O Meritíssimo Juiz Gabriel Araújo Gozalez, negou nesta terça feira dia 04
de fevereiro de 2025, o pedido do Ministério Público para que houvesse
intervenção na Instituição, inclusive, na ação pedia o afastamento dos cinco
membros e seu presidente, Padre Wagner.
Entenda o caso:
A Fundação João Paulo II é uma instituição que possui diversos serviços, também uma faculdade e realiza serviços filantrópicos como: o resgate de jovens em situação de vulnerabilidade e movimenta milhões por ano com a utilização de recursos e doações de fiéis para fins destinados à evangelização e mantém a TV Canção Nova. Embora sejam instituições distintas, isto é com CNPJ diferentes elas mantém um elo entre si por serem instituições da Igreja Católica e promoverem a evangelização.
O que está por trás deste processo é a guerra de poder de um grupo ligado à Fundação. Após a morte do Monsenhor Jonas Abib as coisas começaram a aparecer. Porque uma ação do Ministério Público surge neste momento de transição?
Cabe lembrar que o Ministério Público vinha ao longo dos anos aprovando as movimentações financeiras pelas prestações de contas sem nenhum questionamento.
Ou seja, a prestação de contas anteriores, todas foram aprovadas pelo Ministério Público. Não havia questionamentos a respeito sobre desvio de recursos. Com a morte do fundador houve quem quisesse se beneficiar disso.
É no mínimo
muito estranho que o Ministério Público tenha pedido o afastamento do Conselho Deliberativo,
mas, não pediu o afastamento do seu diretor executivo que é o senhor Florindo. Ele
é quem assina os contratos financeiros. Se o problema fosse o desvio de
dinheiro porque o Ministério Público não o incluiu no processo, sendo ele o
principal responsável pelos contratos e inovações?
Outra acusação é que a fundação teria acobertado um caso de
assédio moral. Segundo a defesa da Fundação essa acusação foi feita sem provas
concretas. O processo disciplinar contra os quatro membros, feito pelo
comitê de coplize não garantiu o direito de defesa dos acusados. O Conselho
deliberativo optou pela suspensão para que eles pudessem se fender.
O comitê de coplize foi feito por funcionários subordinados
ao diretor executivo, o sr. Florindo, que não tem autonomia para tomar decisões
imparciais. E o inquérito do Ministério Público não ouviu as todas as
testemunhas, inclusive a vice-diretora executiva. Segundo a Defesa essa
acusação foi usada como um pretexto para justificar a intervenção na Fundação.
Qual era a intenção? Colocar a família Flor no controle da
fundação e a Defesa afirma que o objetivo era entregar o controle da Fundação
João Paulo II à família Flor. Dona Petúnia, ganharia uma cadeira vitalícia na
Fundação garantindo a ela a escolha de seus sucessores. Isso significa que com
ela no cargo poderia indicar seu esposo senhor Florisbelo para diretor, ele é o
atual vice-presidente do Conselho Deliberativo, ou seu filho, sr. Florindo
(Flor). Isso iria criar um nepotismo na instituição garantindo à família Flor o
controle absoluto da Fundação João Paulo II, contrário ao desejo do fundador e
sem nenhum membro religioso.
O mais curioso é que Dona Petúnia não quis essa cadeira vitalícia. E o mais estranho é que o Ministério Público não pediu o afastamento do senhor Florindo. Segundo a Defesa o Ministério está sendo seletivo, agindo com parcialidade nas acusações em favorecimento de um grupo específico.
A promotora de Justiça Marcela Agostinho Gomes Ilha defendeu
que a Fundação João Paulo II tem atuado com "nítido desvio de finalidade, segundo
ela a entidade agia a favor dos interesses da Comunidade Canção Nova".
Inclusive, na ação, o Ministério Público pediu medidas
drásticas contra a Fundação João Paulo II com tutela provisória, ou seja,
pedindo uma decisão desde já ao Juiz sem esperar o prazo legal. Incluindo o
afastamento imediato dos sete membros do Conselho Deliberativo com alegação que
eles estavam beneficiando a Canção Nova indevidamente, intervenção judicial na
Fundação, com o interventor assumindo o seu controle total, mudanças no
estatuto para limitar a presença de membros indicados pela Canção Nova
proibindo a sua recondução e alteração nas regras de votação.
É neste ponto que vão se falar da laicização da Canção Nova. E
ainda pedia fiscalização rigorosa no Ministério Público com levantamento
detalhado de todos os bens da Fundação tais como: Móveis, imóveis, além de
novas regras para locação e cessão do patrimônio. Também a análise dos
hoyalties pagos à Canção Nova alegando que os valores estão acima do mercado.
Está mais do que claro que a intenção do Ministério Público
era redução da influência da Canção Nova na Fundação.
Segundo a promotoria ‘há uma série de atos que direcionam os
esforços da Fundação João Paulo II à Comunidade Canção Nova, em renúncia de
receitas pela Fundação João Paulo II", o que colocaria em risco o futuro
da entidade filantrópica e sem fins lucrativos.
A Justiça avaliou não haver elementos suficientes para o
afastamento dos membros do conselho deliberativo. E decidiu por rejeitar a maior
parte desses elementos considerando que não há até o momento provas suficientes
para afastar o conselho ou decretar uma intervenção. Portanto, até o momento a
Fundação continua do jeito que está.
"Não se trata de uma fundação privada que, a partir de
manobras estatutárias ou fatos não previstos, viu-se sob a influência de outra
instituição. Na realidade, o caso é de uma fundação pensada para uma atuação
separada, mas em estreita ligação com a Comunidade (ambas tidas como
instrumentos para a evangelização e atuação social), inclusive com apoio
financeiro, estrutural e de mão de obra", diz o documento.”
"No presente momento, não há elementos para se concluir
que, durante a gestão do atual Conselho Deliberativo, a relação financeira
entre a Fundação João Paulo II e a Comunidade Canção Nova se tornou mais nociva
à fundação, de maneira a colocar em risco o alcance das suas finalidades".
O Juiz diz que há uma disputa pelo poder nas instituições
após a morte do Monsenhor Jonas Abib fundador da Fundação João Paulo II e da
Canção Nova.
No documento o Juiz argumenta “aparentemente, Fundação João
Paulo II vivencia a instabilidade e os conflitos comuns às organizações no
período de transição após a morte de uma liderança incontestável e carismática
até a consolidação da atuação e da divisão dos poderes dos seus sucessores".
O que se pode observar na peça do processo é que há
discrepâncias no depoimento das testemunhas. Enquanto a maioria das testemunhas
afirmaram que a Fundação João Paulo II e a Canção Nova são instituições
separadas e não há interferência e não existe confusão, o diretor executivo da Fundação
foi a única pessoa que insistiu na tese contrária e sugeriu que existe uma
relação confusa entre as duas instituições. Mas, a pergunta é: porque o diretor
executivo mantém esta postura diferente das demais testemunhas?
O próprio Juiz destacou que as provas apresentadas não
sustentam, pelo menos no início. Ou seja, a posição do diretor executivo não
foi o suficiente para convencer o Juiz.
Por ora não haverá intervenção judicial, não haverá
afastamento do conselho deliberativo, não haverá mudanças no Estatuto da
Fundação. O caso não acabou e uma audiência de conciliação está marcada para o
dia 25 de março.
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