Meu nome é Lucas e tenho
19 anos. Fui por 17 anos evangélico de uma grande denominação, mas, foi apenas
com 13 anos quando me “batizei” que me engajei na igreja que frequentava.
Entrei para o grupo de
jovens, no coral da igreja e na orquestra de sopro. Adorava de certa forma a
receptividade de meus colegas de congregação.
Mas, no entanto, um dia,
três dias antes do meu aniversário de dezesseis anos, um pastor veio de outra
igreja para pregar, ele colocou um ponto de interrogação: “Irmãos, será que as
igrejas atuais são verdadeiramente as mesmas da igreja primitiva?”
Fiquei com essa pergunta em
minha cabeça e então comecei a pesquisar sobre o assunto; e sabe Deus como,
parei em Martinho Lutero. Quando li um livro chamado “Heróis da Fé” de Orlando
Boyer, vi quando Martinho Lutero havia sido um mártir da igreja, e que a Igreja
Católica era a “Bruxa má” da história, com sua inquisição que matou 20 milhões
de cristãos (lógico que isso era puro marketing dos protestantes, na verdade, a
inquisição não matou ninguém). Enfim, comecei uma paixão cega a esse Lutero, de
tal maneira que ignorei os escritos que falavam contra ele e suas ideias
heréticas.
No entanto, tudo mudou no
dia 11 de fevereiro, de 2013. Sem dúvida a renúncia do Papa emérito Bento XVI
chocou o mundo e de uma certa forma eu estava naquele grupo do “ele renunciou?”
Tá, e eu com isso? ... mas, não segui o exemplo do grupo que pertencia e
comecei a pesquisar sobre a história da Igreja Católica; e eis que nessas andanças
pela internet comecei a ler vários artigos, bem como do padre Paulo Ricardo e
outros blogs na internet.
Comecei a conhecer o que
era a Igreja Católica. Sabe como eu via a Igreja? Como um bando de pessoas que
iam queimar incenso e adorar imagens imóveis, e que acreditavam que eles eram
deuses (verdadeiramente nunca tinha entrado e mais estranhamente, quem fala
essas coisas da Santa Igreja, nunca pisaram dentro de uma.).
Mas, vi que é uma Igreja
que tem mais de dois mil anos, que mesmo passando pelas maiores tribulações se
mantém firme. Com uma sucessão desde o Apóstolo São Pedro, que recebeu do
próprio Cristo a chefia da Igreja.
Eu ainda, nessa época
estava adquirindo a experiência, queria ter certeza que estava certo de minhas conclusões
e os exemplos à minha volta não me ajudavam. Nessa época meus pais haviam se
separado, minha mãe havia ido morar em outro Estado, eu perguntava: “Deus, será
que estou no caminho errado?”
No dia seguinte após ter
ficado com essa incógnita, fui consultar uma professora de escola dominical,
que havia ficado 30 anos na Igreja Presbiteriana. Quando a questionei sobre a
Sola Scriptura, teria algum baseamento bíblico ela me interrompeu com a
pergunta; “Está questionando um dos pontos principais de nossa fé?”
Eis que fiz algo que não
costumava fazer, ficar gago. Retomei a pergunta e ela me respondeu: “Isso não
precisa estar escrito na Bíblia, é uma tradição que vem dos tempos da Reforma
Protestante”.
E saí com mais dúvidas que entrei, como as tradições apostólicas da
Igreja Católica não podem ser aceitas, mas, a tradição ditada por um homem que
se rebelou contra a própria Ordem pode ser?
E, eis que no ano de 2014
começava com novidades na minha casa. Minha irmã havia decidido ingressar na
Igreja Católica. Como queria ter tido a coragem que ela teve!
Parte do processo de
conversão partiu do meu pai, que é um daqueles católicos desligados, (pelo menos
foi o que minha catequista notou. Ria o jovem. E a outra parte de meus estudos “loucos”
sobre a santa Igreja.
O dia que ganhei um pontapé
nos fundilhos, foi no dia 09 de novembro de 2014, segundo dia de provas do ENEM,
mas, antes de ir ao exame, acompanhei um dos momentos mais sublimes de minha
vida: ver minha irmã receber os três sacramentos. Havia relutado em ir a
cerimônia, com a desculpa que teria que fazer a tarde o exame. Mas, de última
hora decidi ir. Não me arrependo da escolha que fiz. Acompanhar o batismo foi
sublime, mais sublime, foi o pároco, que a cada momento da celebração explicava
o significado dos sacramentos que seriam impostos; Batismo, Eucaristia e
Crisma.
Acompanhei a celebração
com os olhos fixos no Altar. Resumindo: Ao final da celebração, fui até a
sacristia, e falei com o Padre Antônio, onde contei a minha vida a ele, e
confessei que nunca tinha visto uma celebração tão sincera como aquela e que a
partir daquele momento queria me tornar um católico, e ele me disse algo que
até hoje não sai da minha cabeça: “Ser um católico meia boca todo mundo
consegue ser, mas, um bom católico tem que seguir uma boa caminhada, mas, não
espere mar de rosas, você vai enfrentar muitas tempestades”.
Ele nunca esteve tão
certo, perdi pessoas que um dia me chamaram de “amigo”, pessoas que passei
dezessete anos de minha vida ao lado, e que apenas ao pronunciar as palavras “me
converti do catolicismo”, deram as costas e me trataram como um desconhecido.
Mas, como dizem, “quando Deus
fecha uma porta, ele abre uma janela”, ganhei muitas pessoas que estão me
auxiliando em minha caminhada, e principalmente uma Mãe, que acolhe a todos com
amor.
Acho a frase de G. K.
Chesterton resume toda minha conversão: “Uma coisa morta pode seguir a
correnteza, mas, somente uma coisa viva pode contrariá-la”. Recebo meus
sacramentos no dia 22/11, depois de um ano de muitas lutas e perseveranças e
dentre em breve estarei fazendo discernimento vocacional para o sacerdócio.
Para finalizar meu
testemunho, deixo a frase de São João Paulo II: “Os jovens estão chamados a
serem protagonistas dos novos tempos. Tenho plena confiança neles e estou certo
de que têm a vontade de não defraudar nem a Deus, nem a sociedade da que provém”.
Paz e bem!
Lucas Freitas
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