Texto de: Pe. Eduardo Doughuerty, sj - com complementação de Elmando V. de Toledo
A Igreja de Cristo em sua natureza é divina é formada pelo divino e o humano, da transcendência e imanência. Ela não é iniciativa humana e nem nasceu das necessidades pastorais do tempo apostólico. É uma iniciativa exclusiva de Deus Pai em Cristo na Ação do Espírito Santo formando a Nova Aliança de Deus com os homens e dos homens com Deus pelos méritos da redenção de Cristo. Assim a oração, trabalho e espiritualidade e inserção social, mística e ação são inseparáveis do verdadeiro seguimento de Cristo.
Como comunidade de salvação e sacramento de Cristo a Igreja é chamada a encarnar, a visibilizar e a realizar em no tempo a presença real da divindade e humanidade de Jesus. Tendo Cristo por fundamento a Igreja é verdadeira quando mantém uma dupla fidelidade: fidelidade de comunhão com Deus e fidelidade de compromisso e de comunhão com os homens.
Não existe verdadeira vida cristã e nem uma sadia espiritualidade sem o amor a Deus e aos irmãos. A oração verdadeira gera a caridade pastoral e a caridade pastoral exige uma vida de oração. Tudo está presente na vivência do mandamento de Deus: "amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo" - Lev 18, 3.
Esta é uma exigência da vida cristã que tem por fonte a encarnação de Jesus como verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Falo isso para sermos fiéis a Cristo e a Igreja em nossa vocação missionária.
Precisamos conhecer a verdadeira natureza da Igreja de Cristo para não nos desviarmos do seguimento do discipulado de Jesus e para vivermos como verdadeiros cristãos no mundo de hoje. Não deixa de ser verdade.
Após o Concílio Vaticano II não poucos no élan apostólico de levarem a Boa Nova de Jesus aos homens de nosso tempo priorizaram, por vezes, a inserção no mundo social acentuando a caridade pastoral em detrimento da vida espiritual, esvaziando a vida cristã de sua fidelidade maior.
E agora numa reação a este processo outros tanto estão caindo num erro não menos grave.
Cultiva-se uma vida espiritual apenas pessoal sem a caridade pastoral e social distanciando-se do compromisso com a sorte e o destino dos irmãos. É urgente recuperar a síntese e a harmonia entre o divino e humano. Entre o espiritual e a caridade pastoral. Somente assim seremos verdadeiros discípulos missionários de Jesus, como ensina o Documento de Aparecida, os ensinamentos da Igreja, particularmente os Evangelhos de Jesus a as cartas apostólicas. Não existe o amor a Deus separado do amor ao irmãos. "Se alguém disser que ama a Deus, mas não ama o irmão, engana-se, pois quem não ama o irmão que vê como pode amar a Deus que não vê?" "Este é o preceito que recebemos: quem ama a Deus também ame a seu irmão" 1Jo 4, 20-21.
Há muito de verdade na afirmação do psicólogo americano Ken Wilber quando afirma que a vida espiritual nos EUA passou por uma grande regressão narcisista sem um efeito sobre a ação social e política - (Anseln Grün). Uma verdade que também acontece entre nós.
Infelizmente não poucos cultivam a espiritualidade do bem estar, do salvar-se sem o outro, (cultura do individualismo), com social.
É bom saber que não é esta a verdade dos ensinamentos da vida de Cristo que viveu uma vida pautada de na fidelidade total à vontade do Pai e no compromisso extremo de amor com a sorte humana. A oração do Pai Nosso, como expressão máxima do rezar e do existir cristão, na primeira parte fala do dever de nossa relação com Deus e e na segunda fala de nosso compromisso de amor com os irmãos. O papa Bento XVI na recente jornada mundial da juventude em Madri, ensinou que não existe vida cristã separada da comunhão com Cristo e os irmãos.
Sem uma consciência maior do verdadeiro conteúdo da vida cristã a liturgia se esvazia do espaço do silêncio da adoração, da celebração do sagrado e do mistério. Canta-se demais, fala-se e gesticula-se demais.
Texto de: D. Murilo Krieger, scj.
"De poucos personagens bíblicos temos a aprender tanto com Moisés".
A Bíblia é, ao meso tempo, o livro que nos revela os passos de Deus à procura do ser humano e o livro que apresenta as resposta do ser humano às propostas divinas. Cada pessoa ou comunidade tem muito a aprender coma queles que exerceram missões na história da salvação. Somos convidados a olhar para suas virtudes e imitá-los; a tomar conhecimento de suas fraquezas, para não repetirmos seus erros.
De poucos personagens bíblicos temos a aprender tanto com Moisés - ele que libertou os hebreus da escravidão egípcia, que lhes deu a Lei, promulgada no monte Sinai, e que conduziu até a terra prometida.
Moisés não queria acreditar no que ouvia. Mas como não acreditar se era o próprio Senhor Javé quem lhe falava? "Vai, desce! porque se corrompeu o teu povo que tiraste do Egito. Desviando-se do caminho que prescrevi; fizeram para si um bezerro de ouro fundido, prostraram-se diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios..." (Ex32, 7-8). Mais difícil era acreditar que seu próprio colega, Aarão, chamado também a ser líder, tinha aceitado a proposta da multidão, para fazer um deus que marchasse à sua frente.
Mais: ele coordenara o recolhimento de brincos de ouro, fundira o bezerro e construíra um altar diante do qual era oferecido sacrifícios. Se para Moisés não era fácil ver a sua gente comendo, bebendo e fazendo festas em honra de um "deus" esculpido por mãos humanas, como, então, compreender a atitude de Aarão?
Mesmo assim, Moisés não aceitou o que o Senhor lhe propôs: "Deixa, pois, que se acenda a minha cólera contra eles e os reduzirei a nada; mas de ti farei uma grande nação". Ex 32, 10.
Moisés concordava que era uma raça de "cabeça dura"; no entanto, sentia-se responsável por ela e pediu misericórdia e perdão. O terrível gesto de idolatria teve sérias consequências para aquele povo chamado a ser "um reino de sacerdotes e uma nação consagrada" (Ex19, 6); não ocorreu contudo a rejeição que Moisés tanto temia.
No tempo tem urgente necessidade de novos Moisés. Assim como o povo escolhido se cansou, em um dado momento, dos sacrifícios da caminhada, procurou agarrar-se a coisas mais concretas, hoje não poucos cortam de suas vidas qualquer preocupação com a vida eterna e vivem em função do imediato, do palpável, do prazer aqui e agora. Pior ainda, mais que o ateísmo intelectual é o ateísmo prático: não discute a respeito da existência de Deus ou de temas como os "novíssimos" morte, juízo, inferno e paraíso; vivem como se nada disso fosse realidade e acabam-se construindo um estilo de vida segundo a nova situação dando um novo vigor à tese do filósofo francês Blondel:
"Quem não vive como pensa, acaba pensando como vive".
Necessitamos de novos Moisés. Não é preciso que reajam como o primeiro que, quando se aproximou do acampamento e e viu o bezerro de ouro e suas danças, "sua cólera se inflamou, arrojou-se de suas mãos as tábuas e quebrou-as ao pé da montanha. Em seguida, tomando o bezerro que tinham feito, queimou-o e esmagou-o até reduzir a pó, que lançou na água e fez beber os israelitas" (Ex32, 19-20).
Os Moisés de hoje tenham a capacidade de interceder pelo povo com orações e súplicas, saibam oferecer a própria vida em favor dos irmãos; sejam tão seguros do que querem que não se importem de formarem incompreendidos e ridicularizados; acreditem que é possível vencer o mal com o bem e, sobretudo sejam animados de consoladora certeza: a semente, ao ser jogada na terra, desaparece, mas depois germina, transforma-se em planta que produz frutos; a vida nasce da morte e a cruz, contudo o que significou de fracasso e humilhação, foi o passo necessário para que acontecesse a salvação.
Surjam logo os novos Moisés! E que eles não se esqueçam de levantar sua tenda de reunião, onde possam se entreter com Deus face a face, "como um homem fala a um amigo" (Ex33, 11). A presença desses novos Moisés na terra dos homens será a garantia de que Deus não cansou de seu povo, apesar dos "bezerros de ouro" que continuam a ser fabricados e adorados.
"Deus,nosso Salvador quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade!" (1Tm 2, 3-4)
Para isso Deus nos chama, nos ajuda e nos procura de alguma forma. Ele quer ser conhecido e amado por todos nós. E no desejo de nos resgatar Deus nos fez algumas "loucuras" como, por exemplo, enviar seu filho, Jesus Cristo, para anunciá-lo, falar do seu reino e de seu amor por cada criatura humana. E, para conquistar nosso amor, não poupou seu único Filho, permitindo que ele morresse numa cruz para garantir nossa salvação, para estarmos junto d'Ele.
Para realizar sua missão, Jesus escolheu 12 apóstolos, escolhendo-os no meio do povo. Eram pessoas simples, comuns, como nós, mas que aprenderam como o Mestre dos mestres, com o Rei dos reis, a viverem como filhos de Deus.
Os Apóstolos que sucederam Jesus como líderes, tiveram a ajuda dos discípulos para anunciarem o Reino de Deus. E, a partir daí,o povo de Deus começa a se originar, como Igreja para, de geração em geração, fazer com que Cristo seja conhecido, amado e seguido, para que toda a humanidade chegue ao coração de Deus Pai.
Apóstolo e propagador de uma doutrina é aquele que evangeliza. Discípulo é aquele que recebe o ensino e segue a doutrina de alguém. Missionário é todo aquele que instrui a outros em matéria religiosa, é um propagador da fé.
Outubro é tradicionalmente, o mês das missões. Você já deve ter participado de uma ação missionária na sua cidade. Lembra? Os padres chegam, celebram missas, batizados, evangeliza o povo e, no final, com a ajuda de todos, instalam um cruzeiro para deixar a marca de sua missão.
Hoje como cristãos católicos, continuamos organizados na Igreja fundada por Jesus Cristo, seguindo uma hierarquia que não é poder e autoritarismo, mas de serviço. Assim temos o papa e os bispos, que são sucessores dos primeiros Apóstolos:
Vamos recordar?
(Simão Pedro, Paulo de Tarso, João, Mateus, Barnabé, Tiago, JudasTadeu,Tomé, Marcos, Tiago Menor, André, Bartolomeu).
Depois temos, os padres, os diáconos, religiosos e pessoas consagradas, que seriam os discípulos. E não menos importante, os leigos, que participam da vida da Igreja. Assim todos formam o Corpo Místico de Cristo, ou seja, sua Igreja viva, onde, nós somos os membros e Jesus Cristo a Cabeça deste Corpo Místico.
Enfim, todos nós somos chamados a conhecer cada vez mais, viver intensamente e a nunciar o reino de Deus neste mundo.
Como membros desta Igreja Viva, a responsabilidade de anunciar o Evangelho é de todos os batizados. Todo batizado é discípulo (a) de Jesus.
Porém Deus convidou todas as pessoas para a fundação de seu Reino, mas infelizmente, muitos ainda não conhecem Jesus Cristo e, de muitos outros recebeu uma triste recusa. Por isso os Apóstolos, discípulos e missionários e todos nós, que formamos a Igreja de Cristo, temos a missão de convidar a todos para o Reino de Deus, reino de amor e paz, de perdão e solidariedade e de compromisso com Cristo Ressuscitado.
Saiba que como batizado, você é um discípulo e missionário (a) e deve ter a consciência que Jesus te chama individualmente: "Vá e fazei todos meus discípulos!" .... Saiba que o Espírito Santo, está presente no seu coração. Ele que te fez filho (a) de Deus e membro de sua Igreja pelo Sacramento do Batismo, hoje pelo Sacramento do Crisma te envia em missão, para que toda humanidade chegue ao conhecimento da verdade que é Nosso Senhor Jesus Cristo.
A IGREJA MISSIONÁRIA
(De: Pe. Evaristo Debiasi)
A Igreja de Cristo em sua natureza é divina é formada pelo divino e o humano, da transcendência e imanência. Ela não é iniciativa humana e nem nasceu das necessidades pastorais do tempo apostólico. É uma iniciativa exclusiva de Deus Pai em Cristo na Ação do Espírito Santo formando a Nova Aliança de Deus com os homens e dos homens com Deus pelos méritos da redenção de Cristo. Assim a oração, trabalho e espiritualidade e inserção social, mística e ação são inseparáveis do verdadeiro seguimento de Cristo.
Como comunidade de salvação e sacramento de Cristo a Igreja é chamada a encarnar, a visibilizar e a realizar em no tempo a presença real da divindade e humanidade de Jesus. Tendo Cristo por fundamento a Igreja é verdadeira quando mantém uma dupla fidelidade: fidelidade de comunhão com Deus e fidelidade de compromisso e de comunhão com os homens.
Não existe verdadeira vida cristã e nem uma sadia espiritualidade sem o amor a Deus e aos irmãos. A oração verdadeira gera a caridade pastoral e a caridade pastoral exige uma vida de oração. Tudo está presente na vivência do mandamento de Deus: "amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo" - Lev 18, 3.
Esta é uma exigência da vida cristã que tem por fonte a encarnação de Jesus como verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Falo isso para sermos fiéis a Cristo e a Igreja em nossa vocação missionária.
Precisamos conhecer a verdadeira natureza da Igreja de Cristo para não nos desviarmos do seguimento do discipulado de Jesus e para vivermos como verdadeiros cristãos no mundo de hoje. Não deixa de ser verdade.
Após o Concílio Vaticano II não poucos no élan apostólico de levarem a Boa Nova de Jesus aos homens de nosso tempo priorizaram, por vezes, a inserção no mundo social acentuando a caridade pastoral em detrimento da vida espiritual, esvaziando a vida cristã de sua fidelidade maior.
E agora numa reação a este processo outros tanto estão caindo num erro não menos grave.
Cultiva-se uma vida espiritual apenas pessoal sem a caridade pastoral e social distanciando-se do compromisso com a sorte e o destino dos irmãos. É urgente recuperar a síntese e a harmonia entre o divino e humano. Entre o espiritual e a caridade pastoral. Somente assim seremos verdadeiros discípulos missionários de Jesus, como ensina o Documento de Aparecida, os ensinamentos da Igreja, particularmente os Evangelhos de Jesus a as cartas apostólicas. Não existe o amor a Deus separado do amor ao irmãos. "Se alguém disser que ama a Deus, mas não ama o irmão, engana-se, pois quem não ama o irmão que vê como pode amar a Deus que não vê?" "Este é o preceito que recebemos: quem ama a Deus também ame a seu irmão" 1Jo 4, 20-21.
Há muito de verdade na afirmação do psicólogo americano Ken Wilber quando afirma que a vida espiritual nos EUA passou por uma grande regressão narcisista sem um efeito sobre a ação social e política - (Anseln Grün). Uma verdade que também acontece entre nós.
Infelizmente não poucos cultivam a espiritualidade do bem estar, do salvar-se sem o outro, (cultura do individualismo), com social.
É bom saber que não é esta a verdade dos ensinamentos da vida de Cristo que viveu uma vida pautada de na fidelidade total à vontade do Pai e no compromisso extremo de amor com a sorte humana. A oração do Pai Nosso, como expressão máxima do rezar e do existir cristão, na primeira parte fala do dever de nossa relação com Deus e e na segunda fala de nosso compromisso de amor com os irmãos. O papa Bento XVI na recente jornada mundial da juventude em Madri, ensinou que não existe vida cristã separada da comunhão com Cristo e os irmãos.
Sem uma consciência maior do verdadeiro conteúdo da vida cristã a liturgia se esvazia do espaço do silêncio da adoração, da celebração do sagrado e do mistério. Canta-se demais, fala-se e gesticula-se demais.
OS NOVOS MOISÉS
Texto de: D. Murilo Krieger, scj.
"De poucos personagens bíblicos temos a aprender tanto com Moisés".
A Bíblia é, ao meso tempo, o livro que nos revela os passos de Deus à procura do ser humano e o livro que apresenta as resposta do ser humano às propostas divinas. Cada pessoa ou comunidade tem muito a aprender coma queles que exerceram missões na história da salvação. Somos convidados a olhar para suas virtudes e imitá-los; a tomar conhecimento de suas fraquezas, para não repetirmos seus erros.
De poucos personagens bíblicos temos a aprender tanto com Moisés - ele que libertou os hebreus da escravidão egípcia, que lhes deu a Lei, promulgada no monte Sinai, e que conduziu até a terra prometida.
Moisés não queria acreditar no que ouvia. Mas como não acreditar se era o próprio Senhor Javé quem lhe falava? "Vai, desce! porque se corrompeu o teu povo que tiraste do Egito. Desviando-se do caminho que prescrevi; fizeram para si um bezerro de ouro fundido, prostraram-se diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios..." (Ex32, 7-8). Mais difícil era acreditar que seu próprio colega, Aarão, chamado também a ser líder, tinha aceitado a proposta da multidão, para fazer um deus que marchasse à sua frente.
Mais: ele coordenara o recolhimento de brincos de ouro, fundira o bezerro e construíra um altar diante do qual era oferecido sacrifícios. Se para Moisés não era fácil ver a sua gente comendo, bebendo e fazendo festas em honra de um "deus" esculpido por mãos humanas, como, então, compreender a atitude de Aarão?
Mesmo assim, Moisés não aceitou o que o Senhor lhe propôs: "Deixa, pois, que se acenda a minha cólera contra eles e os reduzirei a nada; mas de ti farei uma grande nação". Ex 32, 10.
Moisés concordava que era uma raça de "cabeça dura"; no entanto, sentia-se responsável por ela e pediu misericórdia e perdão. O terrível gesto de idolatria teve sérias consequências para aquele povo chamado a ser "um reino de sacerdotes e uma nação consagrada" (Ex19, 6); não ocorreu contudo a rejeição que Moisés tanto temia.
No tempo tem urgente necessidade de novos Moisés. Assim como o povo escolhido se cansou, em um dado momento, dos sacrifícios da caminhada, procurou agarrar-se a coisas mais concretas, hoje não poucos cortam de suas vidas qualquer preocupação com a vida eterna e vivem em função do imediato, do palpável, do prazer aqui e agora. Pior ainda, mais que o ateísmo intelectual é o ateísmo prático: não discute a respeito da existência de Deus ou de temas como os "novíssimos" morte, juízo, inferno e paraíso; vivem como se nada disso fosse realidade e acabam-se construindo um estilo de vida segundo a nova situação dando um novo vigor à tese do filósofo francês Blondel:
"Quem não vive como pensa, acaba pensando como vive".
Necessitamos de novos Moisés. Não é preciso que reajam como o primeiro que, quando se aproximou do acampamento e e viu o bezerro de ouro e suas danças, "sua cólera se inflamou, arrojou-se de suas mãos as tábuas e quebrou-as ao pé da montanha. Em seguida, tomando o bezerro que tinham feito, queimou-o e esmagou-o até reduzir a pó, que lançou na água e fez beber os israelitas" (Ex32, 19-20).
Os Moisés de hoje tenham a capacidade de interceder pelo povo com orações e súplicas, saibam oferecer a própria vida em favor dos irmãos; sejam tão seguros do que querem que não se importem de formarem incompreendidos e ridicularizados; acreditem que é possível vencer o mal com o bem e, sobretudo sejam animados de consoladora certeza: a semente, ao ser jogada na terra, desaparece, mas depois germina, transforma-se em planta que produz frutos; a vida nasce da morte e a cruz, contudo o que significou de fracasso e humilhação, foi o passo necessário para que acontecesse a salvação.
Surjam logo os novos Moisés! E que eles não se esqueçam de levantar sua tenda de reunião, onde possam se entreter com Deus face a face, "como um homem fala a um amigo" (Ex33, 11). A presença desses novos Moisés na terra dos homens será a garantia de que Deus não cansou de seu povo, apesar dos "bezerros de ouro" que continuam a ser fabricados e adorados.