Um
vídeo que tem sido divulgado nas redes sociais de uma entrevista com o
adventista e Dr. Rodrigo Silva, professor, teólogo protestante e arqueólogo,
tem provocado polêmicas sobre suas afirmações mentirosas contra Igreja Católica.
O Dr. Rodrigo Silva, sendo um homem inteligente que é não deveria fazer tais afirmações porque é dotado de formação acadêmica. Porém, seus ataques e suas atribuições o fazem dentro do parâmetro protestante.
O protestante olha a história da igreja a partir do século XVI, época em que Martinho Lutero se revelou contra a igreja. Também é característico de todo protestante acreditar que a Igreja Católica, o papado se iniciou no século IV a partir de Constantino, desprezando assim três séculos anteriores da história da Igreja.
O Dr. Rodrigo Silva nada mais é do que um simples repetidor, nada mais, de antigas acusações sem fundamento e bases históricas que trataremos de explicar a fim de desmascarar este senhor que como disse, é apenas mais um daqueles que usam de má fé e de argumentos falsos, sobre o pretexto de convencer as pessoas que o que ele fala está certo. Mas, não é assim. Para quem estuda e conhece os fatos históricos verá que não é verdade e que o único objetivo dessa pessoa é denegrir a Igreja Católica da mesma maneira como fez seus predecessores. Dr. Rodrigo Silva é um adventista e como tal vende sua sardinha estragada em embalagem nova. Como sabemos a igreja adventista é uma das principais que inventaram muitas mentiras contra a Igreja Católica. E é dela que este senhor faz parte.
Parece que este senhor ou não sabe ou não
conhece a História da Igreja sobre o que está dizendo ou age por maldade
tentando denegrir a imagem da Igreja Católica.
Em entrevista o mesmo usa de frases mentirosas
e totalmente desprovidas de qualquer fundamento histórico e aqui vamos esclarecer
que a Igreja Católica foi sempre a primeira e, portanto, a mais antiga Igreja
criada pelos Apóstolos Pedro e Paulo, seguida pelas demais Igrejas Orientais
que seguem a mesma sucessão apostólica desde os primeiros séculos do
cristianismo.
Para
um católico bem preparado estas acusações são antigas e não há o que espantar vindo de um protestante; e partem daqueles que
acusam a Igreja Católica de muitas coisas e não é nenhuma novidade, mas, para
aqueles que estão chegando agora ou ainda não estão acostumados a ir atrás da verdade sob fontes seguras e verdadeiras é bom esclarecer e provar com bases sólidas
que as acusações são falsas e de cunho maldoso com o fim de fazerem as
pessoas desacreditarem na Igreja e se debandar para o lado deles.
A entrevistadora pergunta:
“A
questão de Roma também é algo que ficou na minha cabeça; a gente vê na história
como que os cristãos foram perseguidos, queimados, aquela loucura em Roma; como
que Roma de repente se tornou a base do cristianismo? Porque foi escolhido lá
onde o povo foi caçado, queimado...”
A
resposta maldosa de Rodrigo Silva:
“Tudo isso aconteceu pela suposta conversão de um
homem chamado Constantino. No ano 313 (Séc. IV) depois de Cristo, Constantino; ele estava lutando pelo poder em Roma. Roma tinha ficado muito grande e tinha
perdido um pouco da força ali. Aí tinha um imperador que chamava Diocleciano que
acabou se aposentando, o único que se aposentou
e na briga pelo poder Constantino foi eleito imperador e ele sabia que os cristãos na
época era uma força muito grande ...”
Em
resposta à pergunta foi que Roma vai se tornar o centro do cristianismo
ocidental, (o catolicismo), por causa de Constantino. Uma resposta totalmente
desprovida de verdade histórica. Eu me pergunto: aonde foi que este senhor estudou e tirou seu diploma de doutor? Certamente se ele aprendeu isso em alguma faculdade devemos passar bem longe dela. Porque nem mesmo a história dele por si só não se sustenta.
A
pergunta da entrevistadora foi razoável para quem sabe que os cristãos foram perseguidos quer
entender como Roma se tornou a base ocidental da Fé cristã. Mas, vale lembrar
que os cristãos não só foram perseguidos em Roma. Eles foram perseguidos em
todo o Império Romano no Oriente e no Ocidente por imperadores romanos
diferentes, não só Constantino, porém, no Ocidente a perseguição foi mais
intensa.
Ora,
Constantino nasceu no final do Século III e se tornou imperador por volta de
305; é graças a ele segundo Rodrigo Silva que a cidade de Roma terá uma
importância tão grande para o cristianismo. Então, vejam só! Se é colocada uma
questão para ele porque a cidade Roma se tornou tão importante, a resposta
dele sempre será Constantino. Mas, quando faz uma afirmação deste tipo é de se esperar que
antes de Constantino essa importância da cidade de Roma não existisse. Porque
se foi feita essa pergunta para ele e ele responde “com Constantino” significa
que antes de Constantino não há indícios de que Roma tivesse importância
especial para o cristianismo.
Cem
anos antes de Constantino nascer nós encontramos várias provas de que Roma já era
uma cidade dotada de uma particular importância para o cristianismo no meio das
perseguições. É o que lemos no Livro III – Contra
as Heresias, de Santo Irineu de Lion, bispo de Lion na Gália, atual
França. Ele foi discípulo de São Policarpo de Esmirna, que foi discípulo de
São João Evangelista apóstolo de Cristo.
Assim disse S.
Irineu disse a respeito de Roma:
“Mateus publicou na língua dele os
escritos do Evangelho enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí
fundavam a Igreja”. (...) “A Igreja de Roma é a maior e a mais antiga fundada e constituída pelos
dois gloriosíssimos Apóstolos Pedro e Paulo, com efeito deve necessariamente
estar de acordo com ela, por causa de sua origem mais excelente toda Igreja”.
Ou
seja, todas demais Igrejas devem estar de acordo (em comunhão) com a Igreja de
Roma. Isto é, os fiéis de todos os lugares porque nela sempre foi conservada de
maneira especial tradição que deriva dos Apóstolos.
Mais
adiante ele diz: “Os Bem-Aventurados Apóstolos que edificaram a Igreja
transmitiram ao governo episcopal a Lino, (o Lino que Paulo lembra na Carta a
Timóteo), Lino teve como sucessor Anacleto, depois dele em terceiro lugar,
Clemente, Clemente, a este sucedeu Evaristo, depois Alexandre, depois Sixto,
Telésforo, depois Iginio, depois Pio, depois Aniceto, Aniceto sucedeu Sotero e
presentemente Eleutério em 12º lugar detém o pontificado e hoje, o pontificado
está com o Papa Francisco. Com essa sucessão chegou até nós a tradição apostólica e
pregação da verdade. Essa é a demonstração mais bela de que uma só é a fé
vivificante que foi conservada transmitida na Igreja desde Pedro e Paulo até
agora.
O
que Constantino tem a ver com isso? Isso foi escrito um século antes de
Constantino. Constantino não teve e não tem nada a ver com a solidificação da
Igreja em Roma porque como provado em documentos da Patrística, a Igreja
Católica já existia muito antes em Roma, desde o princípio. Tanto é que Santo Irineu listou com
clareza a sucessão dos primeiros Papas que sucederam S. Pedro. E nós podemos procurar
várias outras fontes e citações que mostram a Igreja de Roma é especial porque
aquela Igreja foi fundada por Pedro e Paulo.
Dionísio
de Corinto no Séc. II disse: “Tendo ambos
vindo a Corinto os dois Apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na Doutrina do
Evangelho a seguir indo para a Itália nos transmitiram os mesmos ensina mentos
e por fim sofreram o martírio simultaneamente”.
Tertuliano
na virada do Século II para o Séc. III escreve: “A Igreja foi construída Sobre Pedro. A Igreja dos Romanos demonstra
instrumentos públicos e provas que Clemente (IV Papa) foi Ordenado por S. Pedro.
Feliz Igreja, na qual os Apóstolos verteram o seu sangue por sua doutrina
integral, onde a paixão de Pedro se fez com a Paixão do Senhor. Nero foi o
primeiro a banhar no sangue do *berço da Fé*. Pedro então segundo a promessa de
Cristo foi por outrem cingido quando o suspenderam na cruz”. (É aquela
profecia que Cristo faz e que está no final no final do Evangelho de São João –
Jo21, 15-19. Quem é o berço da fé segundo Tertuliano? É Roma.
São
Cipriano de Cartago (Séc. III) escreveu: “Sobre
um só foi construída a Igreja. Pedro, a cátedra de Roma é a cátedra de Pedro. A
Igreja principal de onde se origina a unidade do sacerdócio”.
Poderíamos
procurar várias citações, várias provas, não apenas que a Igreja de Roma era
conhecida como especial, mas, também que o bispo de Roma, o Papa. Título esse
que era dado aos demais bispos, mas, que depois passou a ser aplicado somente
ao bispo de Roma. Provas desde o século I com S. Clemente I do reconhecimento
da importância especial da Igreja de Roma, do bispo de Roma.
Então
como vemos, Rodrigo Silva começa a responder de maneira totalmente equivocada e
sem nenhum fundamento a pergunta que lhe foi colocada. Não é por causa de
Constantino que a Igreja de Roma é a mais importante, mas é por causa dos
Santos Apóstolos Pedro e Paulo que lá estiveram e lá fundaram desde o primeiro
século a Igreja Católica.
Outra
falácia de Rodrigo Silva é dizer que Constantino se beneficiou com a Igreja de
Roma. Disse ele: “Há uma frase de Tertuliano de que o sangue dos cristãos é
como semente, quanto mais mata, mais cristãos surgem”. “Então Constantino no
ano 313, ele teve uma estratégia política; ele estava passando a ponte do rio
Nívea com os soldados que veio para lutar contra Maxcentius ou Maxcêncio pelo
poder, aí Constantino caiu do cavalo e disse estou tento uma visão”. “Nesta
época o império romano adorava o deus Mitras, principalmente os soldados, que é
o deus sol e todo o exército ficou sim, que ele teve a visão do deus Mitras, o
sol apareceu para ele falou para os soldados Mitras vai nos dar o poder, o deus
sol. Só que de maneira muito engenhosa Constantino disse que Jesus apareceu
para ele no sol e que Jesus é o próprio Mitras e que ele viu no sol uma frase
em latim a frase “in hoc signo vinces”.
– Que quer dizer, “sobre esse símbolo vencerás!”
Ele viu uma cruz (que não é verdade) no sol. Então ele fez uma simbiose, uma
mistura, um sincretismo entre cristianismo e Mitraismo. Ele deu liberdade de
culto aos cristãos...” Disse bem, deu liberdade
de culto, mas, não criou nem estabeleceu o catolicismo como religião do
Império.
E
o exército era em sua maioria da religião de Mitras. Fica a pergunta. Porque
afirmar que se converteu ao cristianismo e que Jesus é Mitras? Não faz sentido
o que ele está afirmando. Na verdade, são uma série de colocações de orações
tão desprovidas de sentido como que jogadas sem encadeamento lógico que fica
até difícil de responder. Em primeiro lugar é isso. Se o exército no qual ele
se apoiava era seguidor de Mitras porque ele dizer que Jesus no sol (o que é
mentira porque a visão de Constantino não foi isso) e dizer que Jesus era o deus sol, Mitras; mas, porque ele não disse logo que viu Mitras?
Afinal, que sinal Constantino viu no céu?
Constantino vê no céu, ao pôr-do-sol de 27
de outubro, as letras X (chi) e P (ro) do alfabeto grego (pronunciadas
respectivamente “Ch” e “R”; trata-se das iniciais do nome de Cristo,
“Christós“).
Foi esse o verdadeiro sinal e não uma cruz como disse Rodrigo
Silva ou como afirmam alguns. Junto com elas, a seguinte inscrição em latim:
“In hoc signo vinces” (“Com este sinal vencerás!”). Constantino mandou gravar o
símbolo nos escudos dos soldados e, ao dia seguinte, dia da batalha, derrotou
Maxêncio e se tornou o único imperador no Ocidente
O símbolo, de caractere ☧, é formado pela sobreposição das duas primeiras letras (iniciais) chi e rho (ΧΡ) da palavra grega "ΧΡΙΣΤΟΣ" (que quer dizer Cristo) de tal modo a produzir o monograma.
A
questão toda que ele coloca aí é: A ideia que converter ao cristianismo era
favorável e traria um favorecimento político a Constantino. Isso é tão absurdo e
tão desenraizado da realidade histórica que existe um historiador Ferdinand
Lot, escritor Medievalista, em seu livro a ‘O Fim do mundo Antigo e o início
da Idade Média’. Ele faz uma reflexão a respeito disso, porque essa questão
de que Constantino teria se convertido por razões políticas e que é uma das
principais alegações protestantes e de historiadores modernos que não tem
religião, para negar a conversão de Constantino é justamente dizer que ele
teria sido movido por um interesse político, tornando-o um político do
renascimento, uma espécie de “Napoleão” que finge ser católico para agradar ao
Papa, enfim, algo que não tem nada a ver com o tempo de Constantino e com a
pessoa de Constantino. Que todos os historiadores sérios dizem que era um homem
extremamente atento à realidades espirituais com todos seus problemas, com o
que ele julgava ser a verdade, (há de se lembrar que a mãe de Constantino
Helena a muito tempo já era cristã, e
isso também contribuiu para a sua conversão), e que não ia adotar uma atitude
religiosa por interesses políticos.
Mas, vamos supor que ele tenha tomado essa
decisão conforme diz Rodrigo Silva por razões políticas. Haveria razões
políticas para ele se tornar cristão? Ferdinand Lot diz em seu livro:
“Pretender que Constantino aderiu ao cristianismo por questões políticas
equivale a crer que teria interesse em fazê-lo”, mas, qual interesse? Ou seja,
o quê? Tornando-se cristão traria o quê para Constantino?
Um soberano como
Henrique IV (1589-1610), que era herdeiro do trono francês e era Calvinista
totalmente incapaz de levar os seus súditos a aderirem sua fé, pois, este na
sua grande maioria professava uma doutrina diferente da dele, no caso, ele era
protestante, mas, a maioria dos seus súditos era católica, pôde julgar necessário abandonar seus sentimentos pessoais realizar a unidade da crença
considerada como indispensável ao bom funcionamento da sociedade. No caso o
Henrique IV se converteu ao catolicismo para se tornar rei da França em 1589.
Nesse caso, se fosse para adquirir o poder Constantino mesmo se tivesse sido um
cristão convicto deveria ter-se feito pagão e não cristão já que a maioria de
seu povo era pagão.
A
respeito de sua prodigiosa força de propagação durante os três primeiros
séculos o cristianismo estava longe de conquistar a maioria dos habitantes do
mundo romano. As únicas regiões do início do século IV poderia englobar cerca
de metade da população são: a Ásia Menor, atual Turquia, uma parte da Trácia,
Chipre e Edessa. Exercia ainda uma notável influência nas classes dirigentes em
Antioquia, na Selecíria, em Alexandria, incluindo o Egito e Atebaida, em Roma
onde havia cerca de 30.000 cristãos, ou seja, um décimo da população, na Baixa
Itália, algumas partes da Alta Itália, na África Proconsular e na Numídia, e
ainda algumas parcelas da Tessália, em partes da Macedônia e algumas na costa
meridional da Gália. Ou seja, essa era algumas regiões que o cristianismo tinha
alguma força. Mas, estava muito pouco espalhado na Palestina onde o judaísmo
voltara a impor-se, na Fenícia, na Arábia Romana, interior da Acaia, da
Macedônia, da Tessalia, da Eber, da Dardânia, da Dalmácia, da Mésia, da
Panônia, na Itália do Norte, na Mauritânia e Tripolitania. E era quase
inexistente nas costas do Mar Negro, na parte Ocidental da Alta Itália, na
Gália Central e Setentrional, na Bélgica, na Germânia, na Rétia e na
Bretanha.
Ou
seja, apesar do cristianismo já ter alcançado no começo do século IV todo o
Império Romano, na maior parte dele era extremamente minoritário. Assim, os
países onde nasceu Constantino e onde seu próprio pai reinou até 312, no caso
parte Ocidental do Império Romano, inclui-se os menos cristãos do Império. É
paradoxal que o Imperador Constantino, um Ocidental tenha imposto uma que só
viera difundir-se na parte oriental do Império. Se houve um Imperador que
tivesse algum interesse em abraçar o cristianismo tal foi o caso de Galerius (Galério),
e Maximinius Daia que era, no tempo de Constantino Imperadores do Oriente. Os
quais foram seus piores inimigos e os maiores perseguidores do cristianismo.
Mas, para o soberano reinante no Ocidente, Constantino aliar-se ao cristianismo
representava um perfeito absurdo político, mas, era mesmo perigoso, já que o
exército, a única força real do Estado Romano era todo ele pagão. Sendo
principalmente dedicado ao culto do sol e seria por muito tempo.
Visto
que temos constatado que Constantino tinha tudo a perder e aparentemente nada a
ganhar ao abraçar o cristianismo, só nos resta uma conclusão possível a que
cedeu a um impulso súbito de ordem patológica divina à escolha, jogou a sua
sorte ao apostar no Deus dos cristãos. Os espíritos sentiam perturbados pelo
trágico destino de todo aqueles que tinham perseguido os cristãos.
O próprio
Galério seu mais feroz adversário acabava de reconhecer-se culpado e implorava
as suas vítimas para que rezasse por ele, no caso, Galério antes de morrer
editou um Édito de tolerância e colocava fim à perseguição.
Em Roma Maxcêncio
que dispunha de um exército bem mais numeroso fizera encantações a todas as
potências divinas e infernais do mundo pagão conhecidas e desconhecidas
inflamando a imaginação com suas práticas mágicas. A Constantino só lhes
restava tentar a sorte apelando para o novo Deus, o Deus dos cristãos.
Aí
ele pergunta: “Mas, ter-se-á realmente convertido?” Se entender por conversão
uma reformulação moral e interna a resposta será sem dúvida negativa. Mas, não
se trata disso, trata-se de saber se o imperador após sua vitória sobre
Maxcêncio deu mostras oficiais de sua adesão a nova Fé. Tais mostras são
inegáveis aí ele (Ferdinando Lot) lista em seguida as provas de que ele teria
mesmo aderido ao cristianismo.
Então, equivocadamente afirma Rodrigo Silva e todos os historiadores modernos. Não havia para Constantino interesses políticos em converter ao cristianismo,
interesses militares muito menos. Ele tinha tudo a perder, foi uma grande
aposta política que deu certo, mas, não, Constantino não foi movido por
interesses políticos ao abraçar o cristianismo.
Diz
Rodrigo Silva que “Constantino deu liberdade de culto aos cristãos, proibiu as
perseguições aos cristãos, e elevou o cristianismo a religião estatal” – sobre
isso já foi respondido mas, reforçando que Constantino deu sim liberdade de
culto aos cristãos e proibiu a perseguição dentro do Império Romano Ocidental,
mas, não foi ele que estabeleceu o cristianismo como religião oficial do
Império, mas, o Imperador Teodósio 43 anos depois da morte de Constantino com o
Edito de Milão em 06/313; - O Acordo de Milão garantiu a liberdade religiosa
aos cristãos do Império Romano.
Os governantes romanos Constantino I, imperador
do Ocidente, e Licínio, imperador do Oriente concordaram com a liberdade de
crença para toda população do império, incluindo os cristãos. Devolvendo,
inclusive os locais de culto aos cristãos, incluindo até os que já haviam sido
vendidos. Porém como já vimos antes da emissão do Édito de Milão, Galério ou
Galério, em 30 de abril de 311, promulgou o Édito de Tolerância, também
chamado de "Decreto da Indulgência", no qual, buscando harmonia política,
reconhece o cristianismo e dá fim à perseguição anticristã. Mas, somente em 380
com o Edito de Tessalônica tornou-se então o Catolicismo a religião oficial do
Império Romano, também conhecido como
Cunctos Populos ou De Fide Catolica foi decretado pelo imperador romano
Teodósio I (a 27 de fevereiro de 380 d.C), elo qual estabeleceu que o
cristianismo tornar-se-ia, exclusivamente, a religião de estado, no Império
Romano abolindo todas as práticas politeístas dentro do império e fechando
templos pagãos.
Portanto,
é um absurdo a afirmação de Rodrigo Silva que busca senão desvirtuar o contexto
histórico sem fundamento algum, (e ele como doutor sabe que mente descaradamente),
ao afirmar tais coisas que não condiz com a realidade e com os documentos
históricos.
É de uma irresponsabilidade sem tamanho. Uma pessoa, por mais que
tenha todos os títulos de doutorado que se propõe a isso em dizer que
Constantino tornou o cristianismo religião oficial do Império Romano, essa
pessoa é desprovida de qualquer credibilidade.
Segundo
Rodrigo Silva, Constantino pegou as basílicas, que eram templos pagãos de Roma
e transformou essas basílicas em templos cristãos.
Um
grande absurdo para uma pessoa que se diz doutor, e arqueólogo. As basílicas
romanas, antes, eram locais de reunião pública. Utilizadas para o comércio,
para os julgamentos, para as grandes assembleias e discussões públicas não eram
templos.
Continua
Rodrigo Silva... “Quem já foi para a Itália já deve ter visto muito dessas
basílicas lá, tem um panteão lá dessa época que você vê que é uma coisa
estrondosa. Nos nichos que tinham os deuses pagãos ele tirou e colocou imagens
de santos”. “Constantino começo a mudança e a Igreja cristã que até então era
Apostólica, agora se tornou Apostólica Romana.”
Talvez
ele não sabe que o Panteão se tornou igreja somente em 609; (Em 609, o imperador bizantino Focas ( r. 602–610) deu o edifício ao papa Bonifácio IV ( r. 608–615), que a converteu em uma igreja cristã e consagrou-a a "Santa Maria e os Mártires" em 13 de maio de 609.)
E não há mal nenhum em
reutilizar algo que antes era do mal em favor do bem. Pois, se fosse assim os
cultos evangélicos também não poderiam acontecer em salões de festa, em clubes
e estádios de futebol. Ou mesmo em locais onde antes eram usados com outros
fins. No entanto, os evangélicos alugam prédios que já foram até bares e boates e transforma-os em igrejas.
Também
é mentirosa essa afirmação de que foi a partir de Constantino que a Igreja se
tornou Apostólica e Romana. Quando nós sabemos pelos escritos dos
documentos que muito antes de
Constantino nascer ela já existia em Roma, e o nome Romana só veio a ser
acrescido depois para distinguir a Igreja cristã de Roma das demais. Porque a
Igreja de Roma é a mais antiga e uma das várias Igrejas Católicas que existem até hoje.
Não tem
nada a ver com Constantino. Igreja, porque é fundada por Jesus Cristo, Católica,
porque é uma só em todo mundo. Uma só fé, uma só Igreja, um só batismo.
Apostólica porque descende dos Apóstolos Pedro e Paulo, e Romana porque sua
Sede oficial está em Roma. A Igreja de Roma é a mãe de todas as outras
Igrejas. Tendo à sua frente o bispo de Roma que também é o Papa.
Um
outro ponto que é preciso considerar é que a conversão de Constantino não
favoreceu a importância, a cristalização da primazia da Sé Romana, mas,
conspirava contra. Não é preciso ser um grande conhecedor de história para
entender. Para isso, basta conhecer os fatos. Alguns dos fatos mais
fundamentais e fazer breves raciocínios.
Constantino
tirou a capital do Império Romano de Roma. Ele não gostava de Roma que trazia
para ele lembranças negativas. Roma lembrava crimes que ele lá cometera. Em 324
Constantino resolveu construir uma nova capital que é Constantinopla que foi
inaugurada em 330. Levando para lá todos os órgãos de estado tornando aquela
capital a capital do Império Romano. Abandonou Roma e nunca mais voltou. Quando
ele morreu o império foi dividido entre seus 3 filhos, mas depois foi
reunificado pelo seu segundo filho e sucessor Constâncio II, que foi a Roma uma
vez por volta de 356.
Roma foi abandonada pelos imperadores. Se Constantino
tivesse interesse em tornar alguma cidade como a capital da Igreja não Roma,
mas, Constantinopla. E mesmo quando o Império Romano foi dividido em dois e o
Império Romano Oriental seguiu seu caminho e o Império Romano Ocidental
voltou a ter um imperador no Ocidente, os imperadores não viveriam em Roma,
mas, no norte da Itália, em Milão, em Pávia, em Ravena.
Ainda,
segundo Rodrigo Silva, uma das mudanças de Constantino foi o calendário romano. Diz ele: “O
calendário foi mudado na época de Júlio Cesar, depois na época do Papa
Gregório, a gente fala do calendário juliano e do calendário gregoriano e
nessas mudanças que Roma fez tanto na fase imperial como na fase cristã, a
gente percebe uma coisa: Nós estamos em que ano agora? (resposta) novembro... mas,
é o mês 11. Outubro lembra que número? (resposta) Oito, mas é o mês 10.
Dezembro lembra que número? (resposta) 10. Mas é o mês 12. Quem mudou tudo
isso? Diz ele, Roma."
Em
relação a mudança do calendário, ele fala que Roma modificou o calendário. O
que ele não sabe é que Roma fez o calendário, os meses que ele fala em seguida,
Roma fez. Mas, aí a gente entende porque ele faz tal afirmação. Porque ele quer
justificar (sem nenhum fundamento) uma profecia do Antigo Testamento correspondente a
modificação de calendário. Aí, ele pega o calendário juliano que é um calendário
pré-cristão, coloca no bojo dessas mudanças do calendário feitas por Roma para
justificar uma suposta mudança de calendário que seria a realização da profecia
do Antigo Testamento.
Ele menciona até mesmo a modificação do calendário feito
pelo Papa Gregório XIII (denominado de “calendário gregoriano” por causa desse
Papa) em 1582 doze séculos depois de Constantino, ou seja, esse argumento dele
é chamado de “falácia de conclusão irrelevante”.
A mudança de calendário do
século XVI como uma decorrência imediata do que aconteceu no século IV, para
ele demonstrar que o que foi feito a partir de Constantino era uma realização
de uma profecia do Antigo Testamento.
Roma não mudou o calendário Roma fez esses
calendários antes de Cristo. E depois o Papa Gregório XIII para fazer uma
correção porque se concluiu de acordo com os cálculos astronômicos que estava
equivocado, mas essa mudança foi feita na correção dos dias do ano e não nos meses. Os meses
sempre foram romanos e continuam assim.
Rodrigo
Silva continua seus ataques dizendo que Constantino mudou também as leis de
Deus. Diz ele: “Eu convido todo mundo que está em casa a fazer um exercício, no
Google você acha isso. Procure em qualquer Bíblia seja de editora católica,
ortodoxa ou protestante Êxodo capítulo 20, os dez Mandamentos. E leia como os
dez Mandamentos estão em qualquer Bíblia. Depois que você ler os dez
Mandamentos como estão na Bíblia, procure o catecismo da Igreja Católica e veja
como os dez Mandamentos estão no catecismo. No Catecismo está assim: Amar a
Deus sobre todas as coisas, não tomar o seu santo nome em vão, guardar domingos
e festas , honrar pai e mãe, não pecar contra a castidade. Mudaram os
Mandamentos.” Para ele quem mudou os Mandamentos? ... Roma. Porque tudo se deu
a partir de Constantino uma deformação, etc. porque estava profetizado no
Antigo Testamento.
Falta
de conhecimento deste senhor que não sabe que as primeiras modificações da
estrutura dos Mandamentos já remontavam aos Rabinos. Nós encontramos Filon de
Alexandria que foi um grande pensador judeu do século I, fazendo uma
simplificação da ordem dos Mandamentos, diferente do que está estruturado no
Antigo Testamento. A Igreja católica se quisesse mexer na estruturação dos 10 Mandamentos teria o feito na própria Bíblia. Mas, não. A Bíblia católica está do mesmo jeito que uma bíblia protestante ou na Torah judaica. Os 10 Mandamentos tal como estão no Catecismo não altera a fórmula original como está no Antigo Testamento, apenas o simplifica e reformula à linguagem da Igreja.
A
estrutura atual apresentada pelo Catecismo da Igreja Católica dos 10
Mandamentos remete à Santo Agostinho. Ela é obra principalmente de Santo
Agostinho. Mas, nós precisamos considerar três coisas:
1) Santo Agostinho, não
foi Roma. Ele era um bispo de fato da civilização romana pós Constantino, mas,
cuja autoridade era reconhecida universalmente pela Igreja por causa da sua
grande sabedoria e seu vasto conhecimento e que fez esta estruturação que nós
conhecemos. Mas, no final das contas, nem foi Santo Agostinho. A divisão que
nós encontramos dos Mandamentos nós já encontramos na Igreja no século II e III
na obra de Teófilo de Antioquia (Séc. II) e na de Clemente de Alexandria (Séc.
III) e na virada do século IV para o Século V na África com Santo Agostinho. Ou
seja, nós encontramos fontes pré- Constantino que servem de base para futura
estruturação de Santo Agostinho.
Ou
seja, é sempre isso. Eles vão apontar alguma coisa que teria sido uma inovação
pós-Constantino e nós encontramos um paralelo, um prelúdio pré-Constantino.
Qual que é a única tentativa coerente dessas pessoas a final das contas? É
retornar ao infinito até Cristo e dos Apóstolos para frente é tudo corrupção.
Porque tudo que eles atribuem de essencial, claro, após Constantino as raízes
já estão lá na igreja pré-constantiniana.
2) Lutero e Calvino também fizeram as
suas subdivisões próprias dos Mandamentos.
3) Ele falou "vá em qualquer bíblia,
procure na internet...", o que este senhor não sabe, ou se esqueceu que ele
nasceu já no tempo da imprensa. Hoje, a Bíblia é acessível a todo mundo. No entanto, na época de Santo Agostinho não era assim. O livro não era acessível a qualquer
um. Além de caro, eram rolos e mais rolos de pergaminhos.
A Escritura era copilada à mão e
foi graças aos monges copistas católicos que a Bíblia se espalhou. A
simplificação que Santo Agostinho faz baseado na tradição da Igreja pré-Constantino visava facilitar às pessoas que não tinham acesso ao texto bíblico
por questões práticas a decorarem, e mais, os Mandamentos tais como estão no
Catecismo da Igreja que se alicerça nessa divisão feita por Santo Agostinho,
ela visa atender às correções que Jesus fez no Novo Testamento. Por exemplo:
“Está escrito não cometerás adultério! Eu, porém, vos digo: Quem olhar para uma
mulher e a cobiçar já terá cometido adultério em seu coração”. Não cometerás
adultério é o mesmo que não pecar contra a castidade que é o pecado de
adultério.
“Não matarás!, Não adulterarás!, Não darás falso testemunho!, Honra teu pai e tua mãe!, Ame ao próximo como a si
mesmo!”. (Mt19, 16-19) Veja aqui um clássico exemplo que nem Jesus usa citar os 10 mandamentos como está em Êxodo20.
“Eu vos dou um novo Mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu
vos tenho amado!” (Jo13, 34) - o Novo Mandamento de Jesus. Ele não acrescentou mais um nos 10 e fez 11 Mandamentos. Ele deu um Novo Mandamento, o Mandamento da Nova Aliança é o "Amor". Parece simples, mas, ele pede que amemos uns aos outros como o mesmo amor que ele amou e nos ama. AMAR COM O AMOR DE DEUS.
E aí, tem sentido o que Rodrigo Silva afirma? Claro que não.
"O amor não faz o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da Lei." Rm13, 10 então, não importa se observamos os Mandamentos tal como está no AT. em Êx.20 ou como está no Catecismo importa que cumpramos o Mandamento de Jesus. AMAR COMO JESUS AMOU! Se conseguirmos isso estamos cumprindo toda a Lei.
Jesus
Cristo, segundo os evangelhos, também não mencionou os 10 Mandamentos da mesma
forma que está em Êxodo 20. Pelo contrário, Jesus até os simplificou em dois, amar
a Deus e ao próximo. Visto que os nove Mandamentos da Lei de Deus se resumem
nestes dois. Quanto à substituição da guarda do sábado pelo domingo e festas de
guarda como está estabelecido no Catecismo da Igreja Católica se deve ao fato
de que os cristãos desde o início não guardavam mais o sábado como dia do
Senhor, mas, o domingo. A guarda do sábado está ligada ao dia da criação e à
Páscoa judaica na Antiga Aliança. A guarda do domingo está ligada à Páscoa de
Jesus, à sua ressurreição conforme está descrito nos Atos dos Apóstolos. Jesus
ressuscitou no domingo, apareceu ressuscitado no domingo, a Eucaristia, também
chamada de “fração do pão” e as orações era feita pelos primeiros cristãos no
domingo. E aí Rodrigo Silva diz que foi Constantino, que mudou o calendário e a
guarda do sábado e a parte que fala não terás outros deuses diante de mim.
Santo
Inácio de Antioquia que foi discípulo de São João em sua carta a Magnesius (107
d.C), portanto, bem antes de Constantino, ele combatendo as heresias
judaizantes disse: “Nós que antes
guardávamos o sábado agora não mais o guardamos, mas, guardamos o dia em que o Senhor
ressuscitou, o domingo”. Isso não é no tempo de Constantino. Duzentos anos
antes já fora dito sobre a guarda do domingo. Isso só demonstra que não há que
se levar em conta por questões históricas de Rodrigo Silva a sério.
Os
adventistas (que é o caso de Rodrigo Silva) e as outras denominações sabatistas
que atacam a Igreja Católica o fazem ou por falta de conhecimento por maldade. Das
duas uma ou ele mente, ou ele sabe e age com desonestidade, ou ele não sabe e
vende-se como alguém que sabe.
O
que este senhor diz em suas entrevistas muitas vezes de forma maldosa e
inescrupulosa, visto que se trata de um doutor em arqueologia, teologia
protestante e em patrística não poderia agir senão, com segundos interesses
pelos quais é denegrir a Igreja Católica com suas falsas afirmações. O cristão
que busca na arqueologia razões para provar sua fé, age como fez o apóstolo
Tomé que não acreditou na ressurreição de Jesus e precisou por a mão nas
feridas do Ressuscitado para crer.
É
lamentável quando vemos pessoas desse naipe mentindo com falsas afirmações a
respeito das verdades históricas, não por falta de conhecimento, mas por querer
dar crédito à sua denominação.
A
Igreja Católica, porém, ao longo de mais de 2000 anos sempre manteve a mesma fé
e a mesma doutrina dos Apóstolos. Mesmo nos tempos mais sombrios em que a
Igreja passou e mesmo agora com tantas pessoas de dentro ou de fora tentando
derrubá-la ela está confiante na promessa de Cristo “as portas do inferno não prevalecerão contra ela!”
Fonte:
Das explicações do Prof. Lucas Lancaster, História da Igreja.