segunda-feira, 14 de maio de 2012

A MEDIAÇÃO DE MARIA - "A mediação de Maria é especial, tendo em vista seu lugar no mistério de Cristo e da Igreja"

D. Murilo S. R. Krieger, scj
Fonte: Revista Brasil Cristão - edição n. 178; de maio/12 

Tendo diante de si as palavras do Apóstolo Paulo: "Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem que se entregou como resgate por todos" (ITm2, 5-6). Muitos perguntam: "Como é que os católicos ousam falar em mediação de Maria?"

Já nos primeiros tempos da Igreja havia o costume de se invocar Maria. Prova disso é a oração: "Sob tua proteção, ó Mãe de Deus...", que é aproximadamente do ano 200 d.C. O título de mediadora, referente a Ela, começou a ser usado no século VI d.C, e tornou-se mais popular no século XII d.C.

O único mediador entre Deus e o homem é Jesus: "Ninguém vai ao Pai a não ser por mim" (Jo14,6); é preciso estar atento, porém, ao seguinte: toda vez que usamos uma mesma palavra referindo-nos a Deus e a nós, seu sentido é totalmente diferente. Pensemos, por exemplo, na palavra santidade. Mas o significado, num e no outro caso, é totalmente diferente. Deus é santo, no sentido absoluto, original. 
Podemos até dizer que Deus é "a" Santidade. Os santos, ao contrário são santos no sentido relativo, isto é, limitados e dependentes. Eles participam, por um Dom especial da Santidade Divina. Jamais poderíamos dizer que os santos "são" a Santidade. Entendendo esses diferentes usos para a palavra "santo" é legítimo continuar dizendo que os santos são "santos". 

O mesmo poderemos dizer da bondade, da misericórdia ou da perfeição "Sede perfeitos como o Pai celeste é perfeito!" -  {aqui, nota-se que, se for atribuída a Perfeição absoluta ou de Deus, ninguém alcançaria tal Perfeição, mas os atributos relativos de que se referem Jesus, à pureza e à busca da santidade, da vida correta e leal diante de Deus que todos devem ter}. Referindo-se a Deus trata-se de atributos originais. Referindo-se a pessoas, trata-se de uma participação nos atributos divinos - participação limitada e dependente.

Assim quando dizemos que Jesus é o mediador, que é o único mediador, entendemos essa palavra no sentido absoluto, original e exclusivo. Já quando dizemos que Maria é mediadora, essa palavra é usada no sentido relativo e subordinado, como participação na única mediação (absoluta) de Cristo.
É o critério que vale para todos os atributos divinos. Assim a palavra "mediadora" não causa mais problemas, já que não se tira nada da Mediação de Cristo, e passa a ser compreendida em seu sentido exato.

Nesse sentido, poderemos ir além e dizer que há outros mediadores: os Apóstolos, os missionários e todos os que pregam o Evangelho. São também mediadores os párocos e catequistas, bem como os pais que educam seus filhos segundo a fé cristã. Cada batizado é chamado a ser um mediador: "Sereis minhas testemunhas!"... (At 1,8) - E é tão importante essa mediação que o Evangelho só chegará a muitas pessoas e lugares através dela:  
"Ide pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo quando vos prescrevi". (Mt 28, 19-20a). "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros". (Jo13, 35)

Em síntese, toda mediação está sempre subordinada e dependente a Cristo, que é o único Mediador entre nós e o Pai. Ele não perde essa prerrogativa pelo fato de deixar que os outros participem de Sua mediação.
A mediação de Maria é especial, tendo em vista seu lugar (principal) único no Mistério de Cristo e da Igreja. 

(Aliás a Igreja começou a caminhada, à partir de Pentecostes, com a presença e participação de Maria - At1, 4.12-14). 

Basta pensar em sua colaboração para que acontecesse a Encarnação. Mais: levou Jesus, que nela havia se encarnado, à sua prima Isabel e a João Batista; colocou-O nos braços de Simeão; intercedeu em Caná quando na festa, o vinho acabou.

(Como não seria diferente?) No Céu Maria não é mediadora junto ao Mediador, mas n'Ele e por Ele; ela está em comunhão total com Cristo. Assim a mediação universal de Maria, no sentido que temos hoje, nada mais é que sua maternidade universal em relação aos homens. (cf. Jo 19, 25-27). Logo, quando o povo de Deus, iluminado pelo Espírito Santo, recorre à Maria em suas necessidades, sabe que a mediação de Maria depende da única mediação de Cristo, e que todas as graças tem a mesma fonte: o Coração aberto de seu Filho.  


POR ISSO - com essa belíssima explicação de D. Murilo, podemos entregar com confiança e suplicante nos braços de Maria, podemos sempre lembrar as palavras de São Bernardo:

"Ó Santa Mãe de Deus, Maria Santíssima, que nunca se ouviu dizer que alguns daqueles que tenha recorrido à vossa proteção fosse por vós desamparado!" ...


É com essa confiança que lançamos nos braços de nossa Mãe Maria, pois dentre todas ela é a Cheia de Graça, e como amada por Deus Pai, nunca deixou de atender e distribuir sobre nós as graças de seu Filho Jesus.
Maria é medianeira e ao mesmo tempo ela ela é co-redentora da humanidade junto de Jesus, pois ela pelo seu "sim" foi favorável ao mistério da Encarnação do Filho de Deus, isto é, Jesus.
Anunciada e escolhida por Deus, Maria é aquela que se fez a mais humilde de todas, mas diante de Deus é a criatura mais sublime, porque somente uma pessoa tão pura na alma e no corpo poderia conceber o Filho de Deus, que quis vir a este mundo nascido de uma mulher.
Se Jesus com sua obediência até a morte, conforme mesmo disse São Paulo, veio para recuperar e trazer para nós a graça que Adão, o primeiro homem tinha perdido por causa do pecado e da desobediência, e por isso, é também, Jesus é chamado simbolicamente de o "Novo Adão", Maria Santíssima , igualmente veio como co-redentora, sendo obediente, aceitando ser a Mãe do Filho de Deus e estando com Ele até a Cruz, essa serva obediente trouxe para nós Jesus o autor da graça; ao contrário de Eva, (primeira mulher) que também pecou desobedecendo a Deus, Maria Santíssima é chamada simbolicamente de a "Nova Eva" - sendo ao contrário, fiel a Jesus e a Deus em tudo.

Maria Santíssima ainda é chamada de um outro título ainda mais belo, a "Arca da Aliança". Como todos sabemos, a Arca da Aliança era uma caixa, ornamentada de ouro, onde era guardado os 10 Mandamentos, escritos por Deus na pedra e dado à Moisés. E sobre a Arca estavam dois querubins de ouro um de frente pro outro, donde Deus manifestava seu poder.
Assim, o ventre materno de Maria trouxe para nós Jesus, autor da Nova Aliança e todo o Novo Testamento passou pelo ventre santo de Maria, porque trouxe ao mundo o Filho de Deus. Por isso ela é chamada Arca da Aliança, porque guardou no seu ventre o autor da Nova Aliança que é Jesus.

E por fim, dos inúmeros títulos que Maria Santíssima recebeu e recebe, o mais importante e significativo foi o de Mãe de Deus, porque concebeu em seu ventre o Filho de Deus, Jesus Cristo, conforme fora anunciado pelo Anjo Gabriel: "Eis que conceberás e darás a luz a um filho e lhe porás o nome de Jesus, ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo". ( Lc 1, 31-32. )     

terça-feira, 8 de maio de 2012

MARIA, Mãe de Deus e Nossa


Texto de Cássio Abreu - (Coordenador de Comunicação e escritor)
Revista Brasil Cristão, ed. no. 178 de 05/12

Maio é um mês especial. Além de celebrarmos o dia das mães no segundo domingo do mês, (dia 13), a Igreja Católica dedica o mês à Maria, mãe de Deus e nossa. Você sabe por que?

A primeira referência sobre o mês mariano é da Idade Média, com as Cantigas de Santa Maria, de Afonso X (1221-1284), rei de Castela e León. Ele cantava a abundância dos bens que o mês de maio trazia com a chegada da primavera na Europa. O rei cristão convidava a invocar Maria, para que as bênçãos materiais e espirituais fossem ainda maiores (Dicionário de Mariologia, Paulus, 1995, p. 887). No Paganismo antigo, neste mês se honrava a deusa "Flor Mater". Porém, quem merece ser venerada por "todas as gerações" (Lc1, 48) é Maria, a Imaculada Mãe do Filho de Deus!

Em 13 de maio de 1917, época da I Guerra Mundial, a Santíssima Virgem se manifesta ao mundo através de três humildes pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta. Eles viviam em Fátima, Portugal. Nas suas aparições Maria nos convidava a rezar diariamente o Terço, pedindo pela paz no mundo e pela conversão dos pecadores.

Pio VII foi o primeiro Papa a conferir indulgências especiais no mês de maio, em 1815 e, seus sucessores confirmaram essa devoção mariana. O Papa Leão XIII assim se expressou na Encíclica "Augustíssima Virgem Maria", de 1897: "Depois de havermos dedicado a esta divina Mãe o mês de maio com o dom das nossas flores, consagremos-lhe também , com afeto de singular piedade, o mês de outubro, que é mês dos frutos. De feito, parece justo dedicar estes dois meses do ano àquela que disse de si: "As minhas flores tornaram-se frutos de glória e riqueza". (Eclo 24, 23)

Os santos também souberam honrar Maria no mês de maio. Em seu diário espiritual, Santa Faustina Kowalska e propunha, em 1937, a colocar uma flor aos pés da imagem de Nossa Senhora com a prática da mansidão.

"A aproximar o mês de maio, consagrado à Maria Santíssima pela piedade dos fiéis, o nosso espírito exulta ao pensar no espetáculo comovente de fé e de amor que, dentro em breve, será oferecido em todas as partes da terra em honra a Rainha do Céu. Na verdade, é um mês em que, nos templos e entre paredes domésticas, sobe dos corações até Maria, a homenagem mais ardente e efetuosa da prece  e da veneração. E é também o mês em que mais copiosos e mais abundantes descem até nós, do seu trono, os dons da misericórdia divina".

Com estas palavras o Papa `Paulo VI inicia sua Encíclica  "Mense Maio" (mês de maio), de 1965, dedicado à Nossa Senhora. No documento, Paulo VI mostra como Maria é o caminho seguro que nos leva a Cristo:
"Muito nos agrada e consola este piedoso exercício, tão honroso para a Virgem e tão rico de frutos espirituais para o povo cristão. Maria é sempre o caminho que leva a  Cristo. Nenhum encontro com ela pode deixar de ser um encontro com o próprio Cristo".

A Encíclica é um convite dirigido a todos os cristãos. Devemos rezar com mais intensidade no mês de maio, pedindo a intercessão de Maria, uma vez que nossas súplicas encontram mais fácil acesso ao coração misericordioso da Virgem durante esse mês. E o apelo do Papa é atualíssimo:

"Se considerarmos as necessidades presentes da Igreja e as condições em que se encontra a paz no mundo, temos sérios motivos de crer que a hora atual tem especial gravidade, e mais do que nunca urge dirigir a todo povo cristão um apelo para que se forme um coro de orações".

Através da Encíclica, o Papa Paulo VI pedia pelo êxito do Concílio Vaticano II (1962-1965); a reunião dos bispos terminava e dava um novo capítulo à História da Igreja, que vivemos até nos dias de hoje. Muitas idéias e propostas ainda precisam serem implantadas em nossas comunidades.

Sabiamente o Papa também pedia pela paz no mundo, que vivia o período da "guerra fria", uma disputa entre as grandes potências militares da época: Estados Unidos e Rússia: "Isto faz que os habitantes das Nações inteiras estejam sujeitos a sofrimentos indizíveis causados por agitações, guerrilhas e ações bélicas, que se vão sempre estendendo e intensificando , e poderão constituir de um momento para o outro, a centelha de um novo conflito pavoroso", dizia Paulo VI.

O mundo hoje não está tão diferente em relação aos conflitos entre países. Não corremos o risco de uma guerra mundial, mas os conflitos, ainda pequenos, a crise econômica em vários países ao mesmo tempo, e a ameaça de terrorismo, deixam uma sensação de insegurança e temor. Porém, o Santo Padre nos lembra, em sua carta dirigida também ao mundo de hoje, que a paz é um Dom de Deus, que devemos pedi-la por intercessão da Rainha da Paz:
"Mas a paz, veneráveis irmãos, não é pura sequência de esforços humanos, é também, sobretudo, Dom de Deus. A paz desce do Céu; e reinará de verdade entre os homens, quando chegarmos a merecer que ela nos seja concedida pelo Deus Onipotente, que tem em Suas Mãos, tanto a felicidade e a sorte dos povos como os corações dos homens. Por isso nós, com a oração, continuaremos a procurar e conseguir este dom insuperável; com a oração constante e vigilante, com os sempre fez a Igreja desde os primeiros tempos; com a oração que recorrerá de modo particular à intercessão e proteção da Virgem Maria, Rainha da Paz".

O Papa Paulo VI termina a Encíclica "Mense Maio" fazendo um apelo à oração do Santo Rosário. Este documento não tem prazo de validade e deve atingir nossos corações nos dias de hoje.O mundo precisa de paz e nosso apelo precisa chegar ao coração da Mãe de Misericórdia.
Neste mês em que a Igreja, sabiamente, dedica à Nossa Senhora, reúna sua família, seus vizinhos, parentes e amigos, reze o Santo Rosário, pedindo pela paz em nossas famílias, em nossa comunidade, em nossa cidade, em nosso Estado, País, continente, e em todo mundo.

Peça também, pela Santa Igreja de Cristo, para que as inspirações do Espírito Santo sopradas no Concílio Vaticano II sejam implantadas na Igreja, para o bem do povo de Deus.  

AFETIVIDADE E COMBATE À VIOLÊNCIA - conhecer para superar

Texto de: Dr. Ivan Roberto Capelatto
Fonte: Revista Brasil Cristão - ed. no. 178 de 05/12 

FAMÍLIA ESCOLA E VIOLÊNCIA

       A violência na família vai ser mostrada na escola, aonde professores, pais e alunos vão confrontar por "não aceitarem regras", e escola e pais ainda não se definiram qual "pedaço" do aluno/filho pertence a cada um. 
Assim o professor, impotente para controlar o comportamento ou para desencadear o desejo de aprender em seus alunos, torna-se violento, com aulas perversamente difíceis e com provas punitivas. O aluno, sem o desejo de aprender e impotente contra a instituição, criando regras informais e fomentando o aparecimento de gangues - que é o sinal social básico da impotência. E os pais divididos entre o desejo de ver a escola como parceira, agridem os filhos com castigos e penas, e a escola com queixas contra professores e a organização.

A MÍDIA E A SUA INFLUÊNCIA NA EDUCAÇÃO

  A função mais importante do educador - pais e professores - é de mediar a constituição simbólica da criança, fazendo com ela uma parceria para facilitar, promover e motivar a aprendizagem, assim como permitir o aparecimento de um EU que pensa, que deseja, que distingue, que sente. Quando esses adultos junto com seus filhos e seus alunos, se tornam reféns de um jogo onde a meta da vida é o PRAZER, sem consequências ou sentido, temos a morte do mediador, e com ele morre a possibilidade de uma criança tornar-se um EU, um sujeito com desejos e pensamentos próprios. O que torna o adulto e a criança reféns de uma "linguagem do prazer" é o conjunto de mensagens sedutoras, mentirosas e violentas que a mídia joga para dentro das instituições fundamentais de vida: família e escola.
  Falando somente de prazer e poder, a mídia constrói, no imaginário dos consumidores, imagens contraditórias: "Quem é o bandido, quem é o mocinho? O que é bom e o que é mau?, onde o 'belo' toma o lugar do 'bom' e o 'estético' destrói o 'ético ".
  Aquele que quebra as regras é aplaudido, o outro que "venceu" na vida sem estudar é supervalorizado, o violento aparece em todas as reportagens, vídeos e capas.

AFETIVIDADE, SUA EVOLUÇÃO E SEU PREJUÍZO

  Lembrando que a estruturação da afetividade se dá em fases - oral, anal, fálica, latência, adolescência e genital - e essas fases têm como condição de realização a presença da educação e do educador, e lembrando que vivemos um momento histórico-social de profunda impotência e enorme violência, é lógico que pensemos que a evolução saudável da afetividade será prejudicada.
  O prejuízo fundamental é a não evolução psicológica do sujeito de uma fase para outra, evoluindo somente fisiologicamente. Essa distância que vai aparecer entre a maturidade do corpo e a imaturidade do psiquismo pode produzir doenças psicológicas profundas, e a maior consequência é o aparecimento da compulsão ao prazer imediato, a impotência para se tornar um EU, e o desencadear de uma ação violenta contra tudo aquilo que não significa prazer.                     



          

terça-feira, 1 de maio de 2012

ESPIRITUALIDADE - Liturgia Eucarística

Texto de: Elmando V. de Toledo - tirado do estudo de: Fr. Francisco ferreira, OFM.

A Liturgia Eucarística, é a segunda parte mais importante da Santa Missa. Jesus Cristo instituiu o sacrifício cristão na última ceia, no contexto de uma ceia pascal dos judeus (Jesus era judeu), que daí em diante tornou-se a ceia pascal dos cristãos.
Por isso, no altar do sacrifício cristão tem uma forma de mesa. E nela Jesus se apresenta como Cordeiro Pascal sem mancha que se entregou por nós, e por isso repete-se a mesma entrega de Jesus no Calvário e sua Ressurreição. Mas o que temos na ceia fraterna, uma ceia pascal? - Temos a mesa, as alfaias, os vasos sagrados, os elementos essenciais para a ceia, que são o alimento sólido (o pão) e o alimento líquido (o vinho) e a água. O pão sem fermento (como o pão ázimo dos judeus) e o vinho puro (sem álcool de cana-de-açúcar) e a água. O pão e o vinho misturado com a água, representa o Corpo de Cristo misturado com todos nós sua Igreja. Que se tornam o Corpo e Sangue de Jesus, sinais da graça santificante, água e sangue que jorraram do coração aberto de Jesus pela lança do soldado. Jorram para nós na Eucaristia as graças da salvação: alimento, sustento e remédio para o corpo e para  alma. É o mesmo sacrifício de Jesus na Cruz, porém de forma incruenta. Isto é, não há crueldade. Ninguém poderia comer carne e sangue humana - o que seria canibalismo. Jesus não precisa manifestar-se visivelmente em carne e sangue vivos. Mas pelo Espírito Santo ali se torna o Sacramento Eucarístico, onde ali estão presentes: seu Corpo, Sangue, alma e divindade. 
Pelas mãos do sacerdote e pela ação do Espírito santo, Jesus se faz presente nas espécies de pão e vinho que se tornam seu corpo e seu sangue. Não podemos ver, enxergar tal mistério, senão com os olhos da fé.

A Ceia Pascal de Cristo, a Eucaristia, também significa "jantar de amigos", (Jo15, 13-15) pois promove encontro, comunhão, amizade, diálogo, amor, conhecimento, etc. Se agora procurássemos tudo o que dissemos da ceia fraterna da missa, descobriremos a sua riqueza, na linguagem do comer e beber juntos, no Senhor e tendo como alimento o próprio Senhor.
Não se trata de um memorial apenas, trata-se da renovação da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus, onde Ele mesmo se faz presente quando o sacerdote eleva o pão e o vinho pronunciando as mesmas palavras de Jesus na última ceia: "Isto é o meu Corpo" e "Isto é o meu Sangue" ... "derramado por vós para remissão dos pecados!" e quando termina diz aos Apóstolos: "Todas as vezes que fizerdes isto, fazei-o em minha memória!" - portanto, é  Jesus que está ali presente na Eucaristia. Não apenas as espécies que vemos mas agora o próprio Jesus Ressuscitado.

Os elementos essenciais de uma refeição fraterna, ou da Ceia, são sólido e líquido. Ora, na Ceia do Senhor, a Missa, temos esses dois elementos: o pão e o vinho com água. O pão e o vinho, são sem dúvida, o alimento sólido e o alimento líquido mais universais, tanto assim que se apresentam com os seus símbolos. O vinho é o símbolo do líquido nobre do encontro humano. A água símbolo da vida, também está presente.
O pão e vinho significam ou simbolizam a vida do homem e toda criação da obra de Deus. Afinal, quem poderia viver sem comer e beber? Por isso é claro o texto, quando Jesus disse: "Tomai e comei!" - aqui, não só representa o gesto físico de comer e beber apenas, mas o gesto de participar da própria vida do Senhor Jesus, ter parte com Ele no mistério da Redenção, que se perpetua a cada Missa, até que Ele venha. Também significam aquilo que o homem é: Sua vida, sua existência co mo dom de Deus. 

Se o pão e o vinho na Missa significam o que o homem é, e o que o home faz na dimensão do amor de Cristo que no mistério da sua Paixão, Morte e Ressurreição trouxe nova vida aos homens, então o rito da preparação das oferendas adquire um significado muito importante.

"É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho, que o sacerdote recebe em lugar conveniente e dispõe sobre o altar, proferindo as fórmulas estabelecidas. Embora os fiéis já tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à liturgia, o rito de levá-los ao Altar conserva a mesma força e significado espiritual". (n.49). 

O rito da preparação das oferendas como é previsto na instrução geral sobre o Missal Romano, consta de três momentos: 1 - Preparação do Altar, 2 - Procissão das oferendas, 3 - Apresentação das oferendas a Deus:
O Sacerdote recebe as oferendas (pão e vinho) e as apresenta ao Senhor dizendo:
"Bendito sejais, Senhor Deus, pelo pão que recebemos de vossa bondade, fruto da terra e do trabalho humano, que agora vos apresentamos e que vai se tornar o Pão da Vida!" - isto é o Corpo de Jesus.
E depois: "Bendito sejais, Senhor Deus, pelo vinho que recebemos de vossa bondade, fruto da videira e do trabalho humano, que agora vos apresentamos e para nós  vai tornar-se o vinho da salvação!" - Isto é o Sangue de Cristo. No sacrifício eucarístico da Santa Missa, Jesus se torna: Sacerdote, Altar e o Cordeiro Imolado. (Em cada Santa Missa se atualiza o sacrifício pascal de Cristo, é por isso que nenhuma missa pode substituir a outra.)  

A ORAÇÃO EUCARÍSTICA - Outro grande momento antes da Comunhão. A Oração Eucarística lança a assembléia celebrante no âmago do mistério pascal de Cristo celebrado na Missa.
A Oração Eucarística é o centro e ápice de toda celebração, é prece de ação de graças e a santificação de todo o povo de Deus. Unindo a terra e o Céu em um só ato de louvor em uma só voz. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração de ação de graças, unindo à terra e os céus na multidão dos anjos e dos santos que se dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em favor da Igreja. O sentido dessa oração é que toda a assembléia se una a Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício. Vejamos os elementos da Oração Eucarística : a) O fato maravilhoso; b) Admiração; c) Exclamação; d) A proclamação dos benefícios; e) Pedido e intercessões; f) Louvor final.
Concluindo com a elevação do Corpo e Sangue de Cristo, onde o sacerdote oferece ao Pai, por Cristo e em Cristo, todo louvor, toda honra e glória por Jesus Cristo ter nos redimido na Cruz e se tornado o Pão da Vida por amor a nós. A assembléia responde com o amém, bem forte, que deve ser do fundo do coração a Jesus Sacramentado, pode ser cantado ou não, para expressar que aceita esse amor de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo tem por nós.  

O terceiro momento mais importante da Liturgia Eucarística é a Comunhão. Jesus quer fazer morada em nós. Ele mesmo ressuscitado se dá em alimento. E aqui recordamos as suas palavras: "Eu sou o Pão vivo que desceu do Céu, quem come deste Pão viverá eternamente!"- Jesus se torna o sustento de nossa caminhada. E Jesus acrescenta: "E o pão que hei de vos dar é minha carne pela salvação do mundo!" (Jo6, 50-51) E na última Ceia, Jesus diz claramente: "Isto é o meu Corpo!" ... "Isto é o meu Sangue!" - Jesus diz: é, ele não diz: "Isto será", ou "isto vai ser... Ele diz que é o seu corpo, é o seu sangue. Esta palavra, "é" também prefigura o nome  de Deus no Antigo Testamento, quando Moisés perguntou ao Senhor como ele se chamava ele disse "Eu Sou!" ou Javeh, e agora, Jesus o filho de Deus, usa o mesmo termo "Eu Sou" o pão da vida!   - Notaram a semelhança?  

"Sendo a celebração eucarística, a Ceia Pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu corpo e Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. (Que ninguém participe do Corpo e Sangue do Senhor indignamente, {Cf. 1Cr11, 23-29}). Esta é a finalidade da Fração do Pão, (Pão  repartido), e os outros ritos preparatórios, pelos quais os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão. (n.56)

Antes da participação da Comunhão Eucarística, entra-se dentro de uma dinâmica de preparação para acolher o Senhor na Eucaristia. Assim temos: o Pai-Nosso, o momento da Paz, a Fração do Pão (Jesus partiu o pão); o canto do Cordeiro de Deus, a partícula da Hóstia no Cálice (representa nossa comunhão com o Corpo e Sangue de Jesus Cristo) - a distribuição da Eucaristia.


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PARA LHE AJUDAR:  

De preferência, ao se dirigir para receber a Eucaristia, esteja trajando uma roupa decente,(em sinal de respeito evite o escândalo), ao comungar dê preferência em receber a Eucaristia na boca, (o recomendado pela Igreja), se for receber na mão, ao dirigir ao sacerdote, coloque a sua mão esquerda sobre a mão direita, e comungue retirando a Eucaristia com a mão direita. Observe se na sua mão não ficou fragmentos da Eucaristia, fragmentos podem cair no chão.


APRENDA!

Quando sacerdote lhe entregar a Eucaristia dizendo:


"Corpo de Cristo!", ou, quando há distribuição das duas espécies diz: "Corpo e Sangue de Cristo!" - a sua resposta deve ser alta e em bom tom: "AMÉM!". Essa resposta que não é dada apenas ao sacerdote, mas ao próprio Jesus Eucarístico que você irá receber e comungar.




Ou seja, com o Amém (significa assim seja) está a sua expressão e o seu desejo: "Sim! eu quero, eu aceito que Jesus venha morar em mim, eu aceito seu Corpo e Sangue como vida para meu corpo e minha alma". Por isso esse "Amém" não pode ser uma resposta preguiçosa, mas viva, intensa e alegre.
E depois de recebê-Lo, num momento, em silêncio, você deve conversar com Jesus que agora está em você para ser o sustento e remédio em sua caminhada.    
Agora que você sabe o verdadeiro significado da Liturgia Eucarística da Santa Missa, que tal se perguntar:
Você participa ou assiste a Santa Missa?
É nosso dever participar da Santa Missa, não só porque o mandamento da Igreja exige, mas porque a cada celebração estamos celebrando mais uma Páscoa do Senhor. E também mais uma vez querendo buscá-lo no Sacramento da Eucaristia: vivo, presente e Ressuscitado.   


APRENDENDO SOBRE O SIGNIFICADO DA HÓSTIA (pão sem fermento) e do VINHO

A raiz do significado está lá no Antigo Testamento, os pães consagrados  a Deus pelos sumos sacerdotes do Templo eram pães sem fermento. Por quê? - Porque assim Deus pediu que os israelitas fizessem  no dia da passagem da páscoa, (lá nos tempos do Êxodo no Egito) - quando Deus deu a libertação ao povo de israel, os tirou da da escravidão. "Naquela noite, (disse Javeh) comerás pão sem fermento!" ... "Pois é a páscoa do Senhor"... (Ex12, 8.11) - Por que pães sem fermento? Porque o fermento leveda a massa, isto modifica a estrutura do pão.


O pão sem fermento representa toda a santidade e perfeição de Deus Pai. E Depois Deus instituiu a ceia pascal como memorial daquele dia, para que nunca se esquecessem do que o Senhor fez por eles no Egito. "Conservareis a memória daquele dia..." (Ex12, 14) E assim, os judeus conservam esta memória até hoje.     
Tendo Jesus, o Filho de Deus celebrado a Ceia Pascal dos judeus com seus apóstolos, e nela atribuiu os elementos da sua "Nova Páscoa", Jesus utilizou também o pão puro, isto é, sem fermento como manda a Lei do Senhor. E é provável que tenha utilizado também todos os outros elementos da ceia pascal judáica. Isto se vê claramente, uma menção do acontecido no Evangelho segundo São Lucas, (Lc22,7-13): Vamos ler?


"Raiou o dia da festa dos pães sem fermento, em que se devia imolar a Páscoa. Jesus enviou Pedro e João, dizendo: 'Ide e preparai a ceia da Páscoa!' - Perguntaram eles: Onde quer que preparemos? - Jesus respondeu: 'Ao entrardes na cidade, encontrareis um homem carregando uma bilha com água; segui-o até a casa que ele entrar, e direis ao dono da casa: o Mestre pergunta-te: Onde está a sala em que comerei a Páscoa com meus discípulos? Ele vos mostrará o andar superior uma grande sala mobiliada e ali fazei os preparativos.' - Eles foram,pois, e acharam tudo como Jesus dissera; e prepararam a Páscoa.



Mas, Jesus simplificando apenas utilizou o pão puro sem fermento da Ceia Pascal judáica e o vinho puro para que se tornassem Sacramento perpétuo,  o seu Corpo e seu Sangue, ou seja, a Eucaristia. Agora o pão puro, sem fermento e o vinho puro da ceia judáica não só era um simples símbolo, mas era o elemento principal pelo qual Jesus instituíra a Eucaristia, compreendem?. E quando falamos de Eucaristia, não podemos esquecer que estamos falando do Corpo e Sangue de Cristo. Mas ... uma pergunta: os pães ázimos eram de forma quadrada?! Como pode a hóstia (mesmo pão sem fermento) ser redonda. A resposta é simples:
  
A Igreja conserva até hoje o uso do pão sem fermento, isto é a hóstia,  como deve ser. Apenas por um detalhe, depois de algum tempo, esse pão ou a hóstia passou a ser de forma redonda, por quê? - Porque ela também enquanto hóstia, (mesmo ainda sem ser consagrada), possui um grande significado:


O branco da hóstia simboliza Jesus Ressuscitado, o círculo da hóstia representa a união da Santíssima Trindade, o Pai com o Filho e o Espírito Santo, um só Deus em três pessoas. O círculo ainda representa a eternidade de Deus, assim como não podemos distinguir onde está o início, meio e fim de um círculo, Deus é eterno, não tem início meio e fim. Ele existiu e sempre existirá.  


É por isso que não fazemos como nossos irmãos crentes fazem. Eles utilizam de qualquer pão, (às vezes, até mesmo suco de uva), para a "Ceia do Senhor". Nós, não! - Nós seguimos os mesmos preceitos da primeira Ceia Pascal de Cristo, (primeira de muitas outras).


Depois há uma grande diferença: Nas igrejas protestantes e evangélicas não se celebra a Missa e nem possuem a Eucaristia. Na verdadeira Igreja de Jesus Cristo, a Igreja Católica Apostólica Romana existe a celebração da Santa Missa, o pão (a hóstia) e o vinho consagrados se tornam verdadeiramente Corpo e Sangue de Cristo, ou seja, a Eucaristia, Jesus presente no meio de nós pelo Sacramento da Eucaristia. Portanto ali não é uma representação, nem tampouco um teatro que o padre faz. Mas é a atualização todos os dias do sacrifício redentor de Jesus. Por que digo isto? - Porque é muito comum vermos, principalmente em vésperas ou após a celebração de Corpus Christi em matérias da imprensa alguns jornalistas (desinformados da catequese da Igreja) dizerem ao se referir a Eucaristia: "para os católicos representa o Corpo e Sangue de Cristo!"... Não! para nós não é uma representação, é, como Jesus disse o seu Corpo e seu Sangue que ali está.
(O vinho da Santa Missa não é um vinho qualquer, é um vinho especial feito somente de uva, licoroso e  sem álcool de cana-de-açúcar, apenas álcool vinítico, ou seja do próprio vinho como na verdade era feito antigamente, também conhecido como "vinho canônico").


O vinho também tem seu significado, antes mesmo de ser consagrado ele representa o gesto de amor que Deus tem pela humanidade e simboliza a bênção de Deus pela nossa vida, pela nossa colheita, pelo nosso trabalho. E significa também o gesto de generosidade de Jesus, quando aceitando se entregar por nós na Cruz, quis se tornar Sacramento para nossa redenção.
Enquanto que nas outras "igrejas protestantes e evangélicas", há apenas um memorial (ou lembrança) da Santa Ceia. Então nesse caso, pode-se usar o pão comum e suco de uva ou vinho comum mesmo.   


OS ELEMENTOS UTILIZADOS PARA A EUCARISTIA

VINHO E PÃO - utilizados para transformação da Eucaristia.  


MANUSTÉRGIO OU TOALHA - pequena toalha de linho usada para purificar as mãos do sacerdote. 


CORPORAL - pequeno pano de linho puro, usado para colocar os vasos sagrados: o Cálice Sagrado, a patena com a hóstia grande e a(s) ambula(s) com as hóstias menores, que serão depois de consagrados a Eucaristia. Representa o Santo Sudário.


PALA - um tipo de tampa (em forma quadrada) que serve para tampare proteger as espécies que serão consagradas


SANGUÍNEO - pequena toalha de linho puro usada para purificar o cálice após a consagração. 


CÁLICE - tipo de taça especial, feito em metal nobre em cerimônias importantes utilizado para tomar bebidas, foi utilizado por Jesus e por nós hoje para consagrar o vinho. Este cálice utilizado na missa também é chamado Cálice da Bênção.


PATENA - tipo de prato especial feita de metal nobre onde se coloca a hóstia grande.


ÂMBULA - tipo de vasilha com uma tampa, especial para guardar a Eucaristia. 


BACIA E JARRO COM ÁGUA - usada para purificar as mãos do sacerdote, também representa o gesto de humildade de Jesus em lavar os pés dos Apóstolos. 
  

segunda-feira, 30 de abril de 2012

OS ENGANOS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

O problema do desemprego, e mais em geral, da exclusão social, aliada às diversas situações que ocorrem na vida das pessoas que acreditam em Deus, levam-nas a uma pergunta: "Se Deus é verdadeiramente misericordioso, por que não intervém para solucionar os problemas dos excluídos?"
Parece óbvio que a fragilidade humana leva-se a acreditar em qualquer promessa, vinda de pessoas que se julgam "donas da verdade" ou de boa índole, que prometem de tudo, até mesmo falar e agir em nome de Deus,  e cujas tornam-se mercenárias da Palavra ao ponto de fazer qualquer um acreditar que Deus está disposto a fazer tudo que se quer e de imediato. Para esses "líderes" existe um Deus sujeito aos questionamentos humanos, um Deus que obedece ao homem, que está à mercê dos caprichos humanos, quanto que na realidade deveria ser o contrário. 
Então colocam na cabeça das pessoas que tudo é possível, até mesmo se enriquecer às custas do poder de Deus. 

Nos últimos anos, está se difundindo no interior do mundo cristão - católico e evangélico - a assim chamada,  "Teologia da Prosperidade" (TdP), que tenta solucionar esse questionamento.
 Esta Teologia parte do princípio que Deus não quer o sofrimento de ninguém e que a verdadeira felicidade está na união íntima com Ele. Contudo, partindo destes dois pressupostos evangélicos, a TdP chega a conclusões que se afastam da prática de Jesus. Vejamos:

  1. O sofrimento faz parte da vida humana - Jesus ao se encarnar assumiu todas as nossas fraquezas, sujeitou-se a tudo do ser humano, menos o pecado. Isto quer dizer que o próprio Filho de Deus assumindo a natureza humana sentiu também não só alegria mas passou pelo sofrimento. Tanto que morreu pregado na Cruz.
  2. A TdP prega que Deus nos quer felizes e por isso qualquer coisa que pedirmos a Deus poderemos conseguir, inclusive a riqueza. Em certa parte isto é verdade, Jesus disse: "Pedi e recebereis, batei e vos será aberta!" - mas quando se tratava de riqueza, conforto e sofrimento, ele mesmo disse: "É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, do que um rico chegar entrar no Reino dos Céus!" e outra diz: "Se queres ser feliz vai, vende tudo que tem, dê aos pobres e aí seguir-me-á". N'outra diz: "As aves do céu tem ninhos, mas o Filho do homem, não tem onde reclinar a cabeça!" e por fim, pregando as bem-aventuranças disse: "Bem-aventurados os pobres, porque deles é o Reino do Céu!"
  3. Jesus não era contra o ter, mas era contra ter demais, a riqueza. Ter o necessário para viver, isto é viver com dignidade. Quando Jesus prega a humildade ele diz que para sermos seus seguidores devemos nos desapegar da riqueza e viver para Deus. Logo, Deus não pode enriquecer ninguém, ou se pode o faz, mas o mais importante ficará sem receber, o Reino de Deus. Jesus mesmo disse: "Se queres ganhar alguma coisa aqui, perdê-la-á no Reino dos Céus, mas, se a perderdes aqui, ganha-la-eis no Reino dos Céus. Logo, as duas coisas não se combinam. Em outra passagem Jesus disse: "Não podeis amar a Deus e ao dinheiro". A riqueza, o rico, é auto-suficiente e se acha o "todo poderoso", capaz de ignorar e passar em cima das leis do Senhor e da Igreja, foi assim com muitos reis, políticos e religiosos.
  4. Não querer passar pelo sofrimento é engano. Pois Deus não poupou seu próprio Filho de morrer crucificado. E mais, todos os personagens bíblicos de Abraão até Jesus e os Apóstolos, todos eles passaram pelo sofrimento e pelo sofrimento aliaram-se a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Nenhum escapou dos sofrimentos, e olha que, muitos eram mais crentes do que nós, outros conviveram com Jesus e nem por isso ficaram imunes ao sofrimento. Porém, Deus não permite e nem admite que nós permaneçamos nele, assim como Cristo venceu a dor e a morte, o Senhor quer que pelo sofrimento sejamos ressuscitados com Ele, é o que nos diz São Paulo. Pelo sofrimento somos chamados a rever nossas atitudes, o sofrimento é uma etapa de purificação que nos leva a nos tornar mais dóceis à vontade de Deus. Deus se manifesta na fraqueza, se eleva nos humildes, nos mansos. Por isso é preciso saber que quando sofremos, Cristo sofre com a gente, quando vencemos o sofrimento é Cristo ressuscita com a gente!                                         
Segundo os teólogos da TdP, Deus distribui bênçãos, ou seja, promete riqueza material e saúde física a todos os seres humanos. Estes entretanto, para receber a bênção de Deus, deve ter uma fé inabalável, confessar a posse da bênção e observar a "lei da prosperidade": é dando que se recebe: (muitas vezes, 'dar a Deus' significa pagar o dízimo).
Mas estas reflexões podem ser facilmente contestadas: se tudo isso for verdade, porque existem excluídos, desempregados e doentes entre os cristãos? Será que eles não tem fé?...

A resposta dada a este questionamento é simples: a responsabilidade é do fiel que não tem fé o suficiente, cometeu pecados e está escravizado por Satanás!

AS CONSEQÜÊNCIAS NEGATIVAS

Quais são as conseqüências desta teologia?

A conseqüência mais importante é que os excluídos e os doentes são considerados pecadores. Se é verdade que Deus dá saúde e riqueza a quem o segue, que não só é próspero financeiramente e saudável fisicamente quem carece de fé, não cumpre os mandamentos divinos e está envolvido com o diabo, então ser excluído e pobre é sintoma de afastamento de Deus. Quanto que os pobres e os excluídos é preferência  de Jesus. E foi para isso que ele veio. Jesus mesmo afirmou: "Os que estão bons não precisam de médico, logo eu vim não para os sãos, mas para os doentes!" - aqui a palavra "doença" é mais que um estado físico, mas toda uma situação. Estar doente para Jesus é aquele que está longe da sua Palavra, também o pobre, o excluído o marginalizado. Estes em primeiro lugar, não estão nesta situação por causa do pecado, nem estão envolvidos com o diabo, mas estão nesta situação porque muitas vezes, nós que julgamos os prósperos e escolhidos de Deus marginalizamos e excluímos essas pessoas, das rodas sociais, das igrejas e de nosso convívio fraterno, restando-lhe somente a miséria física e espiritual que nós proporcionamos como nosso egoísmo social e religioso a esses nossos irmãos.

O EXEMPLO DOS SANTOS

Será que isso é verdade? Será que todas as pessoas que sofrem e são excluídas estão afastadas de Deus?
Alguns exemplos podem nos ajudar a evidenciar a falsidade desta afirmação: São Francisco morreu praticamente cego, após sofrer por muito tempo por causa de uma doença nos olhos e das cirurgias tentadas para curá-la: Será que São Francisco era tão pecador para merecer tal doença?
São Paulo segundo muitos teólogos, sofria de epilepsia. Ele conta que rezou muitas vezes em vão, para que Deus lhe tirasse essa doença: Será que São Paulo não tinha fé o suficiente para ser curado por Deus?

Vamos tomar o exemplo dos primeiros cristãos e dos Apóstolos que sofriam por causa de Jesus e do Evangelho. Basta ler o livro dos Atos dos Apóstolos. Todos, de maneira geral tiveram que sofrer por causa do amor à Palavra de Deus mas nunca desistiram do testemunho firme do Evangelho. Eles não se revoltavam contra Deus nem reclamavam dos sofrimentos, tanto físicos, quanto psicológicos, pelo contrário, davam glórias a Deus por se acharem dignos de sofrer por causa de Jesus e sua palavra.

Santo Antão viveu por muitos anos no deserto, na pobreza absoluta: Por que Deus teria feito isso com o santo que mais lutou, derrotou as tentações do demônio?!
Os exemplos de São Francisco, São Paulo e Santo Antão mostram como o sofrimento, a doença, a pobreza, fazem parte da condição humana. O desemprego, a miséria, a fome, muitas vezes, são conseqüências não dos pecados dos excluídos, mas sim de nossa própria exclusão, quando por algum motivo, ou preconceito afastamos esses nossos irmãos do convívio social. Não é Deus que os marginaliza, nem os pecados, mas sim, nós, nós os marginalizamos e os excluímos, com nossas injustiças, nossa corrupção, nossos furtos, e nossa falta de amor.

Santa Luzia, Santa Águeda, Santa Apolônia, São Sebastião, Santa Bárbara, e tantos outros que sofreram os terríveis castigos por causa do mone de Jesus e de seu Evangelho, estes e tantos outros santos e santas nunca disseram a Deus que queriam parar de sofrer. Porque sabiam que o sofrimento faz parte da vida humana e passar por eles, vencendo-os também era uma forma de manifestação do Senhor Ressuscitado.

São Geraldo Magela, sofreu muito. Primeiro pela sua saúde frágil, depois já religioso, dentro da Congregação sofreu inúmeras perseguições. Muitas vezes aliava-se aos doentes no hospital sofrendo com eles, mas mantendo sempre a serenidade e o seu amor para com Jesus.
  
Jesus Cristo, Deus encarnado, não veio ao mundo como um rico faraó ou como um imperador, mas nasceu numa manjedoura e viveu na pobreza. Ele foi fiel ao Pai até o fim, vencendo a tentação de fugir da Cruz, e do sofrimento. Com sua vida nos revelou que Deus está do lado dos que sofrem e dos excluídos. Não é por acaso que ele encontrou mais fé entre os doentes (os leprosos, os coxos, os cegos...) e entre os excluídos, (samaritanos, publicanos, as prostitutas...) e os pobres (a viúva que deu sua última moeda...) dos que entre os ricos e sadios, e Jesus mesmo disse: "Ai de vós ricos, porque já tendes a vossa consolação".

Muita gente acha que ser santo é ser certinho, é alguém que está acima de tudo e de todos. É alguém que tem respostas pra tudo, ou alguém que nunca precisou sofrer. Ou que basta estalar os dedos e Deus atendia na hora suas necessidades. E não é bem assim. O processo de santidade passa, primeiro pela adesão à Palavra de Jesus e sua vivência, ou seja a prática do Evangelho. Segundo os santos sofreram assim como nós suas dores, tiveram suas cruzes, seus problemas sociais e familiares. Mas eles sabiam que assim como Cristo, toda situação de sofrimento e morte, mas perseverando-se no Cristo Crucificado, teriam que vencer e alcançar a vitória na Ressurreição do Senhor.
Não era preciso forçar a Deus, ou determinar a cura, ou ainda, querer passar por cima da vontade de Deus para alcançar a felicidade. Mas foram obedientes, estavam atentos e quando uma situação difícil lhes vinham, eles sabiam que a vitória vinha mais adiante e estava em Jesus Ressuscitado, principalmente em Jesus Eucarístico.
         
Lembre-se: O papel do Cristão não é fugir da cruz, mas assumi-la voluntariamente para se solidarizar com os crucificados da história, é denunciar e eliminar as injustiças que os oprimem. Este era o sonho de Jesus quando veio a este mundo e continua sendo o nosso.

ATENÇÃO!
A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA NÃO RECONHECE A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE. E NEM A APROVOU. ESSA TEOLOGIA FOI CONDENADA PELO SANTO PADRE O PAPA JOÃO PAULO II  PORQUE ELA NÃO COMBINA COM A PRÁTICA DO EVANGELHO E NEM COM QUEA PALAVRA DE DEUS E  A IGREJA ENSINA .               

quarta-feira, 4 de abril de 2012

RESSURREIÇÃO DE CRISTO É A BASE DA FÉ CRISTÃ

O episódio da Ressurreição de Jesus, passaria despercebido se não fosse a perseverança dos primeiros cristãos, sobretudo o testemunho dos Apóstolos e das santas mulheres que acompanharam o Mestre até a Cruz. 
Maria a mãe de Jesus, Maria de Cléofas e Maria Madalena, foram as primeiras a chegar ao túmulo de Jesus e não o encontraram. Porém, um anjo do Senhor apareceu-lhes dando a notícia que não podia estar morto Aquele que está vivo. (Mc 16, 9-11)
Madalena foi a primeira a ver o Cristo Ressuscitado. Jesus manifesta sua vitória a uma mulher que a muito era desprezada, humilhada pela sociedade e depois resgatada pelo Senhor Jesus para uma nova vida. Madalena é uma personagem importante no episódio da Ressurreição. Jesus valorizou tanto a conversão daquela mulher que não o deixou, nem mesmo diante da Cruz, quando desprezado e humilhado estava ali junto à Maria de Nazaré. Quer alegria não foi saber que Jesus lhe manifestara sua vitória sobre o pecado e a morte. E quanta a alegria a dar a notícia a Pedro e os demais. Ela não tinha mais dúvidas, estava certa de que sua adesão ao Senhor Jesus, sua esperança, sua mudança de vida foi totalmente plenificada quando viu Jesus Ressuscitado.

Os Apóstolos que tinham conhecido Jesus, estavam com ele o tempo todo, viram os milagres, não quiseram acreditar, (v.11).

Jesus Ressuscitado, indo com eles para Emaús, precisou recordar-lhes tudo que estava predito nas Escrituras e mais ainda, precisou mostrar o que eles ouviram de sua própria boca mas não guardaram em seus corações. Quando no caminho para Emaús, deu-lhes uma aula de catequese, mostrando-lhes as verdades sobre tudo que os Profetas anunciaram a respeito de Jesus. "...Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo que anunciaram os profetas!" (Lc24, 13-35), disse Jesus Ressuscitado!
E, mais uma vez foi através de um gesto simples, mas único, o modo de Jesus partir o pão, que perceberam que realmente, aquele era Jesus que estava com eles. 
Mas a ressurreição de Jesus é o cume total da salvação. Jesus derrotado não salvaria ninguém. Mas, vencendo a morte acabou a maldição do pecado, agora temos de volta o direito de entrar no céu novamente. Satanás foi derrotado, a morte está vencida. Jesus selou com seu sangue na Cruz e Ressuscitou, abriu-se o túmulo, se antes ninguém podia entrar, o pecado impedia, agora Jesus mesmo preparou-nos um lugar; ( Jo14, 2-3). E todos que crerem em seu nome serão salvos. (Mc16, 16) Essa garantia de salvação está na vitória sobre a morte.

Mas... Cuidado! A salvação dada por Jesus Cristo depende de nosso esforço pessoal em viver uma estreita relação com Deus, procurando afastar-se do pecado, tendo uma vida sacramental, vivendo o verdadeiro compromisso de batizados. Não podemos achar, ou einda entender, como muitos por aí, que dizem: "Ah! está escrito que Jesus disse que: 'quem crê e for batizado está salvo, quem não crê já está conedenado!'  então, estou salvo, não preciso de mais nada. Não é bem assim! - esta frase do Evangelho não anula a vida de pecado que o cristão vive, sem que antes ele se converta. Crer em Jesus é importante, mas a salvação implica fazer a vontade de Deus e, sobretudo, viver as verdades trazidas pelo Evangelho. Pois também está escrito: 'Aquele que diz crer em Jesus, mas não pratica a sua palavra, este é mentiroso...' -  em outra frase do evangelho Jesus disse: 'Bem-aventurado aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática!' - ou ainda - 'Sede santos,como vosso Pai do Céu também é Santo!'  - e  o mais importante: 'Convertei-vos e crede no Evangelho!' - Isso quer dizer que: é preciso tomar posse desta salvação. Jesus, pela sua Paixão, Morte e Ressurreição, conquistou-nos o direito de termos a salvação plena, isto é, obter a santidade, se de fato nos esforçarmos para merecê-la. Depende de nós querer ou não ser salvos. 

Ah! meus amigos (as). Este episódio da ressurreição de Jesus que aconteceu a mais de 2.000 anos, ainda hoje se repete na vida de muitas pessoas. 
Quantos cristãos que não acreditam ainda na Ressurreição? Quantos que ainda não experimentaram esse Jesus Ressuscitado, verdadeiramente presente na Eucaristia?
As mesmas palavras de Jesus, no V.25 do capítulo 24 de São Lucas, nos chamam atenção ainda hoje. Jesus caminha conosco, nos fala através de seu Evangelho. Ele está vivo na Eucaristia, é o mesmo Pão partido naquela noite em Emaús, é Ele quem se dá a nós, como alimento, Jesus está presente na Eucaristia e muitas vezes não acreditamos.
Se crêssemos na Ressurreição de Jesus, se buscássemos o Senhor Jesus verdadeiramente, se aprofundássemos mais na leitura de sua Palavra. Certamente não haveria espaço para acreditar na mentira da reencarnação. É Jesus quem disse: "Vejam sou eu, não sou um fantasma! os fantasmas não tem corpo... toquem minhas mãos e meus pés!...e comeu co  eles. (Lc24, 36-42)  
Ah! meus irmãos! Fico pensando na alegria dos Apóstolos em verem que Jesus havia vencido a morte estava ali, vitorioso no meio deles.
Fico pensando... que... essa mesma alegria devia ser a  nossa por saber que cremos em um Deus de vivos e não mortos. E por saber que Jesus Ressuscitado caminha conosco e nos fala a mesma coisa que na sua Palavra: "Vejam sou eu mesmo!   

São Paulo nos diz que: "se Cristo não tivesse ressuscitado vã seria a nossa fé". Claro! pois quem acreditaria em um Jesus derrotado. Mas Jesus é o verdadeiro Deus e verdadeiro homem e está ressuscitado. A Igreja Católica, não é uma igreja de gente que acredita no Cristo morto da Sexta-feira da Paixão, mas é a Igreja do Cristo Ressuscitado, vitorioso que nos redimiu e nos salvou.
Por isso a Ressurreição não é uma festa só dos santos, mas é também uma festa dos pecadores que através de Jesus, a Porta Aberta, pela qual entramos para a salvação.

Hoje  ouvimos falar tanto na doutrina espírita da reencarnação, que, nós cristãos, temos que repensar, se estamos vivendo esta mesma fé e esta mesma verdade da Ressurreição, pois, se acreditamos em Jesus, não podemos fazer como aqueles discípulos e os Apóstolos fizeram. Temos que ser como Madalena, se alegrar com a Ressurreição.

Neste tempo propício da Páscoa ainda celebramos Jesus Misericordioso. A misericórdia de Deus Pai através de seu filho Jesus Cristo que com amor e por amor tudo fez pela nossa salvação. A ressurreição de Jesus explica bem a infinita misericórdia de Deus por nós. Ela mostra o quanto Deus nos ama e nos quer bem a ponto de nós também um dia ressuscitarmos com Ele.
     
Jesus que traz consigo este presente para toda a humanidade, o direito de alcançar a sua misericórdia.
Falar da Ressurreição sem falar da divina misericórdia é falar de um simples acontecimento da história. Mas quando olhamos para a misericórdia do Pai que em Jesus nos quer redimir com seu amor, então lembramos das palavras de São João Evangelista quando escreveu: "Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. Pois a Lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram de Jesus Cristo!"  (Jo1, 16)  - Pois bem, pela ressurreição de Jesus recebemos a graça de vivermos com Ele uma vida nova. Ao abraçarmos esta misericórdia de Deus Filho por nós estamos proclamando o amor infinito do Pai por todas as criaturas, pois Ele enviou seu Filho pela salvação do mundo inteiro.
Por isso que a teologia da Igreja vem nos explicar que do lado aberto de Cristo,  transpassado pela lança do soldado, jorrou sangue e água, isto é, do coração de Jesus Cristo jorram as graças trazidas pelo seu sangue derramado na Cruz salvação e ao mesmo tempo infunde em nós a presença do Espírito Santo pela água do batismo, e esses dois, nos conduz plenamente à ressurreição. É Jesus quem nos revela sua divina misericórdia através de seu peito aberto, rasgado de amor por nós.

Por isso que nós cristãos, sobretudo nós católicos, devemos acreditar na ressurreição como única promessa e certeza de que a Ressurreição de  Jesus é a nossa Ressurreição.
Não podemos nunca trocar a ressurreição pela reencarnação, porque, se de fato cremos em Jesus e em tudo que ele fez por nós, se cremos em sua misericórdia por nós temos que acreditar que Cristo não morreu em vão e nem ressuscitou em vão, mas foi por nós, por amor a nós.
A reencarnação tira o valor divino da ressurreição, para por no lugar uma incerteza, quanto que Jesus antes de subir ao Pai, na última ceia disse: "Vou preparar-lhes um lugar, para que onde eu estiver, vós também estejais!" - só estas palavras de Jesus provam o quanto é importante celebrar e acreditar na ressurreição. Celebrar a Páscoa é isto, é celebrar a festa da Vida Nova que Jesus veio nos trazer.

A DIVINA MISERICÓRDIA

No segundo domingo da Páscoa, (ou domingo da Oitava da Páscoa), a Igreja celebra a Divina misericórdia. Instituída pelo Papa João Paulo II. Jesus apareceu à Santa Faustina, por volta de 1930, e prometeu:
"Neste dia, estão abertas as entranhas da minha misericórdia. Derramo graças sobre almas que se aproximam de minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar, alcançará o perdão das penas das culpas. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de mim, ainda que seus pecados sejam como escarlate".

Eu acredito que apesar dos nossos pecados, medo e falta de vontade, Jesus nos opera de braços abertos. Mesmo se não acreditamos em Jesus, Ele se doa inteiramente a cada um de nós através do Sacramento da Eucaristia.  Portanto, não sejamos como São Tomé (Jo 20, 19), que precisou tocar em Jesus para acreditar que Ele tinha ressuscitado.

"Muitas pessoas esbarram em Jesus, mas não sentem a presença viva em suas vidas", disse Dom Bruno Gamberini, bispo de Campinas-SP, que já se encontra junto de Deus Pai. E ele está certo. São Tomé conviveu com Jesus e o ouviu realizar maravilhas, mas ainda assim duvidou. Jesus porém, agiu com misericórdia para que Tomé acreditasse, mas disse: "Creste porque me viste. Felizes os que creem sem ter visto!"

E para confirmar seu amor por nós, Jesus apareceu à Santa Faustina e prometeu misericórdia aos que se aproximarem dele. Jesus nos deu meios especiais para recebermos graças da sua misericórdia:

  1. Venerar a imagem da misericórdia diviva.
  2. Rezar o terço da Misericórdia.
  3. Confessar e comungar na Festa da Divina Misericórdia celebrada no segundo domingo da oitava da Páscoa.
  4. Fazer a Novena da Divina Misericórdia.
  5. Rezar a Oração as 15 horas da tarde, a hora da misericórdia, em memória de sua morte.     
Se entregarmos à Divina Misericórdia,que éo próprio Jesus, nos tornamos instrumentos da Sua Misericórdia para com nossos irmãos, vivenciando o Mandamento bíblico dado por Jesus:

"Sede misericordiosos, como vosso Pai também é misericordioso. Não julgueis, nem sereis julgados; e não condeneis, e não sereis comdenados; perdoai e sereis perdoados!" Lc6, 36-37

Texto de: Pe. Eduardo Dougherty, sj - fundador da ASJ.





VIGÍLIA PASCAL

Texto de: Pe. Alírio José Pedrini, scj.
Revista Brasil Cristão ed. 04/12


Páscoa! Festa máxima de nossa fé cristã católica. Jesus ressuscitou! Por sua morte de Cruz, Jesus nos alcançou a redenção e a salvação para a vida definitiva nos céus. Por sua ressurreição, Jesus venceu a morte e restaurou a vida plena no Espírito Santo, para que vivamos em santidade nesta vida terrena e depois entremos em plenitude da vida eterna.

A ressurreição de Jesus é a garantia absolutamente segura de que o Pai celeste nos dá, de que Jesus, seu Filho único, é verdadeiramente o nosso Salvador e Senhor. Por isso podemos e devemos crer n'Ele e em seu Evangelho. Obedecendo aos seus ensinamentos, viveremos uma vida justa e santa. Perseverando até o fim de nossa vida, fiéis a Jesus, receberemos a vida eterna que ele nos conquistou,e, como Ele, seremos ressuscitados para a glória que Ele nos alcançou.

A festa da Páscoa, é tão solene que a Igreja - em sua Liturgia - a celebra durante oito dias. Já o Tempo Litúrgico Pascal se prolonga por cinquenta dias.  Por causa da grandeza, da importância da ressurreição de Jesus, celebramos a festa da Páscoa, esta festa tem uma soleníssima Vigília Pascal. Isto é, na noite em que precede a Páscoa, ( no Sábado santo), a Igreja reúne seus fiéis, ao escurecer, e realiza uma celebração toda em torno de Jesus Ressuscitado.
Nos primeiros séculos do cristianismo, na expectativa feliz e nas alegrias da ressurreição, as comunidades se reuniam ao cair da noite e permaneciam em celebração a noite toda, concluindo a Vigília com a celebração da Santa Missa, ao raiar do dia da Páscoa.

Com o passar dos séculos a Vigília foi abreviada, mas mantendo os elementos essenciais da mesma, o mesmo significado e a mesma grandeza de celebração. A Vigília Pascal consta de:


  1. A Liturgia da Luz de Cristo.
  2. A Liturgia da Palavra de Deus. 
  3. A Liturgia Batismal.
  4. A Liturgia Eucarística. ou seja, a Santa Missa Pascal.     

a) A Liturgia da Luz de Cristo. Belíssimo é o simbolismo e o significado da Liturgia da luz de Cristo. São esses os momentos sequenciais:

  1. A bênção do fogo novo. Prepara-se uma pequena fogueira, ou um recipiente com brasas muito acesas, esse fogo que será abençoado. Ele significa Jesus Ressuscitado que, saindo do sepulcro "incendeia", "ilumina" nossos corações com a certeza de sua vitória sobre a morte. Vitória esta que se torna também a nossa. A oração da bênção do fogo diz: "...Concedei que a festa da Páscoa acenda em nós total desejo do céu, que possamos chegar purificados a festada luz eterna nos céus".
  2. Preparação do Círio Pascal. O Círio é uma grande vela, decorada com sinais litúrgicos, que representa Jesus Ressuscitado. Na celebração diante dos fiéis, mo celebrante traça sobre ele uma cruz, a Cruz de Jesus Cristo Salvador, dizendo: (no vertical) "Cristo ontem e hoje"; (no horizontal) "Principio e fim"  depois grava as letras gregas: Alfa e Ômega em cima da Cruz (em baixo dela) grava-se o número do ano em que está celebrando a Páscoa (por ex. 2012) dizendo: "A Ele o tempo e a eternidade, a glória e o poder pelos séculos, Amém!". Depois grava o símbolo das cinco chagas de Jesus, custrando cinco bolinhas nas quatro extremidades da Cruz dizendo: (no alto da Cruz) "Por suas chagas", (no centro da Cruz) "por suas santas chagas", (em baixo) "o Cristo Senhor", (à esquerda) "nos proteja", (à direita) "e nos guarde, Amém!" - O celebrante acende o Círio Pascal com a chama tirada, (da fogueira), do fogo novo abençoado, e diz: "A Luz de Cristo dissipe as trevas do nosso coração e nossa mente."
  3. A intronização do Círio Pascal. Com a Igreja em festivamente enfeitada, mas totalmente às escuras para representar o mundo sem Jesus,que é a luz, o diácono ou o celebrante adentra à Igreja com o Círio aceso enquanto proclama: "Eis a Luz de Cristo!" enquanto os fiéis respondem: "Demos graças a Deus!" - após a segunda da proclamação todos os fiéis presentes acendem suas velas na chama do Círio Pascal. Com isso, o rosto das pessoas ficam iluminados pela luz de Cristo Ressuscitado, e a Igreja enche-se de luzes. O Círio é colocado ao lado Altar da Santa Missa, onde deverá permanecer sempre aceso durante as celebrações, lembrando a presença do Cristo Ressuscitado. Também será usado nas celebrações batismais.
  4. O Canto do Exultet - Exulte a Igreja! - Estando toda assembléia com as velas acesas e o Círio posto em seu lugar, um cantor canta o belíssimo hino da proclamação da ressurreição do Senhor Jesus e da alegria da Igreja pela vitória de Jesus. Se não for cantado, o hino será "declamado como um solene poesia". por alguma voz privilegiada. Esse hino consta de 25 estrofes de quatro versos. É lindíssimo!
  5. Liturgia da Palavra de Deus - Apagadas as velas dos fiéis, a Comunidade se assenta para ouvir as leituras bíblicas que relatam as maravilhosas Obras de Deus. São nove leituras: sete do Antigo Testamento, e duas do Novo Testamento, cada uma seguida de um Salmo Responsorial e por uma Oração feita pelo celebrante. Lembra-nos a obra da criação, lembra-nos a libertação do Povo de Israel do Egito, e a passagem pelo Mar Vermelho. Lembram-nos a maravilhas operadas por Deus na caminhada de Israel pelo deserto e a entrada do Povo de Deus na terra prometida. Lembram-nos por meio dos profetas, as promessas divinas, como também a verdadeira vida que Deus quer dar a todos. Por fim, por uma carta de São Paulo, lembra-nos a vida nova em Cristo Ressuscitado. E pela proclamação do Evangelho, anuncia-se a Ressurreição gloriosa do Senhor Jesus.
  6. A Liturgia Batismal - Nos primeiros séculos da Igreja, os batizados eram feitos somente durante a celebração da Vigília Pascal. Os catecúmenos, (pessoas que eram preparadas para receber o Batismo), eram solenemente batizados durante a Vigília. essa Liturgia permanece até hoje. Em muitas Paróquias, celebra-se o Batismo de alguns jovens ou adultos, ou então algumas crianças, o que aliás, é muito significativo. Havendo ou não batizados, os fiéis presentes são motivados a fazerem uma expressa renovação dos compromissos batismais, para recebem as graças especiais do Espírito Santo, a fim de poderem viver melhor a vida cristã, nascida pelas águas do Batismo. Essa renovação tem três momentos: a) A renuncia ao demônio e tudo o que ele seduz -e- toda espécie de pecados e males que se opõe a vida cristã. b) A renovação  da fé cristã, explicitada por diversas verdades do Credo Apostólico. c) A aspersão dos fiéis com água benta durante a cerimônia, renovando assim a graça batismal.
  7. A Liturgia Eucarística - A última parte é e celebração da Santa Missa, propriamente dita. Compreende no Ofertório, Consagração e Comunhão. No Ofertório, faz-se a oferenda do pão e do vinho necessários para a transformação do Corpo e Sangue de Jesus, (a Eucaristia). Juntamente se faz a oferenda da vida vivida pelos fiéis participantes da celebração, bem como de toda vida vivida por todos os batizados e fiéis a Jesus Cristo.  Na Consagração, pelo milagre da transubstanciação, por meio das palavras de Jesus pronunciadas pelo celebrante e pelo poder do Espírito Santo, o pão e vinho se tornam Corpo e Sangue de Jesus Cristo. ( Obs. Isto só pode acontecer na verdadeira Igreja de Cristo, a Igreja Católica Apostólica Romana", e em nenhuma outra, nas demais "igrejas" não há Consagração e sim, apenas um "memorial" da Santa Ceia, isto é, não tem valor sacramental). As espécies do Corpo e Sangue são separadas, simbolizam a Morte de Jesus, simbolizam a presença do Santíssimo Sacrifício oferecido na Cruz. Tornando o presentes sobre o Altar, para ser oferecidos ao Pai em adoração, ações de graças, propiciação, intercessão em favor de toda a Igreja. E de modo particular, pelos participantes da celebração.            
As orações após a celebração se destinam:

a) A realizar a oferenda do Sacrifício de Jesus presente sobre o Altar ao Pai Celeste, em nome de toda a Igreja. Esta é a maior e a mais santa oferenda que se poderia fazer, pois nada é maior do que o dom total da vida que Jesus fez na Cruz.

b) Fazer a oferenda em favor do santo padre o Papa,dos bispos e sacerdotes e fiéis.


c) A realizar a oferenda para todos os fiéis que se tornam unidos na mesma fé e no mesmo culto a Deus.


d) A realizar a oferenda em comunhão com a Virgem Maria e os santos.


e) A realizar a oferenda pelos falecidos que se encontram em purificação no purgatório.

Na Comunhão Eucarística, os fiéis realizam um encontro pessoal com Jesus Ressuscitado , realmente presente sob as espécies sacramentais. É o auge da participação na Vigília. É o momento de acolhimento e da rendição pessoal a Jesus Ressuscitado, a fim de que o poder de sua Ressurreição penetre na vida dos comungantes. Esta comunhão de Amor com Jesus tem por finalidade fazer com que após a Vigília os fiéis possam viver como pessoas que sepultaram sua vida antiga, e passaram a viver uma vida nova, a verdadeira vida cristã vivida em estado de graça.

OBS. (Padre Alírio José Pedrini, scj. É escritor com 25 livros publicados no Brasil e diversos títulos publicados na Itália, Hungria, Portugal, Colômbia e Argentina. As colocações em parênteses deste texto foram acrescidas pelo autor do blog para melhores explicações)      

A PÁSCOA DE 2012


Escreve D. Murilo Krieger, scj:


"Nesta Páscoa de 2012, somos convidados a voltar nosso olhar para o início da expansão do cristianismo. Pedro e os demais Apóstolos, quando chegavam a um lugar em que o Evangelho nunca havia sido anunciado, iniciavam sua pregação com um vigoroso anúncio: "Cristo Ressuscitou!" - Queriam deixar claro que não estavam apenas apresentando uma doutrina, ou falando de um sábio com idéias extraordinárias; anunciavam a pessoa viva, capaz de dar um novo sentido à vida de seus ouvintes, e testemunhavam a respeito dela.

Não foi fácil, para os Apóstolos, chegar a esta certeza. Conviveram de perto com Jesus e o ouviram falar que um dia ressuscitaria. Na manhã da Páscoa, contudo, tinham ido ao sepulcro em função de um morto. Tanto isso é verdade que haviam comprado perfumes para embalsamar o Corpo do Senhor. Chegaram a ficar decepcionados, quando viram que o túmulo estava vazio. No entanto, tendo-se encontrado com Cristo Ressuscitado, tomando uma refeição com Ele e tocando em suas chagas, tiveram a certeza de que Ele era aquele mesmo com quem haviam convivido.

Então ninguém mais conseguiu fazê-los parar. Percorreram países e foram aprisionados; passaram fome, sede e frio, para anunciar a todos: "Cristo ressuscitou!"  Nem da morte tiveram mais medo: deram a vida para testemunhar que Ele ressuscitou e está vivo.
O testemunho dos Apóstolos chegou até nós e repercute em nossa vida - nós, que vivemos no começo desta segunda década do novo milênio. A ressurreição de Jesus nos dá a certeza de que o Calvário não é  a última estação da Via Sacra: a última estação é da ressurreição. Aquele que seguimos venceu a morte e está vivo.

Mas, estejamos  atentos: poderíamos pensar que, pelo fato de Cristo ter ressuscitado, tudo mudará automaticamente em nossa vida. Ora, Jesus ressuscitou na manhã de Páscoa, mas para muitos habitantes de Jerusalém, nada mudou. Para os Apóstolos, algo novo começou a acontecer quando acreditaram na ressurreição de Jesus e a Ele se uniram, passando a viver em função de seus ideais. O Apóstolo Paulo,por exemplo, insistirá: "Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus: aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres". (Cl 3,1)

No centro da fé cristã, não estão, portanto, nem o sofrimento, nem o pecado; pecado e sofrimento são somente acidentes. No centro de nossa fé está o Amor de Deus. Somos envolvidos pela certeza de que Ele nos ama e permanece conosco, ligado à nossa história.
E a prova disso é a Ressurreição de Cristo, garantia de nossa própria ressurreição. Cristo veio nos trazer a alegria e a paz - dons que nos deu juntamente no dia em que ressuscitou; dons que Ele nos conquistou porque foi obediente ao Pai até a morte, e morte de Cruz.

Outro risco seria o de pensarmos que não há mais a cruz em nossa vida. A Ressurreição de Cristo não anula o Calvário. Não há ressurreição sem morte. Querer uma fé sem sacrifício, sem doação e sem cruz é não entender nada do cristianismo. Jesus é vitorioso caminha à nossa frente; convida-nos a segui-lo, mas repete: "Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me! (Mc8, 34)

É bom lembrar, por fim, que nos séculos doze e treze, várias cruzadas partiram da Europa para Jerusalém, a fim de libertar o Santo Sepulcro, que se encontrava em mãos de não-cristãos. Ora, por mais que o sepulcro de Jerusalém seja importante, está vazio! Naquela época coo neste ano de 2012, Cristo, além de estar em sua Palavra, nos Sacramentos e na Igreja, encontra-se em cada homem e mulher, em cada idoso ou criança, em cada pessoa que sofre ou se alegra.

Encontra-se nos estudantes e nos irmãos e irmãs que estão nas prisões; no executivo e na dona de casa. A verdadeira cruzada de ser feita, pois, para salvar, material e espiritualmente, cada pessoa. Não podemos nos esquecer que "a glória de Deus é o homem e a mulher plenamente realizados" (Santo Irineu - séc. II). Há ainda muito o que fazer, pois,  para que a ressurreição de Cristo atinja a todos.

D. Murilo S. R. Krieger, scj. Arcebispo de Salvador-BA    


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CRISTO, NOSSA PÁSCOA E NOSSA ESPERANÇA


Texto de: Pe. Evaristo Debiasi


Sem a esperança cristã, as aspirações do coração humano se tornam inútil. O presente se torna pesado, e o o amanhã perde o horizonte, restando a angústia e o desespero. Sem esperança a vida  perde o sentido e a morte torna-se o fim de tudo.
Sem um futuro melhor, a vida não se define e nem se explica. Chegaríamos ao pessimismo, face à realidade da vida, como afirmou Sartre, no livro "O ser e o nada", onde a vida "seria uma paixão inútil", uma procura permanente sem o encontro com aquilo que buscamos. Diante da realidade da morte, sem a esperança, que para nós cristãos é Jesus, a vida se tornaria uma tortura ao invés de nosso bem maior.

Não vivemos sem objetivos ou valores. Há os que fazem do ter, do poder e do usufruir a sua razão de ser e de existir. Outros, aspiram apenas dias melhores, por melhor qualidade de vida. Esperam apenas amar e serem amados, vencer e triunfar na vida. E há os que abraçam tudo o que tem de bom na vida presente, em vista de um bem superior, a eternidade.
Sem um sentido maior para a existência humana todos os sonhos esbarram na verdade da morte, que é uma realidade exigente, que nos questiona profundamente. No mais íntimo do nosso ser aceitamos que ela seja o fim de tudo.

Os mitos e as religiões sempre apontam o horizonte do além-morte. Entretanto, esse horizonte não passa de um sonho, por mais que as promessas sejam ricas. Somente a pessoa de Cristo, com sua Encarnação, Morte e Ressurreição temos uma nova  luz de esperança para as perguntas sem respostas no coração humano. 
E, se Cristo não ressuscitou dos mortos, tudo ainda infelizmente, parece como uma esperança, mas sem a certeza de um futuro além da morte. Só na vida de Cristo, que não terminou na morte, temos as respostas, pela fé, das perguntas sobre nosso futuro definitivo: a eternidade com Deus.

Na Páscoa  de Jesus vislumbramos o futuro de nossa vida e de nossos sonhos. Não caminhamos mais para a morte como um decreto final, mas, sim, para o encontro co Jesus na casa do Pai (Jo10,10). Cristo é a nossa esperança: "Se a nossa esperança em Cristo é somente para esta vida, nós somos os mais infelizes de todos os homens" - 1Cr. 15, 19.

O Apóstolo Paulo, em seu encontro pessoal com Jesus também nos ensina: "Nós que acreditamos Nele, por Ele e para Ele vivemos, com Ele também haveremos de  ressuscitar para  a vida eterna" - 1Cr. 1, 1s.
Sabemos, pela revelação cristã, que cada um de nós fomos sonhados por Deus, desde sempre, que fomos chamados à vida no amor dos pais. E que pelos méritos da redenção de Cristo nos tornamos filhos de Deus, herdeiros e co-herdeiros da vida eterna.

Portanto, celebrar a Páscoa cristã é entender que, a partir de Cristo, nós acreditamos num futuro melhor para a nossa vida,a vida eterna. Cristo é a nossa Páscoa. Ele é o fundamento de nossa esperança. Em sua pessoa a vida humana se ilumina, com o horizonte de um futuro definitivo, onde a própria morte, longe de ser a negação de nossos sonhos e aspirações, se transformou no lugar da passagem-encontro com a vida em plenitude na casa do Pai. Uma feliz e abençoada Páscoa para todos!
  
        







   

              
      

PROFESSOR LUCAS LANCASTER REFUTA PASTOR RODRIGO SILVA

                 Rodrigo Silva é um renomado teólogo e arqueólogo brasileiro, conhecido por seu trabalho em arqueologia bíblica. Ele nasce...