Como um protestante enxerga a
Igreja Católica?
O Pastor Augustus Nicodemos, que é pastor
presbiteriano, postou um vídeo nas redes sociais, quem quiser pode procurar,
mas, aqui vamos esclarecer os pontos que ele cita e fazer uma análise do que ele fala, desmentindo ou até
desconstruindo sua hermenêutica; inclusive, ele vai expor suas acusações dentro
do conceito da Sola Fide e da Sola Escritura.
Ele tenta explicar alguns pontos entre os reformados e a Igreja
católica, porém, no vídeo que está postado ele acaba acusando a Igreja Católica
com argumentos dúbios e falsos, mostrando de quão é desprovido de conhecimento, afinal ele é um protestante.
Ele não fala da diferença da crença entre
evangélicos e católicos, ele fala da crença entre católicos e os reformados
porque ele vem da ala protestante tradicional do teólogo João Calvino. A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma Igreja que segue a doutrina calvinista.
Aqui tratarei de explicar ponto por ponto
as acusações do pastor mostrando que as suas colocações mostram falta
conhecimento da verdade sobre a Igreja Católica e a sua doutrina.
Diz o pastor Augustus
Nicodemos:
“A Igreja Católica acredita na
Escritura que a Bíblia, ela é a palavra de Deus, mas acredita que a palavra de
Deus vem antes da Escritura, está na Escritura e, se segue a partir da
Escritura que é a Tradição; e o Magistério é quem interpreta a Escritura à luz
da Tradição produzindo dogmas, produzindo bulas papais, declarações e criando
documentos de fé. É por isso que você vai encontrar tantas doutrinas na Igreja
Católica que não tem fundamento bíblico. Porque para eles não é somente a
Bíblia, é a Bíblia de acordo com a Tradição interpretada pelo Magistério
encabeçado pelo Papa infalível”.
Note que o Pastor Nicodemus usa de um
desconhecimento teológico com relação à Igreja Católica e a própria história do
cristianismo. E aqui nota-se que ele já disse algumas inverdades.
Primeiro ele fala que a Palavra de Deus
precede a Bíblia, está na Bíblia e ultrapassa a Bíblia ao longo da história na
Tradição. Aqui ele confunde o conceito
de Tradição. A palavra de Deus não é só escrita, existe em primeiro lugar a
Palavra pregada que chamamos de Tradição Oral, existe a Palavra Encarnada que é
o próprio Cristo e a Tradição escrita que é a Bíblia.
Que a palavra de Deus precede a Bíblia é
óbvio, mas dizer que a Bíblia precede a Igreja não é verdade porque foi a
Igreja que copilou, organizou e fez o Cânon bíblico.
A Igreja Católica acredita e tem por um dos
seus pilares a Sagrada Tradição porque à ela foi o primeiro ensinamento;
dado pelos Apóstolos de forma oral.
O que é a Sagrada Tradição?
Na Igreja dos primeiros séculos não existia
o Novo Testamento e a Bíblia como conhecemos hoje. O Evangelho era anunciado
oralmente corpo a corpo ou nas comunidades. Não existia templos, os cristãos
reuniam escondidos nas casas, nas catacumbas ou até mesmo em algumas sinagogas. A Igreja era perseguida por parte do Império Romano e por outro lado pelos judeus. Tanto é que Saulo, Paulo antes da conversão era um dos que perseguia os cristãos. Os judeus consideravam os cristãos uma seita. Os cristãos eram perseguidos, torturados e mortos por causa de Jesus. Os ensinamentos nos primeiros anos do cristianismo foi passado de forma oral. Com passar do tempo e, entendendo a necessidade de se deixar registrada a doutrina é que começaram a surgir os primeiros escritos, as cartas e os evangelhos. Então é lógico que tudo que conhecemos no Novo Testamento parte primeiro do ensino oral que é muito importante. Como São João mesmo disse, mesmo se ele quisesse não podia registrar tudo que Jesus pregou e fez. O que ele fez foi registrar partes importantes o restante a Tradição Oral complementa.
O que existia era apenas o Antigo
Testamento. De que forma a Igreja preservou a doutrina? Ela a preservou pela
Tradição Oral. Tradição aqui não tem nada a ver com práticas ou costumes.
Tradição neste sentido é a doutrina que os Apóstolos receberam oralmente de
Nosso Senhor que foi transmitida e guardada através dos séculos pelos seus
sucessores, os bispos.
Jesus quando viveu neste mundo não deixou
nenhum escrito e nem mandou escrever nada. Foi por iniciativa própria dos
Apóstolos que mais tarde, talvez 40-60
anos depois é que São Paulo escreveu seu o primeiro escrito do Novo Testamento, a Carta aos
Tessalonissenses.
Entre os Evangelhos, o primeiro a ser
escrito foi o de São Marcos. Ora, nem São Paulo, nem São Marcos conviveram com Jesus,
de onde é que eles aprenderam a doutrina, já que entre 40-60 anos não havia
nada escrito? [...] A resposta só pode vir de um só, do ensinamento oral que já
acontecia naquelas comunidades.
O ensinamento oral é chamado pela Igreja de
Sagrada Tradição. Ela precede a Bíblia. E foi através dela que a Bíblia surgiu
e foi organizada 400 mais tarde. Neste tempo [entre 40-400 d.C.], embora as
comunidades cristãs já tivessem alguns escritos não havia a coleção dos livros
como conhecemos hoje. Os protestantes acham que a bíblia veio do céu de paraquedas com zíper e tudo.
A própria Bíblia vai nos ensinar que nem
tudo que está nos evangelhos; o que Jesus fez e ensinou, muitas coisas não
caberiam apenas em um livro; parte da Doutrina está na Tradição Oral e a outra
parte está registrada nos evangelhos. No final do Evangelho de São João o está
escrito:
(João 20, 30-31: 21, 25)
“Jesus fez ainda, diante de seus discípulos, muitos outros sinais, que não se
acham escritos neste livro. Estes, porém, forma escritos para crerdes que Jesus
Cristo é o Filho de Deus, e para que crendo tenhais vida em seu nome.” [...]
“Há, porém, muitas outras coisas que Jesus fez. Se fossem escritas uma por uma,
creio que o mundo não caberia conter os livros que se escreveriam”.
Ou seja, muitas coisas que Jesus fez e ensinou
não está na Bíblia, está no ensinamento oral que foi transmitido pelos
Apóstolos. Por esse motivo, a Bíblia não é a única fonte de fé. A Igreja sempre
manteve a Sagrada Tradição, que é o ensinamento oral deixado pelos Apóstolos. A
Tradição se mantém viva até os nossos dias graças à sucessão apostólica, ou
seja, aos bispos e os santos padres que receberam e guardaram esse
ensinamento.
Logicamente até uma criança de quinta série
entende que o protestantismo surgiu 1500 anos depois, antes do protestantismo
somente existia a Igreja Católica. A Igreja Católica presente não só em Roma,
mas também no Oriente. Porque além da Igreja de Roma, existem as demais Igrejas
Católicas situadas no Oriente. Porém é a Igreja de Roma que tem a supremacia
sobre as demais por ser a sede do bispo primás, ou seja, o Papa, sucessor do
Apóstolo São Pedro.
Quem organizou, quem declarou
ser ou não inspirados os livros da Bíblia foi a Igreja Católica e seu
Magistério.
[Também não é verdade que a tradução da
Bíblia surgiu durante a "reforma protestante". No tempo de Martinho
Lutero já existia várias traduções da Bíblia, inclusive uma para o Alemão, uma
para o Inglês e o Italiano, sendo que a tradução mais antiga é a de São
Jerônimo para o Latim, chamada de Vulgata Latina". Também não é verdade
que Lutero mandou imprimir a Bíblia, pois, a Bíblia foi impressa pela primeira
vez no século XV por Gutemberg inventor da Imprensa muito antes da reforma.]
Quem guardou e ainda guarda o Depósito da
Fé é o Magistério da Igreja Católica porque a doutrina de Jesus foi entregue a
ela através dos Apóstolos e seus sucessores legitimamente constituídos; não foi
entregue 1500 anos depois a Lutero e os demais reformadores.
O pastor se esqueceu que a Igreja dele
nasceu entre 1483-1546 e foi fundada por João Calvino e não por Jesus Cristo; ela
chegou no Brasil pelo M. Ashbel Green Simonton (1833-1867). Aliás ninguém tem o direito de fundar igreja alguma a não ser o próprio Jesus Cristo que assim o fez sobre o governo de São Pedro e os demais Apóstolos. Cristo fundou uma só Igreja porque só a ele foi dada a missão de salvar.
No auge da tomada napoleônica, Napoleão Bonaparte tomava todos os reinos em sua volta, disseram a ele porque ele tinha tanto poder não fundava um igreja para si. E Napoleão respondeu: "Eu não posso salvar ninguém, nem morrer na cruz, nem ressuscitar!" - verdade ou não serve para nos mostrar que nenhum homem pode fundar uma Igreja, porque a missão da Igreja é levar as pessoas ao conhecimento da verdade que é Cristo e automaticamente à salvação por meios dos quais Deus quis colocar à nossa disposição por meio dela. O homem não tem poder de fundar igrejas. Então, todas as demais denominações que surgiram após a revolta de Lutero e os demais reformadores são igrejas falsas. Por isso tantas discrepâncias, tantas interpretações e doutrinas falsas, cada uma de acordo com o que lhes agrada. Por isso tantas divergências doutrinárias porque nenhuma dessas igrejas, inclusive a que esse pastor pertence não é verdadeira. A reforma de Lutero não foi uma reforma propriamente dita, mas, foi uma ruptura. Nunca foi reformador e tudo que ele achava que estava fazendo certo acabou por desencadear milhares de seitas e igrejas falsas. Portanto, Augustos Nicodemos é só mais um dentro das milhares de igrejas falsas por aí. Ele não tem autoridade para falar da Igreja Católica a menos que saiba a teologia católica e a doutrina e, como bem sabemos ele mostra profunda ignorância a respeito da Igreja Católica, sua doutrina e seus dogmas.
A Igreja Católica nasceu no
ano 1, a Bíblia é propriedade da Igreja Católica porque foi ela que a copilou,
escreveu a reorganizou.
Santo Agostinho, que tanto os protestantes
admiram era um bispo católico. Ele disse: “Eu creio na Bíblia porque a Igreja
diz para eu crer nela!” – Ou seja, se a Igreja católica, com sua autoridade não
dissesse quais livros eram inspirados ou não, a bíblia não teria credibilidade
e legitimidade alguma.
A própria Bíblia diz que devemos na
Tradição em primeiro lugar. Porque a Bíblia nasce de uma Tradição oral, seja o
Antigo Testamento através dos profetas, seja o Novo Testamento através dos
Apóstolos.
O pastor Augustus Nicodemos não sabe ou
parece ignorar o conceito do que é a palavra Tradição.
Que a palavra de Deus precede a Bíblia é
obvio, está lá em João1, 1-28 “no princípio era a palavra” [...] (embora neste
texto São João esteja se referindo à Palavra encarnada, ou seja, ao próprio
Cristo) [...], mas, dizer que a Bíblia, que é a palavra de Deus escrita precede
a Igreja, como defende os protestantes é de uma ignorância sem tamanho. Se a
própria Bíblia e a história o desmente.
O protestante parece aquele cavalo de
charrete que só vê o que está na frente e não o que está atrás e do lado. Se o
cânon bíblico foi definido 300 anos depois de Cristo, se ela começou a ser
produzida em cadernos com a invenção da imprensa em 1450. Até o século XV, onde
estava a Bíblia antes disso? Estava nos mosteiros, nas grandes bibliotecas
medievais porque eram rolos imensos de pergaminhos. E antes do séc. III? Não
existia. Como é que foi ensinada a palavra de Deus senão pela Tradição Oral?
Então é um absurdo dizer que a
Bíblia gera a Igreja ou que a Igreja nasce da Bíblia. Não, pelo contrário, é
Igreja que gerou a Bíblia. O que o Pastor Nicodemos ensina é falácia e não tem
credibilidade histórica.
Ah! mas, a Bíblia diz “a palavra se fez
carne” portanto, Jesus é a Palavra. Sim, mas, a Palavra, que é Jesus, se fez
carne e não escreveu nenhum livro, antes fundou uma Igreja e deu a ela todos os
meios necessários para entender, interpretar e escrever (João 14, 26), não
mandou escrever tais livros, pois, essa tarefa deveria ser uma atitude humana
da Igreja sob a ação do Espírito Santo; e é esta mesma ação do Espírito que fez
com que ao longo desses mais de 2000 anos a Igreja se mantém na mesma doutrina
e conservando o Depositum Fidei.
ANTES DA BÍBLIA JÁ EXISTIA A IGREJA - A Bíblia nasceu da Igreja. Foi a autoridade da Igreja que definiu a Bíblia.
O primeiro documento escrito do Novo
Testamento foi a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, esse
documento é do ano 45 d.C. Se São Paulo escreveu uma carta para a Igreja de
Tessalônica, isso quer dizer que já existia uma Igreja lá. Quer dizer que a
pregação oral precedeu a redação da Bíblia.
O livro do Apocalipse, é o último que foi
escrito, foi escrito por volta do ano 100 d.C.; ou seja, entre Jesus morrer,
ressuscitar e vir o Espírito Santo e até o Apocalipse ser escrito muito tempo
já havia passado. A Igreja se espalhou pelo mundo muito antes do Novo
Testamento ser escrito.
Outro ponto que o pastor vai
colocar, que é mais complicado. É quando ele fala que a Igreja Católica tem
também a Tradição que se mostra nos documentos da Igreja, nos dogmas e nas
bulas papais. E aqui ele está mentindo mais uma vez, como já foi explicado não é
isso que é a Tradição.
Tradição da Igreja não é aquilo que
ela produziu ao longo dos séculos. Tradição da Igreja é aquilo que os apóstolos
ouviram de Jesus e transmitiram oralmente para seus sucessores. Documentos
teológicos transmitidos pela Igreja é a interpretação do Magistério da Igreja
tanto da Palavra Escrita como da Palavra falada.
Jesus não instruiu os seus
Apóstolos a escreverem livros, mas, deu a ordem "Ide e pregai o
Evangelho!" (Mateus 28, 19-20). Tanto é que apenas alguns escreveram os
evangelhos. E os outros Apóstolos que não escreveram deixaram de pregar? Eles
levaram o Evangelho de que forma?
Eles levaram o Evangelho de forma
oral. É interessante porque se a gente falar que é só a Bíblia nem a
historicamente se sustenta, pois, a Bíblia foi organizada 400 anos depois de
Cristo. Os cristãos de antes não tinham Bíblia.
E quando o pastor fala que é só a
Bíblia, onde fica o que Jesus falou e que não está na Bíblia e que os apóstolos
transmitiram aos seus sucessores? Ou alguém acha que isso não foi transmitido?
A Tradição Oral é bíblica, São Paulo
disse aos próprios tessalonicenses “guardai as tradições que de nós
recebestes”. Ao falar sobre a Eucaristia
em 1Coríntios11, 23 ele disse: "Eu recebi do Senhor, vos transmiti" [...]
São Paulo não diz: "o que li na Bíblia vos transmiti" - ele disse: "Eu recebi do Senhor e vos transmiti". Ora, todos nós sabemos que
após sua conversão, São Paulo foi ter com os Apóstolos e deles recebeu a
Doutrina. E como ele recebeu a Doutrina se não havia nada escrito? E como ele
afirma que a recebeu do Senhor? Logicamente Paulo está referindo à ao
ensinamento Oral. Esse ensinamento que na verdade é do Senhor Jesus, foi
ensinado por Ele e que lhe foi transmitido pelos Apóstolos. Por isso, São Paulo
vai dizer aos seus irmãos de Corinto "O que eu recebi do Senhor vos
transmiti".
Quando o pastor Nicodemos vai falar do
Magistério da Igreja, fala como se fosse um absurdo teológico a gente ter
um Magistério. Só que o Magistério da Igreja é o intérprete autorizado e a
gente vê isso na Bíblia também. Em Atos 15 (o Concílio de Jerusalém, primeiro Concílio da Igreja), a Igreja com seus bispos (o Colégio Apostólico) e os presbíteros se reuniram para discutir sobre o problema da circuncisão. Os
judeus recém-convertidos queriam obrigar os novos convertidos vindos do
paganismo e de outras culturas se circuncidassem segundo a Lei de Moisés. Foi
preciso que a Igreja discutisse o assunto em Concílio e tomasse uma posição; e
tendo reunido todos, sob a palavra de São Pedro decidiram que o Batismo é que
tornaria a pessoa membro da Comunidade.
Qual é dificuldade do pastor e de muitos em
compreender isto? A dificuldade é porque a igreja dele não tem sucessão
apostólica, aliás nenhuma igreja protestante, evangélica, seja ela reformada ou
pentecostal tem sucessão apostólica e, por isso mesmo, não tem autoridade e não
é verdadeira.
Então a gente percebe que a Bíblia é a
palavra de Deus, mas a palavra de Deus está mantida na Tradição e o Magistério
é o intérprete. É ele quem decide as questões de fé e doutrina. A Tradição está
firmemente defendida na Bíblia, em 2Timóteo 2,2: “O que de mim ouvistes na
presença de muitas testemunhas, confia a homens fiéis que por sua vez sejam
capazes de instruir a outros”. – Então, temos que ter cuidado com o que ele
falou quando ele fala que a Tradição é a produção teológica da Igreja, não é
verdade. A tradução teológica da Igreja é outra coisa.
Depois, ele continua dizendo que "a
Igreja acredita que Deus continua trazendo novas revelações". Isso também
não é verdade.
Ele Continua: Aqui ele entra num assunto que mostra total desconhecimento teológico do que é a co-mediação de Maria e o significado de ser "corredentora".
“Na Igreja católica Cristo é o
salvador, mas, para chegar até Cristo você tem que chegar através de Maria.
Você tem que receber o dogma da co-mediação de Maria, de que ela auxilia os
pecadores a receber a graça que o filho dá. Ela funciona como uma espécie de
medianeira e recentemente dogmas a respeito da assunção de Maria e do seu
nascimento virginal foram colocados pelos Papas como sendo obrigatório para
todo católico acreditar. Então não é somente Cristo, mas é Cristo e Maria, em
alguns lugares a Igreja Católica é muito mais mariana que cristocêntrica”.
Quando alguém se propõe a falar alguma
coisa, essa pessoa deve estudar, conhecer com um pouco de afinco o que está
dizendo. E o pastor em questão mostra desconhecer a doutrina católica,
falta-lhe um conhecimento profundo do que estar a dizer.
Quando ele fala do "dogma da mediação
de Maria", a mediação de maria não é dogma. Por não ser dogma tem que se perguntar
o que ele quer dizer com isso. Se fosse dogma seria mais fácil já estaria
resolvido desse ou daquele jeito. Depois o pastor vai falar do dogma da
Assunção de Maria, que está certo, é um dogma, mas, é um dogma que não fere em
nada a fé protestante. Qual a dificuldade em aceitar o dogma da Assunção de
Maria se os protestantes acreditam na assunção de Enoque e do profeta Elias?
Ah! Mas, a assunção de Maria não está na
Bíblia. Está sim. Não da forma como eles querem, mas está é só ler Apocalipse
12, 1-18.
O nome Trindade também não está na Bíblia,
mas, ela aparece de forma indireta e todos nós cristãos cremos nela - Mt28, 19.
O que diz o dogma da assunção de Maria?
A Igreja proclama que Nossa
Senhora após ter terminado todo seu curso terreno, pelos méritos de Cristo foi
assunta (ou levada) de corpo e alma para o céu.
Quando ele fala do dogma do nascimento
virginal de Maria é espantoso a falta de conhecimento teológico sobre ao
assunto. Muitos teólogos confundem o dogma da Imaculada conceição de Maria com
o nascimento virginal.
O nascimento virginal nunca foi dogma.
Ninguém disse que Ana mãe de Nossa Senhora era virgem. Ana e Joaquim eram
casados. Maria foi concebida de forma natural, ou seja, de uma fecundação
normal. Agora o que a Igreja proclama é que Maria no momento da concepção, no
seio de Ana, Deus, pelos méritos de Cristo retirou dela a mancha do pecado
original porque ela foi escolhida para ser a futura mãe do Salvador. Então ela
foi preparada por Deus, sonhada por Deus para de seu ventre nascer o próprio
Deus. Maria não foi uma barriga de aluguel. Ela gerou Jesus Cristo o filho de
Deus conservando-se pura toda sua vida. Nasceu sem pecado, porque Deus
antecipou nela toda a graça e a Salvação por meio de seu Filho. É isso que quer
dizer o dogma da Imaculada Conceição.
Depois ele vai falar de Maria
como medianeira:
“O católico vai dizer que você
precisa de Maria, enquanto o reformado que você pode ir direto a Cristo” [...]
é interessante porque isso é uma meia verdade, tanto do lado de lá, quanto do
lado de cá. Por quê?
Porque não é verdade que você precisa de
Maria para chegar a Cristo no sentido que ele está falando, mas, também não é
verdade que o reformado vai sozinho a Cristo. Ora, alguém nunca falou para ele
que para alguém se tornar cristão tem que lhe anunciar Cristo? Não vai precisar
da pessoa do amigo, do vizinho, de outro que conheça a fé primeiro? Se alguém
vai a Cristo, vai por intermédio de alguém mediante o ministério da Igreja.
Os protestantes não entendem ou desconhecem a parte da Bíblia que Maria
faz parte da Igreja - Atos1, 14 - No Antigo Testamento, Adão e Eva que
faziam parte da Antiga Criação estavam no Paraíso e de lá foram expulsos pelo
pecado da desobediência que cometeram.
Na Nova Criação, onde Jesus Cristo,
"O Novo Adão", restaura todas as coisas, tendo feito uma Nova
Criação que se deu na árvore da Cruz, devolveu-nos a graça do Paraíso. Maria, a
"Nova Eva" está presente pela obediência. Não só estava presente aos
pés da Cruz recebendo a adoção filial de ser nossa Mãe, mas, também, estava com
toda a Comunidade, a Igreja reunida e como parte dela iniciada na caminhada
dessa Nova Criação, agora conquistada pelo seu Filho. Ela juntamente com os
Apóstolos e os discípulos em oração no cenáculo aguardou a vinda do Espírito Santo que
confirmou a missão da Igreja. É por isso que a Igreja começou sua caminhada com
ela, não vai e não pode terminar sem ela. É por isso que nós a chamamos de
"Mãe da Igreja".
A missão da Igreja neste mundo é levar às
pessoas ao conhecimento de Cristo. Maria assumiu esse papel porque ela faz parte da Igreja. Os evangélicos insistem muito nisso que
Cristo é o único mediador, mas, se não fosse a Igreja Católica não teriam nem a
Bíblia. A Igreja tem esse papel de ser este canal que leva as pessoas ao
conhecimento de Cristo e consequentemente à salvação. Foi para isso que Jesus
fundou a Igreja.
Ah, mas Jesus disse "ninguém vai ao
pai senão por mim!", está certo, mas onde está Jesus? Está na sua Igreja.
De modo que para ir até Cristo é necessário passar pela Igreja. Pois, o mesmo
Jesus que disse: "ninguém chega ao pai senão por mim", diz também:
"quem vos ouve a mim ouve, quem os rejeita a mim rejeita". Lucas 10, 16.
A Igreja existe para conduzir todas as pessoas a Cristo. Essa é a missão da Igreja,
ser a ponte. Jesus disse: "Não são os sãos que precisam de médico, mas
sim, os doentes!" (Lucas 5, 31-32) - A Igreja é o lugar em que recebemos o
pão da palavra e da Eucaristia, alimento para nosso corpo e nossa alma. A
Igreja é este grande consultório onde o Mestre dos mestres é o único doutor e
remédio, nela pelos sacramentos, especialmente a Confissão podemos nos curar da
doença do pecado. E é essa a missão da Igreja, conduzir a todos à
salvação.
O caminho é Cristo, a Igreja é a ponte, o
elo que une o homem a Deus. E a Verdade que é Cristo é revelada pela Igreja, a
qual tem todos os meios para conduzir-nos à salvação. A Igreja fundada por
Cristo, foi deixada neste mundo para que ao mesmo tempo que anuncia o
evangelho, também tem a missão de mãe e mestra levar-nos até Cristo em
segurança. Ela como a Arca de Noé tem a missão de cuidar de todos, para que
todos sejam salvos. Por isso São Cipriano de Cartago vai dizer: "extra Ecclesiam nulla salus" - que
significa 'fora da Igreja não há salvação'.
Ninguém vai a Cristo sozinho, porque
precisa da mediação de alguém, isso é óbvio. Ou será que Cristo apareceu e se
revelou? Talvez São Paulo possa dizer isso, já que ele foi o único homem que
depois dos Apóstolos que teve uma experiência pessoal com Jesus no caminho de
Damasco. Tirando São Paulo os outros chegaram até Cristo pela mediação de
alguém, da Igreja ou de algum ministro da reconciliação.
E aí quando ele fala que a gente precisa de
Maria para chegar até Cristo, ou para termos Cristo. Ora, como é que Cristo
veio ao mundo? Caiu de paraquedas? Foi trazido pela cegonha? nasceu de
chocadeira? [...] Qual foi o caminho que ele escolheu para vir ao mundo, não
foi através de Maria?
“E quando chegou a plenitude dos tempos (ou seja, o tempo estabelecido por Deus), Ele enviou o seu filho nascido de uma mulher” (Gálatas 4, 4) – é óbvio que
Nossa Senhora participa ativamente do mistério da Redenção.
Quando ele diz cheio de razão “nós não
precisamos de Maria, nós só precisamos apenas de Cristo”, se isso fosse verdade não
existiria Cristo. Isso é orgulho e prepotência da parte protestante. Porque o
próprio Deus precisou de Maria e a escolheu para nascer dela. Aliás, Maria foi a única mulher a quem um Deus pode lhe chamar de mãe.
E o outro ponto teológico que ele deixa
passar é a doutrina de Maria como a "Nova Eva". Na teologia de São
Paulo Jesus é o Novo Adão:
1Coríntos 15, 45-48 – “Assim está escrito:
O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente"; o último Adão, espírito
vivificante. Não foi o espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o
espiritual. O primeiro homem era do pó da terra; o segundo homem, do céu. Os
que são da terra são semelhantes ao homem terreno; os que são do céu, ao homem
celestial”.
São Paulo ensina-nos que dois homens estão
na origem do gênero humano: Adão e Cristo. [...] O primeiro Adão, diz ele, foi
criado como um ser humano que recebeu a vida; o segundo é um ser espiritual que
dá a vida. O primeiro foi criado pelo segundo, de quem recebeu a alma que o faz
viver. [...] O segundo Adão gravou a sua imagem no primeiro, quando o modelou.
Por isso, veio a assumir a sua função e o seu nome, para que não se perdesse
aquele que fizera à sua imagem. Primeiro e último Adão: o primeiro teve
princípio; o último não terá fim. Por isso é que o último é verdadeiramente o
primeiro, como Ele mesmo diz: "Eu sou o Primeiro e o Último"» (Catecismo da Igreja católica nº 222)
"Se Jesus é o novo Adão,
Maria é a Nova Eva".
Assim como pela desobediência de um homem,
Adão, entrou o pecado no mundo, pela obediência de um só homem, Jesus Cristo
entrou a graça.
Assim como pela desobediência de uma
mulher, Eva, entrou o pecado, pela obediência
de uma mulher, Maria, nos veio a graça.
Pela desobediência de Adão a humanidade foi
destruída pelo pecado; pela obediência de Jesus Cristo refez a nova criação.
Pela desobediência de uma mulher a
humanidade foi destruída pelo pecado; pela obediência de Maria a humanidade
pode ser redimida porque ela trouxe ao mundo o Salvador.
“Jesus se humilhou e fez
obediente até a morte e morte de cruz” Filipenses 2, 8-11
“Maria, desde a encarnação
também se fez humilde, (Lucas 1, 38) e se fez obediente até os pés da cruz
junto de seu filho para nossa salvação”.
Isso é o significado de ser corredentora.
Maria é, portanto, corredentora porque participou, ajudou ativamente no plano de
Salvação. Ela é a Nova Eva e Cristo o Novo Adão.
Em 2Coríntios 5, 18 diz: “Tudo isso vem de
Deus que nos reconciliou consigo por meio de Cristo e nos confiou o ministério
da reconciliação”. Então, esse negócio de que há só um mediador, o que é o
mediador senão o reconciliador?
O mesmo Paulo que falou que há só um
mediador é o mesmo Paulo que Deus nos deu o ministério da reconciliação.
Aliás, o papel da mediação dos santos e de
Nossa Senhora é diferente da mediação única de Cristo.
O papel de mediador de Cristo é exclusivo dele,
é de caráter salvífico e só cabe a ele. O papel de mediação dos santos é de
caráter de intercessão, ou seja, é diferente.
Essa mediação dos santos é algo que já
fazemos aqui na terra. Nós intercedemos, pedimos, rogamos a Deus uns pelos outros. Se já
aqui na terra fazemos isso uns pelos outros quem dirá no céu os santos e Nossa
Senhora. Veja, por exemplo, o caso do centurião romano que intercedeu a Jesus
pela saúde de seu criado; Maria que intercede pelos noivos em Caná da Galileia,
isto é intercessão. Nós que acreditamos na comunhão dos santos conforme professamos na profissão de Fé, o Credo, acreditamos nesta
mesma intercessão prefigurada aqui na terra e concretizada no Céu.
Eles podem interceder e o fazem porque a
Igreja continua na eternidade; os santos participam da glória juntamente com
Jesus. Na eternidade participam de uma só comunhão banhados na glória de Cristo
Ressuscitado e vencedor; ela continua sua missão, mas, agora de maneira
beatífica em unidade com Cristo.
Basta ler o Apocalipse, está repleto de
exemplos da oração dos santos: a fumaça do incenso que sobe até Deus com nossas
orações, os anciãos louvando a Deus, a oração dos mártires - Apocalipse 9-10:14, 4-5
[...] E isso só é possível porque através do único mediador que é Cristo está a
mediação dos santos. Os santos no céu tem esse papel.
A mediação dos santos e da Virgem Maria não
é salvífica, mas, é dentro dessa mediação única de Cristo que ela acontece.
Caso contrário não poderíamos orar uns pelos outros. Mas, é por causa da
mediação única de Cristo que nos tornamos partícipes com ele dessa mediação
salvífica.
Quanto ao papel de Maria como corredentora
temos que entender esse termo no verdadeiro sentido teológico dele:
Cristo convida toda sua Igreja redimida por
ele. São Paulo escrevendo aos Colossenses (Colossenses 1, 24) “Completo na
minha carne o que resta do sofrimento de Cristo”. Ou seja, toda a Igreja remida por Ele é
chamada a unir-se a Ele. Maria foi remida por Cristo desde o ventre de sua mãe;
é sem pecado não pelos seus próprios méritos, mas pelos méritos de Cristo,
chamada a participar de forma mais íntima, muito mais especial por ser a Mãe do
Filho de Deus e chamada a participar desta redenção. Por ser a mãe do filho de
Deus ela se dispôs a levar até o fim a missão de colaborar para que o plano de
Salvação acontecesse.
Às vezes a gente esquece que Jesus foi um
ser humano normal exceto no pecado, teve fome, sede, sentiu tristeza, alegria,
chorou, riu, brincou, teve que aprender a falar e a andar. Ele quis
experimentar a beleza de ter uma mãe (Gálatas 4,4). Então, ela participa de
forma mais íntima desse grande amor. Tanto que o profeta Simeão vai dizer que
uma espada lhe transpassaria alma. O que
Jesus sofreu por nós fisicamente, Maria sofreu tudo na alma conforme tinha dito
a profecia.
Sim, Maria é corredentora de uma forma
especial, mas, porque ela foi redimida por Cristo, é corredentora na medida que
une suas dores às dores do seu Filho.
Quando o pastor Nicodemos disse que “em alguns
lugares as igrejas católicas são mais marianas que cristocêntrica é mera
conjectura, pois, toda devoção mariana é toda cristocêntrica. Maria não ofusca a luz
que é Cristo, pelo contrário ela aponta em direção a ele: “fazei tudo o que ele
vos disser” – João 2, 5 – ela não é deusa, mas, ela é a escolhida de Deus, a
Mãe de Jesus e, depois de Cristo ninguém é maior. Maria não quer nada para si,
não quer atrair nada para si, ela é serva obediente (Lucas 1, 38), ela é a
mulher do silêncio, da obediência. Então, dizer o que ele disse é falta de
responsabilidade.
Ele continua seus ataques
dizendo:
“Os católicos falam que a
salvação é pela fé, mas, os homens tem que praticar as obras, eles têm que
contribuir com suas obras, com sua obediência, com sua ida à igreja, com sua
participação nos sacramentos para que aquela fé seja de fato uma fé salvadora.
Os católicos falam da graça, a graça o favor de Deus.”
E aqui o pastor Nicodemus comete mais um
erro teológico. A Igreja Católica não fala que a salvação é pela fé. A Igreja
ensina que a salvação é pela graça mediante a fé e uma fé completa. Qual é o
problema aqui? É que estamos falando de termos distintos; quando ele fala a
palavra fé, ele está falando de uma fé fideísta e fiduciária.
Nós não falamos de uma fé fideísta e
fiduciária apenas, nós falamos de uma fé que significa obediência. Então a
nossa fé não é simplesmente crer, crer e crer ... porque neste sentido de crer
até o diabo acredita, mas, o diabo não tem fé. Crer simplesmente e não fazer nada
é como um carro sem gasolina. A fé é o carro as obras o combustível, se não
tiver as obras o carro não anda. Em outras palavras Jesus disse: “Bem
aventurado não é o que me diz senhor, senhor, mas, o que faz a vontade do meu
Pai que está no céu”. (Mateus 7, 21) – aqui eu pergunto: Fazer a vontade do Pai não
é uma obra? A Salvação em si não é uma obra?
Jesus também disse: “Aquele que tem os meus
mandamentos e os guarda, esse é o que me ama”. Amar a Deus não é uma obra?
São Paulo disse: "Nem a circuncisão,
nem a insircuncisão é coisa alguma, mas o que importa a fé que opera em nós
pela caridade” (Gálatas 5,6).
E a caridade é uma obra. De modo que, dizer que
somente a fé entendida como uma fé fideísta está errado. Agora se por meio de
nossas obras nós estamos manifestando a graça de Deus em nossa vida isto é
testemunho bíblico. Por exemplo, em Romanos 2, 6-7.8 está escrito: “Deus retribuirá a cada um
segundo suas obras” [...] “A vida eterna aos que perseverando em fazer o bem
busquem a glória, a honra e a imortalidade, mas a ira e indignação aos
contumazes rebeldes da verdade e seguidores do mal.”
Percebam que as obras desempenham o papel
sim na nossa salvação; não somos salvos pelas obras, somos salvos pela graça,
mas a graça produz em nós as obras e a fé; e a fé também é uma obra. Jesus
disse: “Essa é a obra de Deus que acreditem naquele que ele enviou” – João 6, 29 –
De fato essa confusão sobre a fé e as obras que o pastor Nicodemos e com ele
todos os protestantes faz não é producente.
Mas, poderá alguém dizer: “As obras não são
causadoras da salvação, as obras são uma consequência da graça que opera em
nós”; mas, a fé não é a mesma coisa? A fé não é causadora da salvação? A Fé é
uma consequência da graça que nos salva.
São Tiago assim escreveu sobre a Fé e as obras: (Tiago2, 14-26)
“Meus irmãos, que interessa se
alguém disser que tem fé em Deus e não fizer prova disso através de obras? Esse
tipo de fé não salva ninguém. Se um irmão ou irmã sofrer por falta de
vestuário, ou por passar fome, e lhe disserem: “Procura viver pacificamente e
vai-te aquecendo e comendo como puderes”, e não lhe derem aquilo de que precisa
para viver, uma tal resposta fará algum bem? Assim também a fé, se não se traduzir em
obras, é morta em si mesma.
Poderão até dizer: “Tu tens a
fé, mas eu tenho as obras. Mostra-me então a tua fé sem as obras. Porque eu
dou-te a prova da minha fé através das minhas boas obras!”
Crês que há um só Deus? Estás muito certo. Mas
lembra-te que os demónios também creem e tremem! És uma pessoa bem insensata se não conseguires
compreender que a fé sem obras não vale de nada.
Não mostrou o nosso pai Abraão que era justo
através dos seus atos, ao oferecer a Deus o seu filho, Isaque, sobre um altar?
Como vês, na sua vida a fé e as obras atuaram conjuntamente. A fé completou-se
através das obras. Por isso, as
Escrituras dizem: “Abraão creu em Deus e este declarou-o como justo.” E foi
chamado o amigo de Deus. Estão a ver então que a pessoa é considerada justa aos
olhos de Deus pelo que faz e não só por crer.
Outro exemplo é Raabe, aquela
mulher que era meretriz. Ela foi declarada justa por aquilo que fez, pois não
teve medo de esconder os espias e ajudou-os a escaparem-se por outro caminho. Tal como o corpo está morto se não há espírito
nele, assim também a fé sem obras está morta”.
Mas, essas coisas estão tão ligadas entre
si que podemos dizer sou salvo pela fé e obras; lembre-se somos salvos pela
graça, mas a graça produz em nós a fé e frutos tão belos que evidencia o agir
de Deus em nossa vida de modo que a gente pode dizer que somos salvos pela fé e
obras quando a gente entende bem corretamente estes termos.
A CONFUSÃO DO PASTOR COM A NATUREZA E A GRAÇA
Continua o pastor:
“Mas, eles dizem que a graça
vem a través da natureza. Essa relação entre natureza e graça que originária da
teologia de São Tomás de Aquino e diz que Deus concede a graça através da
natureza ou das coisas sólidas que pertencem ao mundo sólido. Por isso a água
benta do batismo, por isso o pão que se transforma no corpo de Cristo e o cálice
que se transforma em vinho, (aqui ele parece nem saber que não é o cálice que
se transforma em vinho, é o vinho que se transforma no sangue de Cristo); continua... por
isso o óleo da unção dos enfermos. Então a graça não é dada diretamente ao
pecador, mas, ela é dada através dos sete sacramentos da Igreja católica dentre
eles os mais conhecidos, (só para ele porque todo católico conhece os sete sacramentos e sabe que nenhum é mais ou menos conhecidos que os outros),
batismo, confirmação, ordem, casamento, extrema unção e confissão a um padre
para o perdão dos pecados. Os sacramentos da Igreja Católica são canais pelos
quais a graça de Deus é ministrada e o pecador recebe a salvação.”
Veja, que ele faz uma salada de frutas
entre sacramental e sacramento. E até se confunde em dizer que o cálice transforma em vinho, e ao
falar dos sete sacramentos e não cita nem a Eucaristia que é o principal deles. Ele não sabe que é o vinho que é transformado no Sangue de Cristo? O cálice é apenas o recipiente. É de
lascar né gente!
Ele falou de dois assuntos aqui: A graça
provém da natureza, a salvação provém dos sacramentos. Quando ele fala que os
sacramentos são canais da graça de Deus e pode levar à pessoa a salvação ele
está certo, mas, há que separar sacramento e sacramental.
No sacramento a ação do Espírito Santo é de
forma invisível diretamente sobre a pessoa. É graça santificante. Os
sacramentais são meios materiais aos quais a graça de Deus age em nós.
O sacramental é um objeto e não age
diretamente depende da crença da pessoa. Por exemplo: A água benta só tem poder de benzer a casa se
a pessoa acreditar.; Enquanto que o sacramental não te salva, mas, traz a graça
da salvação na sua vida e o sacramento tem o poder de força santificante. O
sacramental traz as bênçãos e serve para recordar o amor que Deus tem por cada
um de nós.
Já quando ele cita a teologia de Santo Tomás
de Aquino sobre a “Natureza e graça” é de doer porque ele distorce todo o ensinamento
do santo. O que é que São Tomás de Aquino queria dizer? É simples.
Que nós não precisamos da graça
sobrenatural de Deus para saber que por exemplo o adultério é pecado. Embora
esteja na Sagrada Escritura a gente tem a inteligência para saber que adulterar
é errado, roubar é errado, etc.
Mas, se eu disser “Jesus é o filho de
Deus”, então nesse caso eu preciso da graça sobrenatural. Se digo “Deus é uma
Trindade”, eu preciso da graça sobrenatural para dizer isto. Então natureza é
aquilo que está no nível natural e a graça no nível sobrenatural. Por exemplo:
Em Mateus 16, 15-17, Jesus pergunta aos seus Apóstolos:
“E vós, quem dizem que eu sou?”
Pedro responde: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo!” e Jesus responde: “Feliz
és tu, Simão filho de Barjonas, porque não foi a carne e o espírito que te
revelou isso, mas, meu pai que está no Céu!” – Nesse caso Pedro precisou da causa
sobrenatural para fazer tal afirmação. Mas quando Pedro o negou ele precisou
apenas da inteligência para saber que o que ele fez estava errado, tanto é que
se arrependeu.
Aí ele fala que a graça vem da natureza.
Não! A graça vem de Deus, mas, objetos podem trazer a benção de Deus na medida
em que Deus infunde neles sua graça; e vamos provar isso na Bíblia.
O pastor fez uma confusão entre sacramental
e sacramentos; A diferença entre o sacramento é que o sacramental não confere a
graça do Espírito Santo como acontece no sacramento, mas pela oração da Igreja,
eles preparam a pessoa para o recebimento da graça (cf. catecismo da Igreja
Católica nº 1670).
Podemos entender os sacramentais como bondade
da criação. Mas, o que o Pastor Nicodemus disse a respeito dos sacramentais
beira o gnosticismo. Porque está mais do que claro, e isso vamos ver várias
vezes na Bíblia que Deus utiliza da matéria criada para mostra-nos sua bondade.
O gnosticismo era uma seita herética dos
primeiros séculos, os cátaros ou albigenses negavam a bondade da Matéria.
Pregava que a matéria era má e o extremo do gnosticismo era justamente negar a
Encarnação de Cristo, porque como pode cristo assumir um corpo material se a
matéria é má? E quando o pastor nega que Deus não pode agir por meio da matéria
ele está sob o mesmo pensamento dos hereges gnósticos. Deus tanto age na
matéria que Jesus usa barro com saliva para curar o cego, e usa o madeiro da
cruz para nos salvar. Deus tanto age na matéria que os reis e profetas do
antigo testamento foram ungidos com óleo; e o próprio Deus utilizou do barro
para fazer Adão; escreveu os Mandamentos em tábuas de pedra. Logo, os
sacramentos tem os seus sinais materiais característicos como a água, o óleo, o
pão, o vinho, etc. chamados de sacramentais.
Aí ele continua dizendo [...] “A gente precisa do
sacramento para a benção chegar até nós e isso não seria necessário, a benção
chega direto em nossa vida. Mentira! Porque os sacramentos estão visíveis de
forma clara Bíblia e se não fossem importantes Jesus não os teria instituídos. Se levarmos em conta esse raciocínio do pastor até às últimas
consequências vamos chegar ao mesmo pensamento herético do gnosticismo de dizer
que Jesus não pode ter sido encarnado. É fácil provar os sacramentos na Bíblia.
Deus que criou o mundo material se fez
corpo material. Santo Ambrósio vai ensinar que Cristo nos toca através de seus
sacramentos. Assim como a gente podia tocar n'Ele enquanto estava neste mundo,
agora Ele nos toca pelos Sacramentos.
O pastor disse “E os sacramentos são
canais da graça de Deus...” sim, o que ele falou está certo. Mas, aí tem uma
coisa muito grave. O Cristo conquistou para nós na cruz chega até nós pelos
sacramentos ordinariamente e extraordinariamente. O que isso quer dizer? Que eu
posso receber o sacramento de forma direta ou indiretamente. Por exemplo: Se
uma pessoa deseja receber o batismo, mas, por algum motivo ele morre, receberá
o sacramento por intenção, pois o amor a Cristo aliado ao seu profundo desejo
já provocou nele a graça da salvação. É o caso de muitos cristãos mártires que
foram batizados não pela água, mas pelo sangue que derramaram em testemunho de
Cristo e do Evangelho.
A graça da Cruz, aquilo que Cristo
conquistou para nós na cruz vem à nossa vida por meio dos sacramentos.
Qual é
a definição e a eficácia do Sacramento?
A definição que o Catecismo da
Igreja Católica apresenta sobre sacramento é este: “Os sacramentos são sinais
eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos
quais nos é dispensada a vida divina” (Catecismo da Igreja Católica nº 1131).
Ou
seja, são os meios pelos quais a graça de Deus nos alcança, sendo os
sacramentos perceptíveis aos sentidos. A exemplo temos: o sacramento do
Batismo, que acontece com o uso da água e das palavras batismais: “Eu te batizo
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Temos também a Eucaristia, que
acontece por meio do pão e do vinho que, pelas palavras do sacerdote, são
transformadas em Corpo e Sangue de Cristo. Assim, a Igreja Católica professa a
existência de sete sacramentos, e além dos dois já falados, temos: a Crisma, a
Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimônio.
É importante saber que os
sacramentos são eficazes porque neles age o próprio Cristo; é Cristo que
batiza, atua nos sacramentos. Quando o sacramento é celebrado conforme a
intenção da Igreja, o poder de Deus atua nele, e a eficácia independe da
santidade do ministro que o confere. Porém, os frutos irão depender da
disposição de quem os recebe (cf. Catecismo da Igreja católica n° 1129).
Os sacramentos são destinados
à santificação do homem, à edificação do Corpo de Cristo e ao culto prestado a
Deus. E como fim último, a Páscoa do Filho de Deus, aquela que pela morte O fez
entrar no Reino, realizando-se na vida do cristão, o que Ele mesmo professa:
“Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir” (cf. Catecismo da Igreja Católica nº 1680).
Os sacramentais e sua missão.
O Catecismo vai definir
sacramentos como: “Os sinais sagrados instituídos pela Igreja, cujo objetivo é
preparar os homens para receber o fruto dos sacramentos e santificar as
diferentes circunstâncias da vida” (Catecismo da Igreja Católica nº 1677). Os
sacramentais servem para a santificação de certos ministérios, assim como de
estados de vida e de momentos variados no dia a dia do cristão, como o uso das
coisas que são úteis ao homem.
A diferença entre o sacramento
é que o sacramental não confere a graça do Espírito Santo como acontece no
sacramento, mas pela oração da Igreja, eles preparam para o recebimento da
graça (cf. Catecismo da Igreja Católica nº 1670). Entre os vários sacramentais,
em primeiro lugar estão as bênçãos, que podem ser de pessoas, da mesa, de
objetos e lugares. O número de sacramentais é enorme! Por exemplo, alguns
objetos, desde que sejam abençoados: cruzes, imagens e estampas de santos,
água, sal, óleo, lenço dentre tantas outras coisas. Atos 19 : 12 - “de modo que
até lenços e aventais que Paulo usava eram levados e colocados sobre os
enfermos. Estes eram curados das suas doenças, e os espíritos malignos saíam
deles.” A própria sombra de São Pedro
era um sacramental veja, Atos 5, 15-16; “De sorte que transportavam os enfermos
para as ruas, e os punham em leitos e em camas para que a sombra de Pedro,
quando passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas afluía
a multidão a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos
imundos, os quais todos eram curados.”
Os sacramentais são
instituídos como dito antes pela Igreja. São realizados sempre pela imposição
das mãos, uma oração, o sinal da cruz ou aspersão com água benta que relembra o
Batismo (cf. Catecismo da Igreja Católica nº 1668).
Por fim, é importante lembrar
que os sacramentais são instrumentos que auxiliam o cristão na vida espiritual.
Não devem ser usados erroneamente como superstição ou algo mágico, não! Eles
são “extensões” dos sete sacramentos e podem nos acompanhar literalmente em
todas as horas do nosso dia.
Os sacramentos não são coisas
materiais, os sacramentos são santos sinais que realizam o que significam. Os
sacramentos utilizam-se dos sinais, os sacramentais e são eficazes no que
significam.
São Leão Magno disse: “O que
era visível em Cristo passou aos sacramentos da Igreja”, ele dizia que os
sacramentos da Igreja passaram a ser aquilo que a gente via em Cristo e passou
à Igreja, por exemplo: Assim como a mulher com fluxo de sangue tocou na orla
das vestes de Cristo (Lucas 8, 43-45), assim como o lenço de Paulo curava os
doentes (Atos 19, 11-12), assim como a sombra Pedro curava os doentes (Atos5,
15-16), assim como os ossos do profeta Eliseu ressuscita o morto (2Reis 3, 21), percebe-se
aqui a utilização dos sacramentais, ou seja, a materialidade, a veste, o lenço,
a sombra e até os ossos de um morto. Então nota-se claramente que Deus opera
sua graça através da matéria sim. O que era sensível em Cristo passou à Igreja
por meio dos sacramentos. Santo Ambrósio dizia: “Tu ó Cristo te revelastes a
mim face a face, te encontro em teus sacramentos” – Segundo Santo Ambrósio, que
era um padre do século IV, ele vai dizer que ele encontra Cristo face a face
nos sacramentos. Aquilo que Jesus conquistou por nós na Cruz vem até nós por
meio dos sacramentos e como vemos não é difícil provar isto nas Escrituras. São
Paulo vai dizer: “O batismo que hoje nos salva (...) “Por meio do batismo vós
morrestes e ressuscitastes”.
Quando são Paulo fala da santa
ceia em 1Coríntios 11, ele fala que “se comermos do Corpo do Senhor
indignamente, sem discernimento estará comungando a própria condenação”. É só
fazer uma leitura contrária: “se comungarmos discernindo o Corpo do Senhor
comungamos bênção”.
São Tiago falando da Unção dos
enfermos diz: “Chama os presbíteros e a oração da fé com a unção do óleo
salvará o enfermo”. Ou seja, os sacramentos estão claramente descritos na
Bíblia, são sim, os meios pelos quais a benção de Deus chega até nós.
Agora, porque o pastor Augustus Nicodemos
recusa os sacramentos? A fala dele no seu vídeo é tão estranha...
Ele nega aquilo que a própria instituição
que ele pertence acredita. Os reformados (que vem de João Calvino), acreditam
que os sacramentos são meios de graça também; quem não acredita são os
batistas, os assembleianos, os pentecostais, as igrejas de parede preta
moderninhas, etc.
Onde
encontramos os sacramentos na Bíblia?
1. Batismo – O primeiro rito do Batismo está
em Lucas 3, 19-20. Jesus foi batizado por João. O Batismo de João era de
conversão. Depois Jesus manda os apóstolos batizarem em nome do Pai, e do Filho
e do Espírito Santo, Mateus 28. O Batismo instituído por Cristo é um sacramento
que além do perdão dos pecados torna a pessoa, filho de Deus e membro da
Igreja. O catecúmeno morre para o mundo e nasce para Deus.
2. Crisma – Trata-se de um rito em que o
ministro impõe as mãos sobre os crismandos, invocando o Espírito Santo, e os
unge com óleo. A prática de unção com óleo remete ao Antigo Testamento quando
os sacerdotes e reis eram ungidos. Pelo batismo e pela crisma somos inseridos
no sacerdócio real de cristo, participando desse sacerdócio comum dos fiéis
pela Crisma somos chamados a ser sacerdotes, profetas e reis.
O sacramento do Crisma consiste na
Confirmação do Batismo pelo Espírito Santo, por meio da qual o fiel é enviado
ao mundo para testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo em atos e palavras. Com esse sacramento, o fiel torna-se soldado
para testemunhar a Cristo no mundo.
Nos textos bíblicos encontramos diversas
passagens que remetem ao Sacramento da Crisma, elas estão em: João 14, 25-26; Lucas
12, 12; Atos 8, 14-17; Atos 19, 1-6 e 2 Coríntios 1, 21-22.
O sacramento do Crisma também é chamado de
"Confirmação" - quando criança quem confirma a Fé da Igreja por nós
são nossos pais e padrinhos, na Crisma, já adultos nós conformamos essa Fé que
recebemos. Essa é a missão do bispo confirmar os irmãos na fé. Jesus ao
instituir o sacerdócio, dando suas últimas instruções disse a Pedro: "Mas,
eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E, quando você se converter,
confirme os seus irmãos" Lucas 22, 32.
3. Eucaristia - Na Eucaristia está a presença
real de Jesus Cristo, conforme nos ensinaram o próprio Senhor. Em João 6, 56-57
Jesus disse: “Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em
mim e eu nele. E como o Pai, que é vivo, me enviou e eu vivo pelo Pai, assim
aquele que comer de mim viverá por mim”. a noite que antecedeu à Sua
Crucificação, Jesus Cristo reuniu Seus Apóstolos e instituiu o sacramento (cf.
Lucas 22:19–20). Após Sua Ressurreição, Ele instituiu o sacramento onde o pão é
o seu Corpo e o Vinho seu Sangue.
(1Coríntios 10, 16-17).
“Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de
Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?
Porque nós, sendo muitos,
somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão”.
4. A Confissão ou Penitência: pelo sacramento da Confissão,
Jesus deu autoridade aos Apóstolos e seus sucessores para conceder o perdão dos
pecados.
João 20, 20-23 Jesus apareceu
aos Apóstolos e disse: “A paz esteja convosco!” Dizendo isso soprou sobre eles
e disse: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes dos pecados
ser-lhes-ão perdoados. Aqueles aos quais os retiverdes ser-lhes-ão retidos”.
Note: Que Jesus instituiu o sacramento da confissão. Os protestantes dizem que
pode se confessar diretamente com Deus, porém, Jesus é bem claro ao dar aos
discípulos o poder de perdoar (em seu nome) os pecados. Não existe confissão
direta com Deus. Somente o bispo e o sacerdote que “in persona Christi”, ou
seja, na pessoa de Cristo perdoa os pecados. Por isso o sacramento da confissão
é inviolável e não pode ser revelado. Quem perdoa os pecados é Cristo por meio
do sacerdote que lhe representa.
O que o Catecismo da Igreja Católica fala
sobre o Sacramento da Confissão?
Catecismo da Igreja Católica
nº 1424. É chamado sacramento da confissão, porque o reconhecimento, a
confissão dos pecados perante o sacerdote é um elemento essencial deste
sacramento. Num sentido profundo, este sacramento é também uma «confissão»,
reconhecimento e louvor da santidade de Deus e da sua misericórdia para com o
homem pecador.
5. Unção dos enfermos - Unção dos enfermos é
um rito cristão que consiste em ungir os enfermos com um óleo sagrado. Na
Igreja Católica, o ritual é também denominado “Santa Unção” ou “Último
sacramento”. A unção dos enfermos tem o objetivo de confortar o doente, perdoar
os seus pecados e transmitir um sentimento de alívio espiritual e físico. O
Sacerdote unge o doente com o óleo dos enfermos que é a matéria do Sacramento
da Unção dos Enfermos. Esta unção deve ser feita seis vezes: nos olhos, nas
narinas, nos ouvidos, na boca, nas mãos e nos pés. Para cada unção o Padre
repete a forma do Sacramento da Unção dos Enfermos.
Tiago 5,13-15 - “Sofre alguém
dentre vós algum contratempo? Recorra à oração. Está alguém alegre? Cante.
Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros (padres) da Igreja
para que orem sobre ele, e ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé
salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e se estiver cometido pecados, estes
lhes serão perdoados. Confessai, pois, uns aos outros vossos pecados e orai uns
pelos outros para que sejam curados.
6. A Ordem - O sacramento da Ordem é conferido
pela imposição das mãos, seguida duma solene oração consecratória, que pede a
Deus para o ordinando as graças do Espírito Santo, requeridas para o seu
ministério. A ordenação imprime um carácter sacramental indelével.
Catecismo da Igreja Católica
nº 536. A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos
Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos: é,
portanto, o sacramento do ministério apostólico. E compreende três graus: o
episcopado, o presbiterado e o diaconato.
[Sobre a instituição e a
missão do ministério apostólico por Cristo ver nos números 874-896 do catecismo. Aqui apenas
se trata da via sacramental pela qual se transmite este ministério].
Porquê este nome de Sacramento
da Ordem?
Catecismo da Igreja católica
nº 1537. A palavra Ordem, na antiguidade romana, designava corpos constituídos
no sentido civil, sobretudo o corpo dos que governavam, Ordinatio designa a
integração num ordo. Na Igreja existem corpos constituídos, que a Tradição, não
sem fundamento na Sagrada Escritura, designa, desde tempos antigos, com o
nome de táxeis (em grego), ordines (em latim): a liturgia fala assim do ordo
episcoporum – ordem dos bispos – do ordo presbyterorum - ordem dos presbíteros
– e do ordo diaconorum –ordem dos diáconos. Há outros grupos que também recebem
este nome de ordo: os catecúmenos, as virgens, os esposos, as viúvas...
Catecismo da Igreja Católica
nº. 1538. A integração num destes corpos da Igreja fazia-se através dum rito
chamado ordinatio, acto religioso e litúrgico que era uma consagração, uma
bênção ou um sacramento. Hoje, a palavra ordinatio é reservada ao acto
sacramental que integra na ordem dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos, e
que ultrapassa a simples eleição, designação, delegação ou instituição pela
comunidade, pois confere um dom do Espírito Santo que permite o exercício dum
«poder sagrado» (sacra potestas) que só
pode vir do próprio Cristo, pela sua Igreja. A ordenação também é chamada
consecratio consagração –, porque é um pôr à parte e uma investidura feita pelo
próprio Cristo para a sua Igreja. A imposição das mãos do bispo, com a oração
consecratória, constituem o sinal visível desta consagração.
Catecismo da Igreja Católica
nº 1575. Foi Cristo quem escolheu os Apóstolos e lhes deu parte na sua missão e
autoridade. Depois de ter subido à direita do Pai, Cristo não abandona o seu
rebanho, antes continuamente o guarda por meio dos Apóstolos com a sua proteção
e continua a dirigi-lo através destes mesmos pastores que hoje prosseguem a sua
obra. É, pois, Cristo «quem dá», a uns serem apóstolos, a outros serem pastores. E continua agindo por meio dos bispos.
Catecismo da Igreja Católica
nº 1576. Uma vez que o sacramento da Ordem é o sacramento do ministério
apostólico, pertence aos bispos, enquanto sucessores dos Apóstolos, transmitir
«o dom espiritual», «a semente apostólica»
Os bispos validamente ordenados, isto é, que
estão na linha da sucessão apostólica, conferem validamente os três graus do
sacramento da Ordem.
7. O Matrimônio - O sacramento do Matrimônio
significa a união de Cristo com a Igreja. Confere aos esposos a graça de se
amarem com o amor com que Cristo amou a sua Igreja; a graça do sacramento
aperfeiçoa assim o amor humano dos esposos, dá firmeza à sua unidade
indissolúvel e santifica-os no caminho da vida eterna.
O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO
Catecismo da Igreja Católica nº 1601. «O pacto matrimonial, pelo qual o homem
e a mulher constituem entre si a comunhão íntima de toda a vida, ordenado por
sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educação da prole,
entre os batizados foi elevado por Cristo Senhor à dignidade de sacramento».
O matrimônio no desígnio de
Deus
Catecismo da Igreja Católica nº1602. A Sagrada Escritura
começa pela criação do homem e da mulher, à imagem e semelhança de Deus, e
termina com a visão das «núpcias do Cordeiro» (Apocalipse 19, 9). Do princípio ao fim,
a Escritura fala do matrimónio e do seu «mistério», da sua instituição e do
sentido que Deus lhe deu, da sua origem e da sua finalidade, das suas diversas
realizações ao longo da história da salvação, das suas dificuldades nascidas do
pecado e da sua renovação «no Senhor» (1 Coríntios 7, 39), na Nova Aliança de Cristo
e da Igreja.
O MATRIMÔNIO NA ORDEM DA
CRIAÇÃO
Catecismo da Igreja Católica nº 1603. «A
íntima comunidade da vida e do amor conjugal foi fundada pelo Criador e dotada
de leis próprias [...]. O próprio Deus é o autor do matrimônio». A vocação para
o matrimónio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, tais como
saíram das mãos do Criador. O matrimônio não é uma instituição puramente
humana, apesar das numerosas variações a que esteve sujeito no decorrer dos
séculos, nas diferentes culturas, estruturas sociais e atitudes espirituais.
Tais diversidades não devem fazer esquecer os traços comuns e permanentes.
Muito embora a dignidade desta instituição nem sempre e nem por toda a parte
transpareça com a mesma clareza, existe, no entanto, em todas as culturas, um
certo sentido da grandeza da união matrimonial. Porque «a saúde da pessoa e da
sociedade está estreitamente ligada a uma situação feliz da comunidade conjugal
e familiar».
Catecismo da Igreja Católica
nº. 1604. Deus, que criou o homem por amor, também o chamou ao amor, vocação
fundamental e inata de todo o ser humano. Porque o homem foi criado à imagem e
semelhança de Deus que é amor (1 João 4, 8.16). Tendo-os Deus criado homem e
mulher, com amor mútuo dos dois torna-se imagem do amor absoluto e indefectível
com que Deus ama o homem. É bom, muito bom, aos olhos do Criador. E este amor,
que Deus abençoa, está destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum do
cuidado da criação: «Deus abençoou-os e disse-lhes: "Sede fecundos e
multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a"» (Gêneses 1, 28).
Catecismo da Igreja Católica
nº 1605. Que o homem e a mulher tenham sido criados um para o outro, afirma-o a
Sagrada Escritura: «Não é bom que o homem esteja só» (Gêneses 2, 18). A mulher,
«carne da sua carne», isto é, sua igual, a criatura mais parecidos com ele,
é-lhe dada por Deus como uma, auxiliar», representando assim aquele «Deus que é
o nosso auxílio». «Por esse motivo, o homem deixará o pai e a mãe, para se unir
à sua mulher: e os dois serão uma só carne» (Gêneses 2, 24). Que isto significa
uma unidade indefectível das duas vidas, o próprio Senhor o mostra, ao lembrar
qual foi, «no princípio», o desígnio do Criador: «Portanto, já não são dois,
mas uma só carne» (Mateus 19, 6).
Note que: para cada sacramento
são utilizados os sacramentais que são bíblicos. Os sacramentais são materiais
que se tornam sinais visíveis da ação de Deus.
O Batismo - a água (sinal de
regeneração), o óleo dos catecúmenos e do Crisma (sinal da força do Espírito
Santo), a vela (símbolo de nossa fé e representa Cristo ressuscitado).
Crisma – a unção com o óleo do
Crisma (sinal da força do Espírito santo).
Eucaristia – o Pão e o Vinho
Para a Unção dos enfermos – o
óleo da Unção (força de Deus para o doente).
A Ordem – óleo do crisma. Este
óleo também usado no sacramento da ordem, (Sacerdotes) para ungir os
“escolhidos” que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o
povo e santificando-o no ministério dos sacramentos.
O Matrimônio – as alianças. É o
símbolo de amor e devoção, da concordância de um casal em amar e respeitar um
ao outro. Sendo assim, sua forma circular representa que não tem começo nem
fim, é constante como o amor deve ser. Como Cristo amou sua Igreja e se
entregou por ela assim deve ser o amor dos conjugues e dos filhos. A aliança
representa um pacto entre o casal, um pacto de amor entre o casal que deve
durar para toda a vida. A aliança nos recorda o pacto de Deus com seu povo, com
Abraão se sua descendência. Recorda-nos o amor de Deus por cada um de nós. E
que o amor entre marido e mulher também deve perpetuar na vida dos filhos.
Creio que você já entendeu que
significa Sacramento e Sacramental são coisas totalmente diferentes, o
sacramento é o sinal visível da graça de Deus e o sacramental são objetos
sagrados que se tornam símbolos da ação de Deus em nossa vida. Percebeu que o que
o referido pastor é bastante desconhecedor da doutrina católica e é pobre em
suas colocações. Percebeu também que os 7 Sacramentos estão na Bíblia e foram
criados por Cristo. Os Sacramentos não são invenção da Igreja Católica, mas,
foi criado e dado aos seus ministros por Cristo para nos ajudar no processo da
salvação.
Para o pastor a Igreja Católica dá glória de si mesma. Veja a falta de maturidade teológica desse homem.
Continua o pastor:
“Eles (os católicos) falam que
a glória deve ser dada a Deus, mas como a Igreja é a extensão de Deus nesse
mundo toda glória é para a Igreja também”.
Veja, que o que ele disse é uma bobagem sem
fundamento, de quem não sabe nem mesmo o que estar a dizer e desconhece a
Bíblia. Porque se a Igreja, conforme ensina São Paulo é o corpo de Cristo,
Cristo é a cabeça desse corpo e o Espírito Santo é a Alma desse corpo, como ela
pode dar glória de si mesma? Se a Igreja dá glória a Deus ela faz sob ação do
Espírito Santo. A Igreja é o corpo de Cristo na terra conforme o São Paulo
ensinou. Santo Agostinho disse que “a Igreja é o próprio Cristo” [...] “O que
dizemos de Cristo pode-se dizer da Igreja”, mas, dizer que por causa disso a
gente vai adorar a Igreja é descabido – quem vai glorificar a Igreja é o
próprio Cristo no fim dos tempos.
Essa é a promessa: “Cristo em
vós é a esperança da glória” – Colossenses 1, 27 – mas, daí dizer que nós
exaltamos a Igreja da mesma forma que exaltamos a Cristo é falácia. Nós
exaltamos a Cristo e Cristo exalta a Igreja.
Continua o pastor:
“Os pilares do catolicismo são
primeiro a natureza e graça com base na qual você tem os sacramentos e a
salvação, Cristo e a Igreja, que eles veem como uma só extensão de Cristo nesse
mundo, então, tudo que você puder dizer a respeito de Cristo você pode dizer a
respeito da Igreja.”
Essa citação dele é de Santo Agostinho. Ele
fala isso como se fosse errado, mas, isso é certo. Foi para isso que Jesus
fundou a sua Igreja para ser seu braço direito na tarefa de levar as pessoas ao
conhecimento da verdade e à salvação – “Ide por todo mundo e pregai o
evangelho!” (Mateus 28).
São Paulo diz que o Corpo Místico de Cristo
é a Igreja. Ele é a cabeça, nós os membros e o Espírito Santo a alma desse
Corpo.
Saulo (Paulo) estava a caminho de Damasco
para prender os cristãos; Jesus aparece para ele e diz: “Saulo, Saulo porque me
persegues?”
Ora, Saulo não estava perseguindo Jesus
fisicamente, logo, quando Jesus disse “porque me persegues” é porque Ele como
cabeça está sendo perseguido junto com seus membros.
O problema aqui é filosófico porque para o
protestante não pode haver ente. É nominalismo, não tem como não haver uma
comunicação entre Cristo e a Igreja. Cristo é um ente e a Igreja é outro. Ora
pode a cabeça viver sem o corpo?
Por
isso, segundo o protestantismo que não pode haver comunicação com Cristo, com os santos, com a Virgem
Maria, com fé e as obras. Não pode ter comunicação entre Tradição e a Escritura.
Porque para o protestantismo não há a real comunicação entre entes. E nós
católicos não cremos nisso, nós estamos intimamente ligados a Cristo.
Continua o pastor:
“Cristo
salva, a Igreja salva também, Cristo é divino, a Igreja é divina também, Cristo
é santo a Igreja é santa também”.
Ele
fala como se isso fosse errado, mas, o que há de errado nisso? Cristo é Deus, é
divino, é o fundador da Igreja. A Igreja acolhe pecadores para torna-los
santos, - “Sede santos como vosso Pai do Céu é santo!” (Levítico 19, 2 – Mateus
5, 48). “Sede perfeitos, como vosso Pai Celeste é perfeito!” – É lógico que se
Cristo é perfeito, sua Igreja deve ser perfeita, se Cristo é santo, sua Igreja
deve ser santa, se Cristo é divino sua Igreja participa dessa divindade.
Aliás, a Igreja é uma realidade
teantrópica, ou seja, ela é humana e divina. Será que essa não é a natureza de
Cristo? Cristo é totalmente homem e totalmente Deus. Não no sentido de que a
Igreja é Deus, mas ela como o corpo Místico de Cristo participa da divindade de
Cristo conforme 2Pedro d1, 3-4.
Cristo salva a Igreja? Sim, salva. Nós somos
chamados a unirmos nossos sofrimentos aos de Cristo; a unir-nos no mistério
redentor de Cristo. Cristo é Santo, a Igreja é santa, isto está claro. A Igreja
é a eleita de Deus, isto está nas Escrituras não precisa de provas.
Continua o pastor:
“Então é esse o pensamento
católico muito abreviadamente, é claro, tentei resumir rapidamente com os
famosos 5 pontos da reforma protestante. Somente a Escritura. É só na Bíblia
que nós vamos encontrar a revelação de Deus e somente ela é a fonte de autoridade
para tudo aquilo que nós praticamos e que nós cremos”.
A pergunta é: Onde está isso
na Bíblia? sendo que a própria Bíblia o desmente quando ela diz em 2Tessalonissenses 2, 15
“Guardai as tradições que vos foram ensinadas” [...] nem a bíblia fala para
guardar a própria Bíblia, nem ela afirma que é a única autoridade, mas diz para
guardar aquilo que lhe foi ensinado, ou seja, a Tradição.
Precisamos perguntar ao pastor de onde ele
tirou que a Bíblia é a única autoridade de Deus. Ou se Deus é tão pequeno para se
rotular em um livro.
Não tem um lugar da Bíblia que dizendo que
a Bíblia é a única fonte de autoridade. Aliás, em 1Timóteo 3, 15 diz que A
Igreja do Deus vivo é a coluna e sustentáculo da verdade. Bíblia dá a resposta, quem é essa autoridade:
É a Igreja e não a Bíblia. Se fosse a Bíblia porque São Paulo escreveria que é
a Igreja? Porque ela sempre foi a testemunha fiel da verdade muito antes da
Bíblia surgir, não teria Bíblia se não tivesse a autoridade Igreja. A própria
Bíblia diz “quem sustenta a verdade é a Igreja”.
O que o pastor falou não tem lógica, nem
tem base na própria história do cristianismo. Porque a Bíblia é um produto da
Igreja Católica e não caiu do céu como muitos pensam.
A Igreja começou a espalhar-se pelo mundo
afora e, aí os bispos para orientarem suas comunidades começaram a escrever
cartas de umas para outras para orientarem suas comunidades. Neste contexto
surgiu a Bíblia.
Note que nem todos os Apóstolos escreveram.
E os outros que não escreveram, deixaram de pregar? Se a autoridade da Igreja
dependesse de escritos a Igreja ela não se sustentaria, mas, foi através da
Tradição que ela pode chegar até os dias de hoje, até os confins do mundo.
Ah, diria [...] Mas, depois boa parte dos
escritos já eram aceitos na maioria das comunidades. Sim, mas isso foi muito
tempo depois. Como disse a Carta aos Tessalonicenses foi escrita por volta de
40 d.C. antes não tinha nada. Mesmo assim, até a conclusão do Cânon foram
muitos anos de debates, foram realizados vários concílios. Uns queriam as
cartas de Paulo, outros não, outros não aceitavam nem o Apocalipse, outros
queriam que colocasse tudo e a Igreja disse não. Sem contar a Epístola de
Judas.
Ou seja, é muito fácil depois que a Igreja
Católica escreveu a Bíblia e a organizou seu Cânon e preservou-o por 1500 anos
alguém chegar e dizer que agora é só a Bíblia a única fonte de autoridade. Se
não fosse a Igreja a Bíblia não existiria e se existisse sem a autoridade dela
seria um livro qualquer. Como o próprio santo Agostinho vai dizer “Só creio na
Bíblia porque a Igreja diz para eu crer nela”. E quando o pastor Nicodemos diz
que a Bíblia é a única fonte de autoridade, isto não existe em nenhum lugar.
Aliás os protestantes utilizam da Bíblia que é um livro católico para pregar
aquilo que eles julgam ser a verdade absoluta sem levar em conta que a Bíblia é
objeto fruto da Igreja e que se não fosse a Igreja nem eles existiriam, pois, o
primeiro protestante que foi Martinho Lutero era um católico. Se eles não
aceitam a Igreja Católica, seu Magistério e sua Tradição como pode aceitar a
Bíblia que foi escrita, copilada e preservada por homens católicos? Se eles
dizem que a Igreja Católica é idólatra e que não prega a verdade como pode
garantir que a Bíblia nascida dentro dela também é verdade. Então se a Igreja
Católica é falsa se tudo que ela prega é falso o protestantismo também é falso
porque até 1600 só existia a Igreja Católica e o Evangelho que eles receberam,
receberam da Igreja Católica.
para terminar ele conclui:
“Toda Escritura é inspirada
por Deus”, sim ele está correto.
“Não a tradição, não ao
Magistério, não às novas revelações, não ao Papa infalível, mas, liberdade para
leitura e investigação sob a orientação do Espírito Santo, mas, a única coisa é
a Bíblia Sagrada e a única inspiração é a do Espírito Santo”. “Quem garante que
a Bíblia é a Palavra de Deus não é a Igreja, mas, é o próprio Espírito Santo
falando na Escritura e assegurando isso em nosso coração”.
Isto é uma falácia do pastor,
a Igreja Católica não crê em novas revelações.
Essa colocação do pastor Augustus Nicodemos
é subjetivista e é uma besteira a gente sabe que não foi assim que a Bíblia foi
formada. Além do que o pastor precisa então explicar, se é o Espírito Santo que
é a única inspiração, o por quê que as igrejas protestantes tem cada uma
doutrina diferente. Pois, o Espírito não é o mesmo? E porque cada igreja tem
uma doutrina mais estranha que a outra?
Então o Espírito revela uma coisa numa
determinada denominação e muda de ideia na outra? [...] Os presbiterianos
aceitam o batismo de crianças, os batistas não aceitam. Os metodistas aceitam
ter bispos, os assembleianos não aceitam.
Na Igreja luterana se crê que Jesus está presente na Eucaristia, para os
presbiterianos Jesus não está presente na Eucaristia. Ora que Espírito Santo
volátil é esse? Como pode o Espírito Santo falar coisas diferentes se ele é
União.
A liberdade de interpretação hoje, no meio
evangélico, gera muito mais confusão do que união. Cada denominação interpreta
a Bíblia do seu jeito e tira dela as coisas absurdas e estranhas. A Sola
Scriptura e a Sola Fide defendida por Martinho Lutero não tem base histórica e
teológica. A própria Bíblia não autoriza a interpretação particular. Em
determinadas denominações Jesus está fora do centro. Os protestantes dizem que
a Bíblia é a única fonte de fé, mas, por exemplo na Igreja Adventista, os
escritos de Ellen G. White são considerados um "complemento da
Bíblia" - Na Igreja dos santos dos Últimos Dias - Os Mórmons, existe o
Livro dos Mórmons que é considerado uma segunda Bíblia. Se a Bíblia é a única
fonte de fé, porque essas denominações possuem livros além da Bíblia ou para
complementar a Escritura? Se a salvação é somente pela fé sem as obras, porque
os protestantes fazem caridade? Se a salvação é somente pela fé, porque então
eles passam pelo batismo, que é uma obra, uma ação e uma condição de Deus para
ser salvo?
Na Igreja Católica nós temos o Catecismo, o
catecismo não é um complemento da Sagrada Escritura. O Catecismo são diretrizes
espirituais pelos quais os cristãos devem seguir para melhor viver a graça,
participar da Igreja e compreender a Sagrada Escritura. Ele não ensina nada que
já não está definido pela Tradição, pelo Magistério e pela Escritura. Não é uma doutrina nova, nem um
complemento da Bíblia. Ele reúne o ensinamento da Igreja desde o princípio até
os dias de hoje dentro da única verdade que é a Palavra de Deus. Por isso o
Catecismo não é de A, B ou C, mas, da Igreja Católica porque é a Igreja a
coluna e o sustentáculo da verdade.
Não há nenhuma base teológica e nem base
histórica que sustente essa afirmação do pastor Nicodemos. Aliás São Pedro vai
dizer em 2Pedro 1, 20-21 diz que “nenhuma profecia é particular interpretação”.
A interpretação da Escritura cabe apenas ao Magistério da Igreja Católica. Essas falas do pastor só mostra a fragilidade
do protestantismo.
NOTA:
Este
conteúdo não é contra a pessoa do pastor Augustus Nicodemos, mas, trata-se de
refutar aos inúmeros ataques e ensinamentos errados que ele tem feito nas redes
sociais contra a Igreja Católica. O pastor utiliza de boa hermenêutica e
artimanhas teológicas sem sentido, falseando a verdade. Nas suas colocações
mostra despreparo de conhecimento teológico sobretudo quando vai explicar sobre a Doutrina católica, que pouco sabe e não crê ou 'acha' que conhece.
Mostrando só o ponto de vista dele como pastor protestante que é, usando muitas
vezes de uma certa 'desonestidade teológica' somente para um lado sem mostrar a
real verdade da Doutrina Católica tal como ela é e como está no Catecismo. O
dever de todo formador de opinião e de um evangelizador católico é anunciar o
Evangelho, apontar os erros teológicos e ensinar a doutrina. Por outro lado,
nós católicos não julgamos, mas, refutamos aquilo que não condiz com a verdade
de nossa Fé que é única - que é Católica.
(Texto de Elmando Toledo)
[Fonte: complementações do
texto, explicações do Prof. Eduardo Faria, teólogo e ex pastor protestante -
vídeo: A Igreja Católica é falsa? youtube.com.br - Catecismo da Igreja
Católica]