sábado, 1 de julho de 2017

SANTA JOANA D'ARC - Uma mulher à frente do seu tempo. De condenada por heresia, tornou-se santa e padroeira da França

Vamos conhecer um pouco sobre Joana D'arc. Essa heroína da Idade Média. Uma mulher que estava à frente do seu tempo. 
A história dessa magnífica mulher começa quando ela tem algumas visões místicas, como vamos ver mais à frente. 
Num tempo em que ser soldado era permitido só para homens, Joana D'arc resolve ser uma solado. E mais, defender o seu país a França e o rei do domínio da Inglaterra. 
Ela recebeu o apoio do rei se tornou soldado, lutou pelo seu País, foi capturada e se tornou ré pela Inquisição, foi condenada por heresia e vários  outros crimes. Tendo sofrido torturas e um julgamento injusto. Mas mesmo diante de tudo isso ela não curvou perante às injustiças. Sendo queimada viva na fogueira, suas últimas palavras foi o nome de Jesus.

        Joana D’Arc nasceu em Domrémy, no dia 6 de janeiro de 1412. Seus pais eram Jacques D’Arc e Isabel Romée; seus irmãos, Jacques, Pierre e Jean (mais velhos que ela) e em seguida, Joana e a mais nova de todos, Catarina. Entre os fatos mais contundentes e polêmicos de sua infância e adolescência estão: a paixão que Joana tinha em frequentar “locais sagrados” e suas famosas “Vozes” (São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida) e adicionada a isso, a polêmica profecia de Merlin que povoava a mente das populações das províncias francesas na qual “... uma donzela das marcas de Lorena que devia salvar o reino” (dito popular da época). Dessas “Vozes”, Joana ouviu sua “missão” - a de coroar o delfim Carlos e conduzir os exércitos franceses, levando-os à vitória contra os ingleses, tais como: em Orléans, em Loches e em Patay . Capturada pelos borguinhões, Joana D’Arc foi submetida a um tribunal inquisitorial marcado por controvérsias e distorções que a levou à morte na fogueira. Seus ideais inspiraram a retomada da Guerra dos Cem Anos - na verdade cento e dezesseis anos - marcados por batalhas e tréguas (1337-1453) e à vitória final francesa. 

      A cerimônia de coroação de Carlos VII (o “Delfim” – assim chamado por Joana) foi realizada num domingo, 17 de julho de 1429, na catedral de Reims. Michelet (1995, p. 53) assegura que essas foram as palavras de Joana D’Arc naquele momento: Ó gentil rei, agora está feita a vontade de Deus, que queria que eu fizesse levantar o Cerco de Orléans e que vos conduzisse à vossa cidade de Reims para receber a santa sagração, mostrando que sois verdadeiro rei e que a vós deve pertencer o reino da França. A marcha em direção a Paris para a conquista final passou a ser uma meta de Joana e seu exército.

      Joana D'arc  então com uma pequena tropa partiu com a missão de libertar uma ponte ocupada pelos ingleses, (ano 1430), mas não logrou êxito e acabou capturada (23 de maio daquele ano).
       Seus inimigos logo trataram de iniciar um processo contra Joana D'arc acusando-a de muitos crimes que ela era inocente, inclusive de heresia e apostasia. Carlos VII que era o rei da França se acovardou e nada fez por aquela que tanto lutou pela defesa de seu reino.      O maior interessado pela condenação de Joana e era o bispo de Beuauvais Pierre Cauchon que era aliado dos ingleses. 
      Joana D'arc foi presa e levada ao castelo João de Luxemburgo. Tentou fugir mas foi capturada e levada para o castelo de Ruão e lá permaneceu presa até o processo inquisitório. O processo de Joana D'arc teve dois aspectos, um civil e outro religioso. 
      O inquérito foi iniciado a 09 de janeiro de 1431 participaram dele: Pierre Cauchon. Além desse religioso, tomaram parte como acusadores Jean le Maistre, da Ordem dos Dominicanos, Jean Gravenet, inquisidor, profundo conhecedor das escrituras, Thomas de Courceles, reitor da Universidade de Paris, dois frades mendicantes, Martin Ladvenu e Isembard de Ia Pierre. O processo teve ao mesmo tempo caráter religioso, porque procurou examinar a fé de Joana, acusada de heresia e bruxaria. Político, porque a condenação ou a absolvição teria peso no resultado do conflito franco-inglês.  O objetivo do processo foi, portanto, provar que a acusada era culpada. Ela foi interrogada nos dias 21 de fevereiro de 1431 e 17 de março de 1431 os religiosos interrogaram-na, mas o que obtiveram não era o bastante para incriminá-la. De 17 a 27 de março de 1431 foram revistos os itens da acusação. Entre 23 e 29 de maio de 1431 foi proferida a sentença, condenando-a. Joana foi queimada em praça pública. Ruão foi o local do processo, julgamento e condenação. Ao todo Joana D'arc foi submetida a 06 audiências públicas e mais outras secretas em sua sela. Um processo fraudulento e cheio de controvérsias. 
     Ele foi iniciado a 9 de janeiro de 1431 por Pierre Cauchon. Além desse religioso, tomaram parte como acusadores Jean le Maistre, da Ordem dos Dominicanos, Jean Gravenet, inquisidor, profundo conhecedor das escrituras, Thomas de Courceles, reitor da Universidade de Paris, dois frades mendicantes, Martin Ladvenu e Isembard de Ia Pierre. Muitos bispos e cardeais ingleses participaram no processo. Na verdade, os acusadores faziam parte dos inimigos de Carlos VII. Procuraram provar que a “Donzela” era herege. O processo teve ao mesmo tempo caráter religioso, porque procurou examinar os fundamentos da fé de Joana, acusada, além de heresia, de bruxaria. Político, porque a condenação ou a absolvição teria peso considerável no resultado do conflito franco-inglês.      O objetivo do processo foi, portanto, bastante claro: provar que a acusada era culpada a fim de também atingir Carlos VII. Entre 21 de fevereiro de 1431 e 17 de março de 1431 os religiosos interrogaram-na diariamente, extraindo detalhes mínimos que pudessem incriminá-la. De 17 a 27 de março de 1431 foram lidos e revistos os itens da acusação. Entre 23 e 29 de maio de 1431 foi proferida a sentença, condenando-a. Joana foi queimada em praça pública. Ruão foi o local do processo, julgamento e condenação de Joana D’Arc.


UM REI COVARDE 

        Carlos VII nada fez para salvar Joana D'arc. Apenas delegou ao arcebispo de Reims que negociasse mas ele nada fez. É óbvio, sendo a Igreja que a estava condenando pela Inquisição como um bispo poderia intervir?  

     
 Diante dos acontecimentos, Michelet (1995, p. 81-2) explica a postura de Carlos VII:  - "Enquanto os ingleses agiam vivamente para destruir a Donzela; Carlos VII agia para salvá-la? De modo algum segundo parece, apesar de ter prisioneiros em suas mãos; podia protegê-la com ameaças de represálias. Havia pouco ainda, negociava ele por intermédio de seu chanceler, o arcebispo de Reims; mas esse arcebispo e os demais políticos nunca tinham sido favoráveis à Donzela".

          "Donzela" para eles não era uma expressão de elogio para dizer que ela era virgem, mas de escárnio, de gozação pública. Joana D’Arc respondeu aos interrogatórios com firmeza e afirmou amar sua bandeira, mas os inquisidores não desistiam de seu intuito: provar que Joana era uma feiticeira ou uma bruxa e que seus feitos tinham origem satânica.

           OS ARTIGOS DA ACUSAÇÃO - ao todo 12 artigos que ela foi acusada:

I – Uma mulher diz e afirma que, com a idade de cerca de treze anos, viu com os seus olhos, S. Miguel, algumas vezes S. Gabriel e também uma multidão de anjos. Santa Catarina e Santa Margarida também lhe apareceram corporalmente, junto de uma fonte que brota perto de uma grande árvore que, na sua região, é conhecida por “Árvore das Fadas”; os doentes com febre dirigiam-se aí em grande número, para lá recuperarem a saúde. Essa fonte e essa árvore são, portanto, lugares profanos. Essas santas ordenaram-lhe que fosse procurar determinado príncipe secular, que lhe daria armas e que, graças a ela, recuperaria um grande domínio temporal e a honra perante o mundo. Elas ordenaram-lhe que envergasse traje de homem, que ela recusa abandonar, mesmo para ouvir missa e receber a comunhão. Esta mulher, “com desconhecimento e contra a vontade de seus pais” abandonou, com cerca de dezessete anos, a casa paterna e viveu depois no meio de homens e de soldados, “não tendo nunca ou, pelo menos, muito raramente, outra mulher com ela”. 69 “Discordou e recusou” submeter-se à Igreja militante... “Não aceita submeter-se à decisão ou ao julgamento de qualquer homem, mas somente ao julgamento de Deus.” As suas santas revelaram-lhe que ganharia a salvação, se conservasse a sua virgindade... “Afirma que está tão certa da sua salvação, como se estivesse já no reino dos céus.” II — A dita mulher diz que o sinal recebido pelo príncipe ao qual ela foi enviada, sinal que fez esse príncipe decidir a acreditar nela e a recebê-la para fazer a guerra, foi que S. Miguel veio até ao dito príncipe, no meio de uma multidão de anjos, uns dos quais tinha coroa e outros asas; com eles estavam também Santa Catarina e Santa Margarida. O anjo entregou ao príncipe uma coroa; uma outra vez foi um arcebispo que recebeu o sinal da coroa e a entregou ao príncipe na presença de numerosos grandes senhores da Corte. III — Essa mesma mulher afirma que S. Miguel se terá “identificado perante ela”, tal como Santa Catarina e Santa Margarida [...]. IV — A referida mulher diz e afirma que está certa do que vai acontecer acerca de certas coisas futuras... No que se refere às coisas ocultas, gaba-se de as conhecer, ou de as ter conhecido... Por exemplo, que será libertada e que os franceses farão, sob seu comando, os maiores feitos jamais cometidos em toda a cristandade [...]. V — A citada mulher diz e afirma que é por ordem de Deus que enverga traje de homem. Descrevem-se essas vestes: “túnica curta, capuz, jaqueta, grilhetas, calções com muitas franjas, cabelo cortado em redondo por cima das orelhas, não conservando qualquer peça de vestuário própria do seu sexo”. Recebeu a Eucaristia “nesses trajes”, os quais, apesar de “muitas vezes lhe ter sido pedido e aconselhado”, se recusa a abandonar... “Assim, por nada deste mundo faria juramento de não voltar a envergar esse traje e de não voltar a pegar em armas. Em tudo isso, afirma que procedeu bem e que faz bem em obedecer a Deus e às suas ordens.” VI — A dita mulher confessa e reconhece que mandou escrever muitas cartas, nas quais foram apostas as palavras JESUS, MARIA, com o sinal da cruz [...] Disse frequentemente que não fez nada que não fosse por ordem de Deus.” VII — Este quesito retoma a história do encontro de Joana com Roberto de Baudricourt, que lhe forneceu um traje de homem, armas e uma escolta. “Ela prometeu-lhe rodeá-lo de grandes domínios e vencer os seus inimigos; fora Deus que a incumbira dessa missão.” VIII — Recorda-se que, “sem ninguém a obrigar, precipitou-se do alto de uma torre muito alta (Beaurevoir) ...”. IX — A mulher em questão diz que Santa Catarina e Santa Margarida lhe prometeram conduzi-la ao paraíso, se conservasse a sua virgindade de corpo e de alma, virgindade que lhes votou... Não pensa ter cometido atos de pecado mortal; pois, segundo diz se estivesse em estado de pecado mortal, não lhe parece que Santa Catarina e Santa Margarida a visitariam todos os dias, como costumam fazer. X — A mesma mulher diz e afirma que Deus ama algumas pessoas ainda vivas, nomeadas, e designadas por ela, na medida em que ela própria as ama... Recorda-se que as santas falam francês, “uma vez que não são do partido dos ingleses”. XI — Esta mulher diz e confessa toda a devoção e toda a honra que vota a S. Miguel e às suas santas. Dedicou-se a elas e obedeceu-lhes sem consultar ninguém, nem pai, nem mãe, nem cura, nem prelado. Repete que acredita neles tão firmemente como na fé cristã. [...]. XII — Ainda a dita mulher diz e confessa que, se a Igreja quisesse que ela fizesse algo contrário às ordens que diz ter recebido de Deus, não consentiria nisso, fosse pelo que fosse. Afirma que sabe bem que tudo o que consta do seu processo lhe aconteceu por ordem de Deus e que lhe será impossível fazer o contrário do que faz. Por esse motivo, não se quer submeter à decisão da Igreja militante, nem de quem quer que seja no mundo, mas somente à de Deus, Nosso Senhor, de quem executará todas as ordens, 70 sobretudo no que respeita às suas revelações e ao que faz em consequência delas.

Com o objetivo do veredicto, o reitor da Universidade de Paris, Pierre de Gonda ouve as conclusões de duas Faculdades: a de “Teologia” e a dos Decretos:
Jean de Troyes expõe primeiro as da Faculdade de Teologia, analisando os doze quesitos:

I — As aparições: tendo em conta as circunstâncias e a pessoa de Joana, elas parecem falsas, errôneas e perniciosas ou, se tiveram lugar, são supersticiosas e procedentes de espíritos malignos: Bélial, Satanás e Béhémoth...
II — O sinal do rei: mentira insolente imaginada para seduzir. 
III— As visitas das santas: crença temerária. 
IV — As revelações: superstição, asserção divinatória, fanfarronada ridícula. 
V — O traje de homem: fanfarronada ridícula, suspeita de idolatria, prevaricação da lei divina. 
VI — As cartas: revelam uma mulher traidora, pérfida, cruel, ávida de sangue humano, blasfemadora, ... 
VII — A partida para Chinon: impiedade para com os pais, escândalo, blasfêmia... 
VIII — O salto de Beaurevoir: medo que ia até à desesperada tentativa de suicídio, asserção temerária e presunçosa a respeito do perdão das suas faltas, erro em matéria de livre arbítrio. 
IX — Confiança de Joana: presunção, mentira, erro de fé. 
X — As declarações das santas e a sua recusa em falar inglês: blasfêmia e transgressão do amor do próximo. 
XI — Honras prestadas às santas: idolatria, invocação dos demônios. 
XII — Recusa de se submeter à Igreja: apostasia, erro de fé, cisma... 

Guéroult de Boissel apresentou também as conclusões da sua Faculdade. Estão assim resumidas:

I — Essa mulher é cismática por ter desobedecido à Igreja.
II — É ignorante e herética por recusar o símbolo da Igreja Una, Santa e Católica. 
III — É apóstata por ter mandado cortar o cabelo e ter adotado vestes de homem. 
IV — É mentirosa e adivinha porque não apresenta prova de que é enviada de Deus. 
V — É “veementemente” suspeita de heresia. 
VI — Erra na fé por ter dito estar certa de ser conduzida ao paraíso.

No dia 19 de maio de 1431, uma corte de cinquenta juízes reuniu-se no Palácio do Arcebispado  para decidir o destino de Joana D’Arc. Ela foi condenada pelos crimes de heresia, bruxaria e por todos os outros de que tinha sido acusada. Primeiro, deveriam deixá-la sem resistência e depois amedrontá-la com o fogo. Então, enquanto estivesse fragilizada, forçá-laiam a assinar a abjuração. Mas ela resistiu  optando  suportar o castigo que negar a verdade. Um fato, porém, marcou a sentença:  revelou que as “Vozes” haviam se manifestado novamente e que havia sido repreendida por abjurar para salvar a vida. Interrogada por Cauchon e por Le Maître, confirmou que as “Vozes” eram de Santa Catarina e de Santa Margarida, enviadas por Deus. Lembrada de que havia abjurado e de que havia reconhecido as mentiras a respeito das “Vozes”, Joana alegou que tudo fizera por medo da fogueira, mas que na verdade mantinha o que tinha dito anteriormente. Disse ainda que preferia morrer a continuar sofrendo os martírios a que estava sujeita.

Na Praça do Velho Mercado, o pedestal erguera-se num nível superior e, abaixo, colocaram os feixes de lenha para iniciar a fogueira. Sobre estes, havia um poste encima a inscrição, em grandes letras:
 “Joana, que se fez conhecer pela Donzela, mentirosa, perniciosa, abusadora do povo, advinha, supersticiosa, blasfemadora de Deus, presunçosa, malcrente na fé de Jesus Cristo, jactanciosa, idólatra, cruel, dissoluta, invocadora de diabos, reincidente, apóstata, cismática e herética.”

        Com as faces banhadas em lágrimas e o crucifixo tocando-lhe os lábios, que ela subiu aqueles cruéis degraus até o início da fogueira. O frade Isambard acompanhou-a. Ajudaram-na então a escalar a pilha de lenha erguida ao redor do poste, chegando a um terço de sua altura. Lá Joana ficou, de costas para o poste, enquanto todos a olhavam, imóveis. O carrasco subiu até onde ela estava e amarrou com correntes aquele frágil corpo ao poste. Em seguida desceu para completar seu tenebroso trabalho. E lá ficou Joana, sozinha, (ela que tivera tantos amigos enquanto era livre, que fora tão amada naqueles tempos); percorrendo com seus olhos tristes a massa humana diante de si, até onde erguiam-se as torres e os telhados pontiagudos daquela cidade, ela disse: 
— Oh, Rouen, Rouen, devo mesmo morrer aqui? Deves mesmo ser meu túmulo? Ah, Rouen, Rouen, temo pelo que possas sofrer por minha morte. Uma baforada de fumaça ergueu-se subitamente diante de seu rosto e, por um rápido momento, ela foi tomada de terror e gritou: 
— Água! Dêem-me água benta! Mas, no instante seguinte seus temores se foram e não voltaram a torturá-la. Joana ouviu o estalido das chamas e imediatamente preocupou-se com outra pessoa. Era o frade Isambard. Ela lhe havia entregue a cruz, pedindo que ele a erguesse diante de seu rosto para que seus olhos nela encontrassem a esperança e o consolo até que Deus a levasse para Sua paz. Ela fez com que ele se afastasse do perigo do fogo. Satisfeita, disse então:
— Agora, mantenha-a sempre onde eu possa vê-la, até o fim. Nem mesmo naquele momento Cauchon estava disposto a deixá-la morrer em paz. Aproximou-se dela aquela figura negra em suas vestes e sua alma e exclamou:
— Estou aqui, Joana, para exortá-la pela última vez a arrepender-se de tudo que fez e pedir perdão a Deus! — O senhor é o instrumento da minha morte — disse ela.  No mesmo instante uma enorme labareda ergueu-se, avolumou-se e engolfou Joana totalmente, impedindo que a vissem. E dentro daquelas chamas ouviu-se sua voz, clara e firme, dizendo uma oração. Quando, por breves momentos, o vento esgarçava um pouco de fumaça negra, ela podia ser vista a olhar para o alto, movendo os lábios. Finalmente uma grande labareda misericordiosa ergue-se de repente e ninguém mais pôde ver aquele rosto, sequer aquela figura. Ela externou suas últimas palavras em altos brados: “Jesus!” Um secretário do rei inglês dizia bem alto: “Estamos perdidos; queimamos uma Santa!”
(Twain (2001, p. 452-3)

Joana D'arc tinha apenas 19 anos quando foi condenada e morta no dia 30 de maio de 1431.  
No dia 18 de abril de 1909, Joana d Arc, também conhecida como a Donzela de Orleans, foi beatificada e, posteriormente, declarada santa em 1920 pelo Papa Bento XV. Nesse mesmo ano, ela também se tornou santa padroeira da França. sua família reuniu provas para a revisão do processo, enviado para o Papa Nicolau V, que recusou o caso. Apenas em 1456, o Papa Calisto III deu início a uma revisão. A inocência de Joana foi reconhecida naquele ano e foram considerados hereges os juízes que haviam condenado Joana d Arc.

Os três milagres aprovados que levaram Joana a Beata foram estes:


1) Irmã Teresa de Santo Agostinho, que viveu em Orleans, foi curada de úlceras na perna.
2) A irmã Julie Gauthier, que viveu em Faverolles, foi curada de uma úlcera cancerosa em seu peito esquerdo.
3) Irmã Marie Sagnier, que viveu em Frages, foi milagrosamente curada de um câncer do estômago.
O Papa Pio X solenemente aceitou esses três milagres como autênticos em 13 de dezembro de 1908.
Ele declarou, "Joana de Arc brilhou como uma estrela nova destinada a ser a glória, não só da França, mas da Igreja Universal também."

 Foi por causa de sua virtude heróica que ela foi declarada Beata em 18 de abril de 1909

Os dois milagres necessários para a canonização de Joana d'Arc foram obtidos e autenticados sem muita demora, mas a I Guerra Mundial pôs fim a todas essas atividades.

Em 1920, quando a guerra acabou e os franceses saíram vitoriosos, o Vaticano queria melhorar as relações com o governo socialista.

 A Santa Sé estava disposta a dar-lhes a santa, se o governo francês restabelecesse as relações diplomáticas.



Em seu livro, Saint Joan of Arc, Mons. Leon Cristiani descreveu sua ligação a um dos dois milagres que levaram Joana D'Arc oficialmente a ser declarada santa pela Igreja.

O milagre que ele testemunhou ocorreu em Lourdes, em 22 de agosto de 1909, durante a procissão do Santíssimo Sacramento.
A pessoa em questão era Thérèse Belin, que estava inconsciente quando o Santíssimo Sacramento passou à sua frente. Mons. Cristiani estava desejoso de ver Joana canonizada.

Ele obteve permissão do Bispo de Orleans para chamar Joana D'Arc durante a bênção dos enfermos, na esperança que um milagre poderia ocorrer que poderiam ser atribuídos à intercessão de Joana.

Na primeira invocação a Beata Joana de Arc, Teresa abriu os olhos, na segunda ela se sentou em sua maca e no terceira ela sentiu que tinha sido curada. 


Mons. Cristiani depois entrevistou Teresa e sua madrinha sobre sua doença.

 Informaram-lhe as várias fases de sua doença, as operações que ela teve e os remédios que haviam sido usados ​​sem efeito.

Seu diagnóstico médico foi de tuberculose peritoneal e pulmonar, complicada por uma lesão orgânica do orifício mitral.

Em outras palavras, teve tuberculose em seus pulmões e na cavidade abdominal, que foi complicada por uma lesão orgânica de sua válvula mitral do coração - obviamente ela estava muito doente. 


Outra cura reconhecida ocorreu a Miss Mirandelle que tinha um diagnóstico de mal perfurante plantar o que significa que ela tinha um buraco que atravessou a planta de seu pé.


Joana d'Arc foi canonizada em uma cerimônia grandiosa e solene na Basílica de São Pedro em 16 de maio de 1920.

Sua festa é celebrada em 30 de maio, o dia de sua morte.



Em 10 de julho de 1920, o governo francês fez oficialmente 08 de maio como feriado nacional.

 E pelo 20 de novembro deste mesmo ano, retomou as relações diplomáticas com a Santa Sé.

No aniversário de cinco centésimo de Joana d'Arc da morte, 30 de maio de 1931, houve uma grande celebração em Rouen para marcar este aniversário.

Representantes do governo, exército, universidades, parlamentares, magistrados, o clero e papado compareceram.

 Mesmo o arcebispo de Westminster, Prelado de toda a Inglaterra, veio para expressar a sua grande admiração de suas virtudes. 


Desde a infância mais precoce Joana d`Arc orou ardentemente a partir de seu coração.

Sua vida de oração levou a uma fé fervorosa em Deus. Sua fé em Deus levou-a a amá-lo profundamente.

Este intenso amor a levou a aceitar a vontade de Deus para sua vida.

Se  orarmos, crermos e amarmos serenamente como Joana fez, então nós também seremos usados por Deus!

 Este é o segredo para a santidade de Joana, ela ouviu, respondeu e obedeceu.


"Aqui eu estou o SenhorEu venho para fazer a Tua vontade! Ela declarou em seu julgamento, e sua mensagem para nós é:

"Eu acreditava que era um anjo falando comigo, e eu tive a vontade de acreditar."


Irmã Teresa de Santo Agostinho, uma freira beneditina de Orleans, foi atacada em Dezembro de 1897, por dores agudas no estômago. Estas aumentaram continuamente, acompanhadas pela doença freqüente, até maio de 1900, ela teve vômitos de sangue tão exaustivos que ela parecia estar quase morta.
PRIMEIRO MILAGRE 






Daquele momento em diante, ela nunca saiu de sua cama. Os vômitos se tornaram quase diários e de reincidência constante. Ela estava no dilema de asfixia, se ela tomasse qualquer alimento, ou de morrer de fome se ela não o tomasse.

O médico esperava que ela tivesse morte rápida.

Nestas condições uma novena a Joana d'Arc foi iniciadaem 30 de julho de 1900.

Os vômitos de sangue continuaram quase incessantemente.

 Em 6 de agosto foram mais freqüentes do que nunca.

Na noite de 6 a 7, houve uma crise de fraqueza e de síncope.

No dia 7 os vômitos foram renovados.

Na noite de 7 de agosto, no auge da crise, a Irmã Teresa pede seu hábito, dizendo que ela ia se levantar no dia seguinte, porque ela vai ficar curada.

As irmãs presentes dizem uma a outra, "Peguem o hábito dela, ela vai se preparar para seu enterro."

Enquanto isso, a Irmã Teresa adormeceu até duas horas da manhã. Ao som do sino para Matinas ela queria subir. Foi-lhe dito para permanecer em silêncio até cinco e meia, e ela obedeceu.


Às cinco e meia, na manhã de 8 de agosto, ela se vestiu, desceu para a capela, e orou com os braços estendidos na forma de uma cruz, recebeu a Sagrada Comunhão, jantou com a comunidade sobre a tarifa comum, e não sofreu qualquer inconveniência.

Desde aquela época, a cura perfeita e instantânea foi devidamente fundamentada pela experiência subseqüente de fé na novena.

O SEGUNDO MILAGRE


Irmã Julie Gauthier, de Favrolles na diocese de Evruex,sofreu durante quinze anos a partir de uma úlcera cancerosa na mama esquerda. Um dia, ela estavafalando com sua classe de crianças sobre Joana d'Arc, a idéia ocorreu-lhe de fazer uma novena para a Donzela, pois ela havia deixado de lado toda a esperança de cura por meios naturais.

Mas seus sofrimentos eram tão grandes que ela temia  ser incapaz de fazer uma novena de oração seguida em  nove dias.

Ela lembrou-se então de um plano pelo qual a novena pode ser prontamente concluída. Ela levaria oito das crianças de sua classe para rezar e ela mesma iria fazer a nona oração. Eles iriam juntos dizer as orações por sua recuperação em uma única visita à igreja.

Reunir as crianças ao seu redor e ir com elas rezar ou  receber os Santos Sacramentos, era uma das delícias de Joana d'Arc. Ela faria a mesma coisa.

Eles foram, e, em seguida, e  a irmã Julie, que com dificuldade tinha sido capaz de ir tão a igreja, voltou em pleno vigor. A ferida foi fechada, e a irmã Julie estava perfeita e definitivamente curada.

O TERCEIRO MILAGRE

Marie Sagnier, de Fruges na diocese de Arras, uma freira da congregação da Sagrada Família, sofreu durante três meses de úlceras e abcessos em ambas as pernas. A doença foi diagnosticada como sendo uma afeição tuberculosa da carne e ossos.

Ela fez uma novena a Joana d'Arc. Na manhã do quinto dia os curativos se soltaram, a inflamação tinha desaparecido, as úlceras e os ferimentos foram curados, os ossos haviam se tornados firmes, e Marie Sagnier havia recuperado seu vigor antigo, que tem sido mantido desde então.

ORAÇÃO À SANTA JONA D'ARC


Ó mais pura Virgem e Gloriosa mártir Santa Joana da qual Deus e Seu Eterno Poder tem revelado para o mundo de modo a reviver a fé, a esperança e a caridade das almas cristãs.

Eu me prostro a vossos pés minha querida santa, digna ,virgem, cheia de graça e bondade e peço que receba as orações deste seu humilde servo e obtenha para mim a pureza de teu terrível sacrifício e a fortaleza de sua alma e faça com que eu resista aos mais terríveis ataques e que eu venha a sentir este seu amor ardente para o Nosso Senhor Jesus Cristo, amor este que os mais terríveis tormentos não o fez extinguir em ti .



Assim espero que seguindo este exemplo santo e imitando sua vida, eu possa um dia estar contigo no paraíso. Na hora de minha agonia final venha em meu socorro, fique ao meu lado e me conduza a presença de Jesus. Amém.




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