“A
celebração do Dia de Todos os Santos tem suas raízes nos primeiros séculos do
cristianismo. No início, os mártires que deram a vida por Cristo eram lembrados
individualmente em seus respectivos dias. Com o passar do tempo, o número de
mártires cresceu, e tornou-se difícil honrá-los todos em datas separadas.
Assim, surgiu a necessidade de um dia especial para homenagear todos os santos”.
(fonte: www.santoscatolicos.blog.br)
Significado
da Celebração
"O
viver é Cristo": Reflete o ideal cristão de viver com Cristo como centro
da vida, buscando imitá-lo e anunciar o evangelho.
"O
morrer é lucro": Para os fiéis, a morte é vista como um ganho, pois
representa a união definitiva com Cristo.
Propósito
da Festa
Honrar
a Igreja Triunfante (os santos no Céu) e inspirar a Igreja Militante (os fiéis
na Terra) a seguir o caminho da santidade.
Reforçar
a comunhão dos santos, ou seja, a união espiritual entre todos os cristãos
vivos e falecidos.
Agradecer
pela intercessão dos santos e pedir força para viver uma vida virtuosa.
O
documento “Lumen Gentium” do Vaticano II lembra: “Pelo fato de
os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com
mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós
junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único
mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna
solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (LG 49)
(§956).
Comemoração
dos fiéis defuntos.
“Saudades sim, tristeza, não.”
E no
dia 2 de novembro, a Igreja celebra a “comemoração dos Fiéis defuntos”.
A Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos,
celebrada em 2 de novembro, também conhecida como Dia de Finados, é uma data
profundamente significativa na tradição cristã, especialmente na Igreja
Católica.
O que
significa essa celebração?
É um
dia dedicado à oração pelos mortos, especialmente por aqueles que ainda estão
em processo de purificação, segundo a doutrina do Purgatório.
A
celebração expressa a esperança na ressurreição e na vida eterna, conforme as
palavras de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim,
ainda que morra, viverá” (João 11,25).
É um
momento para lembrar com carinho os entes queridos que partiram, visitar
cemitérios, acender velas e participar de missas em sua intenção.
Elementos
litúrgicos e espirituais
A
liturgia convida os fiéis a refletirem sobre o sentido da vida e da morte, e a
manterem viva a comunhão com os que já faleceram.
A
Igreja reforça que a morte não é o fim, mas uma passagem para a vida plena com
Deus, onde se espera reencontrar os que amamos.
Essa
data é marcada por um clima de recolhimento, memória e fé. Se quiser, posso
sugerir orações ou trechos bíblicos apropriados para esse dia.
“A
Comemoração dos Fiéis Defuntos, celebrada em 2 de novembro, é uma das datas
mais significativas do calendário cristão. Este dia é dedicado a orações pelas
almas dos que partiram, refletindo a doutrina da Igreja sobre o valor da
intercessão e da vida eterna. Inspirada nas palavras de Jesus em João 11,25 –
“Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra,
viverá” – esta celebração reforça a esperança na ressurreição e na comunhão dos
santos, fundamentos essenciais da fé católica.
A
tradição de interceder pelos mortos é antiga e encontra suas raízes nas
primeiras comunidades cristãs. Desde o século II, cristãos visitavam túmulos e
oravam pelos falecidos, uma prática que se firmou com Santo Odilon, abade de
Cluny, no século XI, ao instituir o Dia de Finados. Desde então, a data serve
como um momento de reflexão e união, onde familiares e amigos se reúnem para
honrar a memória dos falecidos e pedir a Deus por suas almas.
Segundo
a doutrina católica, a oração e a celebração da Eucaristia em favor dos mortos
expressam a comunhão entre a Igreja militante (os vivos), a Igreja triunfante
(os santos no céu) e a Igreja padecente (as almas no purgatório). No Catecismo
da Igreja Católica, lê-se: “A nossa oração por eles pode não apenas ajudá-los,
mas também tornar eficaz a sua intercessão em nosso favor” (CIC, 958). Esta
compreensão ressalta a interconexão entre as almas e o poder da oração.
A
esperança cristã na vida eterna é o alicerce sobre o qual se constrói a
celebração de Finados. As palavras de São Paulo em 1 Coríntios 15,42-44
lembram-nos da promessa da ressurreição: “É semeado em corrupção, ressuscitará
em incorrupção. É semeado em ignomínia, ressuscitará em glória”. Essa passagem
encoraja os cristãos a confiar na promessa de que a vida terrena é apenas uma
passagem, e que Deus nos espera para uma vida de plenitude.
Além
disso, a celebração exalta a infinita misericórdia divina, que é capaz de
perdoar os pecados e acolher as almas em sua presença. Jesus revelou essa
misericórdia em suas parábolas e em seus atos, como na conversa com o bom
ladrão, em Lucas 23,43: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
paraíso”. Dessa forma, a Igreja incentiva os fiéis a confiar na bondade de Deus
e na salvação para aqueles que buscaram arrependimento e fé.
A
Comemoração dos Fiéis Defuntos também nos convida a refletir sobre o
purgatório, conceito importante na doutrina católica. O purgatório é entendido
como um estado de purificação para as almas que morreram em amizade com Deus,
mas que ainda necessitam ser purificadas para estarem em sua presença. A oração
e a Eucaristia são os meios pelos quais os fiéis podem ajudar estas almas. A
prática é inspirada em 2 Macabeus 12,45, onde é dito: “É um pensamento santo e
piedoso orar pelos mortos para que sejam absolvidos dos seus pecados”.
A
missa pelos defuntos é especialmente significativa, pois nela se renovam o
sacrifício e a ressurreição de Cristo, oferecendo às almas o auxílio espiritual
necessário para a purificação. A caridade em favor dos falecidos também é uma
expressão do amor cristão, que, segundo Santo Agostinho, “não conhece
barreiras, pois a fé e a caridade não são separadas nem pela morte”. Esse amor
expande-se para além do nosso mundo físico, refletindo a fé na comunhão dos
santos e no corpo místico de Cristo.
Mais
que uma memória ou homenagem, o Dia de Finados é um convite à reflexão sobre
nossa própria jornada e a buscar a santidade. A fé na ressurreição nos leva a
viver o presente com os olhos voltados para o eterno, praticando o amor, o
perdão e a misericórdia. Jesus ensina, em Mateus 5,8, que “bem-aventurados os
puros de coração, porque verão a Deus”, exortando cada um a seguir o caminho da
santidade.
É
também um dia para fortalecer a fé e recordar que a morte é apenas uma
transição, onde aqueles que amaram e confiaram em Deus encontram seu descanso.
A liturgia deste dia busca transformar o luto em esperança, lembrando aos fiéis
que a comunhão em Cristo é duradoura, e que, no final, seremos todos unidos na
presença de Deus.
A
Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos é um marco de solidariedade espiritual e
de esperança na ressurreição prometida. É um chamado a todos os cristãos para
recordar, orar e confiar na misericórdia divina, que acolhe as almas na vida
eterna. Ao rezar pelos que partiram, mantemos vivo o amor, honramos a memória
de nossos antepassados e vivenciamos a fé em um Deus que é amor e vida.
Assim, a Igreja convida seus fiéis a, neste dia, pedir pela purificação das almas, fortalecer a própria fé e seguir o caminho da santidade, na certeza de que Cristo venceu a morte e oferece a todos a possibilidade de um reencontro em sua glória”. (Dom Anuar BattistiArcebispo Emérito de Maringá).
Assim
diz o Catecismo:
Depois
de ter confessado “a santa Igreja Católica”, o símbolo dos Apóstolos acrescenta
“a comunhão dos santos”. Este artigo é, de certo modo, uma explicitação de
interior: “Que é a Igreja, senão assembleia de todos os santos?” a comunhão dos
santos é precisamente a Igreja.
“Uma
vez que todos os crentes formam um só corpo, o bem de uns é comunicado a
outros. [...] Assim, é preciso crer que existe, na Igreja, a comunhão de bens.
No entanto, o membro mais importante é Cristo a todos os membros, e essa
comunicação se faz por meio dos sacramentos da Igreja. Como esta Igreja é
governada por um só e mesmo Espírito, todos os bens que ela recebeu
transforma-se necessariamente em um fundo comum.
O
termo “comunhão dos santos” tem, pois, dois significados intimamente
interligados: “comunhão nas coisas santas (sancta)” e “comunhão entre pessoas
santas (sancti)”.
“Sancta
sanctis” (o que é santo para os que são santos): assim proclama o celebrante,
na maioria das liturgias orientais, no momento da elevação dos santos dons,
antes do serviço da comunhão. Os fiéis (sancti) são alimentados pelo Corpo e
pelo Sangue de Cristo (sancta), a fim de crescerem na comunhão do Espírito
Santo (Koinonia) e comunica-la ao mundo. (Catecismo da Igreja católica, parágrafos:
946, 947, 948)
É
uma reflexão teológica sobre o significado da expressão “comunhão dos santos”
presente no Credo dos Apóstolos, que é uma das declarações de fé mais antigas
do cristianismo. Aqui está o que ele quer transmitir:
A
frase “comunhão dos santos” é apresentada como uma explicação interna do que é
a Igreja: uma assembleia de todos os santos, ou seja, todos os fiéis unidos em
Cristo.
A
Igreja não é apenas uma instituição visível, mas uma realidade espiritual onde
os crentes compartilham bens espirituais entre si.
Partilha
Espiritual entre os Fiéis
Todos
os crentes formam um só corpo, e por isso, o bem espiritual de um beneficia os
outros.
A
Igreja não é apenas uma instituição visível, mas uma realidade espiritual onde
os crentes compartilham bens espirituais entre si.
A
Igreja não é apenas uma instituição visível, mas uma realidade espiritual onde
os crentes compartilham bens espirituais entre si.
Essa
comunhão acontece por meio dos sacramentos, que são canais da graça de Cristo.
Dois
Significados de “Comunhão dos Santos”
1.
Comunhão nas coisas santas (sancta): refere-se
aos dons sagrados, como os sacramentos, especialmente a Eucaristia.
2.
Comunhão entre pessoas santas (sancti):
refere-se à união espiritual entre os fiéis, vivos e mortos, que estão em
Cristo.
Liturgia e Espiritualidade
A
expressão “Sancta sanctis” (o que é santo para os que são santos) usada nas
liturgias orientais reforça essa ideia: os fiéis recebem os dons sagrados para
crescerem na comunhão com o Espírito Santo.
Essa
comunhão não é apenas interna, mas tem uma dimensão missionária: os fiéis são
chamados a comunicar essa graça ao mundo.
Em
resumo, a comunhão dos santos é a essência da Igreja: uma rede viva de fé,
graça e partilha espiritual entre todos os que pertencem a Cristo. É uma visão
profunda e bela da Igreja como corpo místico, onde cada membro contribui e
recebe, em unidade com Cristo.
A
COMUNHÃO ENTRE A IGREJA DO CÉU E DA TERRA
Os três estados da Igreja:
1. A
Igreja peregrina – é a comunidade dos (viventes) batizados ainda neste mundo
que caminha rumo a eternidade.
2. A
Igreja padecente – são aqueles cuja as almas não morreram em estado total de
graça, estão sob purificação de suas almas de todo resquício de pecado para
entrar definitivamente na glória. São os que estão no purgatório.
3. A
Igreja triunfante – são as almas daqueles que morrendo em total estado de graça
e estes estão no gozo eterno.
“Até que o Senhor venha em Sua majestade e,
com ele, todos os anjos e, tendo sido destruída a morte, todas as coisas lhe
foram sujeitas, alguns dentre os seus discípulos peregrinam na terra; outros
terminada esta vida, estão se purificando; outros regozijam-se na glória,
contemplando claramente Deus trino e uno, assim como é”.
“Todos,
porém, ainda que em diferentes graus e modos, participamos da mesma caridade de
Deus e do próximo e cantamos o mesmo hino de glória a nosso Deus. Todos quantos
são de Cristo, tendo, pois, o seu Espírito, congregam-se e uma só Igreja e
estão entre si unidos a Ele”. (CIC, parágrafo 954)
A
união dos que estão na terra com os irmãos que descansam na paz de Cristo de
maneira alguma é interrompida; pelo contrário, segundo a fé perene da Igreja,
se vê fortalecida pela comunicação dos bens espirituais”. (CIC, parágrafo 955)
A
Intercessão dos Santos
“Pelo
fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo,
consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de
interceder por nós ao Pai, apresentando méritos que alcançaram na terra pelo
único mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus. Por conseguinte, pela
fraterna solicitude deles, nossa fraqueza recebe om mais valioso auxílio”. (Aqui
podem interceder tanto as almas que estão purgatório, quanto aos eleitos que já
estão na beatífica presença do Senhor)
“Não choreis! Serei mais útil para vós, após a minha morte, e vos ajudarei mais eficazmente do que durante minha vida “Passarei o meu céu fazendo o bem na terra”.
(Catecismo da Igreja Católica,
parágrafo 956)
“Veneramos
a memória dos habitantes do céu não somente a título de exemplo; o que fazemos
ainda mais para corroborar a união de toda a Igreja no Espírito, pelo exercício
da caridade fraterna. Assim como a comunhão entre os cristãos da terra nos
aproxima de Cristo, do qual como de sua fonte e cabeça, procede toda graça e a
vida do próprio Povo de Deus”.
“Nós
adoramos Cristo qual Filho de Deus. Quanto aos mártires os amamos quais
discípulos e imitadores do Senhor e, que é justo, por causa de sua incomparável
devoção por seu Rei e Mestre. Possamos também nós sermos companheiros e
condiscípulos seus”. (CIC, parágrafo 957)
[É
importante destacar que aos santos nós veneramos, o culto de dulia é a
veneração e honra prestadas aos santos e anjos na Igreja e hiperdulia é o
culto especial de veneração à Virgem Maria, não os adoramos, a adoração ou latria é
somente a Deus.]
A
comunhão dos falecidos
“Reconhecendo
plenamente esta comunhão de todo corpo místico de Cristo, [a Igreja peregrina,
padecente e triunfante], a Igreja terrestre, desde os primeiros tempos da
religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos fiéis defuntos e,
porque é um pensamento santo e salutar, rezar pelos defuntos para que sejam
perdoados de seus pecados” (2Macabeus 12, 46), também ofereceu sufrágios em
favor deles”. Nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também
tornar eficaz sua intercessão por nós.
Na
única família de Deus. “Todos somos filhos de Deus e constituímos uma única
família em Cristo, enquanto nos comunicarmos uns com os outros em uma única
caridade num mesmo louvor à Santíssima Trindade, realizamos a vocação própria
da Igreja”.
Resumindo:
A
Igreja é a “comunhão dos santos”. Esta expressão designa primeiramente as
“coisas santas” (sancta) e acima de tudo a Eucaristia, pela qual “é
representada e realizada a unidade dos fiéis que, em Cristo formam um só
corpo”.
Este
termo designa também a comunhão das “pessoas santas” (sancti) em Cristo, que
“morreu por todos”, de modo que aquilo que cada um faz ou sofre em e por Cristo
produz fruto para todos.
“Cremos
na comunhão de todos os fiéis de Cristo, dos que são peregrinos na terra, dos
que cumprem sua purificação, dos bem-aventurados do céu; todos juntos formam uma
só Igreja. Cremos que, nesta comunhão, o amor misericordioso de Deu se de seus
santos está sempre à escuta de nossas orações”.
Todos
somos chamados à santidade. Essa é a nossa vocação desde que nascemos. Somos
chamados a viver a santidade, ser santo porque Deus que nos criou é santo.
Portanto, é nosso dever entender e viver a santidade. Deus que criou todas as
coisas perfeitas, não nos criou para o pecado, mas para a graça. Não para a
escravidão, mas, para a liberdade e quer que vivamos não como criaturas, mas
como seus filhos.
O
homem criado à imagem e semelhança de Deus possui em si o dom da graça divina para
sermos santos. A exemplo, ele quis nos ensinar através de Jesus Cristo que veio
mostrar como isso é possível dentro de nossa humanidade. O santo não diferente
dos demais enquanto pessoa, mas, é diferente porque vive não segundo a carne,
mas, segundo o espírito. Ele sabe que deve resplandecer em si a face de Deus e
que deve trabalhar para o bem e para a construção de um mundo melhor onde
Cristo seja tudo em todos.
A
primeira vocação do homem é a vida no espírito.
“A
vida no espírito realiza a vocação do homem. Constitui-se de caridade divina e
de solidariedade humana. É concedida de graça como salvação. (CIC, parágrafo
1699).
A
dignidade da pessoa humana
A
dignidade da pessoa humana se fundamenta em sua criação à imagem e semelhança
de Deus; realiza-se em sua vocação à bem-aventurança divina. Cabe ao ser humano
a livre iniciativa de sua realização. Por seus atos deliberados, a pessoa
humana se conforma ou não ao bem prometido por Deus e atestado por sua
consciência moral. As pessoas humanas se edificam e crescem interiormente:
fazem de toda sua vida sensível e espiritual matéria de crescimento. Com a
ajuda da graça, crescem na virtude, evitam o pecado e, se o tiverem cometido,
voltam como o filho pródigo, para a misericórdia de nosso Pai do Céus; chegam
assim, à perfeição da caridade. (CIC,
parágrafo 1700).
Ou
seja, ser santo não significa alguém que fará tudo certinho o tempo todo. Mas,
ao contrário daqueles que se conformam com o pecado, o santo procura melhorar a
cada dia porque tem consciência de seus atos e na caridade procura
arrepender-se e sempre melhorar e, confiando na misericórdia do Pai, com a
ajuda da graça evitam o pecado, mas se pecarem, arrependidos como o filho
pródigo, voltam ao colo do Pai misericordioso. “O pecador não pode ficar no
remorso, mas, no arrependimento buscar misericórdia”. Ser santo implica em nós:
Liberdade
e responsabilidade: O ser humano é chamado a alcançar essa
realização de forma livre, por meio de suas escolhas e ações conscientes.
Consciência
moral:
A consciência é o guia interno que ajuda a pessoa a discernir o bem prometido
por Deus.
Crescimento
interior: A vida humana, tanto sensível quanto espiritual, é um
campo de crescimento pessoal e moral.
Graça
e virtude: Com a ajuda da graça divina, a pessoa pode crescer em
virtudes, evitar o pecado e, se cair, buscar a misericórdia de Deus como o
filho pródigo.
Meta
final: Tudo isso culmina na perfeição da caridade — o amor pleno
e verdadeiro.
Daí
podemos compreender aquilo que diz a Sagrada Escritura. “Sede santos como eu
sou santo!” (Levítico 11, 44; 1Pedro1, 16) – o que parecia impossível se torna
possível quando entendemos quem somos e qual é a nossa essência.
Portanto,
os santos são nossos exemplos de quem nesta vida viveram suja fé de maneira
heroica em uma profunda intimidade com Deus. Eles formam conosco uma só Igreja.
Não estão dormindo como muitos pensam, mas estão ativos no céu ocupando o lugar
que Deus preparou e, ao mesmo tempo oram por nós e louvam a Deus face a face.
Eles, enquanto viveram neste mundo,
negaram a si mesmo para viver uma profunda comunhão com Deus, a tal ponto de
unir suas vidas a Cristo.
Dessa maneira eles não retém nada pra
si, mas para Deus e para os irmãos.
Vivendo ainda neste mundo eles dão
testemunho encarnado o amor de Cristo na pessoa do necessitado.
Cada um de maneira particular busca
viver sua espiritualidade seja pelas boas obras a exemplo do Cristo
misericordioso, seja pela vida de Oração contemplativa.
Santo quer dizer, separado. Aquele que
Deus separou e chamou para a santidade demonstra desde cedo particularidades
especiais que os tornam diferentes dos demais, não por orgulho, mas, porque
bebem de uma fonte especial que é o próprio Cristo.
Os Santos Canonizados
Existem muitos santos, seja os que
conhecemos porque a Igreja os oficializou no Catálogo dos santos (canonizados),
ou ainda, aqueles tantos que ainda foram reconhecidos pela Igreja, mas, que vivos
praticaram o bem e no estão na glória eterna, isto é, participam da Igreja
triunfante.
A
santidade é uma metade todo crente, ela começa aqui, vivendo neste mundo e se
concretizará no Céu. Está escrito “sede santos como Eu sou Santo”. A santidade
é para todos, não é somente para alguns. Ser santo é a primeira vocação do
cristão. Para que serve a Igreja, a doutrina, o Evangelho, os sacramentos,
senão para nos tornar santos.
Quando
falamos santos, devemos falar de santidade. E o que é a santidade? A santidade
é: Entender que vivendo no mundo não somos do mundo, estamos de passagem. Nossa
caminhada começa aqui, mas, termina na eternidade.
Recentemente
tivemos a canonização de São Carlo Acutis. E qual era sua frase mais conhecida?
A sua frase mais conhecida era “minha meta é o Céu”. Carlo tinha uma meta,
chegar ao Céu. Isto é ser santo. Ele desejava de todo coração a santidade.
Estar junto de Deus. Por isso, ele buscou de todas as formas se referenciar em
dois espelhos, a Virgem Maria, que ele chamava de “a única mulher da vida dele”
e São Francisco de Assis, no amor aos pobres. Além disso, ao mesmo tempo em que
ele vivia uma vida de Oração e intimidade com Jesus na Eucaristia e levava
Jesus para as pessoas fazendo-as conhece-lo através dos milagres eucarísticos.
Ele evangelizava através da Internet. Também lhe sobrava tempo para fazer a
caridade. Separava o tênis, a blusa o que tinha de melhor para doar aos pobres
que encontrava pelo caminho.
Os
santos deixam seus sinais e seus exemplos por onde passam. Eles não fazem como
os fariseus que demonstravam em praça pública seus atos de caridade para serem
elogiados pelo povo. Mas, agem com discrição, porque a discrição também é
caridade. E nos seus exemplos as pessoas se espelham e se tornam melhores.
Os
santos não exigem nada para si. Porque eles se entregam ao amor a Deus e ao
próximo. (Cf. João15, 12)
Santa
Teresinha do Menino Jesus, era carmelita. Vivia no convento, na clausura. No
entanto, ela se dedicava à Oração, principalmente pelos sacerdotes. Sua vida de
grande intimidade com Cristo na vida contemplativa e amor pela Igreja nos faz
também lembrar que devemos rezar mais pelos nossos sacerdotes e buscar sempre
nos aproximar mais de Deus pela Oração. Santa Teresinha entendeu bem a Palavra
que diz: “Orai sem cessar!” (Cf. 1Tessalonisensses 5, 16-18).
"Orar
sem cessar" não significa falar com Deus continuamente, mas manter uma
atitude de constante Oração, atenção à vontade de Deus e uma conversa
ininterrupta com Ele em cada momento da vida. É um convite a viver em
dependência constante do Senhor, como se a oração fosse uma respiração
espiritual. Está associada à gratidão em todas as circunstâncias, sendo
esta considerada a vontade de Deus para todos os que creem em Cristo Jesus.
São
Francisco de Assis, era um jovem rico, filho de um nobre comerciante, desejava
muito ser cavaleiro. No entanto, ao ser aceito no grupo de cavaleiros, pelo
caminho ouviu a voz de Jesus a lhe chamar para “reconstrução da sua Igreja”. O
seu coração ardeu pelo chamado e, ele abandonou tudo para se dedicar aos mais
pobres, aos doentes. Sua vida de nobre foi deixada para trás para viver uma
vida simples de amor pelos pobres e pela natureza enxergando não só nos homens,
mas nas criaturas a imagem de Deus as quais ele chamava de irmãos. Junto com
outros que sentiram o mesmo chamado fundaram a Ordem dos Franciscanos. Viveu na
pobreza, na austeridade, mas se enriqueceu de todas as virtudes para viver a
radicalidade do amor ao próximo. Nada era para si, mas para Deus na pessoa dos
mais necessitados. “Aquele quiser me seguir, renuncie-se a si mesmo tome sua
cruz e siga-me!” (Cf. Mateus 16, 21-27). Nada era para si, mas por amor a Deus
e ao próximo.
O seguimento de Jesus leva à cruz, pois a
vivência das atitudes e opções d’Ele vai nos colocar em conflito com os poderes
contrários ao Evangelho. São Francisco enfrentou muitas dificuldades, nunca
desistiu. Não carregou somente a sua cruz, carregou também as cruzes de seus
irmãos necessitados arrasados pela fome e pela doença. Procurava transmitir a
paz e fazendo o bem mostrou que onde a há Cristo não pode faltar a esperança e
a salvação. Que Jesus está conosco sempre e que devemos enxerga-lo sempre nas pessoas
e na natureza. Ensinou-nos o respeito pelas criaturas de Deus, o amor e o
cuidado com a natureza.
Carregar
a cruz, não é aguentar qualquer sofrimento passivamente. Se fosse assim, a
religião seria masoquismo! Carregar a cruz é viver as consequências de uma vida
coerente com o projeto do Pai, manifestado em Jesus. Segui-Lo não é tanto fazer
o que Jesus fazia, mas o que Ele faria se estivesse aqui hoje. Como Ele foi
morto, não pelo povo, mas por grupos de interesse bem definidos “os anciãos, os
chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei” (a elite dominante em termos
econômicos, religiosos e ideológicos), os seus seguidores entrarão em conflito
com os grupos que hoje representam os mesmos interesses. Por isso, sempre
haverá a tentação de criarmos um Jesus “light”, sem grandes exigências,
limitado a religião à uma religião intimista e individualista, sem consequências
sociais, políticas, econômicas ou ideológicas.
Santa
Dulce dos pobres, foi uma freira brasileira nascida em Salvador, Bahia, em
1914.
Aos
18 anos, ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição
da Mãe de Deus, em São Cristóvão, Sergipe, escolhendo o nome de Irmã Dulce em
homenagem à sua mãe, que falecera quando ela tinha apenas sete anos.
Dedicada
aos pobres e necessitados, fundou as Obras Sociais Irmã Dulce, uma das maiores
instituições filantrópicas do Brasil.
Essa
mulher dedicou sua vida na ajuda dos pobres e doentes, enfrentou todo um
sistema para lutar pelo direito dos necessitados. Ela não tinha nada para si,
tudo que tinha era para Deus e para os pobres, os doentes. Desde a infância,
demonstrava grande compaixão pelos pobres, e na adolescência já acolhia
mendigos e doentes em sua casa.
Toda
uma vida dedicada à caridade, pois, guardava as palavras de São Paulo quando
nos disse que pode o homem ser tudo, até falar a língua dos homens e dos anjos,
mas, se não tiver amor, om homem não é nada. Porque o maior bem que o homem
pode ter é o amor.
Santo
padre Pio de Pietrelcina. Sacerdote italiano, da Ordem dos frades franciscanos
menores, os “Capuchinhos”. Tinha por missão a salvação das almas. De
espiritualidade elevada, teve sua vida inteiramente ligada à paixão de Nosso
Senhor, pelos seus estigmas. Sua missão era a salvação das almas e o cuidado
para com os doentes. Além de seu ministério sacerdotal de onde ele fazia
inúmeros milagres, fundou um hospital. Sua vida estava ligada à paixão de
Cristo. Passava grandes momentos em Oração e passava horas no confessionário
ouvindo confissões.
Nada
era para si, mas, para Deus e ao próximo. Toda sua vida foi de provações e
privações. Mas sempre estava do lado dos que mais precisavam. Além de salvar as
almas pelo sacramento da Confissão, também convertia ateus e céticos que vendo
seu exemplo de vida consagrada e seus milagres se convertiam à fé católica.
Esse
grande homem, a exemplo do fundador de sua Ordem, São Francisco de Assis,
entregou sua vida pelo amor a Cristo na pessoa dos necessitados.
Santa
Madre Teresa de Calcutá. Freira, viveu em Calcutá, na Índia. Nascida
em 1910, trabalhou como professora até decidir ir para as favelas de Calcutá
para servir os necessitados. Fundou sua congregação em 1950 e, pelo seu
trabalho humanitário. Nada era para si, tudo para Deus e os pobres. Essa mulher
assim como Irmã Dulce, viveu sua vida para ajudar as pessoas necessitadas. Os
doentes, os mendigos. A freira que via nos pobres e doentes o rosto de Jesus.
Muitas vezes incompreendida, difamada, perseguida, mas nunca desanimava. Uma
particularidade: tinha os pés deformados porque preferia calçar sapatos velhos,
com números menores, para dar os calçados melhores aos que precisava.
Santo
Afonso de Liguori, era italiano, foi sacerdote e bispo. Era advogado de
profissão. Filho de nobres. Largou tudo, se tornou sacerdote para se dedicar à
evangelização dos mais podres, dando assistência material e espiritual,
primeiramente a um grupo de cabreiros, (pastores) e depois, sentido a
necessidade de expandir a missão pelo mundo fundou a Congregação do Santíssimo
Redentor, os missionários redentoristas como o lema “Copiosa é a Redenção”.
Chegou aos muitos lugares do mundo, inclusive, o Brasil. Estabelecendo as Santas
Missões, de onde se pregava o amor de Deus pelos pecadores. Santo Afonso se
tornou bispo e doutor da Igreja, escreveu inúmeras obras, dentre elas a sua
maior, a “Teologia Moral”. Sua Congregação formou e fez outros santos, como São
Geraldo Magela e São Clemente, e outros beatos.
São
Vicente de Paulo (1581–1660). Foi um padre católico francês e um dos grandes
protagonistas da Reforma Católica, conhecido por sua dedicação aos mais pobres
e pela fundação de importantes instituições de caridade, como a Congregação da
Missão (Lazaristas) e as Filhas da Caridade. Nascido em uma família humilde,
após ser capturado por piratas e escravizado, foi libertado ao converter seu
dono, o que o marcou profundamente e o guiou em sua vocação para o serviço aos
necessitados. Sua vida foi marcada pela organização da assistência aos pobres,
pela organização de hospitais e pela busca de justiça social, culminando em uma
vida de santidade e legado duradouro.
Na
Igreja, vemos os grupos vicentinos, as “Conferências Vicentinas”, que é um
movimento pastoral, cuja missão é ajudar os pobres e doentes é inspirada no
trabalho missionário de São Vicente de Paulo.
E
assim, tantos outros milhares de homens e mulheres que viveram de forma radical
o Evangelho. Unindo suas pessoas à pessoa de Cristo. Eles não importavam com as
dificuldades, se era frio ou calor. Em tudo via o amor de Deus, cada um de
maneira particular, com uma espiritualidade particular, mas, com uma só meta:
“Jesus Cristo deve ser amado e servido na pessoa dos pobres”. Então não é amar
por amar, sem sentido. Mas é amar por enxergar não só a todos como irmãos, mas
como imagem e semelhança de Deus.
Se
formos escrever aqui tudo que os santos fizeram neste mundo como modelos de
santidade para nós, daria um livro mais espesso que a Bíblia. Porque Jesus
disse: “Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará
coisas ainda maiores do que estas, (João 14, 12-14).
Esses
homens e mulheres que estão no céu, que a Igreja os chama de “Bem-aventurados”
(Beatos), ou de santos. Eles não se tornaram santos da noite pro dia, nem
nasceram santos. Tiveram uma vida inteira de trabalho, em muitos casos, desde o
processo de conversão até a adesão total ao amor de Deus. E porque são santos?
Por si mesmos? Não. Por amor a Cristo. A santidade é uma obra de Deus. Mas cabe
a um de nós viver a santidade.
O
que nossa leva à santidade? A fé, o amor a Cristo e ao Evangelho. Mas, essa fé
não é ficar de braços cruzados como creem os protestantes, “porque aceitei
Jesus estou salvo, não me resta mais nada”. Pelo contrário, a santidade exige
trabalho, metas a cumprir de cada um de nós. E a nossa vida deve se conectar
com os valores do Evangelho. A fé deve ser exercitada, deve ser vivida. Jesus
não veio só para nos dar a salvação objetiva, mas veio nos mostrar um novo
caminho. A santidade não é algo que se espera lá na frente como um troféu, ela
é um processo que se inicia aqui, neste mundo para além da eternidade. Se
Cristo é Santo, temos que ser santos com ele. Caso contrário seria utopia
participar da sua glória.
Então
podemos responder a uma pergunta que muitos fazem: “Os santos fazem milagres?”.
Sim, eles fazem milagres. Jesus mandou “ide e curai os doentes, ressuscitai os
mortos, expulsai os demônios”, (Mateus 10, 8-10) [...] – mas, se eles curam, se
fazem milagres não é por si só, mas, através de Cristo.
Nós
temos o costume de pedir a intercessão dos santos depois de mortos, mas,
esquecemos que nós fazemos parte da comunidade dos eleitos e que existem muitos
santos fazendo milagres em vida. E porque isso acontece? Porque a santidade
começa aqui. Nós temos que amar uns aos outros, como pediu Jesus. Esse amor é
para o serviço aos irmãos.
E
quando acontece o milagre não é por obra humana, mas, é obra de Deus que opera
porque atende a coração do justo. Não é assim que pedimos uns pelos outros?
Os
santos participam do sacerdócio real de Cristo pelo batismo. Dentro do
sacerdócio real de Cristo, participam da Mediação Única de Cristo. Isto é, eles
não são intercessores por carácter salvífico, que único de Cristo, mas é dentro
da Mediação de Cristo que eles são nossos intercessores e é dentro dela que nós
aqui, enquanto viventes, igualmente podemos interceder através de Cristo uns
pelos outros.
Logo,
se não estivermos ligados a Cristo pela Mediação única, nem aqui, nem no Céu podemos
interceder. Vale lembrar que quando nós pedimos a intercessão dos santos,
estamos falando de Oração. A nossa Oração está dentro da Mediação de Cristo.
Os
santos intercedem de várias maneiras. Seja diretamente a Deus, seja a uma
pessoa ou autoridade. Veja, por exemplo, quando Santa Dulce foi fazer o
hospital para atender os necessitados, ela usou a intercessão, de autoridades e
pessoas da sociedade para que mediassem ao prefeito a suja obra. E quando não
conseguia, ia ela mesma. Assim é no céu, a mediação dos santos não é para
salvar dos pecados, é para conseguir a cura, a obra, tem um objetivo. Não
confundir a Mediação única de Cristo, com a mediação secundária dos santos. Porque
caso contrário, não nos seria lícito orar uns pelos outros.
E
quando oramos uns pelos outros o fazemos por uma força maior que é o amor.
O
amor é a força motivadora que nos faz trilhar o caminho da santidade.
Ao
lermos as obras dos santos podemos ver que foram pessoas de atitudes. Movidas
pelo Espírito Santo tiveram a coragem de vencer as dificuldades do mundo.
Enfrentaram poderosos, sistemas corruptos, a até mesmo foram incompreendidos
pela própria Igreja. Eles nunca desistiram. Resistiram até o final. A salvação
não é para aqueles que ficam de braços cruzados por achar que “já creu e foi
batizado” está salvo. Mas, a salvação é uma conquista que exige de nós que
trabalhemos pelo Reino de Deus. E só será salvo aquele que persevera até o fim,
(Mateus24, 13).
“Nada
para si, tudo para Deus e os irmãos”.
Morrer
em Cristo Jesus
Morrer
em Cristo e ressuscitar com Cristo.
Para
ressuscitar com Cristo é preciso morrer com Cristo, é preciso “deixar a moradia
do nosso corpo, para ir morar junto do Senhor” (2 Coríntios5,8). Nesta ‘partida’,
que é a morte, a alma é separada do corpo. Ela será reunida a seu corpo no dia
da ressurreição dos mortos.
“Diante
da morte, o enigma da condição humana atinge seu ponto mais alto”. Em certo
sentido, a morte corporal é natural, mas pela fé ela é, na realidade, “a paga
do pecado” (Romanos6, 23).
Para
os que morrerem na graça de Cristo, é participação na morte do Senhor, a fim de
poder participar também da sua ressurreição.
A
morte é o término da vida terrestre. Nossas vidas são medidas pelo tempo, ao longo
do qual passamos por mudanças, envelhecemos e, acontece com todos os seres
vivos da terra, a morte aparece como fim normal da vida. Este aspecto da morte marca
as nossas vidas com um caráter de urgência: a lembrança de nossa mortalidade
serve também para nos recordar de que temos um tempo limitado para realizar
nossa vida:
“Lembra-te
de teu criador nos dias de tua mocidade [...] antes que volte ao pó à terra de
onde veio, e o espírito retorne a Deus que o concedeu” (Eclesiastes12, 1-7).
A
morte é consequência do pecado. Intérprete autêntico das afirmações da Sagrada
Escritura e da tradição, o magistério da Igreja ensina que a morte entrou no
mundo por causa do pecado do homem. Embora o homem tivesse uma natureza mortal,
Deus destinava a não morrer. A morte, foi, portanto, contrária aos desígnios de
Deus criador e entrou no mundo como consequência do pecado. “A morte corporal,
à qual o homem teria sido subtraído se não tivesse pecado”, é assim, “o último
inimigo” (1Corínmtios15, 26) do homem a ser vencido.
A
morte é transformada por Cristo, Jesus, o Filho de Deus, sofreu também ele a
morte, própria da condição humana. Todavia, apesar de seu pavor diante dela, a
assumiu em um ato de submissão total e livre à vontade do Pai. A obediência de
Jesus transformou a maldição da morte em bênção.
Graças
a Cristo, a morte cristã tem um sentido positivo. “Para mim, de fato, o viver é
Cristo e o morrer é lucro”, (Filipenses1, 21). “É dogma de fé esta palavra: Se
já morremos com Ele, também com Ele ressuscitaremos” (2Timóteo2, 11). A novidade
essencial da morte cristã está nisto: pelo Batismo, o cristão já está
sacramentalmente “morto com Cristo”, para viver de uma vida nova. Se morremos
na graça de Cristo, a morte física consuma este “morrer com Cristo” completa,
assim, nossa incorporação a Ele em seu ato redentor:
“É
bom para mim morrer em (‘eis’) Cristo, Jesus, melhor do que reinar até as
extremidades da terra. É a ele que procuro, ele que morreu por nós: é ele que
quero, ele que ressuscitou por nós. Meu nascimento aproxima-se. [...] Deixai-me
receber a pura luz; quando tiver chegado lá, serei homem”.
Na
morte, Deus chama o homem a si. É para isso que o cristão pode sentir, em
relação à morte, um desejo semelhante ao de São Paulo: “partir para estar com
Cristo” (Filipenses1, 23); e transformar a própria morte em um ato de
obediência e de amor ao Pai, a exemplo de Cristo”.
[Quando
vemos a história dos santos, principalmente a história da vida dos mártires,
percebemos a grandeza dessas palavras, o quanto lhes agradava dar suas vidas em
testemunho de Cristo. A certeza de que muito mais lhes aguardava na eternidade
como prêmio eterno, muito mais era estar ligados a ELE pelo sacrifício, não por um mero acaso, a morte lhes conferia a
certeza de que esta união era de fato a concretização destas palavras “viver é Cristo
e morrer é lucro”. Portanto, já não importava os castigos que sofriam se mortos
estariam para os seus perseguidores, mas, estariam vivos eternamente para a
Deus tornando-se partícipes, com Ele de sua glória.]
“Meu
desejo foi crucificado, [...] há em mim uma página viva que murmura e diz dentro
de mim: “Vem para o Pai”. “Quero ver a Deus e, para vê-lo é preciso morrer”.
“Eu
não morro, entro na vida”.
A
visão cristã da morte é expressa, de forma privilegiada, na liturgia da Igreja:
“Senhor,
para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. Desfeito nosso
corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”.
A
morte é o fim da peregrinação do homem, do tempo de graça e de misericórdia que
Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre, segundo o projeto divino, e
para decidir seu destino último. Quando tiver terminado “o único curso de nossa
vida terrestre, não voltaremos mais a outras vidas terrestres”. “Os homens morram
uma só vez” (Hebreus9, 27). Não existe “reencarnação” depois da morte”.
(Catecismo da Igreja Católica, parágrafos de 1005
a 1013)
Creio
na Vida Eterna
O
cristão, que une sua própria morte à de Jesus, vê a morte como um caminhar ao
seu encontro e uma entrada da Vida Eterna. Depois de a Igreja, pela última vez,
pronunciar as palavras de perdão da absolvição de Cristo sobre o cristão moribundo;
marca-lo, pela última vez, com a unção fortificadora; dar-lhe o Cristo no
viático como alimento para a viagem, lhe diz com doce segurança, estas palavras:
“Deixa
este mundo, alma cristã, em nome do Pai Todo-Poderoso que te criou, em nome de
Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo que sofreu por ti, em nome do Espírito Santo
que foi derramado em ti. Toma teu lugar hoje na paz e fixa morada com Deus na santa
Sião, com a Virgem Maria a mãe de Deus. Volta para junto de teu criador, que te
formou do pó da terra. Que na hora em que tua alma sair de teu corpo se
apressem a teu encontro a Maria, os anjos e todos os santos. Que possas ver teu
Redentor face a face e possas contemplar a Deus pelos séculos dos séculos”.
O juízo particular. – A morte
põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça
divina. Manifestada em Cristo. O Novo Testamento fala do juízo principalmente na
perspectiva do encontro final com Cristo, sem sua segunda vinda. Repetida
vezes, porém, afirma também a retribuição, imediatamente após a morte, de cada
um em função de suas obras e de sua fé. A parábola do pobre Lázaro e a palavra de
Cristo na cruz ao bom ladrão, assim como outros textos no Novo Testamento,
falam do destino último da alma, que pode ser diferente para uns e outros.
Cada
homem recebe, sua vida imortal, a retribuição eterna a partir do momento da morte,
num juízo particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja por
meio de uma purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do Céu,
seja para condenar-se de imediato para sempre.
“No
entardecer de nossa vida, seremos julgados sobre o amor.
[Continua
na parte 2]
