domingo, 26 de abril de 2020

JOVEM DE 17 ANOS SE CONVERTE À IGREJA CATÓLICA E DÁ SEU TESTEMUNHO

Meu nome é Lucas e tenho 19 anos. Fui por 17 anos evangélico de uma grande denominação, mas, foi apenas com 13 anos quando me “batizei” que me engajei na igreja que frequentava.

Entrei para o grupo de jovens, no coral da igreja e na orquestra de sopro. Adorava de certa forma a receptividade de meus colegas de congregação.
Mas, no entanto, um dia, três dias antes do meu aniversário de dezesseis anos, um pastor veio de outra igreja para pregar, ele colocou um ponto de interrogação: “Irmãos, será que as igrejas atuais são verdadeiramente as mesmas da igreja primitiva?”

Fiquei com essa pergunta em minha cabeça e então comecei a pesquisar sobre o assunto; e sabe Deus como, parei em Martinho Lutero. Quando li um livro chamado “Heróis da Fé” de Orlando Boyer, vi quando Martinho Lutero havia sido um mártir da igreja, e que a Igreja Católica era a “Bruxa má” da história, com sua inquisição que matou 20 milhões de cristãos (lógico que isso era puro marketing dos protestantes, na verdade, a inquisição não matou ninguém). Enfim, comecei uma paixão cega a esse Lutero, de tal maneira que ignorei os escritos que falavam contra ele e suas ideias heréticas.

No entanto, tudo mudou no dia 11 de fevereiro, de 2013. Sem dúvida a renúncia do Papa emérito Bento XVI chocou o mundo e de uma certa forma eu estava naquele grupo do “ele renunciou?” Tá, e eu com isso? ... mas, não segui o exemplo do grupo que pertencia e comecei a pesquisar sobre a história da Igreja Católica; e eis que nessas andanças pela internet comecei a ler vários artigos, bem como do padre Paulo Ricardo e outros blogs na internet.
Comecei a conhecer o que era a Igreja Católica. Sabe como eu via a Igreja? Como um bando de pessoas que iam queimar incenso e adorar imagens imóveis, e que acreditavam que eles eram deuses (verdadeiramente nunca tinha entrado e mais estranhamente, quem fala essas coisas da Santa Igreja, nunca pisaram dentro de uma.).

Mas, vi que é uma Igreja que tem mais de dois mil anos, que mesmo passando pelas maiores tribulações se mantém firme. Com uma sucessão desde o Apóstolo São Pedro, que recebeu do próprio Cristo a chefia da Igreja.
Eu ainda, nessa época estava adquirindo a experiência, queria ter certeza que estava certo de minhas conclusões e os exemplos à minha volta não me ajudavam. Nessa época meus pais haviam se separado, minha mãe havia ido morar em outro Estado, eu perguntava: “Deus, será que estou no caminho errado?”

No dia seguinte após ter ficado com essa incógnita, fui consultar uma professora de escola dominical, que havia ficado 30 anos na Igreja Presbiteriana. Quando a questionei sobre a Sola Scriptura, teria algum baseamento bíblico ela me interrompeu com a pergunta; “Está questionando um dos pontos principais de nossa fé?”
Eis que fiz algo que não costumava fazer, ficar gago. Retomei a pergunta e ela me respondeu: “Isso não precisa estar escrito na Bíblia, é uma tradição que vem dos tempos da Reforma Protestante”. 
E saí com mais dúvidas que entrei, como as tradições apostólicas da Igreja Católica não podem ser aceitas, mas, a tradição ditada por um homem que se rebelou contra a própria Ordem pode ser?

E, eis que no ano de 2014 começava com novidades na minha casa. Minha irmã havia decidido ingressar na Igreja Católica. Como queria ter tido a coragem que ela teve!
Parte do processo de conversão partiu do meu pai, que é um daqueles católicos desligados, (pelo menos foi o que minha catequista notou. Ria o jovem. E a outra parte de meus estudos “loucos” sobre a santa Igreja.
O dia que ganhei um pontapé nos fundilhos, foi no dia 09 de novembro de 2014, segundo dia de provas do ENEM, mas, antes de ir ao exame, acompanhei um dos momentos mais sublimes de minha vida: ver minha irmã receber os três sacramentos. Havia relutado em ir a cerimônia, com a desculpa que teria que fazer a tarde o exame. Mas, de última hora decidi ir. Não me arrependo da escolha que fiz. Acompanhar o batismo foi sublime, mais sublime, foi o pároco, que a cada momento da celebração explicava o significado dos sacramentos que seriam impostos; Batismo, Eucaristia e Crisma.

Acompanhei a celebração com os olhos fixos no Altar. Resumindo: Ao final da celebração, fui até a sacristia, e falei com o Padre Antônio, onde contei a minha vida a ele, e confessei que nunca tinha visto uma celebração tão sincera como aquela e que a partir daquele momento queria me tornar um católico, e ele me disse algo que até hoje não sai da minha cabeça: “Ser um católico meia boca todo mundo consegue ser, mas, um bom católico tem que seguir uma boa caminhada, mas, não espere mar de rosas, você vai enfrentar muitas tempestades”.

Ele nunca esteve tão certo, perdi pessoas que um dia me chamaram de “amigo”, pessoas que passei dezessete anos de minha vida ao lado, e que apenas ao pronunciar as palavras “me converti do catolicismo”, deram as costas e me trataram como um desconhecido.
Mas, como dizem, “quando Deus fecha uma porta, ele abre uma janela”, ganhei muitas pessoas que estão me auxiliando em minha caminhada, e principalmente uma Mãe, que acolhe a todos com amor.
Acho a frase de G. K. Chesterton resume toda minha conversão: “Uma coisa morta pode seguir a correnteza, mas, somente uma coisa viva pode contrariá-la”. Recebo meus sacramentos no dia 22/11, depois de um ano de muitas lutas e perseveranças e dentre em breve estarei fazendo discernimento vocacional para o sacerdócio.

Para finalizar meu testemunho, deixo a frase de São João Paulo II: “Os jovens estão chamados a serem protagonistas dos novos tempos. Tenho plena confiança neles e estou certo de que têm a vontade de não defraudar nem a Deus, nem a sociedade da que provém”.    

Paz e bem!
Lucas Freitas
    
             
                        

                              

domingo, 5 de abril de 2020

Domingo de Ramos. O que significa?



"Hosana ao Filho de Davi, Bendito o que vem em nome do Senhor!" - eis a aclamação do povo a Jesus.

O Domingo de Ramos é uma celebração cristã realizada um domingo antes da Páscoa.



A Igreja faz-nos reviver e recordar a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, um evento da vida de Jesus mencionado nos quatro evangelhos canônicos:

Marcos 11:1

Mateus 21:1-11

Lucas 19:28-44

João 12:12-19).



Diz a tradição que Jesus teria entrado pela porta dourada de Jerusalém. Jesus foi recebido e aclamado como rei de Israel. Embora esse mesmo povo que lhe recebeu como rei foi o mesmo que o entregou à morte. Por isso, os dois lados da Liturgia no primeiro recorda a alegria da aclamação do povo com seus aplausos e seus "hosanas" e depois termina com a sua paixão.



Eis que o rei Jesus se entrega à morte de cruz. O povo queriam-no rei, mas, ele preferiu a cruz para nossa salvação. Seu reinado não era deste mundo como bem o disse a Pilatos. Um dia Ele, o Rei  virá, mas, não naquele dia, pois, antes era necessário que o Rei  primeiro cumprisse seu papel para que veio; ser o salvador da humanidade.        



Na liturgia romana, este dia é denominado de "Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor".



A liturgia católica ainda denomina o ato da festiva entrada de Jesus como: "Páscoa Florida", em contraste com a Páscoa enquanto tal que é "frutífera" e Pascha competentium ou Pascha petitum, pois, era durante essa festa que "aqueles que pedem" o Batismo são apresentados.



Em muitas denominações cristãs, o Domingo de Ramos é conhecido pela distribuição de folhas de palmeiras para os fiéis reunidos na igreja. Em lugares onde é difícil consegui-las por causa do clima, ramos de diversas árvores são utilizados.

Nos relatos evangélicos, a entrada triunfal de Jesus ocorre por volta de uma semana antes de sua ressurreição.



De acordo com eles, Jesus chegou montado em um jumento em Jerusalém e o povo, festivo, lançou seus mantos à sua frente, assim como pequenos ramos de árvores. A multidão cantou parte de um salmo (Salmos 118:25-26) — "Salva-nos agora, te pedimos, ó Javé; Ó Javé, envia-nos agora a prosperidade. Bendito seja aquele que vem em nome de Javé, Da casa de Javé vos abençoamos."

O simbolismo do jumento pode ser uma referência à tradição oriental de que este é um animal da paz, ao contrário do cavalo, que seria um animal de guerra. Segundo esta tradição, um rei chegava montado num cavalo quando queria a guerra e num jumento quando procurava a paz. Portanto, a entrada de Jesus em Jerusalém simbolizaria sua entrada como um "príncipe da paz" e não um rei guerreiro.



Em Lucas 19:41, conforme Jesus se aproxima de Jerusalém, ele olha para a cidade e chora por ela (no evento conhecido como em latim: Flevit super illam), já prevendo o sofrimento a que passará a cidade.

Em muitos lugares no Oriente Próximo antigo, era costumeiro cobrir de alguma forma o caminho à frente de alguém que merecesse grandes honras. A Bíblia hebraica (II Reis 9:13) relatam que Jeú, filho de Josafá, recebeu este tratamento. Tanto nos evangelhos sinóticos quanto o Evangelho de João reportam que a multidão conferiu a Jesus esta honraria. Porém, nos sinóticos, o povo aparece lançando suas vestes e juncos cortados na rua, enquanto que em João, mais especificamente, menciona ramos de palmeira. Estes eram símbolos de triunfo e vitória na tradição judaica e aparecem em outros lugares da Bíblia (Levítico 23:40 e Apocalipse 7:9, por exemplo). Por causa disto, a cena do povo recebendo Jesus com as palmas e cobrindo seu caminho com ela e com suas vestes se torna simbólica e importante.



No Ocidente e países da América Latina.

O rito romano da celebração do Domingo de Ramos começa em lugar ou uma capela ou igreja afastada de onde será rezada a Missa. Os ramos que os fiéis levam consigo são abençoados pelo sacerdote.

Então, este proclama o Evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém, e inicia-se a procissão com algumas orações próprias da festa, rumo à igreja principal ou matriz. Nesta procissão, canta-se o solene canto chamado "Hino ao Cristo Redentor":

Glória, louvor, honra a ti, ó Cristo Rei, redentor. Sobe a ti piedoso hosana, dos pequenos o clamor!

De Israel rei esperado: de Davi ilustre filho; o Senhor é que te envia, ouve pois nosso estribilho. Todos juntos te celebram, quer na terra ou nas alturas; cantam todos teus louvores, anjos, homens, criaturas. Veio a ti o povo hebreu, com seus ramos, suas palmas; também hoje te trazemos nossos hinos, nossas almas. Festejam a tua entrada, que ao Calvário conduzia; mas agora que tu reinas maior é nossa alegria. Agradaram-te os seus hinos, nossos hinos igualmente; o que é bom tu sempre acolhes, Rei bondoso, Rei clemente.



Em algumas cidades como Ouro Preto, Pirenópolis, Resende Costa e São João Del Rei, esta procissão é acompanhada de banda de música. Ao chegar onde será celebrada a missa solene, a festa muda de caráter, passando a celebrar a Paixão de Cristo. É narrado o Evangelho da Paixão, e segue a Liturgia Eucarística como de costume.

O sentido da festa do Domingo de Ramos tratar tanto da entrada triunfal de Cristo em Jerusalém, e depois recordar sua Paixão, é que essas duas datas estão intensamente unidas. A Igreja recorda que o mesmo Cristo que foi aclamado como rei pela multidão no domingo, é crucificado sob o pedido da mesma multidão na sexta. Assim, o Domingo de Ramos é um resumo dos acontecimentos da Semana Santa e também sua solene abertura.

Em muitas igrejas, as folhas de palmeira são guardadas para serem queimadas na Quarta-feira de Cinzas do ano seguinte.

Em algumas regiões não há palmeiras, pelo que são utilizados os ramos de outras árvores, tais como o loureiro ou a oliveira.

A Igreja Católica considera as folhas abençoadas como sagradas.

Na Igreja Ortodoxa, o Domingo de Ramos é geralmente chamado de "Entrada do Senhor em Jerusalém" e é uma das Doze Grandes Festas do ano litúrgico, além de marcar o início da Semana Santa.

O dia anterior é conhecido como Sábado de Lázaro e comemora a ressurreição de Lázaro.

Ao contrário do ocidente, o Domingo de Ramos não é considerado como parte da Quaresma, com a chamada Grande Quaresma ortodoxa terminando na sexta anterior.

O Sábado de Lázaro, Domingo de Ramos e a Semana Santa são considerados como um período separado de jejuns. No sábado, os fiéis geralmente preparam as folhas de palmeira trançando-as na forma de cruzes antes da procissão no domingo. A decoração das igrejas e as vestimentas dos sacerdotes são alteradas para uma cor festiva — dourado na tradição grega e verde nas eslavas.

O Tropário da festa indica que a ressurreição de Lázaro é uma versão anterior da ressurreição do próprio Jesus.

Não há nenhum requisito canônico sobre que tipo de ramo deve ser usado e, por isso, alguns ortodoxos se utilizam de oliveiras ou ramos de salgueiros.



Seja qual for o tipo, estes ramos são abençoados e distribuídos com velas seja durante a Vigília da Noite Inteira na véspera da festa (sábado à noite) ou antes da Divina Liturgia no domingo de manhã.

 A grande abertura da Divina Liturgia comemora a "Entrada do Senhor em Jerusalém" e, assim, a significância do momento é sublinhada no Domingo de Ramos pela multidão de pé, segurando os ramos e as velas acesas. Os fiéis levam depois os ramos e velas para casa após o serviço religioso e os preservam como "bênçãos".



Na Rússia, procissões eram realizadas em diversas cidades, principalmente em Novgorod, entre 1558 e 1693, em Moscou. Ela aparecia de forma proeminente no relato de testemunhas e era mencionada nos mapas ocidentais contemporâneos. O patriarca de Moscou, representando Cristo, montava num "jumento" (um cavalo vestido com panos brancos na realidade); o Czar da Rússia humildemente liderava a procissão a pé. Originalmente, as procissões em Moscou começavam dentro do Kremlin e terminavam na Igreja da Trindade, atualmente conhecida como Catedral de São Basílio, mas, em 1658, o patriarca Nikon inverteu a ordem da procissão. Pedro I, como parte da nacionalização da igreja, acabou com o costume, com tentativas de recriação aparecendo novamente no século XXI.



Nas Igrejas ortodoxas orientais, as folhas de palmeira são distribuídas na frente da igreja, nas escadarias e os santuários são todos decorados com flores. A congregação então realiza a procissão através da igreja e fora dela.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

domingo, 1 de março de 2020

QUARESMA - é tempo de revisão de vida e de reconciliação com Deus e os irmãos. Como fazer uma boa confissão?

Nós católicos, todos os anos, 40 dias antes da celebração da Páscoa do Senhor, nos preparamos para esta festa que é o ápice do cristianismo, chamamos esse tempo de Quaresma, o número 40 possui um significado muito bonito na Sagrada Escritura, podemos citar alguns exemplos: a) 40 dias do dilúvio (Gên7, 17); b) 40 anos da passagem do povo Judeu no deserto em espera da Terra Prometida; 40 dias de Jejum e recolhimento de Jesus no deserto (Mt 4,2). Então não é uma simples invenção da Igreja que estabelece esses 40 dias para preparação para a Páscoa de Jesus, ela está dentro do contexto significativo da Sagrada Escritura, onde o próprio Cristo antes iniciar sua missão ou sua vida pública, faz um retiro espiritual de 40 dias a sós no deserto. O deserto na Bíblia não significa um lugar de solidão, mas um lugar de reflexão, Jesus precisa estar a sós com seu Pai, precisava meditar, orar e preparar para sua missão, era, enquanto homem, um judeu orante. Toda História da Salvação iniciou-se com a trajetória do povo Judeu, que começou no deserto, foi lá que Deus se revelou a Moisés, como o Deus IAVEH, que significa, "Eu sou", e Jesus quis esta experiência para si, quis experimentar a solidão do deserto para estar a sós com o Pai e lá se preparar para a sua missão salvadora. Portanto, nós cristãos, retomamos a mesma atitude de  Jesus, não indo para o deserto (local, lugar), mas esses 40 dias em que nos preparamos para a Páscoa de Jesus, voltamos a olhar para o nosso interior para rever nossos conceitos, nossas atitudes as quais devemos e podemos melhorar. Faz parte da vida cristã a reconciliação conosco, com Deus e com o próximo. Por isso , Quaresma é tempo de conversão, isto é de mudança de vida, mas , essa mudança não pode ficar só nesses 40 dias ela deve mudar toda a nossa vida até o fim dos nossos dias aqui neste mundo.

A Quaresma quer nos propor em que coloquemos o Senhor Jesus como ponto central na nossa vida. Só Jesus é o Senhor e a ele devemos servir em justiça e santidade. A Quaresma é um tempo de deserto, isto é tempo de oração mais intensa, tempo de reflexão para que possamos mudar nossas relações com Deus.

O Tempo Quaresmal inicia-se na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quarta-feira santa; Na Quarta-feira de Cinzas, a Igreja nos relembra através da Liturgia que nós somos pó, isto é, viemos do pós, e ao pó voltaremos, isto significa que somos limitados, pecadores, somos pobres mortais neste mundo e necessitamos sempre da misericórdia de Deus.

Mas, para isso devemos buscar a conversão de coração contrito e humilde. Essa conversão é expressada na simbologia da cinza, onde o Sacerdote nos diz: "Lembra-te que tu és pó e ao pó voltarás!" e ao colocar sobre nossas cabeças a cinza e ao traçar o sinal da Cruz o sacerdote diz: "Convertei-vos e crede no Evangelho" - logo, a cinza não apaga os pecados de ninguém, apenas simboliza um gesto de penitência, nos lembra que todos nós fomos feitos do pó da terra e somos limitados, e assim necessitamos de conversão. Todos nós temos algo para mudar, todos nós somos pecadores. A partir daí somos convidados nesses 40 dias a buscar a conversão, a mudança de conceitos em nossa vida e a reconciliar-se com Deus através do Sacramento da confissão. Como pede o Mandamento da Igreja:
 "Confessar-se  ao menos uma vez no ano por ocasião da Páscoa"

Mesmo que tenhamos uma vida cristã correta, mesmo assim devemos buscar e viver a conversão. Pois, não existe este ou aquele que não precise de conversão, pois, todos somos pecadores e necessitamos da conversão e do perdão dos pecados. Cristo é o Cordeiro de Deus, (como disse João Batista: Jo1, 29), aquele que tira o pecado do mundo. por isso devemos buscá-lo.

Então, na Quaresma podemos dizer que Jesus nos chama através da Igreja, nos convida a voltar-se para Ele e receber o seu amor.

E Deus quer, Ele deseja que o busquemos e nos reconciliemos, pois, assim como todo bom pai espera pelo regresso do filho perdido, Deus, nosso Pai através de Jesus quer que o voltemos a Ele e para sua casa, e Ele sempre está disposto a nos perdoar e nos acolher porque Deus é Amor e é nosso Pai Eterno. 

Por isso, nesse tempo solene quaresmal, que é um tempo de graça abundante, devemos buscar a Confissão, em primeiro lugar, mas antes de ir buscar este Sacramento, devemos reconciliar-nos com o próximo em primeiro lugar, para depois nos reconciliarmos com Deus e com Jesus. Isto significa que devemos estar em paz com
nós mesmos, com Deus e com nossos irmãos, sobretudo os nossos familiares. É importante ser portador da paz e do perdão. Devemos perdoar para sermos perdoados.
"O dar perdão" é muito importante, porque se não podemos amar o próximo que vemos, como amar a Deus que não vemos? nem tampouco somos dígnos de receber o perdão de Deus se não soubermos perdoar a nós mesmos em primeiro lugar e ao próximo.

Nesse tempo solene de Graça, o silêncio, o recolhimento é muito importante. Por isso não é um tempo de participar de muitas festas, mas é um tempo de nos recolhermos, de meditarmos melhor, de parar para pensar como está nossa vida, como anda a nossa relação com Deus. É um tempo de buscar ajuda, ler mais a Bíblia, os Documentos da Igreja, esse tempo deve ser bem aproveitado para que possamos celebrar a Páscoa de Jesus como o coração renovado pela fé. 

Também é um tempo de Oração mais intensa, de exercícios de piedade cristã, como as caminhadas, o Jejum, as procissões, a própria meditação da Palavra de Deus, a Via Sacra, as obras de misericórdia, tudo isso deve ser vivido mais intensamente aqui nesse tempo como forma de nos experimentarmos mais esse Amor de Deus. É tempo de mais adoração, de estar com Jesus Sacramentado para receber d'Ele alívio e força. Muitas curas físicas e espirituais podem acontecer nesse Tempo solene porque abrindo-nos mais para Deus, nos libertando das nossas atitudes pecaminosas podemos atrair mais graças do amor de Deus através de Jesus.

 Nesse tempo devemos tirar um tempo para meditar sobre a entrega de Jesus por nós no madeiro da Cruz. Pelo Sangue derramado por nós e depois pela sua Santa Eucaristia, Ele quer que nós tomemos posse desta Salvação que Ele veio nos trazer. Deus não exige nada de nós que não possamos cumprir, Ele  apenas quer que sigamos os passos de seu Filho, que sejamos realmente santos ou nada seremos se não for através do caminho da santidade e esse caminho parte sempre da conversão. Os santos sempre souberam disso e puderam aproveitar o máximo da Palavra e da Eucaristia, fonte de vida e Salvação que Jesus nos dá. 
Iniciamos o Tempo da Quaresma e a preparação para a Páscoa. Intensificando a Oração, o Jejum e a solidariedade como sinais de conversão. A conversão se faz através de gestos e valores, que devem ser revistos e refeitos em nossa vida, buscando uma profunda relação com Deus e uma melhor vivência do Evangelho. 
Assim, pois, a Quaresma também nos proporciona a abrir os olhos para a nossa vida social e familiar, e implica que mudemos não só os pensamentos, mas voltamos nossos olhos para a realidade em que vivemos. 

Reforçam a opção da Igreja pelos pobres, acreditando na resposta da humanidade, para que provoque no povo de Deus a vocação e a disponibilidade em servir à Igreja e à sociedade. A Páscoa de Cristo, deve acontecer em todas as pessoas e grupos, quando estes se voltam ao Senhor de todo coração, sincero e arrependido e pratiquem o que é agradável ao Senhor.
Assim diz o Profeta Joel: (Jl 2, 12-13)

"Agora diz o Senhor, voltai para mim como todo o vosso coração, jejuns, lágrimas e gemidos. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; voltai para o Senhor vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo..."    

Se Deus é amor, se Ele quer e deseja como nosso Pai que busquemos a Ele, porque não O buscamos? Porque insistimos em fazer coisas erradas?

Com a graça do perdão dos pecados pela Confissão muitas curas acontecem, porque somos restaurados, perdoados por Deus, nossa alma se descarrega do pecado e com isso nosso corpo também sofre as mudanças físicas, nos tornamos mais alegres, mais dispostos a viver porque sabemos que Deus está conosco e nos ama. 
(2Sm 12, 1-15; Jo 20, 22-23), Tg 5, 16; Jo 1, 7-10; Lc 15, 11-32).

Uma Oração que podemos fazer e meditar nesse tempo é o Salmo 50, também chamado de Miserere. Devemos meditar esse Salmo e depois, como ato de contrição, rezá-lo. 

São Paulo aos coríntios nos exorta: "Deixai-vos reconciliar com Deus". Para quê? perguntamos; (2Cr 5, 20-6,2).

Para que sejamos dignos de receber a herança eterna conquistada por Jesus para nós. Isto é, a Salvação. A Salvação de Jesus, conquistada para nós através sua Paixão, Morte e Ressurreição é gratuita, mas aceita quem quer, quem estiver disposto a como Jesus abraçar a Cruz, correr os riscos, e ser digno de merecê-la, pois a única que condição que Deus exige de nós é que sejamos verdadeiramente seus filhos, obedecendo-lhe e sendo seguidores de seu Filho Jesus. Mas, isso dá-nos uma grande responsabilidade como filhos de Deus e como cristãos. A partir da conversão devemos ser diferente, pois, o cristão é e deve ser sinal de Jesus no mundo. São Paulo nos diz que somos embaixadores de Cristo, isto é, somos portadores de sua palavra e sua graça. E como vamos fazer isso se não dermos exemplo? Como vamos mostrar Cristo às pessoas se não vivemos o que Ele ensinou?

Jesus nos ensina que nossa Oração pessoal deve ser discreta, uma conversa de filho para com seu Pai, nossas ações de caridade e penitência devem ser feitas com alegria, mas com discrição, somente a Deus cabe saber o que fazemos ou não, pois a caridade, a Oração e a penitência não interessa a ninguém saber senão a Deus e a nós mesmos. Jesus ensina que o cristão deve agir na simplicidade e não se vangloriar se si mesmo pela suas ações religiosas, nem pelo que faz de bom. Também não deve esperar recompensa humana, e sim a recompensa de Deus e isto é o suficiente. (Mt6, 1-6.16-18). 

No tempo de Jesus era comum as pessoas darem esmolas e jejuarem e depois ficarem se vangloriando de seus atos, Jesus nos ensina que quem faz isso perde a graça de Deus porque  isso causa humilhação nas outras pessoas. 

Nossa religião deve ser de atitudes discretas que fazem a diferença. Não podemos fazer o bem e procurar receber elogios, não! o bem deve ser uma resposta do amor de Deus por nós, onde, todos nós devemos ser irmãos, uma só família, onde o Pai, nos reúne em torno de uma só mesa, a mesa da Eucaristia. É por isso que Jesus é claro, se somos irmãos temos os mesmos direitos e deveres e ninguém e melhor que ninguém.     

Antes da Confissão é bom fazer um exame de consciência. Como está minha vida diante de Deus. 
  1. Que imagem eu tenho de mim mesmo? Positiva ou negativa?
  2. Eu gosto de mim? eu me valorizo enquanto pessoa, uso roupas decentes? 
  3. Preocupo-me com a decência do corpo e do espírito sabendo-me que sou morada do Espírito Santo?  
  4.  Sou decente e educado com o próximo?
  5. Procuro evitar os escândalos na sociedade e dentro da família?
  6. Eu tenho controle sobre as minhas emoções? Tenho cuidado do meu temperamento e da minha moral cristã frente a mim mesmo e à sociedade?
  7. Como anda a minha vida espiritual, tenho procurado ler a Bíblia, o catecismo e tenho cuidado de minha fé?
  8. Tenho sido fiel aos Mandamentos da Lei de Deus e aos Mandamentos da Igreja?
  9. Tenho respeitado o meio ambiente e cuidado dele como obra e presente de Deus?
  10. Tenho dado à minha família oportunidade de reconciliação?
  11. Tenho cumprido e respeitado os direitos conjugais? 
  12. Tenho como cristão santificado e educado a minha família na fé? 
  13. Tenho sido bom esposo (ou boa esposa)? 
  14. Tenho buscado os sacramentos da Igreja?
  15. Tenho lido a Bíblia?
  16. Tenho buscado ajuda e cura espiritual para mim e minha família?
  17. Tenho praticado a caridade? 
  18. Tenho sido caridoso com gestos e palavras? 
  19. Tenho sido educado, gentil e amável com as pessoas? 
  20. Tenho sido reflexo do amor de Deus sendo compreensível sobretudo com meus amigos e familiares? 
  21. Tenho repartido um pouco do meu tempo para ajudar os pobres e os doentes? 
  22. Tenho sido amável com os idosos e as crianças?  
  23. Tenho atitudes cristãs contra a embriaguez o uso de álcool e drogas?  
  24. Tenho tido equilíbrio sobre minhas emoções e evitado discussões? 
  25. Tenho sido causa de desgraça para minha família e para meus amigos?
  26. Qual área preciso ser curado?
  27. Tenho respeitado as coisas de Deus?
  28. Tenho amado a Deus na pessoa do irmão, sobretudo os mais pobres?
  29. Tenho honrado o nome de Deus sem fazer piadas o chacotas de seus santos e anjos também? 
  30. Tenho praticado a idolatria buscado outros deuses e outras doutrinas que não seja a doutrina da Santa Igreja e a Bíblia, procurando horóscopos, cartas, magias e feitiçarias, simpatias, amuletos etc. e leituras de livros diabólicos ou uso de coisas e objetos satânicos? 
  31. Tenho praticado satanismo, ou frequentado centro-espírita, terreiro de macumba ou qualquer outro lugar anticatólico.
  32. Tenho ouvido músicas que faz apologia ao crime, ao satanismo e às drogas?
  33. Tenho colocado outros ídolos no lugar de Deus, o ter, o prazer, o poder. 
  34. Tenho deixado as coisas de Deus de lado, para buscar futilidades mundanas?
  35. Tenho respeitado o domingo como dia santo e do Senhor? 
  36. Tenho ido à Missa e participado da Eucaristia conforme recomenda a Santa Madre Igreja?
  37. Tenho honrado meus pais, sobretudo na velhice dando-lhes apoio e carinho?
  38. Tenho respeitado meus irmãos?
  39. Tenho tido vida de Oração? 
  40. Tenho ofendido meu corpo, pecando contra a castidade, como sexualidade desregrada, ou com o uso de drogas, tatuagens e piercings?
  41. Tenho dado prejuízo a alguém, sendo corrupto, ou roubando, ou favorecido à corrupção? Tenho sido desonesto? 
  42. Tenho acusado alguém injustamente, feito fofocas, ou prejudicado alguém com injúrias e difamação?
  43.  Tenho sido causa de desgraça para alguém?
  44. Tenho desejado a mulher do próximo?
  45. Tenho cobiçado o que não é meu, sobretudo gastado meu dinheiro com coisas supérfluas?
  46. Tenho pago o dízimo como amor e gratidão mais que por dever e obrigação?
  47. Tenho cumprido os mandamentos da Igreja?
  48. Tenho ajudado a Igreja nas suas necessidades?
  49. Tenho tido apego as coisas materiais e as colocado acima de minha vida, minha família e acima das coisas Deus?
  50. Tenho tido gula?
  51. Tenho me apegado ao dinheiro de forma exagerada?
  52. Tenho tido ira, raiva e desejo de vingança?
  53. Tenho sido orgulhoso e arrogante com os outros? 
  54. Tenho tido preocupação excessiva com aspecto físico para provocar reação das pessoas?
  55. Tenho sido preguiçoso, agido com negligência no trabalho e na vida familiar?  
São perguntas que você deve perguntar a si mesmo e se estiver falhando em algum desses enumerados procurar contar ao sacerdote no momento da confissão e com o firme propósito corrigir seus erros.
Lembre-se que  o Sacramento da Confissão só tem valor se houver firme propósito de emenda e corrigir o erro.
Lembre-se que a Confissão existe para limpar sua alma dos pecados. Deus ama o pecador, mas, detesta o pecado. 
        
CONHEÇA MELHOR A CONFISSÃO

A necessidade deste Sacramento, (Sacramento, quer dizer sinal sagrado da graça e do amor de Deus); brota do arrependimento. Sua característica singular é falar do que se arrepende, confessar o pecado, (reconhecer que somos pecadores), daí o Sacramento da Confissão. Acolhe-se a penitência, ou reparação em forma de oração ou boa ação como declaração de uma nova maneira de ser, por isso ele também é Sacramento de Penitência.  
Por fim, recebe o perdão e você está reconciliado, em plena comunhão com Deus e os irmãos, (desde que procure não repetir pecado). Novamente, um momento do Sacramento dá-lhe o nome de Sacramento do Perdão ou da Reconciliação.

[Aqui vale lembrar: não existe confissão direta com Deus, (embora Deus pela sua graça e seu amor nos perdoa sempre dos erros do dia a dia), quem acha, ou diz que confessa com Deus está enganando a si mesmo e negando a autoridade de Jesus sobre o perdão. Pois Deus deu autoridade a Jesus para confirmar  este Sacramento aos Apóstolos e aos seus sucessores, ministros de sua Igreja. E este Sacramento assim como os demais, Jesus nos deixou como prova de seu amor.
Então quem perdoa não é o padre é Jesus, o padre é só um representante visível de Cristo, ele dá a absolvição em nome de Jesus Cristo. Na Crisma quem confirma é o Espírito Santo e não o bispo, Jesus se dá a nós na Eucaristia não por magia do padre, mas pela ação direta do Espírito Santo, assim o mesmo acontece no Batismo e em todos os Sacramentos.]

Confissão na Bíblia: Lc 15, 11-32; Jo20, 19-23; 2Cr5, 18 e 1Jo1,9.

Quantas vezes confessar? - A Igreja recomenda que este Sacramento seja celebrado por cada fiel, ao menos 1 vez por ano. Todos devem se confessar, do Papa às crianças que se preparam para a primeira comunhão, são chamados a experimentar o amor de Deus. Claro que se pudermos podemos procurar este sacramento quantas vezes acharmos necessário. Buscá-lo sempre que a angústia do pecado visitar nosso coração. A confissão é o caminho certo para o perdão dos pecados graves e a mudança de vida. 
Quando confessamos é como se jogássemos um balde cheio de sujeiras no lixo. A confissão varre esta sujeira que o pecado deixa e torna a casa de nosso coração limpa para que o Espírito Santo volte a morar nela. 
Quem gosta de morar em casa suja? O Espírito Santo também não gosta de habitar em nós com a casa (o coração) cheio de sujeiras que é o pecado. O pecado nos tira Deus e nos leva para o inferno. Por isso Jesus instituiu este Sacramento, pois, sabendo da nossa condição pecadora, caindo muitas vezes, oferece nesse sacramento sua mão e seus conselhos na pessoa do sacerdote cujo qual lhe representa.     

Confissão e comunhão: A comunhão não foi feita para os anjos, ao comungar, assumo uma busca de santidade de vida, um compromisso de amar a Deus e viver como Cristo na vida da Igreja, que passa a fazer parte de minha vida. Por isso uma boa confissão abre caminho para uma comunhão cada vez mais proveitosa e profunda. O que afasta da comunhão é o pecado grave, ou seja, uma ação que provocou um grande mal para mim e o meu próximo e, por isso, ofendeu a Deus. Quem sujou muito na lama do pecado não pode comungar; (1Cr 11, 27-31), assim, mesmo que não tenha oportunidade de me confessar posso comungar sempre.

Confissão e outras religiões e filosofias: Confissão é uma escolha de vida. Parece que ficou natural comungar participando de outras religiões, (que tipo de cristão católico é você?), partilhando de outras filosofias de vida que não são da Igreja na qual busco o perdão e partilho o mesmo Pão Eucarístico com os irmãos; benzeções, que não usam o nome de Cristo e pedem dinheiro ou materiais para rituais; filosofias de vida, ideologias ou grupos que pregam doutrinas estranhas (ou contra) o cristianismo faz uma confissão válida e pode comungar licitamente. Para maiores esclarecimentos procure o padre da sua paróquia. A participação na  escuta da Palavra de Deus em toda missa é um grande tesouro para nós. 

[mas confessar e procurar outro tipo de vida, que não seja fundamentada na orientação da Igreja é quebrar a aliança que Deus fez com você na Confissão, e mais, é negar o perdão que Deus lhe concedeu. Católico que é católico, acredita e segue uma só doutrina, uma só Igreja, um só Senhor e um só batismo.]

Confissão e Direção Espiritual: Quem vai confessar, deve preparar com antecedência por meio de um bom exame de consciência. Assim, já claro dos pecados que precisa confessar precisa colocar e o padre o ajudará nos esquecimentos e nos propósitos de viver melhor. Levar por escrito também é uma boa idéia. A confissão tem a ver com você e seus pecados, nada de partilhar da vida de outras pessoas, do amigo, do vizinho, do parente... etc. 

[vale lembrar que os mutirões de confissões são importantes, mas se desejar uma maior orientação espiritual, marque depois, com o padre um horário para conversar e assim tomar maiores orientações  de como agir e como caminhar e trabalhar melhor sua vida espiritual. Sabe porque os consultórios de psicologia estão cheios? porque falta gente nos confessionários!]

Confissão também tem propósito de emenda: isto é mudança de vida, que adianta confessar mas permanecer no erro?
 Quem confessa deve estar preparado para falar o que lhe pesa na consciência, fazendo uma revisão de vida, e estar disposto a mudar, a agir melhor, fazendo um propósito de reparar o mal que fez e mudando sua atitude para não pecar de novo. Sem vontade de mudar, de lutar contra os pecados a confissão perde o sentido.
Pelo menos lembre-se de que aquilo que você confessou, já foi perdoado e não precisa voltar a ser dito.
Deus perdoou, está perdoado! sua palavra não volta atrás, portanto, precisamos acreditar no seu perdão por meio de sua Igreja. O pecado confessado com sincero arrependimento já não existe mais, no momento em que você pediu o perdão no momento da Confissão.      

Ao rever esses conceitos devemos procurar mudar a nossa vida.
Anote em uma folha e depois vá e se confesse é o primeiro passo para iniciar uma boa conversão. Deus está sempre disposto a nos perdoar, basta que tomemos a atitude e procuremos mudar nossa vida e a nossa relação para como Ele, com a família e com o nossos irmãos. Lembre-se que a confissão depende de mudança, arrepender-se e esforçar-se por ser melhor a cada dia. Confessar e não mudar as atitudes com sinceridade e arrependimento não adianta. Deus deseja que mudemos de vida. Ao estar diante do sacerdote, devemos lembrar que ele está ali em nome de Jesus, representa Jesus Misericordioso para ouvir e te perdoar. Por isso, não se podemos omitir os pecados e nem ter medo de dizê-los por mais grave que seja, Deus perdoa. Se esquecer de algum, o que é natural, devemos dizer ao sacerdote na próxima vez que se confessar.  Basta que haja sinceridade e arrependimento de não mais pecar e um desejo profundo de conversão.  LEMBRE-SE: 

Através da Confissão, Jesus nos aguarda com um carinhoso abraço, e, Ele deseja que como filhos o procuremos e nos reconciliemos com Ele; é através do sacerdote que isso acontece.  Somente o sacerdote possui esse poder pela autoridade do Magistério da Igreja, delegado por Jesus para dar o absolvição. Mas antes de tudo é importante que nos reconciliemos com aqueles que ofendemos ou que causamos mal, devemos buscar o perdão, mas devemos  perdoar e sermos perdoados. Só assim estamos cumprindo a Oração do Pai-Nosso que diz: "Assim como nós perdoamos a quem os tem ofendido" - Depois devemos procurar o sacerdote, é  somente ele quem pode conceder a graça da absolvição dos pecados através da confissão. Porém, não é o sacerdote quem perdoa e sim, ele é um instrumento visível de Jesus para nós aqui na terra. Quando o sacerdote pronuncia as palavras de absolvição ele o faz em nome da Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo.   

Texto de: Elmando V. de Toledo




ORIGEM, HISTÓRIA E ESPIRITUALIDADE DA QUARESMA


De: Pe. Francisco Sehmen, csj. //(fonte)  Revista Brasil Cristão, ano 16, edição 187, de Fevereiro de 2013. 


A celebração da Páscoa, nos três primeiros séculos da Igreja, limitava-se a um jejum realizado dois dias antes. A comunidade cristã vivia tão intensamente a Fé - chegando ao martírio - que não sentia a necessidade de um tempo para renovar a conversão já acontecida no Batismo. Ela prolongava, porém, a alegria da celebração pascal por cinquenta dias (Pentecostes). Mas após o fim das perseguições com a "Paz de Constantino", muitos cristãos começaram a levar uma vida menos comprometida com sua fé, e surgiu a necessidade de um período de tempo para admoestar os fiéis sobre uma maior coerência com o Batismo. Nascem, assim, as prescrições sobre um período de preparação para a Páscoa.




No Oriente, os primeiros sinais de um período de preparação espiritual se dão no início do século IV, com escritos de Santo Atanásio, São Cirilo de Jerusalém e Santo Eusébio. No Ocidente, temos testemunhos no fim do século IV, com Etéria, Santo Agostinho e Santo Ambrósio. Não sabemos quando surgiu a Quaresma, sabemos apenas que ela foi se transformando, progressivamente. Até o século IV, a única semana de Jejum era a que precedia a Páscoa. Na metade do século IV são acrescentadas mais três semanas, correspondendo assim a Quaresma.

Neste tempo, que começa na quarta feira de Cinzas e termina na quarta-feira da semana santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado à reflexão e à conversão espiritual. Nesse tempo santo, a Igreja Católica propõe por meio do Evangelho proclamado na Quarta-feira de Cinzas, três linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade.

Durante 40 dias somo convidados a nos recolher e refletir sobre nossa vida. Buscando a comunhão com Deus. O Jejum exercita habilidades importantes como disciplina, força de vontade, concentração e vigilância. Além de nos tornar sensíveis à fome de muitos irmãos.

O jejum, feito por amor a Cristo, nos une a Ele em seu sofrimento. Há pessoas que vivem a Quaresma com pequenos sacrifícios, como abstinência de doce, bebida alcoólica, refrigerante, cigarro e televisão. Essas penitências são válidas, desde que estejam relacionadas a um verdadeiro gesto de conversão e crescimento espiritual. A prática de jejum é obrigatória para os cristãos católicos de 18 aos 60 anos, assim como a abstinência de carne - dos 14 aos 60 anos -, na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão. 

E os recursos economizados com a redução dos gastos com a alimentação podem ser revertidos para a caridade.

Celebrar a quaresma é, portanto, reconhecer a presença de Deus na caminhada, no trabalho, na luta, no sofrimento, e na dor da vida, como o povo de Israel, que andou 40 anos no deserto antes de chegar à terra prometida; como Jesus, que passou 40 dias no deserto antes de anunciar o reino.


A Quaresma é um tempo em que nos preparamos para viver, de maneira intensa, livre e amorosa, o momento mais importante do Ano Litúrgico, da História da Salvação: a Páscoa, aliança definitiva, a vitória de Jesus sobre o pecado, escravidão e a morte.   


   




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

SAIU A EXORTAÇÃO PÓS SINODAL DO PAPA FRANCISCO - Papa rejeita ordenação de Homens casados e mulhres






O Documento final do Sínodo da Amazônia, nos seus 120 pontos defendia a ordenação de homens casados e instituía o ‘pecado ecológico’. Outros assuntos defendidos pelo documento do Sínodo como internacionalização da Amazônia e o "rito amazônico próprio" também foram rejeitados pelo Papa Francisco em sua Exortação Pós-sinodal. 

O que é uma Exortação Apostólica Pós-Sinodal?

Ela é um documento de exortação. Portanto, é de caráter apostólico; e pós-sinodal porque foi escrito depois do Sínodo. Quer dizer que o Papa deu sua palavra final sobre tudo o que foi discutido no Sínodo pelos bispos.
Com esse documento o Papa deixa claro que o Documento do Sínodo pode ser consultado em seus aspectos, mas, não é um Magistério. O papa não aprovou o documento final do Sínodo.
Sobre o Documento ele disse: “Leiam o Documento, mas, não estou aprovando, nem sequer citando o documento final”. Isso significa que o Documento conclusivo do Sínodo da Amazônia não pode ser seguido, pois, não é Magistério da Igreja.   
Todas aquelas propostas nefastas, propostas pelo Documento do Sínodo são nulas. Significa que: o que valendo é a Exortação do Papa e não o Documento conclusivo do Sínodo da Amazônia.   


O papa Francisco, nesta quarta feira 12/02/2020, concluiu seu parecer em no Documento “Exortação Apostólica Pós-sinodal”, sob o título “Querida Amazônia” rejeitou a ordenação de homens casados (“viri probati”) e a ordenação de mulheres como diaconisas.   


A possibilidade de ordenar homens casados havia sido aprovada, por 128 votos a 41, durante o encontro, mas, não agradou a alguns membros da Igreja, chamados de ‘ultraconservadores’ que temiam que isso pudesse levar um racha na Igreja Católica Apostólica Romana.

O papa com essa decisão tenta apaziguar os dois lados da Igreja Católica. Não podemos descartar também a pressão dos fiéis que contribuíram para que essas propostas não fossem aprovadas.  

No texto de 32 páginas publicado pelo Papa Francisco sequer mencionou a proposta.


Em disso o texto diz que novas maneiras devem ser encontradas para incentivar mais os padres a trabalharem na região remota e permitir papéis maiores para leigos e diáconos permanentes, assim como para mulheres. O Papa Francisco pediu aos bispos para trabalharem mais para conseguir mais vocações sacerdotais e novos missionários para a região Amazônica.   

Homens casados podem se tornar diáconos podem pregar ensinar, batizar e administrar paróquias, mas não rezar a missa. Por causa disso, em ao menos 85% das aldeias amazônicas as pessoas não podem participar da liturgia todas as semanas.


"Essa necessidade urgente me leva a exortar todos os bispos, especialmente os da América Latina (...), a serem mais generosos em incentivar aqueles que demonstram uma vocação missionária a optar pela região amazônica". (Papa Francisco)


O livro do cardeal guineense Robert Sarah sobre o celibato clerical trouxe o assunto mais uma vez à tona, dessa vez envolvendo o Papa Emérito Bento XVI. A obra é defende a manutenção do celibato pelo clero. Embora o papa emérito Bento XVI afirmasse que não era coautor do livro, ele traz documentos escritos por ele defendendo o celibato clerical.

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Alessandro Gisotti


“A Amazônia querida apresenta-se aos olhos do mundo com todo o seu esplendor, o seu drama e o seu mistério.” Assim tem início a Exortação apostólica pós-sinodal, Querida Amazônia. O Pontífice, nos primeiros pontos, (2-4) explica “o sentido desta Exortação”, rica de referências a documentos das Conferências episcopais dos países amazônicos, mas também a poesias de autores ligados à Amazônia. Francisco destaca que deseja “expressar as ressonâncias” que o Sínodo provocou nele. E esclarece que não pretende substituir nem repetir o Documento final, que convida a ler “integralmente”, fazendo votos de que toda a Igreja se deixe “enriquecer e interpelar” por este trabalho e que a Igreja na Amazônia se empenhe “na sua aplicação”. O Papa compartilha os seus “Sonhos para a Amazônia” (5-7), cujo destino deve preocupar a todos, porque esta terra também é “nossa”. Assim, formula “quatro grandes sonhos”: que a Amazônia “que lute pelos direitos dos mais pobres”, “que preserve a riqueza cultural”, que “que guarde zelosamente a sedutora beleza natural”, que, por fim, as comunidades cristãs sejam “capazes de se devotar e encarnar na Amazônia”.


O sonho social: a Igreja ao lado dos oprimidos

O primeiro capítulo de Querida Amazônia é centralizado no “Sonho social” (8). Destaca que “uma verdadeira abordagem ecológica” é também “abordagem social” e, mesmo apreciando o “bem viver” dos indígenas, adverte para o “conservacionismo”, que se preocupa somente com o meio ambiente. Com tons vibrantes, fala de “injustiça e crime” (9-14). Recorda que já Bento XVI havia denunciado “a devastação ambiental da Amazônia”. Os povos originários, afirma, sofrem uma “sujeição” seja por parte dos poderes locais, seja por parte dos poderes externos. Para o Papa, as operações econômicas que alimentam devastação, assassinato e corrupção merecem o nome de “injustiça e crime”. E com João Paulo II, reitera que a globalização não deve se tornar um novo colonialismo.

Os pobres sejam ouvidos sobre o futuro da Amazônia


Diante de tanta injustiça, o Pontífice fala que é preciso “indignar-se e pedir perdão” (15-19). Para Francisco, são necessárias “redes de solidariedade e de desenvolvimento” e pede o comprometimento de todos, inclusive dos líderes políticos. O Papa ressalta o tema do “sentido comunitário” (20-22), recordando que, para os povos amazônicos, as relações humanas “estão impregnadas pela natureza circundante”. Por isso, escreve, vivem como um verdadeiro “desenraizamento” quando são “forçados a emigrar para a cidade”. A última parte do primeiro capítulo é dedicado às “Instituições degradadas” (23-25) e ao “Diálogo social” (26-27). O Papa denuncia o mal da corrupção, que envenena o Estado e as suas instituições. E faz votos de que a Amazônia se torne “um local de diálogo social” antes de tudo “com os últimos. A voz dos pobres, exorta, deve ser “a voz mais forte” sobre a Amazônia.


O sonho cultural: cuidar do poliedro amazônico


O segundo capítulo é dedicado ao “sonho cultural”. Francisco esclarece que “promover a Amazônia” não significa “colonizá-la culturalmente” (28). E recorre a uma imagem que lhe é cara: “o poliedro amazônico” (29-32). É preciso combater a “colonização pós-moderna”. Para Francisco, é urgente “cuidar das raízes” (33-35). Citando Laudato si’ e Christus vivit, destaca que a “visão consumista do ser humano” tende a “a homogeneizar as culturas” e isso afeta sobretudo os jovens. A eles, o Papa pede que assumam as raízes, que recuperem “a memória danificada”.


Não a um indigenismo fechado, é preciso um encontro intercultural.


A Exortação se concentra depois sobre o “encontro intercultural” (36-38). Mesmo as “culturas aparentemente mais evoluídas”, observa, podem aprender com os povos que “desenvolveram um tesouro cultural em conexão com a natureza”. A diversidade, portanto, não deve ser “uma fronteira”, mas “uma ponte”, e diz não a “um indigenismo completamente fechado”. A última parte do segundo capítulo é dedicada ao tema “culturas ameaçadas, povos em risco” (39-40). Em qualquer projeto para a Amazônia, esta é a recomendação do Papa, “é preciso assumir a perspectiva dos direitos dos povos”. Estes, acrescenta, dificilmente podem ficar ilesos se o ambiente em que nasceram e se desenvolveram “se deteriora”.


O sonho ecológico: unir cuidado com o meio ambiente e cuidado com as pessoas


O terceiro capítulo, “Um sonho ecológico”, é o mais relacionado com a Encíclica Laudato si’. Na introdução (41-42), destaca-se que na Amazônia existe uma relação estreita do ser humano com a natureza. Cuidar dos irmãos como o Senhor cuida de nós, reitera, “é a primeira ecologia que precisamos”. Cuidar do meio ambiente e cuidar dos pobres são “inseparáveis”. Francisco dirige depois a atenção ao “sonho feito de água” (43-46). Cita Pablo Neruda e outros poetas locais sobre a força e a beleza do Rio Amazonas. Com suas poesias, escreve, “ajudam a libertar-nos do paradigma tecnocrático e consumista que sufoca a natureza”.


Ouvir o grito da Amazônia, o desenvolvimento seja sustentável


Para o Papa, é urgente ouvir o “grito da Amazônia” (47-52). Recorda que o equilíbrio planetário depende da sua saúde. Escreve que existem fortes interesses não somente locais, mas também internacionais. A solução, portanto, não é “a internacionalização” da Amazônia; ao invés, deve crescer “a responsabilidade dos governos nacionais”. O desenvolvimento sustentável, prossegue, requer que os habitantes sejam sempre informados sobre os projetos que dizem respeito a eles e auspicia a criação de “um sistema normativo” com “limites invioláveis”. Assim, Francisco convida à “profecia da contemplação” (53-57). Ouvindo os povos originários, destaca, podemos amar a Amazônia “e não apenas usá-la”; podemos encontrar nela “um lugar teológico, um espaço onde o próprio Deus Se manifesta e chama os seus filhos”. A última parte do terceiro capítulo é centralizada na “educação e hábitos ecológicos” (58-60). O Papa ressalta que a ecologia não é uma questão técnica, mas compreende sempre “um aspecto educativo”.


O sonho eclesial: desenvolver uma Igreja com rosto amazônico.


O último capítulo, o mais denso, é dedicado “mais diretamente” aos pastores e aos fiéis católicos e se concentra no “sonho eclesial”. O Papa convida a “desenvolver uma Igreja com rosto amazônico” através de um “grande anúncio missionário” (61), um “anúncio indispensável na Amazônia” (62-65). Para o Santo Padre, não é suficiente levar uma “mensagem social”. Esses povos têm “direito ao anúncio do Evangelho”; do contrário, “cada estrutura eclesial transformar-se-á em mais uma ONG”. Uma parte consistente é dedicada ainda à inculturação. Retomando a Gaudium et spes, fala de “inculturação (66-69) como um processo que leva “à plenitude à luz do Evangelho” aquilo que de bom existe nas culturas amazônicas.


Uma renovada inculturação do Evangelho na Amazônia.


O Papa dirige o seu olhar mais profundamente, indicando os “Caminhos de inculturação na Amazônia”. (70-74). Os valores presentes nas comunidades originárias, escreve, devem ser valorizados na evangelização. E nos dois parágrafos sucessivos se detém sobre a “inculturação social e espiritual” (75-76). O Pontífice evidencia que, diante da condição de pobreza de muitos habitantes da Amazônia, a inculturação deve ter um “timbre marcadamente social”. Ao mesmo tempo, porém, a dimensão social deve ser integrada com aquela “espiritual”.


Os Sacramentos devem ser acessíveis a todos, especialmente aos pobres.


Na sequência, a Exortação indica “pontos de partida para uma santidade amazônica” (77-80), que não devem copiar “modelos doutros lugares”. Destaca que “é possível receber, de alguma forma, um símbolo indígena sem o qualificar necessariamente como idolátrico”. Pode-se valorizar, acrescenta, um mito “denso de sentido espiritual” sem necessariamente considerá-lo “um extravio pagão”. O mesmo vale para algumas festas religiosas que, não obstante necessitem de um “processo de purificação”, “contêm um significado sagrado”.

Outra passagem significativa de Querida Amazônia é sobre a inculturação da liturgia (81-84). O Pontífice constata que já o Concílio Vaticano II havia solicitado um esforço de “inculturação da liturgia nos povos indígenas”. Além disso, recorda numa nota do texto que, no Sínodo, “surgiu a proposta de se elaborar um «rito amazônico»”. Os Sacramentos, exorta, “devem ser acessíveis, sobretudo aos pobres”. A Igreja, afirma evocando a Amoris laetitia, não pode se transformar numa “alfândega”.


Bispos latino-americanos devem enviar missionários à Amazônia


Relacionado a este tema, está a “inculturação do ministério” (85-90) sobre a qual a Igreja deve dar uma resposta “corajosa”. Para o Papa, deve ser garantida “maior frequência da celebração da Eucaristia”. A propósito, reitera, é importante “determinar o que é mais específico do sacerdote”. A resposta, lê-se, está no sacramento da Ordem sacra, que habilita somente o sacerdote a presidir a Eucaristia. Portanto, como “assegurar este ministério sacerdotal” nas zonas mais remotas? Francisco exorta todos os bispos, especialmente os latino-americanos, “a ser mais generosos”, orientando os que “demonstram vocação missionária” a escolher a Amazônia e os convida a rever a formação dos presbíteros.


Favorecer um protagonismo dos leigos nas comunidades.


Depois dos Sacramentos, Querida Amazonía fala das “comunidades cheias de vida” (91-98), nas quais os leigos devem assumir “responsabilidades importantes”. Para o Papa, com efeito, não se trata “apenas de facilitar uma presença maior de ministros ordenados”. Um objetivo “limitado” se não suscitar “uma nova vida nas comunidades”. São necessários, portanto, novos “serviços laicais”. Somente através de “um incisivo protagonismo dos leigos”, reitera, a Igreja poderá responder aos “desafios da Amazônia”. Para o Pontífice, os consagrados têm um lugar especial e não deixa de recordar o papel das comunidades de base, que defenderam os direitos sociais, e encoraja em especial a atividade da REPAM e dos “grupos missionários itinerantes”.


Novos espaços às mulheres, mas sem clericalizações.


Francisco dedica um espaço à força e ao dom das mulheres (99-103). Reconhece que, na Amazônia, algumas comunidades se mantiveram somente “graças à presença de mulheres fortes e generosas”. Porém, adverte que não se deve reduzir a Igreja a “estruturas funcionais”. Se assim fosse, com efeito, teriam um papel somente se fosse concedido a elas acesso à Ordem sacra. Para o Pontífice, deve ser rejeitada a clericalização das mulheres, acolhendo, ao invés, a contribuição segundo o modo feminino, que prolonga “a força e a ternura de Maria”. Francisco encoraja o surgimento de novos serviços femininos, que – com um reconhecimento público dos bispos – incidam nas decisões para as comunidades.


Os cristãos devem lutar juntos para defender os pobres da Amazônia.


Para o Papa, é preciso “ampliar horizontes para além dos conflitos” (104-105) e deixar-se desafiar pela Amazônia a “superar perspectivas limitadas” que “permanecem enclausuradas em aspetos parciais”. O quarto capítulo termina com o tema da “convivência ecumênica e inter-religiosa” (106-110), “encontrar espaços para dialogar e atuar juntos pelo bem comum”. “Como não lutar juntos? – questiona Francisco – Como não rezar juntos e trabalhar lado a lado para defender os pobres da Amazônia”?


Confiemos a Amazônia e os seus povos a Maria.


Francisco conclui a Querida Amazônia com uma oração à Mãe da Amazônia (111). “Mãe, olhai para os pobres da Amazônia – é um trecho da sua oração –, porque o seu lar está a ser destruído por interesses mesquinhos (…) Tocai a sensibilidade dos poderosos porque, apesar de sentirmos que já é tarde, Vós nos chamais a salvar o que ainda vive”.


Fonte: Site Oficial:  Vaticam News
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BISPO DA ARQUIDIOCESE DE CASCAVEL, PARANÁ, CONSTRANGE FIÉIS AO DIZER QUE SE INCOMODA AO DAR A COMUNHÃO NA BOCA.

  As palavras do Bispo da Arquidiocese de Cascavel, Paraná, Dom José Mario Scalon Angonese. Em sua homilia, ele diz “que isso é uma prática ...