terça-feira, 22 de setembro de 2015

A IDOLATRIA BÍBLICA - o que é isso?

Estamos no mês da Bíblia.
Nós estamos vendo nos últimos tempos uma "idolatria bíblica", isto é, as pessoas acham que a Bíblia é a resposta pra tudo. A caixinha mágica, "a galinha dos ovos de ouro", capaz de resolver e apontar toda situação. Um certa "escravidão" por tudo que está escrito nos livros sagrados. A idolatria bíblica que cerca o mundo evangélico, pentecostal e os protestantes, está causando um mal muito maior tão igual à segregação racista, que é a intolerância religiosa. Essas pessoas na grande maioria não são pessoas preparadas, nem estudiosos. Na maioria das vezes são pessoas que por falta de preparo, estudo ou por não entender realmente, sendo influenciadas por seus "líderes" também sem nenhuma formação bíblica ou de teologia causam uma estupidez enorme colocando as pessoas numa cegueira total onde o Bíblia é a chave e a resposta de tudo, a "caixa de Pandora"; O que isso interfere na pessoa humana?
1) Torna a pessoa cega ao seu redor para perceber as afinidades do Espírito Santo. Pois, não é porque a Bíblia é a palavra de Deus que o Espírito Santo deixou de inspirar pessoas fora dela. Não acredito nas outras verdades de fé porque não foram escritos na Bíblia. A Bíblia não é um livro fácil de entender. Foi escrito ao longo dos séculos no meio do povo judeu mas, com a linguagem própria de seus autores de tempos em tempos esta linguem muda, mas não muda a mensagem. A Igreja Católica proíbe a interpretação individual da Bíblia, porque cada um tirando uma mensagem individual das Escrituras, provoca ainda mais divisões e interpretações erradas, o que gera fanatismo religioso. A Igreja Católica na intenção de proteger os fiéis do fanatismo, não aceita a livre interpretação da Bíblia e deixa claro que somente ao Magistério da Igreja cabe a tal fazê-la. A Igreja Católica guarda também o Depósito da Fé, que é a Palavra de Deus (Tradição) Oral e Escrita. Sendo que a Tradição Oral é responsável por nos dar hoje todos os livros da Bíblia organizados nos seus 72/73 livros conforme a tradução.    
2) Provoca a intolerância religiosa. Porque só creio naquilo que está na Bíblia o resto não me interessa. Para essas pessoas a Bíblia caiu do céu, do jeitinho que foi montado os livros. Então não há uma história por trás das Escrituras nem uma tradição histórica a que os livros pertencem. 
3) O antes e depois da Bíblia não existe. Isto é no entendimento das pessoas a Bíblia caiu do céu toda catalogada em versículos e capítulos, tudo certinho e Deus falou: "Agora vocês se virem" interpretem ela do jeito que quiserem.
4) Embora a Bíblia seja um livro que deve ser atualizado, essas pessoas preferem ficar paradas no tempo e não estão abertas às mudanças. E aqui um perigo: maioria dos pastores sabem disso mas preferem, tem interesse que seus seguidores não saibam disso porque assim podem manipular melhor a massa ou células.
5) Terrorismo religioso psicológico e fanatismo religioso. A chaga que está no cristianismo hoje é o fanatismo religioso. Só a minha igreja é a dona da verdade. Daí isso me dá o direito de decorar alguns versículos que me interessam para atacar a religião e a fé dos outros. Ou então só na minha igreja está a verdade porque meu pastor é que sabe tudo é o "dono da verdade". Aí começam a atacar os cristãos de outras denominações sem respeitar suas crenças e invadidos por aquilo que chamam de "verdade absoluta" da Bíblia fazem com que percam o controle da situação.

Esse "fanatismo bíblico" e essa "idolatria bíblica" está fazendo com que as pessoas pratiquem um certo "terrorismo psicológico" onde só perde para o terrorismo islâmico.
São denominações se debatendo em cima de muitas verdades diferente da única verdade evangélica que é o Cristo.

Afasta a docilidade do Espírito Santo. Onde cada um passa ser detentor de uma verdade absoluta dentro de um contexto não muitas vezes compreensível, mas que leva as pessoas a uma cegueira espiritual, como que aqueles cavalos de carroça que são obrigados a olhar só para a frente.
O que devemos entender é:
A Bíblia não surgiu antes da Igreja. A Igreja surgiu primeiro. Ela possui o direito de transmissão dessa tradição. Quando eu falo de Igreja estou falando da Igreja Católica Apostólica Romana. A Bíblia que era escrita em Hebraico e Grego, foi traduzida para o latim por São Jerônimo.
Jerônimo foi uma personalidade célebre de seu tempo. Sua capacidade intelectual é demonstrada pela vasta quantidade de textos escritos e traduzidos por ele. Com absoluta certeza seu trabalho mais conhecido é a Vulgata, ou seja, uma versão da Bíblia em latim. Histórias antigas, quando recontadas com frequência, terminam por receber novos elementos que, por vezes, acrescentam, abreviam ou modificam a história original. Por ser este o mês da Bíblia resolvemos abordar a questão da Vulgata, juntamente com todo o trabalho realizado por São Jerônimo ao traduzi-la.


SÃO JERÔNIMO

Ordenado sacerdote em 379 d.C., São Jerônimo acompanhou o Bispo Paulino a um concílio regional em Roma. Nesse tempo foi apresentado ao Papa Dâmaso como um exegeta e profundo conhecedor das línguas bíblicas. Por causa da clareza de suas ideias e grande conhecimento, o Pontífice o escolheu para ser seu secretário e, em 382 d.C., confiou-lhe a incumbência de revisar uma antiga tradução dos quatro Evangelhos em latim. Ele concluiu este trabalho antes da morte do Papa Dâmaso (11/12/384) e acrescentou também uma versão dos salmos, traduzida do texto grego, que ficou conhecida como Septuaginta.
Expulso de Roma em 385, São Jerônimo se deslocou para Belém na Terra Santa, onde teve contato com a versão hebraica do Antigo Testamento, especialmente com um livro que apresentava lado a lado, de forma comparativa, os diferentes textos do Antigo Testamento nas línguas disponíveis naquele tempo.
Este santo e doutor da Igreja se interessou pelo texto em hebraico e iniciou uma nova revisão, de cunho pessoal, em sua tradução dos salmos, por meio da qual comparava o texto hebraico e grego para depois escrevê-lo em latim. Esta versão dos salmos ficou conhecida como Galicana porque foi usada amplamente na Igreja da França (Galia em latim). Com o sucesso dessa tradução ele começou a traduzir todo o Antigo Testamento, mas, a partir desse momento, não utilizava mais a versão grega e, sim, a hebraica. Este enorme trabalho prolongou-se por 15 anos, do ano 390 a 405, incluindo uma nova tradução dos salmos feita somente do texto hebraico. Esta tradução do Antigo Testamento foi chamada por São Jerônimo de iuxta hebraeos (que significa “próximo aos hebreus” em português), a qual, somada aos textos do Novo Testamento, traduzidos para o latim, chamou-se Vulgata, isto é, em língua vulgar ou comum.
Ela [Vulgata] era a única versão oficial da Bíblia usada na Igreja até o ano 1.530, quando, devido ao povo não mais falar latim, iniciou-se o processo de tradução para as línguas modernas.
Durante a tradução Jerônimo deparou com passagens difíceis de serem compreendidas, por isso, logo após a conclusão desse trabalho, dedicou-se a escrever prefácios e comentários para os livros da Sagrada Escritura, além de responder às polêmicas teológicas existentes em seu tempo devido ao uso de textos mal traduzidos ou interpretações equivocadas.
Esse grande santo da Igreja morreu no ano 419 e não chegou a ver a Vulgata ser publicada; este fato só aconteceu quando foram reunidos todos os textos e escritos que ele havia traduzido. Importante lembrar que a Vulgata não foi imposta à Igreja, esse processo foi acontecendo à medida que se reconhecia que o texto traduzido por Jerônimo era mais exato e claro do que outras traduções livres disponíveis na época.
Progressivamente a Vulgata foi recebendo pequenas correções, por isso hoje este nome pode designar diversas versões oficiais em latim. Aquela que chamamos hoje de Vulgata foi publicada em 1.592 pelo Papa Clemente VIII, por isso também é conhecida como Vulgata Clementina.
Somente depois que os protestantes a traduziram para o inglês.
Antes da Bíblia ser escrita o que existia?

Antes dela existia apenas a tradição. Não havia os livros como existe hoje. O papel foi inventado mais tarde. Os textos sagrados foram escritos a partir da tradição de um povo de época em época até chegar à tradição doa Apóstolos. Sem essa tradição era impossível escrever a Bíblia. Muitos escritos não estão nela. Mas na tradição de um povo. A Bíblia reúne os livros considerados inspirados.
E como escreveram a Bíblia. A partir de relatos dos antepassados. Passados de geração em geração. Os compêndios dos livros da Bíblia foram aos poucos se juntando ao longo dos séculos e coube a Igreja separar o que era realidade e o que era fantasia. Hoje uma investigação por parte dos santos padres em separar os livros que eles consideravam inspirados. Os não inspirados chamados de apócrifos não fazem parte da Bíblia. Levou-se muitos séculos até formarem a coleção dos livros que chamamos hoje de Bíblia.
Então é tempestuoso e audacioso demais dizer que a Bíblia a única verdade é a Bíblia. Ela é o único livro da verdade. Mas ela não é toda a fonte da verdade.
Ou que ela deve ser a resposta pra tudo. Não! isso é idolatria.
A Bíblia são palavras mas tem gente se ajoelhando adorando a Bíblia e esquecendo de Jesus. Jesus é a verdade absoluta.

Para ser toda a fonte da verdade tem que haver:
Igreja+tradição apostólica+bíblia.

Nós católicos quando rezamos a profissão de fé ou creio, dizemos: creio na Igreja, Una,Santa, Católica e Apostólica? Ou creio na Bíblia, sem acreditar na Igreja?
Nós dizemos creio na Igreja, porque foi dentro dela que nasceu a Bíblia. Todo ensinamento de Jesus foi de sua própria boca e o que Jesus fez foi visto e testemunhado pelos apóstolos e escrito muitos anos depois.
Lucas por exemplo, não conheceu Jesus. Ele escreveu seu evangelho em cima da Tradição, isto é, dos ensinamentos dos Apóstolos, e das pessoas que conviveram com Jesus e que conhecia a família de Jesus e Maria. Se fosse assim como pensam os crentes, Lucas estaria lascado não poderia escrever seu evangelho porque seria um idólatra. Foi ele que mais falou de Nossa Senhora e a chamou de Virgem. É Lucas quem escreve o lindo Cântico do Magnificat, ou Cântico de Maria. Onde no versículo 48, do Capítulo I, Maria diz: "Por isto de agora em diante todas as gerações me proclamarão Bem-aventurada!" (Lc1, 48)
   
Para os evangélicos, protestantes e pentecostais, bem como os Testemunhas de Jeová, Nossa Senhora é uma pecadora qualquer. Que não teve prestígio algum e que depois do nascimento de Jesus Deus a descartou como uma coisa qualquer. Mas então onde fica as palavras descritas por Lucas como lemos acima?
A resposta não está na Bíblia, mas está na forma egoísta que os protestantes acharam de atingir os católicos com uma guerra onde quem vence, é quem atira mais flechas venenosas, não importando se para isso é preciso passar uma borracha nos evangelhos, ou então enxergar nele só o que vale a pena para proveito próprio.
E assim eles fazem com os santos e com os dogmas, tentam fazer-nos desacreditar nas verdades ensinadas pela tradição da Igreja e pelos santos padres ao longo dos tempos.
Assim segue a idolatria bíblica cegos de que ela é a única fonte de verdade. Mas a Bíblia também contém relatos, histórias que já existia no mundo antigo, como o dilúvio e a própria história de Adão e Eva. Hoje já se sabe que muitos relatos do Antigo Testamento foram coletados de outros povos antigos. Ora, se os escritores inspirados acharam em outros povos e culturas, muitas vezes não judias uma maneira de revelar uma verdade, então onde está toda verdade? ...   
         
A Bíblia não traz todas as respostas, ela aponta caminhos. 
Lembremos quando Pôncio Pilatos ao interrogar Jesus perguntou:"Tu és Rei?" - Jesus respondeu: "Sim sou rei, é para dar testemunho da verdade que eu vim a este mundo e quem é da verdade, ouve a minha voz". - Disse Pilatos: "Que é a verdade?" - (Jo18, 37-38)
Se lermos mais adiante não vamos ver Jesus dar a resposta a Pilatos. O que é a verdade?
Naquele momento existia muitas verdades, queriam fazer Pilatos enxergar uma falsa verdade.

A verdade meus amigos, é o próprio Jesus, Bíblia sem Jesus, sem a Igreja não existe!
A pessoa pode ler a Bíblia mil vezes. Ou então pode decorar os versículos para depois querer jogar na cara das pessoas. Muito fácil dizer que acredita na Bíblia mas põe em dúvida o próprio cristianismo. Isso não é ser Cristão. Dizer que a Bíblia é a única verdade também é heresia porque ela só está em nosso meio porque a única verdade é Cristo!
Não podemos fazer da Bíblia uma metralhadora para atacar as outras pessoas. Não podemos usar a Bíblia para dizer quem está certo ou não.
Neste sentido os nossos irmãos separados estão caindo no que chamamos "Idolatria da Bíblia" - como acontece no meio islâmico onde há intolerância religiosa define quem é ou quem não é de Deus.
Pior ainda é ver pessoas influenciadas pelos "falsos pastores" fazendo da Bíblia um livro não da Vida mas um livro de sentença, um código penal do Céu. Como satanás deve dar risadas desses que agem assim. Porque ele mesmo sabe das escrituras para nos tentar. E é isso que ele está fazendo dentro do cristianismo. Essa "idolatria bíblica" ou essa "cegueira bíblica"  parte da visão mais tortuosa possível passada pelos reformadores da Idade Média, onde por orgulho e por não aceitar a vontade de Deus e da Igreja, resolveram dar um jeitinho para traduzir e interpretar a Bíblia onde o errado agora é certo, e o certo agora é errado.


A Bíblia fora da Igreja é um livro de história, dentro da Igreja é um livro de Fé que nos aponta para Deus.

Tanto não podemos ficar presos só na Bíblia é que São João Evangelista ao terminar seu Evangelho nos diz que "o que ele escreveu é pouco perto do que Jesus fez e que não daria para escrever tudo mas, aquilo era uma parcela para que as pessoas cressem". Jo20, 31.

A Bíblia não serve para apontar os erros dos outros mas, para corrigirmos nossos próprios erros, ela, como degraus, suas páginas, nos leva até Deus.
A Bíblia em baixo do braço não adianta, masquem a pratica. 
A Bíblia também não é para decorar alguns versículos para julgar as outras pessoas, mas é pra você, escutá-la e vivê-la. 
A Bíblia não é para decorar versículos e sair de casa em casa apontando o dedo para os outros para quem está ou não na sua crença. E para apontar os pecados dos irmãos. Ela é um livro de Oração, de Fé e de Caridade. Lembre do fariseu que orava no Templo mas ao invés de pedir perdão pelos pecados, sua oração, citando os Mandamentos, elogiando a si próprio com o pecado dos outros; tecia ao pobre pesadas acusações contra o publicano. Enquanto que o publicano só batia no peito e rezava o Salmo: "Tende piedade de mim, Senhor" porque sou pecador. Jesus disse que a Oração do publicano foi ouvida.  
Jesus proferiu esta parábola com o objetivo de atingir alguns homens que “confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros” (Lucas 18,9-14) não serão atitudes dos que se acham crentes hoje?

A Bíblia não é para ser discutida e sim vivida, rezada.

Então minha gente estamos no mês da Bíblia, nós cremos e a veneramos como a Palavra de Deus como de fato é. Mas não podemos cair no fanatismo evangélico de achar que ela é a resposta pra tudo, o "livro de receitas" e a solução de tudo. Porque ela é um Livro inspirado por Deus para nos ajudar. Mas a verdade está além das páginas sagradas. No antes, no agora e no depois.
A Bíblia é um complemento da única verdade que é Deus.

Para nós Católicos, nós cremos na Bíblia como palavra de Deus, como verdade. Mas ela associada à Igreja e ao próprio Jesus: Caminho, Verdade e Vida que damos sentido à palavra de Deus. 

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