terça-feira, 20 de junho de 2023

LITURGIA E OS TEMPOS LITÚRGICOS - O Ano Litúrgico é o Tempo da Igreja


Antes de aprendermos sobre os Tempos Litúrgicos temos que saber o que é Liturgia, qual é o seu significado e para que serve.


O que é Liturgia?


O vocábulo "Liturgia", em grego, formado pelas raízes leit- (de "laós", povo) e -urgía (trabalho, ofício) significa serviço ou trabalho público.
Para os cristãos, Liturgia, é, pois, a atualização da entrega de Cristo para a salvação. Cristo entregou-se duma vez por todas, na Cruz. O que a liturgia faz é o memorial de Cristo e da salvação, ou seja, torna presente, através da celebração, o acontecimento definitivo do Mistério Pascal. Através da celebração litúrgica, o crente é inserido nas realidades da sua salvação.
Liturgia é antes de tudo "serviço do povo", essa experiência é fruto de uma vivencia fraterna, ou seja, é o culto, é uma representação simbólica (que não se trata de uma encenação uma vez que o mistério é contemplado em "espírito e verdade") da vida cotidiana do crente em comunhão com sua comunidade.
A Liturgia tem raízes absolutamente cristológicas. Cristo rompe com o ritualismo e torna a liturgia um "culto agradável a Deus", conforme preceitua o apóstolo Paulo em Romanos 12,1-2.

 Catecismo da Igreja Católica  - Por que a Liturgia?

1066. No Símbolo da Fé, a Igreja confessa o mistério da Santíssima Trindade e o seu "desígnio admirável" (Ef 1, 9) sobre toda a criação: o Pai realiza o "mistério da sua vontade", dando o seu Filho muito amado e o seu Espírito Santo para a salvação do mundo e para a glória do seu nome. Tal é o mistério de Cristo, revelado e realizado na história segundo um plano, uma "disposição" sabiamente ordenada, a que São Paulo chama "a economia do mistério" (Ef 3, 9) e a que a tradição patrística chamará "a economia do Verbo encarnado" ou "economia da salvação".

1067. "Esta obra da redenção humana e da glorificação perfeita de Deus, cujo prelúdio foram as magníficas obras divinas operadas no povo do Antigo Testamento, realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada paixão, Ressurreição dos mortos e gloriosa ascensão, em que, "morrendo, destruiu a morte e ressuscitando restaurou a vida". Efetivamente, foi do lado de Cristo adormecido na cruz que nasceu "o sacramento admirável de toda a Igreja"". É por isso que, na liturgia, a Igreja celebra principalmente o mistério pascal, pelo qual Cristo realizou a obra da nossa salvação.

1068. É este mistério de Cristo que a Igreja proclama e celebra na sua liturgia, para que os fiéis dele vivam e dele deem testemunho no mundo.
"A liturgia, com efeito, pela qual, sobretudo no sacrifício eucarístico, "se atua a obra da nossa redenção", contribui em sumo grau para que os fiéis exprimam na vida e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a autêntica natureza da, verdadeira Igreja".

Qual é o significado da Liturgia?

1069. Originariamente, a palavra "liturgia" significa "obra pública", "serviço por parte dele em favor do povo". Na tradição cristã, quer dizer que o povo de Deus toma parte na "obra de Deus". Pela liturgia, Cristo, nosso Redentor e Sumo-Sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção.
1070. No Novo Testamento, a palavra "liturgia" é empregada para designar, não somente a celebração do culto divino mas também o anúncio do Evangelho e a caridade em ato. Em todas estas situações, trata-se do serviço de Deus e dos homens. Na celebração litúrgica, a Igreja é serva, à imagem do seu Senhor, o único " Liturgo", participando no seu sacerdócio (culto) profético (anúncio) e real (serviço da caridade):
"Com razão se considera a liturgia como o exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo. Nela, mediante sinais sensíveis e no modo próprio de cada qual, significa-se e realiza-se a santificação dos homens e é exercido o culto público integral pelo corpo Místico de Jesus Cristo, isto é, pela cabeça e pelos membros. Portanto, qualquer celebração litúrgica, enquanto obra de Cristo Sacerdote e do seu corpo que é a Igreja, é ação sagrada por excelência e nenhuma outra ação da Igreja a iguala em eficácia com o mesmo título e no mesmo grau".

A Liturgia - fonte de Vida – O que dá vida à celebração é a Liturgia.

1071. Obra de Cristo, a Liturgia é também uma ação da sua Igreja. Ela realiza e manifesta a Igreja como sinal visível da comunhão de Deus e dos homens por Cristo; empenha os fiéis na vida nova da comunidade, e implica uma participação "consciente, ativa e frutuosa" de todos.
1072. "A liturgia não esgota toda a ação da Igreja". Deve ser precedida pela evangelização, pela fé e pela conversão, e só então pode produzir os seus frutos na vida dos fiéis: a vida nova segundo o Espírito, o empenhamento na missão da Igreja e o serviço da sua unidade.

A Oração e a Liturgia

1073. A liturgia é também participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo. Nela, toda a oração cristã encontra a sua fonte e o seu termo. Pela liturgia, o homem interior lança raízes e alicerça-se no "grande amor com que o Pai nos amou" (Ef 2, 4), em seu Filho bem-amado. É a mesma "maravilha de Deus" que é vivida e interiorizada por toda a oração, "em todo o tempo, no Espírito" (Ef 6, 18).



Documento da CNBB - 43 artigos sobre a Liturgia:  


44. O projeto de comunhão de Deus conosco, que chamamos de obra da salvação, foi prenunciado pelo próprio Deus no Antigo Testamento e realizado em Cristo. Hoje a Liturgia o celebra, isto é, o rememora e o torna presente na Igreja.

48. O mistério pascal de Cristo é o centro da História da salvação e por isso o encontramos na Liturgia como seu objeto e conteúdo principal. Esse mistério envolve toda a vida de Cristo e a vida de todos os cristãos. "Por sua obediência perfeita na cruz e pela glória da sua ressurreição, o Cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo e abriu-nos o caminho da libertação definitiva. Por nosso serviço e nosso amor, mas também pelo oferecimento de nossas provações e sofrimentos, nós participamos do único sacrifício redentor de Cristo, completando em nós o que falta às tribulações de Cristo pelo seu corpo que é a Igreja".

49. Assim se entende como e por que sem a ação do Espírito Santo não pode haver Liturgia. A Páscoa de Cristo que celebramos é fruto do Espírito Santo que impulsionou o Filho de Deus a realizar a vontade do Pai até as últimas consequências (cf. Hb 9,14). E quem envolve no mistério pascal a vida, as lutas e as esperanças de todas as pessoas é o mesmo Espírito, que na Liturgia é invocado para a santificação do pão e do vinho e a união dos fiéis. O Espírito continua exortando-nos a que ofereçamos nossa vida e nosso compromisso de servir aos irmãos na construção do Reino, como hóstias vivas, santas e agradáveis a Deus. Aliás, é este o nosso culto espiritual (cf. Rm 12,1).

50. Nesta perspectiva, acolhemos com alegria o atual anseio de, nas ações litúrgicas, celebrar os acontecimentos da vida inseridos no Mistério Pascal de Cristo. De fato, na Liturgia sempre se celebra a totalidade do Mistério de Cristo e da Igreja, com todas as suas dimensões. A vida se manifesta não apenas nos momentos fortes do culto, mas também no esforço por crescente comunhão participativa; na consciência de sua vocação missionária; no empenho pela acolhida e animação catequética da Palavra; no espírito de amplo diálogo ecumênico e na séria, corajosa e profética ação transformadora do mundo.

54. O Povo de Deus, sobretudo na Assembleia litúrgica se expressa como um povo sacerdotal e organizado, no qual a diversidade de ministérios e serviços concorre para o enriquecimento de todos. Sua unidade e harmonia é um serviço do ministério da presidência. Convocada por Deus, a assembleia litúrgica, expressão sacramental da Igreja, unida a Jesus Cristo, é o sujeito da celebração.

55. O Povo de Deus convocado para o culto é o mesmo povo que trabalha, faz festa, sofre, espera e luta na História. Por isso, as nossas assembleias são diversificadas. É mister abrir espaços de esperança à manifestação das ricas expressões religiosas das comunidades, dos grupos étnicos e das grandes massas empobrecidas. Porque não é possível celebrar um ato litúrgico alheio ao contexto da vida real do povo, em sua dimensão pascal.

56. É essa diversificada assembleia, que é servida por ministérios e serviços multiformes, que o Espírito suscita em sua Igreja. Entre os ministérios distinguem-se os ordenados, do bispo, do presbítero e do diácono, participação específica no múnus dos apóstolos, múnus este, instituído por Jesus Cristo. Hoje temos os ministérios instituídos do acólito e do leitor; e chamamos "de credenciados" os serviços que o cristão leigo exerce em virtude de seu batismo sob a coordenação de seu Bispo: é assim, o ministério extraordinário do Batismo, da Comunhão Eucarística e da assistência ao Matrimônio. Há também determinados serviços litúrgicos que, de modo estável, desempenham leitores, comentaristas, recepcionistas, componentes do coral e, sobretudo, as Equipes de Pastoral Litúrgica. Esta diversidade de ministérios fortalece a Igreja como comunidade e realça a dimensão comunitária da ação litúrgica.

153. A Liturgia é fonte de vida e expressão celebrativa da comunidade eclesial. Nela, homens e mulheres chegam ao mais alto patamar da comunhão com Deus, quando a criatura amada e redimida por seu Senhor, dilata seu coração numa perene ação de graças, que se torna, por sua vez, bendita escola de gratuidade. Por outro lado, os leigos encontram fundamento para sua espiritualidade no Evangelho vivido por tantos cristãos leigos ao longo da história da Igreja.

OS TEMPOS LITÚRGICOS


O ano litúrgico compreende o clico de todas as celebrações, que também chamamos de Tempos Litúrgicos enão obedece ao calendário civil. Os ciclo dos Tempos Litúrgico estão dentro do calendário da Igreja chamado de Ano Litúrgico, que começa no primeiro domingo do Advento e termina na Festa de Cristo Rei do Universo.

Os  tempos litúrgicos compreendem toda construção do anúncio da vinda do Messias, seu sinais, pregações, morte e ressurreição.

Pode-se dizer que o ano litúrgico é o “calendário litúrgico” em que a Igreja celebra o mistério da salvação na pessoa de Jesus Cristo.




Cada um desses tempos serve para aprendermos sobre a História da Salvação, sobre a vida de Jesus e seus ensinamentos. São momentos especiais pelos quais revivemos celebrando de forma especial os principais momentos da História da Salvação. 
Dentro de cada tempo a Liturgia da Palavra vai colocar para nós leituras próprias, Salmos e o Evangelhos próprios para cada dia da semana e cada domingo a fim de que possamos de meditar e viver tudo aquilo que Jesus, os Apóstolos e a Igreja nos ensina. Para isso que serve os Tempos Litúrgicos. 
A Santa Missa é composta de duas liturgias: 1 - Liturgia da Palavra 2 - Liturgia Eucarística. Essas duas se completam obedecendo o contexto dos Tempos Litúrgicos. 
A Santa Missa não é uma encenação ou um teatro. Ela tem o objetivo de reviver tudo aquilo que Jesus ensinou e celebrar a Eucaristia que é o Mistério de amor  de Jesus onde Ele se faz alimento para nós. 
Ela também não é uma aula de catequese mas, possui uma catequese própria dentro dos seus ritos onde por ela e nela aprendemos mais intimamente sobre a Palavra de Deus. Por isso, o celebrante não usa da homilia para dar uma aula de teologia mas para nos transmitir o que a  Palavra de Deus tem a nos ensinar naquele momento para nosso proveito pessoal ou comunitário no dia a dia.
Para aprender catequese ou teologia existem cursos próprios e instituições da Igreja. 

De maneira que o Ano Litúrgico ajuda-nos a reviver de forma celebrante o Mistério da Salvação - o Nascimento, a vida pública de Jesus, a sua Paixão, Morte e Ressurreição.            

O ano litúrgico inicia no PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO e irá terminar na ULTIMA SEMANA DO TEMPO COMUM, a Igreja neste período irá celebrar solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
O calendário litúrgico é dividido em tempos, que são celebrados com leituras especificas dentro da liturgia, veja abaixo:
  1. Tempo do Advento 
  2. Tempo do Natal 
  3. Tempo Comum ( Primeira parte ) 
  4. Tempo da Quaresma 
  5. Tríduo Pascal 
  6. Tempo Pascal 
  7. Tempo Comum ( Segunda parte )
Os ciclos litúrgicos também estão divididos para as leituras dos Evangelhos. Cada ano é alternado pelas leituras, para esta divisão usa-se as letras do alfabeto.
Desse modo o primeiro ano, é o A, que corresponde ao Evangelho de São Mateus. O ano B, corresponde ao Evangelho de São Marcos. O Evangelho de São Lucas refere-se ao ano C.
  1. Ano A – Evangelho de São Mateus
  2. Ano B – Evangelho de São Marcos
  3. Ano C – Evangelho de São Lucas
O Evangelho de São João é reservado para os dias solenes e é proclamando em todos os anos dos três ciclos.

AS CORES USADAS NOS TEMPOS LITÚRGICOS

As cores também são de extrema importância dentro da liturgia. Também dentro da simbologia cristã, as cores representam cada tempo.
As principais cores utilizadas nos tempos litúrgicos são:
  • Verde
  • Roxo
  • Branco
Existem outras cores, como por exemplo o Vermelho que é utilizado em dias festivos, como Pentecostes ou em alguma solenidade dedicado aos santos Mártires.
As cores litúrgicas, usada nas celebrações, devem obedecer as nomas do Missal ou o que for estabelecido pela Conferência dos Bispos.
A cor VERDE irá representar a esperança, o tempo de uso desta cor no calendário litúrgico é o COMUM. Já ao cor ROXA é usada em dois momentos.
O roxo será usando no ADVENTO no sentido de recolhimento que prepara os caminhos do Senhor. Outro momento do uso da cor roxa é no tempo QUARESMAL, neste tempo sim, o sentido é penitencial e de conversão.
Já a cor BRANCA será usada no período do NATAL e também no período da Pascoa. A cor DOURADA também pode estar presente nestes mesmos tempos.


Fonte: www.catequesedoleigo.com.br

Como se dividem os tempos litúrgicos?

Por Prof. Felipe Aquino
 
CICLO DO NATAL


Compreende do período do Natal (25 de dezembro) até o domingo da festa da Epfania ou Manifestação do Senhor. Cristo que se apresenta às nações na figura dos Magos do Oriente que segundo o Evangelho foram visitar o Menino Jesus e lhes ofereceram presentes. A Teologia  nos ensina que os Magos representam todos os povos que conhecerão a Verdade e a Salvação por meio de Jesus Cristo.  
 
 
Advento
(Advento: Inicia-se o ano litúrgico. Compõe-se de 4 semanas. Começa 4 domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro. Não é um tempo de festas, mas de alegria moderada e preparação para receber Jesus.)
Início: 4 domingos antes do Natal
Término: 24 de dezembro à tarde
Espiritualidade: Esperança e purificação da vida
Ensinamento: Anúncio da vinda do Messias
Cor: Roxo

O Advento (do latim Adventus: "chegada", do verbo Advenire: "chegar a") é o primeiro tempo do Ano litúrgico, o qual antecede o Natal. Para os cristãos, é um tempo de preparação e alegria, de expectativa, onde os fiéis, esperando o Nascimento de Jesus Cristo, vivem o arrependimento e promovem a fraternidade e a Paz. No calendário religioso este tempo corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal. O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã.

É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.O Advento começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos.
Esse tempo possui duas características: Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de Dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Por isto, o Tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa.
A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectativos e vigilantes, vivendo a esperança, a pobreza, a conversão.

O Advento além de ser uma preparação para o Natal é o tempo em que a Igreja também nos convida a estar atentos e vigilantes para a segunda vinda de Jesus.
Como Salvador ele já veio um dia, agora virá como Juiz dos vivos e dos mortos conforme professamos no Creio. A Igreja quer que estejamos preparados e já vivendo este advento. É o Senhor que vem, conforme nos  diz São João no Apocalipse (Ap16, 15-21). "Eis que venho como um ladrão", disse Jesus - isto é, Jesus chegará de surpresa. Vivemos também nosso próprio advento, pois, não sabemos o dia e hora em que o Senhor nos chamará para si. 
Lc12, 39-40 - "Se o pai de família soubesse o dia e a hora em que havia de vir o ladrão vigiaria para que sua casa não fosse invadida, Portanto, fiquem atentos, estais preparados porque o Filho do Homem virá no dia em que menos esperais".

Devemos como as 10 virgens prudentes da parábola, estar vigilante, pois o noivo está à caminho. (Mt 25, 1-13)  - Manter acesas as nossas lâmpadas - isto é, manter viva nossa nossa fé e nossa esperança no Senhor Jesus - E estar sempre com óleo de reserva - isto é, abastecidos da palavra de Deus. 
Portanto, celebrar o Advento é vivê-lo sempre em nossa vida.
 

Natal
(Natal: 25 de dezembro. É comemorado com alegria, pois é a festa do Nascimento do Salvador.)
Início: 25 de dezembro
Término: Na festa do Batismo de Jesus
Espiritualidade: Fé, alegria e acolhimento.
Ensinamento: O filho de Deus se fez Homem
Cor: Branco

Após a celebração anual da Páscoa, a comemoração mais venerável para a Igreja é o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, pois o Natal é um tempo de fé, alegria e acolhimento do Filho de Deus que se fez Homem.


O tempo do Natal vai da véspera do Natal de Nosso Senhor até o domingo depois da festa da aparição divina, em que se comemora o Batismo de Jesus. No ciclo do Natal são celebradas as festas da Sagrada Família, de Maria, mãe de Jesus e do Batismo de Jesus.
 

Tempo Comum
1ª Parte
(1ª parte: Começa após o batismo de Jesus e acaba na terça antes da quarta-feira de Cinzas.)
Início: 2ª feira após o Batismo de Jesus
Término: Véspera da Quarta-feira das Cinzas
Espiritualidade: Esperança e escuta da Palavra
Ensinamento: Anúncio do Reino de Deus
2ª Parte
(2ª parte: Começa na segunda após Pentecostes e vai até o sábado anterior ao 1º Domingo do advento.)
Início: Segunda-feira após o Pentecostes
Término: Véspera do 1º Domingo do Advento
Espiritualidade: Vivência do Reino de Deus
Ensinamento: Os Cristãos são os sinais do Reino
Cor: Verde

Além dos tempos que têm características próprias, restam no ciclo anual trinta e três ou trinta e quatro semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade os Mistérios de Cristo. Comemora-se o próprio Mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos. É um período sem grandes acontecimentos, mas que nos mostra que Deus se faz presente nas coisas mais simples.

É um tempo de esperança acolhimento da Palavra de Deus. Este tempo é chamado de Tempo Comum, mas não tem nada de vazio.
É o tempo da Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e no trabalho pelo Reino. O Tempo Comum é dividido em duas partes: a primeira fica compreendida entre os tempos do Natal e da Quaresma, e é um momento de esperança e de escuta da Palavra onde devemos anunciar o Reino de Deus; a segunda parte fica entre os tempos da Páscoa e do Advento, e é o momento do cristão colocar em prática a vivência do reino e ser sinal de Cristo no mundo, ou como o mesmo Jesus disse, ser sal da terra e luz do mundo.
Não se podem contrapor os chamados "tempos fortes" ao Tempo Comum, como se este tempo fosse um tempo fraco ou inferior. É o tecido concreto da vida normal do cristão, fora das festas, e pode ver-se nele a comemoração da presença de Cristo na vida quotidiana e nos momentos simples da vida dos cristãos.
Duas fontes são importantes para a espiritualidade e força do Tempo Comum: Os Domingos e os tempos fortes. O Tempo Comum pode ser vivido como prolongamento do respectivo tempo forte. Vejamos: a primeira parte do Tempo Comum, iniciada após a Epifania e o Batismo de Jesus, constitui tempo de crescimento da vida nascida no Natal e manifestada na Epifania.Esta vida para crescer e manifestar-se em plenitude e produzir frutos, necessita da ação do Espírito Santo que age no Batismo do Senhor. A partir daqui Jesus começa a exercer seu poder messiânico. Também a Igreja: fecundada pelo Espírito ela produz frutos de boas obras;
No Tempo Comum temos algo semelhante ao recomeçar por volta do 9º Domingo, imediatamente depois de Pentecostes: a vida renasce na Páscoa e desenvolve-se através do Tempo Comum, depois de fecundado pelo Espírito em Pentecostes. A força do Mistério Pascal é vivida pela Igreja através dos Domingos durante o ano que amadurece os frutos de boas obras, preparando a vinda do Senhor.

O Tempo Comum é ainda tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem Maria e dos Santos.
   

Quaresma
Quaresma: Começa na quarta-feira de cinzas e termina no domingo da Ressurreição. Tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de 5 semanas em que nos preparamos para a Páscoa.
Não se diz “Aleluia”, nem se colocam flores na igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o Hino de Louvor. É um tempo de sacrifício e penitências, não de louvor.
Início: Quarta-Feira das Cinzas
Término: Domingo de Páscoa
Espiritualidade: Penitência e conversão
Ensinamento: A misericórdia de Deus
Cor: Roxo
Quaresma, palavra que vem do latim quadragésima, é o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no Domingo de Páscoa.

O Tempo da Quaresma é um tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de preparação para a Páscoa do Senhor, e dura cerca de quarenta dias. Neste período não se diz o "Aleluia", nem se colocam flores na Igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o "Glória a Deus nas alturas", para que as manifestações de alegria sejam expressadas de forma mais intensa no tempo que se segue, a Páscoa. A Quaresma inicia-se na Quarta-feira de Cinzas, e termina na manhã de Quinta-feira Santa.
A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja Católica marcam para preparar os fiéis para a grande festa da Páscoa. Durante este período, os seus fiéis são convidados a um período de penitência e meditação, por meio da prática do jejum, da esmola e da oração. Ao longo deste período, sobretudo na liturgia do domingo, é feito um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como filhos de Deus.
A Igreja Católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na Quarta-feira de Cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma consequência da penitência.
 

Páscoa
Páscoa: Começa com a ceia do Senhor na Quinta-Feira santa e vai até o dia de Pentescostes. Neste dia é celebrada a Instituição da Eucaristia e do sacerdote. Na sexta-feira celebra-se a paixão e morte de Jesus. É o único dia do ano que não tem missa. Acontece apenas uma Celebração da Palavra.
No sábado acontece a solene Vigília Pascal. Forma-se então o Tríduo Pascal que prepara o ponto máximo da páscoa: o Domingo da Ressurreição. A Festa da Páscoa não se restringe ao Domingo da Ressurreição. Ela se estende até a Festa de Pentecostes. (Pentecostes: É celebrado 50 dias após a Páscoa. Jesus ressuscitado volta ao Pai e nos envia o Paráclito.)
Início: Quinta-feira Santa (Tríduo Pascal)
Término: No Pentecostes
Espiritualidade: Alegria em Cristo Ressuscitado
Ensinamento: Ressurreição e vida eterna
Cor: Branco
O Tríduo Pascal é um conjunto de três dias celebrado no Cristianismo (católico romano), composto pela Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e Vigília Pascal, véspera do Domingo da Ressurreição ou Domingo de Páscoa. Este último dia já não faz parte do Tríduo Pascal.

O Tríduo Pascal começa com a Missa da Santa Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa. Neste dia, é celebrada a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, e comemora-se o gesto de humildade de Jesus ao lavar os pés dos discípulos.
Na Sexta-Feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do ano que não tem Missa, acontece apenas uma Celebração da Palavra chamada de "Ação ou Ato Litúrgico".
Durante o Sábado Santo, a Igreja não exerce qualquer acto litúrgico, permanecendo em contemplação de Jesus morto e sepultado.Na noite de Sábado Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene Vigília pascal. Conclui-se, então, o Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-Feira, Sexta-Feira e o Sábado Santo, que prepara o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da Ressurreição.
 

AS RAZÕES PELAS QUAIS CONSTANTINO NÃO FUNDOU A IGREJA CATÓLICA (Refutando o Dr. Rodrigo Silva)

 



Um vídeo que tem sido divulgado nas redes sociais de uma entrevista com o adventista e Dr. Rodrigo Silva, professor, teólogo protestante e arqueólogo, tem provocado polêmicas sobre suas afirmações mentirosas contra Igreja Católica. 
   O Dr. Rodrigo Silva, sendo um homem inteligente que é não deveria fazer tais afirmações porque é dotado de formação acadêmica. Porém, seus ataques e suas atribuições o fazem dentro do parâmetro protestante.
      O protestante olha a história da igreja a partir do século XVI, época em que Martinho Lutero se revelou contra a igreja. Também é característico de todo protestante acreditar que a Igreja Católica, o papado se iniciou no século IV a partir de Constantino, desprezando assim três séculos anteriores da história da Igreja. 
        O Dr. Rodrigo Silva nada mais é do que um simples repetidor, nada mais, de antigas acusações sem fundamento e bases históricas que trataremos de explicar a fim de desmascarar este senhor que como disse, é apenas mais um daqueles que usam de má fé e de argumentos falsos, sobre o pretexto de convencer as pessoas que o que ele fala está certo. Mas, não é assim. Para quem estuda e conhece os fatos históricos verá que não é verdade e que o único objetivo dessa pessoa é denegrir a Igreja Católica da mesma maneira como fez seus predecessores.           Dr. Rodrigo Silva é um adventista e como tal vende sua sardinha estragada em embalagem nova. Como sabemos a igreja adventista é uma das principais que inventaram muitas mentiras contra a Igreja Católica. E é dela que este senhor faz parte. 

Parece que este senhor ou não sabe ou não conhece a História da Igreja sobre o que está dizendo ou age por maldade tentando denegrir a imagem da Igreja Católica.

 Em entrevista o mesmo usa de frases mentirosas e totalmente desprovidas de qualquer fundamento histórico e aqui vamos esclarecer que a Igreja Católica foi sempre a primeira e, portanto, a mais antiga Igreja criada pelos Apóstolos Pedro e Paulo, seguida pelas demais Igrejas Orientais que seguem a mesma sucessão apostólica desde os primeiros séculos do cristianismo.

Para um católico bem preparado estas acusações são antigas e não há o que espantar vindo de um protestante; e partem daqueles que acusam a Igreja Católica de muitas coisas e não é nenhuma novidade, mas, para aqueles que estão chegando agora ou ainda não estão acostumados a ir atrás da verdade sob fontes seguras e verdadeiras é bom esclarecer e provar com bases sólidas que as acusações são falsas e de cunho maldoso com o fim de fazerem as pessoas desacreditarem na Igreja e se debandar para o lado deles.

A entrevistadora pergunta:

“A questão de Roma também é algo que ficou na minha cabeça; a gente vê na história como que os cristãos foram perseguidos, queimados, aquela loucura em Roma; como que Roma de repente se tornou a base do cristianismo? Porque foi escolhido lá onde o povo foi caçado, queimado...”

A resposta maldosa de Rodrigo Silva:

“Tudo isso aconteceu pela suposta conversão de um homem chamado Constantino. No ano 313 (Séc. IV) depois de Cristo, Constantino; ele estava lutando pelo poder em Roma. Roma tinha ficado muito grande e tinha perdido um pouco da força ali. Aí tinha um imperador que chamava Diocleciano que acabou se aposentando, o único que se aposentou  e na briga pelo poder Constantino foi eleito imperador e ele sabia que os cristãos na época era uma força muito grande ...” 

Em resposta à pergunta foi que Roma vai se tornar o centro do cristianismo ocidental, (o catolicismo), por causa de Constantino. Uma resposta totalmente desprovida de verdade histórica. Eu me pergunto: aonde foi que este senhor estudou e tirou seu diploma de doutor? Certamente se ele aprendeu isso em alguma faculdade devemos passar bem longe dela. Porque nem mesmo a história dele por si só não se sustenta. 

A pergunta da entrevistadora foi razoável para quem sabe que os cristãos foram perseguidos quer entender como Roma se tornou a base ocidental da Fé cristã. Mas, vale lembrar que os cristãos não só foram perseguidos em Roma. Eles foram perseguidos em todo o Império Romano no Oriente e no Ocidente por imperadores romanos diferentes, não só Constantino, porém, no Ocidente a perseguição foi mais intensa.  

Ora, Constantino nasceu no final do Século III e se tornou imperador por volta de 305; é graças a ele segundo Rodrigo Silva que a cidade de Roma terá uma importância tão grande para o cristianismo. Então, vejam só! Se é colocada uma questão para ele porque a cidade Roma se tornou tão importante, a resposta dele sempre será Constantino. Mas, quando faz uma afirmação deste tipo é de se esperar que antes de Constantino essa importância da cidade de Roma não existisse. Porque se foi feita essa pergunta para ele e ele responde “com Constantino” significa que antes de Constantino não há indícios de que Roma tivesse importância especial para o cristianismo.

Cem anos antes de Constantino nascer nós encontramos várias provas de que Roma já era uma cidade dotada de uma particular importância para o cristianismo no meio das perseguições. É o que lemos no Livro III – Contra as Heresias, de Santo Irineu de Lion, bispo de Lion na Gália, atual França. Ele foi discípulo de São Policarpo de Esmirna, que foi discípulo de São João Evangelista apóstolo de Cristo. 

Assim disse S. Irineu disse a respeito de Roma:

“Mateus publicou na língua dele os escritos do Evangelho enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja”. (...) “A Igreja de Roma é a maior e a mais antiga fundada e constituída pelos dois gloriosíssimos Apóstolos Pedro e Paulo, com efeito deve necessariamente estar de acordo com ela, por causa de sua origem mais excelente toda Igreja”.

Ou seja, todas demais Igrejas devem estar de acordo (em comunhão) com a Igreja de Roma. Isto é, os fiéis de todos os lugares porque nela sempre foi conservada de maneira especial tradição que deriva dos Apóstolos. 

Mais adiante ele diz: “Os Bem-Aventurados Apóstolos que edificaram a Igreja transmitiram ao governo episcopal a Lino, (o Lino que Paulo lembra na Carta a Timóteo), Lino teve como sucessor Anacleto, depois dele em terceiro lugar, Clemente, Clemente, a este sucedeu Evaristo, depois Alexandre, depois Sixto, Telésforo, depois Iginio, depois Pio, depois Aniceto, Aniceto sucedeu Sotero e presentemente Eleutério em 12º lugar detém o pontificado e hoje, o pontificado está com o Papa Francisco. Com essa sucessão chegou até nós a tradição apostólica e pregação da verdade. Essa é a demonstração mais bela de que uma só é a fé vivificante que foi conservada transmitida na Igreja desde Pedro e Paulo até agora.

O que Constantino tem a ver com isso? Isso foi escrito um século antes de Constantino. Constantino não teve e não tem nada a ver com a solidificação da Igreja em Roma porque como provado em documentos da Patrística, a Igreja Católica já existia muito antes em Roma, desde o princípio. Tanto é que Santo Irineu listou com clareza a sucessão dos primeiros Papas que sucederam S. Pedro. E nós podemos procurar várias outras fontes e citações que mostram a Igreja de Roma é especial porque aquela Igreja foi fundada por Pedro e Paulo.

Dionísio de Corinto no Séc. II disse: “Tendo ambos vindo a Corinto os dois Apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na Doutrina do Evangelho a seguir indo para a Itália nos transmitiram os mesmos ensina mentos e por fim sofreram o martírio simultaneamente”.

Tertuliano na virada do Século II para o Séc. III escreve: “A Igreja foi construída Sobre Pedro. A Igreja dos Romanos demonstra instrumentos públicos e provas que Clemente (IV Papa) foi Ordenado por S. Pedro. Feliz Igreja, na qual os Apóstolos verteram o seu sangue por sua doutrina integral, onde a paixão de Pedro se fez com a Paixão do Senhor. Nero foi o primeiro a banhar no sangue do *berço da Fé*. Pedro então segundo a promessa de Cristo foi por outrem cingido quando o suspenderam na cruz”. (É aquela profecia que Cristo faz e que está no final no final do Evangelho de São João – Jo21, 15-19. Quem é o berço da fé segundo Tertuliano? É Roma.

São Cipriano de Cartago (Séc. III) escreveu: “Sobre um só foi construída a Igreja. Pedro, a cátedra de Roma é a cátedra de Pedro. A Igreja principal de onde se origina a unidade do sacerdócio”.

Poderíamos procurar várias citações, várias provas, não apenas que a Igreja de Roma era conhecida como especial, mas, também que o bispo de Roma, o Papa. Título esse que era dado aos demais bispos, mas, que depois passou a ser aplicado somente ao bispo de Roma. Provas desde o século I com S. Clemente I do reconhecimento da importância especial da Igreja de Roma, do bispo de Roma.

Então como vemos, Rodrigo Silva começa a responder de maneira totalmente equivocada e sem nenhum fundamento a pergunta que lhe foi colocada. Não é por causa de Constantino que a Igreja de Roma é a mais importante, mas é por causa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo que lá estiveram e lá fundaram desde o primeiro século a Igreja Católica.

Outra falácia de Rodrigo Silva é dizer que Constantino se beneficiou com a Igreja de Roma. Disse ele: “Há uma frase de Tertuliano de que o sangue dos cristãos é como semente, quanto mais mata, mais cristãos surgem”. “Então Constantino no ano 313, ele teve uma estratégia política; ele estava passando a ponte do rio Nívea com os soldados que veio para lutar contra Maxcentius ou Maxcêncio pelo poder, aí Constantino caiu do cavalo e disse estou tento uma visão”. “Nesta época o império romano adorava o deus Mitras, principalmente os soldados, que é o deus sol e todo o exército ficou sim, que ele teve a visão do deus Mitras, o sol apareceu para ele falou para os soldados Mitras vai nos dar o poder, o deus sol. Só que de maneira muito engenhosa Constantino disse que Jesus apareceu para ele no sol e que Jesus é o próprio Mitras e que ele viu no sol uma frase em latim a frase “in hoc signo vinces”. – Que quer dizer, “sobre esse símbolo vencerás!” Ele viu uma cruz (que não é verdade) no sol. Então ele fez uma simbiose, uma mistura, um sincretismo entre cristianismo e Mitraismo. Ele deu liberdade de culto aos cristãos...”  Disse bem, deu liberdade de culto, mas, não criou nem estabeleceu o catolicismo como religião do Império.

E o exército era em sua maioria da religião de Mitras. Fica a pergunta. Porque afirmar que se converteu ao cristianismo e que Jesus é Mitras? Não faz sentido o que ele está afirmando. Na verdade, são uma série de colocações de orações tão desprovidas de sentido como que jogadas sem encadeamento lógico que fica até difícil de responder. Em primeiro lugar é isso. Se o exército no qual ele se apoiava era seguidor de Mitras porque ele dizer que Jesus no sol (o que é mentira porque a visão de Constantino não foi isso) e dizer que Jesus era o deus sol, Mitras; mas, porque ele não disse logo que viu Mitras?

Afinal, que sinal Constantino viu no céu?

Constantino vê no céu, ao pôr-do-sol de 27 de outubro, as letras X (chi) e P (ro) do alfabeto grego (pronunciadas respectivamente “Ch” e “R”; trata-se das iniciais do nome de Cristo, “Christós“). 

Foi esse o verdadeiro sinal e não uma cruz como disse Rodrigo Silva ou como afirmam alguns. Junto com elas, a seguinte inscrição em latim: “In hoc signo vinces” (“Com este sinal vencerás!”). Constantino mandou gravar o símbolo nos escudos dos soldados e, ao dia seguinte, dia da batalha, derrotou Maxêncio e se tornou o único imperador no Ocidente

O símbolo, de caractere , é formado pela sobreposição das duas primeiras letras (iniciais) chi e rho (ΧΡ) da palavra grega "ΧΡΙΣΤΟΣ" (que quer dizer Cristo) de tal modo a produzir o monograma

 A questão toda que ele coloca aí é: A ideia que converter ao cristianismo era favorável e traria um favorecimento político a Constantino. Isso é tão absurdo e tão desenraizado da realidade histórica que existe um historiador Ferdinand Lot, escritor Medievalista, em seu livro a ‘O Fim do mundo Antigo e o início da Idade Média’. Ele faz uma reflexão a respeito disso, porque essa questão de que Constantino teria se convertido por razões políticas e que é uma das principais alegações protestantes e de historiadores modernos que não tem religião, para negar a conversão de Constantino é justamente dizer que ele teria sido movido por um interesse político, tornando-o um político do renascimento, uma espécie de “Napoleão” que finge ser católico para agradar ao Papa, enfim, algo que não tem nada a ver com o tempo de Constantino e com a pessoa de Constantino. Que todos os historiadores sérios dizem que era um homem extremamente atento à realidades espirituais com todos seus problemas, com o que ele julgava ser a verdade, (há de se lembrar que a mãe de Constantino Helena a muito tempo  já era cristã, e isso também contribuiu para a sua conversão), e que não ia adotar uma atitude religiosa por interesses políticos. 

Mas, vamos supor que ele tenha tomado essa decisão conforme diz Rodrigo Silva por razões políticas. Haveria razões políticas para ele se tornar cristão? Ferdinand Lot diz em seu livro: “Pretender que Constantino aderiu ao cristianismo por questões políticas equivale a crer que teria interesse em fazê-lo”, mas, qual interesse? Ou seja, o quê? Tornando-se cristão traria o quê para Constantino? 

Um soberano como Henrique IV (1589-1610), que era herdeiro do trono francês e era Calvinista totalmente incapaz de levar os seus súditos a aderirem sua fé, pois, este na sua grande maioria professava uma doutrina diferente da dele, no caso, ele era protestante, mas, a maioria dos seus súditos era católica, pôde julgar necessário abandonar seus sentimentos pessoais realizar a unidade da crença considerada como indispensável ao bom funcionamento da sociedade. No caso o Henrique IV se converteu ao catolicismo para se tornar rei da França em 1589. Nesse caso, se fosse para adquirir o poder Constantino mesmo se tivesse sido um cristão convicto deveria ter-se feito pagão e não cristão já que a maioria de seu povo era pagão.

A respeito de sua prodigiosa força de propagação durante os três primeiros séculos o cristianismo estava longe de conquistar a maioria dos habitantes do mundo romano. As únicas regiões do início do século IV poderia englobar cerca de metade da população são: a Ásia Menor, atual Turquia, uma parte da Trácia, Chipre e Edessa. Exercia ainda uma notável influência nas classes dirigentes em Antioquia, na Selecíria, em Alexandria, incluindo o Egito e Atebaida, em Roma onde havia cerca de 30.000 cristãos, ou seja, um décimo da população, na Baixa Itália, algumas partes da Alta Itália, na África Proconsular e na Numídia, e ainda algumas parcelas da Tessália, em partes da Macedônia e algumas na costa meridional da Gália. Ou seja, essa era algumas regiões que o cristianismo tinha alguma força. Mas, estava muito pouco espalhado na Palestina onde o judaísmo voltara a impor-se, na Fenícia, na Arábia Romana, interior da Acaia, da Macedônia, da Tessalia, da Eber, da Dardânia, da Dalmácia, da Mésia, da Panônia, na Itália do Norte, na Mauritânia e Tripolitania. E era quase inexistente nas costas do Mar Negro, na parte Ocidental da Alta Itália, na Gália Central e Setentrional, na Bélgica, na Germânia, na Rétia e na Bretanha. 

Ou seja, apesar do cristianismo já ter alcançado no começo do século IV todo o Império Romano, na maior parte dele era extremamente minoritário. Assim, os países onde nasceu Constantino e onde seu próprio pai reinou até 312, no caso parte Ocidental do Império Romano, inclui-se os menos cristãos do Império. É paradoxal que o Imperador Constantino, um Ocidental tenha imposto uma que só viera difundir-se na parte oriental do Império. Se houve um Imperador que tivesse algum interesse em abraçar o cristianismo tal foi o caso de Galerius (Galério), e Maximinius Daia que era, no tempo de Constantino Imperadores do Oriente. Os quais foram seus piores inimigos e os maiores perseguidores do cristianismo. Mas, para o soberano reinante no Ocidente, Constantino aliar-se ao cristianismo representava um perfeito absurdo político, mas, era mesmo perigoso, já que o exército, a única força real do Estado Romano era todo ele pagão. Sendo principalmente dedicado ao culto do sol e seria por muito tempo.

Visto que temos constatado que Constantino tinha tudo a perder e aparentemente nada a ganhar ao abraçar o cristianismo, só nos resta uma conclusão possível a que cedeu a um impulso súbito de ordem patológica divina à escolha, jogou a sua sorte ao apostar no Deus dos cristãos. Os espíritos sentiam perturbados pelo trágico destino de todo aqueles que tinham perseguido os cristãos. 

O próprio Galério seu mais feroz adversário acabava de reconhecer-se culpado e implorava as suas vítimas para que rezasse por ele, no caso, Galério antes de morrer editou um Édito de tolerância e colocava fim à perseguição. 

Em Roma Maxcêncio que dispunha de um exército bem mais numeroso fizera encantações a todas as potências divinas e infernais do mundo pagão conhecidas e desconhecidas inflamando a imaginação com suas práticas mágicas. A Constantino só lhes restava tentar a sorte apelando para o novo Deus, o Deus dos cristãos.  

Aí ele pergunta: “Mas, ter-se-á realmente convertido?” Se entender por conversão uma reformulação moral e interna a resposta será sem dúvida negativa. Mas, não se trata disso, trata-se de saber se o imperador após sua vitória sobre Maxcêncio deu mostras oficiais de sua adesão a nova Fé. Tais mostras são inegáveis aí ele (Ferdinando Lot) lista em seguida as provas de que ele teria mesmo aderido ao cristianismo.

Então, equivocadamente afirma Rodrigo Silva e todos os historiadores modernos. Não havia para Constantino interesses políticos em converter ao cristianismo, interesses militares muito menos. Ele tinha tudo a perder, foi uma grande aposta política que deu certo, mas, não, Constantino não foi movido por interesses políticos ao abraçar o cristianismo.

Diz Rodrigo Silva que “Constantino deu liberdade de culto aos cristãos, proibiu as perseguições aos cristãos, e elevou o cristianismo a religião estatal” – sobre isso já foi respondido mas, reforçando que Constantino deu sim liberdade de culto aos cristãos e proibiu a perseguição dentro do Império Romano Ocidental, mas, não foi ele que estabeleceu o cristianismo como religião oficial do Império, mas, o Imperador Teodósio 43 anos depois da morte de Constantino com o Edito de Milão em 06/313; - O Acordo de Milão garantiu a liberdade religiosa aos cristãos do Império Romano. 

Os governantes romanos Constantino I, imperador do Ocidente, e Licínio, imperador do Oriente concordaram com a liberdade de crença para toda população do império, incluindo os cristãos. Devolvendo, inclusive os locais de culto aos cristãos, incluindo até os que já haviam sido vendidos. Porém como já vimos antes da emissão do Édito de Milão, Galério ou Galério, em 30 de abril de 311, promulgou o Édito de Tolerância, também chamado de "Decreto da Indulgência", no qual, buscando harmonia política, reconhece o cristianismo e dá fim à perseguição anticristã. Mas, somente em 380 com o Edito de Tessalônica tornou-se então o Catolicismo a religião oficial do Império Romano,  também conhecido como Cunctos Populos ou De Fide Catolica foi decretado pelo imperador romano Teodósio I (a 27 de fevereiro de 380 d.C), elo qual estabeleceu que o cristianismo tornar-se-ia, exclusivamente, a religião de estado, no Império Romano abolindo todas as práticas politeístas dentro do império e fechando templos pagãos.

Portanto, é um absurdo a afirmação de Rodrigo Silva que busca senão desvirtuar o contexto histórico sem fundamento algum, (e ele como doutor sabe que mente descaradamente), ao afirmar tais coisas que não condiz com a realidade e com os documentos históricos. 

É de uma irresponsabilidade sem tamanho. Uma pessoa, por mais que tenha todos os títulos de doutorado que se propõe a isso em dizer que Constantino tornou o cristianismo religião oficial do Império Romano, essa pessoa é desprovida de qualquer credibilidade.

Segundo Rodrigo Silva, Constantino pegou as basílicas, que eram templos pagãos de Roma e transformou essas basílicas em templos cristãos.

Um grande absurdo para uma pessoa que se diz doutor, e arqueólogo. As basílicas romanas, antes, eram locais de reunião pública. Utilizadas para o comércio, para os julgamentos, para as grandes assembleias e discussões públicas não eram templos.

Continua Rodrigo Silva... “Quem já foi para a Itália já deve ter visto muito dessas basílicas lá, tem um panteão lá dessa época que você vê que é uma coisa estrondosa. Nos nichos que tinham os deuses pagãos ele tirou e colocou imagens de santos”. “Constantino começo a mudança e a Igreja cristã que até então era Apostólica, agora se tornou Apostólica Romana.”

Talvez ele não sabe que o Panteão se tornou igreja somente em 609; (Em 609, o imperador bizantino Focas ( r. 602–610) deu o edifício ao papa Bonifácio IV ( r. 608–615), que a converteu em uma igreja cristã e consagrou-a a "Santa Maria e os Mártires" em 13 de maio de 609.) 

E não há mal nenhum em reutilizar algo que antes era do mal em favor do bem. Pois, se fosse assim os cultos evangélicos também não poderiam acontecer em salões de festa, em clubes e estádios de futebol. Ou mesmo em locais onde antes eram usados com outros fins. No entanto, os evangélicos alugam prédios que já foram até bares e boates e transforma-os em igrejas.

Também é mentirosa essa afirmação de que foi a partir de Constantino que a Igreja se tornou Apostólica e Romana. Quando nós sabemos pelos escritos dos documentos  que muito antes de Constantino nascer ela já existia em Roma, e o nome Romana só veio a ser acrescido depois para distinguir a Igreja cristã de Roma das demais. Porque a Igreja de Roma é a mais antiga e uma das várias Igrejas Católicas que existem até hoje. 

Não tem nada a ver com Constantino. Igreja, porque é fundada por Jesus Cristo, Católica, porque é uma só em todo mundo. Uma só fé, uma só Igreja, um só batismo. Apostólica porque descende dos Apóstolos Pedro e Paulo, e Romana porque sua Sede oficial está em Roma.  A Igreja de Roma é a mãe de todas as outras Igrejas. Tendo à sua frente o bispo de Roma que também é o Papa.

Um outro ponto que é preciso considerar é que a conversão de Constantino não favoreceu a importância, a cristalização da primazia da Sé Romana, mas, conspirava contra. Não é preciso ser um grande conhecedor de história para entender. Para isso, basta conhecer os fatos. Alguns dos fatos mais fundamentais e fazer breves raciocínios.

Constantino tirou a capital do Império Romano de Roma. Ele não gostava de Roma que trazia para ele lembranças negativas. Roma lembrava crimes que ele lá cometera. Em 324 Constantino resolveu construir uma nova capital que é Constantinopla que foi inaugurada em 330. Levando para lá todos os órgãos de estado tornando aquela capital a capital do Império Romano. Abandonou Roma e nunca mais voltou. Quando ele morreu o império foi dividido entre seus 3 filhos, mas depois foi reunificado pelo seu segundo filho e sucessor Constâncio II, que foi a Roma uma vez por volta de 356. 

Roma foi abandonada pelos imperadores. Se Constantino tivesse interesse em tornar alguma cidade como a capital da Igreja não Roma, mas, Constantinopla. E mesmo quando o Império Romano foi dividido em dois e o Império Romano Oriental seguiu seu caminho e o Império Romano Ocidental voltou a ter um imperador no Ocidente, os imperadores não viveriam em Roma, mas, no norte da Itália, em Milão, em Pávia, em Ravena.

Ainda, segundo Rodrigo Silva, uma das mudanças de Constantino foi o calendário romano. Diz ele: “O calendário foi mudado na época de Júlio Cesar, depois na época do Papa Gregório, a gente fala do calendário juliano e do calendário gregoriano e nessas mudanças que Roma fez tanto na fase imperial como na fase cristã, a gente percebe uma coisa: Nós estamos em que ano agora? (resposta) novembro... mas, é o mês 11. Outubro lembra que número? (resposta) Oito, mas é o mês 10. Dezembro lembra que número? (resposta) 10. Mas é o mês 12. Quem mudou tudo isso? Diz ele, Roma."

Em relação a mudança do calendário, ele fala que Roma modificou o calendário. O que ele não sabe é que Roma fez o calendário, os meses que ele fala em seguida, Roma fez. Mas, aí a gente entende porque ele faz tal afirmação. Porque ele quer justificar (sem nenhum fundamento) uma profecia do Antigo Testamento correspondente a modificação de calendário. Aí, ele pega o calendário juliano que é um calendário pré-cristão, coloca no bojo dessas mudanças do calendário feitas por Roma para justificar uma suposta mudança de calendário que seria a realização da profecia do Antigo Testamento. 

Ele menciona até mesmo a modificação do calendário feito pelo Papa Gregório XIII (denominado de “calendário gregoriano” por causa desse Papa) em 1582 doze séculos depois de Constantino, ou seja, esse argumento dele é chamado de “falácia de conclusão irrelevante”. 

A mudança de calendário do século XVI como uma decorrência imediata do que aconteceu no século IV, para ele demonstrar que o que foi feito a partir de Constantino era uma realização de uma profecia do Antigo Testamento.

 Roma não mudou o calendário Roma fez esses calendários antes de Cristo. E depois o Papa Gregório XIII para fazer uma correção porque se concluiu de acordo com os cálculos astronômicos que estava equivocado, mas essa mudança foi feita na correção dos dias do ano e não nos meses. Os meses sempre foram romanos e continuam assim.

Rodrigo Silva continua seus ataques dizendo que Constantino mudou também as leis de Deus. Diz ele: “Eu convido todo mundo que está em casa a fazer um exercício, no Google você acha isso. Procure em qualquer Bíblia seja de editora católica, ortodoxa ou protestante Êxodo capítulo 20, os dez Mandamentos. E leia como os dez Mandamentos estão em qualquer Bíblia. Depois que você ler os dez Mandamentos como estão na Bíblia, procure o catecismo da Igreja Católica e veja como os dez Mandamentos estão no catecismo. No Catecismo está assim: Amar a Deus sobre todas as coisas, não tomar o seu santo nome em vão, guardar domingos e festas , honrar pai e mãe, não pecar contra a castidade. Mudaram os Mandamentos.” Para ele quem mudou os Mandamentos? ... Roma. Porque tudo se deu a partir de Constantino uma deformação, etc. porque estava profetizado no Antigo Testamento.

Falta de conhecimento deste senhor que não sabe que as primeiras modificações da estrutura dos Mandamentos já remontavam aos Rabinos. Nós encontramos Filon de Alexandria que foi um grande pensador judeu do século I, fazendo uma simplificação da ordem dos Mandamentos, diferente do que está estruturado no Antigo Testamento. A Igreja católica se quisesse mexer na estruturação dos 10 Mandamentos teria o feito na própria Bíblia. Mas, não. A Bíblia católica está do mesmo jeito que uma bíblia protestante ou na Torah judaica. Os 10 Mandamentos tal como estão no Catecismo não altera a fórmula original como está no Antigo Testamento, apenas o simplifica e reformula à linguagem da Igreja. 

A estrutura atual apresentada pelo Catecismo da Igreja Católica dos 10 Mandamentos remete à Santo Agostinho. Ela é obra principalmente de Santo Agostinho. Mas, nós precisamos considerar três coisas: 

1) Santo Agostinho, não foi Roma. Ele era um bispo de fato da civilização romana pós Constantino, mas, cuja autoridade era reconhecida universalmente pela Igreja por causa da sua grande sabedoria e seu vasto conhecimento e que fez esta estruturação que nós conhecemos. Mas, no final das contas, nem foi Santo Agostinho. A divisão que nós encontramos dos Mandamentos nós já encontramos na Igreja no século II e III na obra de Teófilo de Antioquia (Séc. II) e na de Clemente de Alexandria (Séc. III) e na virada do século IV para o Século V na África com Santo Agostinho. Ou seja, nós encontramos fontes pré- Constantino que servem de base para futura estruturação de Santo Agostinho.

Ou seja, é sempre isso. Eles vão apontar alguma coisa que teria sido uma inovação pós-Constantino e nós encontramos um paralelo, um prelúdio pré-Constantino. 

Qual que é a única tentativa coerente dessas pessoas a final das contas? É retornar ao infinito até Cristo e dos Apóstolos para frente é tudo corrupção. Porque tudo que eles atribuem de essencial, claro, após Constantino as raízes já estão lá na igreja pré-constantiniana. 

2) Lutero e Calvino também fizeram as suas subdivisões próprias dos Mandamentos. 

3) Ele falou "vá em qualquer bíblia, procure na internet...", o que este senhor não sabe, ou se esqueceu que ele nasceu já no tempo da imprensa. Hoje, a Bíblia é acessível a todo mundo. No entanto, na época de Santo Agostinho não era assim. O livro não era acessível a qualquer um. Além de caro, eram rolos e mais rolos de pergaminhos. 

A Escritura era copilada à mão e foi graças aos monges copistas católicos que a Bíblia se espalhou. A simplificação que Santo Agostinho faz baseado na tradição da Igreja pré-Constantino visava facilitar às pessoas que não tinham acesso ao texto bíblico por questões práticas a decorarem, e mais, os Mandamentos tais como estão no Catecismo da Igreja que se alicerça nessa divisão feita por Santo Agostinho, ela visa atender às correções que Jesus fez no Novo Testamento. Por exemplo: “Está escrito não cometerás adultério! Eu, porém, vos digo: Quem olhar para uma mulher e a cobiçar já terá cometido adultério em seu coração”. Não cometerás adultério é o mesmo que não pecar contra a castidade que é o pecado de adultério.

“Não matarás!,  Não adulterarás!,  Não darás falso testemunho!, Honra teu pai e tua mãe!,  Ame ao próximo como a si mesmo!”. (Mt19, 16-19) Veja aqui um clássico exemplo que nem Jesus usa citar os 10 mandamentos como está em Êxodo20. 

 “Eu vos dou um novo Mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos tenho amado!” (Jo13, 34) - o Novo Mandamento de Jesus. Ele não acrescentou mais um nos 10 e fez 11 Mandamentos. Ele deu um Novo Mandamento, o Mandamento da Nova Aliança é o "Amor". Parece simples, mas, ele pede que amemos uns aos outros como o mesmo amor que ele amou e nos ama. AMAR COM O AMOR DE DEUS.

 E aí, tem sentido o que Rodrigo Silva afirma? Claro que não.

 "O amor não faz o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da Lei." Rm13, 10 então, não importa se observamos os Mandamentos tal como está no AT. em Êx.20 ou como está no Catecismo importa que cumpramos o Mandamento de Jesus. AMAR COMO JESUS AMOU! Se conseguirmos isso estamos cumprindo toda a Lei. 

Jesus Cristo, segundo os evangelhos, também não mencionou os 10 Mandamentos da mesma forma que está em Êxodo 20. Pelo contrário, Jesus até os simplificou em dois, amar a Deus e ao próximo. Visto que os nove Mandamentos da Lei de Deus se resumem nestes dois. Quanto à substituição da guarda do sábado pelo domingo e festas de guarda como está estabelecido no Catecismo da Igreja Católica se deve ao fato de que os cristãos desde o início não guardavam mais o sábado como dia do Senhor, mas, o domingo. A guarda do sábado está ligada ao dia da criação e à Páscoa judaica na Antiga Aliança. A guarda do domingo está ligada à Páscoa de Jesus, à sua ressurreição conforme está descrito nos Atos dos Apóstolos. Jesus ressuscitou no domingo, apareceu ressuscitado no domingo, a Eucaristia, também chamada de “fração do pão” e as orações era feita pelos primeiros cristãos no domingo. E aí Rodrigo Silva diz que foi Constantino, que mudou o calendário e a guarda do sábado e a parte que fala não terás outros deuses diante de mim.

Santo Inácio de Antioquia que foi discípulo de São João em sua carta a Magnesius (107 d.C), portanto, bem antes de Constantino, ele combatendo as heresias judaizantes disse: “Nós que antes guardávamos o sábado agora não mais o guardamos, mas, guardamos o dia em que o Senhor ressuscitou, o domingo”. Isso não é no tempo de Constantino. Duzentos anos antes já fora dito sobre a guarda do domingo. Isso só demonstra que não há que se levar em conta por questões históricas de Rodrigo Silva a sério.

Os adventistas (que é o caso de Rodrigo Silva) e as outras denominações sabatistas que atacam a Igreja Católica o fazem ou por falta de conhecimento por maldade. Das duas uma ou ele mente, ou ele sabe e age com desonestidade, ou ele não sabe e vende-se como alguém que sabe.

O que este senhor diz em suas entrevistas muitas vezes de forma maldosa e inescrupulosa, visto que se trata de um doutor em arqueologia, teologia protestante e em patrística não poderia agir senão, com segundos interesses pelos quais é denegrir a Igreja Católica com suas falsas afirmações. O cristão que busca na arqueologia razões para provar sua fé, age como fez o apóstolo Tomé que não acreditou na ressurreição de Jesus e precisou por a mão nas feridas do Ressuscitado para crer.

É lamentável quando vemos pessoas desse naipe mentindo com falsas afirmações a respeito das verdades históricas, não por falta de conhecimento, mas por querer dar crédito à sua denominação.

A Igreja Católica, porém, ao longo de mais de 2000 anos sempre manteve a mesma fé e a mesma doutrina dos Apóstolos. Mesmo nos tempos mais sombrios em que a Igreja passou e mesmo agora com tantas pessoas de dentro ou de fora tentando derrubá-la ela está confiante na promessa de Cristo “as portas do inferno não prevalecerão contra ela!”


Fonte:

Das explicações do Prof.  Lucas Lancaster, História da Igreja. 

  

     

 

 

 

 

 

    

 

 

  

 

 

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