quarta-feira, 16 de outubro de 2024

NÃO SE ENGANEM! A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE NÃO É BÍBLICA

     

A teologia da prosperidade é uma doutrina que ensina que Deus deseja que seus seguidores sejam prósperos em todas as áreas da vida, especialmente no âmbito financeiro. Segundo essa teologia, a prosperidade financeira é vista como uma manifestação do favor divino. Acredita-se que, por meio da fé, orações e ofertas, os fiéis podem atrair bênçãos materiais.

A Teologia da Prosperidade é uma doutrina neopentecostal que se baseia em interpretações não tradicionais da Bíblia. Por isso, não é considerada bíblica:

A Teologia da Prosperidade interpreta a Bíblia como um contrato entre Deus e os humanos, em que Deus promete prosperidade e segurança aos que tiverem fé.

Esta doutrina ensina que a prosperidade financeira é um direito do cristão, e que a doença e a pobreza não representam a vontade de Deus.

A Teologia da Prosperidade baseia-se em confissões positivas e prega que os cristãos devem decretar, determinar, exigir, reivindicar, em nome de Jesus.

A Teologia da Prosperidade interpreta a Bíblia de forma a elevar o fiel a uma condição dominante, na qual Deus tem a obrigação de lhe conceder a prosperidade.

A Teologia da Prosperidade surgiu na década de 1940, e ganhou proeminência nos Estados Unidos nos anos 1950. O evangelista batista Kennet Hagin foi um dos líderes do movimento, e popularizou e aperfeiçoou a doutrina.

Essa doutrina é bastante controversa e tem suas raízes no movimento conhecido como “Novo Pensamento”, que enfatiza o poder do pensamento positivo e a lei da atração. A teologia da prosperidade também é conhecida por outros nomes, como “evangelho da saúde e riqueza” ou "teologia do decrete e reivindique”.

Essa teologia, aplicada principalmente nos meios evangélicos, sobretudo, os pentecostais, distorce o verdadeiro ensinamento bíblico, focando excessivamente em bens materiais e ignorando a importância das bênçãos espirituais e da graça de Deus.

Fazendo de Deus, um mero negociante mediante a lei da retribuição os falsos pastores ensinam que para conseguir uma graça, ou um favor especial de Deus é preciso ser fiel na paga dos dízimos ou das ofertas. Alguns chegam a afirmar que “Deus dá mais a quem for mais fiel a Ele”, não no sentido de ser fiel na observância dos Mandamentos ou do próprio Evangelho, mas, ser fiel aqui significa dinheiro.

       Segundo a Sagrada Escritura há coisas muito mais importantes que os bens materiais que devem ser conseguidos às custas de empenho e trabalho. A Teologia da Prosperidade ensina que Deus vai fazer você ficar rico. Ser crente, no caso, é uma troca comercial: Deus se torna um comerciante e a pessoa “investe” em Deus e Deus lhe devolve mais. Com isso o crente tem direito a prosperidade material.

Essa teologia, embora ganhe esse nome, não é bíblica porque distorce o Evangelho verdadeiro e aqui vamos explicar o porquê e o quanto ela é uma farsa, além de ser uma afronta a Deus.

Vamos começar por uma passagem na Bíblia que os pastores usam para amedrontar seus fiéis: "Se você for fiel, quanto mais você der ou contribuir Deus lhe honrará e lhe dará prosperidade". "Mas, se não for fiel atrairá maldição". Isso é uma mentira. Deus pede que sejamos fiéis sim, mas, na observância da sua Lei. O amor ao próximo, o zelo pela Fé, afastar-se das coisas do mal. Veja o que Jesus fala em Mateus 5, 1-12: ó

Bem-aventurados são: 

  1. Os que tem um coração de pobre. Ou seja, aqueles que não são gananciosos.
  2. Os que choram porque acharão consolo. Muitas vezes é preciso chorar e colocar-nos no colo de Deus. Colocar nossos problemas, as situações que não podemos resolver sozinhos. Deus dá a direção e o consolo. Muitas vezes não agimos como filhos diante de Deus, mas como criaturas. Quem chora será consolado. 
  3. Os Mansos, ou seja aqueles que não procuram vingança. Os que não revidam mas, dão a outra face.
  4. Os que tem fome e sede de justiça. Isto é, aqueles que fazem a justiça de modo certo  e que a promovem e não se deixam se corromper por ela.
  5. Os puros de coração. Aqueles que não detém a maldade em seu coração. Que agem com misericórdia e não tem sentimento de vingança.
  6. Os pacificadores, aqueles que ao invés de gerar conflitos promovem a reconciliação. Os que lutam pela paz e a promovem de modo geral. 
  7. Os que são perseguidos por causa da justiça. Isto é, aqueles que defendem a verdade, sobretudo a verdade do Evangelho, muitas vezes são perseguidos pelos poderes deste mundo contrários à Justiça verdadeira.
     8. Os que são caluniados por causa de Jesus. Porque existem forças do mal que não aceitam a Cristo nem seus discípulos. Esses caluniam os que são de Cristo por anunciarem a verdade e a salvação. O diabo, príncipe deste mundo não aceita que os verdadeiros filhos de Deus combatem o erro com a verdade de Cristo. 
 

       A Bíblia não diz que Deus dará prosperidade a quem for fiel dando mais, contribuindo mais. Ela diz que serão bem-aventurados sim, aqueles que observarem as bem-aventuranças. E essa felicidade muitas vezes não é para esse mundo, mas, para a eternidade. Quem acha que Deus te fará rico só porque vai à Igreja, ocupa os primeiros lugares, doa tudo para o pastor em troca de prosperidade, se engana. Porque Deus honra não em troca de bens, mas àqueles que o buscam com sinceridade, humildade e desapego. As riquezas, os bens de nada servem para garantia da vida eterna. Jesus disse que é necessário um coração contrito e humilde. Deus não nos fará ricos por darmos x ou y, ele nos concederá segundo nossa Fé. Deus não exige nada de nós a não ser o arrependimento e uma vida santa de acordo com sua Palavra.

         Os santos são nossos exemplos justamente porque eles abnegaram de suas riquezas materiais, outros até da própria vida, para dar testemunho de Cristo. Mesmo diante dos seus perseguidores e algozes, preferiram morrer que negar a fé em Jesus. Muitos deixaram suas famílias, venderam seus bens para seguir a Cristo. Muitos, como, por exemplo, São Francisco de Assis, ao invés de viver confortavelmente preferiram a austeridade, uma vida sem prosperidade material, mas, de prosperidade espiritual viveram em tudo a radicalidade do evangelho. Onde está a prosperidade destes homens e mulheres? Está em Deus, na vida eterna. Entenderam bem o que disse o Salvador: “Não ajunteis tesouros neste mundo, onde a traça rói e a ferrugem consome, mas, antes ajuntem tesouros no céu, onde nem a traça, nem a ferrugem consomem. Pois, onde estiver o seu tesouro aí está o seu coração”. Mt6, 19-21

            

A farsa do espírito devoradorMalaquias 3, 8-11.

Primeiramente é preciso entender para quem era dirigida a mensagem de Malaquias.

A resposta está dois capítulos antes. Malaquias 1, 6: “Diz o Senhor dos Exércitos a vós, sacerdotes que desprezais o seu nome.” [...]

E o que os sacerdotes estavam fazendo para desagradar a Deus? - mesmo passado muito tempo os sacerdotes haviam se desviado, vivendo na opulência, usando seus cargos para oprimir o povo, havia como há até os nossos dias disputa pelo poder religioso. Mas, no tempo de Jesus os sacerdotes, os fariseus e tantos outros partidos que haviam dentro do poder religioso era muito forte, capaz de perseguir, de mandar matar, como fizeram com Jesus e os Apóstolos. Ser sacerdote significava ter grande poder sobre o povo, principalmente contra os menos favorecidos. E por causa disso que Jesus foi severo ao censurar suas atitudes. Não estavam ali para guiar o povo para a santidade, mas, para oprimir, para julgar, para por seus pesados fardos sobre o povo sendo que eles mesmos não cumpriam mais a Lei. Jesus os chamou de guia de cegos e sepulcros caiados.  

Malaquias 1, 7-14. O que estavam fazendo os sacerdotes para desagradarem ao Senhor?

1.    Ofereciam alimentos impuros sobre o altar.

2.    Não davam o devido respeito à mesa do Senhor.

3.    Ofereciam em sacrifícios animais defeituosos e doentes, mesmo sabendo que Deus assim o proibia.

4.    Fraudavam o altar oferecendo animais defeituosos e doentes tendo em seus rebanhos animais perfeitos e sadios. “Maldito seja o homem fraudulento”. (versículo 14)

Malaquias 3, 5 - Deus lança um alerta contra a falta de caridade, contra aqueles que O afrontam buscando a magia, o adultério e os que proferem perjúrios. E contra aqueles que retém o dinheiro do operário, dos órfãos e das viúvas.

Malaquias pergunta: Pode um homem enganar a Deus?

Essa pergunta foi dirigida a quem? Foi dirigida aos sacerdotes. E eles perguntaram: “Em que vos temos enganado?” – Malaquias responde em nome do Senhor: “Nos dízimos e nas ofertas”. Os sacerdotes não estavam pagando integralmente os dízimos e as ofertas. Estavam retendo riquezas para si às custas do dinheiro do Templo.

E o profeta Malaquias em nome de Deus diz àqueles sacerdotes:

“Pagai integralmente os dízimos e o tesouro do Templo e Eu abrirei os reservatórios e não permitirei que o gafanhoto venha destruir os frutos de vossa terra e não haverá em vossa terra vinha improdutiva” [...] Malaquias 3, 8- 11.

          Os pastores usam muito esta passagem para forçar seus fiéis a pagarem o dízimo, pondo medo, aterrorizando as pessoas quanto na verdade Deus naquele tempo estava dirigindo sua mensagem pelo profeta aos sacerdotes israelitas. A mensagem do profeta Malaquias não se aplica aos cristãos. Não havia igrejas cristãs naquele tempo. Muitas leis do Antigo Testamento, principalmente as leis cerimoniais não se aplica aos cristãos porque nós somos um povo constituído em uma Nova Aliança, (Mateus 26, 27-28), feita no Sangue de Cristo e não no sacrifício de touros e bodes como era na Lei de Moisés. 

Quem devia pagar os dízimos corretamente era os sacerdotes da tribo de Levi, também chamados de levitas. No entanto, o Profeta em nome de Deus lançou lhes uma palavra de exortação para que voltem a ser fiéis, pois, eles não podiam enganar a Deus no que se refere aos dízimos e as ofertas, mas pedia que voltasse à observância de toda Lei de Moisés. Ou seja, a toda má conduta: a corrupção, a ganância, a desonestidade, a falta de caridade com os pobres (representado pelas viúvas e os órfãos), enfim, Deus estava descontente com o descumprimento das suas leis. 

É o que disse Jesus quando censurou os fariseus Mateus 23, 13-37; Jesus deixa claro que não basta apenas cumprir a lei apenas por obrigação se não por em prática a justiça, a misericórdia para com os necessitados. Porque mesmo que se cumpra os preceitos da Lei um a um, sem amor é letra morta. Isso também nos ensina são Paulo: "Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, mas não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o címbalo que retine."  1ª Coríntios 13, 1.

Aqui cabe uma observação: Que Deus não lança em momento alguma nenhuma maldição, mas, exorta-os através do Profeta que provem da sua bênção sendo fiéis ao pagamento dos dízimos e das ofertas. Deus diz: “fazei experiência e vereis se não abro os reservatórios e derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário”

Deus promete bênção para os que voltarem a serem fiéis a Ele.  No entanto, os falsos pastores de hoje querem por ao texto, um contexto falso, algo que não saiu da boca de Deus e nem do Profeta e usurpam o texto para amedrontar os fiéis. 

          No entanto, o texto de Malaquias em nada se refere aos cristãos. No tempo de Malaquias Jesus ainda não tinha vindo. Não existia a Igreja. O dízimo do Antigo Testamento não é o mesmo "dízimo" do cristianismo. O problema dos protestantes é que eles ficam presos ao Antigo Testamento e se esquecem que nós não somos o povo da Antiga Aliança. Não estamos sujeitos à lei de Moisés. Somos o povo da Nova Aliança e estamos sujeitos a Lei de Jesus Cristo. Cristo nos remiu e nos fez livres do peso e o jugo da Lei. 

          O dízimo do Antigo Testamento se exigia 10% de tudo quanto os sacerdotes possuíam. Existia o dízimo e as ofertas. Também não há nenhuma menção sobre o tal ‘espírito devorador’, que é mais uma invenção dos protestantes. Espírito devorador é uma falácia criada pelos falsos pastores para por medo nas pessoas e obrigarem-nas a pagarem o dízimo. O texto de Malaquias nada diz sobre isso. E não é verdade que Deus estava amaldiçoando eles. Eles mesmos estavam atraindo maldição por não estarem sendo fiéis na observância da Lei.  

          No Novo Testamento, se lermos o livro de Atos o dízimo desaparece por completo. Apenas sobrevive as ofertas que não servia para manter os templos, pois, os primeiros cristãos não tinham templos ainda. As ofertas eram para fazer a caridade.

Agora vamos ler: Atos 2, 42-46:4, 35-36 

Como agiam os primeiros cristãos?

     Perseveravam na doutrina dos Apóstolos e na Eucaristia, chamada naquela época de ‘Fração do Pão’ ou ‘Pão partido’.
Tinham temor (respeito a Deus) por verem os milagres e prodígios realizados pelos Apóstolos.
Faziam caridade. Vendiam suas posses e repartiam entre si, de modo que nenhum deles passasse necessidade.
Eram unidos de coração, unidos na alegria, com simplicidade de coração davam louvor a Deus.
Esse testemunho cativava as pessoas e por causa disso havia inúmeras conversões.

m nenhum dos Evangelhos, nem tampouco nas cartas apostólicas, não há menção sobre pagar dízimos. Apenas as ofertas e essas eram recolhidas nas comunidades para o bem comum. 

As ofertas eram de caráter espontâneo,  um sinal de abandono às coisas do mundo para viver uma vida totalmente santa e voltada para servir livremente a Deus e ao próximo dentro daquilo que propunha o Evangelho sem a preocupações das coisas de fora. 

Não há nenhuma passagem no Novo Testamento em que os Apóstolos ameaçam ou obrigam as pessoas a darem qualquer coisa. Aqueles que tinham mais repartiam com quem tinha menos segundo a necessidade de cada um. As coletas eram para obras de caridade e não para sustentar os Apóstolos. 

São Paulo por, exemplo, tinha profissão era tecelão fazia tendas. Os Apóstolos  quando saiam em missão não cobravam por suas pregações, como fazem os pastores hoje. Pelo contrário, eles eram ajudados pelas comunidades, comiam e bebiam do que lhes ofereciam e quando recebiam as ofertas nada era para si, mas, para os pobres, os doentes, os órfãos e as viúvas. Deus prosperava, não apenas os Apóstolos, mas, toda a comunidade.  

A única coisa que pedia era a honestidade de quem doasse, a sinceridade de coração. Encontramos, por exemplo, a falta de honestidade de Ananias e Safira e o castigo que receberam por mentirem diante do pagamento das ofertas. (Atos 5, 1-10).

É, portanto, falsa a pregação de certos pastores e até certos padres católicos quando estes usam esta passagem do Capítulo 3 de Malaquias para por medo nas pessoas, ou ainda, para incentivarem o pagamento do dízimo dizendo que se não pagar o dízimo Deus não cumprirá suas promessas.

 Deus sempre cumpre suas promessas, antes de ser fiel nos dízimos e nas ofertas como queiram forçar os pastores. Ele cumpre a quem de fato procura-lhe ser fiel num todo, na prática dos mandamentos, na observância do Evangelho, em viver uma vida santa regra à luz da sua Palavra e não só apenas nos dízimos. Quando Deus faz uma obra em nossa vida, quando Ele nos dá uma graça não é por merecimento nosso, nem por paga alguma seja por dinheiro ou favores, é porque Ele os ama e nos quer felizes.     

De onde surgiu então o dízimo cristão?

O dízimo cristão surgiu no Concílio de Macon, no ano 585, ordenava a paga de 10% das posses dos fiéis.

Mas, foi Carlos Magno, rei dos francos, que expandiu a prática: conforme alargava seu império no século IX, difundia a cobrança nas regiões conquistadas. Com o tempo, os governos entraram na jogada.

Embora a Igreja justifique algumas passagens bíblicas, como Mateus 23,23; Lucas 8, 12; Hebreus 7,1-10; Lucas 21,1-4, etc. Em muitas dessas passagens Jesus se referindo ao Dízimo da Lei de Moisés, mas, quando lemos com cuidado as cartas de Paulo e o próprio Livro dos Atos dos Apóstolos, encontramos no lugar do dízimo apenas a oferta ou contribuição. E muitos vão dizer que pagar o dízimo é o mesmo que contribuir. Não é verdade!

Enquanto o dízimo é obrigatório, a oferta ou contribuição não é obrigatória. Dá quem pode segundo o coração de cada um. São Paulo, por exemplo nunca falou diretamente que os cristãos deviam dizimar. Mas pede que cada um cuide de contribuir para as obras de caridade.

Na Igreja Católica a paga do dízimo ganhou mais força quando a Igreja se separou do Estado, no entanto, a Igreja Católica não estipula um valor fixo para o dízimo, como os 10% mencionados no Antigo Testamento. Em vez disso, a Igreja orienta os fiéis a contribuírem conforme suas possibilidades e generosidade.

Para que uma contribuição seja considerada dízimo, é necessário que seja um percentual dos ganhos, sendo o mínimo de 1% e o máximo 10%.

 Essa orientação visa garantir que todos possam participar de acordo com suas capacidades financeiras, sem impor um valor específico.

O dízimo é mencionado no contexto dos mandamentos da Igreja Católica, mas não de forma explícita. O Catecismo da Igreja Católica, promulgado por São João Paulo II em 1993, apresenta cinco mandamentos da Igreja, sendo o quinto mandamento: "Ajudar a Igreja em suas necessidades." Este mandamento orienta os fiéis a contribuírem conforme suas possibilidades para atender às necessidades materiais da Igreja.

Embora o dízimo não seja especificado como uma obrigação de 10%, a prática de contribuir regularmente é incentivada como um gesto de pertença e apoio à missão da Igreja. A Pastoral do Dízimo é uma forma organizada de promover essa contribuição nas comunidades paroquiais.

De uma forma ou de outra o dízimo cristão foi criado inspirado no modelo do Antigo Testamento, mas, se nós perguntarmos se ele é lícito ou não, vai da consciência de cada um. Podemos, contudo, dizer que os Apóstolos não mencionam a palavra dízimo e ao que tudo indica não havia nenhuma cobrança nesse sentido, apenas as ofertas e, essas eram espontâneas.

A atitude de certos padres e pastores em cobrar o dízimo não é e nunca foi a forma certa, muito embora sabemos que a finalidade do dízimo é a manutenção da casa de Deus e as ofertas às obras de caridade.

No entanto, o que se vê hoje é a pilantragem. E agora, vamos falar e explicar porque a ‘Teologia da Prosperidade’, que de Teologia não tem nada, é uma ‘Teologia’ falsa que vai contra o que Jesus ensinou e contra a Sagrada Escritura de maneira geral. 

A ‘Teologia da Prosperidade’ é muito usada pela maioria dos protestantes evangélicos, principalmente nas igrejas de ramo pentecostais, mas ela é usada de modo geral em todo ramo protestante. E qual é a forma utilizada?

Nada mais é do que a ‘Lei da retribuição’, ou seja, Deus só me dá alguma graça se eu der em forma de paga algum valor, algum bem que eu dispor para a igreja. Se eu for fiel (não em cumprir a Lei de Deus), mas, se eu for fiel no dízimo, nas ofertas, e em algo mais que o ‘pastor’ exigir, Deus pode me dar a prosperidade, o apartamento que eu sonho ter, o carro do ano, o emprego que desejo, o cargo que eu desejo naquela empresa, etc...   

Uma boa dialética, boa hermenêutica, uma grande “cara de pau” e o uso indevido da Bíblia. O uso de boa lábia para convencer as pessoas e por nelas o medo de que se não for fiel Deus não lhe dará o que preciso. Essa ‘Lei da troca’ ou do "toma lá da cá" que os pastores protestantes fazem da relação pessoal com Deus e o ser humano, não uma relação sadia de Pai e filho, nem está na Bíblia. Mas, é uma relação de cliente e comerciante, de empregado e patrão onde o cliente é Deus e o comerciante é a pessoa. Deus até honra os votos que fazemos com ele, mas, desde que estes votos nos leve à salvação e não a ter bens pessoais. A missão de Cristo é salvadora e não enriquecedora. Jesus não morreu na cruz para termos bens, confortos materiais, mas o conforto espiritual e a graça da salvação. 

Esse negócio inventado pelos protestantes de determinar curas e bençãos é antibíblico. Deus não dá nada daquilo que não precisamos. Os bens materiais, a prosperidade chega com a ajuda de Deus mediante nossos esforços e não milagrosamente. Deus nos concede força, saúde, disposição para que o fruto do nosso trabalho seja abundante.    

Os falsos pastores utilizam uma técnica de convencimento, as propagandas de cura e libertação, do convencimento através de testemunhos falsos, de curas falsas, milagres e prosperidades mediante a promessa de ser fiel na paga do dízimo e ofertas. Eles põem na boca de Deus aquilo que Deus não  disse. E quando o fiel não é atendido vem a decepção. As pessoas perguntam: "Porque Deus não me atendeu?" - A resposta é simples, porque Deus não compactua com isso. Ele não é uma marionete que possamos manipular.  

Contratam atores para se passarem por doentes nos cultos e levantarem curados. Ou então gravam vídeos com atores para dizer que Deus lhes deu um bom emprego, uma boa casa, o carro do ano, um cargo importante porque foram fiéis e contribuíram. Mas, tudo não passa de algo totalmente arranjado, nada disso é verdade. Tudo bem bolado para tomar dinheiro dos fiéis enquanto os pastores colocam seus filhos nos melhores colégios, andam de carros importados, possui jatinhos, moram em áreas nobres da cidade. Os filhos dos fiéis estudam em escola pública. 

Muitos em nome de uma falsa promessa escutada nos cultos doam tudo que tem passando necessidade, não tem moradia própria, moram em locais insalubre. Outros até conseguem alguma coisa, não por milagre, mas, porque já possuía um bom trabalho, uma boa carreira. 

Mas, a grande maioria dessas pessoas que seguem essas seitas mal tem um fusca velho para andar. Mas, daí perguntamos: Onde está a promessa de Deus? Porque Deus não honra essas pessoas conforme os falsos pastores prometem? A resposta é: Deus não é um comerciante. Ele não faz barganha. O que ele exige de nós é a Fé, é a observância dos Mandamentos.

Quando isso não ocorre vem a frustração, porque acham que ou Deus não lhes foi fiel, ou a pessoa não está sendo fiel o suficiente e se tornam escravos desses falsos pastores que pedem mais e mais.

Recentemente a IURD, Igreja Universal do Reino de Deus, foi condenada a devolver a um fiel que sentindo-se enganado pediu na justiça a devolução das ofertas que deu, pois, a Justiça acatou e deu causa ganha ao fiel. E assim tantos outros processos de pessoas que acordaram pra vida e viram que estavam sendo ludibriadas. 

A teologia da prosperidade não vem de Deus porque ela vai contra tudo o que Jesus ensinou. Vamos aprender o que a Bíblia diz sobre isso:

Mateus 19, 16-24. – “Vai vende tudo que tem e dê aos pobres” [...] “É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no céu”. De nada adianta você ter bens, ser rico se antes não tiver amor, não renunciar a si mesmo para seguir Jesus na totalidade – Mateus 16, 29 – Jesus não promete riquezas para quem segui-lo, mas oferece a recompensa da vida eterna. “Por isso, em verdade lhes digo que quando o Filho do homem estiver em sua glória, vós que me seguis estareis sentados em doze tronos para julgar as tribos de Israel” Mateus 16, 28. 

Zaqueu disse a Jesus: "Senhor eis que eu darei aos pobres metade dos meus bens e, se por ventura tenha defraudado alguém lhes restituirei quatro vezes mais". (Lucas 19, 8)  

Marcos 6, 7-13. – Jesus envia os apóstolos e recomenda-lhes: “Não leveis mais que o necessário”, ou seja, que vivam com modéstia anunciem o Reino de Deus, curem os doentes, expulsem os demônios" [...] Hoje, Jesus não pede para andarem de carro do ano, nem de terno e gravata, nem que peçam altos salários em suas pregações. Jesus pede desapego. 

Em outra passagem o evangelista vai dizer que Jesus pede que aos que os acolherem, ao ficar ali transmitam a paz e comam o que derem. Os falsos pastores ostentam belos ternos, carros do ano, são muitas vezes intolerantes com aqueles que não pagam os dízimos e as ofertas para que eles vivam uma vida de luxo. Jesus manda fazer o contrário. Envia-os sem bens, sem riquezas porque a preocupação do pregador é com a salvação das almas e os bens, a riqueza, muitas vezes acomoda e faz desvirtuar o sentido do evangelho. 

Mateus 10, 8. “De graça recebeis, de graça deveis dar”. Aqueles que são chamados a fazer o bem não devem cobrar por aquilo que fazem porque não é a pessoa que faze sim o próprio Deus. Jesus manda curar os enfermos, ressuscitar os mortos, expulsar os demônios, mas, tudo isso é dom de Deus e não é mérito humano. Essa graça especial que é dada aos escolhidos não deve ser trocada por favores, por dinheiro ou por ofertas como exigem os falsos pastores.

 Continua, Mateus 10, 9. Jesus diz que aquele que for enviado não deve senão contentar-se com o que tem e com o que lhes dão e não exigir mais que o necessário. “Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro” [...] nem mochila, nem bastão, nem calçados, nem duas túnicas" [...] ou seja, não ostentem, não busquem senão fazer o bem sem a necessidade de riquezas.

  Os falsos pastores, no entanto, exigem altos cachês para fazerem pregações e shows. Nas pregações falam mais do diabo que de Deus, além de exigirem de seus fiéis, quando não se tem o que doar até bens futuros com a herança como bem vemos um vídeo que circula nas redes sociais de um certo pastor pedindo que seus fiéis deixem as suas heranças para a igreja. Também um vídeo em que uma certa denominação foi denunciada por colocar advogados para forçar idosos a passarem em vida seus bens para o nome da igreja. Esses falsos pastores fazem uma lavagem cerebral nos seus fiéis prometendo coisas, bens e prosperidade em nome de Jesus, que não está de acordo com a moral cristã e nem é o verdadeiro Evangelho de Cristo.

Mateus 6:19-21 – “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam”.

Jesus após fazer o ensinamento sobre as boas obras, depois de ensinar a rezar o “Pai-Nosso”, nos ensina que a única riqueza que devemos ter é a fé. Ajuntar tesouros no céu e não neste mundo. Aqueles que barganham com Deus alguma coisa perde a vida eterna. Quem se vangloria pelas boas obras que faz, perde a vida eterna. Mateus 1, 2-3. Porque o bem, a graça, o milagre se Deus concede não é obra nossa para que nos vangloriarmos, mas, é obra de Deus. Na Oração do Pai-Nosso, Jesus ensina que devemos pedir: 

  1. Pai nosso que estais no céu. Por Jesus temos acesso ao Pai. É Deus que sai do templo e vem até nós por Jesus. Por isso, ele quer que o chamemos de Pai. 
  2. Que santifiquemos o seu Nome. Porque somente Ele é o justo, o Santo, o nosso Deus.
  3. Que concretize em nós o seu Reino. O reino de Deus deve-se fazer em cada um de nós. O reino material nós não precisamos dele. 
  4. Que seja feita a sua vontade, tanto na terra como no céu e não a nossa vontade. Não podemos obrigar a Deus a fazer aquilo que não for de sua vontade.
  5. Que tenhamos apenas o pão de cada dia, ou seja, o necessário para vivermos um dia de cada vez, sem necessidade. Por isso se diz o 'Pão nosso de cada dia nos dai hoje'. O dia de amanhã pertence a Deus.
  6. Que Ele nos perdoe, mas, antes é necessário perdoar as ofensas (as dívidas) também daqueles que nos tem ofendido.
  7. Que não nos deixe envolver pela tentação que o diabo com as coisas deste mundo nos oferece.
  8. E que assim nos livre de todo mal. 
Se você pensa em barganhar com Deus, se busca a prosperidade, não busque nas falsas promessas desses falsos pastores, busque nesta Oração que Jesus nos ensinou. Ela é a cartilha de Deus para tudo que precisamos.

Guardem bem isso: Não é preciso que alguém devolva nada pra Deus em troca de uma graça. Jesus nos concede tudo de graça, pois, é por sua chagas que somos curados – Isaías 53, 5 – não caia na lábia dos falsos pastores que exigem dinheiro, bens em troca de bençãos, pois, o maior bem que Deus pôde nos dar foi Jesus Cristo que por amor a nós se entregou na cruz para nos salvar.

Jesus não precisa de dinheiro para nos curar. Ele exige apenas uma coisa, a Fé. Todas as vezes que Jesus curava dizia: “Vai, a tua fé te salvou!”, ou ainda, quando disse ao centurião: “Não encontrei em nenhum dos filhos de Israel alguém com tamanha fé quanto este homem” [...] Vá seja feito conforme a tua fé!” Mateus 8, 10.13

E ainda quando Jesus curou a filha da mulher Cananéia que sofria atormentada por um demônio: “Ó mulher, grande é tua fé! Seja feito como desejas. E na mesma hora a sua filha ficou curada”. Aquela mulher reconhecia e acreditava que somente Jesus podia curar sua filha. Tinha fé. Mateus 15, 28.

Jesus não pede nada, não exige nada de nós senão a fé. No entanto os falsos pastores, usam de diversos engodos dizendo que para Jesus curar, para dar prosperidade é necessário ser fiel e contribuir. Porém, Jesus não promete riquezas. Não promete prosperidade, mas diz que quem quiser segui-lo deve abraçar, tomar sua cruz, renunciar a si mesmo. Ou seja, Jesus está dizendo que o cristão deve passar pelo calvário como ele passou.

Mateus 8, 34 está escrito: - “Aquele que quiser me seguir, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me!”

Mateus 8, 18-21. Quem quiser seguir a Jesus deverá ser abnegado, desprezar as riquezas, não ter apego a sim mesmo, nem as coisas deste mundo senão ao próprio Cristo.

E por fim, na Igreja que se iniciava, já estava claro o espírito de partilha. Conforme Jesus outrora ensinou “Vai vende o que tens e dê aos pobres!” ; a Igreja não cobrava dízimos, mas, vivia da caridade, onde quem tinha mais repartia com os pobres de modo que ninguém passasse necessidade, eram unidos de coração e não pelo dinheiro, tinham tudo em comum, viviam em oração. Atos 2, 42-47.

Para que servia as coletas de Paulo?

 Na Bíblia, o apóstolo Paulo realizou uma coleta entre as comunidades cristãs que fundou para ajudar os pobres da Igreja-mãe em Jerusalém. A coleta foi um grande empenho de Paulo e envolveu outros companheiros de missão.

A coleta para o povo de Deus é mencionada na Bíblia em 1ª Coríntios 16, 1-3, onde Paulo ordena às igrejas da Galácia que façam o mesmo. Paulo pede que cada um separe uma quantia no primeiro dia da semana, (isto é, no domingo), de acordo com a sua renda, para que não seja preciso fazer coletas quando ele chegar.

A pergunta é: Você já viu algum pastor dizer que as coletas de sua igreja servirão apenas para a caridade ou para ajudar alguma comunidade que esteja precisando? Ou destino dos dízimos e das ofertas, os milhões que eles arrecadam servem para viverem uma vida de luxo, com carros do ano, helicópteros e jatinhos, férias em lugares paradisíacos? ...

A teologia da prosperidade é manca. Ela ajuda apenas um lado, o lado do pastor, do falso pregador, do falso discípulo. Porque enquanto ela enriquece a uns poucos, as igrejas estão cheias de pobres, de necessitados, de doentes, e de falsos milagreiros.

Não se enganem. E lembrem-se que as igrejas estão cheias, mas de corações vazios.

A Graça de Deus não deve ser objeto de barganha. Jesus não veio para senão salvar as almas. A salvação não se compra, nem se vende. Milagres acontecem, mas não se vende, nem se compra. O que Jesus pede é um coração sincero, contrito e humilde. Obediência às suas leis. Fé é a única coisa que Jesus pede. Aquele que tem fé tem tudo e tudo consegue.

Jesus pede oração, que sejamos pessoas e oração. Jesus atende em Oração. Ele disse: "Pedi e recebereis, procurais e achareis, batei e ser-lhe-á aberta!" (João 16, 23-28). Os milagres acontecem não por dar mais ou menos, mas por méritos de Cristo. É de graça e por Graça que Deus nos concede a saúde do corpo e da alma.

Se formos unidos a Ele a obra se fará. Não é preciso recorrer à promessa e barganha. Deus nos ama e porque nos ama se pedirmos com fé ele nos dará.

Não caiam na lábia de falsos pastores, eles nada podem fazer, ainda que prometam o mundo inteiro. Jesus não é um comerciante, se ele nos atende é por sua Graça e nós nada merecemos. Mas, a maior graça que todos devem pedir é a Salvação.   

O Senhor Jesus foi contra os vendilhões do templo que usavam a casa de Deus para ganhar dinheiro; foi contra a atitude daqueles fariseus hipócritas que usavam a Lei de Moisés com artifícios para oprimir o povo. 

Ele nos ensinou que antes de mais nada é preciso buscar o reino de Deus e a sua justiça: "Busquem primeiro o reino de Deus e a sua justiça e tudo mais lhe será acrescentado!" Mateus 6, 33

"Está escrito, 'Minha casa é uma casa de oração, mas, vós a tornastes um covil de ladrões". (Marcos 11, 17)     

E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará." 

Atos 2030 E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si.

Tomemos cuidado para não sermos enganados pelos falsos pastores. Eles se vestem em peles de ovelhas, mas, são lobos vorazes.  

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