terça-feira, 13 de setembro de 2011

NOVA ARMA DOS ESTADOS UNIDOS AMEAÇA O PLANETA

Segundo o Jornal "FOLHA UNIVERSAL" - de 11 de setembro de 2011; edição  2366500; no. 1014, de responsabilidade da   IURD. Cujo traz a seguinte matéria com o título da capa: "A Arma do Apocalipse?":

DIZ A 'FOLHA UNIVERSAL':

Dez anos após os ataques de 11 de setembro, os Estados Unidos desenvolveram armas capazes de manipular a natureza e colocar em risco o futuro da humanidade.

Imagine um planeta onde algumas pessoas e países podem controlar o tempo e o clima. Nesse lugar diversos povos já foram devastados por essas nações, detentora do poder de criar enchentes ou fortes secas em terras vizinhas. Quando o ataque acontece tudo que é vivo morre.
De nuclear, a guerra tradicional passou para biológica, até chegar na climática. Dez anos após sofrer os ataques de 11 de setembro, os EUA já tem armas para manipular a natureza e assim destruir inimigos. Se você acha que isso é ficção científica se enganou. Embora pareça absurdo, o projeto Haarp - sigla para The High Frequency  Active Auroral Rearch Program ou Programa de Investigação de Aurora de Alta Frequência, em português -, controlado pela Força Aérea dos Estados Unidos e Marinha de Guerra, tem essa capacidade. A manipulação do clima chegou ao extremo e coloca em risco a sobrevivência da humanidade. O Haarp é bastante polêmico e obscuro. Com sede no Estado Norte-americamo do Alasca, o projeto, que existe desde 1990, tem como objetivo oficial ampliar o conhecimento sobre as propriedades físicas e elétricas da Ionosfera terrestre. 

A Ionosfera é a parte mais externa da Atmosfera, que reflete vários tipos de sinais. Com essa manipulação das ondas de baixa frequência na Ionosfera, seria "EU NÃO SEI DIZER SE O HAARP PODE GERAR TERREMOTOS. MAS MUDANÇAS COMO SECAS E INUNDAÇÕES SIM", possível segundo o Governo Norte-americano, melhorar o funcionamento de vários sistemas de comunicação e navegação, tanto civis quanto militares. Essa justificativa não convence muitos especialistas que acreditam que o Haarp pode se tornar uma arma de destruição em massa.

Luís Fernando de Mattos, pesquisador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais / (CPTEC/Inpe), explica que a manipulação feita pelo Haarp na Ionosfera pode afetar o tempo e o clima em todo Planeta. "Eu não sei dizer se o Haarp pode gerar terremotos, mas mudanças como secas e inundações em outras regiões sim". Afirma.

Segundo Mattos, a América do Sul possui uma anomalia magnética na parte da Ionosfera que cobre o continente. "Para afetar o clima daqui o Haarp teria que funcionar em pleno vapor, o que é complicado. Por isso podemos dizer que a América do Sul está protegida quanto ao efeito do projeto", completa  o pesquisador. 


Estudos  relacionados à manipulação da Ionosfera com as ondas de rádio não são novos: o inventor sérvio Nicola Tesla fez as primeiras experiências em 1899 e foi o gênio inspirador de Dennis Papadopoulos, o físico que dirigiu a construção da Haarp nos Estados Unidos. No início dos anos 60, a antiga União Soviética. Mattos, cita o artigo publicado em julho de 2010 no site Global Research, Organização de Pesquisa Idependente, com sede no Canadá, para destacar a manipulação do clima com fins militares: "Em um episódio internacional realizado em maio de 2010 em Ghent, na Bélgica, cientistas afirmaram que 'a manipulação do clima por meio da modificação das nuvens não é nenhuma brincadeira, nem teoria da conspiração'. É um fato 'totalmente operacional', com uma sólida história de 60 anos. Apesar da modificação 'hostil' ambiental ter sido proibida pela Convenção das Nações Unidas em 1978 o seu uso 'amigável' hoje está sendo saudado como um novo salvador frente às alterações climáticas e à escassez de água e alimentos.

O Complexo militar-industrial está preparado para capitalizar e controlar a vida no mundo. Diz o artigo.

Clique sobre imagem para ampliar.


Segundo a 'Folha Universal', no Tsunami da Indonésia, os EUA teriam utilizado o Haarp para pressionar o governo local a participar da dita "guerra ao terror". As ondas gigantes teriam sido provocadas de maneira artificial.   
Ainda diz que o Tsunami que assolou o Japão teria sido resultado do Haarp, na Internet, diz o Jornal que o sistema ficou desligado por uma semana e foi religado à meia noite de 09/03/2011.
Ainda afirma que Hugo Chávez, presidente da Venezuela diz que o terremoto no Haiti, foi causado por testes dos EUA para um futuro ataque contra o Irã.    

Continua o artigo: ...e ainda, o cientista e pesquisador acrescenta: "Eu não duvido que o Haarp possa ser usado como manipulador de clima. Faz 20anos que estudo ondas de baixa frequência e sabemos que, em se tratando de ressonância, essas ondas podem movimentar as placas tectônicas abaixo da terra e causar grandes terremotos". "Uma vez fazendo uma experiência próximo a Portland, no Oregon (EUA), ligamos transmissores dessas frequências e imediatamente a terra começou a tremer. Isso pode acontecer; o que não pode acontecer são as pessoas utilizarem esta tecnologia para ameaçar nações, ou durante uma guerra", completa.

DEZ ANOS DO 11 DE SETEMBRO, O QUE APRENDEMOS?...

Os ataques de 11 de setembro completam-se 10 anos. Naquela manhã 19 terroristas ligados a Al-Qaeda sequestraram 4 aviões. Dois foram lançados sobre as Torres Gêmeas, Word Trade Center, um jogado contra o Pentágono, o outro caiu em campo aberto. Foram quase três mil mortos ao todo. A autoria dos ataques foi atribuída a Osama Bin Laden - que foi capturado e morto pela inteligência Norte-Americana em maio deste ano.
O que veio depois pelas mãos do presidente dos EUA, George W. Bush, foi chamado de "Guerra ao Terror", uma série de ataques violentos com forte tendência anti-islâmica. Ainda em 2001, o Afeganistão foi invadido. Em 2003, foi a vez do Iraque e Saddam Russeim. 
"Os atentados deixaram o mundo inteiro mais complexo. Na verdade, a complexidade aumentou com o fim da guerra fria. Até aquele momento os conflitos se encaixaram de um lado ou de outro, e pronta a ação das superpotências emprestava certo equilíbrio. Era a barbárie sob controle. Hoje temos a barbárie incontrolável e fortemente marcada pelo fundamentalismo de todos os naipes", define o historiador Marco Antônio Villa, da Universidade Federal de São Carlos. No fim, a guerra chamada Guerra ao Terror assumiu toques fundamentalistas e virou um terrorismo de estado, cujo ápice seja a criação de armas de manipulação climática.

CONCLUSÃO: Ou seja... embora os EUA tenha sofrido muito com o atentado às Torres Gêmeas, seus governantes, transformaram-se igualmente ou pior aos que fizeram os atentados.


Pois ódio gera vingança e a vingança gera a guerra. Não conformados com a violência sofrida, procuraram em nome de seu ódio matar milhões de inocentes no Iraque e no Afeganistão, inocentes afegãos e iraquianos que nada tinham a ver com Osama Bin Laden e a Al-Qaeda, e somando estes 10 anos da chamada Guerra ao Terror, superam a lista dos mortos no Word Trade Center. Será que por algum momento o governo Bush fez uma pesquisa para saber se todos os Norte-Americanos concordavam com esta guerra? 
Gastaram bilhões de dólares no combate ao "terrorismo". Terrorismo que os EUA levaram para milhões de inocentes no Afeganistão e em tantos outros lugares que são contra a política de intervenção Norte-americana. Com isso, o governo de Bush sufocou a economia Norte-americana que passou de um país rico para um país endividado. Basta ver os noticiários dos jornais, onde, o presidente Obama tenta  a todo custo superar a crise financeira que se instalou nos EUA pós-guerra, até agora só tem fracassado. 

A uma passagem bíblica que fala que o Senhor Deus, não castigaria a terra ainda que houvesse 1 só justo nela, por causa desse justo não castigaria. Porque temos que matar milhões de inocentes em nome de poucos?... Deus que nos criou por amor também nos ensinou através de Jesus Cristo que devemos amar nossos inimigos. Nem sempre é fácil, mas é preferível. Pois, as chagas abertas não se cicatrizam sem o remédio amor.
Agora surge uma pergunta: Até quando o mundo terá de ver nações se matando por não respeitar os direitos de cada país?

O "ódio" dos radicais islâmicos só se tornou possível porque os EUA armou Osama Bin Laden e o exército extremista na luta da independência do Afeganistão  contra os domínios russos no passado.
No passado foram amigos... dependeram-se igualmente de forças militares, agora, essas mesmas armas voltaram-se contra eles... dois pesos duas medidas. 

Agora atentam as suas pesquisas não só contra os terroristas, mas, contra o mundo inteiro. Não aprenderam o que Jesus disse: "Quem com a espada fere, com a espada será ferido". Quantos inocentes ainda precisarão ainda morrer para pagar os que morreram no atentado do Word Trade Center? ... fica-nos uma reflexão: os reinos cairão, muitos se foram, como o Império Romano, o Maxismo e o comunismo, etc. Muitos líderes e ditadores caíram, reis, governadores e presidentes. Nada é para sempre. Um dia quando os EUA acordar irão passar pela história como uma nação que mais deu incentivo à vingança e a guerra. 

Dez anos da chamada: "Guerra ao Terror" já se sabe que não adiantou muito a não ser a morte de milhões de inocentes. Diz o ditado: "rei morto rei posto". Logo que capturaram e mataram Osama Bin Laden e Saddam Russeim, surgiu outro extremista islâmico para o ocupar o seu lugar. O que a morte destes inocentes, e de seus possíveis culpados trouxeram de benefício para o mundo? Nada! além de provocar ainda mais o ódio daqueles que os EUA perseguiram. Recentemente vimos a Cerimônia do dia 11 de setembro em homenagem às vítimas do Word Trade Center, agora só uma lembrança na mente dos seus familiares. Uma bonita homenagem, mas ficará vazia e sem sentido se os que sobreviveram e os familiares dos que se foram, não fizer dela um momento de reflexão interior e se perguntarem para si mesmos: o que é que estou fazendo para contribuir com a paz mundial? - e, ao mesmo tempo fazer com que esta paz aconteça; caso contrário não passará de uma cerimônia vazia e egoísta. Se tal não servir para mover os corações na busca pela paz.    

Entendo que cada país deve ter a sua forma de governar, e a guerra só vai parar, quando os os governos dos países ricos deixarem de meter o nariz aonde não é chamado. Na década de 90, Os EUA, tentou certa vez fechar um acordo com o Brasil  para ocupar parte da Amazônia para quem sabe, construir ali no futuro uma base militar. Me lembro bem que a Igreja Católica através da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), convocou a todos os cristãos brasileiros e fez um abaixo-assinado que todos assinaram e foi enviado ao Congresso Nacional Brasileiro dizendo, não!... não queremos intervenção dos EUA na Amazônia.  

A cultura dos países da antiga Palestina é uma cultura de milênios onde diversos conceitos civis e religiosos são abordados. Isto é até bíblico. Quando nós brasileiros e os norte-americanos nem existia Israel já existia e cheios dos mesmos conflitos. Basta você lê a Bíblia para entender que aquela nação embora seja judia, passou a ser a "terra de ninguém". Será que a ONU ou mesmo os EUA vai conseguir consertar um problema de mais de 4.000 anos? Claro que não. Até mesmo Jesus Cristo  disse que aquele povo tem uma cabeça dura. Talvez porque passaram por tantas opressões que se esqueceram de viver... depois, há tantas divergências religiosas entre eles que nem eles mesmos se entendem.     

 Penso que: os árabes e judeus, enfim, todos os povos devem ser respeitados, pois cada País possui sua forma de governo e sua religião dominante. Bin Laden  morreu assim como morreu Nero, Júlio César, Hitler, os Faraós, e tantos outros... logo, surgirão pessoas, lideranças melhores ou piores do que eles. Penso ainda que: os povos do Oriente Médio é que devem se entender sem a interferência de leis, culturas ou credo religioso de outros países. O respeito dos direitos humanos que até hoje ainda não foi verdadeiramente posto em prática está em reconhecer e respeitar sobretudo o direito à vida.
Imagine se em cada casa, por qualquer problema que tiver, haver a interferência de um vizinho, e se um ao lado do outro começarem a se matar... logo, a cidade vai ficar destruída. O sujeito não vai à Igreja porque o outro seu inimigo está lá, o outro mata, se vinga porque não gosta do sujeito que mora em frente... o outro não paga os impostos porque vai beneficiar um certo grupo de gente que ele odeia... e assim, haverá uma guerra no bairro, logo se estenderá o caus pela cidade, e,  começarão conflitos que ninguém saberá a verdadeira causa... é assim que está acontecendo lá fora.

Os EUA é tido como um país que tem a maior porcentagem de cristãos evangélicos, e no entanto, seus governantes esqueceram-se que Jesus Cristo nos ensinou que não devemos aplicar a "lei de Talião", isto é, "olho por olho, dente por dente", que significa, pagar o mal com o mal. Pois quando revidamos a uma ofensa, o que podemos conseguir senão a vingança?... Jesus aplica a lei do amor, deixar para Deus (que vê tudo) os julgamentos, e, ao invés da vingança devemos orar por aqueles que nos ofendem. Está em Mt5, 38-47.
Esqueceram também que nossa justiça deve ser maior, mais inteligente do que as dos governantes, se quisermos ser felizes. (Mt5, 20). E que Deus nos proíbe de matar. E quem não respeita seu irmão não é digno nem de se dirigir a Deus como Pai. (Mt5, 21-26). Porque Jesus nos ensinou a chamar a Deus de Pai, SE, formos capazes de nos perdoar, perdoar ao nosso irmão, para depois santificar o nome de Deus. (Mt6, 9-14)

O exemplo dos EUA como um país que não dá oportunidade do outro se defender, que quer matar e destruir, que quer abarcar tudo com as mãos parte de um egoísmo, de uma cultura embora "cristã", diga-se de passagem, tão longe está de Deus e das leis cristãs. Embora os EUA, seja um País "cristão", o ateísmo está dominantemente exercendo suas  forças.

Ninguém pode negar que houve e haverá muita dor com as percas do atentado ao Word Trade Center. Mas essa dor não pode ultrapassar os limites da consciência de achar que "todos" os islâmicos, ou outras pessoas são responsáveis por ela e achar que todos são terroristas. Muita gente luta em uma guerra, não porque querem, mas porque são forçados a participar dela por diversas situações. Porque tanto ódio?, por que tanta vingança?... talvez a resposta esteja em um país que procura mais enriquecimento do que amor para si e para seus irmãos à distância.  Procura mais guerra do que esperança de paz. Não possuem a capacidade de diálogo com as outras nações a não ser resolver as coisas sob o domínio das armas. Enfim, não tem esperanças em si mesmo. Prova disso é a insegurança que explodiu entre os norte-americanos após o atentado.           

Assisti em uma reportagem na TV, onde uma velha mulher iraquiana chorava por ser vitimada pelos ataques dos soldados, que destruíram sua casa, mataram seus filhos e seu marido. Ela não tinha mais ninguém. Nem mesmo um ombro amigo para chorar. Estava só, desesperada, somente com a roupa do corpo, sem água, sem comida, sem esperança, chorava e implorava por ajuda... Assisti várias vezes as denúncias de violação dos direitos humanos onde os chamados: "presos da coalizão extremista", os quais eram capturados pelo exército dos EUA, sofriam inúmeros abusos, torturas físicas e morais. O que a guerra faz com as pessoas senão tirar-lhes o direito de viver em paz? são feridas na alma e no corpo, feridas que nunca serão cicatrizadas. Crianças, jovens e adultos violados no seu direito principal, o direito a viver com dignidade! Esqueceram que ali está Cristo presente na figura destas pessoas, como Ele mesmo disse: "Todas as vezes que fizerdes alguma coisa a um desses pequeninos,  foi a mim que o fizeste".        

Enquanto  financiam a guerra, há uma guerra muito maior para vencer, o desemprego, a fome, a miséria, a seca, as doenças contagiosas que ficam após a guerra. Milhões de sem- casas, órfãos, gente mutilada no corpo e na alma, sem rumo sem expectativa de vida... jogados à mercê do destino.

Até hoje os EUA e os países aliados não definiram, nem implantaram um plano de reconstrução no Iraque e do Afeganistão. Agora que o Presidente Palestino pede que a ONU reconheça aquele estado como Nação e como parte integrante da ONU, agora que surge um possível passo para instalar a paz no Oriente Médio, os EUA já afirmaram que irá votar contra.  
  
A paz só se constrói com o amor, não se pode construir a paz com o ódio. Se somos filhos de Deus, todos somos irmãos, independente de cor, religião e partidos políticos.

Muçulmanos, Indus, Cristãos, Budistas, Espíritas, Evangélicos, e tantas outras crenças devem estarem unidos lado a lado pela união dos povos, pela paz e pela concórdia. É isso que Deus quer de nós, espera de nós! 
O amor está no respeito de uns para com os outros. A guerra que devemos fazer é bombardear o mundo com amor. Como já catava Amado Batista: "Vamos plantar muitas flores pra fazer munições e com botõezinhos de rosas carregar aviões, vamos plantar muitas flores pra fazer munições e com botõezinhos de rosas carregar os canhões..."

LEMBREMOS SEMPRE QUE:
     
Não somos ninguém além de pó, e somente o Senhor Deus é eterno.    
          
         
É PRECISO E URGENTE PLANTAR UMA CULTURA DE PAZ, PAZ QUE NÃO SIGNIFICA SOSSEGO MAS A LUTA POR UM MUNDO MELHOR, MAIS HUMANO E FRATERNO!

      NÃO HÁ MAIOR TESOURO QUE VIVER EM PAZ!

disse Jesus:


"QUEM AMA DÁ A VIDA PELOS SEUS AMIGOS", "JÁ NÃO VOS CHAMO SERVOS, MAS CHAMO-VOS DE AMIGOS"

"SE ME AMAS, GUARDAREIS MEUS MANDAMENTOS"
"E O MEU MANDAMENTO É ESTE:"
"AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI!"
  E O AMOR CONSISTE EM AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO

"SE NÃO AMARES O PRÓXIMO QUE VOCÊ VÊ, COMO PODERÁS DIZER QUE AMA A DEUS QUE VOCÊ NÃO VÊ?"

     


                  

      

  

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A BÍBLIA SAGRADA - A Palavra do Senhor e a Catequese

Texto de Cássio Abreu / Revista: "Brasil Cristão" - ed. 09/11

Você já leu a Bíblia Sagrada? Não? - que tal o desafio? Mas, para isso, aproveitando que estamos no mês de setembro, dedicado à Sagrada Escritura, vamos conhecê-la um pouco mais.

Deus é o autor da Bíblia. As verdades reveladas por Deus contidas na Sagrada Escritura, foram escritas por mãos humanas sob a inspiração do Espírito Santo.

A palavra Bíblia significa conjunto de livros, daí o coletivo biblioteca. Segundo a tradição, a Bíblia começou a ser escrita cerca de 1000 anos antes de Jesus Cristo. Totalizando 40 autores. Muitos estudiosos, porém afirmam que ela foi escrita por dezenas de pessoas de diferentes lugares cada um dentro de uma determinada época em uma especial situação. Seu último livro o Apocalipse, foi escrito no ano 80 depois de Jesus Cristo, segundo João, Apóstolo e evangelista. 

A lista dos livros é chamada "Cânon das escrituras". Cânon é uma palavra grega que significa medida, regra. O Cânon católico compreende 73 livros: 46 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Os livros da Bíblia atual foi decidido no Concílio de Trento, no ano de 1546 d.C. 

Os livros bíblicos estão divididos em:
Pentateuco
Históricos
Sapienciais
Proféticos - compõe o Antigo Testamento ou Primeira Aliança.

Os 04 Evangelhos - Mateus, Marcos, Lucas, João.
As cartas ou Epístolas.
O Apocalipse - compõe do Novo Testamento ou Segunda Aliança. 

O termo Testamento não se encontra na Bíblia. Sua origem é hebráica, "berith", que significa, aliança, significa: Tratado ou Pacto

Portanto a primeira Aliança Deus fez com seu povo no Monte Sinai, logo após ter deixado a escravidão no Egito. Como essa aliança foi quebrada pelo povo, Deus prometeu uma nova aliança que deveria ser feita com o sangue de Jesus Cristo. As denominações: Antigo Testamento e Novo Testamento, começaram a ser usadas no final do século II d. C.  quando os escritos dos Evangelhos e dos outros Apóstolos foram acrescentados no Cânon dos livros sagrados.

O Antigo Testamento apresenta a história do mundo desde a criação até os acontecimentos após a volta dos judeus do exílio na Babilônia, no séc. IV a.C. 
O Novo Testamento apresenta a história de Jesus Cristo e a pregação de seus ensinamentos durante a vida e após a sua morte, os ensinamentos dos Apóstolos, as ações das primeiras Igrejas Cristãs, e começou a serem escritos por volta do ano I d. C.

Os livros do Antigo Testamento aceito por todos os cristãos como sagrados, também são chamados de "protocanônicos" são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, Samuel I e II, Reis I e II, Crônicas I e II, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Outros Livros aceitos apenas pela Igreja Católica como sagrados são: Tobias, Judite, Macabeus I e II, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc.

Os livros do Novo Testamento são: Evangelhos de: Mateus, Marcos, Lucas e João; Atos dos Apóstolos, Romanos, Coríntios I e II, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, Tessalonicenses I e II,Timóteo I e II, Tito, Filémon, Hebreus, Tiago, Carta de Pedro I e II, Carta de João I, II e III, Carta de Judas, Apocalipse.

A Bíblia foi dividida por capítulos por Stephen Langton, arcebispo da Cantuária, Inglaterra, em 1227 d.C. E em versículos pelo tipógrafo Robert Stephanus, de Paris em 1551 d.C.
Os idiomas originais da Bíblia são três: o hebráico: sendo a maior parte do Antigo Testamento; o Aramaico: Tobias, Judith, fragmentos de Esdras, Daniel, Jeremias, Gênesis e o original de São Mateus. Em Aramaico foram escritos: Sabedoria, II Macabeus, Eclesiástico, Parte de Esther e de Daniel. O Novo Testamento, menos o original de são Mateus.

Existem diferentes versões básicas da Bíblia; a Septuaginta ou Alexandrina que é a principal versão grega por sua antiguidade e autoridade. Sua redação se iniciou no século III a.C (250 a.C); Foi concluída no final do século II a.C (105 a.C).

o nome de "Setenta" se deve ao fato de que a tradição judaica atribui a sua tradução a 70 sábios e "Alexandrina"  por ter sido feita em Alexandria, no Egito. Esta tradução foi feita para as leituras nas sinagogas, (templo de reunião e oração dos judeus); No tempo da diáspora, comunidades que se dispersaram para fora da Palestina. E também talvez, uma hipótese, para dar a conhecer aos pagãos.

Nas versões latinas temos a "Ítala Antiga" ou "Vetus Latina", que provém da versão dos "setenta" para a maioria dos livros do Antigo Testamento, e dos originais gregos para os livros do Novo Testamento e Sabedoria, II Macabeus e Eclesiástico. Esteve em uso no Ocidente desde o séc. II até o séc. V. Outra versão é a Vulgata, ao final do séc. IV, o Papa Damasco ordenou que São Jerônimo fizesse uma nova versão latina. Foi denominada "vulgata" porque a intenção era tornar a obra popular. São Jerônimo traduziu diretamente do hebráico e do grego originais para o latim. A "Neo-vulgata" é a mesma versão Vulgata à qual foram incorporados avanços e descobertas mais recentes. O Papa João Paulo II aprovou e promulgou a edição típica em 1979. Para esta nova versão sirva como base segura para fazer traduções da Bíblia às línguas modernas e para realizar estudos bíblicos.

A Bíblia Sagrada é o livro mais vendido de todos os tempos, com mais de 06 bilhões de cópias em todo mundo. O segundo livro mais vendido não chega a 1bilhão de exemplares. 
Apesar de ter sido escrita a mais de 2. 000 anos a Bíblia é um livro tão atual como qualquer que foi escrito ontem. Leia um bom capítulo livro do Eclesiástico, por exemplo, e veja o quanto é atual a palavra de Deus. Boa Leitura! 

A PALAVRA DO SENHOR E A CATEQUESE


Ir. Nery, fsc.


"A catequese precisa ajudar as pessoas a lerem as Escrituras, na fé e na Tradição da Igreja, para que as palavras nelas contidas sejam sentidas vivas, como Cristo está vivo até hoje".


DEI VERBUM (A Palavra do Senhor). No dia 30 de setembro de 2010 o Papa Bento XVI publicou a Exortação Apostólica pós-sinodal: Verbum Domini, que é uma marco histórico na história da Igreja. Este precioso documento traz a reflexão do Sínodo 2008 sobre a "Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja", e traz também o pensamento do próprio papa sobre o tema. É impressionante a riqueza que ali se encontra e, mais ainda, as consequências para cada fiel e para a Igreja se a Dei Verbum, efetivamente não ficar no papel, mas passar para a vida.      


UMA REVOLUÇÃO NA IGREJA - A Verbum Domini constitui uma grande mudança no modo como a Igreja vê e vive a Sagrada Escritura. O Papa Bento XVI declara, no ítem 1, da DV: "Desejo indicar algumas linhas fundamentais para uma redescoberta, na vida da Igreja, da Palavra de Deus, fonte de constante renovação, com a esperança com o desejo de que a mesma se torne cada vez mais o coração de toda atividade eclesial". Recomendado, no no. 73: "a pastoral bíblica, não em justaposição com outras formas de pastoral, mas como animação bíblica da pastoral inteira"


E o papa, citando São Jerônimo, confirma que: "ignorar as Escrituras é ignorar Cristo" (VD, 25).  


A VERBUM DOMINI E A CETEQUESE - A catequese, que também precisa estar e perpassar tudo na Igreja, recebe na Verbum Domini um impulso e um guia de consequências imensas. O papa acentua, no no. 74: a) A centralidade da Palavra de Deus na catequese; b) O relato sobre os discípulos de Emaús como modelo fundamental para a catequese; c)a formação dos catequizandos para serem discípulos, testemunhas convictas e credíveis de Jesus Ressuscitado; d) A importância do diretório geral para a Catequese (DGC) e do que ele diz sobre a catequese e a Bíblia.


ANIMAR BIBLICAMENTE A CATEQUESE - O papa na Verbum Domini, 74, referindo-se ao DGC, sublinha que:


a) A catequese tem que ser impregnada e embebida de pensamento, espírito e atitudes bíblicas e evangélicas. 
b)A catequese será tanto mais rica e eficaz, quanto mais ler os textos com a inteligência e o coração da Igreja.
c) A Igreja precisa ajudar as pessoas a lerem as Escrituras na fé e na Tradição da Igreja, para que as palavras nelas contidas sejam sentidas e vivas, como Cristo está vivo hoje onde duas ou mais pessoas estiverem reunidas em seu nome (Cf. Mt18, 20)
d) Cada fiel deve ser orientado a reconhecer que sua vida pessoal pertence à História da Salvação. 
e) É preciso sublinhar a relação entre a Sagrada Escritura e o Catecismo da Igreja Católica.


ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS - E o papa sugere ainda no no. 74:
a) o contato assíduo com os próprios textos bíblicos na catequese.
b) o conhecimento das figuras, acontecimentos e expressões do texto sagrado.
c) a memorização inteligente e algumas passagens bíblicas, particularmente expressivas  dos méritos cristãos.     


LEITURA ORANTE DA SAGRADA ESCRITURA E "LECTIO DIVINA"  86-87


Orígenes, um dos mestres nesta leitura da Bíblia, defende que a inteligência das Escrituras exige, ainda mais do que o estudo, a intimidade com Cristo e a Oração. 
Realmente é uma convicção que o caminho privilegiado para conhecer Deus é o amor e que não existe uma autêntica scientia Christi sem enamorar-se d'Ele.


Na carta a Gregório, o grande teólogo alexandrino ele recomenda:


"Dedica-te a lectio (leitura) das divinas Escrituras; aplica-te a isto com perseverança. Empenha-te na lectio com a intenção de crer e agradar a Deus. Se durante a lectio te encontras diante de uma porta fechada, bate e ser-te-á aberta por aquele guardião de que falou Jesus: "o guardião abrir-lha-á".
Aplicando-te assim à lectio divina, procura com lealdade e inabalável confiança em Deus o sentido das Escrituras divinas, que nelas amplamente se encerra. Mas não deves contentar-te com o bater e procurar; para compreender as coisas de Deus, tens necessidade de absoluta oratio (Oração). Precisamente para exortar a ela é que o Salvador não se limitou a dizer: "procurai e encontrareis" e "batei e vós será aberto", mas acrescentou: "pedi e recebereis"


Este propósito, porém, deve-se evitar o risco de uma abordagem individualista, tendo presente que a Palavra de Deus nos é dada precisamente para construir comunhão. Para nos unir na Verdade nosso caminho para Deus. Sendo uma palavra que se dirige a cada um pessoalmente, é uma palavra que constrói comunidade, que constrói Igreja. 


Por isso, o texto sagrado deve sempre abordar a comunhão eclesial. Com efeito, é muito importante a leitura comunitária. Porque o sujeito vivo da Sagrada Escritura não pertence ao passado, porque o seu sujeito, o Povo de Deus inspirado pelo próprio Deus, é sempre o mesmo e, portanto, a Palavra está sempre viva no sujeito vivo. 


Então é importante ler a Sagrada Escritura e ouvi-la na comunhão da Igreja, isto é, com todas as grandes testemunhas desta Palavra, a começar dos primeiros Padres até aos Santos (as) de hoje e ao Magistério atuais.  


LEITURA ORANTE DA SAGRADA ESCRITURA <Lectio Divina> (DV. 86-87)


Em certo sentido, a leitura orante pessoal e comunitária deve ser vivida sempre em relação com a celebração eucarística prepara, acompanha e prolonga a liturgia eucarística. 


Assim também a leitura orante pessoal e comunitária prepara, acompanha e aprofunda o que a Igreja celebra com a proclamação da Palavra no âmbito litúrgico. 


Colocando em relação tão estreita lectio e liturgia, podem-se identificar melhor os critérios que devem julgar essa leitura no contexto da pastoral e da vida espiritual do povo de Deus.  


Por isso, na leitura orante da Sagrada Escritura, o lugar privilegiado é a liturgia, particularmente a Eucaristia, na qual, ao celebrar o Corpo e Sangue de Cristo no Sacramento, se atualiza no meio de nós a própria Palavra.
  
IMPORTANTE VOCÊ SABER
       
.....Neste contexto digo que: a Sagrada Escritura não pode e não deve ser discutida e sim, proclamada, rezada e vivida. Ela ao mesmo tempo nos admoesta e nos repreende na fé cada qual ao seu modo, particular ou comunitário. Quando celebrada impregna em nós o desejo de vivê-la e praticá-la. 
É errado pensar que podemos usar os textos sagrados para fundamentalismo religioso, ou para definir um certo credo, ou ainda para julgar as ações das pessoas.
O Espírito Santo, quando oramos sob a luz da Palavra nos inspira às boas ações.
Também não é conveniente achar que devemos interpretar os textos sagrados de qualquer maneira. Mas procurar ajuda naquilo que não entendemos com auxílio do magistério da Igreja seja em uma conversa, seja em uma boa leitura de livros que nos ajudarão a compreender o que na verdade nos quer dizer aquele texto.
Para isso é muito importante os movimentos de Círculos Bíblicos, onde a comunidade cristã passa a meditar e a rezar a palavra de Deus. Como aprendemos no documento Dei Verbum, a leitura divina deve estar sempre aliada à celebração eucarística, uma coisa liga à outra. 
E se tratando das Sagradas Escrituras, também é bom lembrar que somente a Igreja pode traduzir e ensinar de forma correta, pois é a Igreja que, através dos bispos católicos romanos zelam pelo Depósito da Fé, ou seja cuidam para que a Palavra de Deus não seja deturpada. Ninguém por mais bem intencionado que seja não tem o direito de traduzir as sagradas escrituras sem prévia autorização do magistério da Igreja. Todos os originais dos escritos proféticos e dos evangelhos (inspirados e os *Apócrifos); estão com a Igreja Católica, o resto é cópia.


É por isso que as Bíblias traduzidas fora da Igreja Católica não devem ser desprezadas mas observadas pois podem conter erros de tradução. Por exemplo: em Bíblias traduzidas por certos autores "crentes" usam a palavra Jeová (errada), no lugar de Javé ou IAVEH=EU SOU O QUE SOU (certa) para identificar o nome de Deus. Isso é muito comum, trocam o mome de alguns personagens da Bíblia. Além de faltar 7 livros que são muito importantes para nós. 
Por isso deve-se ter alguns cuidados. 
Outro cuidado que devemos ter é com o fundamentalismo bíblico, pois a bíblia não pode ser interpretada ao "pé da letra" pois sua linguagem muitas vezes é indireta ou direta. Muitos textos são difíceis de entender, por isso recomenda-se a ajuda de bons livros ou do próprio padre, teólogo ou de uma pessoa experiente que fez um bom curso na área. Pois a explicação de um texto bíblico não pode ser errada; a Bíblia se lida e vivida, entendida, rezada e orada, sem fundamentalismo pode ser caminho de salvação, do contrário pode ser perdição por causa do fanatismo.
A pessoa que escreve a Bíblia é chamada de EXEGETA.
A pessoa que estuda a Bíblia e faz mestrado e doutorado chama-se TEÓLOGO. 


*ESCRITOS APÓCRIFOS - são escritos que foram de diversos autores, mas que não entraram na Bíblia por não serem considerados inspirados. Pois misturam: história concreta, fantasias, mitos e lendas a respeito de Jesus. Algumas coisas são verdadeiras outras não, outras lendas, outras misturam uma coisa e outra...                     
            


         

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA

Celebraremos no dia 08 de setembro, a Natividade de Nossa Senhora, ou seja o seu nascimento, e consequentemente seu aniversário. Como bons brasileiros, gostamos de celebrar  o aniversário das pessoas queridas. Desse prazer e satisfação nascem também a alegria e a determinação de celebrar muito bem Nossa Senhora,por oportunidade de seu natalício. É do fato de Nossa Senhora ser tão querida, tão amada, tão bem celebrada e honrada pelos católicos brasileiros que nasce e se realiza esta festa.


MARIA NA FAMÍLIA HUMANA

Não temos conhecimento do dia, do mês ou do ano do nascimento de Maria. Sabemos que seus pais foram Joaquim e Ana, aliás celebrados no calendário litúrgico no dia 26 de julho. Maria teria nascido em Jerusalém. O que comprova a afirmação é que em Jerusalém há uma igreja dedicada a Santa Ana, mãe da Virgem Maria, construída sobre aquela que teria sido a casa de Joaquim e Ana. Ali naquela igreja, há referências feitas por meio de pinturas, a respeito do nascimento de Maria. Sabemos também, pelo Evangelho de São João, cap. 19, 25, que a Virgem Maria tinha uma irmã, também chamada de Maria, mulher de Cléofas.


Conforme uma tradição muito antiga, Maria teria sido apresentada no Templo de Jerusalém em idade muito tenra. Há livros hapócrifos que falam que a menina foi apresentada ao Templo com apenas três anos, ali deixada para ser educada e depois para servir o Senhor, nos serviços do Templo. Quanto à apresentação de Maria no Templo, é verdadeira a notícia, pois a Igreja Católica a celebra no dia 21 de novembro. Nada mais sabemos com segurança sobre a infância e a adolescência de Nossa Senhora.


Vamos encontrar depois a Virgem Maria, lá em Nazaré, quando foi visitada pelo Anjo Gabriel e lhe foi anunciada a gravidez milagrosa. Aqui há um fato interrogador, cuja resposta eu nunca consegui obter: como é que Maria encontrava-se em Nazaré, morando em uma casinha-gruta, que aliás se pode visitar até hoje? // Não consta que seus pais estivessem ali com ela. Teriam eles morrido em Jerusalém e Maria teria se transferido para Nazaré? É bom lembrar que Nazaré fica a mais de 100 Km de Jerusalém. Uma distância considerável para aqueles tempos, quando os percursos eram feitos a pé.


MARIA NOS PLANOS DIVINOS


Se acerca da história humana da Virgem de Nazaré não temos muitos dados e informações, no que concerne aos planos divinos para a salvação da humanidade temos muitas informações valiosíssimas que engrandecem a nossa história. 


Desde antes da criação do mundo, e nela, o do ser humano, o Criador  já previa que o homem, criado à sua imagem e semelhança, iria prevaricar, pecar, perder o paraíso do coração, iria gerar uma humanidade carregada de todos os males que nós, hoje, bem conhecemos. Desde esse conhecimento, o Criador se propôs a salvar a humanidade e reconduzi-la ao caminho de volta ao paraíso perdido. Esta salvação, por decisão do Pai, deveria ser realizada pelo seu Filho Eterno, que Ele enviaria para a humanidade e que deveria assumir uma natureza humana igual a dos seres humanos, menos no pecado.


Para isso havia a necessidade da colaboração de uma mulher. Esta seria pré-destinada. Escolhida antes da criação da humanidade para ser a Mãe do Verbo Eterno que se tornaria homem. Eis um privilégio grandioso que a coloca dentro da própria realização a salvação da humanidade, como colaboradora decisiva na obra da redenção. Essa pré-destinação incluía por decisão do Pai Celeste, toda preparação de uma pessoa, a fim de ser a Mãe mais perfeita no espírito, na mente e no corpo, tornada digna de acolher em seu ventre o Verbo Eterno, formando-lhe o corpo humano.


A IMACULADA  


Tal preparação iniciou-se no dom da Imaculada Conceição, isto é quando ela concebeu em seu ventre de sua mãe Ana, Deus, pelos méritos futuros de seu Filho, pela ação do Espírito Santo a preservou do pecado original com todas suas nefastas consequências. Eis um privilégio magnífico! Só ela e seu Filho Jesus tiveram a isenção das fragilidades do pecado das origens da humanidade. Ela, para ser preparada para sua maternidade divina, Ele para ser o Filho de Deus Encarnado.


A preservação do pecado original consiste na não contaminação espiritual e psicológica causadas pelas consequências do pecado, ou seja a preservação do orgulho, do egoísmo, da inveja, das vaidades, da preguiça, das sensualidades de toda sorte e de toda espécie de tendências negativas, experimentadas por todo ser humano.


A CHEIA DE GRAÇA

A preparação da vida da Virgem para sua maternidade prosseguiu com a "plenitude das graças divinas".
Aquela beleza interior, admirada pelo próprio Arcanjo Gabriel, quando ao vê-la exclamou: "Ave, cheia de graça!" 
Deus Pai não só a preservou do mal, como plenificou com uma superabundância de graças. Essas graças comunicadas pelo Espírito Santo embelezaram a Virgem de modo singular, no espírito e no psíquico, afim de que fosse suficientemente bela para ser a Mãe do Verbo que nela seria encarnado. E essa plenitude graças do Espírito Santo continuou em toda a sua vida apara que pusesse colaborar decisivamente no processo do plano de salvação do Pai. Por essas graças o Espírito Divino a iluminou por toda a sua vida a fim de que ela pudesse compreender toda a grandeza do mistério da Encarnação e da Salvação. À medida que os acontecimentos  da Encarnação se sucediam: a sua gravidez milagrosa, o problema da relação com seu noivo José, a longa e difícil viagem até Belém, ao ter que se abrigar numa gruta, ao dar a luz em virgindade, a visita dos pastores e dos magos, a fuga para o Egito,a volta para Nazaré, os trinta anos de vida oculta de seu Filho,a c compreensão da pregação dos milagres, de  toda atuação de Jesus, sua paixão morte, ressurreição e ascensão de Jesus, as maravilhas de Pentecostes ocorridas com ela os Apóstolos e discípulos, enfim em todos esses acontecimentos o Espírito Santo lhe dava total assistência, afim de que ela compreendesse os mistérios, e no que lhe cabia, ela lhes desse toda aceitação e colaboração.


A VIRGINDADE


Outra maravilha que embeleza a vida e a biografia de Maria é a sua virgindade milagrosa no parto. Como os raios de sol perpassam por um vidro límpido de cristal, sem quebrá-lo ou deteriorá-lo, assim o Sol divino, Jesus nasceu, saiu do corpo de sua Mãe, sem "romper" ou embaçar a sua virgindade física. Trata-se de um milagre divino, recompensa para aquela que soube dizer sim a maternidade divina e a todas as suas consequências.


 A ESPOSA MÃE


A exemplar vida e missão de ser a mãe do Filho de Deus e esposa virgem de José engrandecem a biografia dessa mulher privilegiada. Ela soube ser esposa participativa, amorosa, fiel e santa. 
Soube também educar o eu filho Jesus nos maiores valores familiares e religiosos. Vemo-la por exemplo, levando seu filho ao Templo, o menino Jesus, em peregrinação à Jerusalém, pela primeira vez, uma longa caminhada de 110 Km, a pé, a fim de fazê-lo participar daquela festa nacional, de mostrar-lhe o Templo de Javé Deus, onde Ele foi apresentado ao Senhor como primogênito, para que ali o seu filho Jesus realizasse a cerimônia de declaração de maturidade religiosa responsável, pela qual Ele se comprometia a participar da sua religião por própria iniciativa e responsabilidade, (uma espécie de crisma).


A ANIVERSARIANTE   

Essa mulher tão especial e privilegiada não é nada menos que nossa Mãe adotiva, quando Jesus na Cruz, prestes a morrer olhou para a sua Mãe e lhe disse: "mulher eis aí o teu filho" e para João que ali nos representava disse: "Filho eis aí tua mãe!"
Maria compreendeu muito bem que Jesus não estava nos estava dando a ela como filhos e filhas, para que ela cuidasse de nós, naquela vida de salvação, que Ele estava gerando como "em dores de parto" uma nova humanidade na Cruz. 
E ela jamais esqueceu dessa missão. Em todas as suas aparições ela se dirige a todos os seus filhos (as) chamando-os a conversão e à santidade na Igreja do seu filho Jesus.


Como filhos muito agradecidos, que sentem tão amados e protegidos, queremos celebrar seu aniversário, ainda que não sabemos ao certo a data certa. Mas elegemos no calendário litúrgico um dia reservado para celebrar a natividade de Nossa mãezinha. Eis um dia apropriado para lhe oferecer cinquenta rosas, as cinquentas ave-Marias, do Santo Terço. Palavras do Arcanjo, na saudação da anunciação: "Ave cheia de graça, o Senhor é contigo, bendita és tu entre todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre, Jesus!"     



Texto de: Pe. Alírio J. Pedrini, scj. - Revista, Brasil Cristão - ed. 09/2011            

   

terça-feira, 30 de agosto de 2011

JESUS SALVADOR - JESUS MISERICORDIOSO

Lucas nos conta em seu Evangelho o encontro do Anjo Gabriel com Maria: "Alegra-te cheia de graça o Senhor está contigo!" (Lc1, 30b-31). O Anjo Gabriel pede a Maria que se alegre. O anúncio que ele trazia à jovem de Nazaré era uma boa nova, uma alegre notícia: "Encontraste graça junto a Deus. Conceberás e darás a luz a um filho, e lhe porás o nome de Jesus". (Lc1, 28).

Jesus: esse era o nome que o enviado por Deus dava ao filho que Maria era chamada  a conceber, por obra do Espírito Santo. Além de chamá-lo de "Jesus", o mensageiro também chamou-o de Filho do Altíssimo, (Cf. 1, 32).

Dias depois da Anunciação do Senhor, Maria foi apressadamente à casa de sua prima Isabel. Da boca de sua parenta, o filho que esperava recebeu outro nome: Senhor. "Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar?" (Lc1, 43).
Elogiada por Isabel, por haver acreditado no que lhe foi anunciado e proposto, a Mãe de Jesus prorrompeu num canto, conhecido com o nome de Magnificat. (Cf. Lc1, 47-55)

Nele Maria engrandece seu Senhor e testemunha sua alegria, em Deus seu Salvador.
Até o momento da Anunciação, desconhecia-se que Deus é Trindade. Maria foi a primeira criatura a saber que Deus é Pai; e é Pai porque desde a eternidade tem um Filho, Jesus Cristo, "nascido do Pai antes de todos os séculos... Deus verdadeiro de Deus verdadeiro" (Credo). Foi também a primeira pessoa a saber que o Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade, é o "Senhor que dá a vida e procede do Pai e o Filho".

Por ocasião do nascimento de Jesus, o anúncio dos anjos aos pastores centrou-se em uma natureza: "Hoje na cidade de Davi, nasceu para nós um Salvador, que é o Cristo Senhor!" ( Lc2, 11).

Mais tarde, o mesmo título - Salvador - será dado a Jesus pelos conterrâneos da Samaritana: "Já não é por causa daquilo que contaste que cremos, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo!" (Jo4, 42)

Em sua carta o Apóstolo Pedro incentivará as comunidades do Norte da Ásia Menor: "Procurai crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2Pd3, 18). 
"Todo homem deve poder encontrar-se com Cristo... Todo homem aliás, necessita de Cristo, também ele homem perfeito e Salvador do homem. Cristo é a luz que, integrada nas diversas culturas, as ilumina e as eleva por dentro". {João Paulo II, Salvador-BA-07.07.80}.

Sim, o Filho de Deus é nosso Salvador, "por nós foi crucificado...padeceu e foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia..." - "A ressurreição de Jesus glorifica o nome de Deus Salvador, porque, a partir daí, é o nome de Deus que manifesta em plenitude o poder supremo do nome que está acima de todos os nomes". (Fl 2, 9-10).
A transmissão da fé cristã é primeiramente o anúncio de Jesus Cristo, para levar a fé nele. Desde o começo, os primeiros cristãos ardiam de desejo para anunciar a Cristo (1Jo 1, 1-14). Movidos pela graça do Espírito Santo atraídos pelo Pai, cremos e confessamos acerca de Jesus: "Tu és o Cristo filho do Deus Vivo!" (Mt 16, 16).  

Quando pronunciamos de uma só vez as duas palavras Jesus Cristo, não podemos dizer como se formassem uma só. Ora, quando dizemos "Jesus Cristo", não estamos empregando um modo rebuscado de nos referirmos a nosso Senhor, pois podíamos simplesmente dizer "Jesus" ou "Cristo" não nos limitaríamos a nomear nosso Senhor; mas dizemos algo acerca dele; Jesus quer dizer, em hebráico "Deus Salva". No momento da Anunciação, o anjo Gabriel, ao conceder-lhe o nome de Jesus, exprime a identidade de sua missão, (Lc1, 31).
Uma vez que "só Deus pode perdoar os pecados" (Mc2, 7), é Ele que em Jesus seu Filho eterno feito homem, salvará o seu povo de seus pecados. (Mt 1, 21)

O nome Jesus significa que o próprio Deus está presente na pessoa do seu Filho, (At 5,41). Feito homem para a  redenção universal e definitiva dos pecados. É o único nome divino que traz a salvação, (Jo3,5), e agora pode ser invocado por todos, pois se uniu a todos pela Encarnação, (Rm 10,6), de sorte que: "não existe debaixo do Céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos". (At 4, 12) 

Deus realiza nossa salvação através de uma longa História. De fato, depois do pecado, ele não nos abandona, mas através de  um povo concreto, Israel, reinicia o diálogo da salvação, realizando sucessivas Alianças, para que possamos construir o mundo a partir da fé e da comunhão com Ele. Fatos concretos da História deste povo, particularmente o Êxodo, mostram a mão da poderosa de Deus Pai que anuncia, promete e começa a realizar a libertação do pecado e todas as suas consequências.

O centro da História de nossa libertação é a figura de Jesus de Nazaré, o Filho de Deus. A salvação que ele nos propõe ultrapassa de muito a redenção do pecado; por ela se cumpre o plano de Deus, que quer comunicar-se conosco em Jesus, com tal plenitude que vai muito além da expectativa humana, ou seja: em Jesus Cristo todos somos chamados a participar da própria vida divina pelo Espírito Santo, e daquela cristificação do cosmos e da História, que Deus pensou desde o início do mundo, (Cl 1,15-20).

De fato, a obra redentora de Cristo visa também a restauração de toda a ordem temporal, pois embora a ordem espiritual e a ordem temporal sejam distintas, encontram-se, no entanto, intimamente ligadas no único propósito de Deus, ou seja, fazer do mundo em Cristo, uma nova criação que se inicia aqui na terra e tem a sua plenitude no último dia.

Este plano de amor conserva sempre sua força e se estende a todos os tempos. Ainda que pecador, o homem permanece na única ordem desejada por Deus, isto é, numa radical vocação para a comunhão com ele em Jesus Cristo. São Paulo escreve que Deus enviou Jesus (seu Filho feito homem), para nos salvar pelo seu Sangue (Rm3, 25);  quer dizer que, na sua humanidade,  "era Deus que em Cristo reconciliava o mundo consigo" (2Cr5, 19). 

Por isso, todos movidos pela graça podemos, pela conversão, alcançar a salvação.
A missão da Igreja é anunciar o Evangelho para que os ouvintes acreditem que Jesus Cristo é o salvador do mundo, o Filho de Deus, e acreditando tenham a vida em seu nome. (Cf Jo 20, 31).

A catequese "tem em vista transmitir a Palavra de Deus que revela seu desígnio de salvação realizado em Jesus Cristo de nodo a despertar a fé e a conversão ao Senhor e a viver em comunhão com Ele" (Catecismo da Igreja 5s).




JESUS MISERICORDIOSO

Jesus, o Filho de Deus feito homem, é o único e verdadeiro caminho para entender a Deus, para conhecê-lo, para encontrá-lo.
Toda tentativa de chegar a Deus, fora de Cristo, é destinada ao fracasso. São João nos diz: (Jo1, 18); "Ninguém jamais viu Deus. O Filho único que está no seio do Pai, o deu a conhecer".

Na Encíclica do Papa João Paulo II, 'Dives In Misericordia' (Deus rico em misericórdia), ele escreve:
"A Igreja professa a misericórdia de Deus, a Igreja vive dela na sua vasta experiência de fé e também no seu ensino, contemplando constantemente a Cristo, concentrando-se nele, na sua vida e no seu Evangelho, na sua luz e ressurreição, enfim, em todo seu mistério. Tudo isto que forma a visão de Cristo na fé viva e no ensino da Igreja, aproxima-nos da visão do Pai" na santidade e na misericórdia. A Igreja parece professar, de modo particular, a misericórdia, a misericórdia de Deus e vivê-la voltando-se para o coração de Cristo. De fato, a aproximação de Cristo, no mistério de seu coração, permite-nos deter-nos neste ponto da revelação do amor misericordioso do Pai, que constitui, em certo sentido, o núcleo central e ao mesmo tempo, o mais acessível no plano humano da missão messiânica do filho do homem.

A Igreja vive uma  vida autêntica quando professa e proclama a misericórdia, o mais admirável atributo do Criador e do Redentor, e quando aproxima os homens das fontes da misericórdia do Salvador, das quais ela é depositária e dispensadora (DM 13).

Fora de Cristo, os homens se arriscam a dar ao rosto de Deus aparências muito estranhas e às vezes perigosas, porque todo modo de pensar a Deus tem percussão do modo de pensar o homem na sua vida.
Hoje dá um verdadeiro renascimento de vários deuses pagãos, que não passam de criações humanas colocadas nos céus: Deus-Poder que assusta e domina o mundo; que destrói a todos que são contra ele. Volta a sobressair a imagem do Deus-juiz que tem somente a função de punir e condenar (principalmente aqueles que não pensam como eu ou que não são da minha religião); Deus ainda pode voltar a ser um Deus inatingível, sem o mínimo interesse pelo homem e suas preocupações.

Para muitos Deus se confunde com o mundo, se dissolve e desaparece, deixando o homem na solidão dos seus problemas não resolvidos.
Jesus trouxe ao mundo a revelação do verdadeiro rosto de Deus. Ele nos deu a conhecer o Pai. Foi algo surpreendente, tão diferente do pensamento dos homens que causou, e ainda hoje, causa escândalo, e é considerado como loucura para quem não crê.

Mas para aquele que crê, é a notícia mais bela, é a verdade sonhada e esperada, é a verdade que ilumina tudo, uma verdade tão fascinante que é capaz de fazer vibrar o menor dos corações humanos. Cristo veio para nos dizer que  Deus é Pai, que é Amor, que é Misericórdia. O que em Cristo se faz visível de Deus não pertence a ordem metafísica de sua essência, como ser absoluto. Na DM, João Paulo II diz mediante a revelação de Cristo conhecemos a Deus antes de tudo no seu relacionamento de amor com o homem na sua filantropia (Tt3,4).

É exatamente aqui que as suas percepções invisíveis se tornam de modo particular, reconhecíveis, incomparalvemente mais reconhecíveis do que através de todas as "outras obras realizadas por ele". Elas tornam-se visíveis em Cristo, por meio de Cristo, através de suas palavras e ações, enfim, mediante a sua morte na cruz e a sua ressurreição. 
Contemplando o Cristo que dá a vida por nós, parece que ficamos envolvidos num eco que se prolonga e traduz numa só as muitas palavras do Evangelho. Esta única palavra é Misericórdia.

Tudo fala da misericórdia de Deus, que tanto amou e mandou seu Filho que deu a vida para que pudéssemos ter a vida. 
Podemos dizer que este é um linguajar jamais ouvido. Diante da misericórdia, somos sempre como crianças que, pela primeira vez, com alegria e admiração, se abrem a uma experiência até agora desconhecida. Lendo a narração da paixão e morte do Senhor, não podemos deixar de sermos tomados de admiração e mesmo de uma grande alegria. Parece estranho afirmar isso, mas aqui temos, uma vez mais, a narração da infinita misericórdia de Deus que vem ao nosso encontro.

Ele dá a vida para alcançar-nos no perdão e pede ainda ao Pai que perdoe os que o crucificaram.
Seria bom reler o Evangelho escrito por São Lucas. Ele é conhecido como escritor da mansidão, da bondade e da misericórdia de Cristo. Poderíamos reler as parábolas de misericórdia. É uma só a ovelha perdida , mas o pastor vai à sua procura e depois, ao encontrá-la, volta para casa, todo feliz e faz uma grande festa.
E fala ainda, que no céu haverá muita festa por um só pecador arrependido. Compara-se a uma mulher que se alegra porque encontrou uma pequena moeda. Comovente é a história do pai que fica esperando o filho que saiu de casa, se alegra com sua volta, corre ao seu encontro e faz uma grande festa.

Era uma ovelha perdida, uma moeda perdida, um filho que havia saído de casa. Um só. Deus tem um coração também para um só. Mesmo que seja uma ovelha que fugiu, o filho que foi embora. Deus ama cada um, a cada um de seus filhos e filhas. Mais ainda, Deus guarda em seu coração cada um de seus filhos como se fosse único. Parece que Jesus só sabe contar até um. Para ele, cada um de nós é único.
'Eu sou todo interesse de Deus'; eu sou o pensamento eterno de Deus; Deus me ama até a loucura. Ou será que não podemos dizer que Deus foi realmente louco a fazer o homem? Não é loucura Deus viver na nossa vida, sofrer, morrer e ressuscitar? E tudo isso só por causa de mim?

Por tudo isso,a cruz não é sinal de tristeza, nem só de sofrimento e derrota. É sinal de salvação, de um amor que não conhece limites, do amor com que Ele nos ama. A cruz parece um espetáculo que assusta e afasta. Mas, de repente parece que tudo muda. Um dos ladrões se arrepende e é perdoado, o centurião reconhece no homem  da cruz, um homem justo. A multidão, volta para as suas casas batendo no peito, em sinal de arrependimento. E mesmo para os chefes de Israel Jesus pronuncia aquelas palavras de perdão: "Pai perdoa-lhes..."

Lucas escreve em seu Evangelho que as multidões tinham acorrido para ver o espetáculo. estamos realmente diante de grande, o maior de todos os espetáculos: O espetáculo da misericórdia de Deus. Olhando para o Senhor na Cruz, lembramos as palavras de São Paulo: "Ele me amou e se entregou por mim".
Aqui reencontramos o núcleo ais profundo do ensinamento conciliar (Vaticano II) sobre a Divina Revelação:
"Em Cristo, e mediante Cristo, torna-se particularmente visível Deus na sua misericórdia". Não somente jesus fala dela, mas Ele mesmo a encarna e personifica. Ele mesmo é, em certo sentido a misericórdia. 
"Revelada em Cristo a verdade revelada em Deus Pai de misericórdia, permite-nos vê-lo particularmente vizinho(próximo) ao homem, sobretudo quando este sofre, quando é ameaçado no núcleo próprio de sua existência e de sua dignidade".

Aqui, as palavras começam a falar e talvez seja melhor parar de falar (ou escrever) e começar a orar. Deus é amor. Esta é a grande novidade, a grande revolução que entrou na história humana, esta é a luz que restitui a humanidade os lineamentos perdidos por uma longa história de pecados, de egoísmo e orgulho. Toda a história da salvação nos diz que 'Deus é caridade' (1Jo 4, 8), um Deus que cria, por amor, todos os homens, o Universo, para fazê-los participantes de uma vida plena e definitiva.

Mas para compreender totalmente a Deus e a sua caridade, precisamos olhar para Jesus Cristo, que morre na Cruz, pela salvação da humanidade. (cf. 1Jo 4, 9-10)

Hoje muitos procuram um Deus à sua imagem e semelhança, um Deus que justifique seu modo de pensar e agir. Mas é bom e necessário que pelo menos que alguns continuem a crer no verdadeiro Deus revelado por e em Jesus Cristo; que continuem a crer no verdadeiro Deus, de amore de misericórdia; que mesmo correndo o risco de não serem entendidos, queiram correr outro risco: continuar a crer no amor e apostar na força do perdão e da misericórdia.         
       
   
        

Texto de Pe. Francisco Sehmen, scj- Revista Brasil Cristão-ed.08 e 09 /2011
      


 
  

APARECIDA - O que está por detrás da história da pesca milagrosa da Imagem? Qual é o significado do corpo sem a cebeça?

    Neste mês de outubro, mês de Nossa Senhora do Rosário, mês em que celebramos a Padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida...