domingo, 23 de setembro de 2012

FÁBRICA DE MONSTROS


"Autoridade não é conferida por ninguém, trata-se sempre de uma conquista pessoalíssima, de um patrimônio que segue como sombra o merecedor". 


Estadista é o governante que aprendeu a esquecer de si e como um bom pai atua em função dos interesses da nação, mesmo que isso signifique perdas pessoais, incompreensões, dores e sofrimentos.
Normalmente o estadista não tem muito sucesso enquanto vivo, pois é um que aprendeu a dizer não ao desperdício, ao excesso, a quem pensa apenas para si, mesmo quando representa perdas para o conjunto da nação. 
Ele age olhando para frente, e sabe que o sacrifício de hoje pode ser o sucesso de amanhã.
O estadista precisa ter coragem, assumir posições claras, dar o seu exemplo com gestos e atitudes. Ele compreende que o pedestal de sua fama irradia tendências, surge como exemplo. Influencia, dita regras de comportamento. Se ele se excede não poderá chamar atenção  de outros que sob seu comando também se excedem. Precisa ser austero para ter autoridade. 
E autoridade não é conferida por ninguém, trata-se sempre de uma conquista pessoalíssima, de um patrimônio que segue como sombra o merecedor.
A autoridade dissipa dúvidas, se transforma em confiança, inspira capacidade de superação à volta. Se for muito honesto (para ser estadista precisa ser honesto) em suas palavras e decisões não terá de lidar com desonestos. Do estadista emana uma força capaz de mudar, de corrigir, de influenciar sutil e severamente toda área a ele confiada.
Essa autoridade pessoal, é um poder de transmutação, ergue-se como força poderosa de evolução. O estadista de verdade passa de uma consideração humana, para uma outra super-humana (mahatma), chega a considerar em si um poder extraordinário que amolda e leva a evoluir. Gandhi é um dos raros exemplos desses "milagres" acontecidos no século passado. Estoico e pacifista, ganhou "guerras" extremas sem torcer um cabelo. Libertou a Índia do julgo britânico.
Para mostrar solidariedade com o seu povo, viajou de trem e de navio ocupando a terceira classe, sua alimentação era frugal e vegetariana, submetendo-se as privações e desconfortos que os mais humildes cidadãos tinham que enfrentar. Chegou a ser idolatrado pelo povo indiano e respeitado pelo mundo inteiro.
Seu exemplo transformou a forma de fazer política em seu país. Ativou processos portentosos de melhoras, fez de um país colônia, um país soberano.
Nossos governantes em geral vivem e movimentam ao contrário de Gandhi, se apropriam desrespeitosamente  das receitas dos contribuintes, comunga-se com os delinquentes, praticam nepotismo despudorado, erguem palácios no meio de barracos, são generosos aos excessos com os amigos e deixam multidões morrendo nas filas dos hospitais. 
Agem - já sem mais se aperceber movidos obcecadamente   para manter o poder, já que fora dele não saberiam viver. Esgaçam a moralidade da nação, levam o descaminho inteiras gerações  com seus exemplos devassos.
Pior, sem se constrangerem com nada. Assessores nomeados, verdadeiros delinquentes, sôfregos pilantras. Entretanto, são por eles amparados nos meandros do governo, ainda cobertos de privilégios a espera que uma curta quarentena apresente uma oportunidade de voltar ao assalto da república.
O que podemos esperar para o futuro?
Que sementes estão endo espargidas?
Submetidos ao exemplo devasso dessas tristes figuras, quantos monstros estão sendo moldados entre as novas gerações?     

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Nesse ano de eleições municipais, vamos nos deparar com os velhos e conhecidos candidatos que só lembram que os eleitores , os problemas da cidade, da sua rua, do seu bairro existem até o dia das eleições. Prometem de tudo, chegam as nossas casas como velhos amigos, abraçam, alguns compram a dignidade do eleitor com dinheiro e materiais de construção.
Depois vão embora e, se eleitos, nunca estão em seus gabinetes para atender a população. Nunca podem visitar uma rua, uma escola, uma praça, um hospital que precise de reforma e ajuda. Muito menos lembram que o pobre existe.

O texto escrito acima mostra o quanto é difícil ser um bom político, um estadista, ou uma pessoa vocacionada à vida pública nesse país.
Vemos pelos noticiários tantas CPI's e CPMI's que nunca resolvem nada e porque isso acontece? Porque a corrupção no Brasil não atinge só os culpados mas envolve grande parcela dos políticos.
O título "Fábrica de Monstros" é uma verdade, são monstros porque engolem nossos impostos, empurram com a barriga os muitos projetos que vão a favor do povo brasileiro e muitas vezes nem sempre CPI é sinônimo de apuração+punição.

O "Caso Cachoeira" por exemplo é um deles, ninguém fala nada, ninguém sabe de nada, ninguém fez nada. Parece que só Cachoeira e o Demóstenes Torres são os únicos culpados. Mas o grau da corrupção vai muito além desses dois, envolve muito mais gente desde prefeitos até senadores e governadores. Mesmo diante das escutas telefônicas e da investigação minuciosa da Polícia Federal,  os investigados ainda se negam a dizer que "tudo é mentira, armação e calúnia".

Será que dessa vez todos nós vamos aprender a bem votar? 
Será que nossa consciência de cidadãos é capaz de discernir o bom e o mau político e essa diferença nos trará uma melhor decisão nas urnas?

Este é o momento de pensarmos em nosso papel de cidadãos, não há outro lugar que possa expressar nossa vontade e nossa decisão de mudar o rumo de nossa cidade, Estado e País senão pela Urna. É nela que cada um exerce seu poder único, legítimo e indelével.

Ao ver nossos hospitais superlotados com pessoas morrendo a míngua, ao ver nossas escolas precisando de mais professores, ao ver nossos postos de saúde com poucos médicos, ao ver nossos impostos irem pelo ralo, ao verem obras essenciais paradas. Ao verem nossos bairros, ruas e avenidas precisando de calçamento etc. Ao verem nossos filhos nas drogas, nosso povo sofrido passando fome porque são sufocados pelos impostos embutidos nos preços alimentos, o combustível, a água e a luz caros. Qual será sua atitude nas urnas?

Pense nisto... pense que muitos que estão lá no poder hoje e que causam a desgraça de tantos foi eleito por você então não só eles tem a culpa mas todos que neles votaram são culpados por esse Brasil ainda fazer sofrer tantos cidadãos.
                            





sábado, 28 de julho de 2012

MARIA E OS DÓGMAS MARIANOS

Tudo na vida de Maria gira em torno da pessoa de Jesus Cristo. Ela é sem nenhuma dúvida, uma pessoa de vida cristocêntrica. Tudo em Maria nos leva ao seu Filho e à salvação. Maria não faz nada por si mesma, porque sabe que todo poder vem do amor do seu filho Jesus por toda humanidade. 

Maria sabe qual é o seu lugar e o seu papel na história da salvação. Mas sabe que, por ser Jesus o centro de sua existência, ela tudo pode em nosso favor. Por isso que a insistência de rezar sempre a oração do Santo Rosário Maria nos alcançará muitas graças de Jesus por todos nós. 
Você está com problemas? Dificuldades? Desempregado, endividado? Está longe de Deus em pecado e levando uma vida vazia? Precisa de um sentido para sua vida? Então peça à Nossa Senhora que o Filho atende!
Não foi à toa que a Igreja proclamou os dógmas marianos: Maternidade Divina, (em 431 d.C.); Imaculada Conceição, (em 1854 d.C.); e Assunção (em 1950 d.C.).
O dógma da Imaculada Conceição, que significa que Maria nasceu sem nenhuma mancha do pecado orginal, foi confirmado por ela mesma, quando apareceu à santa Bernadette Soubirous, em Lourdes na França em 1858, quatro anos após a proclamação do dógma, Maria disse à santa Bernadette: "Eu sou a Imaculada Conceição!"
Como não pedir a ajuda da Mãe de Jesus e nossa Mãe?
Nós temos uma mãe no céu e podemos contar com ela em nossa caminhada terrena. E uma maneira profunda de falar com ela é rezar o Terço ou o Rosário. Que nada mais é do que a meditação dos mistérios da vida de seu filho Jesus
Tudo em Maria nos fala de Jesus. Tudo em Maria nos leva a Jesus. Maria ao aceitar ser a Mãe do Redentor trouxe-nos a salvação. O Papa Bento XVI afirma: "a Virgem oferece o Filho e pode dizer que, com Cristo ela resgata o gênero humano".
Maria é, sim, caminho de salvação. Ela nos aponta e nos guia para o Redentor, seu filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, levar uma vida cristocêntrica é viver segundo o Evangelho, é buscar e aceitar a salvação que Cristo já nos garantiu, é querer levar o Salvador a todas as pessoas que amamos, ou não. Dessa forma, nosso mundo será muito melhor, mais santo e mais humano. 

Falar em dogmas, (= DECRETO de uma confirmação de uma verdade de fé já existente); parece estranho hoje, onde cada um parece fazer sua verdade. No entanto o dogma faz parte da vida e existe em todas as religiões e até mesmo fora das religiões.

O que significa a palavra DOGMA

É uma palavra que vem da língua grega e significa DECISÃO, NORMA, DECRETO, algo que ficou decidido pra valer.
No livro dos Atos dos Apóstolos aparece esta palavra com este sentido. (At15, 18); Os Apóstolos reuniram e tomaram uma decisão, enviaram pessoas para comunicarem as normas que haviam fixado. Aí está o primeiro sentido  de dogma: aquilo que fica decidido e esclarecido a respeito de um procedimento ou assunto de fé
Na Igreja existem vários dogmas que foram decididos em concílios ou decretados pelos papas, após consultar os bispos, padres, enfim todo o povo de Deus, através de seus líderes. Portanto, o dogma não é uma decisão particular, mas uma decisão de toda Comunidade Igreja à respeito de certas verdades de fé. O dogma deve expressar o que toda a Igreja, e não somente os padres pensam.  Os dogmas ajudam o povo de Deus a compreender melhor sua fé. São como corrimãos que são colocados para ajudar a subir uma etapa. 
Quando a Igreja decreta um dogma, é porque essa verdade que vai se expressar já está sendo vivida e experimentada pelo povo. Já nos primórdios do cristianismo havia fortes indícios que Nossa Senhora realmente foi assunta (levada) ao Céu. E a sua Imaculada Conceição está impregnada no início do Evangelho de São Lucas, onde, pelo Anjo Gabriel ela foi chamada de a "cheia de graça".   
Existem na Igreja, quatro dogmas Marianos. Eles nos ajudam a compreender o papel de Maria na história da Salvação e no seu relacionamento com seu filho Jesus. 
O primeiro dogma foi proclamado no Concílio de Éfeso no ano de 431, d.C. onde afirma que Maria é Mãe de Deus, enquanto Deus se fez homem em Jesus de Nazaré. Ela não é mãe somente do corpo, mas de toda a pessoa de seu filho que é humano e divino. Logo, ela é mãe do Verbo Encarnado. 
Outro dogma diz que Maria é Virgem, proclamado no Concílio de Latrão no ano de 649 d.C. O que quer dizer isso?

 - Quer dizer que a iniciativa de fazer nascer um salvador vem diretamente da vontade de Deus e não da vontade do homem. Deus agiu na pobreza de maria, sendo virgem, não podia conceber a não ser na força do Espírito Santo, ou seja pela força misteriosa de Deus. (Maria foi desde o início e desde ventre de sua mãe escolhida e preparada, predestinada para esta missão, Jesus não nasceu de uma pecadora qualquer, mas o Santo dos santos deveria nascer de uma escolhida santa e pura mulher).  
Outro dogma afirma que Maria é imaculada, foi proclamado pelo Papa Pio IX em 1954. Diz que ela não participou do pecado porque Deus a preservou de pecar em vista de sua missão; ser mãe daquele que tira os pecados do mundo. A redenção que Jesus nos alcançou foi aplicada à Maria de forma antecipada. coisas que somente Deus pode fazer, pois para Ele nada é impossível.


E por fim, o dogma da Assunção de Maria. Afirma que ela foi elevada ao Céu de corpo e alma.

Foi proclamado pelo Papa Pio XII em 1950. Ela se humilhou, se fez a serva do Senhor, como ela mesma disse ao Anjo em Lc1,1a. Por isso Deus mesmo a exaltou. Como ela mesma canta: "Doravante todas as gerações me chamarão Bem-Aveturada, porque o Senhor fez em mim maravilhas!" (Lc1, 48); Ela já está plenamente glorificada, unida ao seu Filho na sua glória!
Assim como participou plenamente do sofrimento de seu Filho, ela já participa plenamente da sua glória: "quem com Cristo sofre, com ele será glorificado!"
Todos esses dogmas marianos são retomados e confirmados pelo Concílio Vaticano II em 1962 e 1965, no capítulo VIII do Documento Pontifício "Lumen Gentiun", documento que trata da Igreja, e que termina falando de Maria, que é modelo da Igreja, discípula fiel e perfeita de seu filho Jesus, como deve ser toda a Igreja.
Os dogmas nos ajudam a compreender e viver a fé. Não engessam, mas são corrimãos que nos dão segurança para praticá-la. 

(tirado do texto de Pe. Eduardo Doughety,sj e Ms. Dr. Pedro C. Cipolini - Revista Brasil Cristão, edição set /2010). 


Aceitar, pois, a intercessão de Maria, também é aceitar a mediação de Jesus. Todos os dogmas referentes à Nossa Senhora foram cuidadosamente estudados e confirmados pela Sagrada Escritura. E foram testemunhados, desde o princípio da Igreja pelos Apóstolos e pelos santos padres. Nossa Senhora foi convidada por Deus a participar do seu plano de salvação da humanidade, aceitado no seu "sim" generoso, Deus a colocou no centro da história humana como aquela Cheia de  Graça que tendo concebido Jesus em seu puríssimo ventre, participou com ele de toda a história da salvação até sua entrega total na Cruz, sua Ressurreição e Ascensão, ainda participou do início da caminhada da Igreja. Estando presente em Pentecostes agora não só estava ali a Mãe do Senhor, mas estava ali Maria a Mãe da Igreja. Por isso ela, mais do que ninguém além de Mãe é Apóstola e discípula de Jesus em primeiro lugar.
     
Portanto, é derrubada a afirmação dos protestantes e evangélicos que querem denegrir a pessoa de nossa Senhora afirmando levianamente que ela foi uma mulher como outra qualquer. Não! Ela desde o início foi escolhida, preparada como a "Arca da Aliança" para que pudesse conceber o Verbo de Deus.
Deus desde o início da história humana exigiu para si só coisas boas, santas e puras, como afirma todo o Antigo Testamento, jamais escolheria uma pecadora, suja e impura para seu filho Jesus vir a nascer em seu ventre. Claro que não!
Deus exige só o que é bom, e portanto Nossa Senhora é tudo de bom, depois de Jesus, que a humanidade já conseguiu. Com ela podemos contar sempre, como nossa Mãe, Mestra e intercessora. Quem aceita Maria aceita Jesus, quem renega à Maria também renega Jesus, guarde bem isso!

 Pois Jesus tanto nos amou que nos deu ela como nossa Mãezinha do Céu!

terça-feira, 3 de julho de 2012

AS DESGRAÇAS NEM SEMPRE SÃO CASTIGOS

Você já deparou com alguém que vive achando que tudo de ruim que acontece na vida a culpa é de Deus, ou mandada por Deus como castigo, por este ou aquele pecado? - Pois é, quanta gente ainda pensa assim, não é mesmo? - talvez eu e você... Mas será que é isto mesmo?

Bem, ... segundo a Bíblia não é bem assim. São Lucas descreve no seu Evangelho como Jesus tratava desse assunto que, já a tanto tempo também incomodava algumas pessoas da sua época:

(Cf. Lc13, 1-8) - As pessoas não entendiam porque culpados ou inocentes eram mortos da mesma maneira. Isto é, no tempo de Jesus os criminosos sofriam as piores mortes. A cruz era destinada aos ladrões, presos políticos e assassinos. Os outros morriam de penas não menos piores. Mas, ali se misturavam tanto os puros, como costumavam chamar os judeus crentes, como os impuros, ou seja, aqueles que não observavam as leis de Deus. Bons e maus tinham o mesmo destino, a morte.

E achavam porém, que aquilo era um absurdo, ou um castigo de Deus. Jesus então explica que não. 
O que traz a desgraça e o sofrimento, não é a vontade de Deus, mas, a obra humana. A violência, a morte, a vingança, a fome, a miséria, as doenças e tantos outros tipos de desgraças, não são castigos de Deus. 

As desgraças que atraímos são provenientes daquilo que semeamos, o pecado. Foi o homem que introduziu o pecado no mundo, e o resultado do pecado é a morte - Rm5, 12. - "O salário do pecado é a morte". Rm 6,23.

Se semeamos coisas ruins, como: fofoca, inveja, maledicências, adultérios, ganância, etc. como podemos colher coisas boas?

Os castigos são consequências de nossos erros e não de Deus. O preço que pagamos é muito alto.
      
A culpa é do próprio ser humano que se esquece e desvia do caminho que Deus lhe oferece que é o amor. 

É o homem que mata o próprio homem. Deus ama a todos, para Deus não há distinção entre rico ou pobre, entre puro e impuro, todos são seus filhos. Cabe ao homem saber se arrepender e buscar o amor de Deus. Há muita gente que vê castigo em tudo, são pessimistas até consigo mesmos.

Jesus quer que prestemos atenção no que está a nossa volta. Quer que percebamos as diversas situações que nos levam a afastar-se de Deus e quer que procuremos viver de acordo com sua vontade. Ou do contrário iremos pro mesmo caminho daqueles que pereceram, não por causa de Deus, mas por causa do pecado. Hoje não é diferente, há vários tipos de mortes, sejam elas físicas ou espirituais, mortes e sofrimentos aos quais muitas vezes não são mandadas por Deus, mas sim, consequências de nossos próprios erros, quando escolhemos o errado ao invés do certo. Quando damos menos importância à Palavra de Deus e da Igreja, quando optamos por fazer o mal e não o bem.
Então ou sofremos os piores castigos, ou os piores tipos de mortes por arcar com as consequências de nossos erros e de nossa vida de futilidades.

São Paulo nos diz que o salário do pecado é a morte. Recebemos como consequência de uma vida desregrada, de pecados e vícios a morte como salário. Morte tanto do corpo, como da alma. Por outro lado quem opta por seguir e fazer o que Jesus quer possui vida em abundância, isso inclui a vida eterna.
Então não é Deus quem nos castiga, nós mesmos nos castigamos com nossos erros. Somos livres para escolher seguir o certo ou o errado, e as conseqüências dessa escolha depende única e exclusivamente de nós.

Segundo São Lucas, após este episódio, Jesus conta a parábola da figueira estéril. (Vs.6-9):
Um homem tinha plantado uma figueira, na sua vinha,  e, indo buscar o fruto não achou. Então disse o seu empregado: - Há três anos que venho procurando frutos nesta figueira e não encontro. Corte-a para que não ocupe inutilmente o terreno. Mas o empregado respondeu: - Meu senhor, deixa ainda este ano, eu lhe cavarei, porei adubo. Talvez dê frutos. Do contrário, corta-lha-ei.

Esta figueira de que Jesus fala, somos todos nós. Deus nos criou para que possamos dar bons frutos. Tem gente vive neste mundo e não faz nada, não trabalha, não estuda, não quer nada da vida e só vive fazendo o que não presta. Deus quer que sejamos frutuosos, isto é, que vivamos de acordo com sua Palavra. Ele quer que os bons frutos cresçam em nós a amadureça. E isso só acontece se o nosso coração, se nossa vida for regada e adubada com seu amor. Para isso ele nos oferece meios para os quais temos condições de ser boas "plantas". Um desses meios é a Sagrada Escritura, o segundo a Igreja, o terceiro os Sacramentos. Pelos quais todos nós somos constantemente adubados com o amor de Deus. 

Deus é o dono da vinha e da figueira. Jesus é o vinicultor que cuida desta vinha. A vinha é o Reino de Deus que começa já neste mundo. O terreno desta vinha é o nosso coração.
Jesus sempre está do nosso lado. Mesmo quando não somos capazes de produzir os frutos. Ele vem colocar seu "adubo" em nossas vidas. Como todo adubo é um composto de substâncias, o "adubo" que Jesus usa para nos fazer crescer e dar frutos é composto: Evangelho+Eucaristia+vivência dos Sacramentos+presença do Espírito Santo. Esta é a fórmula que nos torna capazes de produzir bons frutos. Sem eles o que que resta é a poda, da poda à lenha, da lenha à fogueira. 

Mas Jesus é esse vinicultor, cheio de paciência, que luta até no último momento para que possamos nos converter e ser melhores. Para darmos frutos e não precisar sermos cortados.

Jesus não quer cortar-nos de seu reino, Ele prefere esperar que possamos dar pelo menos um fruto, mas que esse fruto seja bom e agradável ao "dono da vinha", ou seja, Deus Pai. Mas, ... é preciso lembrar que se não dermos frutos, chegará a hora em que será preciso cortar a "figueira" pois, ela sendo inútil está inutilizando o terreno.

E é por causa de nossa falta de fé, de esperança, de amor. É por causa do pecado que não somos boas "figueiras". E quando vem as tribulações, quando sofremos os impactos da vida, quando sobrevêm a morte, aí achamos que Deus está nos castigando. Mas pelo contrário, somos nós que atraímos o castigo e a desgraças, são as nossas más condutas, nossos pecados e nossa vida totalmente ausente de Deus que nos leva ao vazio extremo, nos tornamos incapazes de ser felizes.

Mas você deve estar se perguntando...
Se Deus nos ama, porque então sofremos, ou melhor passamos pelo sofrimento?
Porque não encontramos respostas de Deus nas horas em que mais precisamos?

Bem... não é fácil responder esta pergunta sem um conhecimento interior. O fato é que quem passa pela experiência do amor de Deus sabe as respostas certas na hora certa e sabe vencer os sofrimentos da melhor maneira possível, porque tem fé. Isto é, acredita, confia e abandona no amor de Deus. Quem mais experimentou esse amor de Deus, quem mais pode provar este amor foi São Paulo, ele mesmo nos diz:     Que nos separará do amor de Deus? a dor?, a espada?, a nudez?, a fome?, a perseguição?, perigo? a espada? a morte? - mais adiante ele vai afirmar: se Deus é por nós quem será contra nós?
Por incrível que pareça Deus sempre está atento às nossas dificuldades. É por isso que para nos educar espiritualmente é necessário que passamos pela dor e pelo sofrimento, natural de todo ser humano. Deus sabe disso e é por isso que ele não poupou nem mesmo seu Filho que, enquanto homem também se fez um de nós, se encarnou, se igualou a nós em tudo menos no pecado. Aliás seu sofrimento na Cruz revela o quanto Deus quis se igualar a nós sofrendo como todo ser humano. Mas não ficou só na Cruz, se ficasse seria Deus um derrotado. Mas não! Ele passou pela morte e a venceu ressuscitando para nos provar que todo sofrimento tem começo meio e fim.
Assim conosco não seria diferente imaginar uma vida só de prazeres, de facilidades, de alegrias sem nada à conquistar no futuro. Ora! se Deus reserva o melhor para nós, e se sofrer faz parte de um plano superior é claro que Deus não deixará que o sofrimento nos vença. Pelo contrário, devemos vencer o sofrimento com Ele.

Assim como uma doença para ser tratada precisa de um bom médico e um bom diagnóstico. Muitas vezes o sofrimento precisa de um diagnóstico da alma, onde cada um deve se examinar espiritualmente. Quais os motivos que estão me levando a sofrer. Muitas vezes passamos pelo sofrimento físico, porque não há cura interior. Deus não interfere em nosso livre arbítrio, mas Ele nos mostra que muitas vezes o sofrimento, natural de todo homem, também é causado por chagas espirituais. Exige de nós uma libertação interior da alma. Por isso também o sacramento da Confissão é muito importante.

Se quisermos um exemplo de como vencer os sofrimentos devemos nos espelhar  em São Paulo. Ele mortificou em si o pecado, passou a viver para Cristo.
São Paulo se espelhou em um atleta de corrida. Para isso estabeleceu metas, estratégias. Ora, todos sabemos que o atleta para vencer precisa de esforço, precisa passar pelos sofrimentos, mas, sobretudo, precisa de uma boa estratégia e uma boa dieta se quiser vencer. Assim São Paulo tinha a sua meta:

a) Permanecer sempre no amor de Deus, nunca perder a direção espiritual.
b) Tinha uma relação íntima com Deus. Depois de sua conversão nunca se deixou enganar. Vivia para Cristo.
c) Sua estratégia era se afastar de tudo aquilo que o impedia de amar e servir a Jesus  Cristo.
d) Sua dieta era a riqueza da fé, a doçura da esperança e o brilho da caridade. Ele destacava que sem amor é impossível vencer os sofrimentos. Ele que experimentou esse amor de Deus nunca se deixou abater. A ponto de dizer: Quem nos separará do amor de Cristo? (...) "Ainda que eu tenha tudo, mesmo que eu fale a língua dos anjos, mesmo que tenha vigor de profeta, sem amor, eu nada seria!"
e) No sofrimento ele provou este amor, por isso não menosprezava o sofrimento, mas mortificando-os em Cristo, e pode afirmar: "Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro!"
f) E para confirmar a vitória, depois de passar e vencer os sofrimentos, com amor imenso ele diz: "Terminei minha carreira, (venci a corrida) guardei a minha fé!"
g) E para aqueles que, assim como hoje, se acham derrotados pelo sofrimento ele diz: "Agora só me resta esperar a Coroa como prêmio que o Justo Juiz (Jesus) me dará!"

No entanto, podemos perceber que: para São Paulo a chave para vencer o sofrimento, é: precisamos estabelecer uma relação de amor para com Deus. Muitas vezes falta-nos experimentar esse amor, pois, quando estamos com Deus o sofrimento apenas é uma questão de tempo.                         


             

terça-feira, 26 de junho de 2012

NOSSA VOCAÇÃO - Testemunhas da Salvação Universal

O amor de Deus não se detém na história de um povo, nas fronteiras de uma Igreja, nos ritos de uma religiosidade.

Deus é a fonte de salvação para toda  a humanidade e Jesus veio ao mundo dar testemunho para todos que, no amor, se conduzem pela fome e sede de justiça, fraternidade e paz.

Deus não se confina às páginas da Bíblia e a missão de Jesus não se limita às palavras do Novo Testamento. Também os não-cristãos estão sob bênção e reconhecem o Deus verdadeiro.

Jesus de Nazaré tem sido aquela luz que inspira e liberta as pessoas em busca de uma vida mais digna, sem que necessariamente transponha o limiar da Igreja Católica.

Jesus tem a ver não só com os que foram batizados em eu nome, mas com todos que superam a revolta o medo na paciente e corajosa resistência contra toda forma de violência e exclusão.

Se debaixo do Céu não há nenhum outro Nome em que possamos ser partícipes da Vida e da Salvação, também aguardam seu amor todos que praticam a solidariedade.

Muros sejam derrubados e preconceitos sejam superados, pois "há um só Senhor, uma só fé, um só batismo" e todos vivemos sob o impulso da mesma esperança, embora os caminhos possam ser diversos. 
Podemos dizer enquanto nesta ou naquela Igreja que nossas idéias se divergem, mas, lá fora somos todos pertencentes ao rebanho do único Senhor.
Lutamos pelos mesmos ideais, proclamamos o mesmo Evangelho para que todos possam chegar ao conhecimento do Caminho e da única Verdade, que é Jesus.

Por isso, Deus nunca nos abandona, embora sejamos pecadores Ele conserva em nível elevado sua paternidade e nossa condição de filhos adotivos a um destino, a glória. A todos comunica sua graça e a estende de modo especial não importa quem somos ou o que fazemos.
Jesus nos vocaciona para trocar a desconfiança, o isolamento, por uma abertura fraterna, capaz de nos fazer enxergar que todos somos filhos de um único Pai, que Jesus é nosso irmão e se Ele é nosso irmão então somos uma  só família não importa se somos cristãos ou não, devemos ser abertos a todos.

Mais do que uma cultura mundial ou Igreja única devemos fraternizar a multiplicidade de culturas e religiões, sem particularismo e com o denominador comum de uma fraternidade universal.

Pois o mandado de Jesus se estende ao mundo inteiro, pois todos, negros, brancos, índios, mestiços... todos são receptáculos do Evangelho e da salvação.
Cristo nos envia não para forçar uma religião, mas para colocar o amor de Deus através de Jesus como uma proposta de vida. 

Pois Deus quer que através de nós e de nosso testemunho, possamos fazer com que as pessoas possam conhecê-lo e amá-lo através do amor salvador e redentor de seu Filho JESUS.

CRER TEM A VER COM CRISTO

Enxergar no insignificante, espelhado em tudo e todos, o respirar de algo mais que deseja deslizar em nossa pequenez como mediação do grande Mistério, fazendo que se anuncie além fronteiras.

Envolver-se na ondulação do espírito que ecoa em nosso sonhar, sentir, falar e agir; e captar a misteriosa coesão que vibra em tudo e em todos, reconhecendo que a vida é o bem mais do que é.

Abraçar sempre mais a urgência de existir e inalar o sopro de Deus, expondo-se à luz, em tudo, a fim de tornar  mais sereno o ser mais responsável o agir em vista de boa qualidade de vida.

Orientar-se., nos avaliar e agir por visão ampla e postura solidária, em fragilidade assumida e medos partilhados, mergulhando no cotidiano como desafio feito convite ao crescimento.

Abrir-se aos outros por presença amiga e doação transformadora, em clima de confiança e sem programar demais, haurindo também do imprevisto uma nova oferta para a aventura do existir.

Acolher cada momento , com desapego, em seu significado que liga nossas experiências ao bem comum, permitindo assim que algo novo evidencie a transcendência  na finitude humana.

Ativar, em tudo que empreendemos,  a alma de poesia e o espírito de obra de arte, suscitando encantamento para sinalizar a luz, cujo o brilho e a rotina não consegue ofuscar.

Seguir o compasso do sonho que imprime alegria ao provisório e revela algo milagroso no cotidiano, fazendo nascer vida nova do vazio de uma decepção ou de uma semente que morre.

Caminhar ao encontro de si nas intempéries da existência e cumprir o sentido da própria missão, fazendo com afinco e criatividade o individual e servir ao social e o sagrado e o profano.




No humano deixar tocar-se pelo divino, erguer o que está prostrado e enriquecer com esperança adiamento e dor, integrando fragmentos para captar algo surpreendente até o que é banal.


Lição de Vida:



O POTE RACHADO



Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponto de uma vara, que ele carregava atravessada em seu pescoço.


Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e chegava sempre cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe. O pote rachado chegava apenas pela metade.


Foi assim por dois anos, diariamente o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe.
Claro, o pote cheio estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição, sentia-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que havia sido designado a fazer.


Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem um dia, à beira do poço:


- Estou envergonhado, quero pedir-lhe desculpas.
- Por quê? - Perguntou o homem. - De que você está envergonhado?
- Nesses dois anos eu fui capaz de carregar apenas metade da água, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze todo o caminho da casa de seu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo por seus esforços - disse o pote.


O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:
- Assim que retornarmos para a casa do meu senhor, quero que perceba as flores pelo caminho.


De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao lado do caminho e isso lhe deu ânimo.
Mas, ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal, porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha.


Disse o homem ao pote:


- Você notou pelo caminho só havia flores do seu lado?


Notou ainda que a cada dia, enquanto voltávamos do poço, você as regava? Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter essas lindas flores para embelezar a sua casa.


Cada um de nós tem seus próprios defeitos. Todos nós somos como potes rachados. Porém, se permitirmos, o Senhor Deus vai usar nossos defeitos para embelezar ainda mais e mesa do pai.
Na grandeza econômica de Deus, que nos ama e nos quer bem nada se perde. Nunca deveríamos ter medo dos nossos defeitos. Basta reconhecê-los, e eles, com certeza, embelezarão a mesa de alguém... pois é das fraquezas que nasce a força... devemos lembrar de que Jesus se humilhou na Cruz por nós, e assim como um pote rachado, estava seu coração rachado, traspassado, jorrou água, e vaza sobre nós inúmeras graças, são flores que colhemos e que seu coração aberto regou para que colhêssemos.
Assim não importa nossas imperfeições, importa que Deus ama cada um de nós, e faz de nossas imperfeições as perfeições que constroem um mundo melhor.


"Deus nos modela de tal forma, como o oleiro modela o vaso. De modo que tenhamos uma beleza particular e com ela contribuamos para a beleza de um mundo melhor! "   
        
Somos potes rachados, isto é, somos limitados e imperfeitos, mas mesmo com nossas imperfeições, podemos modificar o ambiente em que vivemos, construir uma sociedade melhor, com valores que edificam a todos. Assim, a água que jorramos para fora, não deve se perder mas deve cultivar as flores da alegria e da solidariedade, da paz e do amor. Podemos, mesmo com nossas fragilidades lutar por um mundo mais justo e pacífico. Jesus disse que: São "bem-aventurados" os justos, os pacificadores e os misericordiosos, os que tem fome e sede de justiça, os humildes, os que choram e os perseguidos, porque, assim como Ele, grande será nossa alegria no céu.


 Assim, pois, não importa nossa pequenez, não importa nossas limitações, não importa que nos critique, não importa se somos frágeis, se caímos, se levantamos, importa que apontemos, não o dedo para as pessoas, mas apontemos Jesus aos que estão precisando, e com Jesus sigamos a fazer o bem sem esperar recompensa, pois a recompensa são flores que brotarão depois com o passar do tempo. Deus faz das imperfeições a perfeição, eleva os humildes e o que parece ser infelicidade, Deus pode fazer tornar felicidade... Por isso quando olhamos para a humilhação de Cristo na Cruz, logo também olhamos para a glória e a grandeza da vitória da ressurreição.
Se acharmos que para pregar o Evangelho temos que ser perfeitos, estamos enganados, pois o  Evangelho consiste em que sejamos portadores da humildade e dentro das nossas limitações sejamos capazes de sair vencedores com o que somos e não com o que aparentamos ser, pois Deus humilha os soberbos e eleva os humildes. Mesmo como "potes rachados" cheios do Espírito Santo, podemos regar os caminhos secos e torná-los férteis capazes de produzir as sementes do Evangelho. Ao parar aqui e ali, ao deixar escapar esta água, faremos com que muitos "chãos" que nunca conheceram Jesus, seja regado e logo veremos que as "flores" da Palavra foram regadas e nasceram graças às rachaduras.
Jesus poderia escolher até as criaturas celestes mais perfeitas para anunciar o Evangelho, no entanto, escolheu gente simples, homens simples para que o Evangelho não apenas se torne uma causa mas uma família, e assim sua Palavra possa não só servir para ser anunciada mas para curar-nos à medida que caminhamos. Devemos lembrar que até que nossas "rachaduras" estejam fechadas, antes é necessário vazar a água do amor que todos precisam beber.
  
Jesus não olha nossas limitações, Ele olha nossa boa vontade  e o "por-se de pé" o "ir-se à luta" o "enjangar-se";  Ele vê e aceita nossas escolhas, Jesus precisa de cada um de nós para a construção de seu Reino. 
Podemos e devemos nos sentir felizes quando essa "água" de nossas boas ações servir para enriquecer nosso ambiente seja ele social ou familiar.
Para isso o pouco que temos se regado com esperança e fé, fazer-se-á muitos frutos, muitas flores na estrada de nosso caminhar.
Jesus disse que se conhece a árvore pelo seu fruto, bom ou ruim. Devemos ser vasos que jorram águas para fertilizar e nascer "flores de amor" nos corações, principalmente onde não há nenhuma esperança, é nosso dever insistir para que as pessoas  sejam regadas com a água de nosso amor, a fim de construir um mundo mais justo, mais humano e fraterno.
Ninguém é tão pobre que não tenha nada a oferecer, e, se podemos fazer o bem devemos ocupar nosso lugar exercer nossa vocação de filhos e filhas de Deus, embora sejamos limitados, pela metade, grande será nossa recompensa em ver o bem acontecer. 
  






sábado, 23 de junho de 2012

SÃO TARCÍSIO - Padroeiro dos Acólitos ou Coroinhas e dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística


Você conhece São Tarcísio?


Vamos conhecer um pouco mais da história deste santo, que é pouco conhecido, mas é o padreiro dos acólitos ou coroinhas e dos ministros extraordinários da Comunhão Eucarística.

Tarcísio era acólito, isto é, coroinha na Igreja em Roma, servia no altar nos serviços secundários, acompanhava o próprio santo padre o Papa na celebração da Santa Missa. No decorrer da perseguição do Imperador Romano Valeriano, muitos cristãos foram presos e condenados à morte. Era costume levar (as escondidas) a Eucaristia  aos cristãos que estavam presos para reanimá-los na fé.
Um dia, às vésperas de um martírio de cristãos foi preciso que levasse a Eucaristia a eles. O problema era a falta de pessoas que pudessem ter a coragem de passar pelos soldados romanos para levá-la.
Foi quando Tarcísio se ofereceu e disse: "Deixe-me levar a Eucaristia, estou pronto. Posso passar pelos pagãos sem ser percebido, ainda sou uma criança". Mas o Santo padre o Papa Sisto II temia-lhe a morte, tinha medo de que os pagãos o obrigasse  a entregar a Eucaristia a eles e o matassem.
Mas Tarcísio respondeu ao Santo padre dizendo que preferia a morte do que entregar a Eucaristia a eles. E disse essas palavras: "Prefiro a morte que trair meu Senhor!"
O Papa Sisto II então entregou-lhes a Eucaristia dizendo: "Aqui está Jesus, que levarás aos nossos irmãos prisioneiros. Que Ele te acompanhe, vai meu filho!"
E ninguém havia reparado aquele menino que caminhava um tanto fora da rua com as mãos sobre o peito, guardando seu bem mais precioso: O Santíssimo Sacramento!
Passando por uma rua chamada Via Ápia, alguns garotos chamaram-no para brincar, mas Tarcísio se recusou dizendo que estava levando um recado urgente. Os garotos insistiram... tentando descobrir o que Tarcísio levava. Diante da recusa os garotos ameaçaram empurrá-lo, ele porém resistia, porque sabendo que eram pagãos poderiam profanar o Corpo de Cristo.
Sua resistência fez aumentar a ira dos garotos e descobriram que era um cristão... então começaram a lhe dar pontapés e pedradas. Tarcísio caiu ao chão, todo ensanguentado, (e a brutalidade foi tamanha que o levou à morte).
As mãos de Tarcísio continuava protegendo o Santíssimo Sacramento. Para surpresa de todos surge ali um soldado que às escondidas frequentava o culto dos cristãos. Os garotos ao verem que o soldado se aproximava fugiram... deixando ali o pobre garoto ferido e agonizando. Ele porém, levantou-o do chão e exclamou surpreso e muito comovido: "É o Tarcísio! já o vi nas catacumbas fazendo orações!

**No início do cristianismo, por causa da perseguição aos cristãos, estes se reuniam nas catacumbas (espécie de cemitério com túmulos subterrâneos onde enterravam os mortos) e ali faziam suas orações, pois, o culto cristão era proibido. 

O pequeno mártir não resistiu e morreu nos braços do soldado com as mãos sobre o peito apertando ainda mais a Santíssima Eucaristia.
Esta é a história desse pequeno acólito que com mais ou menos doze anos tanto amou Jesus Sacramentado que deu sua vida à protegê-Lo. Ele é para nós hoje um exemplo a ser seguido.
Seu dia é comemorado em 15 de agosto.

A história do martírio desse pequeno e ao mesmo tempo grande santo mártir do início do cristianismo, nos faz hoje rever de que forma estamos vivendo nossa fé. 
Tarcísio teve uma atitude heroica, aliás, os santos quando viveram sua fé a exerceram de formas heroicas. Isto é com a bravura de um soldado. lutaram e defenderam a causa do Evangelho, não por imposição, mas por amor a Jesus Cristo.

Mas olhando para a coragem de Tarcísio, vemos a ternura de alguém que amou de verdade o Senhor Jesus presente na Eucaristia. Um amor que foi de total entrega. A coragem de Tarcísio precisa ser a nossa. Em vez de nos afastar de Jesus na Eucaristia, deveríamos chegar bem perto dele, ou melhor, como Tarcísio, recebê-Lo em nosso coração.
Esse Jesus, o Pão Vivo que está presente no Santíssimo Sacramento do Altar quer caminhar junto de nós, quer ir ao encontro dos pobres, necessitados, doentes e encarcerados e muitas vezes não chega, porque nos falta coragem para estender as mãos e oferecer Jesus as pessoas.

Se seguirmos o exemplo de S. Tarcísio, vamos entender que Jesus precisa ir por nossas mãos ao encontro daqueles que não o conhecem, primeiro pelo pão da Palavra e depois pelo Pão da Eucaristia que é Ele próprio.
Parece-nos ecoar a mesma voz do Santo Padre Sisto II aos nossos ouvidos: "Aqui está Jesus, levarás aos nossos irmãos..."

Jesus quer e conta conosco para ser levado em todos os lugares. Num Brasil onde está na moda não querer falar de Deus e Jesus, onde a todo momento vemos nossos símbolos católicos serem retirados dos diversos ambientes... Pensemos: que estamos fazendo para anunciá-Lo às pessoas? 

Também nos faz lembrar que todo cristão, merece se confessar e receber a Eucaristia!
Tomemos pois o exemplo dos primeiros cristãos que mesmo diante das terríveis perseguições não deixavam de consolar e fortalecer na fé os que estavam encarcerados.
No mundo de hoje são tantas pessoas que vivem encarceradas pelos vícios, pelos pecados e outros que são perseguidos porque anunciam o reino de Deus. A esses e a tantos é que Jesus precisa chegar e confortar a cada um. 

ORAÇÃO A SÃO TARCÍSIO

Ó glorioso São Tarcísio, que agora no céu estais a gozando o prêmio do vosso amor verdadeiro a Deus, de fidelidade e proteção constante à Santa Eucaristia.

Abençoai nossas famílias e os devotos, que buscam em Ti o Amor e a Coragem de lutar por Jesus Cristo.

Quero, neste dia, seguir sua bravura, sentindo em meu coração a Santa Eucaristia, seguindo a Jesus Cristo, amando e respeitando o serviço de sua Igreja, o Magistério de nossa Fé.

Livrai-me da maldade e de tudo o que pode me separar de Deus, do próximo e da salvação eterna. Concedei-me a graça que desejo alcançar (Fazer o Pedido).

Graças e louvores se dê a cada momento, ao Digníssimo Santíssimo Sacramento.
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