Para entender o grande significado desta grande festa da Igreja, vamos recordar algumas passagens bíblicas:
Recordemos no Antigo Testamento quando Moisés tem seu primeiro contato com o Senhor Javé. Ele se apresenta numa chama de fogo sobre a sarça que não se consumia. (Ex 3, 1-2). Também quando o Senhor Javé libertou seu povo do Egito (Páscoa da Antiga Aliança), uma coluna de fogo ia iluminando o caminho por onde passavam, e uma nuvem encobria-os, protegendo-os contra os soldados egípcios que os perseguia. Então não é nada estranho o que aconteceu em Pentecostes, o mesmo já havia ocorrido antes. Moisés é prefigura de Jesus Cristo. Moisés libertou o povo da escravidão física, Jesus Cristo libertou seu povo da escravidão do pecado. Moisés contou com todos os meios e ajuda necessárias para que sua missão desse certo. Jesus, por seu amor derramou esses mesmos meios, as forças necessárias para que eles compreendessem o que Jesus havia pregado. Era preciso que o Espírito Santo viesse para dar-lhes força, para que revigorasse-os na fé e abrisse-lhes as mentes. Pois, daquele momento em diante a Igreja começaria sua missão pelo mundo afora, sem fronteiras levando a todos a mensagem da Salvação. O Espírito derramado em Pentecostes trouxe à Igreja vida nova. Os Apóstolos antes desencorajados pelos feitos acontecidos no Calvário, agora se tornaram homens destemidos, corajosos, dispostos a enfrentar tudo, até seus medos, por causa do Evangelho.
Jesus dá a resposta:
*Pelo Espírito Santo nos tornamos novas criaturas, nascemos para uma vida de santidade. Como Jesus disse à Nicodemos:
"...é preciso nascer da água e do Espírito" - nascer de novo para Jesus significa aderir ao seu plano de amor por nós e, ao mesmo tempo segui-lo através de sua Palavra, e isso só se faz através da força santificadora do Espírito Santo.
* Pelo Espírito Santo todos cheguem o conhecimento da verdade, isto é de Jesus Cristo; e para fazer a mesma obra de Jesus, (Jo14, 12.26). Era preciso que o Espírito Santo viesse para
fazer entender o que se cumpria em Jesus. Ou seja, abriria-lhes a mente e o coração para compreender todo cumprimento da Promessa de Deus Pai em Jesus. Jesus permaneceria com seu Espírito no meio da Igreja e no coração e mente dos Apóstolos e assim em toda a Igreja.
Antes de receberem o Espírito Santo, os Apóstolos não tinham compreendido, despertado sobre o verdadeiro significado da Real missão de Jesus, nem tinham forças para levar adiante seu mandado de proclamar o Evangelho a todo mundo. Estavam com medo de serem mortos do mesmo modo que Jesus.
* Era preciso mais, uma
assistência especial para lhes fazer entender que a salvação já tinha chegado, que ela se cumpriu em Jesus e que todos precisavam de agora em diante, sob a responsabilidade deles levar o Evangelho. Sem o poder do Espírito Santo nada pode se mover. Ele move tudo que existe. Como um vento suave, sopra onde quer, inspira os corações, consola todo ser, aquece e inflama os corações para o amor de Deus. No livro do
Êxodo encontramos a passagem onde diz que Deus passava como uma brisa suave; em outra encontramos Moisés diante de Deus que se manifestava através de um fogo em uma sarça que não se consumia.
O Espírito Santo em Pentecostes se manifestou dessa mesma forma:
vento e fogo, não um fogo que queima e deixa cicatrizes, ferimentos como o fogo real que conhecemos, mas um fogo que era sinal da própria manifestação do amor de Deus, inflamando, mudando e encorajando corações.
Antes de Jesus subir para os céus, tinha prometido que enviaria o Espírito Santo. Ele se manifestaria de modo a começar uma nova etapa, agora a Igreja assistida pelo mesmo Espírito passaria a fazer a mesma obra de Cristo.
Jesus ao aparecer aos Apóstolos soprou sobre eles e disse:
"...Como o Pai me enviou eu também envio a vós... Recebei o Espírito Santo! Aqueles a quem perdoardes os pecados serão perdoados. Aqueles a quem o retiverdes, serão retidos!"... (Jo 20, 21-22) - O Espírito Santo dado por Jesus, através do sopro, traz-nos uma vida nova, recorda-nos, no Livro do Gênesis, o mesmo gesto de Deus na obra da criação, quando soprou nas narinas do homem, (que era apenas barro) e lhes deu a vida. "...O Senhor Deus formou, pois o homem do barro da terra, e inspirou-lhes nas narinas um sopro de vida e o homem tornou-se um ser vivente!"
(Gên 2, 7) - Assim sendo, Jesus dá-nos uma nova vida através do Espírito Santo. É Ele quem nos renova e nos santifica. Como esteve presente desde a criação do mundo, está sempre presente e se manifesta visivelmente através dos diversos Sacramentos da Igreja, que são os meios pelos quais recebemos a sua força, sobretudo o Sacramento do Batismo e da Crisma.
*Marca o nascimento da Igreja, o Espírito Santo veio para animar, dar novo impulso à Igreja de modo que os Apóstolos e todos os cristãos por Ele possam dar testemunho do Evangelho e realizar as obras pelas quais Jesus mesmo tinha atribuído, pela autoridade de Jesus e pela força do Espírito Santo os Apóstolos poriam em prática tudo quanto Jesus tinha ordenado antes de subir ao Céu. Esse é o dever da Igreja e dos cristãos:
"Toda autoridade me foi dada no Céu e na Terra: Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura, batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar tudo quanto vos prescrevi!" (Mt28, 18-19) - E nos dá a sua promessa: ...
"Estarei convosco todos os dias até o fim do mundo!" (Mt, 28, 20).Por essa mesma autoridade de Jesus é que a Igreja, ou seja todo o povo cristão tem o dever de:
- Curar os doentes.
- Confortar os irmãos na fé.
- Promover o acolhimento de todos.
- Perdoar os pecados ( promover a graça da reconciliação).
- Assistir os necessitados.
- Expulsar os demônios.
- Batizar. (pelo batismo estão representados todos os demais Sacramentos)
- Pregar o Evangelho a todas as nações.
- Dar testemunho do Evangelho.
- Anunciar o Reino de Deus e a segunda vinda de Jesus.
*
Esse mesmo Espírito Santo que veio em Pentecostes continua agindo na nossa vida de maneira especial, porque o recebemos através dos Sacramentos do Batismo e da Crisma. Também continua presente e agindo na Igreja de forma a assistir e confirmar a fé de cada um de seus filhos e filhas.
*
Pentecostes é o dia da iniciação da missão da Igreja, ela, que foi fundada por Jesus, começa a partir de Pentecostes sua caminhada, assistida pelo Espírito Santo, que caminha com ela. Por isso a missão salvífica de Jesus passa a ser a missão "salvífica da Igreja" - e cabe a ela anunciar, proclamar Cristo morto e Ressuscitado, como fez Pedro logo em seu primeiro discurso, um Kerigma fervoroso, proclamado no dia de Pentecostes.
(At2, 14.23-25)
*
E é esse mesmo Espírito Santo que caminha conosco, assim como desde o princípio iluminou os profetas, Jesus Cristo e os Apóstolos, também chega a nós pelo Sacramento do Batismo.
Sem Ele, sem a sua presença não pode caminhar, a Igreja de Cristo, muito menos o cristão. É Ele quem revigora, santifica e ilumina nosso ser para um só fim, a santidade plena.
*Ele é Deus, o próprio Deus, manifestado para nós na terceira pessoa da Santíssima Trindade.
*Através do Espírito Santo, recebemos os dons que (na Crisma), são conferidos:
Sabedoria: não a sabedoria do mundo, mas, o conhecimento da verdade plena, que é o próprio Deus, fonte de verdade e vida que encontramos na Sagrada Escritura.
Entendimento: É o dom que nos faz aceitar as verdades reveladas por Deus. Pelo Dom do entendimento somos convidados a aceitar e viver estas verdades.
Conselho: É a luz que o Espírito Santo nos dá para distinguirmos o certo e o errado, o verdadeiro do falso, o bom do ruim, e assim, orientarmos acertadamente a nossa vida, e a de quem pede um conselho.
Ciência: não é a ciência do mundo, a a ciência de Deus, agindo em nossa inteligência, de modo a nos indicar o caminho para a santidade. Nos faz buscar a verdade, indica-nos o caminho a seguir na realização de nossa vocação.
Fortaleza: É o dom da coragem para vivermos fielmente a fé no dia-a-dia, até mesmo o martírio se for preciso.( Se olharmos a vida dos santos, podemos ter vários exemplos deste Dom, agindo na vida e na total entrega deles ao amor de Deus).
Piedade: É o dom pelo qual o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir a Deus com alegria e ao mesmo tempo amar nossos irmãos. Nesse dom é dado o sabor das coisas de Deus.
Temor de Deus: Temor aqui não significa ter "medo de Deus",mas um amor e ao mesmo tempo um respeito tão grande pela sua pessoa, que queima o coração. Não é ter pavor da justiça divina, mas o receio de ofender e desagradar a Deus.
*Por isso, a festa de Pentecostes, vem nos lembrar que o cristão, batizado e crismado não pertence mais o mundo, como Cristo, não pertencemos mais a este mundo e sim a Deus, que nos libertou de modo tal com sua Morte e Ressurreição,.A Crisma nos imprime o novo carácter, um selo, ou a marca indelével que nos une a Cristo como se fôssemos uma "propriedade de Cristo". E nos concede os seus dons, a plenitude do Espírito Santo, esse mesmo Espírito que se manifestou em Pentecostes.
*Por outro lado, em cada celebração da Missa, renovamos esse mesmo Pentecostes. E pela
Profissão de Fé, ou
Creio, nós batizados juntamente com toda a Igreja reafirmamos esse compromisso que assumimos no Batismo e confirmamos na Crisma.
Na Carta de São Paulo aos Gálatas
5, 22-23, nos diz que o Espírito Santo nos trás vários frutos, frutos esses nascidos dos dons que recebemos: Caridade, Alegria, Paz, Paciência, Longanimidade (saber perdoar), bondade, benignidade, mansidão, modéstia, continência e castidade.
* OS SACRAMENTOS - Podemos dizer que todos SACRAMENTOS são Sacramentos de Cristo, um deles,
a Eucaristia, é por excelência o Sacramento de Cristo. Assim, todos os Sacramentos são também do Espírito Santo, por excelência
a Crisma é o Sacramento do Espírito Santo.
*Uma coisa é ser cristão, simplesmente, outra coisa é chegar à plenitude da santidade, evoluir, tomar novo impulso, crescer constantemente na vida iniciada pelo Batismo. Sem o Espírito Santo para nos fazer gerar e produzir frutos de santidade, somos como a semente que o
"semeador lançou no terreno pedregoso e não vingou".
BATISMO NO ESPÍRITO SANTO - é bíblico?
Texto de: Reinaldo B. Reis
No último século, milhões de pessoas têm suas vidas transformadas pela experiência do "Batismo no Espírito Santo". É evidente que por toda história do cristianismo vamos identificar pessoas que como São Tomás de Aquino - foram "promovidas" a um novo estado de graça, por fazer a experiência de uma efusão do Espírito Santo de um modo usualmente crítico, envolvente, que provocou uma mudança em suas vidas. Mas foi somente no último século que a expressão
"Batismo no Espírito Santo" passou a ser usada para designar tal experiência que, se antes acontecia de maneira aleatória na vida de algumas pessoas, passou a ser buscada e proposta como possibilidade normativa na vivência da vida cristã... a expressão: "Batismo no Espírito Santo" não aparece na Sagrada Escritura. A Bíblia apresenta a expressão num
tempo verbal equivalente - batizar o ser batizado no Espírito - , denotando uma ação exclusiva do Messias (Jesus), em contraposição com o batismo de seu precursor, João Batista. A expressão aparece sete vezes nos Evangelhos, Atos dos Apóstolos e na Carta aos Coríntios:
Mt3,11; Lc 3, 16; Mc1, 7-8; Jo1, 33; At1, 4-5; At11, 16 e ICor12, 13.
A expressão passou a ser usada para designar a
experiência que geralmente provoca um ardente desejo de se deixar possuir e conduzir pelo Espírito Santo, (especialmente a missão de dar testemunho de Jesus Cristo), no fim do séc. XIX. Parece ter sido cunhada por Charles Finney, um revivalista americano que deixou marca indelével do pentecostalismo. A teologia de Finney levava em consideração uma experiência subseqüente à conversão que ele chamava "batismo no Espírito Santo" - A realidade de tal experiência significativa e transformadora na vida de muitos cristãos na história da Igreja é incontestável. (Se levada em consideração numa profunda experiência nos dons e nos frutos que o Espírito Santo pode proporcionar).
Que nome, porém, dar a ela, e que interpretação teológica pode-se lhe aplicar sem entrar em conflito com outras realidades da fé, é que tem provocado resistências e, em alguns casos desaprovação de seu uso.
Do ponto de vista teológico, nas últimas décadas tem acontecido considerável avanço nesse campo que constitui no eixo central da identidade do pentecostalismo. No Brasil, o conceituado exegeta Pe. Ney Brasil, em artigo escrito na Revista de Cultura Bíblica (ano 38, Vol. XX, n. 77-78, em 1996, Edições Loyola), apresenta-nos "uma investigação exaustiva e brilhante sobre os textos do Novo Testamento que falam no batismo no Espírito", tal como é usado na Renovação Carismática. Na conclusão Pe. Ney esclarece:
"Por isso, quanto à recomendação dos nossos bispos, nas suas já citadas Orientações Pastorais da RCC, parece pertinente o que observa o Frei Felipe Alves: "Esta expressão da RCC, costuma ser explicada. E se alguns não entendem, o mesmo acontece com muitas outras expressões usadas pela nossa Igreja. Nem por isso a prudência eclesial as elimina, tais como "Igreja que nasce do povo", 'Penitência', 'Ordem' etc".
Assim, mesmo reconhecendo o risco da ambiguidade, parece difícil encontrar um substitutivo à expressão já consagrada. Continuar, então a usar a expressão, contrariando nossos bispos?
Não, não usá-la simplesmente, ignorando a advertência. Levando porém a advertência em conta, esforçar-se por esclarecer a expressão bíblica, acrescentando alguns substitutivos indicados. Porque a advertência ajudará, com certeza a evitar equívocos e mal entendidos, que não constroem a Igreja.
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O DOM DE FALAR EM LÍNGUAS - manifestado em Pentecostes pode ser o mesmo de hoje?
O atual Carismatismo ou Pentecostismo, que é praticado pelos protestantes e católicos teve sua origem no protestantismo no começo do século nos EUA. Uma estudante protestante afirmou ter tido de repente, uma "sensação de paz e gozo".
Ela atribuiu esse fenômeno a Cristo. Passados alguns dias toda a Comunidade se davam as mesmas manifestações. Que foram interpretadas como Batismo no Espírito. Assim nascia o movimento pentecostal protestante que pretende reviver os carismas extraordinários dos Apóstolos no dia de Pentecostes.
Era natural que a fé-confiança, de Lutero, essencialmente despreocupada com a precisão doutrinária das verdades, viesse a desembocar na explosão de manifestações sentimentais do carismatismo. O que é totalmente anormal é que a Fé católica, que exerce adesão pelas verdades reveladas por Deus e propostas pela Igreja como necessárias para crer e para salvar-se, tenha sido de tal modo adulterada a partir do Concílio que viesse assumir essas manifestações exacerbadas de sentimento religioso.
No campo católico, esse pentecostismo chamou-se Renovação Carismática(RCC). Ela nasceu de modo a despertar na Igreja um certo "desejo de renovação" na forma de Orar e manifestar o louvor. De modo a despertar nos mais jovens o gosto pela participação nas celebrações e na liturgia que antes do Concílio Vaticano II era muito fechada à participação dos leigos.
De certa forma trouxe uma nova cara para a Igreja, um novo jeito de celebrar, mais alegre, mais vibrante e que contagiou a muitos.
Não podemos negar que foi muito benéfico ter uma Igreja mais vibrante, como eles mesmos dizem "mais carismáticos" com palmas, cantos e muita alegria.
Mas mesmo assim, trouxe também pensamentos dos pentecostais e das seitas protestantes que são totalmente contrárias ao que ensina a Igreja e o Catecismo. Muitos exageros dentre eles a própria forma de exposição do Santíssimo Sacramento (e de forma exagerada) após a santa Missa o que é totalmente anti-litúrgico. Ou então o falar "línguas" estranhas e outras coisas como "dons de revelação" muitas vezes sem nexo ou de formas incompreensíveis. O uso de instrumentos musicais anti-litúrgicos e de verdadeiros "shows-missas" que faz da liturgia uma show, um circo ao céu aberto, muitas vezes desapropriado e com altos volumes, coisas vindas o protestantismo.
Claro que o movimento em si possui muitos frutos, não há como negar, mas o que deve ser contido são os exageros cometidos e estar atento ao que ensina a Igreja, e sobre a sagrada liturgia.
A RCC não é proibida pela Igreja mas em certos casos merece mais atenção dos bispos locais e dos padres.
QUAL SIGNIFICADO DE PENTECOSTES?
"Pentecostes" palavra de origem grega, naquele tempo, festa das colheitas, fazia parte das festas comemorativas da Páscoa judaica. Quer dizer "quinquagésimo dia", e foi 50 dias após a ressurreição de Jesus, dentro da festa de Pentecostes que Ele, o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos conforme a sua ordem: "não se afastarem de Jerusalém mas esperarem a promessa do Pai",..." pois sereis batizados no Espírito Santo dentro de poucos dias". (At1, 4-5) Assim, a festa de Pentecostes no cristianismo ganhou outro sentido passou a ser a Festa da Vinda, ou descida do Espírito Santo, mas também coincidindo com os 50 dias após a Páscoa cristã, isto é 50 dias depois do domingo da Ressurreição de Jesus.
Pentecostes não era uma festa cristã, era uma festa dos judeus. Tratava-se de uma confraternização religiosa própria do mundo rural, sete semanas após a festa dos pães ázimos, que lembrava a Páscoa dos judeus. Mais tarde já com o culto centralizado no Templo e caracterizado por sacrifício de animais, Pentecostes, mais que uma festa da colheita, era o dia em que os judeus comemoravam a promulgação da Lei de Moisés, isto é os 10 Mandamentos, (Lev23, 15-22); que era celebrada "50 dias" após a Páscoa judaica. Assim no AT, costumes religiosos do mundo rural adquiriram também uma característica histórica, lembrando a libertação da escravidão no Egito e aliança que Deus fez com Moisés no monte Sinai. (Dt16, 9-12)
Batizados no Espírito Santo - aqui significa "banhados" ou "inundados", e não outro batismo diverso do Sacramento do Batismo. Significa a graça especial do envio do Espírito Santo com abundância de seus dons extraordinários.
A abundância de dons extraordinários, visava socorrer a Igreja nos momentos difíceis no começo em que devia aplicar-se em converter os judeus e os pagãos idólatras. Eram dons da ordem dos carismas, os quais não se destinam ao bem pessoal de que quem os recebe, mas de toda a Comunidade dos fiéis.
Ao lado desses carismas transitórios, proveu Jesus a sua Igreja dos Santos Sacramentos como canais normais e permanentes da graça divina, que conferem dons para beneficiar cada um em particular.
O Carismatismo se não bem usado comete o erro grave de pretender renovar, um clima de exaltação super emotiva aqueles carismas extraordinários. Um erro que pode ser grave porque se não bem acompanhados pode expor os fiéis à ilusão com a esperança de estarem recebendo graças especiais, quando pode se tratar de uma simples explosão natural de sentimentos. Esse erro é tão perigoso que, o demônio pode afluir e servir destes estados de super exaltação para produzir certos fenômenos extraordinários com aparência de coisas verdadeiras para enganar e perder a muitos. Uma grande inverdade é a oração em línguas que "os carismáticos" dizem fazer. Para que serve? quem os entende? ... o que há é uma confusão , que "não se parece traduzir" o que se ora, e que São Paulo já exortava antes. Pois o "dom de falar e orar em línguas se não houver compreensão da assembléia, de nada serve para a edificação da Igreja". De nada tem haver com o Espírito Santo, não passa de um teatro. O fato é que muitos líderes católicos e padres estão embarcando nessa e incentivam os carismáticos, achando que isto é unção do Espírito Santo. É mentira e engodo!
COMO ACONTECEU O DOM DE LÍNGUAS NOS ATOS DOS APÓSTOLOS?
Quando abrimos a Bíblia no Livro do Êxodo 34, 22, lemos a prescrição de celebrar a "Festa das Semanas", por ocasião da colheita do trigo.
Para nós cristãos Pentecostes já não tem mais referência alguma com o mundo rural. De fato, passou a ser a festa que faz memória do envio do Espírito Santo sobre os Apóstolos e Discípulos de Jesus. Pois, foi naquele dia em que se encontravam muita gente em Jerusalém para a celebração desta festa que o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos, Maria Santíssima e ali a Igreja começou sua missão conforme havia ordenado Jesus.
Então, na verdade, o nome Pentecostes acrescenta-se a outro a "Festa do Espírito Santo". Ele veio, desceu para não só consolar os cristãos, mas também para assistir a Igreja que naquele momento se iniciara. Mas o mais importante de tudo, o Espírito Santo estaria presente em toda a vida da Igreja até os dia de hoje e até a volta de Jesus.
A Igreja é assistida constantemente por Ele. É também o cumprimento da promessa feita por Jesus antes de sua morte: "Não vos deixarei órfãos, vos enviarei um consolador e ele vos esclarecerá todas as coisas!" - Esse Consolador é o Espírito Santo que dá assistência à Igreja. É ele que esclarece que anima que nove todo cristão.
Quando ficamos presos achando que o Espírito Santo se limita apenas em "falar em línguas" ou em muitos milagrosinhos por aí. Na verdade, Ele é muito mais que isso, ele é o "motor" que nos faz caminhar e é o Espírito Santo que une a Igreja em um só povo. Quando há divisões na Igreja, ou então espíritos de divisões então ali não existe ação nem a unção do Espírito Santo. Pois, Ele veio congregar e não desunir.
Quando achamos que na Comunidade, o Espírito Santo dá unção a uns mais que os outros na verdade, isso é um pensamento diabólico porque ou Ele age na Igreja inteira com seus dons e carismas ou então esta comunidade está pobre do Espírito Santo, pois, a ação de Deus não é falha e nem é para um determinado grupo de pessoas. Mas Ele é para todo povo de Deus. Ele está presente desde o início da criação e continua presente.
Mas, qual a explicação então entre o "falar em línguas" dos pentecostais e da RCC e o "falar em línguas" descrito por São Paulo?
Na verdade o que acontece hoje nesses movimentos não tem nada a ver com o que encontramos no Novo Testamento.
Explicar não é fácil, mas eu prefiro me apoiar no que diz São Paulo em 1Cor12, 4-10.
Na verdade Deus distribui entre nós muitos dons e carismas. Para que serve esses dons e carismas na Igreja? Para a pregação do Evangelho. Para facilitar os Ministérios, sejam eles ordenados ou não.
No que se refere ao "dom de línguas", neste capítulo em especial São Paulo diz que o Espírito Santo dá a uns o dom de "falar em línguas" outros em interpretar línguas. Isso significa que não basta só traduzir, mas, entender o significado dessas línguas.
Bem, isso não é nada sobrenatural, trata-se dos idiomas que se falavam na época. Não significa falar línguas estranhas como querem apresentar nossos irmãos.
Um exemplo é: quando nós queremos saber o significado de determinadas palavras recorremos ao Latim de onde surgiu o nosso português, ou então no caso do Brasil ao Tupi de onde saíram muitos nomes acrescentados em nosso dicionário e em nosso português. Isso é o que se chama interpretar línguas. Diferente de traduzir que é a pessoa que traduz um idioma para o outro. Exemplo: Vice: do inglês para o português. E versa: do Português para o Inglês.
Vejam que neste texto São Paulo se refere a variedade de idiomas e se uns tem facilidade de falar vários idiomas, outros tem a facilidade de interpretá-los. É o que chamamos de poliglotas e intérpretes.
Claro, que naquele tempo não havia escolas especializadas em idiomas como hoje. As pessoas com uso da inteligência dada por Deus aprendiam a falar, a traduzir e interpretar as línguas. Isso era comum entre pessoas que trabalhavam no comércio, entre os religiosos e os políticos.
Mas quem dá esse dom? É Deus, é o Espírito Santo. Como hoje existem pessoas que tem facilidade para falar várias línguas, outras nem tanto, outras mal falam o português. Mas essa variedade de dons que Deus dá está dentro de uma realidade humana, muitas vezes pela própria inteligência. É o que chamamos hoje de auto-didatas.
Aí sim, Deus nos dá inteligência para aprender novas línguas e também a interpretá-las.
Dizer que o que acontece hoje nos meios pentecostais e carismáticos seja "falar em línguas" é l,ínguas de anjos não procede segundo a Sagrada Escritura; muito estranho porque até hoje ninguém foi capaz de traduzir tais "línguas" nem sabemos a veracidade disso. E o pior, quando as pessoas se derem conta de que isso pode se tratar de uma farsa a Igreja cairá em descrédito. Pois é mais do que claro que o "falar em línguas" dos Atos dos Apóstolos, que aconteceu no dia de Pentecostes não tem nada a ver com o que acontece hoje nos meios carismáticos e pentecostais. a) Em Pentecostes o povo entendia os Apóstolos pregarem, não porque falavam línguas estranhas, mas, os ouvidos dos muitos presentes compreendiam-os em seus idiomas, pela ação do Espírito Santo. De modo que todos se entendiam, povos de vários lugares e nacionalidades.
b) Essas línguas estranhas que ouvimos hoje, pode alguém entender?
E o perigo está aí. Por quê? ... quem garante que isso pode vir de Deus?
Se não entendemos tais palavras, tanto tais coisas podem ser um louvor, mas pode ser que satanás se utilize disso para blasfemar contra Deus.
Por outro lado:
Quais os frutos que tais coisas trazem para a Igreja de Jesus? Isso ajuda em quê a Igreja?
Vamos ler as regras que São Paulo ensina quanto a falar em línguas:
REGRAS A SEREM SEGUIDAS NO USO DO DOM DE LÍNGUAS:
1) No máximo três pessoas devem falar, de forma sucessiva e organizada, um de cada vez – 1 Coríntios 14:27;
2) Deve haver tradutor (intérprete) – 1 Coríntios 14:28;
3) Precisa ser entendido por todos – Atos 2:9-12;
4) Cumprir o papel de edificar a igreja edifica a Igreja estando subordinado ao dom de profecia (1 Coríntios 14:1, 5, 26).
5) Ser enriquecido pelo amor aos irmãos – 1 Coríntios 13:1 e 9. Aqui São Paulo não diz que fala a língua dos anjos. Ele está falando em sentido figurado, "ainda que", para explicar que se ele tivesse todos os dons espirituais, mas lhe faltasse o amor de nada esses dons lhe serviriam. O amor é tudo.
6) 1Cr 14, 1-34 O dom da profecia é superior ao dom de línguas. São Paulo dá uma verdadeira aula dizendo que o dom de línguas sem interpretação de nada vale para a assembléia, e quem o faz, deve deve usar isso para si mesmo. Isso pode servir para si próprio mas não para os outros; se acontecer que seja no máximo entre duas e três pessoas e que haja interpretação, do contrário deve-se ficar calado. Como é que se pode dizer que essa balbúrdia, essa gritaria que acontece nos templos pentecostais e na RCC sem interpretação traz algum proveito? Choro, gritaria, histeria. Desrespeitando a própria palavra de Deus que diz: que Deus não é um Deus de confusão, mas de paz. (1Cr 14, 33). E o que vemos nesses cultos são verdadeiras balbúrdias um bando de gente louca que nem sabe o que diz, pulando, gritando, cantando, chorando, dançando tudo o mesmo tempo. Isso não é coisa de Deus, meus, irmãos. "Está escrito: minha casa é casa de oração!" (Mt21,13). São Paulo ensina que muito mais importante é profetizar, porque enquanto o "dom de língua" edifica si mesmo a profecia, isto é o ensinamento edifica toda a Comunidade.
São Paulo não proíbe, mas pede que os fiéis tenham discernimento, que ao orarem em línguas que o façam pra si e não para os outros porque isso de nada vale para a Assembléia. E se acontecer na assembléia tem que haver pessoas que as interpretem, do contrário deverá ficar calado. É muito sério isso.
Eu posso garantir que nunca vi em nenhuma igreja pentecostal, nem tampouco da Igreja Católica alguém interpretar essas línguas. Você já?
No tempo de São Paulo nem às mulheres eram permitido falar na Igreja. Se elas quisessem saber algo deveriam conversar com os maridos em casa. Veja: 1Cor 14, 34-35. Como é que essas denominações e seus pastores, padres bispos permitem que aconteçam tamanha balbúrdia em seus templos, dioceses e paróquias?
Muitos cristãos de hoje ferem essas cinco regras frontalmente. Em muitas congregações, por exemplo, há certo número de pessoas e todos querem falar ao mesmo tempo. Não pode haver intérpretes que falam tem algum sentido já que não sabem o que estão falando?
Observação: Por que utilizar o dom de línguas no Brasil se todos falam o português?
E eu termino com o versículo 39 do capítulo 14 da Primeira a Coríntios:
"Assim pois, meus irmãos, aspirai do dom de profetizar (pregar, ensinar, catequizar...), porém não impeçais falar em línguas, mas com DIGNIDADE E ORDEM".
OUTROS ASPECTOS IMPORTANTES A SEREM AVALIADOS SOBRE O DOM DE LÍNGUAS
1. A gritaria não pode fazer parte da manifestação de qualquer dom – Efésios 40:30, 31;
2. A pessoa tomada pelo Espírito Santo tem paz e domínio próprio (Gálatas 5:22, 23), ou seja, não cai no chão.
3. O dom de línguas não provoca desordem na igreja. Em 1 Coríntios 14:33, 40 é dito que “Deus não é de confusão e sim de ordem e paz.” A obra de Deus sempre se caracteriza pela calma e a dignidade. Havendo barulho, choca os sentidos (ler Mateus 6:6; Gálatas 5:22, 23). Lembremos de que Deus não é surdo.
4. O Espírito Santo somente é concedido aos que obedecem a Deus (Atos 5:32). Será que os que se dizem possuidores do Espírito Santo guardam todos os mandamentos de Deus? (ver Tiago 2:10). A pessoa que conhece a Palavra e de livre vontade desobedece a Deus, não tem o Espírito Santo, mesmo que possa parecer! “O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.” Provérbios 28:9.
5. O fato de alguém falar em línguas não é prova de tenha sido batizado(a) pelo Espírito Santo. A Bíblia apresenta diversas pessoas que receberam o Espírito Santo e, contudo, não falaram em línguas, pois não era necessário. São elas:
• Os samaritanos (Atos 8:17);
• Maria (Lucas 1:35);
• Estevão (Atos 6:5; 7:55);
• Saul, o primeiro rei de Israel (l Samuel 10:10);
• Gideão, juiz de Israel (Juízes 6:34);
• Sansão, outro juiz (Juízes 15:14);
• Zacarias, pai de João Batista (Lucas 1:67);
• Bezalel, em tempos remotos (Êxodo 31:1-3);
• João Batista e sua mãe (Lucas 1:15 e 41);
• Os sete diáconos (Atos 6:1-7);
• Jesus Cristo (Lucas 3:22).
Vemos que Jesus nunca falou em línguas. Ele não usou esse dom porque não havia uma necessidade evangelística para tal. Ao ser preso interrogado pelo Sinédrio sobre sua missão Jesus disse: "Falei publicamente a todo mundo". "Ensinei nas sinagogas e no Templo, onde se reúnem todos os judeus, e nada falei às escondidas"... Jo18, 20 - Jesus não utilizou de nenhuma língua estranha quando falou aos judeus, porque o Espírito Santo que procede de Jesus e o Pai falaria e permitiria que nós, cristãos falássemos diferente em línguas estranhas, que proveito isso tem? Nenhum.
O propósito do Espírito Santo é justamente fazer o contrário que aconteceu na torre de Babel quando os povos foram dispersados por causa do pecado do orgulho e da prepotência, Deus separou-os confundindo-os em várias línguas de modo que eles se dispersaram. Em Pentecostes aconteceu o contrário era preciso que houvesse uma só língua para juntar esse povo na nova Comunidade Igreja que iniciara através de Jesus. De onde os pentecostais a a RCC católica tiraram a ideia que o dom de falar em línguas estranhas aconteceu em Pentecostes? Sendo que em Atos2, claramente vemos que o que aconteceu foi um milagre em que os apóstolos falavam no seu idioma materno e por causa do poder do Espírito Santo os povos de outras regiões ouviam e entendiam o que eles falavam em seus próprios idiomas. Não quer dizer que o dom de línguas não exista mas, deve-se ter muito cuidado, como orienta São Paulo. Isso não acontece a toda hora e a todo momento e nem tampouco sem interpretação.
Exigir que todos os irmãos falem em línguas é querer dirigir o Espírito. É ir contra a soberania dEle, pois somente Deus Espírito Santo é quem distribui os dons como Ele quer: “Porém é um só e o mesmo Espírito quem faz tudo isso. Ele dá um dom diferente para cada pessoa, conforme ele quer.” 1 Coríntios 12:11.
6. O termo “língua dos anjos” só aparece em l Coríntios 13:1, quando Paulo afirma: “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.” O apóstolo está apenas destacando que, mais importante que falar a língua dos homens e dos anjos, é ter amor. Não está afirmando que essa manifestação estranha de língua angélica fizesse parte de nossa pregação (leia Gênesis 18 e Apocalipse 22:8, 9, onde os próprios anjos falaram idiomas humanos para que pudessem ser compreendidos! Leia também Gênesis 19:15; Lucas 2:8-14; 1:16-18).
7. Em Marcos 16:17 é dito: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios: falarão novas línguas.” O que significa “falar uma nova língua” na Bíblia? O texto original grego responde. Há duas palavras gregas diferentes para descrever o termo “novas” línguas: neós e kainós.
• Neós é algo novo que não existia antes.
• Kainós é algo novo que já existia.
A palavra empregada em Lucas 16:17 é kainós, indicando assim que as “novas línguas” faladas pelos discípulos de Jesus seriam novas apenas para eles que não as conheciam, mas elas já existiam!
Eu prefiro acreditar que quando São Paulo nos diz sobre "variedade de línguas" ele está se referindo aos idiomas pelos quais a Igreja teria que aprender a lidar, interpretar e falar ao longo dos séculos por diversos lugares em que o Evangelho fosse pregado.
Quando perguntamos a essas pessoas que falam essas línguas estranhas: Você sabe o que significa essas línguas?
A resposta é sempre que elas são línguas do Espírito Santo, ou então que são línguas dos anjos. Nisso até leigos, padres e pastores entram em contradição com a própria Sagrada Escritura:
a) Porque em toda Bíblia as manifestações de Deus acontece em uma só linguagem. Deus nunca usou de línguas estranhas para falar ao seu povo. Com Jesus, que é a revelação do Pai, foi a mesma coisa. E com o Espírito Santo é a mesma coisa. Ele nos inspira, nos toca, nos move, nos fala de diversas maneiras, com diversos sinais, mas a linguagem de Deus é uma só. Desde a criação do mundo.
b) Dizer que tais línguas são angélicas, ou vem dos anjos, também é incabível, não tem sentido algum, pois, as manifestações angélicas aconteceram, e podem acontecer, sempre de forma direta na linguagem humana. Vejam que quando o anjo anunciou à Maria ele não veio com metáforas ou linguagem estranhas, ele falou abertamente. Lá em Atos quando Pedro estava preso, o anjo veio resgatá-lo da prisão e falou com ele, no seu idioma o Aramaico e ele entendeu as palavras do anjo.
Claro que os anjos podem por ação divina se comunicarem nos idiomas pátrios, são anjos, seres celestes. Agora achar que o que acontece no meio carismático e pentecostal com o chamado "falar em línguas" é linguagem angélica é pretensão demais ou então ignorância espiritual.
Não quer dizer que aconteça esses fenômenos, mas, são fenômenos puramente do espírito humano, da psicose humana e não do Espírito Santo.
Deus não se utilizaria disso a troco de nada. Ou seja, Deus não falaria algo que não compreendêssemos para causar divisões na sua Igreja. Quanto aos anjos a coisa é mais séria, pois se tal coisa existisse o Céu estaria dividido.
É verdade que há vários momentos em que o Espírito Santo é dado aos seguidores de Jesus, como em Jo 20, 22-23; At 8, 17; 10, 44-45.
Contudo a cena-ícone do Pentecostes cristão é narrada em Atos 2, 1-36; porque constitui o ponto de partida de uma nova Comunidade, unida pelo Espírito de Jesus e enviada como missionária a todos os povos.
É a manifestação maior da Terceira pessoa da Santíssima Trindade tal como Jesus prometera, (Jo 14, 16-20; 16, 5-15). Ele irá continuar a obra redentora de Jesus, não mais através de algumas pessoas privilegiadas, mas através da própria Igreja. Nessa cena também se destaca a figura de Maria (At1, 14); aquela que atraiu para si o Espírito Santo, para gerar a pessoa de Jesus, e agora trai novamente para gerar a Igreja de Jesus.
Os dons do Espírito Santo em Pentecostes não coincidem com os dons da tradição dos sete dons, que normalmente tomamos do Antigo Testamento, do profeta Isaías, (Is11, 2-3); Aqui vemos os dons da coragem de ser missionário e dar testemunho de Jesus Ressuscitado, do entendimento do mistério pascal de Jesus,da união e da alegria de ser cristão, da partilha de bens, para que ninguém passe necessidade, do amor fraterno e da concórdia, que faz com que todos se compreendam entre si, apesar de serem de diferentes culturas e línguas. Enfim, irrompe algo novo dentro da sociedade romana e judaica da época com uma força de atração impressionante.
( Rev. de Aparecida Ed. 05/2010 - texto de Pe. José Ulysses da Silva, CSsR)
Segundo narra o Livro dos Atos que, na descida do Espírito Santo o povo, que ali se encontrava, (pois era a festa da colheita), começou a entender em seu seus próprios idiomas a pregação dos Apóstolos. O fenômeno que acontecia era esse: Os Apóstolos e os presentes ali que receberam o Espírito Santo, começaram a falar, louvar e bendizer a Deus. Os de fora, (de outras regiões), que ali se encontravam os ouvia em seu idioma ao mesmo tempo cada qual em sua língua . O Espírito Santo através desse fenômeno traduzia o a palavra dos Apóstolos e discípulos de Jesus (idioma Aramaico), para o idioma deles, como se fosse um tradutor simultâneo. Porque aconteceu isso? O Espírito Santo se adiantou em ser o primeiro tradutor de Línguas. Como era impossível, (na força humana) para falar à pessoas de diversas regiões ao mesmo tempo, o Espírito Santo descido sobre todos ali no Cenáculo, agiu de forma tal a fazer com que eles ouvissem os Apóstolos e os entenderam nos seus próprios idiomas para que eles cressem em Jesus, dessem conta do que se passava e se convertessem. Junto com esse milagre veio também a Força para preparar a Igreja que ali nascia para Anúncio do Evangelho. Para isso o Espírito Santo derramou seus dons e sua força santificadora de modo a reanimá-los para a missão que iam empreender.
Isto podemos comprovar claramente no Livro dos Atos dos Apóstolos: ...."não são todos galileus? como é que nós os entendemos falar em nossa própria língua?" (Cf. At 2, 7-8)
Nesta ação espetacular do Espírito Santo veio CONGREGAR num só povo e UNIVERSALIZAR a Igreja de Jesus, (até então os cristãos ou nazarenos, como eram conhecidos), passaria ser conhecida em todo mundo mais tarde como: IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA. Um outro significado é que, Deus uniu e e instituiu pelo Espírito Santo um Novo Povo, que antes na Torre de Babel, o povo que ANTES falava em uma só língua, foi separado, POR CAUSA DO ORGULHO; e cada qual passou a ter um idioma diferente. (A Bíblia fala que Deus os confundiu em sua Língua. Cf. Gên11, 1-9); Com a Igreja de Cristo e pela efusão do Espírito Santo o novo povo de Deus, eleitos de diversos lugares foram Congregados num só povo, O POVO CRISTÃO. Por isso é que Aconteceu o dom de Línguas. (Cf. At2, 1.3,5-6). Esse dom foi único, só aquela vez de modo a chamar à conversão todos que ali se encontravam para que eles entendessem e aceitassem Jesus. Até então Pentecostes era uma festa popular da Judeia que reunia gente de todo lugar. Somente depois é que a palavra Pentecostes passou ser usada na Igreja para significar a descida do Espírito Santo. Porque foi no "Dia da festa Colheita", isto é em Pentecostes, que Jesus enviou seu Espírito. Então esse dia se tornou sagrado para Igreja e recebeu este nome: Dia de Pentecostes, que daquele dia em diante significa para nós cristãos: Dia da descida do Espírito Santo.
Eis o que significa Pentecostes, a presença do Espírito Santo na Igreja, uma força invisível, mas muito bem percebida, que é a própria essência da Igreja, sem Ele a Igreja seria um museu histórico, jamais porém uma força missionária. Capaz de atravessar vinte e tantos séculos cheias de vida gerando muitos santos e santas.
O momento de Pentecostes para cada cristão é o dia da sua Crisma. Ela lhe concede o próprio Espírito Santo, como dom, e o marca como Templo vivo d'Ele. Ela tem força de fazer acontecer em sua vida, a mesma experiência daquela primeira Comunidade, reunida em torno de Maria Santíssima. Por isso é tão importante que em todas as nossas orações, jamais deixemos de suplicar com insistência: "Pai por vosso Filho, dai-me o Espírito Santo!"
O QUE NÃO PODE ACONTECER DENTRO DOS MOVIMENTOS CARISMÁTICOS
Percebam que o que escrevo aqui não sou eu quem escrevo, mas, santos, pessoas, padres estudiosos no assunto:
Muito causa estranheza ver nos movimentos carismáticos pessoas falarem coisas estranhas, sem som distinto, incompreensível afirmando que aquilo é dom de línguas, não é verdade, no ponto de vista bíblico não tem nada a ver com o dom de línguas revelado em Pentecostes. Pode ser em alguns casos. Alguns não em todos! A maior parte é um engodo, uma mentira. E causa mais estranheza que os bispos e padres católicos aceitem tais coisas como se fosse verdade é muito triste. Essas manifestações muitas vezes não é causada pelo "dom de línguas" mas por um estado de êxtase que é comum até em religiões não cristãs como no caso do espiritismo. Por isso dizer que o "dom línguas" é um ato constante é enganar-se a si mesmo.
É como se eu falasse em Inglês ou árabe, etc. para pessoas que não entendem esses idiomas. Mesmo que eu pregasse, ou falasse maravilhosamente de que serviria isto para a Igreja ou para quem escuta se ninguém entende o que falo? isso é o que adverte São Paulo. Não quer dizer que o "dom de línguas" não possa acontecer mas, tomemos cuidado com isso. Pois, se ele não servir para ajudar a Igreja não servirá pra nada, então isso não provém do Espírito Santo, pois a língua do Espírito Santo é Universal é para todos a qualquer tempo e qualquer lugar dentro ou fora da igreja.
Para justificar chegam a dizer que aquelas falas estranhas é a língua do Espírito, não é verdade. O Espírito Santo é uma força divina, que move os corações e os pensamentos de modo a Santificar as almas e também impulsionar o espírito missionário.
E aqui eu pergunto:
Por que Deus, (pois,o Espírito Santo é Deus é a segunda pessoa da Santíssima Trindade), usaria de tais línguas se elas não ajudam em nada a Igreja.
Em todas as passagens em que a Bíblia fala da ação do Espírito Santo, ela mesmo diz que Deus sempre nos falou por meio de palavras compreensíveis, senão diretamente, Ele agiu abertamente pela Unção em vários casos. Desde o Antigo Testamento até o Novo Testamento, como vemos no caso da Anunciação à Maria.
Diferente de Pentecostes, este "falar em línguas" nos causa muita estranheza, visto que desde que surgiu o pentecostismo e o carismatismo ninguém foi capaz de traduzir tais palavras.
Eu quero aqui lançar um desafio a qualquer teólogo, bispo, padre ou pastor que tenha entendido e traduzido essas tais línguas. Pelo contrário, o que existe é uma tremenda balbúrdia dentro dos movimentos que senão para fazerem barulho, causam divisões de interpretações (se é que elas existem) e divisões nas Igrejas. A ponto de tornar a Igreja de humilde à orgulhosa. Não se pode aqui dizer que a frase "o Espírito sopra onde quer e como quer" porque isso é pretensão humana de achar que Deus faria uma coisa incompreensível apenas para um grupinho de pessoas, sem frutos para a Igreja.
Se prestarmos atenção nos Evangelhos vamos ver que Jesus sob ação e a Unção do Espírito Santo dizia coisas compreensíveis, orava de forma compreensível, falava por parábolas muitas vezes, mas mesmo quando não era compreendido ele as explicava quando estava a sós com seus discípulos.
Então de onde vem a Ideia de que essas manifestações dentro dos movimentos pentecostais e carismáticos podem partir do Espírito Santo?
Está claro que há um espírito embusteiro para confundir a cabeça das pessoas, isso está acontecendo dentro da Igreja Católica, debaixo do nariz de muitos bispos e padres aos quais sãos eduzidos por esse mesmo espírito.
Nesse sentido nos adverte São João em 1Jo4,1.6 ... Nisto conheceremos o Espírito Santo da verdade e o espírito do erro."
"Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito,mas examinai se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas se levantarão no mundo..."
E se lermos os Atos dos Apóstolos, os Evangelhos, e as próprias cartas apostólicas não vamos encontrar tais sinais. Apenas São Paulo adverte sobre o "dom de línguas", não proíbe mas pede atenção, cuidado para não achar que tudo é dom do Espírito, pois aquilo que traz proveito à Comunidade é obra do Espírito Santo, aquilo que não se pode compreender e não ajuda a Igreja não vem de Deus e não serve para nada.
Não estou aqui querendo dizer que a Renovação Carismática Católica estejam contra a Igreja. O movimento em si, embora tenha se espelhado no tal "reavivamento do espírito" pentecostal dos EUA, deu e continua dando muitos frutos para a Igreja Católica. É um movimento, sem dúvida nenhuma muito peculiar, necessário à Igreja e com aprovação dela. Mas o que não pode acontecer e está acontecendo talvez por falta de dedicação dos padres e bispos, ou por uma ignorância no que a Bíblia ensina sobre o Espírito Santo é que está levando muitos católicos à um engodo, uma enganação com relação à pessoa do Espírito Santo e seu propósito.
Hoje parece modismo principalmente na RCC tais comportamentos. De repente começa uma linda oração, daí se mistura coisas estranhas, falas estranhas que ninguém compreende, isto pode vir de Deus? Pode Deus querer algo que não compreendemos?
Nesse sentido veja o que São Francisco de Sales, doutor da Igreja já dizia:
"Tem-se visto em nossa época pessoas que creem que foram muito freqüentemente raptadas em êxtases; E a cabo descobria-se que não passava de ilusões diabólicas. Assim, certo sacerdote no tempo de Santo Agostinho punha-se em êxtase sempre que queria, cantando e fazendo cantar uma ária lúgubre. (...) O admirável é que seu êxtase ia tão longe que não sentia o fogo que lhe aplicava, a não ser depois voltado a si..., e ficava sem respirar". E o Santo segue advertindo-nos de que o maligno pode transformar-se em anjo de luz, operar êxtases e prodígios e outros milagres extraordinários para perder as almas confundindo-as. São João da Cruz também afirma: "...quando a alma procura estas comunicações abre as portas para o demônio!"
Um outro caso; o ex-pastor, Francisco Almeida de Araújo, da igreja Batista, conta-nos que nos EUA, um antigo pastor missionário na África e conhecedor de vários idiomas e dialetos africanos , certo dia encontrou em sua igreja um grupo de jovens "falando em línguas". Mas tomou um grande susto ao conhecer que aqueles jovens proferiam blasfêmias contra Nosso Senhor em um dialeto africano que ele conhecia bem. Era pois o demônio que inspirava a mente daqueles jovens em estado de transe a dizerem blasfêmias. O mesmo fenômeno já aconteceu nas "falas de línguas" do carismatismo católico.
Porém o "falar em línguas" não foi proibido mas exortado, que se tomasse cuidado, São Paulo diz que o "dom da profecia" é muito mais importante e deve ser usado para edificação da Igreja. (Cf. 1Cor14, 5-6) ... Para São Paulo de nada adianta falar em línguas se isto não traz nenhum proveito para a Igreja a não ser para a pessoa.
Já a profecia, (no sentido de anunciar o Evangelho, denunciar e ajudar combater as injustiças), é importante para a Igreja, Deus se serviu dela desde o Antigo Testamento, através de homens justos para ajudar o povo a caminhar, servir dela com seu Filho Jesus para pregar a Boa Nova, serviu dela pelos Apóstolos e serve dela pela sua Igreja.
O QUE DIZ SÃO PAULO SOBRE "O FALAR EM LÍNGUAS"?
São Paulo, em boa parte do Capítulo 14 da 1a. Carta aos Coríntios, vem explicar-nos sobre "o falar em línguas"; segundo São Paulo, não é proibido, porém, não é importante pois não enriquece a Igreja. Primeiro porque ninguém entende o que se fala, depois não traz ensinamento nenhum; a pessoa que fala em línguas é como um instrumento musical desafinado, que não produz música. Quem afirma é São Paulo; 1Cr14, 6-7.
A gente vê nos movimentos carismáticos pessoas bem intencionadas que acreditam e se dizem "falar em línguas", (e outro erro mais trave é que são até incentivados por dirigentes da Igreja); por acaso você entendeu ou melhor, compreendeu o que eles falavam? ... Alguém já os interpretou sob os dons do Espírito Santo? ...
A Igreja não proíbe que se use esse dom, mas se ele não servir para edificação da Igreja e se não for interpretado não resolve nada. É o que nos diz S. Paulo. A pessoa ora, mas o espírito fica sem frutos. E Paulo conclui dizendo que ele tem sim o dom das Línguas mas ele prefere "na Assembléia" usar de suas próprias palavras para que o povo entenda. (Cf. 1Cor14, 8-19); não é recomendável o "falar em línguas" dentro da Assembléia, porque confundirá a todos.
São Paulo dá a entender que o conhecimento de "falar em línguas" é falar o idioma patrício, não um "dom sobrenatural". Nisso sim, quando pois todos sabemos que ele era um Rabino antes de se converter, estudou e falava em vários idiomas conhecidos na época: Hebraico, Aramaico, Latim e Grego. Pois ele tinha dupla cidadania era Judeu, mas tinha cidadania Romana. Ele explica bem no versículo versículo 18, depois vem explicar dentro da Palavra de Deus o porque não "fala em línguas" ...esta escrito na Lei: "Será por gente de língua estranha e por lábios de estrangeiros que falarei ao meu povo, (não por dom de línguas); e nem assim me ouvirão!" (Is28, 11s.) Para São Paulo o "falar em línguas" traria confusão dentro da Igreja porque uns compreenderiam, outros não, achariam que eles estavam loucos, semeariam então confusão e traria injustiça, (usar o bom senso no sentido de que, todos tem o direito de ouvir o Evangelho proclamado) a Assembléia. Para São Paulo, quem age assim se comporta como uma criança.
OUTRO ERRO GRAVE DO CARISMATISMO OU PENTECOSTISMO - é pretender uma comunicação do Espírito Santo e da graça divina por outros meios que os Sacramentos estabelecidos por Nosso Senhor.
De fato além da afirmação de Jesus: "Quem não nascer da água e do Espírito não entrará no reino dos Céus, (Jo 3,5). Assim ordenou Jesus: "Ide pois pregai o Evangelho à toda criatura, ensinai as todos e batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei!" (Mt 18, 19-20).
Portanto a Comunicação com o Espírito Santo se faz pelo Sacramento do Batismo. Por isso já em Pentecostes, o que os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, julgaram mais necessário para cumprir o Ordem de Jesus foi batizar os primeiros convertidos.
Mas também outros Sacramentos operam de modo diverso, no sentido de garantir a permanência do Espírito Santo na alma do fiel ou recuperar sua habitação.
Nesse sentido ouso citar uma Instrutiva de da página de D. Lefebvre, (em Renovation Carismática)
" O que fizeram os Apóstolos senão batizar? Eles comunicavam o Espírito Santo a todos os que tinham fé, a todos que criam em Nosso Senhor. É assim que a Igreja, sob a Influência de Cristo, sempre comunica o Espírito Santo. Todos nós recebemos o Batismo. Devemo meditar com mais atenção a grande realidade de nosso Batismo. A recepção deste sacramento opera nas almas uma grande transformação". "os outros sacramentais vêm completar esta efusão do Espírito santo operada em nosso Batismo. Assim, o sacramento da Confirmação nos comunica também numa maior profusão, os dons do Espírito Santo, pois, temos uma necessidade deles para alimentar nossa vida espiritual e cristã!"
Mas não é tudo! Com efeito Nosso Senhor quis que dois Sacramentos em particular intensificassem em nós a comunicação com seu Espírito com a efusão de seus dons de forma frequente são os Sacramentos da Confissão e da Eucaristia. A penitência reforça a graça que recebermos em nosso Batismo e purifica a nossa alma de seus pecados. Pois não podemos pensar em receber as abundantes graças do Espírito Santo se estivermos em pecado. Este Sacramento restitui, pois, força do Espírito e o poder da graça.
E o sacramento da Eucaristia que nos é dado pela celebração do santo Sacrifício da Missa que renova a oblação sacrifical de Cristo e nos aplica os frutos da Redenção. Na Eucaristia merecemos ao mesmo tempo a santificação de nossas almas, que nos afasta do pecado, e a união com Nosso Senhor, bem como a força do Espírito Santo.
Os Sacramentos do Matrimônio e o da Ordem santificam a sociedade. Aquele santifica as famílias; este é concedido para comunicar precisamente o Espírito Santo a todas as famílias cristãs, a todas as almas.
Finalmente, o Sacramento da Unção dos Enfermos nos prepara para receber a plena Vida Eterna ou o recobramento da saúde, pela ação do Espírito Santo. (Rev. Tradicion Catolica no. 34, fev. 1998).
No entanto cabe lembrar que de tudo não é a Renovação Carismática que é um movimento desaprovado pela Igreja. Pois ela tem tido muito acompanhamento espiritual dos sacerdotes e bispos, com efeito tem trazido nestes tempos muitos fiéis para a Igreja atraídos pelo seu carisma próprio. Mas aqui se trata de discernir "certos" comportamentos da RCC que não estão de pleno acordo com a Palavra de Deus, por isso se torna perigoso, se não discernirmos o que benéfico ou não dentro do "carismatismo". Sejamos antes críticos até com nossa própria fé.
Entender a pessoa do Espírito Santo e como Ele age é muito difícil, provar que tudo que se faz numa religião é obra de Deus também é difícil, muito mais se não adquirirmos a experiência em nós da prática dos Sacramentos e da observância concreta da sua Palavra. O Espírito Santo age onde Ele quer, inspira quem ele quer, mas "nem sempre" as coisas acontecem realmente pela inspiração de Deus. O demônio, astuto como ele é, também usa da religião e da palavra de Deus para confundir e perder as almas. Haja visto que ele tentou Jesus, citando os Salmos da Escritura Sagrada. Por isso seja crítico. Quando se vê muita empolgação em um grupo, que mais parece "fogo de palha", curas miraculosas, comoção externa de pensamentos, choros, gritos, aparições, etc. É sinal que alguma coisa está errada. Pois, com prudência, a Igreja vem pesquisando vários destes fenômenos e muitas vezes se descobre que não tem nada de extraordinário, mas sim, fenômenos psíquicos que facilmente se pode provar. A ação do Espírito Santo em um grupo, pelo contrário, é duradoura e produz muitos frutos. Frutos esses que fazem diferença na vida particular, familiar e comunitária.
Neste tempo em que nos preparamos para celebrar Pentecostes, possamos refletir: Estou dando valor e recebendo bem e preparadamente os Sacramentos da Igreja? - Que consciência eu devo ter da ação do Espírito Santo dentro da prática de cada um d'Eles?