sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

REFUTANDO AS ACUSAÇÕES DE UM PASTOR PROTESTANTE SOBRE A VIRGEM MARIA. A sua Virgindade Perpétua, Sua Assunção, Sua Imaculada conceição. Maria teve ou não mais Filhos com José?

 

Caros irmãos em Cristo, paz e bem. 

Vi uma postagem de um vídeo no Facebook, do pastor Cláudio Duarte.

Esse é o mesmo pastor protestante que em uma de suas entrevistas disse ter inspirado nas pregações saudoso Padre Léo da Canção Nova. 

Só ficou na inspiração porque se tivesse mesmo tomado o exemplo do saudoso Padre Léo jamais poderia dizer tanta bobagem; na verdade se tornou a "cinderela às avessas". E muitos católicos ao escutar e ver suas pregações acham que ele está dizendo maravilhas. Inclusive, as palavras que ele diz ao elogiar Maria em alguns aspectos não tira dele o sentimento protestante de logo depois concluir que ele está certo e que nós católicos estamos errados porque para ele ou qualquer protestante Nossa Senhora continua sendo uma mulher qualquer. É como aquela mãe que na recusa do filho por aceitar a chupeta coloca mel ou açúcar para induzir e fazer o bebê aceitar. 

Essa atitude também foi usada por satanás quando tentou Jesus. Satanás não usou suas palavras para tentar Jesus. Satanás usou de má fé a Sagrada Escritura citando os Salmos. Assim os falsos profetas, os falsos pastores também tentam convencer as pessoas iludindo-as e persuadindo-as com frases e versículos paralelos da Escritura. Os menos entendidos, os que não procuram estudar ou beber da fonte segura que a Igreja oferece, inclusive pelo Catecismo são os que mais caem na lábia desses falsos mestres. 

"Pois virá o tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, segundo os seus próprios desejos, como quem sentindo um comichão nos ouvidos, se rodearão de mestres. Desviarão os ouvidos da verdade , orientando-se por fábulas". (2Timóteo 4, 3-4).

Esse pastor tem arrastado muitas pessoas para ouvir e ver suas pregações das quais muitas contém heresias, erros que para nós Católicos são erros teológicos graves e que a uma pessoa de pouco conhecimento é capaz de semear a dúvida e induzir à pessoa a um conhecimento que não está de acordo nem com a Sagrada Escritura, nem com a Sagrada Tradição e nem com o que a Igreja ensina. 

Aqui quero chamar atenção de vocês para estar atentos pois, nem tudo o que ouvimos e vemos por aí daqueles que se acham os “donos da verdade” e que procuram de certa forma influenciar as pessoas pelas redes sociais não estão muitas vezes preocupados com a verdade evangélica, mas, em, arrastar seguidores e conseguir fama a qualquer custo.

No vídeo ele fala não aceita que Nossa Senhora seja Mãe de Deus porque "como pode Maria ser mãe de alguém mais velho que ela?" (...)   

O que ele não sabe em que o que ele chama de "puxa daqui e puxa dali" é só do lado dele porque do nosso lado, da nossa parte nós CATÓLICOS entendemos bem e nunca desmerecemos a pessoa da Virgem Maria e a temos grande apreço e a veneramos como nossa Mãe, Mãe de Deus e da Igreja tal como assim nos tem ensinado os Apóstolos e os pais da Igreja desde os primeiros séculos. 

Nós a amamos e a veneramos como o ser mais puro precioso que Depois de Deus veio à terra. Ela foi escolhida por Deus, sonhada por Deus e contribuiu com seu sim generoso em favor de toda a humanidade para sua salvação. Ela caminhou com Jesus, foi a mulher do silêncio "meditava e guardava todas as coisas no seu coração" Lucas 2, 19. O que Jesus sofreu na carne ela sofreu em seu coração. Ela é chamada de a Corredentora, porque ela ajudou a Deus no seu plano de redenção, caminhando com Jesus desde o seu nascimento até a Cruz. Quis participar deste mistério cumprindo o seu fiat generoso dado a Deus. (Lucas 1, 38) - Chamamos de a "plena de graça" porque assim Deus a escolheu como a bendita entre todas as mulheres porque em nenhuma outra criatura há tamanha benevolência e conforme ela mesmo disse "o Senhor fez em mim granes coisas" Lucas 1, 49 - por causa dele "todas as gerações me chamarão de bem aventurada!" - Lucas 1, 48 (...) Se veneramos Nossa Senhora, se a temos como nossa mãe e intercessora não é por causa dela mas, por causa dEle, seu filho Jesus Cristo. Nenhuma outra mulher pode ser Mãe de Deus e nenhuma outra teve o privilégio de ter um Deus lhe chamando de mãe. 

Se o pastor acha tão errado e não compreende que Maria seja Mãe de de Deus deverá rasgar a sua Bíblia. Porque a mesma Escritura atesta que: Na árvore do Éden, a mulher, Eva, corrompeu toda a humanidade pela desobediência a morte e o pecado entrou na humanidade ao comer o fruto da árvore do bem e do mal e dando a Adão, seu esposo. Gêneses 3, 6-13. Por causa da desobediência de uma mulher perdemos a filiação de Deus. Por causa da desobediência de um homem Adão a humanidade caiu no pecado, por meio de um homem Jesus, pela sua obediência e sua morte na cruz, a humanidade foi salva. Na antiga criação Deus havia um homem e uma mulher, Adão e Eva. Na Nova Criação também há um homem e uma mulher Jesus e Maria - Jesus, o filho de Deus, chamado por São Paulo de o "novo Adão" salvou a humanidade por meio de um único e verdadeiro sacrifício. Maria chamada de a "nova Eva" pelo seu sim, pela sua obediência - Lc1, 38 - se tornando a serva obediente colaborou em tudo para a nossa salvação. Por isso lhe chamamos de Corredentora no sentido de que ela colaborou junto de seu filho e nosso Senhor Jesus Cristo para nossa salvação. Quem não entender isso não pode ser considerado cristão porque esta é a verdade contida na Sagrada Escritura.     

Na árvore da Cruz,  pela obediência de uma mulher, Maria, Jesus o Filho de Deus restaura-nos a condição de filhos e nos dá Maria por Mãe na figura de São João. (João 19, 25-27) ; E no início da Igreja estava Maria presente junto aos Apóstolos, (Atos 1, 12-14) no Cenáculo a espera do Espírito Santo.         

Por meio de Eva a perdição entrou no mundo; por meio de Maria a Salvação entrou no mundo. O que Eva fez desobedecendo, Maria fez obedecendo. São Paulo aplica as mesmas proporções a Jesus chamando-o de o "Novo Adão", para explicar que um um dia Adão pecou pela desobediência, Jesus salvou a todos pela obediência até a morte e morte de Cruz e por isso não há outro nome maior que não seja o nome de Jesus. (Filipenses 2,9) A teologia chama Maria de "Nova Eva", porque Cristo é o "Novo Adão". (1Coríntios 15, 45-57)

Claro, que isto é uma linguagem figurada. Maria não é reencarnação de Eva e nem Jesus é reencarnação de Adão. É para nos fazer entender que tipo de missão ela teve ao aceitar ser a Mãe de Cristo obediente colaborou com a obra de redenção da humanidade e por isso, se tornou corredentora, ou seja,  participante com Cristo no mistério da Salvação;  ela aponta para Cristo, como em Caná diz: "fazei tudo o que ele vos disser". (João 2, 5) Maria não atrai nossos olhares para si, mas ela nos aponta o caminho. Ela não ofusca a luz de Deus, pelo contrário, ela quer que essa luz brilhe cada vez mais em nós através de Jesus.            

Vou descrever a fala deste  pastor para que possamos entender e ver se isto está correto ou não de acordo com o que ensina a Igreja e a Sagrada Escritura: 

“Se tem uma coisa que odeio são as extremidades quando o assunto é Maria. Me perdoe os católicos aqui presentes e os protestantes também.”

“Porque pra mim são dois sem noção muitas vezes. O primeiro (os protestantes), porque quer dizer Maria não é ninguém: Ah Maria era uma mulher comum. Você é louco de dizer que Maria é qualquer uma? Maria foi a única mulher que pisou nessa terra e teve o privilégio de ouvir o Filho de Deus lhe chamar de mãe. Que história é essa? O anjo disse a ela: Salve, agraciada! O Senhor é contigo! Bendita és vós entre as mulheres”.

“Então estes protestantes ficam dizendo que Maria é qualquer uma vai ler a Bíblia meu filho!”

“Agora também os católicos. Maria não pode ser Mãe de Deus, gerou Jesus extraordinário não pecou quando se relacionou com José e não fez nenhum pecado. Porque ela não pode ser Mãe de Deus porque Deus é mais velho. Você só pode ser mãe de quem é mais novo. “DAANHHH”...

“Então é um puxando para um lado e outro, puxando para o outro. Maria pra mim foi a mulher mais importante que recebeu a melhor missão. A Moisés Deus entregou seu povo. A Davi Deus entregou seu reino. Aos profetas, sua palavra e a Maria e a José seu Filho.”

“Então lave sua boca antes de falar desse casal, se não sabe falar fica quieto; agora não bote no lugar também que não tá”...

Como lemos acima a fala do pastor, ele não está de todo errado. O que ele fala de Maria parece bonito, mas é um engodo; uma artimanha para causar boa impressão cativar a opinião das pessoas principalmente os católicos. Veja que quem agiu assim foi o diabo quando seduziu Eva a desobedecer a Deus usou de palavras de persuasão. O diabo é um lobo à espreita esperando a vítima. Ele age por sedução, mostra o mal como se fosse bom. Assim é a astúcia dos falsos profetas. Não sou eu que digo é o próprio Jesus que diz que "são lobos disfarçados de ovelhas". "Cuidado para que ninguém vos seduza!" (Mt, 24, 4) - "Não sigais  essa gente!"  (Lc21,8)    

Na postagem ele diz que os protestantes erram em dizer que Maria é uma mulher qualquer e que não é assim e que os protestantes devem agir, devem respeitar Maria, ler mais a Bíblia, etc. Até aí podemos concordar com ele. Mas qual é o propósito? Será que é mesmo com o propósito de fazer os protestantes enxergarem que estão agindo errado? 

Claro que não. O propósito deste senhor é acusar os cristãos católicos e dizer "olha vocês estão errados, Maria era especial mas, não era assim não, ela pecou, teve outros filhos, não é Mãe de Deus"... é uma acusação diferente, disfarçada de elogio, parece boa no início mas é maliciosa. É como se você entrasse no restaurante e pedisse ao garçom uma comida e ele trouxesse um macarrão ao molho, o macarrão está estragado, então o molho em cima está lindo, mas por baixo não é nada daquilo que você esperava, a comida vai para o lixo. Assim é a fala desse pastor nada mais que uma comida ruim, estragada apresentada com um belo molho por cima.        

Nós não podemos concordar, aceitar quando a Igreja é atacada em  pontos em que são contrários à nossa Fé, ao que a Igreja ensina e a Sagrada Escritura, pois,  aqui vamos esclarecer baseado na verdade e segundo nos ensina a Igreja por meio do Catecismo da Igreja Católica e da Sagrada Escritura: 

Maria é Mãe de Deus. Porque chamamos de Mãe de Deus?  

Quando o Pastor diz que nós católicos estamos errados porque dizemos e cremos e professamos que Maria é Mãe de Deus. Segundo ele estamos errados porque Maria não pode ser Mãe de alguém (Deus) que é velho.

A pergunta é: Onde e quando o pastor conseguiu contar a idade de Deus para saber se ele é velho ou novo? Então o Deus desse senhor não é o mesmo Deus das Escrituras porque o Deus das Escrituras é eterno não envelhece. O tempo, o calendário só existe para nós, as coisas criadas, não para Deus. Deus está além do nosso tempo. A Bíblia fala que Mil anos é para Deus como um dia. (2Pedro 3, 8) 

Quem é Deus? Deus é espírito, perfeitíssimo, eterno, criador do Céu e da terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis. Ele é nosso criador e nosso Senhor. Sendo eterno não tem princípio nem fim. Ou seja, para Deus não há contagem de tempo. O tempo só vale para a nossa realidade. A Bíblia quando vai explicar sobre a eternidade de Deus diz que "mil anos para Deus é como um dia e um dia para Deus é como mil anos". 

Quem é Jesus? Jesus é Deus; o Filho de Deus gerado não criado, é consubstancial ao Pai. Assim como o Pai é eterno. Ele é o alfa e o ômega. O princípio e o fim. Ou seja, Jesus e Deus Pai é a mesma pessoa. Assim,  professamos no Credo Niceno-Constantinopolitano: 

"Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, / de todas as coisas visíveis e invisíveis. / Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, / nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, / Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, / gerado, não criado, consubstancial ao Pai. / Por ele todas as coisas foram feitas. / E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus".

Se Jesus é Deus, se ele e o Pai é a mesma pessoa, se Jesus é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, se Jesus é nascido do Pai antes de todos os séculos; isto significa que Jesus já existia antes de ser encarnado. Depois se encarnou no ventre de Maria, então o que Maria é senão ser a Mãe de Deus? 

Deus não tem princípio nem fim, ele é eterno. Não há contagem de tempo no que se refere a Deus porque ele existe desde toda eternidade (a eternidade não é algo a ser medido) e diante disso, não há noção de espaço e tempo de Deus. Ele é o antes, o agora e o depois. Assim ele se apresentou a Moisés no Sinai, "Eu sou o que sou", ou "Aquele que é", JAVÉ OU YAWEH. 

Então, Deus não é velho, nem novo, nem criança, nem adulto. É por isso que muitos santos tiveram a visão de Jesus Menino. Da mesma forma agem os anjos. Deus se manifesta do jeito que ele quer e da maneira que ele quer. 

Nosso Senhor Jesus Cristo quando se encarnou, ele veio dentro de nosso tempo assumiu a natureza humana exceto no pecado, sofreu as nossas fraquezas e para nos salvar aceitou morrer na cruz por nós e, como é Deus no terceiro dia ressuscitou e pelo seu próprio poder subiu ao Céu. 

E é por isso professamos que  Ele desceu dos céus e se encarnou no ventre de Maria. Para isso Ele a preparou como uma vaso limpo, casto e puro, sem mancha sem rachaduras do pecado para que pudesse habitar. Aqui, dentro de nossa realidade como homem ele viveu 33 anos.  

Gálatas 4, 4-5; “Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, (ou seja o tempo de Deus), enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial.”

Veja, a Bíblia nos ensina que Jesus que é Deus veio a este mundo nascido de uma Mulher para que pudéssemos receber a adoção filial. Aqui está a chave da questão. Por meio de Jesus nós recebemos a adoção filial. Então, Jesus Cristo que é Deus, desce ao nosso meio para nos dar a adoção filial. Somos filhos de Deus pela graça; se Jesus que é Deus, é o filho de Maria automaticamente ela se torna nossa Mãe por meio desta mesma graça. Jesus o Filho Unigênito de Deus é nosso “irmão” também pela Graça. E como Jesus é Deus com o Pai e o Espírito Santo ele é eterno. Se é eterno não podemos dizer que Deus é velho ou novo. Aliás, Jesus quando estava neste mundo cumprindo sua missão era jovem. 

Veja que a heresia de alguém que se diz "pastor" mas, não tem um mínimo de raciocínio para entender quem é a pessoa Jesus e porque chamamos Maria de Mãe de Deus. 

Se a base da crença cristã é que Jesus é o Filho de Deus e, portanto, é Deus junto com o Pai e o Espírito Santo. Se os protestantes também professam esta mesma fé de que Jesus se encarnou por obra do Espírito Santo no seio da Virgem Maria conforme atesta a Sagrada Escritura, e se cremos sem dúvida que O Filho é consubstancial ao Pai e assim participam da mesma natureza divina; se cremos que Jesus é o alfa e o ômega, o princípio e o fim conforme Apocalipse 1, 8, como podemos negar que Maria seja Mãe de Deus? Então com todo respeito o pastor Cláudio Duarte, ou ele é ingênuo demais ou desconhece a toda a base da Teologia cristã para negar essa verdade tão explícita pela Sagrada Escritura. 

Maria é Mãe de Deus. A própria Sagrada Escritura esclarece. Jesus sendo Deus é eterno. Em Gênesis, quando Deus criou o mundo,  na passagem que fala da criação do homem o texto da criação aparece no plural. Por quê?

Deus disse: "Façamos o homem a nossa imagem e semelhança" - Gêneses 1, 26 - que se pode entender? Que ali no ato da criação estava presente a  a "Santíssima Trindade" - Deus Pai,  Filho e Espírito Santo. Já ali, no início a Sagrada Escritura indica-nos a presença de Deus Uno e Trino na Obra da criação. E quando Jesus se fez homem no seio de Maria essa mesma natureza divina estava presente. Jesus não se tornou Deus depois, não! ele já era Deus quando se encarnou. O mesmo Deus que criou todas as coisas. É por isso que chamamos Maria de Mãe de Deus. Ela gerou Jesus que a Sagrada Escritura vai dizer ele é o Emanuel que significa "Deus conosco" e Ele encarnando-se recebeu o DNA de Maria, o seu sangue contém o DNA de Maria. Jesus não tem o DNA de José, porque José era seu pai adotivo. Mas, o DNA de Maria sim. Não é nenhuma heresia dizer que o Sangue de Cristo é o mesmo sangue de Maria, como sabemos cientificamente que o filho carrega em seu sangue o DNA da mãe. A natureza humana de Jesus recebeu seu DNA. O sangue de Jesus derramado por nós é o mesmo de sua Mãe. E como a pessoa humana e a pessoa divina do Filho de Deus é uma só como cremos, não podemos negar essa verdade. 

E quando Ele ressuscitou e subiu ao Céu foi de corpo, alma e divindade. Conforme ele mesmo se apresentou diante dos Apóstolos: "Vede minhas as mãos e os meus pés, sou eu mesmo, um espírito não tem carne e nem ossos..." (Lucas 24, 39) Ora, se Jesus ressuscitado de carne e osso está no céu e se cremos que ele é Deus logo, a própria Bíblia atesta Maria é mãe de Deus. Porque ele quis assim, quis se encarnar, vir a esse mundo assumir a natureza humana e ao mesmo tempo sendo divino ter Maria por mãe conforme ele mesmo escolheu. As duas naturezas do Verbo não se separam. MARIA é mãe de Deus Filho. 

"Ele será grande e será chamado filho do Altíssimo". (Lc1, 32)            

Nós professamos que Jesus Cristo é Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Não só os cristãos católicos, mas, os outros cristãos inclusive os evangélicos professam essa mesma verdade. Se Jesus é Deus e ele nasceu de uma mulher (Maria), logo, Maria é mãe de Deus. Porque Maria gerou Jesus no todo, isto é, a pessoa divina e a pessoa humana de Jesus Cristo foi colocado no seu ventre santo. Não existe separação. Se dissermos que Maria só concebeu Jesus somente na estrutura humana, excluímos a divindade existente do Verbo Encarnado. Negando assim, a encarnação de Cristo e isso é uma heresia grave. Jesus se encarnou com o seu todo o humano e o todo divino. Por outro lado, como cremos, Maria gerou Jesus, Deus e homem ao mesmo tempo, logo, não é difícil compreender que ela é Mãe de Deus

Tanto católicos, quanto protestantes professam essa verdade "Jesus é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus!"  - note a falta de conhecimento teológico por parte de alguns que se dizem ser "pastores", mas, agem com preconceito ou ignorância no que se refere a esta verdade que é a base da fé cristã. 

Dizer que Maria é uma mulher qualquer e que ela não é a Mãe de Deus é o mesmo que subestimar a vontade e a sabedoria de Deus que assim o quis e fez desde o princípio. Negar esta verdade é ir contra a Sagrada Escritura. Porque não foi a Igreja quem inventou isso, é o que a Bíblia diz. E se um protestante, que diz que a Bíblia (pela sola Scriptura) é a única fonte de fé, negar esta verdade que nela está escrita não é cristão, é mentiroso e está enganando a si mesmo. 

O padre Juliano em uma laive disse: "Ainda sobre o título Mãe de Deus. Se Maria, como afirmam alguns não católicos fosse mãe só do lado humano, da dimensão ou natureza humana de Jesus nós teríamos uma aberração. Uma mulher que deu à luz uma natureza. Não, não! Mulheres dão à luz pessoas por isso ela é Mãe de Deus. Não tem como negar isso. Se Maria não fosse mãe de Deus, então quem morreu na cruz para nos salvar? Foi só o lado humano de Jesus, então foi um homem comum que morreu. O que a morte de Jesus traria de nós como redentor se ele não fosse Deus passando pela morte e redimindo a morte? Maria Mãe de Deus, essa doutrina é sobre Jesus e não sobre Maria". 

Aqui está a chave para entendermos sobre porque Maria é Mãe de Deus. Porque ela é Mãe de Jesus no todo. Jesus que é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Ao não crer ou afirmar essa verdade compromete a divindade do próprio Cristo. Pois, se crermos apenas que Maria é mãe apenas do lado humano negamos a divindade de Cristo. E se crermos apenas na divindade de Cristo sem crer no lado humano então negamos a Encarnação do próprio Deus. 

Se os protestantes que negam essa verdade dessem conta de que ao fazer isto destrói toda a raiz do cristianismo pois crer em Jesus significa crer na pessoa que ele é: verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. Ninguém pode considerar-se cristão sem crer nisto. E quando dizemos que Maria não pode ser mãe de Deus, dizemos também não crer na divindade de Jesus. Mas, se cremos que Jesus é Deus, o Filho de Deus nascido da virgem Maria temos que crer que Maria é Mãe de Deus. Não há como negar essa verdade. O pastor Claudio Duarte quando diz que Maria não pode ser Mãe de Deus  negligencia essa verdade e daí temos que perguntar se ele é realmente um cristão de verdade porque quem nega Maria Mãe de Deus nega a divindade de Jesus Cristo. 

Não se trata de endeusar Maria. Mas, de dar a ela o lugar que o próprio Deus lhe deu desde o princípio. Aos nossos olhos ela é uma criatura, aos olhos de Deus ela é muito mais do que isso. Tanto que foi escolhida por excelência. Maria é a única que foi salva por antecipação da graça divina pelos méritos de Jesus Cristo. Ela ocupa no Céu um grau de santidade maior que os demais não pelos seus privilégios, mas, pelo privilégio especial de Deus que a quis ter por mãe. Guarde isso. A Igreja reconhece o imenso valor e a graça por excelência que Deus Pai deu a ela e dá-lhe especial veneração. A este apreço em especial chamamos de hiperdulia

Diriam alguns: “Ah! Mas a Bíblia não diz que Maria é mãe de Deus”. Quem diz isso desconhece a Sagrada Escritura.  

Em primeiro lugar em Lucas 1,28 ela é chamada de agraciada pelo próprio anjo. Porque Deus estava com ela "bendita és tu entre as mulheres!" assim diz o anjo Gabriel. Mas, ela não se fez bendita por si só. É bendita porque Bendito é aquele que é o fruto do teu ventre, Jesus. É por causa de Jesus, é pela graça do Espírito Santo (Lucas 1, 35) que Maria é bendita entre todas as mulheres. É por causa de Jesus que ela é Mãe de Deus. (Lucas 1, 32) 

Depois da visita do anjo Gabriel, qual a primeira pessoa que chamou Maria de Mãe de Deus? Foi Santa Isabel, prima de Nossa Senhora.

Lucas 1, 36:38-45 – Depois que o anjo Gabriel anunciou a Encarnação ele disse: “Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice já está no sexto mês aquela que é tida por estéril” (...) Maria foi às pressas para a casa de Isabel e, chegando lá ao ouvir a saudação de Maria, seu filho João estremeceu de alegria no ventre de Isabel e ela cheia do Espírito Santo exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. De onde me vem esta honra de receber a mãe do meu Senhor? Pois logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Bem aventurada és tu que creste, pois hão de se cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas”.   

Os judeus não pronunciam o nome de Deus. Eles chamam a Deus de Senhor, (YHWH · Elohim · El · Adonai · Ehiyeh-Asher-Ehiyeh · HaShem · Yah · YHWH Tzevaot ...) não ousam pronunciar o nome de Deus para não pecar contra o 1º Mandamento. Santa Isabel chama Maria de “A Mãe do meu Senhor”, ou seja, a Mãe de Deus. Mas, quem na verdade fez esta afirmação foi o Deus Espírito Santo pela boca de Santa Isabel. Ele por meio das palavras de Isabel a chamou de Mãe.  

Veja, meus irmãos, que o pensamento protestante a respeito de Maria é limitado, pobre e preconceituoso. Muitos leem a bíblia e só tiram dela apenas lhes interessa. Versículos isolados sem contexto. Como o pastor Claudio Duarte bem disse “Maria deve ser respeitada, ela é isso, é aquilo...” Mas, quando se trata de reconhecer que ela realmente é a Mãe de Deus, (...) aí não, aí está errado porque se aceitar isso deixará de ser protestante. Aliás, protestante até certo ponto porque nem Martinho Lutero discordava dessa verdade contida na Sagrada Escritura. A treta de Martinho Lutero com a Igreja, para quem estuda a história da reforma protestante se deu em sua maior parte, não por causa de doutrina, mas, por causa política e divergências na forma de viver do clero. Depois, Lutero consolidou sua doutrina, mas, algumas verdades fundamentais da Fé ele as conservou.

Como disse, não endeusamos Nossa Senhora, mas, a tratamos com o respeito sublime que lhe é merecido sendo a qual Deus a tratou em primeiro lugar. Se alguém achar exagero a forma com que nós católicos veneramos Nossa Senhora, escandalizar-se-á da forma majoritária com que o próprio Deus a tratou desde o seio de Ana, sua mãe fazendo-a nascer imaculada e preservando-a da corrupção carnal antes, durante e depois do parto. Nela não há mancha, não há pecado porque Deus colocou nela a Graça por excelência. “Ave cheia graça o Senhor é contigo!” disse o anjo Gabriel – Lucas 1, 28.     

Para entender a Maternidade de Maria como “Mãe de Deus” temos que entender e deixar claro quem é a pessoa de Jesus.

O CIC - Catecismo da Igreja Católica nos ensina que: 

Nós cremos que Jesus Cristo é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus.

O acontecimento único e totalmente singular da Encarnação do Filho de Deus não significa que Jesus Cristo seja em parte Deus e em parte homem, nem que el seja em parte confusa entre o divino e o humano. Ele se fez verdadeiramente homem, pemanecendo verdadeiramente Deus. Jesus Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. A Igreja teve que clarificar esta verdade no discurso dos primeiros séculos, diante das heresias que a falsificavam.

As primeiras heresias negavam a humanidade verdadeira de Cristo mais do que sua divindade (docetismo gnóstico). Desde os tempos apostólicos, a fé cristã insistiu na verdadeira encarnação do filho de Deus, “que veio na carne”. No Séc. III porém, a Igreja teve que afirmar contra Paulo de Samósata, em um Concílio realizado em Antioquia, que Jesus Cristo é filho de Deus por natureza e não por adoção. O I Concílio Ecumênico de Nicéia, em 325, confessou em seu Credo que o Filho de Deus é “gerado, não criado, consubstancial ao Pai (homousios). E condenou Ário, o qual afirmava que “o Filho de Deus veio do nada e que ele seria uma substância diferente do Pai.

A Heresia nestoriana via em Cristo uma pessoa humana unida à pessoa divina do Filho de Deus. Diante desta heresia, São Cirilo de Alexandria e o III Concílio Ecumênico, reunido em Éfeso, em 431, confessaram que “o Verbo, unindo a si, em sua pessoa, uma carne animada por uma alma racional, tornou-se homem. A humanidade de Cristo não tem outro sujeito senão a pessoa divina do Filho de Deus, que assumiu e a fez desde a sua concepção. Por isso o Concílio de Éfeso proclamou em 431, que Maria tornou-se verdadeiramente Mãe de Deus (em grego: Θεοτόκος; romaniz.: Theotókos ), pela concepção humana do Filho de Deus em seu seio : “Mãe de Deus não porque o Verbo tirou dela a natureza divina, mas, porque é dela que ele tem um corpo sagrado, dotado de uma alma racional, unido na qual, na sua pessoa se diz que o Verbo nasceu segundo a carne”. (CIC 464, 465, 466).

Então quando dizemos que Maria é Mãe de Deus estamos nos referindo diretamente a Deus na pessoa do Filho. Mas, o Filho e o Pai é um único Deus. Ele é o Alfa e o Ômega. Aquele que É, quem vem, o Todo-Poderoso. (Apoc1, 8). Então, nesse sentido Maria é Mãe de Deus.

A Palavra de Deus em Lucas1, 39-45; Isabel saúda Maria com os dizeres: “Bendita és tu entre todas as mulheres, bendito é o fruto do teu ventre!” “De onde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?(...)”

Os judeus não ousavam pronunciar o nome de Deus. Eles tinham um grande temor quanto ao primeiro Mandamento “não pronunciarás o nome de Deus em vão”; então Isabel se pronuncia dizendo “a mãe do meu Senhor”. Quem é o Senhor que Isabel está referindo? Ela se refere ao próprio Deus Javé. Logo, ela chama Maria de Mãe de Deus, Mãe do meu Senhor. Assim a Palavra de Deus atesta e confirma aquilo que o pastor não foi capaz de entender ao acusar os católicos de tê-la chamado assim. Nós assim a chamamos porque a Escritura primeiro a chamou: “Mãe do meu Senhor”. 

Ou seja, Isabel cheia do Espírito Santo proclamou essa realidade desde os primórdios Maria é Mãe de Deus e esse é o primeiro a maior título que ela recebe não como um mero fato, mas, como uma verdade em que sendo Jesus Deus e homem ao mesmo tempo ela não é apenas mãe do humano, mas é mãe do divino. E é por meio dela que chegou a Salvação para nós. E é nela que o Filho de Deus habitou em primeiro lugar. 

Perceba, meus caros, que o pastor mesmo se contradiz ao afirmar que Deus entregou à Maria e José seu Filho. Esqueceu de dizer que Deus os entregou seu Filho por completo não em duas naturezas separadas, mas, os entregou seu Filho verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. Não pode haver, nesse caso, separação das naturezas do verbo e, portanto, Maria é Mãe de Deus. Tanto é, que o sangue de Jesus contém os mesmos cromossomos de sua mãe. Durante os 9 meses em que Jesus ficou no ventre de Maria ele recebeu toda a formação que um ser humano normal pudesse receber através do cordão umbilical como todo bebê recebe até o nascimento. Maria foi mãe,  gerou, cuidou, educou Jesus, com o auxílio de José. Ela e José cuidaram do Filho de Deus. O Espírito Santo a cobriu com seu poder (Lucas 1,35). O anjo disse: "O santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus" . 

Agora que aprendemos sobre a Maternidade de Maria e porque ela é Mãe de Deus podemos responder, sim, ela é Mãe de de Deus, porque Jesus Cristo é Deus.

Os primeiros cristãos, bem antes da Igreja definir esse título como verdade de fé já acreditavam e veneravam Nossa Senhora e a tinham em grande apreço recorrendo-lhe às orações, louvores e súplicas. Desde os Apóstolos até os santos padres e até nos nossos dias. 

Agora que estudamos e aprendemos sobre a Maternidade divina de Nossa Senhora vamos aprender também sobre outros dogmas da nossa Fé. A Imaculada Conceição, a Assunção de Maria.

 

A IMACULADA CONCEIÇÃO OU CONCEPÇÃO

 

A Igreja Católica celebra no dia 08 de dezembro a festa solene da Imaculada Conceição de Maria.

O que isso significa?

Significa que a Igreja proclamou como verdade de fé que Nossa Senhora foi concebida sem pecado. Ou seja, Maria concebida sem a mancha do pecado. Maria foi preparada desde a concepção no útero de Ana para ser no futuro a mãe de Deus Filho. Uma entre todas foi a escolhida. A mais pura, a mais simples e ao mesmo tempo a linda criatura perfeita que Deus escolheu para vir por ela a este mundo. 

Deus Pai desde o princípio escolheu entre todas as mulheres de seu povo, o povo judeu uma em especial. Em seu plano de salvação da humanidade já muito antes desde a queda dos nossos primeiros pais Deus já havia pensado, moldado e escolhido aquela que seria a Mãe do Salvador. Por isso o Anjo Gabriel ao saudar Maria disse “Ave, cheia de graça!” E Isabel conclui “Bendita és tu entre todas as mulheres!” E por quê? No mesmo versículo vem a resposta: Porque “bendito é o fruto do teu ventre!” - Bendito é o que está no ventre de Maria, o Messias, o Cristo Salvador. (Lucas 1, 28:42)

Porque era necessário Maria não ter pecado? Porque o filho de Deus que é Santo não podia nascer de um útero maculado. Deus é perfeito e Santo e exige tudo santo para si. Por isso Maria foi isenta de pecado desde a concepção.  

 Sua mãe Ana concebeu Maria, porém, Deus pelos Méritos antecipados da Salvação tornou Maria livre da mancha do pecado original e fez dela santa para receber o Santo dos Santos Nosso Senhor Jesus Cristo. Logo, ela se torna o templo e ao mesmo tampo seu ventre onde vem habitar o Verbo de Deus se torna a Arca da Aliança fazendo Deus ali sua morada.

Não podia ser qualquer pessoa, qualquer uma. Deus não escolhe coisas impuras. Desde o Antigo Testamento Deus aceita somente as coisas puras. Desde os objetos até os animais para os sacrifícios deviam ser puros. O Templo, a Arca os utensílios de culto tudo da melhor qualidade. Assim Deus fez de Maria aquele vaso puro e imaculado para ser gerado seu Filho Unigênito.

Assim Nossa Senhora foi concebida sem pecado.

 

O Catecismo de Igreja Católica ensina:

490. Para vir a ser Mãe do Salvador, Maria “foi adornada por Deus com dons dignos de uma tão grande missão”. O anjo Gabriel, no momento da Anunciação, saúda-a como “cheia de graça”. Efetivamente, para poder dar o assentimento livre da sua fé ao anúncio da sua vocação, era necessário que Ela fosse totalmente movida pela graça de Deus.

491. Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, “cumulada de graça” por Deus, tinha sido redimida desde a sua conceição. É o que confessa o dogma da Imaculada Conceição, procla­mado em 1854 pelo Papa Pio IX:

“Por uma graça e favor singular de Deus onipotente e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada intacta de toda a mancha do pecado original no primeiro instante da sua conceição”.

Devido à forma de redenção que foi aplicada a Maria no momento de sua concepção, ela não só foi protegida do pecado original, mas também do pecado pessoal. O Catecismo explica:

493. Os Padres da tradição oriental chamam ã Mãe de Deus “a toda santa” (“Panaghia”), celebram-na como “imune de toda a mancha de pecado, visto que o próprio Espírito Santo a modelou e dela fez uma nova criatura”. Pela graça de Deus, Maria manteve-se pura de todo o pecado pessoal ao longo de toda a vida. Ou seja, Maria nunca pecou.

Quer dizer que Maria não precisava que Jesus morresse por ela na cruz?

Não. O que dissemos é que Maria foi concebida imaculadamente como parte de seu ser “cheia de graça” e assim “redimida desde a sua conceição” por “uma graça e favor singular de Deus onipotente e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano”. O Catecismo afirma:

492. Este esplendor de uma “santidade de todo singular”, com que foi “enriquecida desde o primeiro instante da sua conceição”, vem-lhe totalmente de Cristo: foi “remida de um modo mais sublime, em atenção aos méritos de seu Filho”. Mais que toda e qualquer outra pessoa criada, o Pai a “encheu de toda a espécie de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo” (Efésios 1, 3). “N’Ele a escolheu antes da criação do mundo, para ser, na caridade, santa e irrepreensível na sua presença” (Efésios 1, 4).

508. Na descendência de Eva, Deus escolheu a Virgem Maria para ser a Mãe do seu Filho. “Cheia de graça”, ela é “o mais excelso fruto da Redenção”. Desde o primeiro instante da sua concepção, ela foi totalmente preservada imune da mancha do pecado original, e permaneceu pura de todo o pecado pessoal ao longo da vida.

O paralelo entre Maria e Eva

Adão e Eva foram criados imaculados – sem pecado original ou sua mancha. Ambos caíram em desgraça e, através deles, a humanidade estava destinada a pecar.

Cristo e Maria também foram concebidos imaculados. Ambos permaneceram fiéis e, através deles, a humanidade foi redimida do pecado.

Jesus é o novo Adão e Maria, a nova Eva.

O Catecismo diz:

494 …“ Como diz Santo Irineu, ‘obedecendo, Ela tornou-se causa de salvação, para si e para todo o gênero humano’. Eis porque não poucos Padres afirmam, tal como ele, nas suas pregações, que ‘o nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; e aquilo que a virgem Eva atou, com a sua incredulidade, desatou-o a Virgem Maria com a sua fé’; e, por comparação com Eva, chamam Maria a ‘Mãe dos vivos’ e afirmam muitas vezes: ‘a morte veio por Eva, a vida veio por Maria’”.

Aqueles que morrem na amizade com Deus e assim vão para o céu serão libertados de todo pecado e mancha de pecado. Assim, todos voltaremos a ser “imaculados” (latim, immaculatus = “sem mancha”), se permanecermos fiéis a Deus. Mesmo nesta vida, Deus nos purifica e prepara em santidade e, se morrermos na sua amizade, mas ainda imperfeitamente purificados, Ele nos purificará no purgatório e nos tornará imaculados de novo. Ao dar a Maria esta graça desde o primeiro momento de sua concepção, Deus nos mostra uma imagem de nosso próprio destino. Ele nos mostra que isso é possível para os seres humanos através da sua graça. São João Paulo II disse: “Contemplando este mistério numa perspectiva mariana, podemos afirmar que ‘Maria é, ao lado do seu Filho, a imagem mais perfeita da liberdade e da libertação da humanidade e do cosmos. É para ela, pois, que a Igreja, da qual ela é mãe e modelo, deve olhar para compreender, na sua integralidade, o sentido de sua missão’”.

“Fixemos, então, o nosso olhar sobre Maria, imagem da Igreja peregrina no deserto da história, mas dirigida para a meta gloriosa da Jerusalém celeste, onde resplandecerá como Esposa do Cordeiro, Cristo Senhor”.

Era necessário para Deus que Maria fosse imaculada na sua concepção para que pudesse ser Mãe de Jesus?

Não. A Igreja fala apenas da Imaculada Conceição como algo que era “apropriado”, algo que fez de Maria uma “morada apropriada” (ou seja, uma moradia adequada) para o Filho de Deus, não algo que era necessário. Assim, em preparação para definir do dogma, o Papa Pio IX declarou:

“…e, por isso, afirmaram (os Padres da Igreja) que a mesma santíssima Virgem foi por graça limpa de toda mancha de pecado e livre de toda mácula de corpo, alma e entendimento, que sempre esteve com Deus, unida com ele com eterna aliança, que nunca esteve nas trevas, mas na luz e, de conseguinte, que foi aptidíssima morada para Cristo, não por disposição corporal, mas pela graça original”.

“Pois não caía bem que Aquele objeto de eleição fosse atacado, da universal miséria pois, diferenciando-se imensamente dos demais, participou da natureza, não da culpa; mais ainda, muito mais convinha que como o unigênito teve Pai no céu, a quem os serafins exaltam por Santíssimo, tivesse também na terra Mãe que não houvesse jamais sofrido diminuição no brilho de sua santidade “.

O Dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX em 1854 na Bula Inefffabilis Deus.

FRASES SOBRE A IMACULADA CONCEIÇÃO

Inúmeros foram os Santos e os Papas que falaram sobre o dogma da Imaculada Conceição. Confira alguns desses pensamentos:

01 – “Não seria conveniente que uma virgem puríssima e sem mácula se pusesse ao serviço deste plano misterioso? E onde encontrar essa virgem senão nesta mulher única entre todas, eleita pelo criador do universo antes de todas as gerações?”. (Santo André de Creta)

02 – “Ó mulher cheia e mais que cheia de graça, o transbordamento de tua plenitude faz renascer toda criatura! Ò Virgem bendita e mais que bendita, pela tua benção é abençoada toda a natureza, não só as coisas criadas pelo Criador, mas também o Criador pela criatura!”. (Santo Anselmo)

03 – “Tu, está escrito, surges com beleza (Salmo 44,14); e teu corpo virginal é todo santo, todo casto, todo morada de Deus”. (São Germano de Constantinopla)

04 – “Sim, Ela é a Mãe de Deus, Maria de nome divino, cujo seio deu à luz o Deus encarnado, que Se havia preparado de modo sobrenatural para ser um templo”. (Santo André de Creta)

05 – “Imaculada Conceição, purifique meu coração para que eu possa melhor amar a Deus!”. (São Pio)

10 – “Prestamos homenagem a Maria Santíssima preservada desde o primeiro instante do contágio da culpa original e de toda a sombra de pecado, em virtude dos méritos de seu Filho Jesus Cristo, nosso único Redentor”. (São João Paulo II)

11 – “Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que Te agraciou, ó Virgem de Nazaré, com todas as bênçãos espirituais em Cristo. N’Ele, foste concebida imaculada! Escolhida para seres Sua Mãe, n’Ele e por Ele foste remida mais que todos os outros seres humanos!” (São João Paulo II)

12 – “Por uma graça e favor singular de Deus onipotente e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada intacta de toda a mancha do pecado original no primeiro instante da sua conceição”. (Beato Pio IX)

13 – “Deus escolheu-a desde o princípio, desde o primeiro momento da conceição, tornando-a digna da maternidade divina, para a qual no tempo estabelecido seria chamada”. (São João Paulo II)

14 – “A augusta Mãe de Deus, imaculada na concepção, virgem inteiramente intacta na divina maternidade, generosa companheira do divino Redentor, que obteve pleno triunfo sobre o pecado e suas consequências, alcançou ser guardada imune da corrupção do sepulcro, como suprema coroa dos seus privilégios”. (Papa Pio XII)

15 – “A Virgem Maria, beneficiou antecipadamente da morte redentora do seu Filho e desde a concepção foi preservada do contágio da culpa. Por isso, com o seu Coração imaculado, Ela diz-nos: confiai-vos a Jesus, Ele salvar-vos-á”. (Papa Emérito Bento XVI)

6 – “Na concepção imaculada de Maria somos convidados a reconhecer a aurora do novo mundo, transformado pela obra salvífica do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. (Papa Francisco)

17 – “Preservada da herança do pecado original, foste concebida e vieste ao mundo em estado de graça santificante. Cheia de graça!”. (São João Paulo II)

18 – “No meio das provações da vida e sobretudo das contradições que o homem experimenta dentro de si e à sua volta, Maria, Mãe de Cristo, diz-nos que a Graça é maior que o pecado, que a misericórdia de Deus é mais poderosa que o mal e sabe transformá-lo em bem”. (Papa Emérito Bento XVI)

19 – “Virgem Santa e Imaculada, que sois a honra do nosso povo e a guardiã solícita da nossa cidade, a Vós nos dirigimos com amorosa confidência. Toda sois Formosa, ó Maria! Em Vós não há pecado”. (Papa Francisco)

20 – “Na tua Imaculada Conceição resplandece a vocação dos discípulos de Cristo, chamados a tornar-se, com a sua graça, santos e imaculados no amor”. (Papa Emérito Bento XVI).

 

A ASSUNÇÃO DE MARIA AO CÉU

 

 Outro Dogma proclamado pela Igreja é a Assunção de Nossa Senhora, cuja festa celebramos no dia 15 de agosto.

 Considera que Maria Santíssima depois de ter cumprido sua missão neste mundo morreu e foi assunta (levada) para os Céu.

 Nossa Senhora morreu mas, seu corpo não conheceu a corrupção pois pelos Méritos de Cristo, seu corpo foi levado ao céu juntamente com sua alma onde desde já ela conta com a glória da ressurreição. Coroada como rainha dos céus e da terra.

Jesus sendo Deus ressuscitou e subiu ao Céu (Atos 1, 9) por seu próprio poder. Chamamos esse fato de Ascenção.

No caso de Nossa Senhora, ela como criatura foi levada pelos anjos até o Céu. Chamamos esse fato de Assunção. Nossa Senhora morreu como toda criatura, porém pelos méritos de seu Filho Jesus Cristo e por não ter pecado seu corpo não pode reconhecer a corrupção e foi dado a ela por antecipação da Graça de Cristo a Ressurreição onde no céu participa da Glória junto de seu Filho.

Para um protestante isso é muito difícil de crer já que eles não consideram nem o fato da santidade de Nossa Senhora no que se refere à sua virgindade perpétua dizendo que ela foi uma mulher qualquer, inclusive teve outros filhos o que é uma mentira.

Nós católicos temos esta certeza porque além de ser uma verdade proclamada pela Igreja, nas aparições da Virgem Maria ao longo da História ela tem se manifestado e numa dessas aparições ela mesmo diz “Eu sou a Imaculada Conceição”.

 No ano de 1858 antes mesmo de ser proclamado o dógma da Imaculada Conceição, Nossa Senhora apareceu em Lourdes na França à Bernadete Sobirous (hoje Santa Bernadete), e tendo respondido a uma das várias perguntas que o pároco tinha formulado para ter a certeza que era mesmo a Virgem Maria que tinha aparecido madou que se perguntasse o nome daquela senhora. Bernadete trouxe a resposta: Ela disse: “Eu sou a Imaculada Conceição!” - Bernadete era analfabeta e não conhecia a teologia, estava iniciando ainda no estudo do catecismo. Não podia formular uma resposta teológica na qual somente os padres e os grandes estudiosos da época podiam entender. O Padre perguntou à Berbadete se ela sabia o que estava dizendo e ela disse que não tinha conhecimento do que significava.

Essa foi uma resposta e uma confirmação às dúvidas que a Igreja ainda tinha sobre a Imaculada Conceição de Maria. Nossa Senhora veio dar a resposta diretamente à Igreja.

 

Maria teve outros Filhos?

Os protestantes dizem que Maria após ter gerado Jesus levou uma vida normal com José e teve mais filhos. Mas isso é verdade? Jesus teve outros irmãos?

Não é verdade. Na cultura hebraica, os judeus chamavam os parentes e até mesmo os compatriotas de irmãos.

Os protestantes usam o texto de para dizer que Maria teve mais filhos e que depois de conceber Jesus ela seguiu uma vida normal com José. Porém o Novo Testamento não menciona nada a respeito. Inclusive nos dá pista que Maria teve apenas um filho que foi Jesus Cristo.

 O Evangelho de São João é o que narra de forma mais longa os acontecimentos da paixão de Cristo com muitos detalhes importantes. Um deles vai tratar do momento da crucifixão onde Maria se encontra aos pés da cruz juntamente com suas tias e Maria Madalena.

Essa explicação que vou deixar aqui é tirada de uma homilia do Padre Cristian, da Diocese de Divinópolis MG. Porém, não escrevi toda a homilia apenas os pontos mais importantes para explicar como é fácil desmentir as acusações dos protestantes e a falsa afirmação de que Maria teve outros filhos.

 

Assim explica Pe. Cristian:

 

“Um texto fora do contexto ele se torna pretexto para confundir os outros. Muitas vezes a pessoa decora um versículo e outro solto ficam vomitando versículo como se fosse doutores em Sagrada Escritura mas, as pessoas não sabem fazer esta ligação dos versículos. Para entendermos a Bíblia, para entender o que um texto está dizendo você precisa descobrir o “fio de ouro” e o áureo que é aquilo que vai conduzir todo o escrito. Porque uma cena fora do contexto causa confusão.” (...) “Para esclarecer a dúvidas de algumas pessoas que estão curiosas com talvez livros, filmes ou novelas que vem ilustrar a vida de Jesus e que vão passando coisas que você não aprendeu que era assim e que você não acredita que é assim. Aí causa confusão na mente das pessoas. Quem está mentindo? É o Padre, a Bíblia, é a novela? ... Aí vem aqueles que não sabem, perdidos e dizem: Ah mas não é, mas se fosse que problema tinha? É para não ter discussão porque eles não sabem . Como não sabem é melhor não entre nessa, como não sei então não é, mas se fosse não tinha problema. Só que aqui tem uma questão: A Igreja e a Teologia, a exegese e a hermenêutica católica não lida com fato antes dele acontecer. São todos a posteriori. Então, o que a Igreja tem não é o que podia ter acontecido é o que aconteceu. Aí eles (os protestantes) vem com tal pergunta e o católico cai como banana podre.”

“Quem foi a mãe de Jesus? O católico responde: Maria. Mas o que ela tem de especial? Daí responde: Ela é santa, Deus a escolheu. E se Maria tivesse dito não, Jesus não tinha vindo? A pessoa responde: Não. Aí ele tinha achado outra pessoa, outra mulher. E se a pessoa diz: Aí Jesus tinha vindo. Então Maria não é importante, importante é que Jesus veio, se ela dissesse não procurava outra. Essa é uma tese protestante que não tem lógica porque o fato é que uma entre todas foi escolhida, o nome da virgem era Maria e ela disse sim. Esse é o fato concreto bíblico. (...) A diferença Básica para os protestantes Maria é uma mulher como as outras. Ela não tem nada de especial por ter sido a mãe de Jesus. Ela é especial porque foi a Mãe de Jesus, mas, não tem nada que difere das outras. Qual que é a tese católica? Maria foi preparada no útero de Ana para ser a Mãe do Salvador. Tanto é que um dogma da Mariologia é a Imaculada Conceição. É pelos méritos daquele que ela geraria que Jesus vai dizer que se conhece o fruto pela árvore. Uma árvore má não pode dar frutos bons, uma árvore boa não pode dar frutos ruins, isso é bíblico. Isabel vai dizer que bendita é a mãe e bendito é o fruto dela. Se o fruto é bendito, é santo, é porque a árvore é bendita, é santa. Porque uma árvore pecadora não poderia dar um fruto bendito. Por isso que Maria foi preservada do pecado original pelos méritos de Jesus Cristo. Aquilo que Deus tinha para a humanidade toda é concentrado em Maria para que através dela viesse o Verbo e através dele a Salvação voltasse a todos. Se Maria fosse uma mulher qualquer Jesus seria um homem qualquer e aquele que morreu na cruz não podia salvar ninguém porque quem pecou foi o homem e somente o homem podia pagar pelo seu pecado. Mas, o homem não podia remir o homem, tinha que ser Deus, mas Deus não podia morrer na cruz porque quem pecou foi o homem. O que Deus faz? Ele une em Jesus a divindade e a humanidade, por isso Jesus é verdadeiro homem e verdadeiro Deus nascido da Virgem Maria. Quando nós falamos Santa Maria Mãe de Deus, não é mãe de Deus Pai, mas Mãe de Deus Filho. Jesus é o Emanuel, não é o Deus em si mas o Deus- Conosco, Deus encarnado. Maria é Mãe de Deus Filho. E se a pessoa disser que não aceita isso é um herege porque o adocionismo é uma heresia. Onde Maria gera o homem Jesus e Deus depois o adota como filho aí Jesus não é Deus é um adotado, aí não pode salvar ninguém. É uma heresia que destrói a Salvação. Maria é a Mãe do Senhor e ela foi escolhida para isso por Deus Pai. E porque ele a escolheu: 1) O Arcanjo Gabriel a saúda Ave, cheia de Graça. Encontraste graça diante de Deus; 2) Isabel vai completar: ‘De onde me vem a honra de receber por visita a mãe do meu Senhor!’ 3) Maria vai responder: ‘O Todo-poderoso fez em mim grandes coisas (...) e que doravante todas as gerações a chamarão de Bem-aventurada’.

 

Ora, se alguém conhecer alguém que conheça melhor do que o Arcanjo siga essa pessoa e despreza aquilo que o Arcanjo fez. Porque o Arcanjo a saúda, se inclina perante ela e vai dizer a ela “Deus te escolheu”. Se um arcanjo desce do Céu a mando de Deus para dizer que ela foi escolhida não há como dizer que Maria é uma mulher qualquer. Ele além de trazer a mensagem de Deus para Maria traz também a mensagem de que ela seria assistida pelo Espírito Santo.

Isabel recebendo a visita de Maria fica cheia do Espírito Santo ela diz “de onde me vem a graça de receber em minha casa a mãe do meu Senhor, pois, logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos a criança (João) pulou de alegria em meu ventre”.

Ela não chama Maria de prima, embora fossem parentes, mas, diz “a mãe do meu Senhor”, ela não é apenas uma prima qualquer, mas aquela visita trazia à sua presença, à sua casa a Mãe do Senhor que ela já carregava em seu ventre. É o Espírito Santo que fala pela boca de Isabel. É ele que inunda de graça aquele encontro.

Quando Nossa Senhora de Guadalupe apareceu ao índio Juan Diego e disse, quando interrogada pelo índio a pedido do bispo ela disse: “Sou a Virgem Santa, Mãe de Deus Encarnado”. Porque ela disse difícil assim? Porque o bispo não acreditaria no índio se ela não falasse alguma coisa que só o bispo soubesse. Naquela época os estudiosos eram os padres e os bispos o povo não entendia essas questões teológicas difíceis, muito menos um índio que nem cristão era. Nunca tinha ouvido falar de Maria.

Quando Jesus se perde no templo e José e Maria voltam para buscá-lo não existe nenhum relato de que algum irmão de Jesus fosse junto procurá-lo. Porque a família toda deveria subir à Jerusalém, mas o texto diz apenas que foram à Jerusalém apenas José, Maria e o Menino Jesus. Como que essa família toda vai para esta festa e não se tem nenhum relato de irmãos?

Nas bodas de Caná, os convidados eram Jesus, Maria e os discípulos não se fala de família, porque não se sabe ao certo mas é provável que José tenha morrido entre o período depois da perca de Jesus e seu batismo. E a história vai dizer que Maria ficou só com Jesus. O texto das bodas de Caná também não menciona que os irmãos de Jesus foram convidados. Se Jesus tivesse tido irmãos o anfitrião teria cometido tal desfeita em convidar Maria, Jesus e os discípulos e não convidar seus irmãos? Claro que não.

 Depois da morte de José Maria foi morar na casa de Cléofas, irmão de José, portanto, cunhado de Maria e os filhos de Cléofas eram primos de Jesus e são esses que aparecem quando o texto diz “tua mãe e teus irmãos estão aí”.

Para o judeu lei é lei, eles cumprem ao pé da letra a Lei de Moisés. Quando om marido morria quem cuidava da viúva se não houvesse outro irmão (do falecido) para desposá-la, quem cuidava dela era o filho mais velho. Se o filho mais velho morresse quem assumiria a mãe seria o filho mais jovem até chegar no caçula. Isso não aconteceu com Maria; quando Jesus estava morrendo na cruz ele entrega sua mãe aos cuidados de um dos discípulos, João. Logo, podemos entender que se Jesus tivesse irmãos caberia a eles a missão de cuidar de sua mãe e não um discípulo. No entanto Jesus entrega sua mãe aos cuidados de João para que ela não ficasse sozinha e desamparada.

Então prova que Maria era mãe apenas de Jesus.

Maria depois da morte de Jesus ficou com os Apóstolos por um tempo e depois ela foi com João para Éfeso. Construiu uma casinha no monte onde ela morava e João morava separado dela mais abaixo. João não morava com ela, morava próximo e levava alimentos a ela. E quem cuida dessa casinha que passou de geração em geração já no século I, já se contam: “a Mãe daquele que morreu crucificado veio aqui morar porque sem ele também não tinha marido”. Quer dizer, ela era sozinha, quem cuidou dela foi João. Quem quiser é só ir lá visitar, conversar com os ortodoxos, os judeus que sabem da tradição e do fato histórico.

OS IRMÃOS DE JESUS

Parentes ou irmãos sanguíneos?

Mateus 6, 3: “Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão?” (...) Esse é o versículo usado pelos presentes para dizer que Jesus tinha outros irmãos e que depois do nascimento de Jesus Maria levou uma vida normal e teve outros filhos. É Mentira. Os evangelhos não relatam isso, pelo contrário, eles mostram quem eram esses personagens mencionados em Mateus 6, 3. Se Maria tivesse mais filhos os autores descreveriam. Mas, não há nada que prove isso. Mesmo sem um relato direto a Bíblia prova que Maria só teve um filho que é Jesus.

Na expressão grega quando Marcos escreveu o evangelho ele usou a expressão  HUIÓS MARIA “o único filho de Maria”, Marcos escreve  (A palavra HUIÓS é um termo grego, utilizado no novo testamento para descrever um filho que pode ser facilmente identificado como filho de alguém por ter traços muito fortes… More. Isso vai muito além de termos sidos gerados ou criado)

 O que é Huiós? É como se a Bíblia falasse “esse não é o carpinteiro, o único filho de Maria?” (...) - Para nós dá um nó na cabeça falar que ele tem irmão mas é o único filho, mas para o judeu irmão não é como nós imaginamos, são todos aqueles que possuem laços de sangue (parentes). Então essa expressão HUIÓS - o filho de Maria, não está falando um dos filhos de Maria, mas, o (no sentido de um só, único) Filho de Maria: “Esse não O carpinteiro o filho dela”. E não um dos filhos dela.

Na verdade esses homens no qual Marcos se refere como irmãos de Jesus são primos de Jesus filhos de Cléofas. Mateus 27, 55-56: Estavam ali muitas mulheres olhando de longe que haviam acompanhado Jesus desde a Galileia entre eles Maria Madalena, Mãe de Cléofas, (Cf. Lucas 3, 23), Cléofas era irmão de José, tia de Jesus. (Cf. Mateus 27, 55) Maria de Cléofas mãe de Tiago e José a Mãe dos filhos de Zebedeu. Em Marcos 6, 3 falam que Tiago e José são irmãos (parentes) de Jesus, Mateus fala quem é a Mãe deles é a Maria de Cléofas e não Maria de Nazaré. Porque citam Marcos 6, 3 e não citam Mateus 27, 55? Porque vão citar apenas um versículo fora do contexto? Porque não citam que o outro versículo que dizem que a mãe deles era Maria de Cléofas?

João 19, 25 vai dizer que aos pés da cruz permanecia de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria mulher de Cléofas ou Alfeu, que não era irmã de Maria de Nazaré mas esposa de Cléofas que era irmão de José e, portanto, era cunhada de Nossa Senhora.

Porque então oi texto diz que Maria de Cléofas era irmã de Nossa Senhora, porque no hebraico todos os parentes são considerados irmãos. Tio, primo, pai, mãe... um termo só para qualificar os parentes é “irmão”. Então estes de quem Marcos se refere como sendo “irmãos” de Jesus na verdade são primos de primeiro grau de Jesus.

Na Bíblia tem muito isso uma pessoa é chamada de vários nomes. Por exemplo:

Moisés no Antigo Testamento era chamado de Raguel, Getro (Êxodo 2); Gideão era chamado de Gerubaal (Juizes6,32).; Josias é chamado de Azarias, Matheus é chamado de Levi (Meteus 9, 9); então uma pessoa tinha vários nomes; por isso fala mulher de Cléofas ou mulher de Alfeu.

José casou com Maria Mãe de Jesus. Cléofas também casou com uma outra Maria que depois ficou conhecida como Maria de Cléofas.

Gálatas 1, 18-19 - “Em seguida, após três anos, subi a Jerusalém para avistar-me com Cefas (Pedro) e fiquei com ele quinze dias. Não vi nenhum apóstolo senão a Tiago, o irmão do Senhor”.

Mas... Tiago era irmão de sangue de Jesus?

 

Esse texto os protestantes também usam para dizer que Tiago era irmão de sangue de Jesus. Mas, existia dois Tiagos: O Tiago Menor (Filho de Zebedeu) o Tiago Maior (filho de Alfeu);  este era Tiago maior, o Apóstolo, podemos ver claramente consultando a lista dos Apóstolos de Jesus (Cf. Mateus 10, 2-4) o nome dos Apóstolos encontramos: Simão Pedro, André seu irmão, Tiago filho de Zebedeu e João seu irmão, Filipe e Bartolomeu, Tomé, e Mateus o publicano, Tiago filho de Alfeu (ou Cléofas), Tadeu, Simão o Cananeu e Judas Scariotes que o traiu. Se fala que Tiago era irmão de Jesus para ser irmão de Jesus teria de ser filho de José com Maria, no entanto um é filho de Zebedeu e o outro é filho de Cléofas ou Alfeu.

Então meus caros, está a prova contra as acusações dos protestantes que mentem por maldade ou por ignorância da Sagrada Escritura. Mentem ao dizer que Maria teve outros filhos e que Jesus tinha outros irmãos. Bíblia tem que ser estudada. Não se pode pegar um versículo aqui e outro acolá. 

Agora você já sabe que a Igreja católica sempre ensinou a verdade nesses mais de 2000 anos, se as acusações deles fizessem sentido estaria calçado na Sagrada Escritura, no entanto vemos que a própria Sagrada Escritura desmonta as acusações. Basta irmos a fundo estudarmos a Bíblia, o Catecismo, a História da Igreja para vermos o quanto eles são mentirosos e o o único propósito é causar confusão nas pessoas despreparadas.     


ASSISTA TAMBÉM NO YOUTUBE:


   

 


 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

COMO UM PROTESTANTE ENXERGA A IGREJA CATÓLICA? REFUTAÇÃO ÀS ACUSAÇÕES DO PASTOR AUGUSTUS NICODEMOS

A visão de um protestante sobre a Igreja Católica e o que na verdade é ela é. Desmentindo as falsas acusações e interpretações: 


 O Pastor Augustus Nicodemos, que é pastor presbiteriano, postou um vídeo nas redes sociais, quem quiser pode procurar, mas, aqui vamos esclarecer os pontos que ele cita e fazer uma análise do   que ele fala, desmentindo ou até desconstruindo sua hermenêutica; inclusive, ele vai expor suas acusações dentro do conceito da Sola Fide e da Sola Escritura.  Ele tenta explicar alguns pontos entre os reformados e a Igreja católica, porém, no vídeo que está postado ele acaba acusando a Igreja Católica com argumentos dúbios e falsos, mostrando de quão é desprovido de conhecimento, afinal ele é um protestante.  

    Ele não fala da diferença da crença entre evangélicos e católicos, ele fala da crença entre católicos e os reformados porque ele vem da ala protestante tradicional do teólogo João Calvino. A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma Igreja que segue a doutrina calvinista. 

    Aqui tratarei de explicar ponto por ponto as acusações do pastor mostrando que as suas colocações mostrarei sua falta conhecimento da verdade sobre a Igreja Católica e a sua doutrina.

Diz o pastor Augustus Nicodemos:

“A Igreja Católica acredita na Escritura que a Bíblia, ela é a palavra de Deus, mas acredita que a palavra de Deus vem antes da Escritura, está na Escritura e, se segue a partir da Escritura que é a Tradição; e o Magistério é quem interpreta a Escritura à luz da Tradição produzindo dogmas, produzindo bulas papais, declarações e criando documentos de fé. É por isso que você vai encontrar tantas doutrinas na Igreja Católica que não tem fundamento bíblico. Porque para eles não é somente a Bíblia, é a Bíblia de acordo com a Tradição interpretada pelo Magistério encabeçado pelo Papa infalível”.

    Note que o Pastor Nicodemus usa de um desconhecimento teológico com relação à Igreja Católica e a própria história do cristianismo. E aqui nota-se que ele já disse algumas inverdades.

    Primeiro ele fala que a Palavra de Deus precede a Bíblia, está na Bíblia e ultrapassa a Bíblia ao longo da história na Tradição.  Aqui ele confunde o conceito de Tradição. A palavra de Deus não é só escrita, existe em primeiro lugar a Palavra pregada que chamamos de Tradição Oral, existe a Palavra Encarnada que é o próprio Cristo e a Tradição escrita que é a Bíblia. 

    Que a palavra de Deus precede a Bíblia é óbvio, mas, dizer que a Bíblia precede a Igreja não é verdade porque foi a Igreja que copilou, organizou e fez o Cânon bíblico.

    A Igreja Católica acredita e tem por um dos seus pilares a Sagrada Tradição porque à ela foi o primeiro ensinamento; dado  pelos Apóstolos de forma oral. 

O que é a Sagrada Tradição? 

    Na Igreja dos primeiros séculos não existia o Novo Testamento e a Bíblia como conhecemos hoje. O Evangelho era anunciado oralmente corpo a corpo ou nas comunidades. Não existia templos, os cristãos reuniam escondidos nas casas, nas catacumbas ou até mesmo em algumas sinagogas. A Igreja era perseguida por parte do Império Romano e por outro lado, pelos judeus. Tanto é que Paulo, ou Saulo de Tarso  antes da sua conversão foi um perseguidor de cristãos. Os judeus consideravam os cristãos uma seita. Os cristãos eram perseguidos, torturados e mortos por causa de Jesus. Os ensinamentos nos primeiros anos do cristianismo foi passado de forma oral. 

Com passar do tempo e, entendendo a necessidade de se deixar registrada a doutrina é que começaram a surgir os primeiros escritos aqui e ali, as cartas e os evangelhos. Então é lógico que tudo que conhecemos no Novo Testamento parte primeiro do ensino oral que é muito importante. Como São João mesmo disse, mesmo se ele quisesse não podia registrar tudo que Jesus pregou e fez. O que ele fez foi registrar partes importantes o restante a Tradição Oral complementa.   

    O que existia era apenas o Antigo Testamento. De que forma a Igreja preservou a doutrina? Ela a preservou pela Tradição Oral. Tradição aqui não tem nada a ver com práticas ou costumes. Tradição neste sentido é a doutrina que os Apóstolos receberam oralmente de Nosso Senhor que foi transmitida e guardada através dos séculos pelos seus sucessores, os bispos. 

    Jesus quando viveu neste mundo não deixou nenhum escrito e nem mandou escrever nada. Foi por iniciativa própria dos Apóstolos que mais tarde,  talvez 40-60 anos depois é que São Paulo escreveu seu o primeiro escrito do Novo Testamento, a Carta aos Tessalonicenses.

    Entre os Evangelhos, o primeiro a ser escrito foi o de São Marcos. Ora, nem São Paulo, nem São Marcos conviveram com Jesus, de onde é que eles aprenderam a doutrina, já que entre 40-60 anos não havia nada escrito? [...] A resposta só pode vir de um só, do ensinamento oral que já acontecia naquelas comunidades.

    O ensinamento oral é chamado pela Igreja de Sagrada Tradição. Ela precede a Bíblia. E foi através dela que a Bíblia surgiu e foi organizada 400 mais tarde. Neste tempo [entre 40-400 d.C.], e, embora as comunidades cristãs já tivessem alguns escritos não havia a coleção dos livros como conhecemos hoje. Os protestantes acham que a bíblia veio do céu de paraquedas com zíper e tudo. 

    A própria Bíblia vai nos ensinar que nem tudo que está nos evangelhos; o que Jesus fez e ensinou, muitas coisas não caberiam apenas em um livro; parte da Doutrina está na Tradição Oral e a outra parte está registrada nos evangelhos. No final do Evangelho de São João o está escrito: 

(João 20, 30-31: 21, 25) “Jesus fez ainda, diante de seus discípulos, muitos outros sinais, que não se acham escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para crerdes que Jesus Cristo é o Filho de Deus, e para que crendo tenhais vida em seu nome.” [...] “Há, porém, muitas outras coisas que Jesus fez. Se fossem escritas uma por uma, creio que o mundo não caberia conter os livros que se escreveriam”. 

    Ou seja, muitas coisas que Jesus fez e ensinou não está na Bíblia, está no ensinamento oral que foi transmitido pelos Apóstolos. Por esse motivo, a Bíblia não é a única fonte de fé. A Igreja sempre manteve a Sagrada Tradição, que é o ensinamento oral deixado pelos Apóstolos. A Tradição se mantém viva até os nossos dias graças à sucessão apostólica, ou seja, aos bispos e os santos padres que receberam e guardaram esse ensinamento.   

    Logicamente até uma criança de quinta série entende que o protestantismo surgiu 1500 anos depois, antes do protestantismo somente existia a Igreja Católica. A Igreja Católica presente não só em Roma, mas também no Oriente. Porque além da Igreja de Roma, existem as demais Igrejas Católicas situadas no Oriente. Porém é a Igreja de Roma que tem a supremacia sobre as demais por ser a sede do bispo primás, ou seja, o Papa, sucessor do Apóstolo São Pedro.

Quem organizou, quem declarou ser ou não inspirados os livros da Bíblia foi a Igreja Católica e seu Magistério.

      [Também não é verdade que a tradução da Bíblia surgiu durante a "reforma protestante". No tempo de Martinho Lutero já existia várias traduções da Bíblia, inclusive uma para o Alemão, uma para o Inglês e o Italiano, sendo que a tradução mais antiga é a de São Jerônimo para o Latim, chamada de Vulgata Latina". Também não é verdade que Lutero mandou imprimir a Bíblia, pois, a Bíblia foi impressa pela primeira vez no século XV por Gutemberg inventor da Imprensa muito antes da reforma.]

    Quem guardou e ainda guarda o Depósito da Fé é o Magistério da Igreja Católica porque a doutrina de Jesus foi entregue a ela através dos Apóstolos e seus sucessores legitimamente constituídos; não foi entregue 1500 anos depois a Lutero e os demais reformadores.

    O pastor se esqueceu que a Igreja dele nasceu entre 1483-1546 e foi fundada por João Calvino e não por Jesus Cristo; ela chegou no Brasil pelo M. Ashbel Green Simonton (1833-1867). Aliás ninguém tem o direito de fundar igreja alguma a não ser o próprio Jesus Cristo que assim o fez sobre o governo de São Pedro e os demais Apóstolos. Cristo fundou uma só Igreja porque só a ele foi dada a missão de salvar. 

    No auge da tomada napoleônica, Napoleão Bonaparte tomava todos os reinos em sua volta, disseram a ele porque ele tinha tanto poder não fundava um igreja para si. E Napoleão respondeu: "Para eu fundar uma Igreja teria que morrer na cruz e ressuscitar. Morrer na cruz eu não quero, ressuscitar não posso!" - verdade ou não serve para nos mostrar que nenhum homem pode fundar uma Igreja, porque a missão da Igreja é levar as pessoas ao conhecimento da verdade que é Cristo e automaticamente à salvação por meios dos quais Deus quis colocar à nossa disposição por meio dela. O homem não tem poder de fundar igrejas. Então, todas as demais denominações que surgiram após a revolta de Lutero e os demais reformadores são igrejas falsas. Por isso tantas discrepâncias, tantas interpretações e doutrinas falsas, cada uma de acordo com o que lhes agrada. Por isso tantas divergências doutrinárias porque nenhuma dessas igrejas, inclusive a que esse pastor pertence não é verdadeira. A reforma de Lutero não foi uma reforma propriamente dita, mas, foi uma ruptura. Nunca foi reformador e tudo que ele achava que estava fazendo certo acabou por desencadear milhares de seitas e igrejas falsas. Portanto, Augustos Nicodemos é só mais um dentro das milhares de igrejas falsas por aí. Ele não tem autoridade para falar da Igreja Católica a menos que saiba a teologia católica e a doutrina e, como bem sabemos ele mostra profunda ignorância a respeito da Igreja Católica, sua doutrina e seus dogmas.      

    A Igreja Católica nasceu no ano 1, a Bíblia é propriedade da Igreja Católica porque foi ela que a copilou, escreveu a reorganizou.

    Santo Agostinho, que tanto os protestantes admiram era um bispo católico. Ele disse: “Eu creio na Bíblia porque a Igreja diz para eu crer nela!” – Ou seja, se a Igreja católica, com sua autoridade não dissesse quais livros eram inspirados ou não, a bíblia não teria credibilidade e legitimidade alguma.

    A própria Bíblia diz que devemos na Tradição em primeiro lugar. Porque a Bíblia nasce de uma Tradição oral, seja o Antigo Testamento através dos profetas, seja o Novo Testamento através dos Apóstolos.

    O pastor Augustus Nicodemos não sabe ou parece ignorar o conceito do que é a palavra Tradição.

    Que a palavra de Deus precede a Bíblia é obvio, está lá em João1, 1-28 “no princípio era a palavra” [...] (embora neste texto São João esteja se referindo à Palavra encarnada, ou seja, ao próprio Cristo) [...], mas, dizer que a Bíblia, que é a palavra de Deus escrita precede a Igreja, como defende os protestantes é de uma ignorância sem tamanho. Se a própria Bíblia e a história o desmente.

    O protestante parece aquele cavalo de charrete que só vê o que está na frente e não o que está atrás e do lado. Se o cânon bíblico foi definido 300 anos depois de Cristo, se ela começou a ser produzida em cadernos com a invenção da imprensa em 1450. Até o século XV, onde estava a Bíblia? Estava nos mosteiros, nas grandes bibliotecas medievais porque eram rolos imensos de pergaminhos. O acesso à Bíblia era muito mais difícil devido ao alto custo e à comodidade, pois, para se ter uma Bíblia era necessário um grande espaço para guardar os rolos de pergaminhos. Antes do séc. III não existia um cânon formado porque o Novo Testamento é a ajuntamento de copilados que existiam em algumas comunidades sendo que a Carta de São Paulo dos Tessalonicenses foi um dos primeiros escritos. Depois vieram os evangelhos. Mas, nem todas as comunidades tinham os escritos.  A palavra de Deus se espalhou graças a Tradição Oral?  

           Então é um absurdo dizer que a Bíblia gera a Igreja ou que a Igreja nasce da Bíblia. Não, pelo contrário, é Igreja que gerou a Bíblia. O que o Pastor Nicodemos ensina é falácia e não tem credibilidade histórica. 

    Ah! mas, a Bíblia diz “a palavra se fez carne” portanto, Jesus é a Palavra. Sim, mas, a Palavra, que é Jesus, se fez carne e não escreveu nenhum livro, antes fundou uma Igreja e deu a ela todos os meios necessários para entender, interpretar e escrever (João 14, 26), não mandou escrever tais livros, pois, essa tarefa deveria ser uma atitude humana da Igreja sob a ação do Espírito Santo; e é esta mesma ação do Espírito que fez com que ao longo desses mais de 2000 anos a Igreja se mantém na mesma doutrina e conservando o Depositum Fidei.   

ANTES DA BÍBLIA  JÁ EXISTIA  A IGREJA - A Bíblia nasceu da Igreja. Foi a autoridade da Igreja que definiu a Bíblia.   

    O primeiro documento escrito do Novo Testamento foi a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, esse documento é do ano 45 d.C. Se São Paulo escreveu uma carta para a Igreja de Tessalônica, isso quer dizer que já existia uma Igreja lá. Quer dizer que a pregação oral precedeu a redação da Bíblia.

    O livro do Apocalipse, é o último que foi escrito, foi escrito por volta do ano 100 d.C.; ou seja, entre Jesus morrer, ressuscitar e vir o Espírito Santo e até o Apocalipse ser escrito muito tempo já havia passado. A Igreja se espalhou pelo mundo muito antes do Novo Testamento ser escrito.

            Outro ponto que o pastor vai colocar, que é mais complicado. É quando ele fala que a Igreja Católica tem também a Tradição que se mostra nos documentos da Igreja, nos dogmas e nas bulas papais. E aqui ele está mentindo mais uma vez, como já foi explicado não é isso que é a Tradição. 

            Tradição da Igreja não é aquilo que ela produziu ao longo dos séculos. Tradição da Igreja é aquilo que os apóstolos ouviram de Jesus e transmitiram oralmente para seus sucessores. Documentos teológicos transmitidos pela Igreja é a interpretação do Magistério da Igreja tanto da Palavra Escrita como da Palavra falada.

            Jesus não instruiu os seus Apóstolos a escreverem livros, mas, deu a ordem "Ide e pregai o Evangelho!" (Mateus 28, 19-20). Tanto é que apenas alguns escreveram os evangelhos. E os outros Apóstolos que não escreveram deixaram de pregar? Eles levaram o Evangelho de que forma?

            Eles levaram o Evangelho de forma oral. É interessante porque se a gente falar que é só a Bíblia nem a historicamente se sustenta, pois, a Bíblia foi organizada 400 anos depois de Cristo. Os cristãos de antes não tinham Bíblia.

            E quando o pastor fala que é só a Bíblia, onde fica o que Jesus falou e que não está na Bíblia e que os apóstolos transmitiram aos seus sucessores? Ou alguém acha que isso não foi transmitido?

           A Tradição Oral é bíblica, São Paulo disse aos próprios tessalonicenses “guardai as tradições que de nós recebestes”.  Ao falar sobre a Eucaristia em 1Coríntios11, 23 ele disse: "Eu recebi do Senhor, vos transmiti" [...] São Paulo não diz: "o que li na Bíblia vos transmiti" - ele disse: "Eu recebi do Senhor e vos transmiti". Ora, todos nós sabemos que após sua conversão, São Paulo foi ter com os Apóstolos e deles recebeu a Doutrina. E como ele recebeu a Doutrina se não havia nada escrito? E como ele afirma que a recebeu do Senhor? Logicamente Paulo está referindo  ao ensinamento Oral. Esse ensinamento, que na verdade é do Senhor Jesus e que foi deixado aos Apóstolos. Por isso, São Paulo vai dizer aos seus irmãos de Corinto "O que eu recebi do Senhor vos transmiti". Ele não recebeu do Senhor diretamente, mas, recebeu dos Apóstolos e o ensinamento dos Apóstolos é o mesmo do Senhor. Portanto, quando São Paulo diz ter recebido do Senhor ele está se referindo ao ensinamento Oral passado a ele pelos Apóstolos que é o mesmo ensinamento do Senhor Jesus. Não há nenhuma dificuldade em entender que sem a Tradição apostólica, isto é, sem o ensinamento oral seria impossível existir o Novo Testamento. Mas, não podemos esquecer que o Novo Testamento é uma parte da Doutrina e o catolicismo não é a religião de um livro, mas, de uma pessoa, Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, a Igreja desde seus primórdios se firma em três pilares: A Sagrada Tradição, o Sagrado Magistério e a Sagrada Escritura.       

    Quando o pastor Nicodemos vai falar do Magistério da Igreja,  fala como se fosse um absurdo teológico a gente ter um Magistério. Só que o Magistério da Igreja é o intérprete autorizado e a gente vê isso na Bíblia também. Em Atos 15 (o Concílio de Jerusalém, primeiro Concílio da Igreja), a Igreja com seus bispos (o Colégio Apostólico) e os presbíteros se reuniram para discutir sobre o problema da circuncisão. Os judeus recém-convertidos queriam obrigar os novos convertidos vindos do paganismo e de outras culturas se circuncidassem segundo a Lei de Moisés. Foi preciso que a Igreja discutisse o assunto em Concílio e tomasse uma posição; e tendo reunido todos, sob a palavra de São Pedro decidiram que o Batismo é que tornaria a pessoa membro da Comunidade.

    Qual é dificuldade do pastor e de muitos em compreender isto? A dificuldade é porque a igreja dele não tem sucessão apostólica, aliás nenhuma igreja protestante, evangélica, seja ela reformada ou pentecostal tem sucessão apostólica e, por isso mesmo, não tem autoridade e não é verdadeira.

    Então a gente percebe que a Bíblia é a palavra de Deus, mas a palavra de Deus está mantida na Tradição e o Magistério é o intérprete. É ele quem decide as questões de fé e doutrina. A Tradição está firmemente defendida na Bíblia, em 2Timóteo 2,2: “O que de mim ouvistes na presença de muitas testemunhas, confia a homens fiéis que por sua vez sejam capazes de instruir a outros”. – Então, temos que ter cuidado com o que ele falou quando ele fala que a Tradição é a produção teológica da Igreja, não é verdade. A tradução teológica da Igreja é outra coisa. 

    Depois, ele continua dizendo que "a Igreja acredita que Deus continua trazendo novas revelações". Isso também não é verdade. 

Ele Continua: Aqui ele entra num assunto que mostra total desconhecimento teológico do que é a co-mediação de Maria e o significado de ser "corredentora".   

“Na Igreja católica Cristo é o salvador, mas, para chegar até Cristo você tem que chegar através de Maria. Você tem que receber o dogma da co-mediação de Maria, de que ela auxilia os pecadores a receber a graça que o filho dá. Ela funciona como uma espécie de medianeira e recentemente dogmas a respeito da assunção de Maria e do seu nascimento virginal foram colocados pelos Papas como sendo obrigatório para todo católico acreditar. Então não é somente Cristo, mas é Cristo e Maria, em alguns lugares a Igreja Católica é muito mais mariana que cristocêntrica”.

    Quando alguém se propõe a falar alguma coisa, essa pessoa deve estudar, conhecer com um pouco de afinco o que está dizendo. E o pastor em questão mostra desconhecer a doutrina católica, falta-lhe um conhecimento profundo do que estar a dizer.

    Quando ele fala do "dogma da mediação de Maria", a mediação de maria não é dogma.         Por não ser dogma tem que se perguntar o que ele quer dizer com isso. Se fosse dogma seria mais fácil já estaria resolvido desse ou daquele jeito. Depois o pastor vai falar do dogma da Assunção de Maria, que está certo, é um dogma, mas, é um dogma que não fere em nada a fé protestante. Qual a dificuldade em aceitar o dogma da Assunção de Maria se os protestantes acreditam na assunção de Enoque e do profeta Elias?

    Ah! Mas, a assunção de Maria não está na Bíblia. Está sim. Não da forma como eles querem, mas está é só ler Apocalipse 12, 1-18.

    O nome Trindade também não está na Bíblia, mas, ela aparece de forma indireta e todos nós cristãos cremos nela - Mt28, 19.

     O que diz o dogma da assunção de Maria?

A Igreja proclama que Nossa Senhora após ter terminado todo seu curso terreno, pelos méritos de Cristo foi assunta (ou levada) de corpo e alma para o céu.

   Quando ele fala do dogma do nascimento virginal de Maria é espantoso a falta de conhecimento teológico sobre ao assunto. Muitos teólogos confundem o dogma da Imaculada conceição de Maria com o nascimento virginal.

    O nascimento virginal nunca foi dogma. Ninguém disse que Ana mãe de Nossa Senhora era virgem. Ana e Joaquim eram casados. Maria foi concebida de forma natural, ou seja, de uma fecundação normal. Agora o que a Igreja proclama é que Maria no momento da concepção, no seio de Ana, Deus, pelos méritos de Cristo retirou dela a mancha do pecado original porque ela foi escolhida para ser a futura mãe do Salvador. Então ela foi preparada por Deus, sonhada por Deus para de seu ventre nascer o próprio Deus. Maria não foi uma barriga de aluguel. Ela gerou Jesus Cristo o filho de Deus conservando-se pura toda sua vida. Nasceu sem pecado, porque Deus antecipou nela toda a graça e a Salvação por meio de seu Filho. É isso que quer dizer o dogma da Imaculada Conceição.

Depois ele vai falar de Maria como medianeira: 

“O católico vai dizer que você precisa de Maria, enquanto o reformado que você pode ir direto a Cristo” [...] é interessante porque isso é uma meia verdade, tanto do lado de lá, quanto do lado de cá. Por quê? 

    Porque não é verdade que você precisa de Maria para chegar a Cristo no sentido que ele está falando, mas, também não é verdade que o reformado vai sozinho a Cristo. Ora, alguém nunca falou para ele que para alguém se tornar cristão tem que lhe anunciar Cristo? Não vai precisar da pessoa do amigo, do vizinho, de outro que conheça a fé primeiro? Se alguém vai a Cristo, vai por intermédio de alguém mediante o ministério da Igreja.

       Os protestantes não entendem ou desconhecem a parte da Bíblia que Maria faz parte da Igreja - Atos1, 14 - No Antigo Testamento, Adão e Eva que faziam parte da Antiga Criação estavam no Paraíso e de lá foram expulsos pelo pecado da desobediência que cometeram. 

         Na Nova Criação, onde Jesus Cristo, "O Novo Adão", restaura todas as coisas, tendo feito uma Nova Criação que se deu na árvore da Cruz, devolveu-nos a graça do Paraíso. Maria, a "Nova Eva" está presente pela obediência. Não só estava presente aos pés da Cruz recebendo a adoção filial de ser nossa Mãe, mas, também, estava com toda a Comunidade, a Igreja reunida e como parte dela iniciada na caminhada dessa Nova Criação, agora conquistada pelo seu Filho. Ela juntamente com os Apóstolos e os discípulos em oração no cenáculo aguardou a vinda do Espírito Santo que confirmou a missão da Igreja. É por isso que a Igreja começou sua caminhada com ela, não vai e não pode terminar sem ela. É por isso que nós a chamamos de "Mãe da Igreja".       

    A missão da Igreja neste mundo é levar às pessoas ao conhecimento de Cristo. Maria assumiu esse papel porque ela faz parte da Igreja. Os evangélicos insistem muito nisso que Cristo é o único mediador, mas, se não fosse a Igreja Católica não teriam nem a Bíblia. A Igreja tem esse papel de ser este canal que leva as pessoas ao conhecimento de Cristo e consequentemente à salvação. Foi para isso que Jesus fundou a Igreja.

    Ah, mas Jesus disse "ninguém vai ao pai senão por mim!", está certo, mas onde está Jesus? Está na sua Igreja. De modo que para ir até Cristo é necessário passar pela Igreja. Pois, o mesmo Jesus que disse: "ninguém chega ao pai senão por mim", diz também: "quem vos ouve a mim ouve, quem os rejeita a mim rejeita". Lucas 10, 16. A Igreja existe para conduzir todas as pessoas a Cristo. Essa é a missão da Igreja, ser a ponte. Jesus disse: "Não são os sãos que precisam de médico, mas sim, os doentes!" (Lucas 5, 31-32) - A Igreja é o lugar em que recebemos o pão da palavra e da Eucaristia, alimento para nosso corpo e nossa alma. A Igreja é este grande consultório onde o Mestre dos mestres é o único doutor e remédio, nela pelos sacramentos, especialmente a Confissão podemos nos curar da doença do pecado. E é essa a missão da Igreja, conduzir a todos à salvação. 

    O caminho é Cristo, a Igreja é a ponte, o elo que une o homem a Deus. E a Verdade que é Cristo é revelada pela Igreja, a qual tem todos os meios para conduzir-nos à salvação. A Igreja fundada por Cristo, foi deixada neste mundo para que ao mesmo tempo que anuncia o evangelho, também tem a missão de mãe e mestra levar-nos até Cristo em segurança. Ela como a Arca de Noé tem a missão de cuidar de todos, para que todos sejam salvos. Por isso São Cipriano de Cartago vai dizer:  "extra Ecclesiam nulla salus" - que significa 'fora da Igreja não há salvação'. 

    Ninguém vai a Cristo sozinho, porque precisa da mediação de alguém, isso é óbvio. Ou será que Cristo apareceu e se revelou? Talvez São Paulo possa dizer isso, já que ele foi o único homem que depois dos Apóstolos que teve uma experiência pessoal com Jesus no caminho de Damasco. Tirando São Paulo os outros chegaram até Cristo pela mediação de alguém, da Igreja ou de algum ministro da reconciliação.

    E aí quando ele fala que a gente precisa de Maria para chegar até Cristo, ou para termos Cristo. Ora, como é que Cristo veio ao mundo? Caiu de paraquedas? Foi trazido pela cegonha? nasceu de chocadeira? [...] Qual foi o caminho que ele escolheu para vir ao mundo, não foi através de Maria?

    “E quando chegou a plenitude dos tempos (ou seja, o tempo estabelecido por Deus), Ele enviou o seu filho nascido de uma mulher” (Gálatas 4, 4) – é óbvio que Nossa Senhora participa ativamente do mistério da Redenção.

   Quando ele diz cheio de razão “nós não precisamos de Maria, nós só precisamos apenas de Cristo”, se isso fosse verdade não existiria Cristo, porque Cristo precisou nascer de Maria. Isso é orgulho e prepotência da parte protestante. Porque o próprio Deus precisou de Maria e a escolheu para nascer dela. Aliás, Maria foi a única mulher a quem um Deus pode lhe chamar de mãe. Se a Moisés Deus entregou a Lei, à Maria ele entregou seu próprio Filho. Se a Lei foi guardada em uma arca de acácia e ornamentada de ouro e por ali Deus comunicava com seu povo. O ventre imaculado de Maria tornou-se uma arca onde ali foi gerado o próprio Deus. Por isso ela é santa e pura em sua totalidade, isto é, corpo, alma e espírito. A menor das criaturas diante de nós é a maior das criaturas diante de Deus porque desde o ventre de sua mãe ela foi coroada de toda graça e ornada de todo esplendor.   

    E o outro ponto teológico que ele deixa passar é a doutrina de Maria como a "Nova Eva". Na teologia de São Paulo Jesus é o Novo Adão: 

     1Coríntos 15, 45-48 – “Assim está escrito: O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente"; o último Adão, espírito vivificante. Não foi o espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o espiritual. O primeiro homem era do pó da terra; o segundo homem, do céu. Os que são da terra são semelhantes ao homem terreno; os que são do céu, ao homem celestial”. 

    São Paulo ensina-nos que dois homens estão na origem do gênero humano: Adão e Cristo. [...] O primeiro Adão, diz ele, foi criado como um ser humano que recebeu a vida; o segundo é um ser espiritual que dá a vida. O primeiro foi criado pelo segundo, de quem recebeu a alma que o faz viver. [...] O segundo Adão gravou a sua imagem no primeiro, quando o modelou. Por isso, veio a assumir a sua função e o seu nome, para que não se perdesse aquele que fizera à sua imagem. Primeiro e último Adão: o primeiro teve princípio; o último não terá fim. Por isso é que o último é verdadeiramente o primeiro, como Ele mesmo diz: "Eu sou o Primeiro e o Último"» (Catecismo da Igreja católica  nº. 222)

"Se Jesus é o novo Adão, Maria é a Nova Eva".

    Assim como pela desobediência de um homem, Adão, entrou o pecado no mundo, pela obediência de um só homem, Jesus Cristo entrou a graça.

    Assim como pela desobediência de uma mulher, Eva, entrou o pecado, pela obediência  de uma mulher, Maria, nos veio a graça.

    Pela desobediência de Adão a humanidade foi destruída pelo pecado; pela obediência de Jesus Cristo refez a nova criação. 

    Pela desobediência de uma mulher a humanidade foi destruída pelo pecado; pela obediência de Maria a humanidade pode ser redimida porque ela trouxe ao mundo o Salvador.

“Jesus se humilhou e fez obediente até a morte e morte de cruz” Filipenses 2, 8-11 

“Maria, desde a encarnação também se fez humilde, (Lucas 1, 38) e se fez obediente até os pés da cruz junto de seu filho para nossa salvação”.

    Isso é o significado de ser corredentora. Maria é, portanto, corredentora porque participou, ajudou ativamente no plano de Salvação. Ela é a Nova Eva e Cristo o Novo Adão.

   Em 2Coríntios 5, 18 diz: “Tudo isso vem de Deus que nos reconciliou consigo por meio de Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação”. Então, esse negócio de que há só um mediador, o que é o mediador senão o reconciliador?

    O mesmo Paulo que falou que há só um mediador é o mesmo Paulo que Deus nos deu o ministério da reconciliação.

    Aliás, o papel da mediação dos santos e de Nossa Senhora é diferente da mediação única de Cristo.

    O papel de mediador de Cristo é exclusivo dele, é de caráter salvífico e só cabe a ele. O papel de mediação dos santos é de caráter de intercessão, ou seja, é diferente.

    Essa mediação dos santos é algo que já fazemos aqui na terra. Nós intercedemos, pedimos, rogamos a Deus uns pelos outros. Se já aqui na terra fazemos isso uns pelos outros quem dirá no céu os santos e Nossa Senhora. Veja, por exemplo, o caso do centurião romano que intercedeu a Jesus pela saúde de seu criado; Maria que intercede pelos noivos em Caná da Galileia, isto é intercessão. Nós que acreditamos na comunhão dos santos conforme professamos na profissão de Fé, o Credo, acreditamos nesta mesma intercessão prefigurada aqui na terra e concretizada no Céu.  

    Eles podem interceder e o fazem porque a Igreja continua na eternidade; os santos participam da glória juntamente com Jesus. Na eternidade participam de uma só comunhão banhados na glória de Cristo Ressuscitado e vencedor; ela continua sua missão, mas, agora de maneira beatífica em unidade com Cristo.

    Basta ler o Apocalipse, está repleto de exemplos da oração dos santos: a fumaça do incenso que sobe até Deus com nossas orações, os anciãos louvando a Deus, a oração dos mártires - Apocalipse 9-10:14, 4-5 [...] E isso só é possível porque através do único mediador que é Cristo está a mediação dos santos. Os santos no céu tem esse papel. O problema dos protestantes é que eles não creem na Igreja da forma que nós cremos. Nós cremos que a Igreja peregrina neste mundo continua na glória celeste. Nós, apoiados naquilo que a Bíblia ensina e a doutrina ensina cremos na comunhão dos santos que é a Igreja Triunfante. Pois, se Deus nos criou para a santidade e para a eternidade conforme nos ensinou o próprio Cristo, negando a intercessão do santos negamos também a própria salvação. Os protestantes ensinam que as almas estão como numa espécie de "sono" aguardando o juízo final. Eles negam a intercessão dos santos. Porém isso é desmentido pela Bíblia quando em Apocalipse São João descreve a glória celeste a multidão incontáveis de anciãos que louvam o Cristo, a oração dos mártires pedindo justiça e os anjos que servem a Deus no seu trono. Dos santos (as) virgens que acompanham Jesus o tempo todo. A cidade, a Jerusalém celeste, coberta de ouro, por fim, os animais que também fazem parte da corte celeste. 

Como funciona a mediação dos santos?      

    A mediação dos santos e da Virgem Maria não é salvífica, mas, é dentro da mediação única de Cristo que ela acontece. Caso contrário não poderíamos orar uns pelos outros. Mas, é por causa da mediação única de Cristo que nos tornamos partícipes com ele dessa mediação salvífica e podemos interceder uns pelos outros. Porque não pedimos por nós mesmos mas pelos méritos de Cristo. Pois, somente Cristo pode conceder aquilo que pedimos seja aqui, seja na eternidade com os eleitos de Deus. A intercessão dos santos ocorre na esfera da intercessão única e salvífica de Cristo. Por isso nós professamos e cremos na comunhão dos santos porque a santidade é para todos aqueles que creem. A Igreja não acaba aqui, ela continua na eternidade junto de Deus e por isso nós cremos conforme ensina a Sagrada Escritura que aqueles que nos precederam intercedem por nós, são mediadores. Não há como ser diferente se somos chamados a ser santos (Mateus 5, 48); Jesus pede que sejamos santos como o Pai é santo. Poderá alguém ser santo como Deus? A resposta a essa pergunta é que: somente poderemos alcançar a santidade se essa mesma santidade estiver ligada à santidade do próprio Cristo que alcançou por nós este direito tendo se tornado um de nós em tudo exceto no pecado e por sua morte e ressurreição deu-nos a plenitude da vida eterna e partícipes de sua glória. A Igreja continuadora da missão de Cristo neste mundo tem como objetivo principal levar-nos à santidade. Uma vez na eternidade os santos que são os eleitos gozam desta plenitude e, ligados a Cristo, pelos méritos de Cristo participam dessa mediação. É por isso que quando pedimos a intercessão dos santos não são por eles mas, por Cristo que recebe suas orações e cabe a ele atendê-las de acordo com sua vontade. E quando atribuímos as graças alcançadas a um determinado santo devemos ter a consciência de saber que é Deus por meio de Cristo que a concede. Nesse sentido, dentro da mediação única de Cristo é que podemos já aqui na terra interceder uns pelos outros.      

    Quanto ao papel de Maria como corredentora temos que entender esse termo no verdadeiro sentido teológico dele:

    Cristo convida toda sua Igreja redimida por ele. São Paulo escrevendo aos Colossenses (Colossenses 1, 24) “Completo na minha carne o que resta do sofrimento de Cristo”.  Ou seja, toda a Igreja remida por Ele é chamada a unir-se a Ele. Maria foi remida por Cristo desde o ventre de sua mãe; é sem pecado não pelos seus próprios méritos, mas pelos méritos de Cristo, chamada a participar de forma mais íntima, muito mais especial por ser a Mãe do Filho de Deus e chamada a participar desta redenção. Por ser a mãe do filho de Deus ela se dispôs a levar até o fim a missão de colaborar para que o plano de Salvação acontecesse.

    Às vezes a gente esquece que Jesus foi um ser humano normal exceto no pecado, teve fome, sede, sentiu tristeza, alegria, chorou, riu, brincou, teve que aprender a falar e a andar. Ele quis experimentar a beleza de ter uma mãe (Gálatas 4,4). Então, ela participa de forma mais íntima desse grande amor. Tanto que o profeta Simeão vai dizer que uma espada lhe transpassaria alma.  O que Jesus sofreu por nós fisicamente, Maria sofreu tudo na alma conforme tinha dito a profecia.

    Sim, Maria é corredentora de uma forma especial, mas, porque ela foi redimida por Cristo, é corredentora na medida que une suas dores às dores do seu Filho.

    Quando o pastor Nicodemos disse que “em alguns lugares as igrejas católicas são mais marianas que cristocêntrica é mera conjectura, pois, toda devoção mariana é toda cristocêntrica. Maria não ofusca a luz que é Cristo, pelo contrário ela aponta em direção a ele: “fazei tudo o que ele vos disser” – João 2, 5 – ela não é deusa, mas, ela é a escolhida de Deus, a Mãe de Jesus e, depois de Cristo ninguém é maior. Maria não quer nada para si, não quer atrair nada para si, ela é serva obediente (Lucas 1, 38), ela é a mulher do silêncio, da obediência. Então, dizer o que ele disse é falta de responsabilidade.

Ele continua seus ataques dizendo:

“Os católicos falam que a salvação é pela fé, mas, os homens tem que praticar as obras, eles têm que contribuir com suas obras, com sua obediência, com sua ida à igreja, com sua participação nos sacramentos para que aquela fé seja de fato uma fé salvadora. Os católicos falam da graça, a graça o favor de Deus.”

    E aqui o pastor Nicodemus comete mais um erro teológico. A Igreja Católica não fala que a salvação é pela fé. A Igreja ensina que a salvação é pela graça mediante a fé e uma fé completa. Qual é o problema aqui? É que estamos falando de termos distintos; quando ele fala a palavra fé, ele está falando de uma fé fideísta e fiduciária. 

    Nós não falamos de uma fé fideísta e fiduciária apenas, nós falamos de uma fé que significa obediência. Então a nossa fé não é simplesmente crer, crer e crer ... porque neste sentido de crer até o diabo acredita, mas, o diabo não tem fé. Crer simplesmente e não fazer nada é como um carro sem gasolina. A fé é o carro as obras o combustível, se não tiver as obras o carro não anda. Em outras palavras Jesus disse: “Bem aventurado não é o que me diz senhor, senhor, mas, o que faz a vontade do meu Pai que está no céu”. (Mateus 7, 21) – aqui eu pergunto: Fazer a vontade do Pai não é uma obra? A Salvação em si não é uma obra?  

    Jesus também disse: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama”. Amar a Deus não é uma obra?

        São Paulo disse: "Nem a circuncisão, nem a insircuncisão é coisa alguma, mas o que importa a fé que opera em nós pela caridade” (Gálatas 5,6). 

    E a caridade é uma obra. De modo que, dizer que somente a fé entendida como uma fé fideísta está errado. Agora se por meio de nossas obras nós estamos manifestando a graça de Deus em nossa vida isto é testemunho bíblico. Por exemplo, em Romanos 2, 6-7.8 está escrito: “Deus retribuirá a cada um segundo suas obras” [...] “A vida eterna aos que perseverando em fazer o bem busquem a glória, a honra e a imortalidade, mas a ira e indignação aos contumazes rebeldes da verdade e seguidores do mal.” 

    Percebam que as obras desempenham o papel sim na nossa salvação; não somos salvos pelas obras, somos salvos pela graça, mas a graça produz em nós as obras e a fé; e a fé também é uma obra. Jesus disse: “Essa é a obra de Deus que acreditem naquele que ele enviou” – João 6, 29 – De fato essa confusão sobre a fé e as obras que o pastor Nicodemos e com ele todos os protestantes faz não é producente.  

    Mas, poderá alguém dizer: “As obras não são causadoras da salvação, as obras são uma consequência da graça que opera em nós”; mas, a fé não é a mesma coisa? A fé não é causadora da salvação? A Fé é uma consequência da graça que nos salva.

São Tiago assim escreveu sobre a Fé e as obras: (Tiago2, 14-26)

“Meus irmãos, que interessa se alguém disser que tem fé em Deus e não fizer prova disso através de obras? Esse tipo de fé não salva ninguém. Se um irmão ou irmã sofrer por falta de vestuário, ou por passar fome, e lhe disserem: “Procura viver pacificamente e vai-te aquecendo e comendo como puderes”, e não lhe derem aquilo de que precisa para viver, uma tal resposta fará algum bem?  Assim também a fé, se não se traduzir em obras, é morta em si mesma.

Poderão até dizer: “Tu tens a fé, mas eu tenho as obras. Mostra-me então a tua fé sem as obras. Porque eu dou-te a prova da minha fé através das minhas boas obras!”

Crês que há um só Deus? Estás muito certo. Mas lembra-te que os demónios também creem e tremem!  És uma pessoa bem insensata se não conseguires compreender que a fé sem obras não vale de nada.

Não mostrou o nosso pai Abraão que era justo através dos seus atos, ao oferecer a Deus o seu filho, Isaque, sobre um altar? Como vês, na sua vida a fé e as obras atuaram conjuntamente. A fé completou-se através das obras.  Por isso, as Escrituras dizem: “Abraão creu em Deus e este declarou-o como justo.” E foi chamado o amigo de Deus. Estão a ver então que a pessoa é considerada justa aos olhos de Deus pelo que faz e não só por crer.

Outro exemplo é Raabe, aquela mulher que era meretriz. Ela foi declarada justa por aquilo que fez, pois não teve medo de esconder os espias e ajudou-os a escaparem-se por outro caminho.  Tal como o corpo está morto se não há espírito nele, assim também a fé sem obras está morta”.  

    Mas, essas coisas estão tão ligadas entre si que podemos dizer sou salvo pela fé e obras; lembre-se somos salvos pela graça, mas a graça produz em nós a fé e frutos tão belos que evidencia o agir de Deus em nossa vida de modo que a gente pode dizer que somos salvos pela fé e obras quando a gente entende bem corretamente estes termos.

A CONFUSÃO DO PASTOR COM A NATUREZA E A GRAÇA

Continua o pastor:

“Mas, eles dizem que a graça vem a través da natureza. Essa relação entre natureza e graça que originária da teologia de São Tomás de Aquino e diz que Deus concede a graça através da natureza ou das coisas sólidas que pertencem ao mundo sólido. Por isso a água benta do batismo, por isso o pão que se transforma no corpo de Cristo e o cálice que se transforma em vinho, (aqui ele parece nem saber que não é o cálice que se transforma em vinho, é o vinho que se transforma no sangue de Cristo); continua... por isso o óleo da unção dos enfermos. Então a graça não é dada diretamente ao pecador, mas, ela é dada através dos sete sacramentos da Igreja católica dentre eles os mais conhecidos, (só para ele porque todo católico conhece os sete sacramentos e sabe que nenhum é mais ou menos conhecidos que os outros), batismo, confirmação, ordem, casamento, extrema unção e confissão a um padre para o perdão dos pecados. Os sacramentos da Igreja Católica são canais pelos quais a graça de Deus é ministrada e o pecador recebe a salvação.”

    Veja, que ele faz uma salada de frutas entre sacramental e sacramento. E até se confunde em dizer que o cálice transforma em vinho, e ao falar dos sete sacramentos e não cita nem a Eucaristia que é o principal deles. Ele não sabe que é o vinho que é transformado no Sangue de Cristo? O cálice é apenas o recipiente. É de lascar né gente!

    Ele falou de dois assuntos aqui: A graça provém da natureza, a salvação provém dos sacramentos. Quando ele fala que os sacramentos são canais da graça de Deus e pode levar à pessoa a salvação ele está certo, mas, há que separar sacramento e sacramental.

    No sacramento a ação do Espírito Santo é de forma invisível diretamente sobre a pessoa. É graça santificante. Os sacramentais são meios materiais aos quais a graça de Deus age em nós. 

        O sacramental é um objeto e não age diretamente depende da crença da pessoa. Por exemplo:  A água benta só tem poder de benzer a casa se a pessoa acreditar.; Enquanto que o sacramental não te salva, mas, traz a graça da salvação na sua vida e o sacramento tem o poder de força santificante. O sacramental traz as bênçãos e serve para recordar o amor que Deus tem por cada um de nós.  

    Já quando ele cita a teologia de Santo Tomás de Aquino sobre a “Natureza e graça” é de doer porque ele distorce todo o ensinamento do santo. O que é que São Tomás de Aquino queria dizer? É simples. 

    Que nós não precisamos da graça sobrenatural de Deus para saber que por exemplo o adultério é pecado. Embora esteja na Sagrada Escritura a gente tem a inteligência para saber que adulterar é errado, roubar é errado, etc.

    Mas, se eu disser “Jesus é o filho de Deus”, então nesse caso eu preciso da graça sobrenatural. Se digo “Deus é uma Trindade”, eu preciso da graça sobrenatural para dizer isto. Então natureza é aquilo que está no nível natural e a graça no nível sobrenatural. Por exemplo: Em Mateus 16, 15-17, Jesus pergunta aos seus Apóstolos:

“E vós, quem dizem que eu sou?” Pedro responde: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo!” e Jesus responde: “Feliz és tu, Simão filho de Barjonas, porque não foi a carne e o espírito que te revelou isso, mas, meu pai que está no Céu!” – Nesse caso Pedro precisou da causa sobrenatural para fazer tal afirmação. Mas quando Pedro o negou ele precisou apenas da inteligência para saber que o que ele fez estava errado, tanto é que se arrependeu.

    Aí ele fala que a graça vem da natureza. Não! A graça vem de Deus, mas, objetos podem trazer a benção de Deus na medida em que Deus infunde neles sua graça; e vamos provar isso na Bíblia. 

    O pastor fez uma confusão entre sacramental e sacramentos; A diferença entre o sacramento é que o sacramental não confere a graça do Espírito Santo como acontece no sacramento, mas pela oração da Igreja, eles preparam a pessoa para o recebimento da graça (cf. catecismo da Igreja Católica nº 1670).

 Podemos entender os sacramentais como bondade da criação. Mas, o que o Pastor Nicodemus disse a respeito dos sacramentais beira o gnosticismo. Porque está mais do que claro, e isso vamos ver várias vezes na Bíblia que Deus utiliza da matéria criada para mostra-nos sua bondade.

    O gnosticismo era uma seita herética dos primeiros séculos, os cátaros ou albigenses negavam a bondade da Matéria. Pregava que a matéria era má e o extremo do gnosticismo era justamente negar a Encarnação de Cristo, porque como pode cristo assumir um corpo material se a matéria é má? E quando o pastor nega que Deus não pode agir por meio da matéria ele está sob o mesmo pensamento dos hereges gnósticos. Deus tanto age na matéria que Jesus usa barro com saliva para curar o cego, e usa o madeiro da cruz para nos salvar. Deus tanto age na matéria que os reis e profetas do antigo testamento foram ungidos com óleo; e o próprio Deus utilizou do barro para fazer Adão; escreveu os Mandamentos em tábuas de pedra. Logo, os sacramentos tem os seus sinais materiais característicos como a água, o óleo, o pão, o vinho, etc. chamados de sacramentais.    

    Aí ele continua dizendo [...] “A gente precisa do sacramento para a benção chegar até nós e isso não seria necessário, a benção chega direto em nossa vida. Mentira! Porque os sacramentos estão visíveis de forma clara Bíblia e se não fossem importantes Jesus não os teria instituídos. Se levarmos em conta esse raciocínio do pastor até às últimas consequências vamos chegar ao mesmo pensamento herético do gnosticismo de dizer que Jesus não pode ter sido encarnado.  É fácil provar os sacramentos na Bíblia.

    Deus que criou o mundo material se fez corpo material. Santo Ambrósio vai ensinar que Cristo nos toca através de seus sacramentos. Assim como a gente podia tocar n'Ele enquanto estava neste mundo, agora Ele nos toca pelos Sacramentos.

     O pastor disse “E os sacramentos são canais da graça de Deus...” sim, o que ele falou está certo. Mas, aí tem uma coisa muito grave. O Cristo conquistou para nós na cruz chega até nós pelos sacramentos ordinariamente e extraordinariamente. O que isso quer dizer? Que eu posso receber o sacramento de forma direta ou indiretamente. Por exemplo: Se uma pessoa deseja receber o batismo, mas, por algum motivo ele morre, receberá o sacramento por intenção, pois o amor a Cristo aliado ao seu profundo desejo já provocou nele a graça da salvação. É o caso de muitos cristãos mártires que foram batizados não pela água, mas pelo sangue que derramaram em testemunho de Cristo e do Evangelho. 

     A graça da Cruz, aquilo que Cristo conquistou para nós na cruz vem à nossa vida por meio dos sacramentos.

Qual é a definição e a eficácia do Sacramento?

A definição que o Catecismo da Igreja Católica apresenta sobre sacramento é este: “Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina” (Catecismo da Igreja Católica nº 1131).

    Ou seja, são os meios pelos quais a graça de Deus nos alcança, sendo os sacramentos perceptíveis aos sentidos. A exemplo temos: o sacramento do Batismo, que acontece com o uso da água e das palavras batismais: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Temos também a Eucaristia, que acontece por meio do pão e do vinho que, pelas palavras do sacerdote, são transformadas em Corpo e Sangue de Cristo. Assim, a Igreja Católica professa a existência de sete sacramentos, e além dos dois já falados, temos: a Crisma, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimônio.

É importante saber que os sacramentos são eficazes porque neles age o próprio Cristo; é Cristo que batiza, atua nos sacramentos. Quando o sacramento é celebrado conforme a intenção da Igreja, o poder de Deus atua nele, e a eficácia independe da santidade do ministro que o confere. Porém, os frutos irão depender da disposição de quem os recebe (cf. Catecismo da Igreja católica n° 1129).

Os sacramentos são destinados à santificação do homem, à edificação do Corpo de Cristo e ao culto prestado a Deus. E como fim último, a Páscoa do Filho de Deus, aquela que pela morte O fez entrar no Reino, realizando-se na vida do cristão, o que Ele mesmo professa: “Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir” (cf. Catecismo da Igreja Católica nº 1680). 

Os sacramentais e sua missão.

O Catecismo vai definir sacramentos como: “Os sinais sagrados instituídos pela Igreja, cujo objetivo é preparar os homens para receber o fruto dos sacramentos e santificar as diferentes circunstâncias da vida” (Catecismo da Igreja Católica nº 1677). Os sacramentais servem para a santificação de certos ministérios, assim como de estados de vida e de momentos variados no dia a dia do cristão, como o uso das coisas que são úteis ao homem. 

A diferença entre o sacramento é que o sacramental não confere a graça do Espírito Santo como acontece no sacramento, mas pela oração da Igreja, eles preparam para o recebimento da graça (cf. Catecismo da Igreja Católica nº 1670). Entre os vários sacramentais, em primeiro lugar estão as bênçãos, que podem ser de pessoas, da mesa, de objetos e lugares. O número de sacramentais é enorme! Por exemplo, alguns objetos, desde que sejam abençoados: cruzes, imagens e estampas de santos, água, sal, óleo, lenço dentre tantas outras coisas. Atos 19 : 12 - “de modo que até lenços e aventais que Paulo usava eram levados e colocados sobre os enfermos. Estes eram curados das suas doenças, e os espíritos malignos saíam deles.”  A própria sombra de São Pedro era um sacramental veja, Atos 5, 15-16; “De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camas para que a sombra de Pedro, quando passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas afluía a multidão a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados.”

Os sacramentais são instituídos como dito antes pela Igreja. São realizados sempre pela imposição das mãos, uma oração, o sinal da cruz ou aspersão com água benta que relembra o Batismo (cf. Catecismo da Igreja Católica nº 1668).

Por fim, é importante lembrar que os sacramentais são instrumentos que auxiliam o cristão na vida espiritual. Não devem ser usados erroneamente como superstição ou algo mágico, não! Eles são “extensões” dos sete sacramentos e podem nos acompanhar literalmente em todas as horas do nosso dia.

Os sacramentos não são coisas materiais, os sacramentos são santos sinais que realizam o que significam. Os sacramentos utilizam-se dos sinais, os sacramentais e são eficazes no que significam. 

São Leão Magno disse: “O que era visível em Cristo passou aos sacramentos da Igreja”, ele dizia que os sacramentos da Igreja passaram a ser aquilo que a gente via em Cristo e passou à Igreja, por exemplo: Assim como a mulher com fluxo de sangue tocou na orla das vestes de Cristo (Lucas 8, 43-45), assim como o lenço de Paulo curava os doentes (Atos 19, 11-12), assim como a sombra Pedro curava os doentes (Atos5, 15-16), assim como os ossos do profeta Eliseu ressuscita o morto (2Reis 3, 21), percebe-se aqui a utilização dos sacramentais, ou seja, a materialidade, a veste, o lenço, a sombra e até os ossos de um morto. Então nota-se claramente que Deus opera sua graça através da matéria sim. O que era sensível em Cristo passou à Igreja por meio dos sacramentos. Santo Ambrósio dizia: “Tu ó Cristo te revelastes a mim face a face, te encontro em teus sacramentos” – Segundo Santo Ambrósio, que era um padre do século IV, ele vai dizer que ele encontra Cristo face a face nos sacramentos. Aquilo que Jesus conquistou por nós na Cruz vem até nós por meio dos sacramentos e como vemos não é difícil provar isto nas Escrituras. São Paulo vai dizer: “O batismo que hoje nos salva (...) “Por meio do batismo vós morrestes e ressuscitastes”.

Quando são Paulo fala da santa ceia em 1Coríntios 11, ele fala que “se comermos do Corpo do Senhor indignamente, sem discernimento estará comungando a própria condenação”. É só fazer uma leitura contrária: “se comungarmos discernindo o Corpo do Senhor comungamos bênção”. 

São Tiago falando da Unção dos enfermos diz: “Chama os presbíteros e a oração da fé com a unção do óleo salvará o enfermo”. Ou seja, os sacramentos estão claramente descritos na Bíblia, são sim, os meios pelos quais a benção de Deus chega até nós. 

    Agora, porque o pastor Augustus Nicodemos recusa os sacramentos? A fala dele no seu vídeo é tão estranha... 

   Ele nega aquilo que a própria instituição que ele pertence acredita. Os reformados (que vem de João Calvino), acreditam que os sacramentos são meios de graça também; quem não acredita são os batistas, os assembleianos, os pentecostais, as igrejas de parede preta moderninhas, etc. 

Onde encontramos os sacramentos na Bíblia?

1.     Batismo – O primeiro rito do Batismo está em Lucas 3, 19-20. Jesus foi batizado por João. O Batismo de João era de conversão. Depois Jesus manda os apóstolos batizarem em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, Mateus 28. O Batismo instituído por Cristo é um sacramento que além do perdão dos pecados torna a pessoa, filho de Deus e membro da Igreja. O catecúmeno morre para o mundo e nasce para Deus.

2.     Crisma – Trata-se de um rito em que o ministro impõe as mãos sobre os crismandos, invocando o Espírito Santo, e os unge com óleo. A prática de unção com óleo remete ao Antigo Testamento quando os sacerdotes e reis eram ungidos. Pelo batismo e pela crisma somos inseridos no sacerdócio real de cristo, participando desse sacerdócio comum dos fiéis pela Crisma somos chamados a ser sacerdotes, profetas e reis.    

    O sacramento do Crisma consiste na Confirmação do Batismo pelo Espírito Santo, por meio da qual o fiel é enviado ao mundo para testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo em atos e palavras.  Com esse sacramento, o fiel torna-se soldado para testemunhar a Cristo no mundo.

    Nos textos bíblicos encontramos diversas passagens que remetem ao Sacramento da Crisma, elas estão em: João 14, 25-26; Lucas 12, 12; Atos 8, 14-17; Atos 19, 1-6 e 2 Coríntios 1, 21-22.

    O sacramento do Crisma também é chamado de "Confirmação" - quando criança quem confirma a Fé da Igreja por nós são nossos pais e padrinhos, na Crisma, já adultos nós conformamos essa Fé que recebemos. Essa é a missão do bispo confirmar os irmãos na fé. Jesus ao instituir o sacerdócio, dando suas últimas instruções disse a Pedro: "Mas, eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E, quando você se converter, confirme os seus irmãos" Lucas 22, 32.

3.     Eucaristia - Na Eucaristia está a presença real de Jesus Cristo, conforme nos ensinaram o próprio Senhor. Em João 6, 56-57 Jesus disse: “Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. E como o Pai, que é vivo, me enviou e eu vivo pelo Pai, assim aquele que comer de mim viverá por mim”. a noite que antecedeu à Sua Crucificação, Jesus Cristo reuniu Seus Apóstolos e instituiu o sacramento (cf. Lucas 22:19–20). Após Sua Ressurreição, Ele instituiu o sacramento onde o pão é o seu Corpo e o Vinho seu Sangue.

(1Coríntios 10, 16-17). “Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?

Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão”.

4.   A  Confissão ou Penitência: pelo sacramento da Confissão, Jesus deu autoridade aos Apóstolos e seus sucessores para conceder o perdão dos pecados.

João 20, 20-23 Jesus apareceu aos Apóstolos e disse: “A paz esteja convosco!” Dizendo isso soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes dos pecados ser-lhes-ão perdoados. Aqueles aos quais os retiverdes ser-lhes-ão retidos”. Note: Que Jesus instituiu o sacramento da confissão. Os protestantes dizem que pode se confessar diretamente com Deus, porém, Jesus é bem claro ao dar aos discípulos o poder de perdoar (em seu nome) os pecados. Não existe confissão direta com Deus. Somente o bispo e o sacerdote que “in persona Christi”, ou seja, na pessoa de Cristo perdoa os pecados. Por isso o sacramento da confissão é inviolável e não pode ser revelado. Quem perdoa os pecados é Cristo por meio do sacerdote que lhe representa.

 O que o Catecismo da Igreja Católica fala sobre o Sacramento da Confissão?

Catecismo da Igreja Católica nº 1424. É chamado sacramento da confissão, porque o reconhecimento, a confissão dos pecados perante o sacerdote é um elemento essencial deste sacramento. Num sentido profundo, este sacramento é também uma «confissão», reconhecimento e louvor da santidade de Deus e da sua misericórdia para com o homem pecador. 

5.     Unção dos enfermos - Unção dos enfermos é um rito cristão que consiste em ungir os enfermos com um óleo sagrado. Na Igreja Católica, o ritual é também denominado “Santa Unção” ou “Último sacramento”. A unção dos enfermos tem o objetivo de confortar o doente, perdoar os seus pecados e transmitir um sentimento de alívio espiritual e físico. O Sacerdote unge o doente com o óleo dos enfermos que é a matéria do Sacramento da Unção dos Enfermos. Esta unção deve ser feita seis vezes: nos olhos, nas narinas, nos ouvidos, na boca, nas mãos e nos pés. Para cada unção o Padre repete a forma do Sacramento da Unção dos Enfermos.

Tiago 5,13-15 - “Sofre alguém dentre vós algum contratempo? Recorra à oração. Está alguém alegre? Cante. Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros (padres) da Igreja para que orem sobre ele, e ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e se estiver cometido pecados, estes lhes serão perdoados. Confessai, pois, uns aos outros vossos pecados e orai uns pelos outros para que sejam curados.

6.    A Ordem - O sacramento da Ordem é conferido pela imposição das mãos, seguida duma solene oração consecratória, que pede a Deus para o ordinando as graças do Espírito Santo, requeridas para o seu ministério. A ordenação imprime um carácter sacramental indelével.

Catecismo da Igreja Católica nº 536. A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos: é, portanto, o sacramento do ministério apostólico. E compreende três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconato. 

[Sobre a instituição e a missão do ministério apostólico por Cristo ver nos números 874-896 do catecismo. Aqui apenas se trata da via sacramental pela qual se transmite este ministério].

Porquê este nome de Sacramento da Ordem?

Catecismo da Igreja católica nº 1537. A palavra Ordem, na antiguidade romana, designava corpos constituídos no sentido civil, sobretudo o corpo dos que governavam, Ordinatio designa a integração num ordo. Na Igreja existem corpos constituídos, que a Tradição, não sem fundamento na Sagrada Escritura, designa, desde tempos antigos, com o nome de táxeis (em grego), ordines (em latim): a liturgia fala assim do ordo episcoporum – ordem dos bispos – do ordo presbyterorum - ordem dos presbíteros – e do ordo diaconorum –ordem dos diáconos. Há outros grupos que também recebem este nome de ordo: os catecúmenos, as virgens, os esposos, as viúvas... 

Catecismo da Igreja Católica nº. 1538. A integração num destes corpos da Igreja fazia-se através dum rito chamado ordinatio, acto religioso e litúrgico que era uma consagração, uma bênção ou um sacramento. Hoje, a palavra ordinatio é reservada ao acto sacramental que integra na ordem dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos, e que ultrapassa a simples eleição, designação, delegação ou instituição pela comunidade, pois confere um dom do Espírito Santo que permite o exercício dum «poder sagrado» (sacra potestas)  que só pode vir do próprio Cristo, pela sua Igreja. A ordenação também é chamada consecratio consagração –, porque é um pôr à parte e uma investidura feita pelo próprio Cristo para a sua Igreja. A imposição das mãos do bispo, com a oração consecratória, constituem o sinal visível desta consagração. 

Catecismo da Igreja Católica nº 1575. Foi Cristo quem escolheu os Apóstolos e lhes deu parte na sua missão e autoridade. Depois de ter subido à direita do Pai, Cristo não abandona o seu rebanho, antes continuamente o guarda por meio dos Apóstolos com a sua proteção e continua a dirigi-lo através destes mesmos pastores que hoje prosseguem a sua obra. É, pois, Cristo «quem dá», a uns serem apóstolos, a outros serem pastores. E continua agindo por meio dos bispos.

Catecismo da Igreja Católica nº 1576. Uma vez que o sacramento da Ordem é o sacramento do ministério apostólico, pertence aos bispos, enquanto sucessores dos Apóstolos, transmitir «o dom espiritual», «a semente apostólica»

 Os bispos validamente ordenados, isto é, que estão na linha da sucessão apostólica, conferem validamente os três graus do sacramento da Ordem.

7.    O Matrimônio - O sacramento do Matrimônio significa a união de Cristo com a Igreja. Confere aos esposos a graça de se amarem com o amor com que Cristo amou a sua Igreja; a graça do sacramento aperfeiçoa assim o amor humano dos esposos, dá firmeza à sua unidade indissolúvel e santifica-os no caminho da vida eterna. 

O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

Catecismo da Igreja Católica nº  1601. «O pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si a comunhão íntima de toda a vida, ordenado por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educação da prole, entre os batizados foi elevado por Cristo Senhor à dignidade de sacramento». 

 O matrimônio no desígnio de Deus 

Catecismo da Igreja Católica nº1602. A Sagrada Escritura começa pela criação do homem e da mulher, à imagem e semelhança de Deus, e termina com a visão das «núpcias do Cordeiro» (Apocalipse 19, 9). Do princípio ao fim, a Escritura fala do matrimónio e do seu «mistério», da sua instituição e do sentido que Deus lhe deu, da sua origem e da sua finalidade, das suas diversas realizações ao longo da história da salvação, das suas dificuldades nascidas do pecado e da sua renovação «no Senhor» (1 Coríntios 7, 39), na Nova Aliança de Cristo e da Igreja.

O MATRIMÔNIO NA ORDEM DA CRIAÇÃO  

  Catecismo da Igreja Católica nº 1603. «A íntima comunidade da vida e do amor conjugal foi fundada pelo Criador e dotada de leis próprias [...]. O próprio Deus é o autor do matrimônio». A vocação para o matrimónio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, tais como saíram das mãos do Criador. O matrimônio não é uma instituição puramente humana, apesar das numerosas variações a que esteve sujeito no decorrer dos séculos, nas diferentes culturas, estruturas sociais e atitudes espirituais. Tais diversidades não devem fazer esquecer os traços comuns e permanentes. Muito embora a dignidade desta instituição nem sempre e nem por toda a parte transpareça com a mesma clareza, existe, no entanto, em todas as culturas, um certo sentido da grandeza da união matrimonial. Porque «a saúde da pessoa e da sociedade está estreitamente ligada a uma situação feliz da comunidade conjugal e familiar».

Catecismo da Igreja Católica nº. 1604. Deus, que criou o homem por amor, também o chamou ao amor, vocação fundamental e inata de todo o ser humano. Porque o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus que é amor (1 João 4, 8.16). Tendo-os Deus criado homem e mulher, com amor mútuo dos dois torna-se imagem do amor absoluto e indefectível com que Deus ama o homem. É bom, muito bom, aos olhos do Criador. E este amor, que Deus abençoa, está destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum do cuidado da criação: «Deus abençoou-os e disse-lhes: "Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a"» (Gêneses 1, 28).

Catecismo da Igreja Católica nº 1605. Que o homem e a mulher tenham sido criados um para o outro, afirma-o a Sagrada Escritura: «Não é bom que o homem esteja só» (Gêneses 2, 18). A mulher, «carne da sua carne», isto é, sua igual, a criatura mais parecidos com ele, é-lhe dada por Deus como uma, auxiliar», representando assim aquele «Deus que é o nosso auxílio». «Por esse motivo, o homem deixará o pai e a mãe, para se unir à sua mulher: e os dois serão uma só carne» (Gêneses 2, 24). Que isto significa uma unidade indefectível das duas vidas, o próprio Senhor o mostra, ao lembrar qual foi, «no princípio», o desígnio do Criador: «Portanto, já não são dois, mas uma só carne» (Mateus 19, 6).

Note que: para cada sacramento são utilizados os sacramentais que são bíblicos. Os sacramentais são materiais que se tornam sinais visíveis da ação de Deus.

O Batismo - a água (sinal de regeneração), o óleo dos catecúmenos e do Crisma (sinal da força do Espírito Santo), a vela (símbolo de nossa fé e representa Cristo ressuscitado).

Crisma – a unção com o óleo do Crisma (sinal da força do Espírito santo). 

Eucaristia – o Pão e o Vinho 

Para a Unção dos enfermos – o óleo da Unção (força de Deus para o doente).

A Ordem – óleo do crisma. Este óleo também usado no sacramento da ordem, (Sacerdotes) para ungir os “escolhidos” que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o no ministério dos sacramentos. 

O Matrimônio – as alianças. É o símbolo de amor e devoção, da concordância de um casal em amar e respeitar um ao outro. Sendo assim, sua forma circular representa que não tem começo nem fim, é constante como o amor deve ser. Como Cristo amou sua Igreja e se entregou por ela assim deve ser o amor dos conjugues e dos filhos. A aliança representa um pacto entre o casal, um pacto de amor entre o casal que deve durar para toda a vida. A aliança nos recorda o pacto de Deus com seu povo, com Abraão se sua descendência. Recorda-nos o amor de Deus por cada um de nós. E que o amor entre marido e mulher também deve perpetuar na vida dos filhos. 

Creio que você já entendeu que significa Sacramento e Sacramental são coisas totalmente diferentes, o sacramento é o sinal visível da graça de Deus e o sacramental são objetos sagrados que se tornam símbolos da ação de Deus em nossa vida. Percebeu que o que o referido pastor é bastante desconhecedor da doutrina católica e é pobre em suas colocações. Percebeu também que os 7 Sacramentos estão na Bíblia e foram criados por Cristo. Os Sacramentos não são invenção da Igreja Católica, mas, foi criado e dado aos seus ministros por Cristo para nos ajudar no processo da salvação. 

Para o pastor a Igreja Católica dá glória de si mesma. Veja a falta de maturidade teológica desse homem.

Continua o pastor: 

“Eles (os católicos) falam que a glória deve ser dada a Deus, mas como a Igreja é a extensão de Deus nesse mundo toda glória é para a Igreja também”. 

    Veja, que o que ele disse é uma bobagem sem fundamento, de quem não sabe nem mesmo o que estar a dizer e desconhece a Bíblia. Porque se a Igreja, conforme ensina São Paulo é o corpo de Cristo, Cristo é a cabeça desse corpo e o Espírito Santo é a Alma desse corpo, como ela pode dar glória de si mesma? Se a Igreja dá glória a Deus ela faz sob ação do Espírito Santo. A Igreja é o corpo de Cristo na terra conforme o São Paulo ensinou. Santo Agostinho disse que “a Igreja é o próprio Cristo” [...] “O que dizemos de Cristo pode-se dizer da Igreja”, mas, dizer que por causa disso a gente vai adorar a Igreja é descabido – quem vai glorificar a Igreja é o próprio Cristo no fim dos tempos.

Essa é a promessa: “Cristo em vós é a esperança da glória” – Colossenses 1, 27 – mas, daí dizer que nós exaltamos a Igreja da mesma forma que exaltamos a Cristo é falácia. Nós exaltamos a Cristo e Cristo exalta a Igreja.

Continua o pastor:

“Os pilares do catolicismo são primeiro a natureza e graça com base na qual você tem os sacramentos e a salvação, Cristo e a Igreja, que eles veem como uma só extensão de Cristo nesse mundo, então, tudo que você puder dizer a respeito de Cristo você pode dizer a respeito da Igreja.”

    Essa citação dele é de Santo Agostinho. Ele fala isso como se fosse errado, mas, isso é certo. Foi para isso que Jesus fundou a sua Igreja para ser seu braço direito na tarefa de levar as pessoas ao conhecimento da verdade e à salvação – “Ide por todo mundo e pregai o evangelho!” (Mateus 28).

    São Paulo diz que o Corpo Místico de Cristo é a Igreja. Ele é a cabeça, nós os membros e o Espírito Santo a alma desse Corpo. 

    Saulo (Paulo) estava a caminho de Damasco para prender os cristãos; Jesus aparece para ele e diz: “Saulo, Saulo porque me persegues?”

    Ora, Saulo não estava perseguindo Jesus fisicamente, logo, quando Jesus disse “porque me persegues” é porque Ele como cabeça está sendo perseguido junto com seus membros.

    O problema aqui é filosófico porque para o protestante não pode haver ente. É nominalismo, não tem como não haver uma comunicação entre Cristo e a Igreja. Cristo é um ente e a Igreja é outro. Ora pode a cabeça viver sem o corpo?

Por isso, segundo o protestantismo que não pode haver comunicação com Cristo, com os santos, com a Virgem Maria, com fé e as obras. Não pode ter comunicação entre Tradição e a Escritura. Porque para o protestantismo não há a real comunicação entre entes. E nós católicos não cremos nisso, nós estamos intimamente ligados a Cristo.

Continua o pastor:

“Cristo salva, a Igreja salva também, Cristo é divino, a Igreja é divina também, Cristo é santo a Igreja é santa também”.

Ele fala como se isso fosse errado, mas, o que há de errado nisso? Cristo é Deus, é divino, é o fundador da Igreja. A Igreja acolhe pecadores para torna-los santos, - “Sede santos como vosso Pai do Céu é santo!” (Levítico 19, 2 – Mateus 5, 48). “Sede perfeitos, como vosso Pai Celeste é perfeito!” – É lógico que se Cristo é perfeito, sua Igreja deve ser perfeita, se Cristo é santo, sua Igreja deve ser santa, se Cristo é divino sua Igreja participa dessa divindade. 

    Aliás, a Igreja é uma realidade teantrópica, ou seja, ela é humana e divina. Será que essa não é a natureza de Cristo? Cristo é totalmente homem e totalmente Deus. Não no sentido de que a Igreja é Deus, mas ela como o corpo Místico de Cristo participa da divindade de Cristo conforme 2Pedro d1, 3-4.

    Cristo salva a Igreja? Sim, salva. Nós somos chamados a unirmos nossos sofrimentos aos de Cristo; a unir-nos no mistério redentor de Cristo. Cristo é Santo, a Igreja é santa, isto está claro. A Igreja é a eleita de Deus, isto está nas Escrituras não precisa de provas.

Continua o pastor:

“Então é esse o pensamento católico muito abreviadamente, é claro, tentei resumir rapidamente com os famosos 5 pontos da reforma protestante. Somente a Escritura. É só na Bíblia que nós vamos encontrar a revelação de Deus e somente ela é a fonte de autoridade para tudo aquilo que nós praticamos e que nós cremos”. 

A pergunta é: Onde está isso na Bíblia? sendo que a própria Bíblia o desmente quando ela diz em 2Tessalonissenses 2, 15 “Guardai as tradições que vos foram ensinadas” [...] nem a bíblia fala para guardar a própria Bíblia, nem ela afirma que é a única autoridade, mas diz para guardar aquilo que lhe foi ensinado, ou seja, a Tradição.

    Precisamos perguntar ao pastor de onde ele tirou que a Bíblia é a única autoridade de Deus. Ou se Deus é tão pequeno para se rotular em um livro. 

    Não tem um lugar da Bíblia que dizendo que a Bíblia é a única fonte de autoridade. Aliás, em 1Timóteo 3, 15 diz que A Igreja do Deus vivo é a coluna e sustentáculo da verdade.  Bíblia dá a resposta, quem é essa autoridade: É a Igreja e não a Bíblia. Se fosse a Bíblia porque São Paulo escreveria que é a Igreja? Porque ela sempre foi a testemunha fiel da verdade muito antes da Bíblia surgir, não teria Bíblia se não tivesse a autoridade Igreja. A própria Bíblia diz “quem sustenta a verdade é a Igreja”.

    O que o pastor falou não tem lógica, nem tem base na própria história do cristianismo. Porque a Bíblia é um produto da Igreja Católica e não caiu do céu como muitos pensam.

    A Igreja começou a espalhar-se pelo mundo afora e, aí os bispos para orientarem suas comunidades começaram a escrever cartas de umas para outras para orientarem suas comunidades. Neste contexto surgiu a Bíblia.

   Note que nem todos os Apóstolos escreveram. E os outros que não escreveram, deixaram de pregar? Se a autoridade da Igreja dependesse de escritos a Igreja ela não se sustentaria, mas, foi através da Tradição que ela pode chegar até os dias de hoje, até os confins do mundo.

  Ah, diria [...] Mas, depois boa parte dos escritos já eram aceitos na maioria das comunidades. Sim, mas isso foi muito tempo depois. Como disse a Carta aos Tessalonicenses foi escrita por volta de 40 d.C. antes não tinha nada. Mesmo assim, até a conclusão do Cânon foram muitos anos de debates, foram realizados vários concílios. Uns queriam as cartas de Paulo, outros não, outros não aceitavam nem o Apocalipse, outros queriam que colocasse tudo e a Igreja disse não. Sem contar a Epístola de Judas.

    Ou seja, é muito fácil depois que a Igreja Católica escreveu a Bíblia e a organizou seu Cânon e preservou-o por 1500 anos alguém chegar e dizer que agora é só a Bíblia a única fonte de autoridade. Se não fosse a Igreja a Bíblia não existiria e se existisse sem a autoridade dela seria um livro qualquer. Como o próprio santo Agostinho vai dizer “Só creio na Bíblia porque a Igreja diz para eu crer nela”. E quando o pastor Nicodemos diz que a Bíblia é a única fonte de autoridade, isto não existe em nenhum lugar. Aliás os protestantes utilizam da Bíblia que é um livro católico para pregar aquilo que eles julgam ser a verdade absoluta sem levar em conta que a Bíblia é objeto fruto da Igreja e que se não fosse a Igreja nem eles existiriam, pois, o primeiro protestante que foi Martinho Lutero era um católico. Se eles não aceitam a Igreja Católica, seu Magistério e sua Tradição como pode aceitar a Bíblia que foi escrita, copilada e preservada por homens católicos? Se eles dizem que a Igreja Católica é idólatra e que não prega a verdade como pode garantir que a Bíblia nascida dentro dela também é verdade. Então se a Igreja Católica é falsa se tudo que ela prega é falso o protestantismo também é falso porque até 1600 só existia a Igreja Católica e o Evangelho que eles receberam, receberam da Igreja Católica.     

 para terminar ele conclui:

“Toda Escritura é inspirada por Deus”, sim ele está correto.

“Não a tradição, não ao Magistério, não às novas revelações, não ao Papa infalível, mas, liberdade para leitura e investigação sob a orientação do Espírito Santo, mas, a única coisa é a Bíblia Sagrada e a única inspiração é a do Espírito Santo”. “Quem garante que a Bíblia é a Palavra de Deus não é a Igreja, mas, é o próprio Espírito Santo falando na Escritura e assegurando isso em nosso coração”.

Isto é uma falácia do pastor, a Igreja Católica não crê em novas revelações.

    Essa colocação do pastor Augustus Nicodemos é subjetivista e é uma besteira a gente sabe que não foi assim que a Bíblia foi formada. Além do que o pastor precisa então explicar, se é o Espírito Santo que é a única inspiração, o por quê que as igrejas protestantes tem cada uma doutrina diferente. Pois, o Espírito não é o mesmo? E porque cada igreja tem uma doutrina mais estranha que a outra?

    Então o Espírito revela uma coisa numa determinada denominação e muda de ideia na outra? [...] Os presbiterianos aceitam o batismo de crianças, os batistas não aceitam. Os metodistas aceitam ter bispos, os assembleianos não aceitam.  Na Igreja luterana se crê que Jesus está presente na Eucaristia, para os presbiterianos Jesus não está presente na Eucaristia. Ora que Espírito Santo volátil é esse? Como pode o Espírito Santo falar coisas diferentes se ele é União.

    A liberdade de interpretação hoje, no meio evangélico, gera muito mais confusão do que união. Cada denominação interpreta a Bíblia do seu jeito e tira dela as coisas absurdas e estranhas. A Sola Scriptura e a Sola Fide defendida por Martinho Lutero não tem base histórica e teológica. A própria Bíblia não autoriza a interpretação particular. Em determinadas denominações Jesus está fora do centro. Os protestantes dizem que a Bíblia é a única fonte de fé, mas, por exemplo na Igreja Adventista, os escritos de Ellen G. White são considerados um "complemento da Bíblia" - Na Igreja dos santos dos Últimos Dias - Os Mórmons, existe o Livro dos Mórmons que é considerado uma segunda Bíblia. Se a Bíblia é a única fonte de fé, porque essas denominações possuem livros além da Bíblia ou para complementar a Escritura? Se a salvação é somente pela fé sem as obras, porque os protestantes fazem caridade? Se a salvação é somente pela fé, porque então eles passam pelo batismo, que é uma obra, uma ação e uma condição de Deus para ser salvo? 

    Na Igreja Católica nós temos o Catecismo, o catecismo não é um complemento da Sagrada Escritura. O Catecismo são diretrizes espirituais pelos quais os cristãos devem seguir para melhor viver a graça, participar da Igreja e compreender a Sagrada Escritura. Ele não ensina nada que já não está definido pela Tradição, pelo Magistério e pela Escritura. Não é uma doutrina nova, nem um complemento da Bíblia. Ele reúne o ensinamento da Igreja desde o princípio até os dias de hoje dentro da única verdade que é a Palavra de Deus. Por isso o Catecismo não é de A, B ou C, mas, da Igreja Católica porque é a Igreja a coluna e o sustentáculo da verdade.       

    Não há nenhuma base teológica e nem base histórica que sustente essa afirmação do pastor Nicodemos. Aliás São Pedro vai dizer em 2Pedro 1, 20-21 diz que “nenhuma profecia é particular interpretação”. A interpretação da Escritura cabe apenas ao Magistério da Igreja Católica.  Essas falas do pastor só mostra a fragilidade do protestantismo.

NOTA:

Este conteúdo não é contra a pessoa do pastor Augustus Nicodemos, mas, trata-se de refutar aos inúmeros ataques e ensinamentos errados que ele tem feito nas redes sociais contra a Igreja Católica. O pastor utiliza de boa hermenêutica e artimanhas teológicas sem sentido, falseando a verdade. Nas suas colocações mostra despreparo de conhecimento teológico sobretudo quando vai explicar sobre a Doutrina católica, que pouco sabe e não crê ou 'acha' que conhece. Mostrando só o ponto de vista dele como pastor protestante que é, usando muitas vezes de uma certa 'desonestidade teológica' somente para um lado sem mostrar a real verdade da Doutrina Católica tal como ela é e como está no Catecismo. O dever de todo formador de opinião e de um evangelizador católico é anunciar o Evangelho, apontar os erros teológicos e ensinar a doutrina. Por outro lado, nós católicos não julgamos, mas, refutamos aquilo que não condiz com a verdade de nossa Fé que é única - que é Católica.        

(Texto de Elmando Toledo)

[Fonte: complementações do texto, explicações do Prof. Eduardo Faria, teólogo e ex pastor protestante - vídeo: A Igreja Católica é falsa? youtube.com.br - Catecismo da Igreja Católica]

    

 

 

 

   

        

        

    

        

            

     

   

          

 

 

   

 

  

   

 

  

  

              

   


MINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO PAULO MOVE AÇÃO CONTRA A FUNDAÇÃO JOÃO PAULO II E COMUNIDADE CANÇÃO NOVA

  O assunto mais comentado ultimamente é a ação movida contra a Canção Nova pelo Ministério Público da Comarca de Cachoeira Paulista - São P...