terça-feira, 19 de novembro de 2024

VATICANO APROVA RITO PAGÃO MAIA PARA IGREJA DO MÉXICO - Incensárias mulheres e liderança leiga em partes da missa




A Diocese de San Cristóbal - uma das mais antigas do país - liderou os pedidos ao Vaticano para reconhecer oficialmente a liturgia nas línguas maia.

O pedido recebeu atenção em outubro, quando o Papa Francisco deu o sinal verde para que a celebração da missa semanal e alguns rituais-chave do catolicismo, como a confissão e o batismo, possam ser feitos nas duas línguas indígenas.

O bispo auxiliar de San Cristóbal, o reverendo Enrique Díaz, diz que conseguir o reconhecimento de Roma foi um processo longo e complicado.

"Isto é a aceitação não só de uma simples tradução, mas de um estudo meticuloso que captura o sentido das palavras da liturgia e da Bíblia", diz, enquanto se houve o clero cantar hinos religiosos em tzotzil dentro da Igreja.

O bispo dá parte do crédito ao Papa Francisco, que o ajudou a conseguir a autorização.

"Sem dúvida o Papa Francisco trouxe consigo uma nova abordagem", diz, argumentando que o fato de o pontífice ser argentino influenciou sua atitude em relação à América Latina. "Ele é mais próximo de nós tanto em termos de pensamento latino-americano como sobre os povos indígenas."

A corrente de erros e coisas nocivas à verdadeira fé e tradição católica parece não ter mais fim por parte do Vaticano. Não passa uma semana que não apareça um escândalo vindo da alta cúpula de Roma.

Fica bem clara a ideia de que desejam mesmo destruir a Igreja como a conhecemos e nesta semana não foi diferente. O chamado rito maia, que consiste numa série de elementos pagãos foram autorizados para as igrejas mexicanas que tem fieis dados a esses ritos.

Cabe lembrar, que estes fieis são católicos normais, batizados, e, portanto, eles é que deveriam se adaptar à Igreja e seguir suas tradições e ensinamentos. Mas na ânsia de agradar ao mundo e destruir a tradição da Igreja, o Vaticano tenta adaptar a Igreja à estas comunidades, trazendo para dentro da Santa Missa ritos pagãos.

Nunca se viu na história da Igreja um fato semelhante. Ao contrário; a Igreja prega os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo e se mantem fiel às tradições e chama todos a conversão. Todo ensinamento e ritos que não fossem católicos não poderiam fazer parte da Igreja. Mas não é o que se vê no momento.

O grande sonho de Lutero era destruir a Santa Missa, pois assim, destruiria toda a Igreja. Não o conseguiu, pois, sua guerra foi pelo lado de fora, com suas seitas; entretanto, agora tem quem começa a destruição por dentro. Inovando o que não é necessário e trazendo o paganismo para dentro da Santa Missa, que aliás, perde sua configuração e deixa, portanto, de ser a Santa Missa.

 

Danças e rituais pagãos na Santa Missa

O rito maia aprovado inclui a incorporação de danças rituais em momentos específicos da celebração, no ofertório, na oração dos fiéis e na ação de graças. Outra aberração é que as mulheres assumirão o ministério de incensar o altar e outros elementos da liturgia, o que sempre foi tradicionalmente reservado ao padre. Leigos tidos como de boa conduta, também poderão fazer orações em certos momentos.

Temos que ver que todos esses ritos e danças, vem de deuses do paganismo, muito comum entre os povos dessas regiões. O Vaticano esquece o que São Paulo disse: "todos os deuses pagãos são demônios". Ora, fica claro então que trazendo esses ritos para dentro da igreja se está misturando o sagrado com o profano e demoníaco.

Qualquer pessoa de bom senso percebe imediatamente que isto já não é Missa, mas sim uma misturada de abominações, destruindo assim totalmente a Santa Missa onde for realizada desta maneira.

Além de grandes males que estão fazendo à Santa Missa, estão levando as pessoas ao pecado. Pois em vez de perceberem o erro das práticas pagãs, agora acreditam que está tudo certo, e que, portanto, as podem praticar ainda mais.

Por outro lado, o Vaticano que promove e aprova tremendas aberrações, faz verdadeira perseguição à Santa Missa Tradicional, conhecida como Missa Tridentina ou Missa Romana, que sem dúvidas é a verdadeira Missa católica, pois vem desde os apóstolos e foi promulgada para sempre por São Pio V logo após o Concílio de Trento. Esta Santa Missa, foi frequentada por todos os santos e rezada pelos papas e padres que foram igualmente santos. Veio sendo a Missa de todos desde o início da Igreja até 1969, quando Paulo VI, baseado nas mudanças do Vaticano II, e desejando agradar aos evangélicos, inventou a Missa novo ordus, que é a missa que temos atualmente em todas as igrejas. Entretanto, a Missa Tradicional não foi abolida, mas sim permitida em caráter extraordinário, sendo rezada em capelas, pequenas igrejas e até em catedrais em certas ocasiões.

No momento, à por parte do Vaticano, há uma verdadeira corrida contra a Santa Missa Tradicional. Em algumas catedrais já foram abolidas e em breve nem as capelas escaparão da proibição. Há um verdadeiro medo por parte de autoridades progressistas do Vaticano, pois a Santa Missa Tradicional leva os fiéis a verdadeira prática do catolicismo, além de que dá muitas graças a quem frequenta. E isto não interessa nem um pouco a quem quer destruir a Igreja e transforma-la numa grande ONG, verdadeira mistura com todas as falsas religiões. Tudo isso vem ocorrendo já há vários anos com total anuência do papa e seus seguidos progressistas. (Redação: "Vida e Fé Católica")

Apesar de o ser a linguagem da Igreja no México, gerações de catequizadores e missionários católicos traduziram a Bíblia para o tzotzil e para o tzeltal, outra língua indígena bastante popular na região.

O bispo auxiliar de San Cristóbal, o reverendo Enrique Díaz, diz que conseguir o reconhecimento de Roma foi um processo longo e complicado.

"Isto é a aceitação não só de uma simples tradução, mas de um estudo meticuloso que captura o sentido das palavras da liturgia e da Bíblia", diz, enquanto se houve o clero cantar hinos religiosos em tzotzil dentro da Igreja.

O bispo dá parte do crédito ao papa Francisco, que o ajudou a conseguir a autorização.

Fonte: BBC NEWS / vidaefecatolica.com.br

sábado, 16 de novembro de 2024

COMO UM PROTESTANTE ENXERGA A IGREJA CATÓLICA? REFUTAÇÃO ÀS ACUSAÇÕES DO PASTOR AUGUSTUS NICODEMOS

Como um protestante enxerga a Igreja Católica?

 O Pastor Augustus Nicodemos, que é pastor presbiteriano, postou um vídeo nas redes sociais, quem quiser pode procurar, mas, aqui vamos esclarecer os pontos que ele cita e fazer uma análise do   que ele fala, desmentindo ou até desconstruindo sua hermenêutica; inclusive, ele vai expor suas acusações dentro do conceito da Sola Fide e da Sola Escritura.  Ele tenta explicar alguns pontos entre os reformados e a Igreja católica, porém, no vídeo que está postado ele acaba acusando a Igreja Católica com argumentos dúbios e falsos, mostrando de quão é desprovido de conhecimento, afinal ele é um protestante.  

    Ele não fala da diferença da crença entre evangélicos e católicos, ele fala da crença entre católicos e os reformados porque ele vem da ala protestante tradicional do teólogo João Calvino. A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma Igreja que segue a doutrina calvinista. 

    Aqui tratarei de explicar ponto por ponto as acusações do pastor mostrando que as suas colocações mostram falta conhecimento da verdade sobre a Igreja Católica e a sua doutrina.

Diz o pastor Augustus Nicodemos:

“A Igreja Católica acredita na Escritura que a Bíblia, ela é a palavra de Deus, mas acredita que a palavra de Deus vem antes da Escritura, está na Escritura e, se segue a partir da Escritura que é a Tradição; e o Magistério é quem interpreta a Escritura à luz da Tradição produzindo dogmas, produzindo bulas papais, declarações e criando documentos de fé. É por isso que você vai encontrar tantas doutrinas na Igreja Católica que não tem fundamento bíblico. Porque para eles não é somente a Bíblia, é a Bíblia de acordo com a Tradição interpretada pelo Magistério encabeçado pelo Papa infalível”.

    Note que o Pastor Nicodemus usa de um desconhecimento teológico com relação à Igreja Católica e a própria história do cristianismo. E aqui nota-se que ele já disse algumas inverdades.

    Primeiro ele fala que a Palavra de Deus precede a Bíblia, está na Bíblia e ultrapassa a Bíblia ao longo da história na Tradição.  Aqui ele confunde o conceito de Tradição. A palavra de Deus não é só escrita, existe em primeiro lugar a Palavra pregada que chamamos de Tradição Oral, existe a Palavra Encarnada que é o próprio Cristo e a Tradição escrita que é a Bíblia. 

    Que a palavra de Deus precede a Bíblia é óbvio, mas dizer que a Bíblia precede a Igreja não é verdade porque foi a Igreja que copilou, organizou e fez o Cânon bíblico.

    A Igreja Católica acredita e tem por um dos seus pilares a Sagrada Tradição porque à ela foi o primeiro ensinamento; dado  pelos Apóstolos de forma oral. 

O que é a Sagrada Tradição? 

    Na Igreja dos primeiros séculos não existia o Novo Testamento e a Bíblia como conhecemos hoje. O Evangelho era anunciado oralmente corpo a corpo ou nas comunidades. Não existia templos, os cristãos reuniam escondidos nas casas, nas catacumbas ou até mesmo em algumas sinagogas. A Igreja era perseguida por parte do Império Romano e por outro lado pelos judeus. Tanto é que Saulo, Paulo antes da conversão era um dos que perseguia os cristãos. Os judeus consideravam os cristãos uma seita. Os cristãos eram perseguidos, torturados e mortos por causa de Jesus. Os ensinamentos nos primeiros anos do cristianismo foi passado de forma oral. Com passar do tempo e, entendendo a necessidade de se deixar registrada a doutrina é que começaram a surgir os primeiros escritos, as cartas e os evangelhos. Então é lógico que tudo que conhecemos no Novo Testamento parte primeiro do ensino oral que é muito importante. Como São João mesmo disse, mesmo se ele quisesse não podia registrar tudo que Jesus pregou e fez. O que ele fez foi registrar partes importantes o restante a Tradição Oral complementa.   

    O que existia era apenas o Antigo Testamento. De que forma a Igreja preservou a doutrina? Ela a preservou pela Tradição Oral. Tradição aqui não tem nada a ver com práticas ou costumes. Tradição neste sentido é a doutrina que os Apóstolos receberam oralmente de Nosso Senhor que foi transmitida e guardada através dos séculos pelos seus sucessores, os bispos. 

    Jesus quando viveu neste mundo não deixou nenhum escrito e nem mandou escrever nada. Foi por iniciativa própria dos Apóstolos que mais tarde,  talvez 40-60 anos depois é que São Paulo escreveu seu o primeiro escrito do Novo Testamento, a Carta aos Tessalonissenses.

    Entre os Evangelhos, o primeiro a ser escrito foi o de São Marcos. Ora, nem São Paulo, nem São Marcos conviveram com Jesus, de onde é que eles aprenderam a doutrina, já que entre 40-60 anos não havia nada escrito? [...] A resposta só pode vir de um só, do ensinamento oral que já acontecia naquelas comunidades.

    O ensinamento oral é chamado pela Igreja de Sagrada Tradição. Ela precede a Bíblia. E foi através dela que a Bíblia surgiu e foi organizada 400 mais tarde. Neste tempo [entre 40-400 d.C.], embora as comunidades cristãs já tivessem alguns escritos não havia a coleção dos livros como conhecemos hoje. Os protestantes acham que a bíblia veio do céu de paraquedas com zíper e tudo. 

    A própria Bíblia vai nos ensinar que nem tudo que está nos evangelhos; o que Jesus fez e ensinou, muitas coisas não caberiam apenas em um livro; parte da Doutrina está na Tradição Oral e a outra parte está registrada nos evangelhos. No final do Evangelho de São João o está escrito: 

(João 20, 30-31: 21, 25) “Jesus fez ainda, diante de seus discípulos, muitos outros sinais, que não se acham escritos neste livro. Estes, porém, forma escritos para crerdes que Jesus Cristo é o Filho de Deus, e para que crendo tenhais vida em seu nome.” [...] “Há, porém, muitas outras coisas que Jesus fez. Se fossem escritas uma por uma, creio que o mundo não caberia conter os livros que se escreveriam”. 

    Ou seja, muitas coisas que Jesus fez e ensinou não está na Bíblia, está no ensinamento oral que foi transmitido pelos Apóstolos. Por esse motivo, a Bíblia não é a única fonte de fé. A Igreja sempre manteve a Sagrada Tradição, que é o ensinamento oral deixado pelos Apóstolos. A Tradição se mantém viva até os nossos dias graças à sucessão apostólica, ou seja, aos bispos e os santos padres que receberam e guardaram esse ensinamento.   

    Logicamente até uma criança de quinta série entende que o protestantismo surgiu 1500 anos depois, antes do protestantismo somente existia a Igreja Católica. A Igreja Católica presente não só em Roma, mas também no Oriente. Porque além da Igreja de Roma, existem as demais Igrejas Católicas situadas no Oriente. Porém é a Igreja de Roma que tem a supremacia sobre as demais por ser a sede do bispo primás, ou seja, o Papa, sucessor do Apóstolo São Pedro.

Quem organizou, quem declarou ser ou não inspirados os livros da Bíblia foi a Igreja Católica e seu Magistério.

      [Também não é verdade que a tradução da Bíblia surgiu durante a "reforma protestante". No tempo de Martinho Lutero já existia várias traduções da Bíblia, inclusive uma para o Alemão, uma para o Inglês e o Italiano, sendo que a tradução mais antiga é a de São Jerônimo para o Latim, chamada de Vulgata Latina". Também não é verdade que Lutero mandou imprimir a Bíblia, pois, a Bíblia foi impressa pela primeira vez no século XV por Gutemberg inventor da Imprensa muito antes da reforma.]

    Quem guardou e ainda guarda o Depósito da Fé é o Magistério da Igreja Católica porque a doutrina de Jesus foi entregue a ela através dos Apóstolos e seus sucessores legitimamente constituídos; não foi entregue 1500 anos depois a Lutero e os demais reformadores.

    O pastor se esqueceu que a Igreja dele nasceu entre 1483-1546 e foi fundada por João Calvino e não por Jesus Cristo; ela chegou no Brasil pelo M. Ashbel Green Simonton (1833-1867). Aliás ninguém tem o direito de fundar igreja alguma a não ser o próprio Jesus Cristo que assim o fez sobre o governo de São Pedro e os demais Apóstolos. Cristo fundou uma só Igreja porque só a ele foi dada a missão de salvar. 

    No auge da tomada napoleônica, Napoleão Bonaparte tomava todos os reinos em sua volta, disseram a ele porque ele tinha tanto poder não fundava um igreja para si. E Napoleão respondeu: "Eu não posso salvar ninguém, nem morrer na cruz, nem ressuscitar!" - verdade ou não serve para nos mostrar que nenhum homem pode fundar uma Igreja, porque a missão da Igreja é levar as pessoas ao conhecimento da verdade que é Cristo e automaticamente à salvação por meios dos quais Deus quis colocar à nossa disposição por meio dela. O homem não tem poder de fundar igrejas. Então, todas as demais denominações que surgiram após a revolta de Lutero e os demais reformadores são igrejas falsas. Por isso tantas discrepâncias, tantas interpretações e doutrinas falsas, cada uma de acordo com o que lhes agrada. Por isso tantas divergências doutrinárias porque nenhuma dessas igrejas, inclusive a que esse pastor pertence não é verdadeira. A reforma de Lutero não foi uma reforma propriamente dita, mas, foi uma ruptura. Nunca foi reformador e tudo que ele achava que estava fazendo certo acabou por desencadear milhares de seitas e igrejas falsas. Portanto, Augustos Nicodemos é só mais um dentro das milhares de igrejas falsas por aí. Ele não tem autoridade para falar da Igreja Católica a menos que saiba a teologia católica e a doutrina e, como bem sabemos ele mostra profunda ignorância a respeito da Igreja Católica, sua doutrina e seus dogmas.      

    A Igreja Católica nasceu no ano 1, a Bíblia é propriedade da Igreja Católica porque foi ela que a copilou, escreveu a reorganizou.

    Santo Agostinho, que tanto os protestantes admiram era um bispo católico. Ele disse: “Eu creio na Bíblia porque a Igreja diz para eu crer nela!” – Ou seja, se a Igreja católica, com sua autoridade não dissesse quais livros eram inspirados ou não, a bíblia não teria credibilidade e legitimidade alguma.

    A própria Bíblia diz que devemos na Tradição em primeiro lugar. Porque a Bíblia nasce de uma Tradição oral, seja o Antigo Testamento através dos profetas, seja o Novo Testamento através dos Apóstolos.

    O pastor Augustus Nicodemos não sabe ou parece ignorar o conceito do que é a palavra Tradição.

    Que a palavra de Deus precede a Bíblia é obvio, está lá em João1, 1-28 “no princípio era a palavra” [...] (embora neste texto São João esteja se referindo à Palavra encarnada, ou seja, ao próprio Cristo) [...], mas, dizer que a Bíblia, que é a palavra de Deus escrita precede a Igreja, como defende os protestantes é de uma ignorância sem tamanho. Se a própria Bíblia e a história o desmente.

    O protestante parece aquele cavalo de charrete que só vê o que está na frente e não o que está atrás e do lado. Se o cânon bíblico foi definido 300 anos depois de Cristo, se ela começou a ser produzida em cadernos com a invenção da imprensa em 1450. Até o século XV, onde estava a Bíblia antes disso? Estava nos mosteiros, nas grandes bibliotecas medievais porque eram rolos imensos de pergaminhos. E antes do séc. III? Não existia. Como é que foi ensinada a palavra de Deus senão pela Tradição Oral?  

           Então é um absurdo dizer que a Bíblia gera a Igreja ou que a Igreja nasce da Bíblia. Não, pelo contrário, é Igreja que gerou a Bíblia. O que o Pastor Nicodemos ensina é falácia e não tem credibilidade histórica. 

    Ah! mas, a Bíblia diz “a palavra se fez carne” portanto, Jesus é a Palavra. Sim, mas, a Palavra, que é Jesus, se fez carne e não escreveu nenhum livro, antes fundou uma Igreja e deu a ela todos os meios necessários para entender, interpretar e escrever (João 14, 26), não mandou escrever tais livros, pois, essa tarefa deveria ser uma atitude humana da Igreja sob a ação do Espírito Santo; e é esta mesma ação do Espírito que fez com que ao longo desses mais de 2000 anos a Igreja se mantém na mesma doutrina e conservando o Depositum Fidei.   

ANTES DA BÍBLIA  JÁ EXISTIA  A IGREJA - A Bíblia nasceu da Igreja. Foi a autoridade da Igreja que definiu a Bíblia.   

    O primeiro documento escrito do Novo Testamento foi a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, esse documento é do ano 45 d.C. Se São Paulo escreveu uma carta para a Igreja de Tessalônica, isso quer dizer que já existia uma Igreja lá. Quer dizer que a pregação oral precedeu a redação da Bíblia.

    O livro do Apocalipse, é o último que foi escrito, foi escrito por volta do ano 100 d.C.; ou seja, entre Jesus morrer, ressuscitar e vir o Espírito Santo e até o Apocalipse ser escrito muito tempo já havia passado. A Igreja se espalhou pelo mundo muito antes do Novo Testamento ser escrito.

            Outro ponto que o pastor vai colocar, que é mais complicado. É quando ele fala que a Igreja Católica tem também a Tradição que se mostra nos documentos da Igreja, nos dogmas e nas bulas papais. E aqui ele está mentindo mais uma vez, como já foi explicado não é isso que é a Tradição. 

            Tradição da Igreja não é aquilo que ela produziu ao longo dos séculos. Tradição da Igreja é aquilo que os apóstolos ouviram de Jesus e transmitiram oralmente para seus sucessores. Documentos teológicos transmitidos pela Igreja é a interpretação do Magistério da Igreja tanto da Palavra Escrita como da Palavra falada.

            Jesus não instruiu os seus Apóstolos a escreverem livros, mas, deu a ordem "Ide e pregai o Evangelho!" (Mateus 28, 19-20). Tanto é que apenas alguns escreveram os evangelhos. E os outros Apóstolos que não escreveram deixaram de pregar? Eles levaram o Evangelho de que forma?

            Eles levaram o Evangelho de forma oral. É interessante porque se a gente falar que é só a Bíblia nem a historicamente se sustenta, pois, a Bíblia foi organizada 400 anos depois de Cristo. Os cristãos de antes não tinham Bíblia.

            E quando o pastor fala que é só a Bíblia, onde fica o que Jesus falou e que não está na Bíblia e que os apóstolos transmitiram aos seus sucessores? Ou alguém acha que isso não foi transmitido?

           A Tradição Oral é bíblica, São Paulo disse aos próprios tessalonicenses “guardai as tradições que de nós recebestes”.  Ao falar sobre a Eucaristia em 1Coríntios11, 23 ele disse: "Eu recebi do Senhor, vos transmiti" [...] São Paulo não diz: "o que li na Bíblia vos transmiti" - ele disse: "Eu recebi do Senhor e vos transmiti". Ora, todos nós sabemos que após sua conversão, São Paulo foi ter com os Apóstolos e deles recebeu a Doutrina. E como ele recebeu a Doutrina se não havia nada escrito? E como ele afirma que a recebeu do Senhor? Logicamente Paulo está referindo à ao ensinamento Oral. Esse ensinamento que na verdade é do Senhor Jesus, foi ensinado por Ele e que lhe foi transmitido pelos Apóstolos. Por isso, São Paulo vai dizer aos seus irmãos de Corinto "O que eu recebi do Senhor vos transmiti".     

    Quando o pastor Nicodemos vai falar do Magistério da Igreja,  fala como se fosse um absurdo teológico a gente ter um Magistério. Só que o Magistério da Igreja é o intérprete autorizado e a gente vê isso na Bíblia também. Em Atos 15 (o Concílio de Jerusalém, primeiro Concílio da Igreja), a Igreja com seus bispos (o Colégio Apostólico) e os presbíteros se reuniram para discutir sobre o problema da circuncisão. Os judeus recém-convertidos queriam obrigar os novos convertidos vindos do paganismo e de outras culturas se circuncidassem segundo a Lei de Moisés. Foi preciso que a Igreja discutisse o assunto em Concílio e tomasse uma posição; e tendo reunido todos, sob a palavra de São Pedro decidiram que o Batismo é que tornaria a pessoa membro da Comunidade.

    Qual é dificuldade do pastor e de muitos em compreender isto? A dificuldade é porque a igreja dele não tem sucessão apostólica, aliás nenhuma igreja protestante, evangélica, seja ela reformada ou pentecostal tem sucessão apostólica e, por isso mesmo, não tem autoridade e não é verdadeira.

    Então a gente percebe que a Bíblia é a palavra de Deus, mas a palavra de Deus está mantida na Tradição e o Magistério é o intérprete. É ele quem decide as questões de fé e doutrina. A Tradição está firmemente defendida na Bíblia, em 2Timóteo 2,2: “O que de mim ouvistes na presença de muitas testemunhas, confia a homens fiéis que por sua vez sejam capazes de instruir a outros”. – Então, temos que ter cuidado com o que ele falou quando ele fala que a Tradição é a produção teológica da Igreja, não é verdade. A tradução teológica da Igreja é outra coisa. 

    Depois, ele continua dizendo que "a Igreja acredita que Deus continua trazendo novas revelações". Isso também não é verdade. 

Ele Continua: Aqui ele entra num assunto que mostra total desconhecimento teológico do que é a co-mediação de Maria e o significado de ser "corredentora".   

“Na Igreja católica Cristo é o salvador, mas, para chegar até Cristo você tem que chegar através de Maria. Você tem que receber o dogma da co-mediação de Maria, de que ela auxilia os pecadores a receber a graça que o filho dá. Ela funciona como uma espécie de medianeira e recentemente dogmas a respeito da assunção de Maria e do seu nascimento virginal foram colocados pelos Papas como sendo obrigatório para todo católico acreditar. Então não é somente Cristo, mas é Cristo e Maria, em alguns lugares a Igreja Católica é muito mais mariana que cristocêntrica”.

    Quando alguém se propõe a falar alguma coisa, essa pessoa deve estudar, conhecer com um pouco de afinco o que está dizendo. E o pastor em questão mostra desconhecer a doutrina católica, falta-lhe um conhecimento profundo do que estar a dizer.

    Quando ele fala do "dogma da mediação de Maria", a mediação de maria não é dogma.         Por não ser dogma tem que se perguntar o que ele quer dizer com isso. Se fosse dogma seria mais fácil já estaria resolvido desse ou daquele jeito. Depois o pastor vai falar do dogma da Assunção de Maria, que está certo, é um dogma, mas, é um dogma que não fere em nada a fé protestante. Qual a dificuldade em aceitar o dogma da Assunção de Maria se os protestantes acreditam na assunção de Enoque e do profeta Elias?

    Ah! Mas, a assunção de Maria não está na Bíblia. Está sim. Não da forma como eles querem, mas está é só ler Apocalipse 12, 1-18.

    O nome Trindade também não está na Bíblia, mas, ela aparece de forma indireta e todos nós cristãos cremos nela - Mt28, 19.

     O que diz o dogma da assunção de Maria?

A Igreja proclama que Nossa Senhora após ter terminado todo seu curso terreno, pelos méritos de Cristo foi assunta (ou levada) de corpo e alma para o céu.

   Quando ele fala do dogma do nascimento virginal de Maria é espantoso a falta de conhecimento teológico sobre ao assunto. Muitos teólogos confundem o dogma da Imaculada conceição de Maria com o nascimento virginal.

    O nascimento virginal nunca foi dogma. Ninguém disse que Ana mãe de Nossa Senhora era virgem. Ana e Joaquim eram casados. Maria foi concebida de forma natural, ou seja, de uma fecundação normal. Agora o que a Igreja proclama é que Maria no momento da concepção, no seio de Ana, Deus, pelos méritos de Cristo retirou dela a mancha do pecado original porque ela foi escolhida para ser a futura mãe do Salvador. Então ela foi preparada por Deus, sonhada por Deus para de seu ventre nascer o próprio Deus. Maria não foi uma barriga de aluguel. Ela gerou Jesus Cristo o filho de Deus conservando-se pura toda sua vida. Nasceu sem pecado, porque Deus antecipou nela toda a graça e a Salvação por meio de seu Filho. É isso que quer dizer o dogma da Imaculada Conceição.

Depois ele vai falar de Maria como medianeira: 

“O católico vai dizer que você precisa de Maria, enquanto o reformado que você pode ir direto a Cristo” [...] é interessante porque isso é uma meia verdade, tanto do lado de lá, quanto do lado de cá. Por quê? 

    Porque não é verdade que você precisa de Maria para chegar a Cristo no sentido que ele está falando, mas, também não é verdade que o reformado vai sozinho a Cristo. Ora, alguém nunca falou para ele que para alguém se tornar cristão tem que lhe anunciar Cristo? Não vai precisar da pessoa do amigo, do vizinho, de outro que conheça a fé primeiro? Se alguém vai a Cristo, vai por intermédio de alguém mediante o ministério da Igreja.

       Os protestantes não entendem ou desconhecem a parte da Bíblia que Maria faz parte da Igreja - Atos1, 14 - No Antigo Testamento, Adão e Eva que faziam parte da Antiga Criação estavam no Paraíso e de lá foram expulsos pelo pecado da desobediência que cometeram. 

         Na Nova Criação, onde Jesus Cristo, "O Novo Adão", restaura todas as coisas, tendo feito uma Nova Criação que se deu na árvore da Cruz, devolveu-nos a graça do Paraíso. Maria, a "Nova Eva" está presente pela obediência. Não só estava presente aos pés da Cruz recebendo a adoção filial de ser nossa Mãe, mas, também, estava com toda a Comunidade, a Igreja reunida e como parte dela iniciada na caminhada dessa Nova Criação, agora conquistada pelo seu Filho. Ela juntamente com os Apóstolos e os discípulos em oração no cenáculo aguardou a vinda do Espírito Santo que confirmou a missão da Igreja. É por isso que a Igreja começou sua caminhada com ela, não vai e não pode terminar sem ela. É por isso que nós a chamamos de "Mãe da Igreja".       

    A missão da Igreja neste mundo é levar às pessoas ao conhecimento de Cristo. Maria assumiu esse papel porque ela faz parte da Igreja. Os evangélicos insistem muito nisso que Cristo é o único mediador, mas, se não fosse a Igreja Católica não teriam nem a Bíblia. A Igreja tem esse papel de ser este canal que leva as pessoas ao conhecimento de Cristo e consequentemente à salvação. Foi para isso que Jesus fundou a Igreja.

    Ah, mas Jesus disse "ninguém vai ao pai senão por mim!", está certo, mas onde está Jesus? Está na sua Igreja. De modo que para ir até Cristo é necessário passar pela Igreja. Pois, o mesmo Jesus que disse: "ninguém chega ao pai senão por mim", diz também: "quem vos ouve a mim ouve, quem os rejeita a mim rejeita". Lucas 10, 16. A Igreja existe para conduzir todas as pessoas a Cristo. Essa é a missão da Igreja, ser a ponte. Jesus disse: "Não são os sãos que precisam de médico, mas sim, os doentes!" (Lucas 5, 31-32) - A Igreja é o lugar em que recebemos o pão da palavra e da Eucaristia, alimento para nosso corpo e nossa alma. A Igreja é este grande consultório onde o Mestre dos mestres é o único doutor e remédio, nela pelos sacramentos, especialmente a Confissão podemos nos curar da doença do pecado. E é essa a missão da Igreja, conduzir a todos à salvação. 

    O caminho é Cristo, a Igreja é a ponte, o elo que une o homem a Deus. E a Verdade que é Cristo é revelada pela Igreja, a qual tem todos os meios para conduzir-nos à salvação. A Igreja fundada por Cristo, foi deixada neste mundo para que ao mesmo tempo que anuncia o evangelho, também tem a missão de mãe e mestra levar-nos até Cristo em segurança. Ela como a Arca de Noé tem a missão de cuidar de todos, para que todos sejam salvos. Por isso São Cipriano de Cartago vai dizer:  "extra Ecclesiam nulla salus" - que significa 'fora da Igreja não há salvação'. 

    Ninguém vai a Cristo sozinho, porque precisa da mediação de alguém, isso é óbvio. Ou será que Cristo apareceu e se revelou? Talvez São Paulo possa dizer isso, já que ele foi o único homem que depois dos Apóstolos que teve uma experiência pessoal com Jesus no caminho de Damasco. Tirando São Paulo os outros chegaram até Cristo pela mediação de alguém, da Igreja ou de algum ministro da reconciliação.

    E aí quando ele fala que a gente precisa de Maria para chegar até Cristo, ou para termos Cristo. Ora, como é que Cristo veio ao mundo? Caiu de paraquedas? Foi trazido pela cegonha? nasceu de chocadeira? [...] Qual foi o caminho que ele escolheu para vir ao mundo, não foi através de Maria?

    “E quando chegou a plenitude dos tempos (ou seja, o tempo estabelecido por Deus), Ele enviou o seu filho nascido de uma mulher” (Gálatas 4, 4) – é óbvio que Nossa Senhora participa ativamente do mistério da Redenção.

   Quando ele diz cheio de razão “nós não precisamos de Maria, nós só precisamos apenas de Cristo”, se isso fosse verdade não existiria Cristo. Isso é orgulho e prepotência da parte protestante. Porque o próprio Deus precisou de Maria e a escolheu para nascer dela. Aliás, Maria foi a única mulher a quem um Deus pode lhe chamar de mãe.

    E o outro ponto teológico que ele deixa passar é a doutrina de Maria como a "Nova Eva". Na teologia de São Paulo Jesus é o Novo Adão: 

     1Coríntos 15, 45-48 – “Assim está escrito: O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente"; o último Adão, espírito vivificante. Não foi o espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o espiritual. O primeiro homem era do pó da terra; o segundo homem, do céu. Os que são da terra são semelhantes ao homem terreno; os que são do céu, ao homem celestial”. 

    São Paulo ensina-nos que dois homens estão na origem do gênero humano: Adão e Cristo. [...] O primeiro Adão, diz ele, foi criado como um ser humano que recebeu a vida; o segundo é um ser espiritual que dá a vida. O primeiro foi criado pelo segundo, de quem recebeu a alma que o faz viver. [...] O segundo Adão gravou a sua imagem no primeiro, quando o modelou. Por isso, veio a assumir a sua função e o seu nome, para que não se perdesse aquele que fizera à sua imagem. Primeiro e último Adão: o primeiro teve princípio; o último não terá fim. Por isso é que o último é verdadeiramente o primeiro, como Ele mesmo diz: "Eu sou o Primeiro e o Último"» (Catecismo da Igreja católica  nº 222)

"Se Jesus é o novo Adão, Maria é a Nova Eva".

    Assim como pela desobediência de um homem, Adão, entrou o pecado no mundo, pela obediência de um só homem, Jesus Cristo entrou a graça.

    Assim como pela desobediência de uma mulher, Eva, entrou o pecado, pela obediência  de uma mulher, Maria, nos veio a graça.

    Pela desobediência de Adão a humanidade foi destruída pelo pecado; pela obediência de Jesus Cristo refez a nova criação. 

    Pela desobediência de uma mulher a humanidade foi destruída pelo pecado; pela obediência de Maria a humanidade pode ser redimida porque ela trouxe ao mundo o Salvador.

“Jesus se humilhou e fez obediente até a morte e morte de cruz” Filipenses 2, 8-11 

“Maria, desde a encarnação também se fez humilde, (Lucas 1, 38) e se fez obediente até os pés da cruz junto de seu filho para nossa salvação”.

    Isso é o significado de ser corredentora. Maria é, portanto, corredentora porque participou, ajudou ativamente no plano de Salvação. Ela é a Nova Eva e Cristo o Novo Adão.

   Em 2Coríntios 5, 18 diz: “Tudo isso vem de Deus que nos reconciliou consigo por meio de Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação”. Então, esse negócio de que há só um mediador, o que é o mediador senão o reconciliador?

    O mesmo Paulo que falou que há só um mediador é o mesmo Paulo que Deus nos deu o ministério da reconciliação.

    Aliás, o papel da mediação dos santos e de Nossa Senhora é diferente da mediação única de Cristo.

    O papel de mediador de Cristo é exclusivo dele, é de caráter salvífico e só cabe a ele. O papel de mediação dos santos é de caráter de intercessão, ou seja, é diferente.

    Essa mediação dos santos é algo que já fazemos aqui na terra. Nós intercedemos, pedimos, rogamos a Deus uns pelos outros. Se já aqui na terra fazemos isso uns pelos outros quem dirá no céu os santos e Nossa Senhora. Veja, por exemplo, o caso do centurião romano que intercedeu a Jesus pela saúde de seu criado; Maria que intercede pelos noivos em Caná da Galileia, isto é intercessão. Nós que acreditamos na comunhão dos santos conforme professamos na profissão de Fé, o Credo, acreditamos nesta mesma intercessão prefigurada aqui na terra e concretizada no Céu.  

    Eles podem interceder e o fazem porque a Igreja continua na eternidade; os santos participam da glória juntamente com Jesus. Na eternidade participam de uma só comunhão banhados na glória de Cristo Ressuscitado e vencedor; ela continua sua missão, mas, agora de maneira beatífica em unidade com Cristo.

    Basta ler o Apocalipse, está repleto de exemplos da oração dos santos: a fumaça do incenso que sobe até Deus com nossas orações, os anciãos louvando a Deus, a oração dos mártires - Apocalipse 9-10:14, 4-5 [...] E isso só é possível porque através do único mediador que é Cristo está a mediação dos santos. Os santos no céu tem esse papel. 

    A mediação dos santos e da Virgem Maria não é salvífica, mas, é dentro dessa mediação única de Cristo que ela acontece. Caso contrário não poderíamos orar uns pelos outros. Mas, é por causa da mediação única de Cristo que nos tornamos partícipes com ele dessa mediação salvífica.

    Quanto ao papel de Maria como corredentora temos que entender esse termo no verdadeiro sentido teológico dele:

    Cristo convida toda sua Igreja redimida por ele. São Paulo escrevendo aos Colossenses (Colossenses 1, 24) “Completo na minha carne o que resta do sofrimento de Cristo”.  Ou seja, toda a Igreja remida por Ele é chamada a unir-se a Ele. Maria foi remida por Cristo desde o ventre de sua mãe; é sem pecado não pelos seus próprios méritos, mas pelos méritos de Cristo, chamada a participar de forma mais íntima, muito mais especial por ser a Mãe do Filho de Deus e chamada a participar desta redenção. Por ser a mãe do filho de Deus ela se dispôs a levar até o fim a missão de colaborar para que o plano de Salvação acontecesse.

    Às vezes a gente esquece que Jesus foi um ser humano normal exceto no pecado, teve fome, sede, sentiu tristeza, alegria, chorou, riu, brincou, teve que aprender a falar e a andar. Ele quis experimentar a beleza de ter uma mãe (Gálatas 4,4). Então, ela participa de forma mais íntima desse grande amor. Tanto que o profeta Simeão vai dizer que uma espada lhe transpassaria alma.  O que Jesus sofreu por nós fisicamente, Maria sofreu tudo na alma conforme tinha dito a profecia.

    Sim, Maria é corredentora de uma forma especial, mas, porque ela foi redimida por Cristo, é corredentora na medida que une suas dores às dores do seu Filho.

    Quando o pastor Nicodemos disse que “em alguns lugares as igrejas católicas são mais marianas que cristocêntrica é mera conjectura, pois, toda devoção mariana é toda cristocêntrica. Maria não ofusca a luz que é Cristo, pelo contrário ela aponta em direção a ele: “fazei tudo o que ele vos disser” – João 2, 5 – ela não é deusa, mas, ela é a escolhida de Deus, a Mãe de Jesus e, depois de Cristo ninguém é maior. Maria não quer nada para si, não quer atrair nada para si, ela é serva obediente (Lucas 1, 38), ela é a mulher do silêncio, da obediência. Então, dizer o que ele disse é falta de responsabilidade.

Ele continua seus ataques dizendo:

“Os católicos falam que a salvação é pela fé, mas, os homens tem que praticar as obras, eles têm que contribuir com suas obras, com sua obediência, com sua ida à igreja, com sua participação nos sacramentos para que aquela fé seja de fato uma fé salvadora. Os católicos falam da graça, a graça o favor de Deus.”

    E aqui o pastor Nicodemus comete mais um erro teológico. A Igreja Católica não fala que a salvação é pela fé. A Igreja ensina que a salvação é pela graça mediante a fé e uma fé completa. Qual é o problema aqui? É que estamos falando de termos distintos; quando ele fala a palavra fé, ele está falando de uma fé fideísta e fiduciária. 

    Nós não falamos de uma fé fideísta e fiduciária apenas, nós falamos de uma fé que significa obediência. Então a nossa fé não é simplesmente crer, crer e crer ... porque neste sentido de crer até o diabo acredita, mas, o diabo não tem fé. Crer simplesmente e não fazer nada é como um carro sem gasolina. A fé é o carro as obras o combustível, se não tiver as obras o carro não anda. Em outras palavras Jesus disse: “Bem aventurado não é o que me diz senhor, senhor, mas, o que faz a vontade do meu Pai que está no céu”. (Mateus 7, 21) – aqui eu pergunto: Fazer a vontade do Pai não é uma obra? A Salvação em si não é uma obra?  

    Jesus também disse: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama”. Amar a Deus não é uma obra?

        São Paulo disse: "Nem a circuncisão, nem a insircuncisão é coisa alguma, mas o que importa a fé que opera em nós pela caridade” (Gálatas 5,6). 

    E a caridade é uma obra. De modo que, dizer que somente a fé entendida como uma fé fideísta está errado. Agora se por meio de nossas obras nós estamos manifestando a graça de Deus em nossa vida isto é testemunho bíblico. Por exemplo, em Romanos 2, 6-7.8 está escrito: “Deus retribuirá a cada um segundo suas obras” [...] “A vida eterna aos que perseverando em fazer o bem busquem a glória, a honra e a imortalidade, mas a ira e indignação aos contumazes rebeldes da verdade e seguidores do mal.” 

    Percebam que as obras desempenham o papel sim na nossa salvação; não somos salvos pelas obras, somos salvos pela graça, mas a graça produz em nós as obras e a fé; e a fé também é uma obra. Jesus disse: “Essa é a obra de Deus que acreditem naquele que ele enviou” – João 6, 29 – De fato essa confusão sobre a fé e as obras que o pastor Nicodemos e com ele todos os protestantes faz não é producente.  

    Mas, poderá alguém dizer: “As obras não são causadoras da salvação, as obras são uma consequência da graça que opera em nós”; mas, a fé não é a mesma coisa? A fé não é causadora da salvação? A Fé é uma consequência da graça que nos salva.

São Tiago assim escreveu sobre a Fé e as obras: (Tiago2, 14-26)

“Meus irmãos, que interessa se alguém disser que tem fé em Deus e não fizer prova disso através de obras? Esse tipo de fé não salva ninguém. Se um irmão ou irmã sofrer por falta de vestuário, ou por passar fome, e lhe disserem: “Procura viver pacificamente e vai-te aquecendo e comendo como puderes”, e não lhe derem aquilo de que precisa para viver, uma tal resposta fará algum bem?  Assim também a fé, se não se traduzir em obras, é morta em si mesma.

Poderão até dizer: “Tu tens a fé, mas eu tenho as obras. Mostra-me então a tua fé sem as obras. Porque eu dou-te a prova da minha fé através das minhas boas obras!”

Crês que há um só Deus? Estás muito certo. Mas lembra-te que os demónios também creem e tremem!  És uma pessoa bem insensata se não conseguires compreender que a fé sem obras não vale de nada.

Não mostrou o nosso pai Abraão que era justo através dos seus atos, ao oferecer a Deus o seu filho, Isaque, sobre um altar? Como vês, na sua vida a fé e as obras atuaram conjuntamente. A fé completou-se através das obras.  Por isso, as Escrituras dizem: “Abraão creu em Deus e este declarou-o como justo.” E foi chamado o amigo de Deus. Estão a ver então que a pessoa é considerada justa aos olhos de Deus pelo que faz e não só por crer.

Outro exemplo é Raabe, aquela mulher que era meretriz. Ela foi declarada justa por aquilo que fez, pois não teve medo de esconder os espias e ajudou-os a escaparem-se por outro caminho.  Tal como o corpo está morto se não há espírito nele, assim também a fé sem obras está morta”.  

    Mas, essas coisas estão tão ligadas entre si que podemos dizer sou salvo pela fé e obras; lembre-se somos salvos pela graça, mas a graça produz em nós a fé e frutos tão belos que evidencia o agir de Deus em nossa vida de modo que a gente pode dizer que somos salvos pela fé e obras quando a gente entende bem corretamente estes termos.

A CONFUSÃO DO PASTOR COM A NATUREZA E A GRAÇA

Continua o pastor:

“Mas, eles dizem que a graça vem a través da natureza. Essa relação entre natureza e graça que originária da teologia de São Tomás de Aquino e diz que Deus concede a graça através da natureza ou das coisas sólidas que pertencem ao mundo sólido. Por isso a água benta do batismo, por isso o pão que se transforma no corpo de Cristo e o cálice que se transforma em vinho, (aqui ele parece nem saber que não é o cálice que se transforma em vinho, é o vinho que se transforma no sangue de Cristo); continua... por isso o óleo da unção dos enfermos. Então a graça não é dada diretamente ao pecador, mas, ela é dada através dos sete sacramentos da Igreja católica dentre eles os mais conhecidos, (só para ele porque todo católico conhece os sete sacramentos e sabe que nenhum é mais ou menos conhecidos que os outros), batismo, confirmação, ordem, casamento, extrema unção e confissão a um padre para o perdão dos pecados. Os sacramentos da Igreja Católica são canais pelos quais a graça de Deus é ministrada e o pecador recebe a salvação.”

    Veja, que ele faz uma salada de frutas entre sacramental e sacramento. E até se confunde em dizer que o cálice transforma em vinho, e ao falar dos sete sacramentos e não cita nem a Eucaristia que é o principal deles. Ele não sabe que é o vinho que é transformado no Sangue de Cristo? O cálice é apenas o recipiente. É de lascar né gente!

    Ele falou de dois assuntos aqui: A graça provém da natureza, a salvação provém dos sacramentos. Quando ele fala que os sacramentos são canais da graça de Deus e pode levar à pessoa a salvação ele está certo, mas, há que separar sacramento e sacramental.

    No sacramento a ação do Espírito Santo é de forma invisível diretamente sobre a pessoa. É graça santificante. Os sacramentais são meios materiais aos quais a graça de Deus age em nós. 

        O sacramental é um objeto e não age diretamente depende da crença da pessoa. Por exemplo:  A água benta só tem poder de benzer a casa se a pessoa acreditar.; Enquanto que o sacramental não te salva, mas, traz a graça da salvação na sua vida e o sacramento tem o poder de força santificante. O sacramental traz as bênçãos e serve para recordar o amor que Deus tem por cada um de nós.  

    Já quando ele cita a teologia de Santo Tomás de Aquino sobre a “Natureza e graça” é de doer porque ele distorce todo o ensinamento do santo. O que é que São Tomás de Aquino queria dizer? É simples. 

    Que nós não precisamos da graça sobrenatural de Deus para saber que por exemplo o adultério é pecado. Embora esteja na Sagrada Escritura a gente tem a inteligência para saber que adulterar é errado, roubar é errado, etc.

    Mas, se eu disser “Jesus é o filho de Deus”, então nesse caso eu preciso da graça sobrenatural. Se digo “Deus é uma Trindade”, eu preciso da graça sobrenatural para dizer isto. Então natureza é aquilo que está no nível natural e a graça no nível sobrenatural. Por exemplo: Em Mateus 16, 15-17, Jesus pergunta aos seus Apóstolos:

“E vós, quem dizem que eu sou?” Pedro responde: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo!” e Jesus responde: “Feliz és tu, Simão filho de Barjonas, porque não foi a carne e o espírito que te revelou isso, mas, meu pai que está no Céu!” – Nesse caso Pedro precisou da causa sobrenatural para fazer tal afirmação. Mas quando Pedro o negou ele precisou apenas da inteligência para saber que o que ele fez estava errado, tanto é que se arrependeu.

    Aí ele fala que a graça vem da natureza. Não! A graça vem de Deus, mas, objetos podem trazer a benção de Deus na medida em que Deus infunde neles sua graça; e vamos provar isso na Bíblia. 

    O pastor fez uma confusão entre sacramental e sacramentos; A diferença entre o sacramento é que o sacramental não confere a graça do Espírito Santo como acontece no sacramento, mas pela oração da Igreja, eles preparam a pessoa para o recebimento da graça (cf. catecismo da Igreja Católica nº 1670).

 Podemos entender os sacramentais como bondade da criação. Mas, o que o Pastor Nicodemus disse a respeito dos sacramentais beira o gnosticismo. Porque está mais do que claro, e isso vamos ver várias vezes na Bíblia que Deus utiliza da matéria criada para mostra-nos sua bondade.

    O gnosticismo era uma seita herética dos primeiros séculos, os cátaros ou albigenses negavam a bondade da Matéria. Pregava que a matéria era má e o extremo do gnosticismo era justamente negar a Encarnação de Cristo, porque como pode cristo assumir um corpo material se a matéria é má? E quando o pastor nega que Deus não pode agir por meio da matéria ele está sob o mesmo pensamento dos hereges gnósticos. Deus tanto age na matéria que Jesus usa barro com saliva para curar o cego, e usa o madeiro da cruz para nos salvar. Deus tanto age na matéria que os reis e profetas do antigo testamento foram ungidos com óleo; e o próprio Deus utilizou do barro para fazer Adão; escreveu os Mandamentos em tábuas de pedra. Logo, os sacramentos tem os seus sinais materiais característicos como a água, o óleo, o pão, o vinho, etc. chamados de sacramentais.    

    Aí ele continua dizendo [...] “A gente precisa do sacramento para a benção chegar até nós e isso não seria necessário, a benção chega direto em nossa vida. Mentira! Porque os sacramentos estão visíveis de forma clara Bíblia e se não fossem importantes Jesus não os teria instituídos. Se levarmos em conta esse raciocínio do pastor até às últimas consequências vamos chegar ao mesmo pensamento herético do gnosticismo de dizer que Jesus não pode ter sido encarnado.  É fácil provar os sacramentos na Bíblia.

    Deus que criou o mundo material se fez corpo material. Santo Ambrósio vai ensinar que Cristo nos toca através de seus sacramentos. Assim como a gente podia tocar n'Ele enquanto estava neste mundo, agora Ele nos toca pelos Sacramentos.

     O pastor disse “E os sacramentos são canais da graça de Deus...” sim, o que ele falou está certo. Mas, aí tem uma coisa muito grave. O Cristo conquistou para nós na cruz chega até nós pelos sacramentos ordinariamente e extraordinariamente. O que isso quer dizer? Que eu posso receber o sacramento de forma direta ou indiretamente. Por exemplo: Se uma pessoa deseja receber o batismo, mas, por algum motivo ele morre, receberá o sacramento por intenção, pois o amor a Cristo aliado ao seu profundo desejo já provocou nele a graça da salvação. É o caso de muitos cristãos mártires que foram batizados não pela água, mas pelo sangue que derramaram em testemunho de Cristo e do Evangelho. 

     A graça da Cruz, aquilo que Cristo conquistou para nós na cruz vem à nossa vida por meio dos sacramentos.

Qual é a definição e a eficácia do Sacramento?

A definição que o Catecismo da Igreja Católica apresenta sobre sacramento é este: “Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina” (Catecismo da Igreja Católica nº 1131).

    Ou seja, são os meios pelos quais a graça de Deus nos alcança, sendo os sacramentos perceptíveis aos sentidos. A exemplo temos: o sacramento do Batismo, que acontece com o uso da água e das palavras batismais: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Temos também a Eucaristia, que acontece por meio do pão e do vinho que, pelas palavras do sacerdote, são transformadas em Corpo e Sangue de Cristo. Assim, a Igreja Católica professa a existência de sete sacramentos, e além dos dois já falados, temos: a Crisma, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimônio.

É importante saber que os sacramentos são eficazes porque neles age o próprio Cristo; é Cristo que batiza, atua nos sacramentos. Quando o sacramento é celebrado conforme a intenção da Igreja, o poder de Deus atua nele, e a eficácia independe da santidade do ministro que o confere. Porém, os frutos irão depender da disposição de quem os recebe (cf. Catecismo da Igreja católica n° 1129).

Os sacramentos são destinados à santificação do homem, à edificação do Corpo de Cristo e ao culto prestado a Deus. E como fim último, a Páscoa do Filho de Deus, aquela que pela morte O fez entrar no Reino, realizando-se na vida do cristão, o que Ele mesmo professa: “Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir” (cf. Catecismo da Igreja Católica nº 1680). 

Os sacramentais e sua missão.

O Catecismo vai definir sacramentos como: “Os sinais sagrados instituídos pela Igreja, cujo objetivo é preparar os homens para receber o fruto dos sacramentos e santificar as diferentes circunstâncias da vida” (Catecismo da Igreja Católica nº 1677). Os sacramentais servem para a santificação de certos ministérios, assim como de estados de vida e de momentos variados no dia a dia do cristão, como o uso das coisas que são úteis ao homem. 

A diferença entre o sacramento é que o sacramental não confere a graça do Espírito Santo como acontece no sacramento, mas pela oração da Igreja, eles preparam para o recebimento da graça (cf. Catecismo da Igreja Católica nº 1670). Entre os vários sacramentais, em primeiro lugar estão as bênçãos, que podem ser de pessoas, da mesa, de objetos e lugares. O número de sacramentais é enorme! Por exemplo, alguns objetos, desde que sejam abençoados: cruzes, imagens e estampas de santos, água, sal, óleo, lenço dentre tantas outras coisas. Atos 19 : 12 - “de modo que até lenços e aventais que Paulo usava eram levados e colocados sobre os enfermos. Estes eram curados das suas doenças, e os espíritos malignos saíam deles.”  A própria sombra de São Pedro era um sacramental veja, Atos 5, 15-16; “De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camas para que a sombra de Pedro, quando passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas afluía a multidão a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados.”

Os sacramentais são instituídos como dito antes pela Igreja. São realizados sempre pela imposição das mãos, uma oração, o sinal da cruz ou aspersão com água benta que relembra o Batismo (cf. Catecismo da Igreja Católica nº 1668).

Por fim, é importante lembrar que os sacramentais são instrumentos que auxiliam o cristão na vida espiritual. Não devem ser usados erroneamente como superstição ou algo mágico, não! Eles são “extensões” dos sete sacramentos e podem nos acompanhar literalmente em todas as horas do nosso dia.

Os sacramentos não são coisas materiais, os sacramentos são santos sinais que realizam o que significam. Os sacramentos utilizam-se dos sinais, os sacramentais e são eficazes no que significam. 

São Leão Magno disse: “O que era visível em Cristo passou aos sacramentos da Igreja”, ele dizia que os sacramentos da Igreja passaram a ser aquilo que a gente via em Cristo e passou à Igreja, por exemplo: Assim como a mulher com fluxo de sangue tocou na orla das vestes de Cristo (Lucas 8, 43-45), assim como o lenço de Paulo curava os doentes (Atos 19, 11-12), assim como a sombra Pedro curava os doentes (Atos5, 15-16), assim como os ossos do profeta Eliseu ressuscita o morto (2Reis 3, 21), percebe-se aqui a utilização dos sacramentais, ou seja, a materialidade, a veste, o lenço, a sombra e até os ossos de um morto. Então nota-se claramente que Deus opera sua graça através da matéria sim. O que era sensível em Cristo passou à Igreja por meio dos sacramentos. Santo Ambrósio dizia: “Tu ó Cristo te revelastes a mim face a face, te encontro em teus sacramentos” – Segundo Santo Ambrósio, que era um padre do século IV, ele vai dizer que ele encontra Cristo face a face nos sacramentos. Aquilo que Jesus conquistou por nós na Cruz vem até nós por meio dos sacramentos e como vemos não é difícil provar isto nas Escrituras. São Paulo vai dizer: “O batismo que hoje nos salva (...) “Por meio do batismo vós morrestes e ressuscitastes”.

Quando são Paulo fala da santa ceia em 1Coríntios 11, ele fala que “se comermos do Corpo do Senhor indignamente, sem discernimento estará comungando a própria condenação”. É só fazer uma leitura contrária: “se comungarmos discernindo o Corpo do Senhor comungamos bênção”. 

São Tiago falando da Unção dos enfermos diz: “Chama os presbíteros e a oração da fé com a unção do óleo salvará o enfermo”. Ou seja, os sacramentos estão claramente descritos na Bíblia, são sim, os meios pelos quais a benção de Deus chega até nós. 

    Agora, porque o pastor Augustus Nicodemos recusa os sacramentos? A fala dele no seu vídeo é tão estranha... 

   Ele nega aquilo que a própria instituição que ele pertence acredita. Os reformados (que vem de João Calvino), acreditam que os sacramentos são meios de graça também; quem não acredita são os batistas, os assembleianos, os pentecostais, as igrejas de parede preta moderninhas, etc. 

Onde encontramos os sacramentos na Bíblia?

1.     Batismo – O primeiro rito do Batismo está em Lucas 3, 19-20. Jesus foi batizado por João. O Batismo de João era de conversão. Depois Jesus manda os apóstolos batizarem em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, Mateus 28. O Batismo instituído por Cristo é um sacramento que além do perdão dos pecados torna a pessoa, filho de Deus e membro da Igreja. O catecúmeno morre para o mundo e nasce para Deus.

2.     Crisma – Trata-se de um rito em que o ministro impõe as mãos sobre os crismandos, invocando o Espírito Santo, e os unge com óleo. A prática de unção com óleo remete ao Antigo Testamento quando os sacerdotes e reis eram ungidos. Pelo batismo e pela crisma somos inseridos no sacerdócio real de cristo, participando desse sacerdócio comum dos fiéis pela Crisma somos chamados a ser sacerdotes, profetas e reis.    

    O sacramento do Crisma consiste na Confirmação do Batismo pelo Espírito Santo, por meio da qual o fiel é enviado ao mundo para testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo em atos e palavras.  Com esse sacramento, o fiel torna-se soldado para testemunhar a Cristo no mundo.

    Nos textos bíblicos encontramos diversas passagens que remetem ao Sacramento da Crisma, elas estão em: João 14, 25-26; Lucas 12, 12; Atos 8, 14-17; Atos 19, 1-6 e 2 Coríntios 1, 21-22.

    O sacramento do Crisma também é chamado de "Confirmação" - quando criança quem confirma a Fé da Igreja por nós são nossos pais e padrinhos, na Crisma, já adultos nós conformamos essa Fé que recebemos. Essa é a missão do bispo confirmar os irmãos na fé. Jesus ao instituir o sacerdócio, dando suas últimas instruções disse a Pedro: "Mas, eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E, quando você se converter, confirme os seus irmãos" Lucas 22, 32.

3.     Eucaristia - Na Eucaristia está a presença real de Jesus Cristo, conforme nos ensinaram o próprio Senhor. Em João 6, 56-57 Jesus disse: “Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. E como o Pai, que é vivo, me enviou e eu vivo pelo Pai, assim aquele que comer de mim viverá por mim”. a noite que antecedeu à Sua Crucificação, Jesus Cristo reuniu Seus Apóstolos e instituiu o sacramento (cf. Lucas 22:19–20). Após Sua Ressurreição, Ele instituiu o sacramento onde o pão é o seu Corpo e o Vinho seu Sangue.

(1Coríntios 10, 16-17). “Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?

Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão”.

4.   A  Confissão ou Penitência: pelo sacramento da Confissão, Jesus deu autoridade aos Apóstolos e seus sucessores para conceder o perdão dos pecados.

João 20, 20-23 Jesus apareceu aos Apóstolos e disse: “A paz esteja convosco!” Dizendo isso soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes dos pecados ser-lhes-ão perdoados. Aqueles aos quais os retiverdes ser-lhes-ão retidos”. Note: Que Jesus instituiu o sacramento da confissão. Os protestantes dizem que pode se confessar diretamente com Deus, porém, Jesus é bem claro ao dar aos discípulos o poder de perdoar (em seu nome) os pecados. Não existe confissão direta com Deus. Somente o bispo e o sacerdote que “in persona Christi”, ou seja, na pessoa de Cristo perdoa os pecados. Por isso o sacramento da confissão é inviolável e não pode ser revelado. Quem perdoa os pecados é Cristo por meio do sacerdote que lhe representa.

 O que o Catecismo da Igreja Católica fala sobre o Sacramento da Confissão?

Catecismo da Igreja Católica nº 1424. É chamado sacramento da confissão, porque o reconhecimento, a confissão dos pecados perante o sacerdote é um elemento essencial deste sacramento. Num sentido profundo, este sacramento é também uma «confissão», reconhecimento e louvor da santidade de Deus e da sua misericórdia para com o homem pecador. 

5.     Unção dos enfermos - Unção dos enfermos é um rito cristão que consiste em ungir os enfermos com um óleo sagrado. Na Igreja Católica, o ritual é também denominado “Santa Unção” ou “Último sacramento”. A unção dos enfermos tem o objetivo de confortar o doente, perdoar os seus pecados e transmitir um sentimento de alívio espiritual e físico. O Sacerdote unge o doente com o óleo dos enfermos que é a matéria do Sacramento da Unção dos Enfermos. Esta unção deve ser feita seis vezes: nos olhos, nas narinas, nos ouvidos, na boca, nas mãos e nos pés. Para cada unção o Padre repete a forma do Sacramento da Unção dos Enfermos.

Tiago 5,13-15 - “Sofre alguém dentre vós algum contratempo? Recorra à oração. Está alguém alegre? Cante. Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros (padres) da Igreja para que orem sobre ele, e ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e se estiver cometido pecados, estes lhes serão perdoados. Confessai, pois, uns aos outros vossos pecados e orai uns pelos outros para que sejam curados.

6.    A Ordem - O sacramento da Ordem é conferido pela imposição das mãos, seguida duma solene oração consecratória, que pede a Deus para o ordinando as graças do Espírito Santo, requeridas para o seu ministério. A ordenação imprime um carácter sacramental indelével.

Catecismo da Igreja Católica nº 536. A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos: é, portanto, o sacramento do ministério apostólico. E compreende três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconato. 

[Sobre a instituição e a missão do ministério apostólico por Cristo ver nos números 874-896 do catecismo. Aqui apenas se trata da via sacramental pela qual se transmite este ministério].

Porquê este nome de Sacramento da Ordem?

Catecismo da Igreja católica nº 1537. A palavra Ordem, na antiguidade romana, designava corpos constituídos no sentido civil, sobretudo o corpo dos que governavam, Ordinatio designa a integração num ordo. Na Igreja existem corpos constituídos, que a Tradição, não sem fundamento na Sagrada Escritura, designa, desde tempos antigos, com o nome de táxeis (em grego), ordines (em latim): a liturgia fala assim do ordo episcoporum – ordem dos bispos – do ordo presbyterorum - ordem dos presbíteros – e do ordo diaconorum –ordem dos diáconos. Há outros grupos que também recebem este nome de ordo: os catecúmenos, as virgens, os esposos, as viúvas... 

Catecismo da Igreja Católica nº. 1538. A integração num destes corpos da Igreja fazia-se através dum rito chamado ordinatio, acto religioso e litúrgico que era uma consagração, uma bênção ou um sacramento. Hoje, a palavra ordinatio é reservada ao acto sacramental que integra na ordem dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos, e que ultrapassa a simples eleição, designação, delegação ou instituição pela comunidade, pois confere um dom do Espírito Santo que permite o exercício dum «poder sagrado» (sacra potestas)  que só pode vir do próprio Cristo, pela sua Igreja. A ordenação também é chamada consecratio consagração –, porque é um pôr à parte e uma investidura feita pelo próprio Cristo para a sua Igreja. A imposição das mãos do bispo, com a oração consecratória, constituem o sinal visível desta consagração. 

Catecismo da Igreja Católica nº 1575. Foi Cristo quem escolheu os Apóstolos e lhes deu parte na sua missão e autoridade. Depois de ter subido à direita do Pai, Cristo não abandona o seu rebanho, antes continuamente o guarda por meio dos Apóstolos com a sua proteção e continua a dirigi-lo através destes mesmos pastores que hoje prosseguem a sua obra. É, pois, Cristo «quem dá», a uns serem apóstolos, a outros serem pastores. E continua agindo por meio dos bispos.

Catecismo da Igreja Católica nº 1576. Uma vez que o sacramento da Ordem é o sacramento do ministério apostólico, pertence aos bispos, enquanto sucessores dos Apóstolos, transmitir «o dom espiritual», «a semente apostólica»

 Os bispos validamente ordenados, isto é, que estão na linha da sucessão apostólica, conferem validamente os três graus do sacramento da Ordem.

7.    O Matrimônio - O sacramento do Matrimônio significa a união de Cristo com a Igreja. Confere aos esposos a graça de se amarem com o amor com que Cristo amou a sua Igreja; a graça do sacramento aperfeiçoa assim o amor humano dos esposos, dá firmeza à sua unidade indissolúvel e santifica-os no caminho da vida eterna. 

O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

Catecismo da Igreja Católica nº  1601. «O pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si a comunhão íntima de toda a vida, ordenado por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educação da prole, entre os batizados foi elevado por Cristo Senhor à dignidade de sacramento». 

 O matrimônio no desígnio de Deus 

Catecismo da Igreja Católica nº1602. A Sagrada Escritura começa pela criação do homem e da mulher, à imagem e semelhança de Deus, e termina com a visão das «núpcias do Cordeiro» (Apocalipse 19, 9). Do princípio ao fim, a Escritura fala do matrimónio e do seu «mistério», da sua instituição e do sentido que Deus lhe deu, da sua origem e da sua finalidade, das suas diversas realizações ao longo da história da salvação, das suas dificuldades nascidas do pecado e da sua renovação «no Senhor» (1 Coríntios 7, 39), na Nova Aliança de Cristo e da Igreja.

O MATRIMÔNIO NA ORDEM DA CRIAÇÃO  

  Catecismo da Igreja Católica nº 1603. «A íntima comunidade da vida e do amor conjugal foi fundada pelo Criador e dotada de leis próprias [...]. O próprio Deus é o autor do matrimônio». A vocação para o matrimónio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, tais como saíram das mãos do Criador. O matrimônio não é uma instituição puramente humana, apesar das numerosas variações a que esteve sujeito no decorrer dos séculos, nas diferentes culturas, estruturas sociais e atitudes espirituais. Tais diversidades não devem fazer esquecer os traços comuns e permanentes. Muito embora a dignidade desta instituição nem sempre e nem por toda a parte transpareça com a mesma clareza, existe, no entanto, em todas as culturas, um certo sentido da grandeza da união matrimonial. Porque «a saúde da pessoa e da sociedade está estreitamente ligada a uma situação feliz da comunidade conjugal e familiar».

Catecismo da Igreja Católica nº. 1604. Deus, que criou o homem por amor, também o chamou ao amor, vocação fundamental e inata de todo o ser humano. Porque o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus que é amor (1 João 4, 8.16). Tendo-os Deus criado homem e mulher, com amor mútuo dos dois torna-se imagem do amor absoluto e indefectível com que Deus ama o homem. É bom, muito bom, aos olhos do Criador. E este amor, que Deus abençoa, está destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum do cuidado da criação: «Deus abençoou-os e disse-lhes: "Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a"» (Gêneses 1, 28).

Catecismo da Igreja Católica nº 1605. Que o homem e a mulher tenham sido criados um para o outro, afirma-o a Sagrada Escritura: «Não é bom que o homem esteja só» (Gêneses 2, 18). A mulher, «carne da sua carne», isto é, sua igual, a criatura mais parecidos com ele, é-lhe dada por Deus como uma, auxiliar», representando assim aquele «Deus que é o nosso auxílio». «Por esse motivo, o homem deixará o pai e a mãe, para se unir à sua mulher: e os dois serão uma só carne» (Gêneses 2, 24). Que isto significa uma unidade indefectível das duas vidas, o próprio Senhor o mostra, ao lembrar qual foi, «no princípio», o desígnio do Criador: «Portanto, já não são dois, mas uma só carne» (Mateus 19, 6).

Note que: para cada sacramento são utilizados os sacramentais que são bíblicos. Os sacramentais são materiais que se tornam sinais visíveis da ação de Deus.

O Batismo - a água (sinal de regeneração), o óleo dos catecúmenos e do Crisma (sinal da força do Espírito Santo), a vela (símbolo de nossa fé e representa Cristo ressuscitado).

Crisma – a unção com o óleo do Crisma (sinal da força do Espírito santo). 

Eucaristia – o Pão e o Vinho 

Para a Unção dos enfermos – o óleo da Unção (força de Deus para o doente).

A Ordem – óleo do crisma. Este óleo também usado no sacramento da ordem, (Sacerdotes) para ungir os “escolhidos” que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o no ministério dos sacramentos. 

O Matrimônio – as alianças. É o símbolo de amor e devoção, da concordância de um casal em amar e respeitar um ao outro. Sendo assim, sua forma circular representa que não tem começo nem fim, é constante como o amor deve ser. Como Cristo amou sua Igreja e se entregou por ela assim deve ser o amor dos conjugues e dos filhos. A aliança representa um pacto entre o casal, um pacto de amor entre o casal que deve durar para toda a vida. A aliança nos recorda o pacto de Deus com seu povo, com Abraão se sua descendência. Recorda-nos o amor de Deus por cada um de nós. E que o amor entre marido e mulher também deve perpetuar na vida dos filhos. 

Creio que você já entendeu que significa Sacramento e Sacramental são coisas totalmente diferentes, o sacramento é o sinal visível da graça de Deus e o sacramental são objetos sagrados que se tornam símbolos da ação de Deus em nossa vida. Percebeu que o que o referido pastor é bastante desconhecedor da doutrina católica e é pobre em suas colocações. Percebeu também que os 7 Sacramentos estão na Bíblia e foram criados por Cristo. Os Sacramentos não são invenção da Igreja Católica, mas, foi criado e dado aos seus ministros por Cristo para nos ajudar no processo da salvação. 

Para o pastor a Igreja Católica dá glória de si mesma. Veja a falta de maturidade teológica desse homem.

Continua o pastor: 

“Eles (os católicos) falam que a glória deve ser dada a Deus, mas como a Igreja é a extensão de Deus nesse mundo toda glória é para a Igreja também”. 

    Veja, que o que ele disse é uma bobagem sem fundamento, de quem não sabe nem mesmo o que estar a dizer e desconhece a Bíblia. Porque se a Igreja, conforme ensina São Paulo é o corpo de Cristo, Cristo é a cabeça desse corpo e o Espírito Santo é a Alma desse corpo, como ela pode dar glória de si mesma? Se a Igreja dá glória a Deus ela faz sob ação do Espírito Santo. A Igreja é o corpo de Cristo na terra conforme o São Paulo ensinou. Santo Agostinho disse que “a Igreja é o próprio Cristo” [...] “O que dizemos de Cristo pode-se dizer da Igreja”, mas, dizer que por causa disso a gente vai adorar a Igreja é descabido – quem vai glorificar a Igreja é o próprio Cristo no fim dos tempos.

Essa é a promessa: “Cristo em vós é a esperança da glória” – Colossenses 1, 27 – mas, daí dizer que nós exaltamos a Igreja da mesma forma que exaltamos a Cristo é falácia. Nós exaltamos a Cristo e Cristo exalta a Igreja.

Continua o pastor:

“Os pilares do catolicismo são primeiro a natureza e graça com base na qual você tem os sacramentos e a salvação, Cristo e a Igreja, que eles veem como uma só extensão de Cristo nesse mundo, então, tudo que você puder dizer a respeito de Cristo você pode dizer a respeito da Igreja.”

    Essa citação dele é de Santo Agostinho. Ele fala isso como se fosse errado, mas, isso é certo. Foi para isso que Jesus fundou a sua Igreja para ser seu braço direito na tarefa de levar as pessoas ao conhecimento da verdade e à salvação – “Ide por todo mundo e pregai o evangelho!” (Mateus 28).

    São Paulo diz que o Corpo Místico de Cristo é a Igreja. Ele é a cabeça, nós os membros e o Espírito Santo a alma desse Corpo. 

    Saulo (Paulo) estava a caminho de Damasco para prender os cristãos; Jesus aparece para ele e diz: “Saulo, Saulo porque me persegues?”

    Ora, Saulo não estava perseguindo Jesus fisicamente, logo, quando Jesus disse “porque me persegues” é porque Ele como cabeça está sendo perseguido junto com seus membros.

    O problema aqui é filosófico porque para o protestante não pode haver ente. É nominalismo, não tem como não haver uma comunicação entre Cristo e a Igreja. Cristo é um ente e a Igreja é outro. Ora pode a cabeça viver sem o corpo?

Por isso, segundo o protestantismo que não pode haver comunicação com Cristo, com os santos, com a Virgem Maria, com fé e as obras. Não pode ter comunicação entre Tradição e a Escritura. Porque para o protestantismo não há a real comunicação entre entes. E nós católicos não cremos nisso, nós estamos intimamente ligados a Cristo.

Continua o pastor:

“Cristo salva, a Igreja salva também, Cristo é divino, a Igreja é divina também, Cristo é santo a Igreja é santa também”.

Ele fala como se isso fosse errado, mas, o que há de errado nisso? Cristo é Deus, é divino, é o fundador da Igreja. A Igreja acolhe pecadores para torna-los santos, - “Sede santos como vosso Pai do Céu é santo!” (Levítico 19, 2 – Mateus 5, 48). “Sede perfeitos, como vosso Pai Celeste é perfeito!” – É lógico que se Cristo é perfeito, sua Igreja deve ser perfeita, se Cristo é santo, sua Igreja deve ser santa, se Cristo é divino sua Igreja participa dessa divindade. 

    Aliás, a Igreja é uma realidade teantrópica, ou seja, ela é humana e divina. Será que essa não é a natureza de Cristo? Cristo é totalmente homem e totalmente Deus. Não no sentido de que a Igreja é Deus, mas ela como o corpo Místico de Cristo participa da divindade de Cristo conforme 2Pedro d1, 3-4.

    Cristo salva a Igreja? Sim, salva. Nós somos chamados a unirmos nossos sofrimentos aos de Cristo; a unir-nos no mistério redentor de Cristo. Cristo é Santo, a Igreja é santa, isto está claro. A Igreja é a eleita de Deus, isto está nas Escrituras não precisa de provas.

Continua o pastor:

“Então é esse o pensamento católico muito abreviadamente, é claro, tentei resumir rapidamente com os famosos 5 pontos da reforma protestante. Somente a Escritura. É só na Bíblia que nós vamos encontrar a revelação de Deus e somente ela é a fonte de autoridade para tudo aquilo que nós praticamos e que nós cremos”. 

A pergunta é: Onde está isso na Bíblia? sendo que a própria Bíblia o desmente quando ela diz em 2Tessalonissenses 2, 15 “Guardai as tradições que vos foram ensinadas” [...] nem a bíblia fala para guardar a própria Bíblia, nem ela afirma que é a única autoridade, mas diz para guardar aquilo que lhe foi ensinado, ou seja, a Tradição.

    Precisamos perguntar ao pastor de onde ele tirou que a Bíblia é a única autoridade de Deus. Ou se Deus é tão pequeno para se rotular em um livro. 

    Não tem um lugar da Bíblia que dizendo que a Bíblia é a única fonte de autoridade. Aliás, em 1Timóteo 3, 15 diz que A Igreja do Deus vivo é a coluna e sustentáculo da verdade.  Bíblia dá a resposta, quem é essa autoridade: É a Igreja e não a Bíblia. Se fosse a Bíblia porque São Paulo escreveria que é a Igreja? Porque ela sempre foi a testemunha fiel da verdade muito antes da Bíblia surgir, não teria Bíblia se não tivesse a autoridade Igreja. A própria Bíblia diz “quem sustenta a verdade é a Igreja”.

    O que o pastor falou não tem lógica, nem tem base na própria história do cristianismo. Porque a Bíblia é um produto da Igreja Católica e não caiu do céu como muitos pensam.

    A Igreja começou a espalhar-se pelo mundo afora e, aí os bispos para orientarem suas comunidades começaram a escrever cartas de umas para outras para orientarem suas comunidades. Neste contexto surgiu a Bíblia.

   Note que nem todos os Apóstolos escreveram. E os outros que não escreveram, deixaram de pregar? Se a autoridade da Igreja dependesse de escritos a Igreja ela não se sustentaria, mas, foi através da Tradição que ela pode chegar até os dias de hoje, até os confins do mundo.

  Ah, diria [...] Mas, depois boa parte dos escritos já eram aceitos na maioria das comunidades. Sim, mas isso foi muito tempo depois. Como disse a Carta aos Tessalonicenses foi escrita por volta de 40 d.C. antes não tinha nada. Mesmo assim, até a conclusão do Cânon foram muitos anos de debates, foram realizados vários concílios. Uns queriam as cartas de Paulo, outros não, outros não aceitavam nem o Apocalipse, outros queriam que colocasse tudo e a Igreja disse não. Sem contar a Epístola de Judas.

    Ou seja, é muito fácil depois que a Igreja Católica escreveu a Bíblia e a organizou seu Cânon e preservou-o por 1500 anos alguém chegar e dizer que agora é só a Bíblia a única fonte de autoridade. Se não fosse a Igreja a Bíblia não existiria e se existisse sem a autoridade dela seria um livro qualquer. Como o próprio santo Agostinho vai dizer “Só creio na Bíblia porque a Igreja diz para eu crer nela”. E quando o pastor Nicodemos diz que a Bíblia é a única fonte de autoridade, isto não existe em nenhum lugar. Aliás os protestantes utilizam da Bíblia que é um livro católico para pregar aquilo que eles julgam ser a verdade absoluta sem levar em conta que a Bíblia é objeto fruto da Igreja e que se não fosse a Igreja nem eles existiriam, pois, o primeiro protestante que foi Martinho Lutero era um católico. Se eles não aceitam a Igreja Católica, seu Magistério e sua Tradição como pode aceitar a Bíblia que foi escrita, copilada e preservada por homens católicos? Se eles dizem que a Igreja Católica é idólatra e que não prega a verdade como pode garantir que a Bíblia nascida dentro dela também é verdade. Então se a Igreja Católica é falsa se tudo que ela prega é falso o protestantismo também é falso porque até 1600 só existia a Igreja Católica e o Evangelho que eles receberam, receberam da Igreja Católica.     

 para terminar ele conclui:

“Toda Escritura é inspirada por Deus”, sim ele está correto.

“Não a tradição, não ao Magistério, não às novas revelações, não ao Papa infalível, mas, liberdade para leitura e investigação sob a orientação do Espírito Santo, mas, a única coisa é a Bíblia Sagrada e a única inspiração é a do Espírito Santo”. “Quem garante que a Bíblia é a Palavra de Deus não é a Igreja, mas, é o próprio Espírito Santo falando na Escritura e assegurando isso em nosso coração”.

Isto é uma falácia do pastor, a Igreja Católica não crê em novas revelações.

    Essa colocação do pastor Augustus Nicodemos é subjetivista e é uma besteira a gente sabe que não foi assim que a Bíblia foi formada. Além do que o pastor precisa então explicar, se é o Espírito Santo que é a única inspiração, o por quê que as igrejas protestantes tem cada uma doutrina diferente. Pois, o Espírito não é o mesmo? E porque cada igreja tem uma doutrina mais estranha que a outra?

    Então o Espírito revela uma coisa numa determinada denominação e muda de ideia na outra? [...] Os presbiterianos aceitam o batismo de crianças, os batistas não aceitam. Os metodistas aceitam ter bispos, os assembleianos não aceitam.  Na Igreja luterana se crê que Jesus está presente na Eucaristia, para os presbiterianos Jesus não está presente na Eucaristia. Ora que Espírito Santo volátil é esse? Como pode o Espírito Santo falar coisas diferentes se ele é União.

    A liberdade de interpretação hoje, no meio evangélico, gera muito mais confusão do que união. Cada denominação interpreta a Bíblia do seu jeito e tira dela as coisas absurdas e estranhas. A Sola Scriptura e a Sola Fide defendida por Martinho Lutero não tem base histórica e teológica. A própria Bíblia não autoriza a interpretação particular. Em determinadas denominações Jesus está fora do centro. Os protestantes dizem que a Bíblia é a única fonte de fé, mas, por exemplo na Igreja Adventista, os escritos de Ellen G. White são considerados um "complemento da Bíblia" - Na Igreja dos santos dos Últimos Dias - Os Mórmons, existe o Livro dos Mórmons que é considerado uma segunda Bíblia. Se a Bíblia é a única fonte de fé, porque essas denominações possuem livros além da Bíblia ou para complementar a Escritura? Se a salvação é somente pela fé sem as obras, porque os protestantes fazem caridade? Se a salvação é somente pela fé, porque então eles passam pelo batismo, que é uma obra, uma ação e uma condição de Deus para ser salvo? 

    Na Igreja Católica nós temos o Catecismo, o catecismo não é um complemento da Sagrada Escritura. O Catecismo são diretrizes espirituais pelos quais os cristãos devem seguir para melhor viver a graça, participar da Igreja e compreender a Sagrada Escritura. Ele não ensina nada que já não está definido pela Tradição, pelo Magistério e pela Escritura. Não é uma doutrina nova, nem um complemento da Bíblia. Ele reúne o ensinamento da Igreja desde o princípio até os dias de hoje dentro da única verdade que é a Palavra de Deus. Por isso o Catecismo não é de A, B ou C, mas, da Igreja Católica porque é a Igreja a coluna e o sustentáculo da verdade.       

    Não há nenhuma base teológica e nem base histórica que sustente essa afirmação do pastor Nicodemos. Aliás São Pedro vai dizer em 2Pedro 1, 20-21 diz que “nenhuma profecia é particular interpretação”. A interpretação da Escritura cabe apenas ao Magistério da Igreja Católica.  Essas falas do pastor só mostra a fragilidade do protestantismo.

NOTA:

Este conteúdo não é contra a pessoa do pastor Augustus Nicodemos, mas, trata-se de refutar aos inúmeros ataques e ensinamentos errados que ele tem feito nas redes sociais contra a Igreja Católica. O pastor utiliza de boa hermenêutica e artimanhas teológicas sem sentido, falseando a verdade. Nas suas colocações mostra despreparo de conhecimento teológico sobretudo quando vai explicar sobre a Doutrina católica, que pouco sabe e não crê ou 'acha' que conhece. Mostrando só o ponto de vista dele como pastor protestante que é, usando muitas vezes de uma certa 'desonestidade teológica' somente para um lado sem mostrar a real verdade da Doutrina Católica tal como ela é e como está no Catecismo. O dever de todo formador de opinião e de um evangelizador católico é anunciar o Evangelho, apontar os erros teológicos e ensinar a doutrina. Por outro lado, nós católicos não julgamos, mas, refutamos aquilo que não condiz com a verdade de nossa Fé que é única - que é Católica.        

(Texto de Elmando Toledo)

[Fonte: complementações do texto, explicações do Prof. Eduardo Faria, teólogo e ex pastor protestante - vídeo: A Igreja Católica é falsa? youtube.com.br - Catecismo da Igreja Católica]

    

 

 

 

   

        

        

    

        

            

     

   

          

 

 

   

 

  

   

 

  

  

              

   


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