quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A DIFERENÇA ENTRE ADIVINHAÇÃO E PROFETISMO

Na curiosidade em saber uma posição sobre o futuro, é muito comum vermos pessoas se recorrerem a adivinhadores, cartomancia e ao horóscopo. Existem muitos cristãos que ainda praticam ou procuram a adivinhação e até confundem adivinhação com profecia. Mas na verdade, as duas coisas são totalmente opostas. 

Diferente de fazer uma previsão científica, baseada em instrumentos que a Ciência nos tem a oferecer, a adivinhação é uma técnica de enganação e não condiz com a realidade. A pessoa que usa a adivinhação na verdade engana-se a si mesmo. Há pessoas que buscam na adivinhação as respostas para seus questionamentos; na verdade estão inseguras de si mesmas, frágeis na fé. E o que na verdade elas podem conseguir é enganar-se e se tornar mais vulneráveis aos golpes dos enganadores.     

A prática da adivinhação é muito antiga, vem de nações pagãs que usavam do método de consultar os astros, cartas, ossos humanos, pedras, búzios, leitura das mãos, consultas através de evocação dos espíritos e outras práticas supersticiosas para prever o futuro. Na verdade não há nenhum estudo científico que provam que eles estão certos.
O adivinhador (e não profeta) mais recente que conhecemos foi Nostra Damus, esse errou todas suas previsões, quando escreveu sobre o fim do mundo.

Até mesmo entre os israelitas, ou o povo hebreu, existia a prática da adivinhação, da bruxaria, etc. Pois, esse povo também conviveu com nações pagãs muito antigas, que cultuavam falsos deuses e praticavam a adivinhação como os mesopotâmicos, os egípcios etc.


Esses povos tiveram uma forte influência na cultura dos hebreus até o dia em que o Deus Javé se manifestou fazendo desse povo uma nação consagrada a Ele, proibindo todas as práticas pagãs.


Ao suscitar Moisés como seu líder, Deus proibiu que a prática da adivinhação fosse exercida, e mais, proibiu que os israelitas se recorresse a essas pessoas. Por quê?
Porque quem pratica essas coisas não está a serviço do Deus verdadeiro. A Bíblia nos ensina:

(Dt10, 12.20)."12-E agora ó Israel, o que pede a ti o Senhor, senão que o amando servi-o de todo teu coração e de toda a tua alma.*20- Temerás o Senhor e estarás unido a Ele e só pelo teu nome farás teu juramento".  
(Dt18, 9-14.21-22) "9-Quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te dá, não porás a imitar as práticas abomináveis da gente daquela terra. 10-Não se ache no meio de ti quem passa pelo fogo, seu filho, sua filha, nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo,11- à magia, ao espiritismo, à adivinhação e invocação dos mortos. 12-Porque o Senhor teu Deus abomina aqueles que se dão a essas práticas, e é por causa dessas abominações que o Senhor teu Deus, expulsa de ti essas nações.13-Serás inteiramente do Senhor, teu Deus. 14- As nações que vais despojar ouvem os agoureiros e adivinhos; a ti porém, o Senhor teu Deus, não o permite.*21- Se disseres a ti mesmo: como posso distiguir a palavra que não vem do Senhor?22-Quando o profeta tiver falado em nome do Senhor, se o que ele disse não se realizar, é que essa palavra não veio do Senhor. O profeta falou presunçosamente. Não temais!  

Então, todos nós cristãos, sobretudo os Católicos, somos uma religião que foi fundada por Jesus Cristo, Jesus era judeu, ou israelita, seguia enquanto homem a Lei de Deus através de Moisés. E Jesus mesmo disse que não veio abolir tais leis e sim aperfeiçoá-las (Cf. Mt5, 17-18).     
Portanto, as práticas de que fala o texto de Deuteronômio acima, também é aplica a todos nós que seguimos a Jesus Cristo.
Deus quer preservar o seu povo dos malefícios dessas práticas. 
Além do mais, sabendo-se que crendo que existe um Deus único e verdadeiro, praticar tais coisas agride diretamente a Deus que tudo fez por nós.
Ninguém tem o direito de prever o futuro. A adivinhação é uma enganação. 

Mas você pode se perguntar: - Mas os profetas não eram adivinhadores? - A resposta é: Não! - os profetas não praticavam a adivinhação, eles eram homens que guiavam o povo de Deus e eram guiados por Deus, como os padres, pastores, catequistas, como os bispos, sucessores dos Apóstolos hoje fazem.


Mas, naquele tempo, os profetas agiam por ação direta de Deus ou por inspiração divina aos quais admoestavam o povo de Deus para que seguissem e fossem fiel a Javé. Os profetas eram homens que eram escolhidos a dedo por Deus para falar ao povo de Israel em seu nome, para denunciar as injustiças e cobrar do povo de Israel quando este faltava-lhes em cumprir os Mandamentos e as leis do Senhor.


Eles não adivinhavam, não liam cartas, não consultavam os mortos, não praticam bruxarias, não consultavam zodíaco, nem os  astros. Simplesmente eram homens santos escolhidos por Deus para ajudar o povo a trilhar seus caminhos. Está aí a grande diferença!


Leia estre trecho de Dt18, 15-20:


Moisés falou ao povo dizendo: 15. "O Senhor teu Deus fará surgir para ti, da tua nação e do meio de teus irmãos, um profeta como eu; a ele deveis escutar. 16. Foi exatamente o que pediste ao Senhor teu Deus, no monte Horeb, quando o povo estava reunido, dizendo: 'Não quero mais escutar a voz do Senhor meu Deus, nem ver este grande fogo, para não acabar morrendo'. 17. Então o Senhor me disse: 'Está bem o que disseram. 18. Farei surgir para eles, do meio de teus irmãos, um profeta semelhante a ti. Porei em sua boca minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar. 19. Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as minhas palavras que ele pronunciar em meu nome. 20. Mas o profeta que tiver a ousadia de dizer em meu nome alguma coisa que não lhe mandei ou se falar em nome de outros deuses, esse profeta deverá morrer'.
    
O profeta é alguém tirado do meio do povo para falar em nome de Deus. Ele tem autoridade de Deus. Mas não pode enganar as pessoas nem falar daquilo que não é da vontade de Deus. Jesus embora seja o Filho de Deus, era um profeta (enquanto homem); e tinha autoridade em suas palavras e tudo que ele falava provinha do alto. 


São Marcos (Mc1, 21-28); descreve que:


21. Jesus entrou na sinagoga e ensinava. 22. Todos se admiravam ao vê-lo falar.  23. E na sinagoga estava um homem possuído por um espírito mau. Ele gritando disse: 24. "Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei que tu és o santo de Deus!" - 25. Jesus porém o repreendeu dizendo: "Cala-te e sai dele!" - 26. Então o espírito mau o sacudiu, deu um grito e saiu. 27. Todos vendo aquilo ficaram admirados. E perguntavam: "O que será isto? um ensinamento novo dado com autoridade. Ele manda e os espíritos maus obedecem". 28. E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a Galiléia. 
    
O verdadeiro profeta é alguém que tem autoridade de Deus.
Qualquer outro que não tem autoridade de Deus não pode realizar a obra de Deus. Quando se tem autoridade de Deus ninguém poderá resistir às palavras que ele profere, nem mesmo os espíritos maus, eles reconhecem que o profeta é de Deus. 
O falso profeta ao contrário copia o bom profeta, mas não tem autoridade. Sua intenção é desgarrar as ovelhas do aprisco. É um mercenário conforme Jesus mesmo disse. Ele não tem compromisso em guiar o povo de Deus, e sim, de enganar, e destruir a fé das pessoas. Tudo o que faz ou é para ganhar dinheiro às custas alheias, ou porque é contra a Igreja de Nosso Senhor. 
O que diferencia o verdadeiro do falso profeta é justamente a autoridade de Deus. E não os milagres. Milagres qualquer um pode fazer. Mas a autoridade de Deus,a unção e as palavras que sai da boca de Deus na voz do profeta é que faz a diferença.      
Mas há uma outra dúvida que talvez muitos possam não entender: 


Mateus fala em seus escritos de três homens que vieram do oriente para visitar Jesus recém-nascido, esses homens segundo Mateus, viram uma grande estrela, (talvez um cometa), e a seguiram até encontrar Jesus... ( Cf. Mt2, 1-12). Será que a Bíblia se contradiz? - a resposta é: Não! eis porque vou explicar:


Esses homens, que Mateus relata sendo três, vindos do Oriente não são propriamente adivinhadores, os estudos mais antigos dão conta que eram homens que praticavam a ciência de estudar os astros. Ou seja, na linguagem de hoje praticavam a astronomia. Certo é que naquele tempo em meio às crendices, muitas coisas eram feitas sob orientação dos astros, mas isso é a astrologia, (prever o futuro através dos astros); esses homens que Mateus chamam de sábios, ou Magos, eram pessoas de alta inteligência. Havia um costume antigo que dizia que quando aparecia uma estrela diferente no céu é porque alguém muito importante iria nascer, um aristocrata, um rei. Possivelmente esses homens eram também judeus que viviam fora da Palestina, de certo conheciam as profecias e ligaram uma coisa a outra.


 No tempo do rei Nabucodonosor muitos judeus foram perseguidos, os de maiores posses fugiram para as terras distantes, milhares foram mortos e os que sobraram, foram escravizados e levados para a Babilônia. Talvez esses "Magos" de que fala Mateus pertencesse ao grupo desses judeus que tinham certo conhecimento das profecias e esperavam a promessa do nascimento do Messias.


Mas, por trás desse relato, Mateus não está dando incentivo à astrologia, nem às previsões astrológicas, nem às adivinhações, e sim, querendo manifestar a realeza de da pessoa de Cristo, Jesus é Rei, ele é Deus, na sua divindade todos os reinos, todas as nações devem se curvar. O que São Paulo vai nos dizer depois que: "diante de Jesus se dobre todo joelho, no Céu, na Terra e nos infernos".


Foram-lhe oferecidos presentes de rei: Ouro, incenso e mirra - o que tinham de mais precioso. antes disso... visitaram o rei Herodes, achando que Cristo nasceria em Jerusalém, tiveram a confirmação da profecia de Miqueias que Cristo nasceria em Belém. Portanto, não foi só por causa da estrela que eles encontraram Jesus, mas foi também pelo auxílio das Escrituras Sagradas.


Os Magos não eram adivinhadores, se fossem, e se valesse adivinhar, saberiam com clareza onde estava Jesus. Apenas seguiram a estrela...uma estrela enviada por Deus como sinal...e sendo sábios, estudiosos sabiam que era chegado o tempo de nascer o Salvador. Seis meses de caminhada fizeram, segundo alguns estudiosos. Perdendo e reencontrando o caminho. O texto diz claramente que eram "magos" isto é homens estudiosos e intelectuais da época. Outros estudiosos no assunto afirmam que seriam homens de diferentes povos do Oriente: Índia, China e um deles no da África. Mas não podemos afirmar com clareza, prefiro ficar com a primeira explicação. O fato é que o sentido desta história mostra que pela Salvação dada por Deus través de Cristo, todas as nações a Ele recorrem e por Ele e n'Ele se encontram.


Portanto, a Escritura não se contradiz!     

Hoje em meio à tantas influências pagãs, temos que lembrar das palavras de Deus quando disse: "Vocês vão se relacionar com outras nações, outras culturas, outros povos que ainda não crêem em mim, mas não pões a praticar as coisas pagãs que eles praticam"... (Cf. Dt9, 14) É isso que Deus está dizendo para nós cristãos hoje, agora, para mim e ti. 

Não podemos acreditar em horóscopos, cartomancia, feitiçaria, bruxaria, leitura de mãos, superstições, búzios... e nem em qualquer outra prática de adivinhação, porque isso é proibido para nós.

O que acontece é que as pessoas estão deixando a Bíblia de lado e correndo atrás de falsos deuses. E isso ofende diretamente a Deus: Ofende ao Pai que nos criou, ao seu filho Jesus que nos salvou, e ao Espírito Santo que nos faz santos e nos quer iluminar. Para que vamos precisar buscar respostas longe de Deus?

Logo no mesmo capítulo, de Deut9, 21-22, Deus nos ensina a saber discernir entre o bom profeta e o mal profeta. Porque digo isto?
Porque até mesmo dentro da Igreja existem falsos líderes que aprovam estas práticas dizendo: "Não não tem importância consultar horóscopo, ler cartas, etc... pois isso até aumenta a auto-estima da pessoa, ela passa a ter pensamento positivo"... mas, e quando numa dessas adivinhações ela recebe a falsa notícia que vai morrer, ou que está sendo traída, ou então que passará por maus momentos? fará bem a ela? essa pessoa não vai entrar em depressão, até mesmo se desesperar e morrer ou cometer um suícidio?... É isso que Deus não quer. 

Então não podemos dar crédito a essas pessoas. E quem as apoia é mentiroso está enganando a si mesmo, a comunidade e a Deus. Essas pessoas que se dizem cristãs, nunca praticou a palavra de Deus de verdade, apenas leu, escutou no culto ou na Missa, mas não ouviu com o coração, não entendeu. Por isso, essas pessoas embora se dizem cristãs, agem em nome do diabo.
A você que leu esse artigo, pense direitinho. Queira amar a Deus e servi-lo com seu coração, você só tem a ganhar!


CHAVE DE LEITURA PARA MEDITAÇÃO:  
Sab13, 1-19:14
1Tm4,1           

sábado, 10 de dezembro de 2011

DEPENDÊNCIA AFETIVA E COMPULSIVIDADE AFETIVA

Nossa vida é feita de relações humanas, toda criatura necessita de convivência, de ajuda mútua para suprir suas necessidades. Desde os seres irracionais, até os seres racionais, ou seja, o ser humano. Ninguém nasceu para estar sozinho, se existe alguém sozinho, ou que se sinta estar sozinho é porque falta afetividade, muitas vezes possui problemas afetivos, que leva o indivíduo a não se relacionar com as outras pessoas. A Internet hoje resolve grande parte dos problemas, mas também pode deixar a pessoa isolada, cada vez mais afastada dos relacionamentos. É preciso que se mude a mentalidade dos jovens para que voltem a ter a experiência de uma boa amizade. A tendência de certas pessoas é se afastar cada vez mais do convívio entre a família e do convívio virtual. Isso é muito ruim para o ser humano. Desde muito tempo, na evolução do homem, este descobriu o valor da convivência, da ajuda mútua e da afetividade, afinal, o mundo só caminha através da cooperação. Mas o que acontece hoje é que os laços afetivos estão se rompendo cada vez mais cedo, proporcionando um desequilíbrio emocional grave, muitas vezes levando o indivíduo a se isolar em um canto, seja por falta de opção, seja por um problema maior, a depressão. OU até mesmo leva o ser humano a um desequilíbrio emocional grave, muitas vezes a cometer crimes ou suicídio, ou ainda, leva o indivíduo perdido e confuso ao mundo das drogas. 
   
O Dr. Eduardo Aquino, escritor e neurocientista, escreveu sobre a dependência afetiva:

"Que o psiquismo humano está cada vez mais doentio e caótico, isto é fato, facilmente constatável em comportamentos monstruosos e imagináveis de décadas atrás. A banalização da pedofilia, os crimes hediondos, as drogas sintéticas, a falência afetiva, uma série de fatos que se sucedem fazendo com que os problemas psiquiátricos e de drogadição tenham se tornado o maior problema de saúde mundial". 
"Mas algo tem me chamado atenção pela frequência cada vez maior e pelo forte impacto que pode causar na vida das pessoas que se envolvem nas situações que escreverei: "a dependência afetiva e o compulsividade afetiva!" ... Vamos entender esse quadro que muitas vezes é confundido com amor (aliás, infelizmente esse nobre sentimento tão transcendente, cuja representação é uma palavra tão simples e que tem sido usada de forma tão vulgarizada, quase chega a perder seu encanto, chegando a propor que ninguém antes dos 30 possa usar esse vocábulo). Ou ainda pode ser confundida  na não menos famosa e inebriante paixão, mas também não é o caso, pois aqui se trata de um processo e acompanha o mesmo mecanismo bioquímico cerebral e a mesma estrutura funcional do usuário de drogas. 
Sabemos que o cérebro possui uma área  que chamamos de "centro de recompensa", onde se requer a constante busca de prazer, bem-estar, alívio de ansiedade, de tal forma que podemos sentir satisfação, relaxamento, prazer, alegria, euforia. Tais sensações deveriam ser resultados das convivências naturais de nossas conquistas diárias, sejam sexuais, sejam as vitórias no trabalho, de nossos sonhos e desejos pessoais. 
Mas infelizmente, diante da preguiça de lutar para conquistar esse prazer e alegria natural, muitos preferem o caminho mais curto, errado e inglório, da bebida e das drogas que inicialmente dão uma falsa sensação de bem-estar, de alegria e relaxamento, mas, no médio prazo vão abrido a cratera do vício, da dependência, da depressão, do fracasso físico e social.
Em comum com esses drogaditos clássicos, os dependentes afetivos, movimentam essas áreas de recompensa através de seu parceiro afetivo, tornando-se dependente do mesmo, brigam ou terminam e caem em verdadeira abstinência. Caindo em depressões severas, apatia, sensação que não são capazes de continuar com suas vidas. Não toleram a situação de estarem sozinhos e é por isso que essas pessoas evitam ao máximo perder seus parceiros, cobrindo-os de presente, são subservientes, vivem colados um no outro, controlando sua vida., muitas vezes sendo ciumentos, às vezes camuflado, sendo excessivos, exigindo exclusividade, muitas vezes pegajosos em busca de seguranças e certezas. Por mais incrível que pareça, até substâncias químicas cerebrais envolvidas nesses processos compulsivos e de vício. (gaba, dopamina e serotonina), são as mesmas que alteram nos usuários de drogas e nos compulsivos (por compra, trabalho e comida). Esses quadros devem ser tratados, pois, em geral, podem ter depressão pós-ruptura afetiva (como se fosse uma depressão por luto), e prejudica seriamente a vida profissional, pessoal, afetiva e social das pessoas".


Hoje, percebemos que a maioria das crises de ciúmes, e outros tantos sentimentos aleatórios que levam às crises nas famílias, são causadas pela compulsividade afetiva. Na verdade, o ciúme doentio é uma compulsividade afetiva. Muitas vezes as pessoas não sabem lidar com os sentimentos, ou setem a necessidade de estar com o outro mesmo que forçadamente. Outras ainda sentem uma solidão tão grande mesmo tendo companhia. E as vezes esta carência afetiva leva a uma dependência psíquica doentia, capaz de elevar o mais profundo do ser humano aponto de se esvairar de raiva, ou de sentimento de vingança quando a vontade não é satisfeita. A carência afetiva pode se tornar uma doença quando passa de carência para compulsão. E aliado às drogas, pode até levar uma pessoa a cometer suicídio. Muitas vezes vemos pessoas se matando sem ter motivo aparente algum, mas que no fundo, faltou conhecimento do problema, faltou compreensão e tratamento. A compulsividade afetiva pode levar a pessoa a um surto psicótico ou a um quandro de depressão.
Por isso é sempre bom trabalharmos bem nosso lado afetivo, aponto de buscar viver bem, de sentir-se bem, de sentir-se amado e dando mais valor à vida. Controlar nossas emoções, nossos sentimentos, mas, ao mesmo tempo buscar uma convivência sadia. A começar em dar valor a tudo que é bom na vida. Os sentimentos bons não podem nos aprisionar, mas sim, libertar-nos para uma vida sadia e feliz. Por isso trabalhar esse lado emocional é buscar melhorar nossos relacionamentos, viver bem e com boas amizades. Evitar trocar uma boa amizade, os bons momentos em família, pela TV, o Computador, principalmente a Internet. Saber lidar com nossos pensamentos e buscar sempre a felicidade. 
                       

terça-feira, 29 de novembro de 2011

ADVENTO - É TEMPO DE PREPARAÇÃO

Estamos celebrando o Tempo do Advento. É um tempo muito propício para refletirmos quanto a chegada do Natal de Jesus. A Igreja propõe que haja uma preparação muito especial dentro da liturgia da Igreja para que nos preparemos para viver a celebração do Natal do Senhor.

Mas se o Advento ficasse só nessa preparação seria muito pouco, pois a celebração no Natal é apenas reviver o nascimento do Salvador que já conteceu a mais de dois mil anos. O que este momento, estas semanas de preparação nos quer ensinar então? ...
Quer nos ensinar que devemos estar prontos, vigilantes, não para o nascimento de Jesus, porque Ele não nascerá (fisicamente) outra vez. Mas que preparemos o nosso coração para a chegada, para a segunda vinda de Nosso Senhor, ou seja a Igreja vive a expectativa da Parusia. Cristo virá glorioso. 

Pode-se achar uma ilusão afinal, o tempo de Deus não é o tempo dos humanos, mas Jesus nos ensinou que nossa vida deve ser de preparação e vigilância. Pode ser que essa realidade não aconteça em nosso meio hoje,  mas o encontro com Jesus se faz no dia a dia, na caminhada em definitivo para os braços do Pai. "Não sabeis o dia nem a hora"... Na verdade vivemos esse constante Advento, isto é, esperamos aquele que há de vir a qualquer momento seja na Parusia, seja na hora de nossa saída deste mundo de ilusões, Jesus virá ao nosso encontro.

Por isso podemos dizer que esse tempo nunca passa, deve ser constante em nossa vida, apenas ganha um reforço especial nesses dias em que  esperamos celebrar o aniversário de Jesus Cristo nosso salvador.

O mundo, o comércio, a correria do dia a dia nos aponta um natal frio e uma festa apenas de lembranças e trocas de presentes. Caímos muitas vezes nas tentações das guloseimas, das festas e celebramos o Natal do egoísmo, da falta de fé e solidariedade, da falta do princial Jesus Cristo que quer nascer, morar em nossa vida, em nossa família.
Enfeitamos nossas casas com árvores, com faixas, flores, luzes etc. Mas e o nosso coração? quanta escuridão,  imundície, podridão espiritual e pecado está dentro dele, travando as portas para quem deveria realmente tomar conta dele que é Jesus. Nossa externação, nossa falta de fé e amor são travas que precisam ser retiradas para Jesus poder entrar.

O Advento nos quer dar esta oportunidade, de pensarmos... como é que eu estou me preparando para a chegada de Jesus? 
Que lugar Jesus assume em minha vida? Mesmo que haja solideriedade, espírito de confraternização, de nada  resolverá se Jesus não ocupar o centro de nossa vida, se ele não for o nosso Deus e Senhor.

Pereparar para a chegada de Deus... você já pensou nisso? Sabe o que isto significa?
Seria vago celebrar um Natal todo ano, cuja festa não implica mudar em nossa vida para melhor e não nos levar a busca de uma sociedade mais humana e fraterna.
Ficamos muitas vezes presos nos simbolismos do comércio, do pai-Noel e sei lá das quantas, mas esquecemos do Pai do céu, e nem somos agradecidos pela grandeza da salvação, que aquele Menino nascido na pobreza de Belém, um dia, veio nos trazer um presente muito maior: a salvação. Que seria de nós sem ela?...

No Evangelho de São Mateus encontramos referências da realidade da Parusia, isto é, da segunda vinda de Jesus. Vamos ler: Mt24, 37-44. - Em cada domingo, os Evangelhos proclamados na Santa Missa, se referem a uma passagem onde Jesus fala da sua segunda volta. E a orientação é a mesma, para que estejamos atentos, vigiando, por que não sabemos nem o dia, nem a hora.    

Como este Evangelho, tão meditado e rezado no Ano A da Liturgia do Advento nos ensina a respeito da vinda Jesus:

Jesus explica que no tempo de Noé o povo tão apressado com as coisas do mundo, não perceberam que seriam devastados pelo dilúvio, embora Noé os tivesse avisado, eles continaram nas ocupações do mundo, se preocuparam  com tudo, vivendo em pecado, não atenderam aos apelos do Senhor. Isso não acontece ainda hoje? Quantas pessoas que vivem uma vida como se Deus não existisse, como se Ele não fosse Juiz desta terra e não se importasse com os homens.
Noé ao contrário, vivia o Advento deste acontecimento e se preparava confiante na proteção de Deus, era um homem de Deus. E você é uma pessoa de Deus?...
Faz uma comparação que Jesus virá dentro das realidades desse mundo.

Jesus não usa meio termo, ele diz que a sua chegada acontecerá em nossa vida da maneira que estivermos.
Claro que isto implica nossa situação espiritual, ou seja nosso bom relacionamento com Deus.  O Senhor virá dentro de nosso tempo, não importa a situação. A oportunidade de Deus é única... aqui pode se dizer: você sabe o dia que vai passar desta vida? Qual a situação de sua vida diante de Deus hoje?
Mas se estiver preparado seu encontro com Deus não será surpresa e sim um feliz abraço entre pai e filho. 

O Evangelho nos propõe e ensina que: devemos estar vigilantes, atentos em nossa fé, deixar de lado as preocupações, pensar melhor em nossa vida espiritual. Jesus compara sua vida com a chegada inesperada de um ladrão, "se soubesses a hora que viria o ladrão, não seixaria que sua casa fosse arrombada"... Jesus virá insperadamente por isso devemos estar alerta. 

Por isso nossa  vida deve ser um completo Advento, Jesus virá um dia quer de maneira gloriosa como Juiz, quer para nos levar à sua presença pela morte e esse momento não sabemos, por isso nossa vida deve ser de preparação.

Como outrora esse dia nos pegará de surpresa. Onde quer que estejamos. 
A celebração do Natal deve ser a oportunidade de ao invés de ficarmos só no cosumismo, também deve nos ajudar a ver que Jesus quer ser presença em nossa vida.

Jesus quer nos salvar, quer que sejamos construtores de um reino de paz, amor e justiça. 
A majestede do presépio deve ser impregnada em nossos corações para que Jesus sempre possa repousar nele e fazer dele a sua manjedoura.
Pense nisso... celebrar o natal sem convidá-Lo para fazer morada em nossa vida e em nossa família não é Natal e sim um festa fútil como outra qualquer.
Pense que o Advento que celebramos não é apenas para celebrar um simples nascimeto que já aconteceu, mas um novo nascimento o de nossos corações para abrigar Deus.

O profeta Isaías no Cap.2, 1-5;  fala de de um tempo de paz, poremos imaginar o que seria estas palavras para aquele povo, já sem esperanças, oprimido pelas diversas formas de exclusão. Quem entendeu essa mensagem sabia o que significava essa esperança da vinda do Salvador.

Nesse tempo segundo o profeta aconteceria na realidade da vinda do salvador. Mas o povo não podia estar despreparado, precisava aplainar os caminhos. João Batista vem dizer: "Sou a voz que clama no deserto, aplainai os caminhos do Senhor!"

Para nós hoje, que caminhos  estamos preparando? Da justiça, do amor, da solidariedade, da compreensão, do respeito mútuo, do companheirismo, do nosso coração limpo de qualquer vício e maldade, etc. Ou vice versa? 

O que o Natal deve significar para nós cristãos?
O povo de Israel sofria muitos conflitos, várias opressões, e por isso até hoje é um povo revoltado, mas esperançoso por libertação. 
O profeta anuncia um novo tempo, um tempo de amor, onde não será preciso guerrear contra nações, pois o Senhor, sua casa e sua Lei será tudo, ele quem governará. Mas há um convite... qual é esse convite que o profeta nos faz? Mas esse tempo começa pela nossa participação, pelo nosso compromisso em fazer o bem e a paz acontecer. Começa primeiro em nós mesmos, depois na família e na sociedade. Às vezes nós cristãos agimos como se fôssemos simples animais irracionais vivendo sobre a terra, sem darmos conta de que existe um Deus, que nos guia e nos cobrará depois.


Isso implica o nosso compromisso de cuidar deste mundo, administrar o que Deus nos entregou e não o destruir com nosso egoísmo e nossa falta de amor.


Ele nos convida para que deixemos nos guiar pela luz do Senhor. Se queremos um tempo de paz, sem violência, sem fome, sem miséria, sem mortes de vários aspéctos, se queremos uma nação liberta dos vícios das drogas devemos começar a fazer com que o reino de Deus se torne realidade, começando por deixar entrar em nossos lares e em nossas vidas a Luz do Senhor. Isso implica que sigamos suas leis e as cumpramo-nas. Que ensinemos nossos filhos a segui-las. Se o mal está tomando conta do mundo é porque não estamos deixando a luz de Deus entrar em nossos corações e em nossos lares. O profeta já dizia que isto é possível, mas é preciso que Deus passe a morar em nossos corações. Esta é a chave, a proposta de Deus. Ele quer morar em nós quer fazer parte de nossa família. E, sobretudo, quer que o escutemos através de sua palavra.     

São Paulo chama-nos atenção em Rm13, 11-14ss; para que despertemos, pois, a salvação está perto, é preciso crer e tomar posse desta salvação. São Paulo nos exorta a deixarmos nossas ações de trevas. Que ações são essas? São, nosso egoísmo, nossa ganância por poder a qualquer custo, as diversas formas de exclusão social, as drogas, o desejo de vingança, a inveja, a falta de diálogo em família, a falta de moral, etc. 
São Paulo deixa uma chave muito impostante para que vivamos esta salvação dada por Jesus: "a honestidade" sem a honestidade não é possível cumprir as outras coisas. Honestidade em vários sentidos, principalmente quando abrimos nosso coração para Deus. Será que pedimos de coração que seu reino aconteça? Será que somos capazes de perdoar nossos irmãos? 
Para São Paulo é preciso revestir do Senhor Jesus, em outras palavras, diria o Pe. Zezinho, é:  amar como Jesus amou, viver como Jesus viveu, sentir o que Jesus sentiu, sorrir como Jesus sorriu. E acrescento outra: "abraçar a cruz como Jesus abraçou!"

Este é o convite do Advento, preparar-nos para conquistar essa salvação e consequentemente participar do Reino de Deus. Se não fizermos com que o Reino de Deus aconteça já aqui na Terra, dificilmente vamos conquistá-lo no Céu. E esse Reino implica que sejamos portadores da Boa-Nova de Jesus. E que O levemos aos quantos precisarem do seu amor. 
O Natal só terá sentido para nós, de verdade, se como cristãos tomarmos a consciência de que Jesus precisa nascer todos os dias dentro de nós. Para isso nossa vida deve ser um constante advento. Não estar preso à picuinhas e falsidades. Nem estar fechado aos problemas do mundo. É preciso romper as barreiras do nosso egoísmo, da nossa falta de fé e da nossa prepotência mesmos. 

Como resposta a esse convite vamos orar meditando o Salmo 121:

Que alegria quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"  - abra sua Bíblia e leia, orando e meditando este Salmo.  


Outro exemplo que nos diz respeito ao Advento da vinda de Jesus, encontramos no Evangelho de São Mateus, Mt 25, 1-13; quando Jesus conta a parábola das "dez virgens". Para entender melhor o sentido desta parábola vamos ler o trecho e depois, fazermos a reflexão para entendimento do texto: 


1 - "Então o Reino dos Céus será semelhante a dez virgens, que sairá com suas lâmpadas ao encontro do esposo.*2-Cinco entre elas eram prudentes, e cinco eram imprudentes. *3-Tomando suas lâmpadas, as imprudentes não levaram óleo consigo. *4- As prudentes, todavia, levaram de reserva vasos de óleo junto com suas lâmpadas.*5-Tardando vir o esposo, cochilaram todas e adormeceram.*6-E no meio da noite, porém, ouviu-se um clamor: eis o esposo, vinde ao seu encontro! *E as virgens levantaram todas e prepararam suas lâmpadas. *8- As imprudentes porém, disseram às prudentes: Dai-nos de vosso óleo porque nossas lâmpadas estão se apagando. *9- Mas as prudentes responderam: não temos o suficiente para nós e para vós; é preferível que vades aos vendedores, a fim de comprar para vós. *10-Ora, enquanto foram comprar o óleo, chegou o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele na sala das bodas e foi fechada a porta.*11-Mais tarde, chegaram as outras e diziam: Senhor, senhor, abre-nos a porta!*12-Mas ele respondeu: em verdade, em verdade vos digo: Não vos conheço!*13-Vigiai, pois, não sabeis nem o dia e nem a hora.      



  1. O casamento judaico, não é como o nosso, como uma cerimônia curta de apenas 1 ou dois dias. Mas, exige até hoje muitos rituais e festas que duram semanas, desde a preparação dos nubentes até o dia do casamento e o depois do casamento. Tudo era feito com muita preparação, alegria e grande comemoração. Os noivos eram recebidos e tratados como reis. O casamento judaico era composto de 4 partes: o noivado, a mudança da noiva para a casa do noivo, a festa do casamento e a consumação do casamento. Na parábola que Jesus contou está a referência dos momentos antes da noiva ser levada para a casa do noivo. Isso significa que já houve um noivado, ou seja, os noivos já estão comprometidos. O noivo já pagou seu dote à noiva e tudo está pronto. A noiva está posta, preparada para a chegada do noivo. Uma coisa a ser lembrada é que: a noiva judia se casava virgem. Tudo pronto para a cerimônia só falta o noivo. Até que se consuma o casamento a noiva fica na casa dos seus pais.O noivo tem um ano para construir a sua casa.  Na noite combinada, o noivo vai buscar a noiva e os pais dela juntamente com o noivo a leva em procissão até sua nova casa. Ninguém sabe a hora em que o noivo vai chegar. Por isso todos tem que estar preparados. E como naquele tempo não havia energia elétrica as moças, as criadas da noiva, aguardavam a chegada do noivo iluminando com suas lamparinas, faziam estoque de óleo para iniciar uma vigília até a chegada do noivo. Pois o noivo chegava em procissão com seus parentes e amigos, em silêncio, após ser avisado que a noiva já tinha se preparado, e todos os preparativos externos concluídos. Ela se apresentava com sua veste nupcial, um vestido branco todo enfeitado e com um véu que cobria todo o rosto até os pés. O elemento surpresa da chegada do noivo é o melhor momento da festa. Neste sentido alguém do lado da noiva fica em frente da casa vigiando com suas tochas e lamparinas até que quando vêem o noivo gritam: "O noivo vem aí!" - "Saiam para recebê-lo!" - depois entram na festa, mas somente os convidados e os que estiverem com suas lâmpadas acesas, depois disso é fechada a porta e ninguém mais entra para festa.
  2. Jesus usa essa comparação para dizer que Ele é o noivo, a a Igreja, ou seja, nós somos a noiva. Portanto já existe um compromisso de casamento entre nós e Jesus. A festa deste casamento Jesus faz conosco já aqui e no seu reino. 
  3. Como o noivo deve preparar a casa, a morada da noiva, Jesus na última ceia nos disse que subiria para nos preparar um lugar, pois na casa do Pai existe muitas moradas. Depois voltará e nops levará com Ele, [cf. Jo 14, 2-3]. E como parte deste "casamento", o reino de Deus terá uma grande festa. Jesus quer que estejamos preparados vigilantes quando ele chegar para buscar sua noiva. Quem não estiver preparado não vai entrar para festa em seu reino. Jesus usa esse exemplo porque é uma realidade dentro do povo judeu. Ele mesmo participou com sua mãe, seus apóstolos e discípulos de uma festa de casamento, onde realizou seu primeiro milagre.  {Cf. Jo 2, 1-11}
  4. Vivemos este advento como que um grande casamento, onde Jesus é o noivo que não terá hora para chegar. Por isso devemos nos preparar para a sua chegada, e como num casamento a Noiva, ou seja a Igreja, está em uma constante festa até o dia de sua chegada.
  5. Sabemos que o dia de sua chegada é a parusia, ou seja, quando ele viver arrebatar sua Igreja, mas o dia certo é uma surpresa do Noivo que é Jesus. Nesse dia seremos tirados da casa de nossos pais, a Terra, e subiremos para a nossa nova casa, o Céu, onde Jesus, o Noivo foi prepara-nos um lugar. Por isso Jesus quer que nos preparemos, que estejamos a alerta para esse dia, deixando de lado tudo o quando nos faz afastar deste "casamento". E como as virgens, quer que estejamos com nossas lâmpadas acesas, isto é bem vigilantes, e usando nossa inteligência para não deixar que a lâmpada (a luz fé) se apague, ou do contrário encontraremos as portas casa, (as portas do Céu), fechadas e perderemos a grande festa. 
  6. O óleo que temos que abastecer nossas lâmpadas é a escuta e a vivência da Palavra de Deus. A chama da nossa fé deve ser abastecida através da prática da Oração, da vivência dos Sacramentos e da nosso interesse em sempre estar atentos para não sermos pegos de surpresa. Jesus nos ensina que não podemos achar como tolos, imprudentes, sem preocupar com o dia em que nos apresentaremos ao Senhor Deus. Se formos tolos, imprudentes na fé, corremos o risco de encontrarmos as portas fechadas. Não podemos negar Jesus, e seu Evangelho; Ele mesmo nos disse que: se o negarmos, Ele mesmo nos negará diante do Pai. Ao contrário, devemos se,pre ser como as virgens prudentes. Levar sempre consigo nosso óleo, do amor, do respeito à Palavra de Deus, do cumprimento dessa Palavra, e estar abastecidos com a Eucaristia que alimenta nossa vida, nossa alma, e nos faz cada vez mais fortes na perseverança. o óleo da nossa fé não podemos pedir emprestado aos outros. Temos que sempre nos abastecermos e estarmos prontos para merecer o acolhimento de Jesus na sua Casa.                                 


O SIMBOLISMO DA COROA DO ADVENTO

Para o enriquecimento da liturgia a Igreja utiliza nas suas celebrações de diversos símbolos que nos ajuda na compreensão de cada festa litúrgica. Essa riqueza de símbolos nos remete à reflexão de cada Tempo Litúrgico: Advento, Natal, Quaresma, Tempo comum, etc. Utiliza de cores, que chamamos "cores litúrgicas" para ajudar e chamar atenção no diferenciamento dos Tempos Litúrgicos: verde para o Tempo Comum, roxa-clara para  o Advento, para a Quaresma e finados  roxo-escuro,  vermelha, para a festa dos Santos mártires, Pentecostes, Branca, para as solenidades dos Santos não mártires, Nossa Senhora, Natal, Corpus Christi. Essas cores tanto se usa nos paramentos litúrgicos dos sacerdotes, como também na ornamentação da toalha do Altar da Eucaristia, do Altar da Palavra (o ambão), e outros lugares dentro da Igreja. Dentro do Tempo Advento, celebramos 04 semanas de preparação para a solenidade do Natal, Tempo de reflexão e espera, essa espera que parte da esperança que Jesus Cristo renasça nos corações dos homens. Nos traz a esperança da espera e vigilância da segunda vinda de Jesus. (Cf. Mc13, 33-37);  A Coroa do Advento possui um simbolismo muito grande que explicaremos a seguir:

AS QUATRO VELAS - as velas são acesas cada uma durante os 4 domingos que antecedem o Natal, as quatro semanas do Advento. As cores são: roxa, vermelha, rosa e verde escura, roxa-clara, rosa e branco.
No início a coroa está escura e sem brilho, o que representa a escuridão do pecado. Muitas vezes nossas vidas são enfeitadas de muitas coisas, mas, mesmo assim, sua bela e seu brilho está ofuscada pelo pecado. O pecado nos deixa escuros e tira de nós o brilho da santidade.

A primeira vela acesa, significa a chegada do Senhor Jesus, luz para nossa vida, ele o Cordeiro de Deus que veio tirar o pecado do mundo. Aquele que dissipa a escuridão, trazendo a reconciliação dos corações.
A segunda vela acesa, simboliza nossa fé, todos aqueles que aceitam a proposta de Jesus, querem viver sua fé, como uma chama viva que não se apaga, somos chamados por Cristo a ser luz para o mundo em trevas. E também a iluminar a nossa vida, abandonar o pecado e ser luz para os outros.
A terceira vela acesa, significa a alegria do rei Davi, que recebeu a promessa da Eterna Aliança. Jesus é descendente de Davi, e como tal também lhe deram o nome de "Filho de Davi". É em Jesus que se cumpre todas as promessas do Antigo Testamento. Jesus Cristo assumindo nascer de Maria, nasceu no seio do povo de Deus, o povo Judeu, da descendência de Davi.
A quarta vela acesa, simboliza todos os profetas do Antigo Testamento que anunciaram a chegada do Messias. Os profetas ou por inspiração ou por apelação direta de Deus contribuíram, deram suas vidas ao anúncio da promessa da chegada do Salvador. Eles anunciaram com firmeza esta verdade e testemunharam com alegria e esperança.

O TEMPO DO ADVENTO - nos propõe a que estejamos alertas, vigilantes, não pelo nascimento de Jesus, pois Jesus já nasceu. Mas ele quer que estejamos prontos para a segunda vinda. Vigiai e Orai! Pois não sabeis nem o dia e nem a hora em que voltará o seu Senhor. Disse Jesus. Não sabemos qual será o dia em Jesus virá em glória, nem o dia em que nos apresentaremos a Ele. Por isso nossa vida deve ser um constante Advento. Pois quem está preparado não será pego de surpresa. Jesus quer deixemos nossa vida de pecado e passamos a dar mais valor na vida de santidade, a qual somos criados e chamados a viver.                     


 
        

sábado, 26 de novembro de 2011

CANTO E MÚSICA NA LITURGIA - Sobre a Música Sacra

Aos músicos compositores e dirigentes do Ministério de Música Sacra e Litúrgica e a todos os fiéis católicos, músicos e cantores, descrevo aqui as decisões e normas do Sacrossanctum Concílium e disposições gerais sobre a reforma da música sacra e seu emprego na Liturgia da Igreja. Suas normas e orientações para a verdadeira prática da Pastoral da música sacra segundo as decisões do Santo Concílio e do Santo Padre o Papa para seu verdadeiro emprego afim de instruir todo povo de Deus.  


IMPORTÂNCIA PARA  A LITURGIA

112. A tradição musical na Igreja é um tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido ao texto, constitui parte necessária ou integrante da Liturgia solene. Não cessam de enaltecer, quer a Sagrada Escritura, quer os santos Padres e os Romanos Pontífices, que ainda recentemente a começar em S. Pio X, vincaram com mais insistência a função ministerial da música sacra no culto divino.

A música sacra terá por isso, tanto quanto mais intimamente unida  estiver a ação litúrgica, quer como expressão delicada da oração, quer como fator de comunhão, quer como elemento de maior solenidade nas funções sagradas. A Igreja aprova e aceita no culto divino todas as formas autênticas de arte, desde que dotadas das qualidades requeridas. O Sagrado Concílio, fiel às normas e determinações da tradição e disciplina da Igreja, e não perdendo de vista o fim da música sacra, que é a glória de Deus e a santificação dos fiéis, estabelece o seguinte:

113. A ação litúrgica reveste-se de maior nobreza quando é celebrada de modo solene com canto, com a presença de ministros sagrados e a participação ativa do povo. Observe-se, quanto à língua a usar, o art. 36; quanto à Missa, o art. 54; quanto aos sacramentos, art. 63; e quanto ao Ofício Divino, o art. 101.

PROMOÇÃO DA MÚSICA SACRA

114. Guarde-se e desenvolva com diligência o patrimônio da música sacra. Promovam-se com empenho, sobretudo nas igrejas catedrais, as "Scholae cantorum", (escola de canto). Procurem os Bispos e demais pastores de almas que os fiéis participem ativamente das funções sagradas que se celebram com o canto, na medida que lhes competem, segundo os arts. 28 e 30.

115. Dê-se grande importância nos seminários, noviciados e casas de estudo de religiosos de ambos os sexos, bem como noutros institutos e escolas católicas, à formação e prática musical. Para o conseguir, procure-se preparar também e com muito cuidado os professores que terão a missão de ensinar a música sacra. Recomenda-se a fundação, segundo as circunstâncias, de institutos superiores de música sacra. Os compositores e os cantores, principalmente as crianças, devem receber também uma verdadeira educação litúrgica.

116. A Igreja reconhece como canto próprio da Liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na ação litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar. Não se excluem todos os outros gêneros de música sacra, normalmente a polifonia, na celebração dos Ofícios divinos, desde que estejam em harmonia com o espírito de ação litúrgica, segundo o orientação do art. 30.

117. Procure-se terminar a edição típica dos livros de canto gregoriano; prepare-se uma edição mais crítica dos livros já editados depois da reforma de S. Pio X. Convirá preparar um edição com melodias mais simples para uso das igrejas menores.

118. Promova-se muito o canto popular religioso, para que os fiéis possam cantar tanto nos exercícios piedosos e sagrados, como nas próprias ações litúrgicas, segundo o que as rúbricas determinam.

ADAPTAÇÃO ÀS DIFERENTES CULTURAS

119. Em certas regiões, sobretudo nas Missões, há povos com tradição musical própria, a qual tem excepcional importância na sua vida religiosa e social. Estime-se como deve e dê-se-lhe o lugar que lhe compete, tanto na educação do sentido religioso desses povos como na adaptação do culto à sua índole, segundo os arts. 39 e 40. Por isso procure-se cuidadosamente que, na sua formação musical, os missionários fiquem aptos, na medida do possível, a promover a música tradicional desses povos nas escolas e nas ações sagradas.

INSTRUMENTOS MUSICAIS SAGRADOS

120. Tenha-se um grande apreço na Igreja Latina o órgão de tubos, instrumento musical tradicional e cujo som é capaz de dar às cerimônias do culto o esplendor extraordinárioe elevar poderosamente o espírito para Deus.

Podem utilizar no culto divino outros instrumentos, segundo o parecer e com o consentimento da autoridade territorial compete, conforme o estabelecido nos arts. 2, 37e 40. Contanto que esses instrumentos estejam adaptados ou sejam adaptáveis ao uso sacro, não desdigam da dignidade do templo e favoreçam realmente a edificação dos fiéis.

NORMAS PARA OS COMPOSITORES

121. Os compositores possuídos do espírito cristão compreendam que são chamados a cultivar a música sacra e aumentar-lhe o patrimônio. Que as suas composições se apresentem com as características da verdadeira música sacra, possam ser cantadas não só pelos grandes coros, mas se adaptem também aos pequenos e favoreçam uma ativa participação de toda assembléia dos fiéis.
Os textos destinados ao canto sacro devem estar de acordo com a doutrina católica e inspirar-se sobretudo na Sagrada Escrituras e nas fontes litúrgicas.   




VAMOS APRENDER? 


Todos músicos e cantores sacros devem estar atentos que: 





A música sacra não foi feita para outro fim senão nos elevar até Deus, é forma de Oração que enaltece o culto sagrado mas não pode ser descaracterizada de seu objetivo principal. O Sacrossantum Concilium  vem nos mostrar que a música é sem dúvida uma das formas mais poderosas de nos colocar na presença de Deus e desfrutar de sua glória. Porém os cuidados que o músico e o cantor sacro deve observar é para não querer pesar demais as melodias, e as letras com coisas que não tem nada a ver com a liturgia. Por isso há que se respeitar o seguinte:

  1. Não fazer da Igreja um palco. A santa Missa, o culto ou qualquer forma de celebração não é um teatro nem um show. Por isso, é recomendável que  os músicos fiquem atentos para não querer aparecer de mais, nem usar roupas extravagantes, nem provocar muita euforia na assembléia, de modo que, pareça que estão em um salão de baile. Tomar cuidado com os ritmos mais contagiantes de modo a não fazer da igreja (casa de oração) um salão de baile. Também observar os momentos em que as palmas de aclamação podem ser propícias ou não. Por exemplo: é errado bater palmas durante ou após a consagração, ou mesmo durante a exposição do Santíssimo Sacramento, momento  solene, em que se deve adquirir respeito pela presença real de Jesus Eucarístico. Pode-se bater palmas após aclamação do Evangelho, durante a apresentação da Palavra de Deus, quando a Missa for festiva e não solene. Os músicos e cantores devem usar roupas discretas, sem muita extravagância, evitar vestidos com decotes indecentes e os rapazes com roupas decentes para o ambiente, respeitando o lugar sagrado.      
  2. Evitar impor sempre o gosto pessoal, tem dirigente que quer cantar só o que lhe agrada. Se esquecendo das orientações da Igreja.
  3. Cantar só por cantar. Quem assim age não pode nunca ser um bom cantor, porque faltará sempre bom gosto e boa vontade. Cantar sem compromisso, de qualquer maneira, sem afinação de voz e de instrumentos, cantar e tocar sem antes ter ensaiado, além de empobrecer o músico e o cantor(a), também empobrece muito a Liturgia.  
  4. Só toco se for do meu jeito. A música possui letras, partituras próprias e muitas vezes pode sofrer alterações para melhorar a harmonia. Cabe ao dirigente ou o maestro saber o que fazer mas se deve esforçar para não distorcer o sentido da harmonia. Eu não posso querer simplesmente tocar do meu jeito. Devo esforçar-me para seguir se possível o que foi escrito pelo autor. Respeitando o que está escrito na partitura. Devo ter espírito de cooperação para ser subordinado às orientações do meu coordenador ou do maestro da equipe. 
  5. Ir sempre contra a idéia da equipe de celebração e do padre. Antes de sermos críticos com a equipe de celebração e com o padre devemos ajudar a implementar  a liturgia tornando-a mais rica.  
  6. Escolher sempre as mesmas músicas. A Igreja possui um livro de Orientações Musicais para os cantos litúrgicos de acordo com o tempo litúrgico estabelecido. É o HINÁRIO LITÚRGICO NACIONAL da CNBB.  A equipe do Canto Pastoral Litúrgico deve estar atenta que fica cansativo sempre cantar as mesmas músicas, não querer ensaiar outras novas. Deixa a Igreja mais pobre liturgicamente. 
  7. Procurar sorrir e usar instrumentos bem afinados. O cristão deve ser alegre. A alegria no Senhor Jesus Ressuscitado, a celebração não é um velório. Devemos sorrir estar alegres, nos sentirmos em casa e como irmãos. O sorriso expressa que você se sente feliz por participar da Comunidade de Jesus. Por outro lado o músico deve tomar o cuidado de afinar seu instrumento. Não há coisa pior do que ouvir um instrumento desafinado. Ouvidos devem estar atentos. O bom músico chega mais cedo na Igreja para corrigir estes problemas. Lembre-se que uma boa educação musical passa pela afinação correta do instrumento. O mesmo se aplica aos cantores. É importante corrigir a voz, se esforçar por cantar afinado e no tom correto, principalmente as partes de solo e os salmos.
  8. Não se deve tocar e cantar músicas de novelas, filmes e adaptações de músicas populares em cerimônias religiosas. Principalmente nos casamentos e aniversários. Existe músicas próprias dentro da Igreja para esse fim. Quando cantamos uma letra religiosa adaptada em música popular, quem as ouve se lembra diretamente da música profana e não da letra religiosa. Quem faz isso mostra que possui pouca cultura musical. O mesmo orienta a não colocar músicas religiosas em músicas "da parada".  
  9. Não se deve afinar instrumentos durante a missa. Se acontecer de desafinar um instrumento, retire-se discretamente vá a outro local e afine. Se for o caso tenha sempre um afinador (ou diapasão) com você para auxiliá-lo.  
  10. Estudar Liturgia. É dever do dirigente ou do maestro procurar estudar a liturgia. Saber o que se passa, como as leituras, o salmo o Evangelho do dia, etc.  Procurar passar uma boa mensagem através da música mas sem esquecer do foco principal que é evangelizar.
  11. Prestar atenção na letra do canto. É importante prestar atenção, ler a a letra do canto, não cantar de cor. Pois corre-se o risco de a letra dizer uma coisa e você cantar outra, desfocando a mensagem própria da música. Também é muito importante que se adquira o hábito de soletrar bem as últimas palavras da frase da música de modo a complementar a melodia e apurar mais o idioma.
  12. Ler previamente o Evangelho antes de escolher as músicas. A liturgia requer que se faça uma leitura prévia para que se possa combinar as músicas que serão cantadas com a mensagem passada pelo Evangelho. O músico ou o dirigente do coro deve estar atento.
  13. Evitar cantar muito forte no microfone, ou seja o seu deve ser mais alto. Na música existem momentos próprios onde se exige, mais forte, mais suave, suave, suavíssimo. Não pode o músico cantar toda a música sem a disciplina de voz, tampouco não dar oportunidade ao(s) outro(s) e querer que sua voz seja sempre a primeira. Além de esgoísmo e falta de educação musical é falta de caridade, porque agride os ouvidos de quem está ouvindo.
  14. Evitar colocar o volume dos instrumentos mais alto do que as vozes dos microfones.
  15. Evitar cantar tudo sozinho, ou querer que o coro cante tudo sozinho. As igrejas devem possuir os grupos de sustentação do canto. Isto é um grupo de ajuda a sustentar os cantos na celebração, mas quem canta é toda assembléia. Não separadamente. Por isso recomenda-se que se cante músicas que o povo conhece desde que seja aplicável à liturgia do dia. 
  16. Evitar o exibicionismo. Igreja não é palco, não é show. A liturgia é Oração. Vivida e participativa. O ministério de música é um serviço pastoral.
  17. Evitar distrair a assembléia com conversas paralelas.
  18. Procurar avisar o celebrante as horas que serão cantadas.
  19. Um bom ensaio e uma boa escolha das músicas é muito importante. Principalmente o ensaio dos instrumentos musicais que exige afinação; o coro deve sempre zelar pela conservação dos ensaios, evitar o improviso. Não querer ensaiar tudo antes da missa.  
  20. Evitar cantar músicas desconhecidas. Cantar músicas desconhecidas é um hábito que a maioria dos grupos de canto possui. Isto deve ser evitado porque tira a oportunidade da assembléia participar.  
  21. Evitar tocar instrumentos de percussão e contrabaixo muito alto dentro da igreja.
  22. Evitar usar roupas extravagantes, que chame muita atenção, decotes, camisetas, saias curtas. Zelar pela decência.
  23. Evitar fazer de conta que está mum show de rock.
  24. Evitar perder o contato com assembléia. Isto é, distanciar-se da participação com a assembléia tomando pelo rumo do individualismo. A Liturgia exige a participação de todos.
  25. Evitar tocar e cantar músicas fora do Tempo Litúrgico.
  26. Evitar fazer muito barulho.
  27. Respeitar o silêncio sagrado. Isto é, respeitar espaço de silêncio após a comunhão. Salvo se a missa for transmitida.
  28. Procurar ter espaços para a Oração dentro do grupo.
  29. Procurar a simplicidade e a humildade evitando  elogiados. Aceitar as críticas a fazer o possível para o bom desempenho do mesmo. Nunca dizer: "eu sou bom, somos o máximo etc."
  30. Procurar estar atentos aos horários dos ensaios,  chegar pelo menos meia hora antes da celebração.  
  31. PROCURAR TER ASSEIO E CUIDADO COM OS INSTRUMENTOS MUSICAIS E EQUIPAMENTOS DE SOM, DE MODO A MANTÊ-LOS SEMPRE LIMPOS E REGULADOS.
  32. Evitar tocar muito forte os instrumentos de percussão para não desconcentrar a assembléia e atrapalhar o clima de oração. O mesmo vale para instrumentos como contra-baixos elétricos. Um bom conjunto deve dar a oportunidade de aparecer todos os instrumentos utilizados na música de modo que cada um tenha sua utilidade durante a execução da música, estabelecendo o respeito pela escrita da partitura, ou ainda pela composição da harmonia em que se pede. O bom músico e o bom cantor (a), sabe que deve ter ouvidos atentos para escutar o colega  ao lado sem desligar de sua parte a ser executada, tendo respeito para que seu instrumento ou a sua voz não sobressaia a dos outros. Existe na música momentos de solo, de coro, de solo instrumental etc. No coro cada um deve respeitar e valorizar o estado de execução da música como uma casa que se edifica colocando cada material no seu lugar, cada qual com sua importância se faz necessário para a construção, na medida certa e na hora certa. Assim o cantor e o músico deve edificar a espiritualidade musical e os valores da música durante a execução.                                        
LEMBRE-SE SEMPRE QUE: TOCAR BEM E COM GOSTO É FAZER UMA CARIDADE AOS NOSSOS OUVIDOS E AOS OUVIDOS DOS QUE TE ESCUTAM. 

REZAR OU CANTAR A LITURGIA?

Da Revista de Aparecida. Ed. 08/11
Texto de Pe. José Ulysses, CssR.

Atualmente nossas celebrações são cheias de cânticos. Não se percebe a diferença entre um dia comum, um dia de festa ou uma grande solenidade.

Cantam-se o cântico de entrada, o Ato penitencial, o Glória, o Salmo de meditação, a Aclamação ao Evangelho, o canto das Oferendas, o Santo, o cântico de comunhão e o cântico final, além de alguns cantos a mais, inseridos aqui e ali. Ainda bem que, em boa parte das comunidades, a comunidade consegue cantar junto com o coral.

Mas, é lamentávelquando os cânticos são desconhecidosou são executados apenas pelo coral ou até por um solista. Ou ainda, quando os cânticos, mesmo conhecidos por todos, nada tem a ver com a liturgia, ou a celebração do dia.

Vale apena fazer uma boa revisão dessa tradição, criada apenas nas últimas décadas. A Celebração litúrgica não deve ser uma rotina nem um show de cantoria. Em primeiro lugar, seria muito importante alternar entre cantar e rezar os textos litúrgicos. Quando se canta o Ato Penitencial, poder-se-ia deixar que o Glória fosse rezado e vice-versa. O Salmo de meditação pode ser recitado nos dias comuns ou cante-se apenas o responsório.

O Cântico das Oferendas deve ser omitido de vez em quando, para permitir que a comunidade ouça as Orações que são feitas na apresentaçãoda hóstia e do vinho e aprenda as respostas a cada oração. Mesmo o "Santo" pode ser, às vezes, apenas rezado. E seria muito bom que as aclamações à Oração Eucarística fossem cantadas de vez em quando. Enquanto possível, o Cântico da Comunhão seja realmente de comum-união sacramental cantos e letras intimistas, que não expressam a dimensão da Comunhão eclesial fraterna entre os participantes da celebração. Sem dúvida, deve cantar-se muito mais, quando se trata de uma solenidade importante, e um pouco menos, quando se trata de um domingo comum. Afinal, o canto jamais deve cansar a comunidade, mas ser, de fato, uma Oração comunitária  com melodia. Só assim, quem canta, reza duas vezes.


DO PONTO DE VISTA TEOLÓGICO


  1. A Música Litúrgica brota da vida da comunidade de fé. É na contemplação da passagem do Eterno no devir da Natureza e no correr da História... é na intuição do Mistério de Cristo no cotidiano das pessoas e grupos humanos, que o autor, o compositor litúrgico encontra sua fonte de primeira inspiração.
  2. A música litúrgica reflete necessariamente o Mistério da Encarnação do Verbo e, por isso mesmo, assume as características culturais da música de cada povo, nação ou região.
  3. A Música Litúrgica se enraíza na longa tradição bíblico-litúrgica judaica e cristã. Desta tradição recebe a seiva que lhe garante a identidade, bem como o incentivo a beber na rica fonte dos salmos e demais cânticos bíblicos do Antigo e do Novo Testamento. As melhores composições produzidas ao longo da experiência celebrativa das Igrejas, todas elas de todas as inspiração bíblica, são também nossas melhores referências.
  4. A música litúrgica se insere na dinâmica do memorial, própria e original da tradição judaico-cristã: é canto, são palavras, melodias, ritmos, harmonias, gestos, danças... a serviço da recordação dos fatos salvíficos, um passado significativo que aflora acontecimentos, no hoje, no aqui-agora da comunidade cristã,a qual prolonga a experiência da Mãe do Senhor, de quem se diz que guardava todas estas coisas, meditando-as em seu coração (Lc2, 19; cf. 51b).
  5. A Música Litúrgica tem o papel pedagógico de levar a comunidade celebrante a penetrar sempre mais o Mistério de Cristo. Por sua força e suavidade, capacita-a, com singular eficácia, a experimentar e entender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade... (...) O amor de Cristo, que ultrapassa todo conhecimento (Ef 3, 18-19).
  6. A Música Litúrgica brota da Ação do Espírito Santo, que suscita na assembléia celebrante o fervor e alegria pascais, provocando em quem canta uma atitude de esperança e amor, diante da realidade em que vive. Sua tônica principal é e será sempre alegria escatológica: mesmo vivendo em meio as rupturas dolorosas de todo tipo de opressão, exclusão e morte, a Música Litúrgica expressa e esperança de um novo céu e uma nova terra (Ap 21, 1; cf. Is 65, 17)
  7. A Música Litúrgica, ao seu modo e por sua vez, expressa, finalmente, a natureza e sacramentalidade da Igreja, Povo de Deus, Corpo de Cristo, na diversidade de seus membros e mistérios, já que há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos. (1Cr 12, 4-7)                       

DO PONTO DE VISTA ESTÉTICO

A Música Litúrgica, ao mesmo tempo, brota da cultura musical do povo, de onde provêm os participantes da assembléia celebrante. Nesta cultura, então, é que, prioritariamente, busca e encontra gêneros musicais que melhor se encaixem na variedade dos Tempos Litúrgicos, das festas e dos vários momentos ou elementos e rituais de cada celebração: toda linguagem musical é bem vinda, desde que seja expressão autêntica e genuína da assembléia.

A Música Litúrgica privilegia a linguagem poética. Toda autêntica experiência de oração é antes de tudo uma experiência poética, e a linguagem poética, portanto, é a que mais se ajusta no caráter simbólico da Liturgia. Evitem-se portanto, textos de cunho explicativo ou didático, textos doutrinários, catequéticos, moralizantes ou ideologizantes, estranhos à experiência propriamente celebrativa.

A Música Litúrgica prioriza o texto, a letra, colocando tudo mais a serviço da plena expressão da palavra, de acordo com os momentos e elementos de cada rito. Uma coisa é musicar um texto para um canto de abertura, outra coisa é musicar o texto como salmo responsorial; uma coisa é musicar uma aclamação ao Evangelho, outra, musicar um texto para procissão das oferendas ou da comunhão; outra é musicar a aclamação angélica do 'Santo', uma coisa é musicar prece eucarística, outra, bênção da água batismal. Outra, ainda, no invitatório do Ofício Divino; uma coisa é musicar um repertório para o tempo da Quaresma; outra musicar um repertório para a festa do Natal... Muito vai depender da própria experiência litúrgico-espiritual de quem compõe ou da assembléia para a qual se compõe.

A Música Litúrgica é chamada a realizar perfeita simbiose (combinação vital) entre a palavra (texto, letra) e a música que a interpreta. Essa simbiose implica, inclusive, em que o texto seja composto de tal maneira que a métrica e a cadência dos versos, bem como os acentos das palavras sejam convenientemente levados em conta pela música, evitando os descompassos, desencontros e dissonâncias entre o embalo da música e a cadência dos versos ou os acentos de cada palavra.

A Música Litúrgica prescinde de tensões harmônicas exageradas. A riqueza de expressão do sistema modal do canto gregoriano e a grandiosidade da polifonia sacra continuam sendo referenciais inspiradores para quem se dedica a fazer litúrgico-musical.

A Música Litúrgica, ao ser executada, embora se destine a ser expressão autêntica de tal ou qual assembléia, prima manter-se fiel à concepção original do(a) autor(a), conforme está expressa na partitura, sob pena de perder as riquezas originais da sua inspiração e, consequentemente, empobrecer-lhe a qualidade estética e densidade espiritual.

Exultai, justos, no Senhor, que merece o louvor dos que são bons. Louvai o Senhor com a cítara, a harpa de dez cordas  cantai-lhe. Cantai-lhe um canto novo, tocai a cítara com a arte, bradai (Sl 33, 1-3).                 


DO PONTO DE VISTA PASTORAL

A Música Litúrgica, por um lado encama as finezas e o cuidado do Bom Pastor para com seu rebanho. Quem exerce algum tipo de ministério litúrgico musical prima, então, por adequar-se à diversidade dos ambientes sociais e culturais, às vivências e contingências do cotidiano, às possibilidades e limitações da assembléia. Cabe-lhe portanto, com sensibilidade e sensatez, não só ajudar na escolha, no aprendizado e na utilização do repertório mais conveniente, mas também cuidar oportunamente da formação litúrgico-musical da assembléia.

A Música Litúrgica, por outro lado, reflete quela solidariedade que caracteriza os discípulos de Cristo na sua relação com toda humanidade,pois "as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também  as alegrias e esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo. Não se encontra nada de verdadeiramente humano que não lhes ressoe no coração. (...) Portanto a comunidade Cristã se sente verdadeiramente solidária com o gênero humano e com sua história.

A Música Litúrgica, enfim, é fruto da inspiração de quem vive inserido(a) no meio do povo e no seio da comunidade eclesial, em profunda sintonia com o Mistério de Cristo, contemplado à luz das Escrituras, no dia-a-dia da  vida.
Uma música assim produzida leva a assembléia a celebrar, como Maria na casa de Isabel,  a ação transformadora e libertadora do Deus-Pastor. O Cântico de Maria, port sinal, cantado nas tardes no Ofício de Vésperas e no momento da comunhão nas festas marianas, é a grande referência do canto da Igreja, onde cada autor e compositor, deveria se espelhar.        
                  
INTRODUÇÃO GERAL DO MISSAL ROMANO


IMPORTÂNCIA DO CANTO


39. O apóstolo exorta os fiéis, que se reúnem à espera da vinda do Senhor, a que unam suas vozes para cantar hinos, salmos e cânticos espirituais (cf. Cl 3, 16). O canto é o sinal de alegria do coração (Cf. At 2, 46). Bem dizia Santo Agostinho: "Cantar é próprio de quem ama" [1]. E vem já de tempos antigos o provérbio: "Quem bem canta, duas vezes reza". 


40. Deve ter-se, pois, em grande apreço o canto da celebração da Missa, de acordo com a índole dos povos e as possibilidades de cada assembléia litúrgica. Embora não seja necessário necessário cantar sempre, por exemplo nas Missas feriais, , todos os textos que, por si mesmos, se destinam a ser cantados, deve no entanto procurar-se com todo cuidado que não falte o canto dos ministros e do povo nas celebrações que se realizam nos domingos e festas de preceito.


 NA ESCOLHA DAS PARTES QUE EFETIVAMENTE SE CANTAM, DÊ-SE PREFERÊNCIA ÀS MAIS IMPORTANTES, SOBRETUDO ÀS QUE DEVEM SER CANTADAS PELO SACERDOTE OU PELO DIÁCONO OU PELO LEITOR, COM RESPOSTA DO POVO. BE COMO ÀS QUE PERTENCE AO SACERDOTE AO PROFERIR CONJUNTAMENTE [2].


41. Em igualdade circunstâncias, dê-se primazia ao canto gregoriano, como canto próprio da Liturgia romana. De modo nenhum deve excluir outros gêneros de música sacra, principalmente a polifonia, desde que correspondam ao espírito de ação litúrgica e favoreçam a participação de todos os fiéis [3].


Dado que hoje é cada vez mias frequente o encontro de fiéis de diferentes nacionalidades, convém que eles saibam cantar em latim pelo menos algumas partes do Ordinário da Missa, sobretudo o símbolo da fé e a oração dominical, nas suas melodias mais fáceis. [4]


[1] Santo Agostinho de Hipona, Sermão 336: PL 38, 1472.


[2] Cf. S. Congregação dos Ritos, Instr. Musicam sacram, 5 de março de 1967, 7 , 16:AAS 59 (1967) 302, 305.


[3] Cf. II Conc. Do Vaticano. sobre a Sagrada Liturgia, Sacrossanctum Concilium, 116; Cf. também Ibidem, 30.


[4] Cf. II Coc. Vaticano, Const. sobre a Sagrada Liturgia, Sacrossanctum Concilium, 54; S. Cogregação dos Ritos, Instr. Inter Oecumenici, 26 de setembro de 1964, n. 90: AAS 56 (1964)  897; Instr. Musicam sacram, 5 de março de 1967, 47: AAS 59 (1967) 314.         

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