus ou o olho que tudo vê. A Igreja foi aos poucos fazendo desuso desse símbolo. 

Mas é comum ainda nas antigas igrejas e em livros antigos de catequese encontrarmos ainda esse símbolo.
Se reparamos na figura que ilustra o início deste post, você verá que a figura de Deus Pai possui um resplendor em forma de triângulo para simbolizar justamente essa comunhão da Santíssima Trindade.

Importante: O nome Santíssima Trindade não aparece na Bíblia Sagrada ele é um título teológico (dado por Santo Agostinho, doutor da Igreja muito tempo depois), usado para definir as pessoas distintas de Deus a nós reveladas: O Pai, O Filho e o Espírito Santo. Mas, as pessoas da Santíssima Trindade são perfeitamente visíveis e reveladas quando estudamos a Sagrada Escritura e é Ela que fecha toda a Revelação.               

Assim é a Santíssima Trindade, O Pai que é Deus. É um só. O Filho é Deus (Jesus) com o Pai, é Deus e é um só. O Espírito Santo é Deus e é um só, com o Pai e o Filho numa só só comunhão de divindade e poder, porém, com ações distintas. 
Não importa: Se é o Pai, o Filho e o Espírito Santo  um só Deus, um mesmo Deus, um só poder, uma só  pessoas comunhão. 

(Jo10, 30) "Eu e o Pai somos um".

(Jo 14, 8) Certa vez o Apóstolo  Filipe pediu a Jesus, Mostra-nos o Pai e isso nos basta. Jesus então disse: "Há tanto tempo estou convosco e não me conheceste Filipe? Aquele que me viu, viu também o Pai"

Isto significa que Nosso Senhor Jesus Cristo e Deus Pai é a mesma pessoa. E não é diferente com o Espírito Santo, sendo Ele o Espírito de Jesus (como afirmam os teólogos e os santos padres), se Jesus é um só com o Pai o Espírito Santo, também ambos são um só Deus e não três  pessoas e não três deuses.  

É o Espírito Santo que também nos faz compreender a Palavra e a vontade de Deus para conosco. E os responsável direto pelos Dons e Carismas. Cada um de nós possui diversos Dons e Carismas. 

O Catecismo da Igreja Católica; ( no.799) nos ensina  que: "os carismas são graças especiais que, direta ou indiretamente têm uma autoridade eclesial, ordenados como são para a edificação da Igreja, o bem dos homens e as necessidades do mundo".

Acrescenta ainda (800) que, "os carismas devem ser acolhidos com reconhecimento por aquele que os recebe e também por todos os membros da Igreja. De fato, eles são uma maravilhosa riqueza de graças para a vitalidade apostólica e santidade de todo o Corpo de Cristo (…)".

Carisma é uma palavra grega que significa dom gratuito. Os carismas são, pois, dádivas do Espírito Santo dados, segundo a nossa fé e a nossa confiança no poder de Deus. Não são dados aos mais cultos e aos mais inteligentes, mas aos que se abrem à ação do Espírito Santo, que se quer derramar abundantemente em nós. O fundamento de todos os carismas é a caridade, o amor.

Enquanto que os Dons do Espírito Santo são permanentes, dados pelo Batismo, para a nossa própria santificação, os carismas são dons especiais, por vezes extraordinários, dados para o bem da comunidade, para o serviço dos outros e assistência da Igreja. A Igreja enumera 07 dos principais dons do Espírito Santo: Sabedoria ou entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus


Onde está a base bíblica que fala dos Sete Dons do Espírito Santo?

Encontramos na Bíblia em Is 2, 11:

"Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, espírito de SABEDORIA e de ENTENDIMENTO, espírito de CONSELHO e de FORTALEZA, espírito de CIÊNCIA (e de PIEDADE*) e de TEMOR DE DEUS" (*Vulgata). A lista de nove itens encontrada no versículo 22 do capítulo 5 da Epístola de Paulo aos Gálatas se refere aos frutos do Espírito: "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança (autodomínio)". Nos versículos 8 a 10 do capítulo 12 da Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios são enumerados nove dons do Espírito e no versículo 28 mais alguns. Numerosos hermeneutas e exegetas da Bíblia entendem que essas listas de enumerações são exemplificativas, que os dons do Espírito são de infinita diversidade, pois "há diversidade de dons e cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para o que for útil para todos" (cf. 1Cor 12, 4-7). Segundo esses estudiosos, o número sete no contexto bíblico significa universalidade, totalidade, perfeição; receber os sete dons do Espírito significa, portanto, receber todos os seus inúmeros dons.


Na realidade, os sete Dons diferem marcadamente no seu conceito, e até em número, daqueles que são aceitos pela generalidade das igrejas cristãs, já que na Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios (1Cor 12, 8-11) 

"A um é dado pelo Espírito uma palavra de Sabedoria; a outro uma palavra de Ciência por esse mesmo ; a outro, a Fé; pelo mesmo Espírito; a outro a graça de curar doenças, no mesmo Espírito; a outro o dom de milagres; a  outro a Profecia; a outro o discernimento dos espíritos; a outro por fim a interpretação de línguas. Mas um é o mesmo Espírito distribui todos esses dons repartindo a cada um como lhe é apraz."

Há diversidade de dons um mesmo é o Espírito que faz da Igreja uma só em Jesus. Se lermos um pouco mais uns versículos acima vamos entender.  1Cor 12, 4-7)
"Há diversidade de dons, mas um só é o Senhor. Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos". 

Então, embora o Espírito Santo distribua a cada um os dons que ele aprouver, esses dons causa não separação mas, união. A Unidade na adversidade. Se nós pronunciamos o nome de Deus, se temos autoridade para falarmos de Jesus Cristo esse direito somente é dado por graça e permissão do Espírito Santo.

"Eu vos declaro: Ninguém falando por ação divina pode dizer: "Jesus seja maldito"; ninguém pode dizer: "Jesus é o Senhor", senão sob a ação do Espírito Santo". (1Cor12, 1-3)    
  
É dito que os dons do Espírito Santo são nove, e não sete como aceito no culto popular.


Longe das discussões teológicas e doutrinárias, os sete dons, associados à esperança da chegada de um novo mundo.

Jesus Cristo, em Jo 14,12, disse: “Em verdade em verdade vos digo: Aquele que acredita em Mim fará também as obras que Eu faço; e fará obras maiores do que estas, porque Eu vou para o Meu Pai". Esta é uma realidade na qual todos devemos acreditar. É a realidade da nossa fé.  

“O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade. Os cristãos são batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Compêndio, 44). Toda a vida de Jesus é revelação de Deus Uno e Trino: na anunciação, no nascimento, no episódio de sua perda e encontro no Templo quando tinha doze anos, em sua morte e ressurreição, Jesus se revela como Filho de Deus de uma forma nova com relação à filiação conhecida por Israel. No início de sua vida pública, também no momento de seu batismo, o próprio Pai testemunha ao mundo que Cristo é o Filho Amado (cf. Mt 3, 13-17 e par.) e o Espírito desce sobre Ele em forma de pomba. A esta primeira revelação explícita da Trindade corresponde à manifestação paralela na Transfiguração, que introduz o mistério Pascal (cf. Mt 17, 1- 5 e par.). Finalmente, ao despedir-se de seus discípulos, Jesus os envia a batizar em nome das três Pessoas divinas, para que seja comunicada a todo o mundo a vida eterna do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cf. Mt 28, 19).
No Antigo Testamento, Deus havia revelado sua unicidade e seu amor para com o povo eleito: Javé era como um Pai. Mas depois de haver falado muitas vezes por meio dos profetas, Deus falou por meio de seu Filho (cf. Hb 1, 1-2), revelando que Javé não é apenas como um Pai, mas que é Pai (cf. Compêndio, 46). 

Jesus se dirige a Ele em sua oração com o termo aramaico Abba, usado pelos meninos israelitas para se dirigirem ao próprio pai (cf. Mc 14, 36), e distingue sempre sua filiação daquela dos discípulos. Isto é tão chocante que se pode dizer que a verdadeira razão da crucificação é justamente o chamar-se a si mesmo Filho de Deus em sentido único. Trata-se de uma revelação definitiva e imediata, porque Deus se revela com sua Palavra: não podemos esperar outra revelação, porquanto Cristo é Deus (cf., por ex., Jo 20, 17) que se nos dá, inserindo-nos na vida que emana do regaço de seu Pai.
Em Cristo, Deus abre e entrega sua intimidade, que seria inacessível ao homem pelas próprias forças somente. Esta mesma revelação é um ato de amor, porque o Deus pessoal do Antigo Testamento abre livremente seu coração e o Unigênito do Pai sai ao nosso encontro, para fazer-se uma só coisa conosco e levar-nos de volta ao Pai (cf. Jo 1, 18). Trata-se de algo que a filosofia não podia adivinhar, pois, fundamentalmente, só se pode conhecer mediante a fé.
2. Deus em sua vida íntima
Deus não só possui uma vida íntima, mas Deus é – identifica-se – com sua vida íntima, uma vida caracterizada por eternas relações vitais de conhecimento e de amor, que nos levam a expressar o mistério da divindade em termos de processões.
De fato, os nomes revelados das três Pessoas divinas exigem que se pense em Deus como o proceder eterno do Filho do Pai e, na mútua relação – também eterna – do Amor que “sai do Pai" (Jo 15, 26) e “toma do Filho" (Jo 16,14), que é o Espírito Santo. A Revelação nos fala, assim, de duas processões em Deus: a geração do Verbo (cf. Jo 17.6) e a processão do Espírito Santo. Com a característica peculiar de que ambas são relações imanentes, porque estão em Deus: mais, são o próprio Deus, uma vez que Deus é Pessoal; quando falamos de processão, pensamos ordinariamente em algo que sai de outro e implica mudança e movimento. Posto que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus Uno e Trino (cf. Gn 1, 26-27), a melhor analogia com as processões divinas pode ser encontrada no espírito humano, em que o conhecimento que temos de nós mesmos não sai para fora: o conceito (a ideia) que fazemos de nós mesmos é distinta de nós mesmos, mas não está fora de nós. O mesmo podemos dizer do amor que temos para conosco. De forma parecida, em Deus, o Filho procede do Pai e é sua Imagem, analogamente como o conceito é imagem da realidade conhecida. Só que esta imagem em Deus é tão perfeita que é o próprio Deus, com toda sua infinidade, sua eternidade, sua onipotência: o Filho é uma só coisa com o Pai, o mesmo Algo, essa é a única e indivisa natureza divina, ainda que sendo outro Alguém. 

O Símbolo Niceno-Constantinopolitano o expressa com a fórmula “Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro". O fato é que o Pai gera o Filho, doando-se a Ele, entregando-Lhe Sua substância e Sua natureza; não em parte como acontece com a geração humana, mas perfeita e infinitamente.
O mesmo pode ser dito acerca do Espírito Santo, que procede como o Amor do Pai e do Filho. Procede de ambos, porque é o dom eterno e incriado que o Pai entrega ao Filho, gerando-o, e que o Filho devolve ao Pai como resposta a Seu Amor. Este dom é dom de si, porque o Pai gera o Filho comunicando-lhe total e perfeitamente seu próprio Ser mediante seu Espírito. A terceira Pessoa é, portanto, o Amor mútuo entre o Pai e o Filho [3]. O nome técnico desta segunda processão é expiração. Seguindo a analogia do conhecimento e do amor, pode-se dizer que o Espírito age como a vontade que se move em direção ao Bem conhecido.
Estas duas processões chamam-se imanentes, e se diferenciam radicalmente da criação, que é transeunte, no sentido de que é algo que Deus realiza fora de si. Ao serem processões, dão conta da distinção em Deus, enquanto que, ao serem imanentes, dão razão da unidade. Por isso, o mistério do Deus Uno e Trino não pode ser reduzido a uma unidade sem distinções, como se as três Pessoas fossem apenas três máscaras; ou a três seres sem unidade perfeita, como se se tratasse de três deuses distintos, ainda que juntos.
As duas processões são o fundamento das distintas relações que em Deus se identificam com as Pessoas divinas: o ser Pai, o ser Filho e o ser expirado por Eles. De fato, como não é possível ser pai e ser filho da mesma pessoa, no mesmo sentido, assim, não é possível ser, ao mesmo tempo, a Pessoa que procede pela expiração e as duas Pessoas das quais procede. Convém esclarecer que, no mundo criado, as relações são acidentes, no sentido de que suas relações não se identificam com seu ser, ainda que o caracterizem profundamente, como no caso da filiação. Em Deus, posto que nas processões é doada toda a substância divina, as relações são eternas e se identificam com a própria substância.
Estas três relações eternas não só caracterizam, mas também se identificam com as três Pessoas divinas, posto que pensar no Pai significa pensar no Filho; e pensar no Espírito Santo, significa pensar naqueles em relação aos quais Ele é Espírito. Assim, as três Pessoas divinas são três Alguém, mas um único Deus. Não como se dá entre os homens que participam da mesma natureza humana, sem esgotá-la. As três Pessoas são cada uma toda a Divindade, identificando-se com a única Natureza de Deus [4]: as Pessoas são Uma na Outra. Por isso, Jesus disse a Felipe que quem O viu, viu o Pai (cf. Jo 14, 6), posto que Ele e o Pai são uma só coisa (cf. Jo 10, 30 e 17, 21). Esta dinâmica, que se chama tecnicamente pericoresis ou circumincessão (dois termos que fazem referência a um movimento dinâmico em que um se intercambia com o outro como em uma dança em círculo), ajuda a perceber que o mistério de Deus Uno e Trino é o mistério do Amor: “Ele mesmo é uma eterna comunicação de amor: Pai, Filho e Espírito Santo, e nos destinou a participar n'Ele" (Catecismo, 221).
3. Nossa vida em Deus
Sendo Deus eterna comunicação de Amor, é compreensível que esse Amor se extravase fora d'Ele em seu agir. Toda a ação de Deus na história é obra conjunta das três Pessoas, posto que se distinguem somente no interior de Deus. Não obstante, cada uma imprime nas ações divinas ad extra sua característica pessoal [5]. Usando uma imagem, poder-se-ia dizer que a ação divina é sempre única, como o dom que nós poderíamos receber da parte de uma família amiga, que é fruto de um só ato; mas, para quem conhece as pessoas que constituem a família, é possível reconhecer a mão ou a intervenção de cada uma, pela marca pessoal deixada por cada uma no único presente.
Este reconhecimento é possível porque conhecemos as Pessoas divinas naquilo que as distingue pessoalmente, mediante suas missões, quando Deus Pai enviou, juntamente o Filho e o Espírito Santo, na história (cf. Jo 3, 16-17 e 14-26), para que se fizessem presentes entre os homens: “são, principalmente, as missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo as que manifestam as propriedades das Pessoas divinas" (Catecismo, 258). Eles são como as duas mãos do Pai [6] que abraçam os homens de todos os tempos, para levá-los ao seio do Pai. Se Deus está presente em todos os seres enquanto princípio do que existe, com as missões o Filho e o Espírito Santo se fazem presentes de forma nova [7]. A própria Cruz de Cristo manifesta ao homem de todos os tempos o eterno dom que Deus faz de Si mesmo, revelando em sua morte a íntima dinâmica de seu Amor que une as três Pessoas.
Isto significa que o sentido último da realidade, aquilo que todo homem deseja, o que foi buscado pelos filósofos e pelas religiões de todos os tempos, é o mistério do Pai que gera o Filho, no Amor, que é o Espírito Santo. Na Trindade se encontra, assim, o modelo originário da família humana [8] e sua vida íntima é a aspiração verdadeira de todo amor humano. Deus quer que todos os homens constituam uma só família, isto é, uma só coisa com Ele mesmo, sendo filhos no Filho. Cada pessoa foi criada à imagem e semelhança da Trindade (cf. Gn 1, 27) e está feita para existir em comunhão com os demais homens, e, sobretudo, com o Pai celestial. Aqui se encontra o fundamento último do valor da vida de cada pessoa humana, independentemente de suas capacidades ou de suas riquezas.
Mas o acesso ao Pai só se pode encontrar em Cristo, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo14, 6): mediante a graça, os homens podem chegar a ser um só corpo místico na comunhão da Igreja. Através da contemplação da vida de Cristo e através dos sacramentos, temos acesso à própria vida íntima de Deus. Pelo Batismo, somos enxertados na dinâmica de Amor da família das três Pessoas divinas. Por isso, na vida cristã, trata-se de descobrir que, a partir da existência ordinária, das múltiplas relações que estabelecemos, e de nossa vida familiar, que teve seu modelo perfeito na Sagrada Família de Nazaré, podemos chegar a Deus: “Procura o convívio com as três Pessoas, com Deus Pai, com Deus Filho, com Deus Espírito Santo. E para chegares à Trindade Santíssima, passa por Maria" [9]. Deste modo, pode-se descobrir o sentido da história, como caminho da trindade à Trindade, aprendendo com a “trindade da terra" – Jesus, Maria e José – a levantar o olhar para a Trindade do Céu.
  
 “Deus deixou marcas de seu ser trinitário na criação e no Antigo Testamento, mas a intimidade de seu ser como Trindade Santa constitui um mistério inacessível à razão humana sozinha e, inclusive, à fé de Israel, antes da Encarnação do Filho de Deus e do envio do Espírito Santo. Este mistério foi revelado por Jesus Cristo, e é a fonte de todos os demais mistérios" (Compêndio, 45).

 “O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. É Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho; 'procede do Pai' (Jo, 15, 26), o qual é princípio sem princípio e origem de toda a vida trinitária. E procede também do Filho (Filioque), pelo dom eterno que o Pai faz ao Filho. O Espírito Santo, enviado pelo Pai e pelo Filho encarnado, guia a Igreja até o conhecimento da 'verdade plena' (Jo 16, 13)" (Compêndio, 47).
“A Igreja expressa sua fé trinitária confessando um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. As três divinas Pessoas são um só Deus porque cada uma delas é idêntica à plenitude da única e indivisível natureza divina. As três são realmente distintas entre si por suas relações recíprocas: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho" (Compêndio, 48).
“Inseparáveis em sua única substância, as divinas pessoas são também inseparáveis em seu agir: a Trindade tem uma só e mesma operação. Mas, no único agir divino, cada pessoa se faz presente segundo o modo que lhe é próprio na Trindade" (Compêndio, 49).
Cf. Santo Irineu, Adversus haereses, IV, 20, 1.
Cf. São Tomás de Aquino, Summa Theologiae, I, q. 43, a. 1, c. y a. 2, ad. 3.
“O 'Nós' divino constitui o modelo eterno do 'nós' humano; primeiramente daquele 'nós' que está formado pelo homem e a mulher, criados à imagem e semelhança de Deus" ( João Paulo II, Carta às famílias, 2-2-1994, 6).   


OUTRAS EXPLICAÇÕES SOBRE A TRINDADE



Definição da doutrina:



Antes de tudo é preciso definir o que é a doutrina da Trindade, pois até mesmo muitos cristãos se perdem nesse quesito. Por "Trindade" não queremos dizer que acreditamos em três deuses, pois para nós há somente um Deus (Isaías 43:10). Ao invés disso, queremos dizer que na Divindade há três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Pode parecer um paradoxo, mas Deus é três e um simultaneamente. Precisamos fazer distinção entre o termo "pessoa" e "natureza". As pessoas em Deus são três, mas uma só é a natureza, que consiste na onipotência, onisciência, onipresença etc. Vários exemplos foram apresentados para exemplificar esse caso; porém, o triângulo equilátero é o que mais se aproxima desse conceito. 

Acompanhe:  O triângulo é indivisível, assim como Deus (simbolizado por toda a figura). Todavia, cada lado é distinto do outro e, contudo, formam a mesma figura, que só existe com os três lados iguais; assim, tomando a analogia, o Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito Santo e vice e versa; porém, eles constituem o mesmo Deus. A individualidade pessoal é mantida, bem como a unidade. Assim, Deus não é somente o Pai, nem somente o Filho, e nem tampouco somente o Espírito Santo. Deus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. 


Analisando algumas objeções

Os que negam a doutrina da Trindade, sobretudo as Testemunhas de Jeová alegam que essa doutrina é de origem pagã e que tal palavra não aparece na Bíblia. 
Somente Javé (Jeová) é o Deus verdadeiro. Ele não é onipresente, ou seja, não pode estar em vários lugares ao mesmo tempo, pois sendo uma pessoa, possui um corpo de forma específica, que precisa de um lugar para morar. Assim, ele está confinado no céu. 

Para exercer seu comando sobre o universo, ele usa seu poder, seu Espírito Santo", que é sua "força ativa". Sua onisciência é seletiva, ou seja, Javé não sabe o futuro de todas as coisas, a menos que ele queira. Explicam isso da seguinte forma: Um rádio pode captar qualquer onda, porém, é preciso sintonizá-lo na estação certa. Assim, se Jeová quiser saber se alguém será fiel a ele ou não, deverá "sintonizar" na "estação" dessa pessoa.




a) Alegação: A palavra "Trindade" não aparece na Bíblia — A doutrina da Trindade está fortemente enraizada nas Escrituras. A palavra "Trindade" é um termo extra bíblico utilizado para designar aquilo que é revelado nas Escrituras; embora a palavra não apareça, a ideia está explícita na Bíblia. Outro fator que torna sem fundamento a objeção das TJ é o fato de que utilizam termos como "corpo governante" e "teocracia", embora tais palavras também não apareçam na Bíblia. Das duas, uma: ou aceitam o uso do termo "Trindade" ou deixam de usar as terminologias "corpo governante" e "teocracia".




b) Alegação: A Trindade e o paganismo — A objeção de que a doutrina da Trindade é de origem pagã, uma vez que os pagãos cultuavam suas tríades de deuses, também não faz sentido, pois, a concepção dos pagãos em nada se assemelha à doutrina trinitariana. Enquanto os pagãos são politeístas, ou seja, creem na existência de vários deuses, sendo sua trindade mais um conjunto de deuses em seu panteão, nós, cristãos, somos essencialmente monoteístas, pois cremos que há um só Deus (Isaías 43:10), que subsiste em três "pessoas": Pai, Filho e Espírito Santo. Não são três deuses, posto que só há um Deus. Assim, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são ao mesmo tempo três pessoas distintas e um só Deus. O termo "triunidade" resume melhor essa concepção bíblica de Deus.

É bom também lembrar que a Bíblia não é o único livro que fala de um dilúvio universal. A literatura pagã também contém relatos sobre um dilúvio. Isso, evidentemente, não faz do dilúvio uma concepção pagã; tampouco a doutrina da Trindade deveria ser vista da mesma forma.



c) A Trindade e a razão humana — A acusação de que a doutrina da Trindade não se conforma com a lógica ou a razão também é descabida, pois a mente humana não pode apreender tudo sobre Deus. É impossível que o relativo entenda com precisão o Ser Absoluto, que o finito atinja o Infinito, que a criatura desvende todos os mistérios e segredos do Criador. Isso é pedir demais. (Leia Romanos 11:33; 1ª Coríntios 2:11; Jó 11:7; Isaías 40:28). No livro Raciocínios à base das Escrituras (publicado pelas TJ), página 123, há a seguinte pergunta: "Será que Deus teve começo?" Daí, citam o Salmo 90:2, que diz que Deus é Deus de "eternidade a eternidade", ou seja, ele é incriado, sempre foi, é e será eternamente. Diante desse mistério, o livro lança o desafio: "Há lógica nisso? Nossa mente não pode compreender isso plenamente. Mas não é uma razão sólida para o rejeitar". Aplicando o mesmo princípio à doutrina da Trindade, podemos perguntar: "Será que Deus é uma Trindade? Há lógica nisso? Nossa mente não pode compreender isso plenamente. Mas não é razão sólida para o rejeitar".



d) A Trindade e a Matemática — Outra objeção argumenta que a Trindade contraria a Matemática, pois se 1 + 1 + 1 = 3; então, Deus Pai + Deus Filho + Deus Espírito Santo não podem ser um, mas três deuses. Ora, outro argumento desprovido de bom senso, pois Deus não pode ser medido pelas Ciências Exatas. No campo da Matemática, ele não pode ser somado, diminuído, dividido ou multiplicado. Mas, se é matemática o que querem, a pergunta é oportuna: Na Matemática, três podem ser um? Dependendo da operação que se escolher, sim. Veja: 1 X 1 X 1 = 1.

A Trindade no Antigo Testamento 



a) Gênesis 1:26, 27 — Chegando o momento de criar o homem, Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança". O verbo "fazer", nesse caso, aponta para um ato criativo, e somente Deus pode criar. Assim, ao ser criado, o homem não poderia ter a imagem de um anjo ou de qualquer outra criatura, mas a imagem de Deus, a imagem de seu Criador. No versículo 27, lemos: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". O interessante, porém, é que a Bíblia diz que Jesus Cristo também criou todas as coisas, as visíveis e invisíveis (João 1:1, 3; Colossenses 1:16, 17; Hebreus 1:10), o que inclui necessariamente o homem. Desse modo, concluímos, à luz da Bíblia, que o homem tem a Jesus como seu Criador, logo, o homem carrega Sua imagem, pois Jesus é Deus, uma vez que "à imagem de Deus" o homem foi criado. Já em Jó 33:4, Eliú declara: "O Espírito de Deus me fez". Afinal de contas, quem fez o homem? A Bíblia diz: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou". E quem é esse Deus? Resposta: Pai, Filho e Espírito Santo. É digno de nota que há outros textos em que Deus fala no plural: Gênesis 3:22; 11:7-9; Isaías 6:8. Alguns dizem tratar-se de plural de majestade, ou seja, é uma forma de expressão onde o indivíduo fala do plural que não revela necessariamente uma pluralidade participativa. Todavia, isso não funciona em Gênesis 1:26, 27, pois outros textos bíblicos deixam claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo criaram o homem; logo, não está em jogo nenhum plural de majestade, mas um ato criativo de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Os demais textos, portanto, devem ser interpretados seguindo-se essa mesma linha de raciocínio. 




b) Deuteronômio 6:4 — "Escuta, ó Israel: Jeová, nosso Deus, é um só Jeová" (TNM). Esse texto é usado para desacreditar a doutrina da Trindade, mas, ao contrário disso, é o texto que prova que na unidade de Deus existe uma pluralidade, dando abertura para a concepção trinitariana. Como assim? Na língua hebraica, existem duas palavras para expressar unidade, a saber, ’ehadh e yehidh. A primeira designa uma unidade composta ou plural. Exemplo: Gênesis 2:24 diz que o homem e a mulher seriam uma (’ehadh) só carne, ou seja, dois em um. A segunda palavra é usada para expressar unidade absoluta, ou seja, aquela que não permite pluralidade. Exemplo: Juízes 11:34 diz que Jefté tinha uma única (yehidh) filha. Qual dessas palavras é empregada em Deuteronômio 6:4? A palavra ’ehadh, o que indica que na unidade da Divindade há uma pluralidade. 

A Trindade no Novo Testamento



A revelação da Triunidade de Deus no Antigo Testamento não é tão clara quanto no Novo. Os textos bíblicos abaixo alistados (respeitando-se os devidos contextos) mostram sempre juntos o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Levando-se em conta que Deus é único (Isaías 43:10) e que ele não partilha sua glória com ninguém (Isaías 42:8; 48:11), é interessante notar como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são postos em pé de igualdade, coisa que nenhuma criatura, por melhor que fosse, poderia atingir, nem muito menos uma "força ativa" (agente passivo). 




a) Mateus 28:19 — A ordem de Jesus é para batizar em "nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo". Ora, se Jesus fosse uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa", seria estranho que as pessoas fossem batizadas em nome do Criador (que não divide sua glória com ninguém), em nome de um anjo, e de uma "força ativa"; aliás, que necessidade há em batizar alguém em nome de uma "força"? Tudo isso só faz sentido se Jesus e o Espírito Santo forem Deus, assim como o Pai. E aqui um alerta: O batismo cristão só é válido quando é feito em nome da Santíssima Trindade, ou seja, de Deus:   Pai, Filho e Espírito Santo  

b) Lucas 3:22 — No batismo do Filho, lá estão o Espírito Santo e o Pai; como sempre, inseparáveis. Essa é uma das razões pelas quais o batismo cristão deve ser ministrado em nome das três pessoas. 



c) João 14:26 — Jesus fala do Espírito Santo, que será enviado pelo Pai, em seu próprio nome, isto é, de Cristo. 



d) 2ª Coríntios 13:13 — Outra fórmula trinitária, onde aparece o Filho, em primeiro lugar, com sua graça ou benignidade imerecida; depois, o Pai, com seu amor; e finalmente, o Espírito Santo, com a comunhão ou participação que dele procede. 


e) 1ª Pedro 1:1, 2 — Pedro fala aos escolhidos, que foram eleitos segundo a presciência do Pai, santificados pelo Espírito e aspergidos com o sangue de Jesus Cristo. 

f) Outros versículos — Romanos 8:14-17; 15:16, 30; 1ª Coríntios 2:10-16; 6:1-20; 12:4-6; 2ª Coríntios 1:21, 22; Efésios 1:3-14; 4:4-6; 2ª Tessalonicenses 2:13, 14; Tito 3:4-6; Judas 20, 21; Apocalipse 1:4, 5 (compare com 4:5) etc. É digno de nota que se o Filho fosse uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa", os dois não poderiam assumir o primeiro lugar em algumas das passagens bíblicas acima citadas. Aliás, o que uma "força ativa" estaria fazendo no meio de duas pessoas? As TJ objetam dizendo que mencionar as três Pessoas juntas, não indica que sejam a mesma coisa, pois Abraão, Isaque e Jacó (Mateus 22:32), bem como Pedro, Tiago e João (Mateus 17:1) sempre são citados juntos; contudo, isso não os torna um. O que as TJ não perceberam foi o seguinte: Abraão, Isaque e Jacó tinham algo em comum: o patriarcado. Já Pedro, Tiago e João tinham em comum o apostolado. E o que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm em comum? Resposta: a natureza divina, ou simplesmente, a divindade.



Jesus Cristo



É o Primogênito de Jeová (sua primeira criação). É seu Unigênito (o único criado diretamente por ele). Sendo "Filho de Deus" é submisso e inferior ao Pai. Recebeu o nome de Miguel e o título de Arcanjo (= anjo principal). É "um deus", assim como Satanás, no sentido de ser poderoso. É "Deus Poderoso", mas nunca "Deus Todo-Poderoso", como Jeová. Morreu numa "estaca" (não numa cruz). Ressuscitou em espírito (não fisicamente). "Voltou" invisivelmente em 1914. Somente as TJ o viram com os "olhos do entendimento". Através do Corpo Governante, ele exerce sua chefia sobre a organização.




Avaliação bíblica 




A cristologia das Testemunhas de Jeová é uma ressurreição do arianismo, que surgiu com Ário (256-336 d.C). Ário era um sacerdote do século IV, da cidade de Alexandria, no Egito.

Ário afirmou que Jesus Cristo era uma criatura, baseando principalmente em Provérbios 8:22 e 1ª Coríntios 1:24. O primeiro é uma poesia, onde a sabedoria diz ter sido "criada" por Deus. O segundo diz que Jesus Cristo é a sabedoria de Deus. Assim, concluiu Ário, se Jesus é a sabedoria de Deus, então ele foi criado. O problema de Ário foi o seguinte: ele utilizava uma tradução do que hoje conhecemos como Antigo Testamento, escrito originalmente em hebraico, para o idioma grego. O texto hebraico traz em Provérbios 8:22 o verbo qanáni (possuir); contudo, o texto grego adotado por Ário verteu qanáni por bará, que significa "criar". Quando S. Jerônimo fez a Vulgata, tradução do hebraico para o latim, traduziu corretamente qanáni por possédit me (possuiu-me). A pergunta que se levanta é: qual é o termo correto – criar ou possuir? A resposta é óbvia: possuir. Basta um pouco de raciocínio para perceber isso. Veja: Deus é eterno, de eternidade a eternidade. Como ele é imutável, o que ele é hoje, sempre foi e sempre será. Assim, não há variação em Deus. Então, se Deus é poderoso, ele é poderoso de eternidade a eternidade. Nunca houve um momento em ele não tenha possuído poder. Ele não poderia ter criado seu poder, pois isso significaria que um dia ele não o teve. Ora, o mesmo se dá com a sabedoria de Deus. Se dissermos que Deus criou sua sabedoria, chegaremos à conclusão que um dia Deus não teve sabedoria. Daí, vem a pergunta: com que grau de inteligência Deus percebeu que não tinha sabedoria e que precisaria criá-la? Assim, diante dessa conclusão ilógica, afirmamos à luz da Bíblia: Deus é sábio de eternidade a eternidade. Seus atributos são tão eternos quanto ele, pois Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Diante disso, a leitura correta do Provérbios 8:22 deve ser: "O SENHOR me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas". Para concluir, é preciso dizer que não se pode afirmar categoricamente que o texto de Provérbio 8:22 faça referência a Jesus Cristo. O texto simplesmente apresenta a sabedoria de Deus num estilo poético e, em poesia, tudo pode acontecer: a sabedoria grita, ama, trabalha etc. Seja como for, Provérbios 8:22 não pode ser usado para afirmar que Jesus é uma criatura. Ao contrário, a Bíblia o apresenta como Criador de todas as coisas (João 1:3; Colossenses 1:16,17; Hebreus 1:10 com 3:4).



Jesus não é o Arcanjo Miguel 


Jesus e Miguel não são a mesma pessoa por duas razões:

Enquanto que em Daniel 10:13 Miguel é chamado de "um dos mais destacados príncipes" (TNM), o que nos leva a concluir que ele não é o principal, o primaz, em Colossenses 1:18 se diz que Jesus tem a primazia.

Mateus 4:10, 11 e Marcos 1:25-27 apresentam Jesus Cristo repreendendo Satanás; mas em Judas 9 está escrito que Miguel não se atreveu a censurá-lo, ao invés, entregou para Deus tal responsabilidade. Jesus tem, portanto, diferente de Miguel a autoridade absoluta sobre Satanás.  




Jesus não é "um deus" 




Já que Deus disse em Isaías 43:10 que antes dele Deus nenhum se formou e que depois dele, Deus nenhum haverá, fica evidente que existe somente um Deus. Tudo o que for além disso é uma falsa deidade. Assim, Jesus não poderia ser um deus à parte. Além do mais, se Jeová fosse o Deus e Jesus "um deus" (como verte a TNM o texto de João 1:1), então teríamos dois deuses: um maior (Jeová) e o outro menor (Jesus). Ora, a crença em mais de um deus constitui-se em politeísmo, o que é um grave pecado contra Deus.



Esclarecendo termos mal interpretados



Alguns grupos, como as das Testemunhas de Jeová se perdem na terminologia das Escrituras, dando significados errôneos a certos termos aplicados a Jesus Cristo, como por exemplo: Primogênito, Unigênito, princípio da criação e Filho de Deus. Tal equívoco se dá devido ao fato de desconhecerem regras de uma boa hermenêutica (interpretação) bíblica, e assim, separam esses termos de seu contexto imediato ou local e o geral, bem como histórico e gramatical, e querem que afirmem aquilo que originalmente não significavam no texto bíblico. Eis alguns exemplos: 




Primogênito (Colossenses 1:15) — Longe de significar nesse texto "primeiro criado" ou "o primeiro de uma série", o termo "primogênito" é um título que indica preeminência ou primazia, apontando assim para a soberania de Cristo sobre a criação, pois segundo os versículos seguintes, ele criou todas as coisas; não podendo ser, portanto, uma criatura (veja 2.1.3. – letra c). Outro ponto importante é que esse texto de Colossenses é uma aplicação do Salmo 89:27, que é messiânico. Originalmente foi aplicado ao rei Davi, que era o caçula de sua família (Salmo 89:20); no entanto, segundo esse salmo, Deus o colocaria como "primogênito", e explica o porquê: "O mais excelso dos reis da terra", que equivale ao título "rei dos reis" (Apocalipse 17:14). Que a ideia de soberania está implícita, basta conferir 1º Samuel 10:1, onde Samuel diz a Davi que Deus o ungiu para ser o líder ou chefe de Israel. Assim, o termo primogênito fala da posição soberana de Cristo sobre tudo e todos, e não que ele seja o primeiro de um série. 



Unigênito (João 3:16) — Este título fala da singularidade de Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus. Ele é único, não há ninguém semelhante a ele (Judas 4). Essa palavra é composta por mono (único) + genus (tipo, espécie). A ênfase, portanto, está na primeira parte: único , o que implica na ideia de singularidade, tal como acontece com Hebreus 11:17. Neste texto, Isaque é chamado de unigênito de Abraão. Ora, sabemos que Abraão não tinha apenas a Isaque como filho, não podendo ser ele, a rigor, o único filho. Aliás, Ismael era o primogênito. Isso mostra, portanto, que o termo "unigênito" abarca outros significados. Em que sentido, então, Isaque era o unigênito? Porque ele era o único e singular filho de Abraão. A ideia de um relacionamento íntimo e diferencial entre pai e filho está implícita na passagem; logo, não está em questão a ordem de nascimento de Isaque, mas sua posição diante do pai, sua singularidade. O mesmo se dá com Cristo em relação ao Pai. Sendo, então, "primogênito" e "unigênito", torna-se o "herdeiro de todas as coisas", sustentando, ele mesmo, "todas as coisas pela palavra do seu poder" (Hebreus 1:2, 3).



Princípio da criação (Apocalipse 3:14) — A palavra grega arché, traduzida por princípio em muitas traduções da Bíblia, também significa "governador", "soberano", "origem". 

Assim, já que diversas passagens bíblicas atestam a eternidade de Cristo, posto ser ele o criador e sustentador de todas as coisas (Col 1:16, 17; Heb 1:3), fica evidente que entender arché como o "primeiro de uma série", nesse caso em particular, seria pedir demais. 

Se ele criou todas as coisas e as sustenta, o termo "origem" cai como uma luva no contexto imediato e mais amplo. É assim que o termo princípio deve ser entendido em Apoc 3:14. 

Arché aplica-se ao Senhor Jesus Cristo, pois ele também é descrito assim em Col 1:18. De qualquer forma, nenhum dos termos supracitados podem ser usados para defender a ideia de que Jesus seja um ser criado.



Filho de Deus (Marcos 1:1) — Esse termo geralmente é usando para indicar a inferioridade do Filho em relação ao Pai, pois um filho não pode ser igual ou maior que seu pai. Ora, isso não faz o menor sentido, pois Jesus é chamado de "filho de Maria" (Marcos 6:3); "Filho de Davi" (Marcos 10:48); e "Filho do Homem" (Mateus 25:31), e nem por isso, ele poderia ser considerado inferior a Maria, Davi ou ao homem. A primeira expressão "filho de Maria" tem o significado de "filho" no sentido comum da palavra, ou seja, ele era filho de Maria em sentido biológico. 

Ser chamado de Filho de Davi pode significar não somente que ele é seu descendente, mas também participante da linhagem real de Davi. 

Já o título "Filho do Homem" aponta para a humanidade assumida por Cristo, ou seja, ele participou de nossa natureza humana, contudo, sem pecado. 

E, finalmente, Jesus também é chamado de "Filho de Deus", não porque seja inferior, mas porque é participante da mesma natureza divina da qual o Pai também participa. Ou seja, como professamos no Creio, Jesus o Filho de Deus é *consubstancial (*ele e o Pai é um só Deus) ao Pai. 

 

Esclarecendo textos mal interpretados


Os textos apresentados a seguir são bastante usados pelos antitrinitários para apoiar a ideia de que Jesus não era Deus, pois declarou que o Pai era maior do que ele (João 14:28); que acerca do dia e hora de sua vinda, somente o Pai sabe (Marcos 13:32); além disso, dizem que se ele orava ao Pai (João 17:1), não poderia ser o próprio Pai (esta sentença, aliás, os trinitários jamais afirmaram). 

Esses equívocos decorrem do fato de desacreditarem de outra grande "riqueza insondável do Cristo" (Ef 3:8), ou seja, a sua Encarnação: o Verbo, que era Deus, "se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1:14). 

A doutrina da Encarnação é tão complexa quanto a doutrina da Trindade. Mais uma vez vale ressaltar que por mais que tentemos, o ser finito jamais poderá compreender com perfeição o Ser Infinito, mesmo quando este assume nossa finitude. Ao assumir a natureza humana, tornando-se "Filho do Homem", Jesus Cristo assumiu a posição de "servo" (Filip 2:6 e 7). 


Tornou-se "menor" que os anjos, sem se tornar inferior a eles (Hebreus 2:9). Assim, sua humanidade, como a nossa, era limitada; mas, por outro lado, ele ainda era 100% Deus, ou seja, ilimitado. E aí está o grande problema: como compreender que numa única pessoa pudesse haver duas naturezas opostas naturalmente entre si? Ao mesmo tempo em que dizia "o Pai é maior do que eu" (João 14:28), também afirmava "Eu o Pai somos um" (João 10:30). Como resolver essa questão? 

A coisa não é tão fácil assim. Se alguém achar a resposta a essa pergunta, também terá descoberto como Deus veio a existir (aliás, ele nunca veio a existir, pois ele foi, é e sempre será) e explicará satisfatoriamente a Trindade Divina. O que precisamos é recorrer ao testemunho das Escrituras para ver o que ela tem a nos dizer sobre isso, mesmo que indiretamente. Uma passagem reveladora é a de Mat 8:23-27. 


Durante uma tempestade, o texto relata que Jesus dormia, mas, Deus não dorme. Desesperados, os discípulos acordaram-no, clamando por socorro. Nesse momento, Jesus acorda, repreende o vento e o mar, e ambos se aquietam. Ora, o homem não tem esse poder. Segundo os Sal 65:5-7; 89:9 e 107: 29, somente Deus, como criador, tem poder sobre as forças da natureza, e Jesus revelou tal poder (Heb 1:3). 


Percebe-se, portanto, nessa Escritura, a plena humanidade e divindade de Jesus Cristo. Ele tornou-se humano, sem deixar de ser Deus. Era Deus, assim como o Pai e o Espírito Santo, mas também era verdadeiro homem. Alguns objetam afirmando que Moisés abriu o Mar Vermelho, e nem por isso era Deus (Êx14). 


O mesmo se deu na travessia do rio Jordão, sob o comando de Josué (Josué 3). Mas, quem foi que disse que Moisés abriu o Mar Vermelho? Segundo o livro de Êxodo, Deus mandou Moisés erguer um bastão e estendê-lo sobre o mar (14:16), e no versículo 21 diz que foi o próprio Deus, por meio dum forte vento, que fez o mar retroceder. O Salmo 114 poeticamente mostra que os acontecimentos ocorridos tanto no Mar Vermelho, quanto no rio Jordão, foram promovidos pelo senhor do vento e do mar: Deus. Assim, precisamos ler os textos abaixo tendo em vista o ensinamento bíblico da dupla natureza de Cristo. 

1. João 14:28 — Quando Jesus disse "o Pai é maior do que eu", subentende-se a sua posição de servo, de humilhação à qual ele se submeteu voluntariamente, nada tendo haver com sua essência, sua natureza divina (Filipenses 2:6-8; Atos 8:33; 2 Coríntios 8:9). Nessa posição, segundo a Bíblia, Jesus também era menor que os anjos (Hebreus 2:6-9), pois em relação aos humanos, os anjos são "maiores em força e poder" (2ª Pedro 2:11). Sendo menor que os anjos, Jesus podia dizer — sem prejuízo para sua natureza divina — que o Pai era maior do que ele.

2. Marcos 13:32 — Se em Cristo estão "ocultos todos os tesouros da sabedoria e da ciência" (Colossenses 2:3), por que ele afirmou que acerca daquele dia e daquela hora ele não sabia, mas unicamente o Pai? Essa é uma pergunta de difícil resposta; contudo, convém lembrar do seguinte: Jesus disse que os anjos também não sabiam; sendo assim, o que foi feito menor também não saberia (Hebreus 2:9). Como homem Jesus não tinha sabedoria ilimitada. Aprendeu como qualquer um de nós (Lucas 2:52). Não cabe ao homem saber os tempos e as épocas que Deus determinou sob sua jurisdição (Atos 1:7).

3. João 17:1 — Acompanhado desse texto, normalmente vem a seguinte observação dos antitrinitários: Visto que Jesus orou a Deus, pedindo que fosse feita a vontade de Deus, não a sua (Lucas 22:42), os dois não poderiam ser a mesma pessoa; e se Jesus fosse o Deus Todo-Poderoso, ele não oraria a si mesmo.

Para inicio de conversa, esse argumento revela certa ignorância do que seja a doutrina da Trindade, pois não acreditamos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam a mesma pessoa, mas, sim, o mesmo Deus, ou seja, possuem a mesma natureza. O termo "Deus" pode ser aplicado individualmente a cada uma das Pessoas da Trindade (1ª Coríntios 8:5; 1ª João 5:20; Atos 5:3, 4), como pode ser usado como coletivo para abarcar as Três Pessoas Divinas, como em Gênesis 1:1. Assim, não sendo a mesma "pessoa" fica claro que não há nenhum impedimento para que o Filho dialogasse com o Pai. Na Encarnação Jesus participou das experiências humanas, menos o pecado (2ª Pedro 2:22); Jesus, como todo e qualquer humano, tinha necessidade espirituais. Ele precisa ter contato com o Pai (Mateus 4:4; João 4:34). Portanto, Jesus dialogou com o Pai, sem deixar de participar da mesma natureza divina, pois ele mesmo disse: "Eu o Pai somos um" (João 10:30). A objeção comum à frase "Eu e o Pai somos um" é a de que isso não significa que Jesus tenha a mesma natureza que o Pai, que ambos sejam de fato um, mas que Jesus apenas frisava sua unidade de propósito e pensamento com o Pai. A base bíblica apresentada é a de João 17:11, 21, 22, onde Jesus em oração pede que todos os seus discípulos sejam um, assim como ele e o Pai são um. Argumentam que isso não significa que os discípulos serão a mesma pessoa ou que possuirão a natureza divina. Mais uma fez enfatizamos que a ideia de serem os dois, Pai e Filho, a mesma pessoa, jamais estará em questão. Quanto à ideia de unidade de propósito e pensamento, dizemos que esta está presente em ambas as passagens. Todavia, segundo o contexto de João 10:30, há muito mais incluído do que simplesmente "unidade de propósito e pensamento". Acompanhe os seguintes raciocínios... 

 — Nesse capítulo, Jesus fala diversas vezes de suas ovelhas. No versículo 28 ele diz que dá a essas ovelhas a "vida eterna" e que elas jamais seriam destruídas (ou pereceriam). Pergunta-se: Poderia uma criatura, por mais importante que fosse , conceder a outras criaturas a vida eterna e a indestrutibilidade? Não é somente Deus, o Eterno, a fonte da vida? (Salmo 36:9; Atos 17:27, 28). Contudo, Jesus disse de si mesmo: "Eu sou a ressurreição e a vida" (João 11:25). Disse mais: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (João 14:6). Seria pedantismo demais para um arcanjo, uma criatura, mesmo que fosse "o segundo maior personagem do universo", afirmar tudo isso; porém, não o seria para aquele que, junto com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Portanto, pelos versículos precedentes a João 10:30, fica claro que, se o Pai e o Filho são fontes da vida, então Jesus foi além da "unidade de propósito e pensamento" ao dizer "Eu e o Pai somos um". Vale a pena lembrar que, por mais que nos esforcemos, jamais conseguiremos ser a ressurreição, a verdade e a vida. Assim, devemos nos contentar com nossa "unidade de propósito e pensamento" para com Deus. Já Jesus Cristo, além do que temos (e num grau mais elevado e incomparável), também possui "toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9). 

 — Diante da frase "Eu e o Pai somos um", a reação dos judeus foi imediata: acusaram a Jesus de blasfêmia, pois, sendo homem, fazia-se Deus a si mesmo (João 10:33). Eles entenderam exatamente o que Jesus queria dizer com aquele "um". Não faria sentido acusá-lo de blasfêmia pelo simples fato de expressar com a palavra "um" uma "unidade de propósito e pensamento". Na Tradução do Novo Mundo, João 10:33 é vertido assim: "Nós te apedrejamos, não por uma obra excelente, mas por blasfêmia, sim, porque tu, embora sejas um homem, te fazes um deus". A frase mal traduzida "te fazes um deus" tenta suavizar a força das palavras de Jesus, que evidentemente igualou-se ao Pai. Ademais, a acusação de blasfêmia só faria sentido para os judeus se Jesus se fizesse igual a Deus, o Pai, e não a "um deus", termo mais do que genérico nessa péssima tradução. É importante ressaltar que numa outra ocasião Jesus falou aos judeus dizendo: "Meu Pai tem estado trabalhando até agora e eu estou trabalhando" (João 5:17 – TNM). Diante disso, alguns dos judeus queriam matá-lo, e uma das razões apresentadas foi a de que ele chamava Deus de Pai, "fazendo-se igual a Deus" (João 5:18 – TNM). Percebe-se, portanto, que em ambas as passagens (João 10:29-33 e 5:17, 18) as declarações de Jesus sempre são entendidas como afirmações de igualdade com o Pai, ou seja, ele afirma fazer aquilo do qual somente o Ser Supremo é capaz (compare com Marcos 2:5-11). Assim, se Jesus não fosse tudo aquilo que afirmou ser, direta ou indiretamente, não passaria de um impostor, mentiroso e megalomaníaco. 


6. Espírito Santo - Também chamado de Paráclito que quer dizer advogado, defensor e consolador. O Espírito Santo é citado na Sagrada Escritura desde o Gênese até o Apocalipse. É ele quem rege e santifica todas as coisas. É Ele que está presente na ação da Criação e na vida da Igreja.
Ele é o próprio Deus, o mesmo Deus desde a eternidade. Ele faz morada em todo ser para torna-lo pleno de graça. Ele move e governa tudo que existe. 
Muitos negam a personalidade e divindade do Espírito Santo, como as seitas espíritas e as Testemunhas de Jeová. Para estas o Espírito Santo é uma "força ativa"; para aqueles trata-se de uma "falange de espíritos". Em ambos os casos, o Espírito Santo é algo, não alguém. 

6.1. A personalidade e divindade do Espírito Santo 

a) É Deus, como o Pai e o Filho (Atos 5:3:4). Compare com Atos 16:31, 34.

b) É um ser pessoal, pois o Espírito Santo...


·Guia, fala, declara, ouve (João 16:13). 
·Ama (Romanos 15:30). 
·Clama (Gálatas 4:6). 
·Toma decisões, administra (1ª Coríntios 12:11). 
·Sabe e atinge as profundezas de Deus (1ª Coríntios 2:10, 11; compare com Mateus 11:27 e Lucas 10:22). 
·Pode ser contristado (Efésios 4:30). Comparar com Isaías 63:10. 
·Implora e intercede (Romanos 8:26, 27; comparar com v. 34). 
·Ensina (Lucas 12:12; comparar com 21:14, 15; veja João 14:26). 
·Fala (Atos 10:19). Ver também 13:2; 10:19, 20; 21:11; Mateus 10:18-20). 
·É resistido (Atos 7:51 comparado com Isaías 63:10; Salmo 78:17-19). 
·Proíbe, põe obstáculo (Atos 16:6 e 7; comparar com o v. 7 com Romanos 8:9 e Filipenses 1:19). 
·Ordena, dirige e dá testemunho (Atos 8:29, 39 e 20:23). 
·Designa, comissiona (Atos 20:28). Ver também 1ª Coríntios 12:7-11, comparando com 12:28 e Efésios 4:10, 11. 
·É mencionado entre outras pessoas (Atos 15:28). 


c) 1ª Coríntios 6:19 – "Ao lado do templo do verdadeiro Deus na antiga Jerusalém, as Escrituras mencionam muitos outros templo — por exemplo: o templo de Dagom (1ª Samuel 5:2), o templo de Júpiter (Atos 14:13), o templo de Diana (Atos 19:35), e assim por diante. Cada um era o templo de alguém, ou do Deus verdadeiro ou de um deus falso. Mas a Bíblia também mostra que o corpo físico de cada cristão individualmente se torna um templo. Templo de quem? Um ‘templo do Espírito Santo’(1ª Coríntios 6:19)". — Argumento extraído de As Testemunhas de Jeová refutadas versículo por versículo, de David Reed, Juerp, pp. 89, 90. 


6.2. Textos e termos mal aplicados ao Espírito Santo 


a) Mateus 3:11 – João Batista disse que Jesus batizaria com o Espírito Santo, assim como ele batizava em água; portanto, assim como a água não é pessoa, tampouco seria o Espírito Santo. Refutação: É possível se batizado numa Pessoa, sem que ela perca sua identidade pessoal.
Assim como o ato de batizar no cristianismo não é o mesmo ato de batizar de João Batista. Enquanto João batizava como sinal de conversão chamando as pessoas ao arrependimento para preparar a chegada do Messias. O batismo cristão faz da pessoa filho de Deus, membro da Igreja e herdeiro do Céu. E por isso mesmo no ato do batismo é infundido sobre o catecúmeno a graça de se tornar Filho de Deus: Por Deus Pai, pelo Espírito Santo A graça santificante que permanece para sempre na vida dos batizados, assim também a graça salvadora de Cristo que nos liberta do pecado e nos conduz à vida eterna.        
Veja:
·Romanos 6:3 (batizados em Cristo/batizados em sua morte) 
·Gálatas 3:27 (batizados em e revestidos de Cristo) 
·1ª Coríntios 10:2 (batizados em Moisés) 


b) 2ª Coríntios 6:6 – O Espírito Santo é incluído entre várias outras qualidades, o que indicaria que não se trata duma pessoa (Efésios 5:18; Atos 6:3; 11:24 e 13:52) 

Refutação: Em Gálatas 3:27 e Colossenses 3:12 insta-se às pessoas a ficarem revestidas de Cristo, assim como a se revestirem de qualidades como humildade, compaixão etc., sem que isso faça de Cristo uma "força ativa". 


c) Atos 2:4 – Os 120 discípulos ficaram cheios duma "força ativa" não duma pessoa.  

Refutação: 


·Efésios 1:23 diz que Deus "preenche todas as coisas", o que concorda com Atos 2:4. 
·Romanos 8:11 diz que o Espírito Santo mora ou reside em nós, assim como Efésios 3:17 diz que Cristo reside em nossos corações, da mesma forma que João 14:23 também fala da habitação em nós tanto do Pai, quanto do Filho. Nada disso faz com que o Pai e o Filho deixem de ser pessoas. Em 1Cr6, 19 São Paulo nos ensina que somos Templos vivos do Espírito Santo .   


d) Atos 13:12 – O fato de a Bíblia dizer que o Espírito Santo fala, isso não prova sua personalidade, pois outros textos mostram que isso era feito através de seres humanos ou de anjos.

Refutação: 

Deus falou por meio dos, profetas, por meio de Jesus e nos fala por meio da sua Igreja.
·Atos 3:21 mostra que Deus não falou diretamente, mas por meio da boca dos seus profetas, assim como se diz do Espírito Santo (Atos 28:25). 
·Comparar Mateus 10:19, 20 com Lucas 21:14, 15 e Jeremias 1:7-9. 


e) Lucas 7:45, Romanos 5:14, 21, Gênesis 4:7 – Estes textos mostram que coisas abstratas, como a sabedoria, o pecado e a morte são personificados; o mesmo se dá com o Espírito Santo. 

Refutação: A Bíblia personifica a sabedoria, o pecado e a morte porque não são pessoas. No caso do Espírito Santo, Ele não é personificado, pois já é uma pessoa. É apenas simbolizado, assim como Jesus e Javé.
Simbologia da Trindade na Bíblia:
  
·Espírito Santo: Pomba (Lucas 3:22); línguas de fogo (Atos 2:3) 
·Jesus Cristo: Leão (Apocalipse 5:5); cordeiro (João 1:29); Porta (João 10:9); Videira (João 15:1) 
·Jeová: Fogo (Deuteronômio 4:24); sol (Salmo 84:11) 


f) Atos 7: 55, 56 – Estevão só viu o Pai e o Filho, não diz ter visto o Espírito Santo. 

Refutação: Estevão não podia ter visto o Espírito Santo pelo fato deste estar na terra cumprindo a sua missão, uma vez que fora enviado pelo Filho, que por sua vez fora enviado pelo Pai. Jesus disse que a menos que Ele próprio fosse embora, o Espírito Santo não viria. Assim sendo, quando Jesus voltou ao céu, enviou o Espírito, razão pela qual Estevão não poderia tê-lo visto. (Ver João 16:7, 8).


7. A fórmula batismal


7.1. Argumentos mal aplicados para se batizar somente em nome de Jesus 

Em Mateus 28:19, Jesus mandou que os discípulos batizassem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Em Atos 2:38 encontramos os apóstolos batizando em nome de Jesus, porque Jesus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Refutação: Esse argumento não tem base bíblica, pois as Escrituras estabelecem a distinção entre as pessoas da Trindade, por exemplo: João 10:30. Assim, é absurda a suposição de que os apóstolos entenderam que Jesus quis dizer que batizassem em seu próprio nome, porque ele era o Pai, o Filho e o Espírito Santo, uma vez que 1ª João 4:14 diz claramente: "E nós (os apóstolos) temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo". 

Afirma-se que "Pai", "Filho" e "Espírito Santo" são apenas "títulos", não "nomes próprios", mas que Jesus é "um nome próprio". Refutação: Se fizéssemos distinção entre "nome" e "título" na Bíblia, não poderíamos entender os nomes bíblicos, porque seus nomes eram seus títulos. Em Gênesis 29:32, por exemplo, "Rubem" (nome próprio) literalmente quer dizer "um filho", mas "filho" é um título segundo o Unicistas. Jesus (nome próprio) significa "Salvador" (Mateus 1:21), o qual também é um título. 

Ensina-se que em Mateus 28:19 se usa a palavra "nome" (singular) e não "nomes" (plural). Refutação: A Bíblia muitas vezes usa a palavra "nome" (singular) para referir-se a mais de uma pessoa. Veja este exemplo: Gênesis 5:2 ¾ "Homem e mulher os criou, e os abençoou, e lhes chamou pelo nome de Adão, no dia em que foram criados". Veja também Gênesis 11:4 e 48: 6, 16. 

Alega-se que os apóstolos nunca batizaram "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", mas somente "em nome de Jesus". 

a) É verdade, na Bíblia não encontramos os apóstolos batizando a pessoas "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"; tampouco, porém, encontramos na Bíblia os apóstolos recitando a frase "eu te batizo em nome de Jesus Cristo".

b) Eles afirmam que os apóstolos recitaram tal frase, quando leem na Bíblia que algumas pessoas foram batizadas "em nome de Jesus Cristo". A verdade é que não há nenhuma evidência na Bíblia de que os apóstolos tenham recitado tal frase ao batizar.

c) Há somente uma pessoa na Bíblia que vemos como foi batizada. Esta pessoa foi o eunuco etíope, que foi batizado por Filipe (At 8:36). Ali, não observamos Filipe dizendo: "Eu te batizo em nome de Jesus". A única coisa que encontramos é que o eunuco dizendo: "Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus".

d) As evidências mais remotas que temos sobre a maneira em que os cristãos eram batizados na igreja primitiva se encontram num livro intitulado Didaquê (ou: Ensinamentos dos Apóstolos). Este livro, que foi escrito por volta do ano 110 d.C., diz: "Quanto ao batismo, procedam assim: Depois de ditas todas essas coisas, batizem em água corrente, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo." 

e) Fazer algo "em nome de" alguém significa fazê-lo em sua autoridade, em obediência ao seu mandato, da parte de ou como seu representante, como por exemplo: "E, pondo-os perante eles, os arguiram: Com que poder, ou em nome (= na autoridade ou da parte) de quem fizestes isto?" (Atos 4:7). Veja também João 16:23-26; 1ª Coríntios 1"13-15 e Colossenses 3:17. Assim, a frase "em nome de" não tem nada que ver com uma fórmula mágica que alguém diz durante cada ação. Quando a Bíblia diz que alguns foram batizados "em nome do Senhor Jesus Cristo" (Atos 2:38; 8:16; 19:5), não quer dizer que os apóstolos literalmente recitaram a frase: "Eu te batizo em nome do Senhor Jesus Cristo" , antes, porém, que as pessoas foram batizadas em obediência à ordem de Jesus, isto é, de acordo com o ensino de Jesus.


Luis Antônio Ferraz
       

domingo, 26 de abril de 2020

JOVEM DE 17 ANOS SE CONVERTE À IGREJA CATÓLICA E DÁ SEU TESTEMUNHO

Meu nome é Lucas e tenho 19 anos. Fui por 17 anos evangélico de uma grande denominação, mas, foi apenas com 13 anos quando me “batizei” que me engajei na igreja que frequentava.

Entrei para o grupo de jovens, no coral da igreja e na orquestra de sopro. Adorava de certa forma a receptividade de meus colegas de congregação.
Mas, no entanto, um dia, três dias antes do meu aniversário de dezesseis anos, um pastor veio de outra igreja para pregar, ele colocou um ponto de interrogação: “Irmãos, será que as igrejas atuais são verdadeiramente as mesmas da igreja primitiva?”

Fiquei com essa pergunta em minha cabeça e então comecei a pesquisar sobre o assunto; e sabe Deus como, parei em Martinho Lutero. Quando li um livro chamado “Heróis da Fé” de Orlando Boyer, vi quando Martinho Lutero havia sido um mártir da igreja, e que a Igreja Católica era a “Bruxa má” da história, com sua inquisição que matou 20 milhões de cristãos (lógico que isso era puro marketing dos protestantes, na verdade, a inquisição não matou ninguém). Enfim, comecei uma paixão cega a esse Lutero, de tal maneira que ignorei os escritos que falavam contra ele e suas ideias heréticas.

No entanto, tudo mudou no dia 11 de fevereiro, de 2013. Sem dúvida a renúncia do Papa emérito Bento XVI chocou o mundo e de uma certa forma eu estava naquele grupo do “ele renunciou?” Tá, e eu com isso? ... mas, não segui o exemplo do grupo que pertencia e comecei a pesquisar sobre a história da Igreja Católica; e eis que nessas andanças pela internet comecei a ler vários artigos, bem como do padre Paulo Ricardo e outros blogs na internet.
Comecei a conhecer o que era a Igreja Católica. Sabe como eu via a Igreja? Como um bando de pessoas que iam queimar incenso e adorar imagens imóveis, e que acreditavam que eles eram deuses (verdadeiramente nunca tinha entrado e mais estranhamente, quem fala essas coisas da Santa Igreja, nunca pisaram dentro de uma.).

Mas, vi que é uma Igreja que tem mais de dois mil anos, que mesmo passando pelas maiores tribulações se mantém firme. Com uma sucessão desde o Apóstolo São Pedro, que recebeu do próprio Cristo a chefia da Igreja.
Eu ainda, nessa época estava adquirindo a experiência, queria ter certeza que estava certo de minhas conclusões e os exemplos à minha volta não me ajudavam. Nessa época meus pais haviam se separado, minha mãe havia ido morar em outro Estado, eu perguntava: “Deus, será que estou no caminho errado?”

No dia seguinte após ter ficado com essa incógnita, fui consultar uma professora de escola dominical, que havia ficado 30 anos na Igreja Presbiteriana. Quando a questionei sobre a Sola Scriptura, teria algum baseamento bíblico ela me interrompeu com a pergunta; “Está questionando um dos pontos principais de nossa fé?”
Eis que fiz algo que não costumava fazer, ficar gago. Retomei a pergunta e ela me respondeu: “Isso não precisa estar escrito na Bíblia, é uma tradição que vem dos tempos da Reforma Protestante”. 
E saí com mais dúvidas que entrei, como as tradições apostólicas da Igreja Católica não podem ser aceitas, mas, a tradição ditada por um homem que se rebelou contra a própria Ordem pode ser?

E, eis que no ano de 2014 começava com novidades na minha casa. Minha irmã havia decidido ingressar na Igreja Católica. Como queria ter tido a coragem que ela teve!
Parte do processo de conversão partiu do meu pai, que é um daqueles católicos desligados, (pelo menos foi o que minha catequista notou. Ria o jovem. E a outra parte de meus estudos “loucos” sobre a santa Igreja.
O dia que ganhei um pontapé nos fundilhos, foi no dia 09 de novembro de 2014, segundo dia de provas do ENEM, mas, antes de ir ao exame, acompanhei um dos momentos mais sublimes de minha vida: ver minha irmã receber os três sacramentos. Havia relutado em ir a cerimônia, com a desculpa que teria que fazer a tarde o exame. Mas, de última hora decidi ir. Não me arrependo da escolha que fiz. Acompanhar o batismo foi sublime, mais sublime, foi o pároco, que a cada momento da celebração explicava o significado dos sacramentos que seriam impostos; Batismo, Eucaristia e Crisma.

Acompanhei a celebração com os olhos fixos no Altar. Resumindo: Ao final da celebração, fui até a sacristia, e falei com o Padre Antônio, onde contei a minha vida a ele, e confessei que nunca tinha visto uma celebração tão sincera como aquela e que a partir daquele momento queria me tornar um católico, e ele me disse algo que até hoje não sai da minha cabeça: “Ser um católico meia boca todo mundo consegue ser, mas, um bom católico tem que seguir uma boa caminhada, mas, não espere mar de rosas, você vai enfrentar muitas tempestades”.

Ele nunca esteve tão certo, perdi pessoas que um dia me chamaram de “amigo”, pessoas que passei dezessete anos de minha vida ao lado, e que apenas ao pronunciar as palavras “me converti do catolicismo”, deram as costas e me trataram como um desconhecido.
Mas, como dizem, “quando Deus fecha uma porta, ele abre uma janela”, ganhei muitas pessoas que estão me auxiliando em minha caminhada, e principalmente uma Mãe, que acolhe a todos com amor.
Acho a frase de G. K. Chesterton resume toda minha conversão: “Uma coisa morta pode seguir a correnteza, mas, somente uma coisa viva pode contrariá-la”. Recebo meus sacramentos no dia 22/11, depois de um ano de muitas lutas e perseveranças e dentre em breve estarei fazendo discernimento vocacional para o sacerdócio.

Para finalizar meu testemunho, deixo a frase de São João Paulo II: “Os jovens estão chamados a serem protagonistas dos novos tempos. Tenho plena confiança neles e estou certo de que têm a vontade de não defraudar nem a Deus, nem a sociedade da que provém”.    

Paz e bem!
Lucas Freitas
    
             
                        

                              

domingo, 5 de abril de 2020

Domingo de Ramos. O que significa?



"Hosana ao Filho de Davi, Bendito o que vem em nome do Senhor!" - eis a aclamação do povo a Jesus.

O Domingo de Ramos é uma celebração cristã realizada um domingo antes da Páscoa.



A Igreja faz-nos reviver e recordar a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, um evento da vida de Jesus mencionado nos quatro evangelhos canônicos:

Marcos 11:1

Mateus 21:1-11

Lucas 19:28-44

João 12:12-19).



Diz a tradição que Jesus teria entrado pela porta dourada de Jerusalém. Jesus foi recebido e aclamado como rei de Israel. Embora esse mesmo povo que lhe recebeu como rei foi o mesmo que o entregou à morte. Por isso, os dois lados da Liturgia no primeiro recorda a alegria da aclamação do povo com seus aplausos e seus "hosanas" e depois termina com a sua paixão.



Eis que o rei Jesus se entrega à morte de cruz. O povo queriam-no rei, mas, ele preferiu a cruz para nossa salvação. Seu reinado não era deste mundo como bem o disse a Pilatos. Um dia Ele, o Rei  virá, mas, não naquele dia, pois, antes era necessário que o Rei  primeiro cumprisse seu papel para que veio; ser o salvador da humanidade.        



Na liturgia romana, este dia é denominado de "Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor".



A liturgia católica ainda denomina o ato da festiva entrada de Jesus como: "Páscoa Florida", em contraste com a Páscoa enquanto tal que é "frutífera" e Pascha competentium ou Pascha petitum, pois, era durante essa festa que "aqueles que pedem" o Batismo são apresentados.



Em muitas denominações cristãs, o Domingo de Ramos é conhecido pela distribuição de folhas de palmeiras para os fiéis reunidos na igreja. Em lugares onde é difícil consegui-las por causa do clima, ramos de diversas árvores são utilizados.

Nos relatos evangélicos, a entrada triunfal de Jesus ocorre por volta de uma semana antes de sua ressurreição.



De acordo com eles, Jesus chegou montado em um jumento em Jerusalém e o povo, festivo, lançou seus mantos à sua frente, assim como pequenos ramos de árvores. A multidão cantou parte de um salmo (Salmos 118:25-26) — "Salva-nos agora, te pedimos, ó Javé; Ó Javé, envia-nos agora a prosperidade. Bendito seja aquele que vem em nome de Javé, Da casa de Javé vos abençoamos."

O simbolismo do jumento pode ser uma referência à tradição oriental de que este é um animal da paz, ao contrário do cavalo, que seria um animal de guerra. Segundo esta tradição, um rei chegava montado num cavalo quando queria a guerra e num jumento quando procurava a paz. Portanto, a entrada de Jesus em Jerusalém simbolizaria sua entrada como um "príncipe da paz" e não um rei guerreiro.



Em Lucas 19:41, conforme Jesus se aproxima de Jerusalém, ele olha para a cidade e chora por ela (no evento conhecido como em latim: Flevit super illam), já prevendo o sofrimento a que passará a cidade.

Em muitos lugares no Oriente Próximo antigo, era costumeiro cobrir de alguma forma o caminho à frente de alguém que merecesse grandes honras. A Bíblia hebraica (II Reis 9:13) relatam que Jeú, filho de Josafá, recebeu este tratamento. Tanto nos evangelhos sinóticos quanto o Evangelho de João reportam que a multidão conferiu a Jesus esta honraria. Porém, nos sinóticos, o povo aparece lançando suas vestes e juncos cortados na rua, enquanto que em João, mais especificamente, menciona ramos de palmeira. Estes eram símbolos de triunfo e vitória na tradição judaica e aparecem em outros lugares da Bíblia (Levítico 23:40 e Apocalipse 7:9, por exemplo). Por causa disto, a cena do povo recebendo Jesus com as palmas e cobrindo seu caminho com ela e com suas vestes se torna simbólica e importante.



No Ocidente e países da América Latina.

O rito romano da celebração do Domingo de Ramos começa em lugar ou uma capela ou igreja afastada de onde será rezada a Missa. Os ramos que os fiéis levam consigo são abençoados pelo sacerdote.

Então, este proclama o Evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém, e inicia-se a procissão com algumas orações próprias da festa, rumo à igreja principal ou matriz. Nesta procissão, canta-se o solene canto chamado "Hino ao Cristo Redentor":

Glória, louvor, honra a ti, ó Cristo Rei, redentor. Sobe a ti piedoso hosana, dos pequenos o clamor!

De Israel rei esperado: de Davi ilustre filho; o Senhor é que te envia, ouve pois nosso estribilho. Todos juntos te celebram, quer na terra ou nas alturas; cantam todos teus louvores, anjos, homens, criaturas. Veio a ti o povo hebreu, com seus ramos, suas palmas; também hoje te trazemos nossos hinos, nossas almas. Festejam a tua entrada, que ao Calvário conduzia; mas agora que tu reinas maior é nossa alegria. Agradaram-te os seus hinos, nossos hinos igualmente; o que é bom tu sempre acolhes, Rei bondoso, Rei clemente.



Em algumas cidades como Ouro Preto, Pirenópolis, Resende Costa e São João Del Rei, esta procissão é acompanhada de banda de música. Ao chegar onde será celebrada a missa solene, a festa muda de caráter, passando a celebrar a Paixão de Cristo. É narrado o Evangelho da Paixão, e segue a Liturgia Eucarística como de costume.

O sentido da festa do Domingo de Ramos tratar tanto da entrada triunfal de Cristo em Jerusalém, e depois recordar sua Paixão, é que essas duas datas estão intensamente unidas. A Igreja recorda que o mesmo Cristo que foi aclamado como rei pela multidão no domingo, é crucificado sob o pedido da mesma multidão na sexta. Assim, o Domingo de Ramos é um resumo dos acontecimentos da Semana Santa e também sua solene abertura.

Em muitas igrejas, as folhas de palmeira são guardadas para serem queimadas na Quarta-feira de Cinzas do ano seguinte.

Em algumas regiões não há palmeiras, pelo que são utilizados os ramos de outras árvores, tais como o loureiro ou a oliveira.

A Igreja Católica considera as folhas abençoadas como sagradas.

Na Igreja Ortodoxa, o Domingo de Ramos é geralmente chamado de "Entrada do Senhor em Jerusalém" e é uma das Doze Grandes Festas do ano litúrgico, além de marcar o início da Semana Santa.

O dia anterior é conhecido como Sábado de Lázaro e comemora a ressurreição de Lázaro.

Ao contrário do ocidente, o Domingo de Ramos não é considerado como parte da Quaresma, com a chamada Grande Quaresma ortodoxa terminando na sexta anterior.

O Sábado de Lázaro, Domingo de Ramos e a Semana Santa são considerados como um período separado de jejuns. No sábado, os fiéis geralmente preparam as folhas de palmeira trançando-as na forma de cruzes antes da procissão no domingo. A decoração das igrejas e as vestimentas dos sacerdotes são alteradas para uma cor festiva — dourado na tradição grega e verde nas eslavas.

O Tropário da festa indica que a ressurreição de Lázaro é uma versão anterior da ressurreição do próprio Jesus.

Não há nenhum requisito canônico sobre que tipo de ramo deve ser usado e, por isso, alguns ortodoxos se utilizam de oliveiras ou ramos de salgueiros.



Seja qual for o tipo, estes ramos são abençoados e distribuídos com velas seja durante a Vigília da Noite Inteira na véspera da festa (sábado à noite) ou antes da Divina Liturgia no domingo de manhã.

 A grande abertura da Divina Liturgia comemora a "Entrada do Senhor em Jerusalém" e, assim, a significância do momento é sublinhada no Domingo de Ramos pela multidão de pé, segurando os ramos e as velas acesas. Os fiéis levam depois os ramos e velas para casa após o serviço religioso e os preservam como "bênçãos".



Na Rússia, procissões eram realizadas em diversas cidades, principalmente em Novgorod, entre 1558 e 1693, em Moscou. Ela aparecia de forma proeminente no relato de testemunhas e era mencionada nos mapas ocidentais contemporâneos. O patriarca de Moscou, representando Cristo, montava num "jumento" (um cavalo vestido com panos brancos na realidade); o Czar da Rússia humildemente liderava a procissão a pé. Originalmente, as procissões em Moscou começavam dentro do Kremlin e terminavam na Igreja da Trindade, atualmente conhecida como Catedral de São Basílio, mas, em 1658, o patriarca Nikon inverteu a ordem da procissão. Pedro I, como parte da nacionalização da igreja, acabou com o costume, com tentativas de recriação aparecendo novamente no século XXI.



Nas Igrejas ortodoxas orientais, as folhas de palmeira são distribuídas na frente da igreja, nas escadarias e os santuários são todos decorados com flores. A congregação então realiza a procissão através da igreja e fora dela.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

domingo, 1 de março de 2020

QUARESMA - é tempo de revisão de vida e de reconciliação com Deus e os irmãos. Como fazer uma boa confissão?

Nós católicos, todos os anos, 40 dias antes da celebração da Páscoa do Senhor, nos preparamos para esta festa que é o ápice do cristianismo, chamamos esse tempo de Quaresma, o número 40 possui um significado muito bonito na Sagrada Escritura, podemos citar alguns exemplos: a) 40 dias do dilúvio (Gên7, 17); b) 40 anos da passagem do povo Judeu no deserto em espera da Terra Prometida; 40 dias de Jejum e recolhimento de Jesus no deserto (Mt 4,2). Então não é uma simples invenção da Igreja que estabelece esses 40 dias para preparação para a Páscoa de Jesus, ela está dentro do contexto significativo da Sagrada Escritura, onde o próprio Cristo antes iniciar sua missão ou sua vida pública, faz um retiro espiritual de 40 dias a sós no deserto. O deserto na Bíblia não significa um lugar de solidão, mas um lugar de reflexão, Jesus precisa estar a sós com seu Pai, precisava meditar, orar e preparar para sua missão, era, enquanto homem, um judeu orante. Toda História da Salvação iniciou-se com a trajetória do povo Judeu, que começou no deserto, foi lá que Deus se revelou a Moisés, como o Deus IAVEH, que significa, "Eu sou", e Jesus quis esta experiência para si, quis experimentar a solidão do deserto para estar a sós com o Pai e lá se preparar para a sua missão salvadora. Portanto, nós cristãos, retomamos a mesma atitude de  Jesus, não indo para o deserto (local, lugar), mas esses 40 dias em que nos preparamos para a Páscoa de Jesus, voltamos a olhar para o nosso interior para rever nossos conceitos, nossas atitudes as quais devemos e podemos melhorar. Faz parte da vida cristã a reconciliação conosco, com Deus e com o próximo. Por isso , Quaresma é tempo de conversão, isto é de mudança de vida, mas , essa mudança não pode ficar só nesses 40 dias ela deve mudar toda a nossa vida até o fim dos nossos dias aqui neste mundo.

A Quaresma quer nos propor em que coloquemos o Senhor Jesus como ponto central na nossa vida. Só Jesus é o Senhor e a ele devemos servir em justiça e santidade. A Quaresma é um tempo de deserto, isto é tempo de oração mais intensa, tempo de reflexão para que possamos mudar nossas relações com Deus.

O Tempo Quaresmal inicia-se na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quarta-feira santa; Na Quarta-feira de Cinzas, a Igreja nos relembra através da Liturgia que nós somos pó, isto é, viemos do pós, e ao pó voltaremos, isto significa que somos limitados, pecadores, somos pobres mortais neste mundo e necessitamos sempre da misericórdia de Deus.

Mas, para isso devemos buscar a conversão de coração contrito e humilde. Essa conversão é expressada na simbologia da cinza, onde o Sacerdote nos diz: "Lembra-te que tu és pó e ao pó voltarás!" e ao colocar sobre nossas cabeças a cinza e ao traçar o sinal da Cruz o sacerdote diz: "Convertei-vos e crede no Evangelho" - logo, a cinza não apaga os pecados de ninguém, apenas simboliza um gesto de penitência, nos lembra que todos nós fomos feitos do pó da terra e somos limitados, e assim necessitamos de conversão. Todos nós temos algo para mudar, todos nós somos pecadores. A partir daí somos convidados nesses 40 dias a buscar a conversão, a mudança de conceitos em nossa vida e a reconciliar-se com Deus através do Sacramento da confissão. Como pede o Mandamento da Igreja:
 "Confessar-se  ao menos uma vez no ano por ocasião da Páscoa"

Mesmo que tenhamos uma vida cristã correta, mesmo assim devemos buscar e viver a conversão. Pois, não existe este ou aquele que não precise de conversão, pois, todos somos pecadores e necessitamos da conversão e do perdão dos pecados. Cristo é o Cordeiro de Deus, (como disse João Batista: Jo1, 29), aquele que tira o pecado do mundo. por isso devemos buscá-lo.

Então, na Quaresma podemos dizer que Jesus nos chama através da Igreja, nos convida a voltar-se para Ele e receber o seu amor.

E Deus quer, Ele deseja que o busquemos e nos reconciliemos, pois, assim como todo bom pai espera pelo regresso do filho perdido, Deus, nosso Pai através de Jesus quer que o voltemos a Ele e para sua casa, e Ele sempre está disposto a nos perdoar e nos acolher porque Deus é Amor e é nosso Pai Eterno. 

Por isso, nesse tempo solene quaresmal, que é um tempo de graça abundante, devemos buscar a Confissão, em primeiro lugar, mas antes de ir buscar este Sacramento, devemos reconciliar-nos com o próximo em primeiro lugar, para depois nos reconciliarmos com Deus e com Jesus. Isto significa que devemos estar em paz com
nós mesmos, com Deus e com nossos irmãos, sobretudo os nossos familiares. É importante ser portador da paz e do perdão. Devemos perdoar para sermos perdoados.
"O dar perdão" é muito importante, porque se não podemos amar o próximo que vemos, como amar a Deus que não vemos? nem tampouco somos dígnos de receber o perdão de Deus se não soubermos perdoar a nós mesmos em primeiro lugar e ao próximo.

Nesse tempo solene de Graça, o silêncio, o recolhimento é muito importante. Por isso não é um tempo de participar de muitas festas, mas é um tempo de nos recolhermos, de meditarmos melhor, de parar para pensar como está nossa vida, como anda a nossa relação com Deus. É um tempo de buscar ajuda, ler mais a Bíblia, os Documentos da Igreja, esse tempo deve ser bem aproveitado para que possamos celebrar a Páscoa de Jesus como o coração renovado pela fé. 

Também é um tempo de Oração mais intensa, de exercícios de piedade cristã, como as caminhadas, o Jejum, as procissões, a própria meditação da Palavra de Deus, a Via Sacra, as obras de misericórdia, tudo isso deve ser vivido mais intensamente aqui nesse tempo como forma de nos experimentarmos mais esse Amor de Deus. É tempo de mais adoração, de estar com Jesus Sacramentado para receber d'Ele alívio e força. Muitas curas físicas e espirituais podem acontecer nesse Tempo solene porque abrindo-nos mais para Deus, nos libertando das nossas atitudes pecaminosas podemos atrair mais graças do amor de Deus através de Jesus.

 Nesse tempo devemos tirar um tempo para meditar sobre a entrega de Jesus por nós no madeiro da Cruz. Pelo Sangue derramado por nós e depois pela sua Santa Eucaristia, Ele quer que nós tomemos posse desta Salvação que Ele veio nos trazer. Deus não exige nada de nós que não possamos cumprir, Ele  apenas quer que sigamos os passos de seu Filho, que sejamos realmente santos ou nada seremos se não for através do caminho da santidade e esse caminho parte sempre da conversão. Os santos sempre souberam disso e puderam aproveitar o máximo da Palavra e da Eucaristia, fonte de vida e Salvação que Jesus nos dá. 
Iniciamos o Tempo da Quaresma e a preparação para a Páscoa. Intensificando a Oração, o Jejum e a solidariedade como sinais de conversão. A conversão se faz através de gestos e valores, que devem ser revistos e refeitos em nossa vida, buscando uma profunda relação com Deus e uma melhor vivência do Evangelho. 
Assim, pois, a Quaresma também nos proporciona a abrir os olhos para a nossa vida social e familiar, e implica que mudemos não só os pensamentos, mas voltamos nossos olhos para a realidade em que vivemos. 

Reforçam a opção da Igreja pelos pobres, acreditando na resposta da humanidade, para que provoque no povo de Deus a vocação e a disponibilidade em servir à Igreja e à sociedade. A Páscoa de Cristo, deve acontecer em todas as pessoas e grupos, quando estes se voltam ao Senhor de todo coração, sincero e arrependido e pratiquem o que é agradável ao Senhor.
Assim diz o Profeta Joel: (Jl 2, 12-13)

"Agora diz o Senhor, voltai para mim como todo o vosso coração, jejuns, lágrimas e gemidos. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; voltai para o Senhor vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo..."    

Se Deus é amor, se Ele quer e deseja como nosso Pai que busquemos a Ele, porque não O buscamos? Porque insistimos em fazer coisas erradas?

Com a graça do perdão dos pecados pela Confissão muitas curas acontecem, porque somos restaurados, perdoados por Deus, nossa alma se descarrega do pecado e com isso nosso corpo também sofre as mudanças físicas, nos tornamos mais alegres, mais dispostos a viver porque sabemos que Deus está conosco e nos ama. 
(2Sm 12, 1-15; Jo 20, 22-23), Tg 5, 16; Jo 1, 7-10; Lc 15, 11-32).

Uma Oração que podemos fazer e meditar nesse tempo é o Salmo 50, também chamado de Miserere. Devemos meditar esse Salmo e depois, como ato de contrição, rezá-lo. 

São Paulo aos coríntios nos exorta: "Deixai-vos reconciliar com Deus". Para quê? perguntamos; (2Cr 5, 20-6,2).

Para que sejamos dignos de receber a herança eterna conquistada por Jesus para nós. Isto é, a Salvação. A Salvação de Jesus, conquistada para nós através sua Paixão, Morte e Ressurreição é gratuita, mas aceita quem quer, quem estiver disposto a como Jesus abraçar a Cruz, correr os riscos, e ser digno de merecê-la, pois a única que condição que Deus exige de nós é que sejamos verdadeiramente seus filhos, obedecendo-lhe e sendo seguidores de seu Filho Jesus. Mas, isso dá-nos uma grande responsabilidade como filhos de Deus e como cristãos. A partir da conversão devemos ser diferente, pois, o cristão é e deve ser sinal de Jesus no mundo. São Paulo nos diz que somos embaixadores de Cristo, isto é, somos portadores de sua palavra e sua graça. E como vamos fazer isso se não dermos exemplo? Como vamos mostrar Cristo às pessoas se não vivemos o que Ele ensinou?

Jesus nos ensina que nossa Oração pessoal deve ser discreta, uma conversa de filho para com seu Pai, nossas ações de caridade e penitência devem ser feitas com alegria, mas com discrição, somente a Deus cabe saber o que fazemos ou não, pois a caridade, a Oração e a penitência não interessa a ninguém saber senão a Deus e a nós mesmos. Jesus ensina que o cristão deve agir na simplicidade e não se vangloriar se si mesmo pela suas ações religiosas, nem pelo que faz de bom. Também não deve esperar recompensa humana, e sim a recompensa de Deus e isto é o suficiente. (Mt6, 1-6.16-18). 

No tempo de Jesus era comum as pessoas darem esmolas e jejuarem e depois ficarem se vangloriando de seus atos, Jesus nos ensina que quem faz isso perde a graça de Deus porque  isso causa humilhação nas outras pessoas. 

Nossa religião deve ser de atitudes discretas que fazem a diferença. Não podemos fazer o bem e procurar receber elogios, não! o bem deve ser uma resposta do amor de Deus por nós, onde, todos nós devemos ser irmãos, uma só família, onde o Pai, nos reúne em torno de uma só mesa, a mesa da Eucaristia. É por isso que Jesus é claro, se somos irmãos temos os mesmos direitos e deveres e ninguém e melhor que ninguém.     

Antes da Confissão é bom fazer um exame de consciência. Como está minha vida diante de Deus. 
  1. Que imagem eu tenho de mim mesmo? Positiva ou negativa?
  2. Eu gosto de mim? eu me valorizo enquanto pessoa, uso roupas decentes? 
  3. Preocupo-me com a decência do corpo e do espírito sabendo-me que sou morada do Espírito Santo?  
  4.  Sou decente e educado com o próximo?
  5. Procuro evitar os escândalos na sociedade e dentro da família?
  6. Eu tenho controle sobre as minhas emoções? Tenho cuidado do meu temperamento e da minha moral cristã frente a mim mesmo e à sociedade?
  7. Como anda a minha vida espiritual, tenho procurado ler a Bíblia, o catecismo e tenho cuidado de minha fé?
  8. Tenho sido fiel aos Mandamentos da Lei de Deus e aos Mandamentos da Igreja?
  9. Tenho respeitado o meio ambiente e cuidado dele como obra e presente de Deus?
  10. Tenho dado à minha família oportunidade de reconciliação?
  11. Tenho cumprido e respeitado os direitos conjugais? 
  12. Tenho como cristão santificado e educado a minha família na fé? 
  13. Tenho sido bom esposo (ou boa esposa)? 
  14. Tenho buscado os sacramentos da Igreja?
  15. Tenho lido a Bíblia?
  16. Tenho buscado ajuda e cura espiritual para mim e minha família?
  17. Tenho praticado a caridade? 
  18. Tenho sido caridoso com gestos e palavras? 
  19. Tenho sido educado, gentil e amável com as pessoas? 
  20. Tenho sido reflexo do amor de Deus sendo compreensível sobretudo com meus amigos e familiares? 
  21. Tenho repartido um pouco do meu tempo para ajudar os pobres e os doentes? 
  22. Tenho sido amável com os idosos e as crianças?  
  23. Tenho atitudes cristãs contra a embriaguez o uso de álcool e drogas?  
  24. Tenho tido equilíbrio sobre minhas emoções e evitado discussões? 
  25. Tenho sido causa de desgraça para minha família e para meus amigos?
  26. Qual área preciso ser curado?
  27. Tenho respeitado as coisas de Deus?
  28. Tenho amado a Deus na pessoa do irmão, sobretudo os mais pobres?
  29. Tenho honrado o nome de Deus sem fazer piadas o chacotas de seus santos e anjos também? 
  30. Tenho praticado a idolatria buscado outros deuses e outras doutrinas que não seja a doutrina da Santa Igreja e a Bíblia, procurando horóscopos, cartas, magias e feitiçarias, simpatias, amuletos etc. e leituras de livros diabólicos ou uso de coisas e objetos satânicos? 
  31. Tenho praticado satanismo, ou frequentado centro-espírita, terreiro de macumba ou qualquer outro lugar anticatólico.
  32. Tenho ouvido músicas que faz apologia ao crime, ao satanismo e às drogas?
  33. Tenho colocado outros ídolos no lugar de Deus, o ter, o prazer, o poder. 
  34. Tenho deixado as coisas de Deus de lado, para buscar futilidades mundanas?
  35. Tenho respeitado o domingo como dia santo e do Senhor? 
  36. Tenho ido à Missa e participado da Eucaristia conforme recomenda a Santa Madre Igreja?
  37. Tenho honrado meus pais, sobretudo na velhice dando-lhes apoio e carinho?
  38. Tenho respeitado meus irmãos?
  39. Tenho tido vida de Oração? 
  40. Tenho ofendido meu corpo, pecando contra a castidade, como sexualidade desregrada, ou com o uso de drogas, tatuagens e piercings?
  41. Tenho dado prejuízo a alguém, sendo corrupto, ou roubando, ou favorecido à corrupção? Tenho sido desonesto? 
  42. Tenho acusado alguém injustamente, feito fofocas, ou prejudicado alguém com injúrias e difamação?
  43.  Tenho sido causa de desgraça para alguém?
  44. Tenho desejado a mulher do próximo?
  45. Tenho cobiçado o que não é meu, sobretudo gastado meu dinheiro com coisas supérfluas?
  46. Tenho pago o dízimo como amor e gratidão mais que por dever e obrigação?
  47. Tenho cumprido os mandamentos da Igreja?
  48. Tenho ajudado a Igreja nas suas necessidades?
  49. Tenho tido apego as coisas materiais e as colocado acima de minha vida, minha família e acima das coisas Deus?
  50. Tenho tido gula?
  51. Tenho me apegado ao dinheiro de forma exagerada?
  52. Tenho tido ira, raiva e desejo de vingança?
  53. Tenho sido orgulhoso e arrogante com os outros? 
  54. Tenho tido preocupação excessiva com aspecto físico para provocar reação das pessoas?
  55. Tenho sido preguiçoso, agido com negligência no trabalho e na vida familiar?  
São perguntas que você deve perguntar a si mesmo e se estiver falhando em algum desses enumerados procurar contar ao sacerdote no momento da confissão e com o firme propósito corrigir seus erros.
Lembre-se que  o Sacramento da Confissão só tem valor se houver firme propósito de emenda e corrigir o erro.
Lembre-se que a Confissão existe para limpar sua alma dos pecados. Deus ama o pecador, mas, detesta o pecado. 
        
CONHEÇA MELHOR A CONFISSÃO

A necessidade deste Sacramento, (Sacramento, quer dizer sinal sagrado da graça e do amor de Deus); brota do arrependimento. Sua característica singular é falar do que se arrepende, confessar o pecado, (reconhecer que somos pecadores), daí o Sacramento da Confissão. Acolhe-se a penitência, ou reparação em forma de oração ou boa ação como declaração de uma nova maneira de ser, por isso ele também é Sacramento de Penitência.  
Por fim, recebe o perdão e você está reconciliado, em plena comunhão com Deus e os irmãos, (desde que procure não repetir pecado). Novamente, um momento do Sacramento dá-lhe o nome de Sacramento do Perdão ou da Reconciliação.

[Aqui vale lembrar: não existe confissão direta com Deus, (embora Deus pela sua graça e seu amor nos perdoa sempre dos erros do dia a dia), quem acha, ou diz que confessa com Deus está enganando a si mesmo e negando a autoridade de Jesus sobre o perdão. Pois Deus deu autoridade a Jesus para confirmar  este Sacramento aos Apóstolos e aos seus sucessores, ministros de sua Igreja. E este Sacramento assim como os demais, Jesus nos deixou como prova de seu amor.
Então quem perdoa não é o padre é Jesus, o padre é só um representante visível de Cristo, ele dá a absolvição em nome de Jesus Cristo. Na Crisma quem confirma é o Espírito Santo e não o bispo, Jesus se dá a nós na Eucaristia não por magia do padre, mas pela ação direta do Espírito Santo, assim o mesmo acontece no Batismo e em todos os Sacramentos.]

Confissão na Bíblia: Lc 15, 11-32; Jo20, 19-23; 2Cr5, 18 e 1Jo1,9.

Quantas vezes confessar? - A Igreja recomenda que este Sacramento seja celebrado por cada fiel, ao menos 1 vez por ano. Todos devem se confessar, do Papa às crianças que se preparam para a primeira comunhão, são chamados a experimentar o amor de Deus. Claro que se pudermos podemos procurar este sacramento quantas vezes acharmos necessário. Buscá-lo sempre que a angústia do pecado visitar nosso coração. A confissão é o caminho certo para o perdão dos pecados graves e a mudança de vida. 
Quando confessamos é como se jogássemos um balde cheio de sujeiras no lixo. A confissão varre esta sujeira que o pecado deixa e torna a casa de nosso coração limpa para que o Espírito Santo volte a morar nela. 
Quem gosta de morar em casa suja? O Espírito Santo também não gosta de habitar em nós com a casa (o coração) cheio de sujeiras que é o pecado. O pecado nos tira Deus e nos leva para o inferno. Por isso Jesus instituiu este Sacramento, pois, sabendo da nossa condição pecadora, caindo muitas vezes, oferece nesse sacramento sua mão e seus conselhos na pessoa do sacerdote cujo qual lhe representa.     

Confissão e comunhão: A comunhão não foi feita para os anjos, ao comungar, assumo uma busca de santidade de vida, um compromisso de amar a Deus e viver como Cristo na vida da Igreja, que passa a fazer parte de minha vida. Por isso uma boa confissão abre caminho para uma comunhão cada vez mais proveitosa e profunda. O que afasta da comunhão é o pecado grave, ou seja, uma ação que provocou um grande mal para mim e o meu próximo e, por isso, ofendeu a Deus. Quem sujou muito na lama do pecado não pode comungar; (1Cr 11, 27-31), assim, mesmo que não tenha oportunidade de me confessar posso comungar sempre.

Confissão e outras religiões e filosofias: Confissão é uma escolha de vida. Parece que ficou natural comungar participando de outras religiões, (que tipo de cristão católico é você?), partilhando de outras filosofias de vida que não são da Igreja na qual busco o perdão e partilho o mesmo Pão Eucarístico com os irmãos; benzeções, que não usam o nome de Cristo e pedem dinheiro ou materiais para rituais; filosofias de vida, ideologias ou grupos que pregam doutrinas estranhas (ou contra) o cristianismo faz uma confissão válida e pode comungar licitamente. Para maiores esclarecimentos procure o padre da sua paróquia. A participação na  escuta da Palavra de Deus em toda missa é um grande tesouro para nós. 

[mas confessar e procurar outro tipo de vida, que não seja fundamentada na orientação da Igreja é quebrar a aliança que Deus fez com você na Confissão, e mais, é negar o perdão que Deus lhe concedeu. Católico que é católico, acredita e segue uma só doutrina, uma só Igreja, um só Senhor e um só batismo.]

Confissão e Direção Espiritual: Quem vai confessar, deve preparar com antecedência por meio de um bom exame de consciência. Assim, já claro dos pecados que precisa confessar precisa colocar e o padre o ajudará nos esquecimentos e nos propósitos de viver melhor. Levar por escrito também é uma boa idéia. A confissão tem a ver com você e seus pecados, nada de partilhar da vida de outras pessoas, do amigo, do vizinho, do parente... etc. 

[vale lembrar que os mutirões de confissões são importantes, mas se desejar uma maior orientação espiritual, marque depois, com o padre um horário para conversar e assim tomar maiores orientações  de como agir e como caminhar e trabalhar melhor sua vida espiritual. Sabe porque os consultórios de psicologia estão cheios? porque falta gente nos confessionários!]

Confissão também tem propósito de emenda: isto é mudança de vida, que adianta confessar mas permanecer no erro?
 Quem confessa deve estar preparado para falar o que lhe pesa na consciência, fazendo uma revisão de vida, e estar disposto a mudar, a agir melhor, fazendo um propósito de reparar o mal que fez e mudando sua atitude para não pecar de novo. Sem vontade de mudar, de lutar contra os pecados a confissão perde o sentido.
Pelo menos lembre-se de que aquilo que você confessou, já foi perdoado e não precisa voltar a ser dito.
Deus perdoou, está perdoado! sua palavra não volta atrás, portanto, precisamos acreditar no seu perdão por meio de sua Igreja. O pecado confessado com sincero arrependimento já não existe mais, no momento em que você pediu o perdão no momento da Confissão.      

Ao rever esses conceitos devemos procurar mudar a nossa vida.
Anote em uma folha e depois vá e se confesse é o primeiro passo para iniciar uma boa conversão. Deus está sempre disposto a nos perdoar, basta que tomemos a atitude e procuremos mudar nossa vida e a nossa relação para como Ele, com a família e com o nossos irmãos. Lembre-se que a confissão depende de mudança, arrepender-se e esforçar-se por ser melhor a cada dia. Confessar e não mudar as atitudes com sinceridade e arrependimento não adianta. Deus deseja que mudemos de vida. Ao estar diante do sacerdote, devemos lembrar que ele está ali em nome de Jesus, representa Jesus Misericordioso para ouvir e te perdoar. Por isso, não se podemos omitir os pecados e nem ter medo de dizê-los por mais grave que seja, Deus perdoa. Se esquecer de algum, o que é natural, devemos dizer ao sacerdote na próxima vez que se confessar.  Basta que haja sinceridade e arrependimento de não mais pecar e um desejo profundo de conversão.  LEMBRE-SE: 

Através da Confissão, Jesus nos aguarda com um carinhoso abraço, e, Ele deseja que como filhos o procuremos e nos reconciliemos com Ele; é através do sacerdote que isso acontece.  Somente o sacerdote possui esse poder pela autoridade do Magistério da Igreja, delegado por Jesus para dar o absolvição. Mas antes de tudo é importante que nos reconciliemos com aqueles que ofendemos ou que causamos mal, devemos buscar o perdão, mas devemos  perdoar e sermos perdoados. Só assim estamos cumprindo a Oração do Pai-Nosso que diz: "Assim como nós perdoamos a quem os tem ofendido" - Depois devemos procurar o sacerdote, é  somente ele quem pode conceder a graça da absolvição dos pecados através da confissão. Porém, não é o sacerdote quem perdoa e sim, ele é um instrumento visível de Jesus para nós aqui na terra. Quando o sacerdote pronuncia as palavras de absolvição ele o faz em nome da Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo.   

Texto de: Elmando V. de Toledo




ORIGEM, HISTÓRIA E ESPIRITUALIDADE DA QUARESMA


De: Pe. Francisco Sehmen, csj. //(fonte)  Revista Brasil Cristão, ano 16, edição 187, de Fevereiro de 2013. 


A celebração da Páscoa, nos três primeiros séculos da Igreja, limitava-se a um jejum realizado dois dias antes. A comunidade cristã vivia tão intensamente a Fé - chegando ao martírio - que não sentia a necessidade de um tempo para renovar a conversão já acontecida no Batismo. Ela prolongava, porém, a alegria da celebração pascal por cinquenta dias (Pentecostes). Mas após o fim das perseguições com a "Paz de Constantino", muitos cristãos começaram a levar uma vida menos comprometida com sua fé, e surgiu a necessidade de um período de tempo para admoestar os fiéis sobre uma maior coerência com o Batismo. Nascem, assim, as prescrições sobre um período de preparação para a Páscoa.




No Oriente, os primeiros sinais de um período de preparação espiritual se dão no início do século IV, com escritos de Santo Atanásio, São Cirilo de Jerusalém e Santo Eusébio. No Ocidente, temos testemunhos no fim do século IV, com Etéria, Santo Agostinho e Santo Ambrósio. Não sabemos quando surgiu a Quaresma, sabemos apenas que ela foi se transformando, progressivamente. Até o século IV, a única semana de Jejum era a que precedia a Páscoa. Na metade do século IV são acrescentadas mais três semanas, correspondendo assim a Quaresma.

Neste tempo, que começa na quarta feira de Cinzas e termina na quarta-feira da semana santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado à reflexão e à conversão espiritual. Nesse tempo santo, a Igreja Católica propõe por meio do Evangelho proclamado na Quarta-feira de Cinzas, três linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade.

Durante 40 dias somo convidados a nos recolher e refletir sobre nossa vida. Buscando a comunhão com Deus. O Jejum exercita habilidades importantes como disciplina, força de vontade, concentração e vigilância. Além de nos tornar sensíveis à fome de muitos irmãos.

O jejum, feito por amor a Cristo, nos une a Ele em seu sofrimento. Há pessoas que vivem a Quaresma com pequenos sacrifícios, como abstinência de doce, bebida alcoólica, refrigerante, cigarro e televisão. Essas penitências são válidas, desde que estejam relacionadas a um verdadeiro gesto de conversão e crescimento espiritual. A prática de jejum é obrigatória para os cristãos católicos de 18 aos 60 anos, assim como a abstinência de carne - dos 14 aos 60 anos -, na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão. 

E os recursos economizados com a redução dos gastos com a alimentação podem ser revertidos para a caridade.

Celebrar a quaresma é, portanto, reconhecer a presença de Deus na caminhada, no trabalho, na luta, no sofrimento, e na dor da vida, como o povo de Israel, que andou 40 anos no deserto antes de chegar à terra prometida; como Jesus, que passou 40 dias no deserto antes de anunciar o reino.


A Quaresma é um tempo em que nos preparamos para viver, de maneira intensa, livre e amorosa, o momento mais importante do Ano Litúrgico, da História da Salvação: a Páscoa, aliança definitiva, a vitória de Jesus sobre o pecado, escravidão e a morte.   


   




UMA FALSA IGREJA CATÓLICA DENTRO DA VERDADEIRA IGREJA CATÓLICA? - A CRISE NA IGREJA CATÓLICA

  O assunto que vamos abordar hoje é muito sério. Existe uma falsa uma falsa Igreja Católica dentro da Igreja Católica verdadeira? Podemos...