segunda-feira, 27 de maio de 2019

A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO



Vamos começar lendo Atos dos Apóstolos 14,1-28 e 15, 1-35.



O Apóstolo Paulo foi o responsável por levar a Igreja para fora dos muros de Jerusalém. É através deste grande homem, Apóstolo e evangelizador que nós, povos não judeus nos tornamos cristãos.
Por isso, é importante estudar as viagens Missionárias de Paulo para entendermos como foi a propagação e o crescimento da Igreja, os costumes, as perseguições, polêmicas e decisões.
Vamos dividir em três partes para maior compreensão. Neste primeiro bloco falaremos um pouco da primeira viagem missionária de Paulo.

A primeira viagem missionária do apóstolo Paulo começa de uma forma inesperada. Deus age por caminhos que não compreendemos.  Em At 14,1-7) diz que:  Ao serem expulsos de Antioquia, Paulo e Barnabé partiram para Icônio

Vamos observar no mapa como foi a viagem:




Em Icônio, Paulo e Barnabé, como de costume, foram à sinagoga. Ali falaram de tal modo que veio a crer grande multidão de judeus e gentios.
Mas os judeus que se tinham recusado a crer incitaram os gentios e irritaram-lhes os ânimos contra os irmãos.
Paulo e Barnabé passaram bastante tempo ali, falando corajosamente do Senhor, que confirmava a mensagem de sua graça realizando sinais e maravilhas pelas mãos deles.
O povo da cidade ficou dividido: alguns estavam a favor dos judeus, outros a favor dos apóstolos.
Formou-se uma conspiração de gentios e judeus, juntamente com os seus líderes, para maltratá-los e apedrejá-los.
Quando eles souberam disso, fugiram para as cidades licaônicas de Listra e Derbe, e seus arredores, onde continuaram a pregar as boas novas.

Nessa cidade, os dois apóstolos de modo firme e convincente; o resultado foi a conversão de muitos.
A pregação deles confirmava tão bem confirmando a doutrina que anunciavam  era feita  com tanta sinceridade convertendo inúmeras pessoas.
Nem todos se tornaram cristãos em Icônio, como já acontecera em outros lugares. Enquanto uns aceitaram o Evangelho, outros  rejeitaram-na. 
Os que se recusaram tornaram-se inimigos dos pregadores de Deus. Os judeus incrédulos envenenaram a mente dos gentios contra Paulo e Barnabé.
A oposição deles não deteve os evangelistas, pois "demoraram-se ali muito tempo".
Durante a sua permanência naquele lugar, Deus operou milagres pela ação dos Apóstolos em nome de Jesus através deles, confirmando assim que sua pregação era divinamente inspirada.
Os habitantes de Icônio se dividiram: "uns eram pelos judeus; outros pelos apóstolos". Paulo e Barnabé descobriram um plano feito para apedrejá-los e fugiram   com o intuito de salvarem suas vidas.
Resultado desta fuga:
(Ler Atos 14.8-20.) A etapa seguinte da viagem levou ambos a 60 km ao sul até Listra.
Ali, em Listra, Paulo curou um deficiente (coxo)  e isso teve consequências para ele e seu companheiro. 
O homem, deficiente de nascença, achava-se sentado, ouvindo a pregação. Paulo, vendo que aquele homem possuía fé ordenou-lhe que ficasse em pé. 

O homem imediatamente ficou curado, andou e pulou, dando provas de que se operara um milagre, pois nunca pudera andar antes.
Diante do milagre, o povo acreditava de que dois de seus deuses haviam tomado a forma humana.
Levaram-lhes tesouros para serem oferecidos a Paulo e Barnabé. Os apóstolos, em protesto, rasgaram suas vestes dizendo: "Senhores, por que fazeis isto? Nós somos homens como vocês..." 


Paulo e Barnabé deixam claro que eles eram apenas instrumentos de Deus e simples homens. (At 10,26).
Hoje, muitos ainda não entendem que os pregadores do evangelho não passam de simples homens. 

Não há mérito humano algum se é Deus através de Jesus e do Espírito Santo que faz a obra acontecer. Quando vemos pessoas anunciando curas e libertações por si próprias saibam que isso não vem de Deus. Os apóstolos eram claros em rejeitar qualquer tipo de recompensa e veneração de si mesmos quando operavam algum milagre.

Sabiam que eram simples homens e que era Deus quem agia e fazia a obra acontecer. Eles tinham a plena convicção que os milagres feitos através deles serviam para a conversão das pessoas, para construir o reino de Deus e para exaltar o nome do Senhor Jesus autor e santificador de todas as coisas.
Nenhum cristão está acima do outro seja em qual lugar ou denominação for. Todo batizado é um "sacerdote de Deus" responsável por levar a palavra de Deus em todo mundo – Mt 28 - 1Pe 2.5,9. 
Colocar o pregador um lugar de honra como se fosse um rei é obra do maligno. O Leigo, o sacerdote, o pregador e o missionário são serviçais seguindo o exemplo do Mestre Jesus que disse: “Vim para servir e não para ser servido” – Mt20, 28.

O Deverá ser humilde como o Senhor que na última Ceia como exemplo desceu ao chão para lavar os pés dos seus apóstolos: “Se eu, que sou o mestre e senhor vos lavei os pés, deveis também lavar os pés uns dos outros”. Jo 13, 14 – Ou seja, Jesus quer que sejamos humildes. Entre os cristãos não pode haver diferença de classe, cor, raça, posição social, etc.  
No sermão da montanha, (cap. V de Mateus) o Senhor Jesus nos diz que "felizes ou bem-aventurados são os humildes porque deles é o reino dos céus".   

Paulo e Barnabé recusaram as honras, confirmando não ser outra coisa senão apenas simples instrumentos de Deus na obra da salvação. Isto esclarece a atitude de Jesus. 
O apóstolos rejeitavam o culto prestado a eles, Cristo não só aceitou como aprovou aqueles que lhe rendiam culto. Quando Tomé exclamou: "Meu Senhor e meu Deus!", o Salvador não o reprovou por essas palavras (Jo 20.28,29; ver Mt 14.33 e Jo 9.35-38). Mas, enquanto estava cumprindo sua missão nesse mundo o Senhor Jesus rejeitou qualquer tipo de honraria se fazendo pobre e humilde servo. Depois de Ressuscitado Jesus aprova o culto porque já se manifestara como Deus, Juiz e Senhor.

Qual essa diferença? Jesus ser divino? Será que Ele aceitaria ser adorado como um ente divino se não passasse de homem?
Ao procurar convencer os adoradores, os apóstolos mostravam ao povo que não eram deuses em forma humana, mas, anunciadores do Evangelho.  "Anunciamos-vos o Evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo..." (vs. 15-16). 

Eles procuraram fazer com que os habitantes de Listra deixassem de servir a ídolos mortos Júpiter e Mercúrio e servissem o "Deus vivo". É interessante notar a semelhança entre essas palavras e a afirmação de Paulo aos tessalonicenses: "deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro" (1Ts 1.9).
Vejam que interessante:
Os apóstolos Paulo e Barnabé  levaram o Evangelho aos povos que adoravam os ídolos principalmente Júpiter e Mercúrio. Eram deuses falsos. Então, surge uma nova proposta: o Deus que eles anunciavam era o Deus verdadeiro e seu filho Jesus Cristo. Essa Igreja que ali nascia através dos convertidos passou depois da morte dos apóstolos passou a venerar os mesmos e aguardar seus ensinamentos. 
Enquanto na terra os Apóstolos e os demais cristãos eram simples homens. Assim como o Senhor Jesus que antes de sua Morte e Ressurreição também recusou ser adorado e se colocou na condição de servo.
Depois da sua Ressurreição o Senhor Jesus se manifesta glorificado, cujo é Deus, filho de Deus. Sumo e eterno Sacerdote (conforme nos apresenta o Apocalipse) e como tal passa a receber a adoração de toda a Igreja.
Esses mesmos homens e mulheres enquanto simples homens que tendo vivido suas vidas em prol e defesa do Evangelho na eternidade participam da glória e do triunfo de Cristo passam a receber as venerações devidas, e não adoração.  São os santos (as).
Os cristãos ao longo da história conservaram desses antecessores não só os seus ensinamentos, mas, os seus preceitos e costumes cristãos que eles receberam diretamente do Senhor Jesus. É a chamada Sagrada Tradição que precede a Bíblia no Novo Testamento e da qual sem ela não teria se firmado nem escrito os Evangelhos. Portanto, sem a Sagrada Tradição não se firmaria a Sagrada Escritura no que se refere ao Novo Testamento, pois, a Bíblia partiu do ensinamento  Oral dos Apóstolos e não o contrário. É verdadeira a afirmação de que a Bíblia só existe porque a Igreja existe. Sem a Sagrada Tradição não haveria sustentabilidade e credibilidade dos Evangelhos. 
Com a morte dos Apóstolos e daqueles que conviveram mais de perto com eles ( a era apostólica), ao longo dos tempos surgiu a necessidade de escrever a doutrina dos Apóstolos e os Evangelhos para que não se perdesse a origem dos ensinamentos. 
Contudo, desde a era Apostólica a Igreja conserva a Sagrada Tradição e o ensinamento da Igreja é o mesmo desde o tempo dos Apóstolos. É por isso que a Igreja é chamada de Católica e Apostólica porque: a) Conserva o mesmo ensinamento e o mesmo culto e, b) é apostólica porque possui a sucessão Apostólica de Pedro, Paulo e os demais apóstolos. E é católica porque é uma só em todo mundo: Um só culto, um só batismo e uma só fé.               
Outro acontecimento que aconteceu dentro da Igreja (foi um processo) ao longo do tempo foi a conservação dos valores cristãos, a obra e o testemunho desses homens que mesmo em simplicidade viveram de maneira íntima as virtudes evangélicas por eles ensinadas não só dos santos Apóstolos, mas de todos os outros que viveram em santidade, conservando a memória destes mesmos homens e mulheres que chamamos de “santos”. 
Os cristãos desde os primeiros séculos acreditavam na intercessão dos santos principalmente dos mártires. Eles não só oravam por eles, como lhes pediam intercessão. É um costume antigo venerar e honrar a memória dos santos. A Igreja primitiva já acreditava que o Corpo Místico de Cristo não acabava com a morte mas, essa Igreja continuava na eternidade. E desde os primeiros séculos a Igreja venerava também a Santíssima Virgem Maria como Mãe de Deus o que viria a ser confirmado depois pelo Concílio de Éfeso a Teotókos - Maria Mãe de Deus.   
Como a Igreja é uma só; a Igreja celeste é uma continuidade da Igreja Peregrina (terrestre), esses homens e mulheres, então, chamados por nós de “santos” são aqueles aos quais deixaram para nós o testemunho de exemplo e humildade evangélica. Foram pessoas como nós mas, que de maneira especial abraçaram a Fé de forma concreta e deram suas vidas em virtude desta mesma Fé. Então, a santidade deles não começou lá na eternidade, mas, começou aqui na terra. É daqui para lá que as coisas caminham.
E já nos primeiros séculos do cristianismo surge também outro costume: a iconografia (as pinturas e imagens dos santos) que é a maneira de representar, venerar, lembrar e honrar a memória dessas pessoas que chamamos de “santos”, desde Nossa Senhora até os santos Apóstolos. 

Isso não foi reprovado pelos Apóstolos e seus sucessores. Porque eles sabiam diferenciar o culto de "dulia" e "latria", diferente da idolatria  cujo era adorar as imagens dos deuses falsos como vimos anteriormente, Júpiter e Mercúrio.
Sabiam que a iconografia dos santos e da Virgem Maria nada mais eram do simples representações que serviam para lembrar e memória daqueles que os antecederam na fé, cujos, deixaram seu testemunho de fiel adesão a Cristo. E como tais, agora, já na eternidade podiam a ser venerados (não adorados) por estarem perpetuamente participando na Eternidade deste Real Sacerdócio de Cristo.   
Continuando...    
Mesmo não sendo deuses, Paulo e Barnabé eram mensageiros do Deus único e verdadeiro, apresentado por eles ao povo de Listra. As estações chuvosas e as frutíferas foram dadas como testemunho da existência de Deus, a fim de convencer os ouvintes do poder divino. Todas as coisas feitas por Deus são testemunhas indiscutíveis de que Jesus é Deus e que Ele vive (Sl 19.1; Rm 1.20).
Com dificuldade impediram o povo de lhes oferecer sacrifícios, apesar dos seus protestos contra a atitude deles.
Os seus inimigos o apedrejaram-no e o deixaram quase morto. Foi então que ele foi arrastado para fora da cidade, como um animal. Os discípulos o rodearam. Não se sabe qual foi o tempo, mas, porém, dá para imaginar a alegria deles ao verem que Paulo mesmo ferido estava vivo para a glória de Deus. O fato de prosseguirem viagem no dia seguinte mostra que trataram bem dele.
No início, o povo estava disposto a oferecer sacrifícios a Paulo e Barnabé, julgando-os deuses; pouco depois apedrejaram a Paulo e quase o mataram. Não se deve medir a "popularidade" de uma doutrina ou prática, considerando-a uma evidência de sua origem divina. O que hoje é popular pode vir a ser rejeitado amanhã.

Em Derbe e de volta à Antioquia
At 14,21-28. Podemos imaginar os sentimentos de Paulo e Barnabé ao se aproximarem de Derbe. Como seria a reação deles e o receio de serem maltratados como nas outras cidades.
Ali também era outro local de paganismo... Seu desejo de ver a igreja de Cristo implantada ali, apesar da ameaça de perseguição. Mesmo assim fizeram muitos discípulos, com relação aos seus trabalhos em Derbe.
Paulo não estava longe da cidade de Tarso, sua terra natal, quando chegou a Derbe. Se quisesse abandonar seu ministério e visitar a família poderia ter feito. Mas, não. Ele pensou nos discípulos de Cristo que fizera e compreendeu que a perseguição que o expulsara de cidade em cidade, seria agora dirigida contra os novos convertidos. Com o propósito de fortalecer (e talvez por hora proteger sua família) os discípulos, ele e Barnabé retrocederam.
A responsabilidade em relação a uma pessoa não acaba quando ela aceita Jesus.
Aquele que ensina e batiza, deve então ensinar a guardar todas as coisas.” (Mt 28.20), conforme as instruções de Cristo. Ensinar os novos cristãos é um dever imposto por Cristo.
Paulo voltou às várias cidades, fortalecendo e encorajando os discípulos, cumprindo as ordens de Jesus, ensinando-os a guardar todas as coisas.
A confirmação ocorre depois que a pessoa já está salva e foi acrescentada à igreja. Por isso que é importante o Sacramento da Confirmação ou da Crisma. O cristão é chamado e confirmado na fé que recebeu, tornando um “soldado de cristo”, isto é, ao mesmo tempo em que espalha reino de Deus, defende sua fé.
O indivíduo não se torna membro da igreja através de um processo, mas é Deus que faz o acréscimo. Paulo confirmou os novos cristãos, encorajando-os a continuarem na fé.
"E, promovendo-lhes em cada igreja a eleição dos presbíteros..." (v. 23). (Organização do Corpo Eclesial – a hierarquia da Igreja) partiu daí. Eles foram indicados para cada igreja .
Quem são os presbíteros?
Os presbíteros são  também chamado de “padres” são pessoas consagradas para estar à frente das igrejas, para assistir as comunidades, para Pregar a Palavra de Deus, ensinar, celebrar a Eucaristia e administrar os sacramentos. 

Os presbíteros representam o próprio Cristo, se torna um “pai” e “pastor” espiritual de seu povo dentro da Diocese em comunidades uma ou mais comunidades rurais ou urbanas localidades chamadas de Paróquias. 

O presbítero ou padre deve obediência, ao seu bispo; o bispo deve obediência ao Papa que é o bispo de Roma e sucessor de São Pedro no qual Jesus deixou fundada sua Igreja.
Já o bispo é o sucessor dos Apóstolos responsável por uma região maior, (ou Estado) conhecemos como Diocese. A Diocese compreende várias cidades. 
Colocar um presbítero com autoridade sobre várias igrejas é contrária à ordem dada por Deus. Em 1Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9 encontramos as qualificações para os homens escolhidos e nomeados como presbíteros. É por isso que cada Paróquia tem seu Pároco e um padre ou presbítero auxiliar que chamamos de “vigário”.
Ao completar o trabalho de visitar novamente e encorajar as novas igrejas, aqueles grandes pregadores voltaram para a igreja de Antioquia. Paulo e Barnabé relataram que fizeram em nome de Deus muitas coisas. Esses homens de espírito humilde não contaram o que tinham feito a favor de Deus, mas o que Deus fizera com eles; considerando-se assim simples instrumentos de Deus.
E agora, circuncisão ou batismo?
Atos 15,1-5.) A opinião que provocou problemas, foi expressa da seguinte maneira por seus defensores: "Se não forem circuncidados segundo Moisés, não podem ser salvos".
A lei de Moisés exigia que todos os judeus do sexo masculino fossem circuncidados  conforme Gên 17,9-14) e eles queriam que os gentios também obedecessem a essa lei, depois de convertidos. Os irmãos que defendiam esse ponto de vista em Antioquia tinham vindo da Judéia, onde o evangelho fora pregado em primeiro lugar.
Foi em Antioquia que se discutiu a questão da circuncisão.
Paulo e Barnabé não aceitaram a prática. A fim de resolver o difícil problema, os irmãos resolveram enviar Paulo, Barnabé e outros a Jerusalém, a fim de discutirem nessa cidade o assunto da circuncisão com os apóstolos e presbíteros.
Desde que Paulo recebera o evangelho por revelação divina, direta (Gl 1.11-12) e estava, portanto certo de sua posição, e  desde que sua ida a Jerusalém envolvia a idéia de que ele não possuía tanta autoridade quanto os apóstolos e presbíteros que ali se achavam, é provável que se recusasse a ir, se isso não fosse expressamente ordenado pelo Senhor (ver Gl 2.2). O plano divino não era unicamente resolver a questão da igreja de Antioquia nesse terreno, mas de todo o mundo, em todas as épocas.
A igreja de Jerusalém recebeu alegremente os irmãos de Antioquia. Paulo e Barnabé relataram tudo o que Deus fizera com eles em terras pagãs. Mas, alguns dos irmãos (fariseus que se tinham tornado cristãos), afirmaram que Paulo e seu companheiro deixaram de ensinar aos gentios convertidos um mandamento da maior importância: serem circuncidados e guardarem a lei de Moisés.
Atos 15.6-21. Houve muita discussão quando os irmãos se reuniram para discutir o caso da circuncisão. Alguns discursos feitos pelos irmãos mais proeminentes foram preservados para nosso conhecimento.
Pedro dá a última palavraa palavra do  Primeiro Papa.
O discurso de Pedro (At 15,7-11)
Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o a Lei de Moisés, não podeis salvar-vos.
Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão.
E eles, sendo acompanhados pela igreja, passavam pela Fenícia e por Samaria, contando a conversão dos gentios; e davam grande alegria a todos os irmãos.
E, quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles.
Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.
Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.
E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Homens irmãos sabeis bem que já há muito tempo Deus me elegeu dentre nós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e cressem.
E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós;
E não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé.
Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?
Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também.
Os seguintes fatos importantes foram apresentados à assembleia: Pedro lembrou aos irmãos que:
Ele pregara inicialmente aos gentios, mencionando os acontecimentos ocorridos na sua visita à casa de Cornélio (At 10).
Deus confirmou a sinceridade da conversão deles, derramando o seu Espírito Santo sobre os mesmos.
Deus não fez distinção entre judeu e gentio, pois ambos foram purificados da mesma maneira (pela fé). Já que Deus não fazia essa distinção, por que os homens deveriam fazê-la? Deus aceitara os gentios, não os obrigando a serem circuncidados nem seguirem a lei de Moisés. Os judeus se haviam colocado na posição ridícula de rejeitar aqueles que o próprio Senhor aceitara.
Os judeus estavam impondo um jugo aos gentios convertidos, cujo peso os próprios judeus não conseguiram suportar.
Pedro declarou sua convicção de que tanto os judeus como os gentios foram salvos pela graça de Cristo. Isto envolve necessariamente a idéia de que eles não foram salvos pela circuncisão nem por obedecer à lei de Moisés.
Discurso de Barnabé e Paulo  - At 15.12.
Os dois relataram os milagres operados por Deus entre os gentios, que não eram circuncidados através deles. Esses milagres mostraram que Deus aprovava os gentios, apesar de não serem circuncidados nem guardarem a lei de Moisés.

Discurso de Tiago, primeiro bispo de Jerusalém At 15.13-21.
Ele reportou-se aos profetas do Antigo Testamento, provando que haviam anunciado exatamente aquilo que Pedro já dissera em seu discurso.
Tiago concluiu, declarando que os gentios convertidos a Deus não deviam ser "perturbados"; isto é, obrigados à circuncisão e obediência à lei de Moisés. Propôs também que escrevessem uma carta, exortando os gentios a se absterem das contaminações dos ídolos, da incontinência da carne, de comerem animais sufocados e do sangue.
. Os discursos pronunciados por Pedro, Barnabé, Paulo e Tiago fizeram tal impacto que silenciaram os partidários do judaísmo. Atos 15.22-29
 A sugestão de Tiago foi aceita por todos, pois agradou toda a igreja. Tendo escolhido dentre eles homens para enviá-los juntamente com Paulo e Barnabé à Antioquia. Foram Judas, também chamado Barsabás e Silas, homens notáveis entre os irmãos.
A carta dos irmãos de Jerusalém negou toda responsabilidade pelo que havia sido ensinado por aqueles que deram início às divisões na igreja de Antioquia por causa da circuncisão. A carta menciona em seguida os irmãos escolhidos para acompanhar "nossos amados Barnabé e Paulo", terminando com a exortação aos gentios feita no discurso de Tiago.
Esta reunião em Jerusalém dá apoio à prática moderna da realização dos concílios, sínodos, assembleias e conselhos com o propósito de ditar leis para a igreja.
O conselho ou concílio era formado de representantes das congregações de um distrito, sem importar o seu tamanho. A igreja de Antioquia simplesmente enviou os irmãos a Jerusalém para consultarem os apóstolos e presbíteros. Ao longo da história da Igreja houve vários concílios. Sempre que a Igreja precisa discutir e definir alguma coisa em matéria de fé ela se reúne em Concílios. O último que conhecemos é o Concílio Vaticano II.

As circunstâncias especiais em que foi realizada o primeiro Concílio foram especiais. Não houve uma decisão à parte de Paulo e Barnabé. Mas, a questão foi apresentada aos demais apóstolos; e a palavra final coube a Pedro e ao bispo de Jerusalém, Tiago. 
É assim que acontece até hoje com a Igreja, em todas as épocas. A igreja é um reino (Cl 1.13), e como um reino, as decisões e questões de fé não podem ser tomadas sozinhas. Elas devem ser discutidas e aprovadas pelos bispos para depois serem apresentadas a toda comunidade no mundo inteiro.
Cristo é o Rei e Senhor e cabeça da Igreja (1Tm 6.13-15). Na sua qualidade de Rei, ele estabeleceu os Apóstolos e seus sucessores para o governo e observância de todas as leis da igreja.
A Igreja tem necessidade de assembleias para propor as suas leis, regras e definições, pois, é através dela a sua Igreja, pela sua doutrina ou ensinamentos, no qual  conduz o homem que à sua Palavra, a fim de que o homem de Deus  se torne perfeito. E o homem assim se torne perfeitamente habilitado para toda boa obra (2Tm 3,16-17).
At15.30-35.) Quando Paulo, Barnabé, Judas e Silas chegaram a Antioquia, a Igreja reuniu-se para ouvir a leitura da carta enviada pela Igreja de Jerusalém. O conteúdo da mesma causou muita alegria entre os cristãos daquela cidade.
Paulo escreveu mais tarde sobre o resultado desta reunião. (Gl 2,1-10), relatando que os apóstolos o apoiaram e "nada me acrescentaram", como certamente fariam se fossem a favor da circuncisão e da obediência à lei de Moisés. 

Tito, o gentio não era circuncidado, serviu de exemplo. Paulo recusou terminantemente mandar circuncidá-lo, apesar de alguns terem dito que isso era essencial para a sua salvação. Quando Tito foi finalmente aceito, ficou então provado que a circuncisão e a obediência à lei de Moisés não eram elementos essenciais da salvação.
A palavra de Deus é o nosso manual em religião. Toda polêmica ou dúvida pode ser resolvida através dela (ls 8.20, 2Tm 3.16-17).
Cabe a Igreja Zelar para que os ensinamentos sejam preservados. É por isso que temos como base esses três elementos: 1) a Sagrada Tradição, 2) A Palavra de Deus e 3) O Magistério da Igreja
Desse modo, se alguém falar, que fale de acordo com pela sua Palavra e pelos ensinamentos da Igreja ." (1Pe 4.11;  2Jo 9). Porque foi a Pedro e aos Apóstolos que Jesus confiou o depósito da Fé.
É preciso aprender que a Bíblia e a Sagrada Tradição andam juntas. A última palavra é a da Igreja. É a Igreja que tem o poder de interpretar as Escrituras. E toda doutrina dela tem que estar de acordo com a Escritura e com a Sagrada Tradição.
Não basta apenas a Bíblia. Lembremos do primeiro concílio. Quando no momento preciso, mesmo tendo a lei,  não foi da lei a palavra final; quem definiu o que era ou não certo foi a Igreja.  A palavra final foi da Igreja na pessoa de seu chefe espiritual Pedro e do bispo Tiago.   
É a Igreja quem define sobre todas as verdades de fé. A Igreja é o alicerce coluna e sustentáculo desta mesma fé que Jesus entregou aos Apóstolos.

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