quarta-feira, 1 de novembro de 2023

MARIA DE NAZARÉ TEVE OUTROS FILHOS?

          

Os protestantes afirmam, sem nenhuma base bíblica que Maria de Nazaré teve outros filhos além de Jesus. Como argumento usam a passagem bíblica de Mc6, 3: "Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, Joset, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós? ...

Se Jesus teve outros irmãos, como então a Igreja insiste na defesa de que Maria de Nazaré é virgem, foi virgem antes, durante e depois do parto?

 

Não é bem assim. Como vamos aprender, que a Igreja sempre pregou a verdade. E que na Sagrada Escritura, (aliás em qualquer outro texto), não podemos pegar um parágrafo ou um versículo sem saber "contexto" e aplicar sem lógica, sem estudo. É preciso antes entender toda a história contada pelo autor para compreender o sentido do texto em questão. É o que acontece nesse caso onde aparece os supostos "irmãos" de Jesus. E quando lemos todo o texto e pesquisamos mais a fundo descobrimos do que o autor está se referindo. A palavra irmão, na cultura hebraica se refere às duas situações aos irmãos consanguíneos e ao grau de parentesco, no caso, os parentes primos e uma outra, a nacionalidade como um todo, os judeus chamam uns aos outros de irmãos, e por razões de Fé por serem descendentes de Abraão, portanto, filhos de Abraão são "irmãos". Logo, o autor evangelista (que era judeu) vai usar a palavra "irmãos" para se referir aos parentes de Jesus e Maria como "irmãos".   

 

 São sete os textos do Novo Testamento que mencionam irmãos de Jesus:

 

          Marcos 6,3; Marcos 3,31-35; João 2,12;7,2-10; Atos 1,14; Gálatas 1,19; 1Coríntios 9,5.

 

          Chamavam-se, conforme Marcos 6,3; Mateus 13,55s: Tiago, José, Judas e Simão.

 

Vejamos quem eram eles segundo os Evangelhos:

 

Jesus, Filho Único

1) Lc 2,41-52. Jesus, aos doze anos, foi com José e Maria a Jerusalém, permanecendo aí os sete dias da festa de Páscoa (ver Lc 2,43). Contando com os dias de viagem de ida e volta deve ter ficado cerca de quinze dias fora de casa. Ora, Maria não pode ter deixado no lar, e por tanto tempo, filhos pequenos. Donde se conclui com muita verossimilhança que aos doze anos Jesus era filho único? Esta conclusão é confirmada pelo texto seguinte:

2) Jo 19,26s. Jesus ao morrer, confiou sua mãe a João, Filho de Zebedeu, membro de outra família. Este gesto do Senhor seria incompreensível, se Maria tivesse outros filhos em casa.

O Novo Testamento nunca fala de filhos de Maria e José. Jesus é dito “filho de José”, “suposto” em Lc 3,23; é dito: “o filho de Maria” (com artigo) em Mc 6,3. O Evangelho nunca diz: “a Mãe de Jesus e seus filhos”, embora isso fosse muito natural se ela tivesse muitos filhos (ver Mc 3,31-35; At 1,14). O Evangelho se refere sempre a “Maria e os irmãos de Jesus”.

Estas considerações dão a concluir que Jesus era filho único de Maria. – Porque então os Evangelhos falam de irmãos de Jesus?

 Por que “irmãos…”?

O aramaico, que os judeus falam no tempo de Jesus e que os Evangelistas supõem, era uma língua pobre de vocabulário. A palavra aramaica e hebraica “Ha” podia significar não somente os filhos dos mesmos genitores, mas também os primos ou até parentes mais distantes. No Antigo Testamento vinte passagens atestam esse significado amplo de irmão. Assim, por exemplo:

Gn 13,8: Abraão disse a seu sobrinho Lot, filho do seu irmão: “somos irmãos”. Ver também Gn 14, 14-16.

Gn 29,12.15: Jacó se declara irmão de Labão, quando na verdade era filho de Rebeca, irmã de Labão.

Gn 31, 23 refere que com seus irmãos, isto é, com seus parentes de sexo masculino, foi ao encalço de Jacó.

1Cor 23,21-23: “Os filhos de Maerati foram Moholi e Musi. Os filhos de Moholi foram Ecleázaro e Cis. Ecleázamo morreu sem ter filhos, mas apenas filhas; os filhos de Cis, seus irmãos (=primos), as tomaram por mulheres”..

Ver ainda 1Cor 15,5; 2Cor 36,10; 2Rs 10,13; Jz 9,3; 1Sm 20,29….

Na base desta verificação, não teremos dificuldades de compreender que “os irmãos "de Jesus eram, na verdade, primos de Jesus. Este parentesco se deduz dos seguintes textos:

 

Em Mt 27,56 lê-se: “Estavam ali (no Calvário), a observar de longe…, Maria de Mágdala, Maria Mãe de Tiago e de José, e a mãe de dos filhos de Zebedeu”.

 

Essa Maria, mãe de Tiago, não é esposa de São José, mas Cleofas, conforme Jo 19,25; era também irmã de Maria Mãe de Jesus, como se lê abaixo:

Jo 19,25: “Estavam junto à cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas, e Maria de Mágdala”.

Pois bem; os nomes Cleofas e Alfeu designam em grego a mesma pessoa, pois são formas gregas do nome aramaico Claphai. Ora, o mais antigo historiador da Igreja, Hegesipo, nos diz que Cleofas e Maria de Cleofas tiveram como filhos Tiago, José, Judas e Simão. Estes, portanto, eram primos de Jesus. O fato de que no Evangelho sempre aparecem com Maria embora não fossem filhos, mas sobrinhos de Maria, se explica do seguinte modo:

 

No judaísmo antigo, a mulher não costumava apresentar-se sozinha em público, mas sempre acompanhada por parentes próximos do sexo masculino. Ora, julga-se que José, esposo de Maria, tenha falecido antes do início da vida pública de Jesus; quando Jesus saiu de casa para iniciar sua missão, Maria passou a ser acompanhada pelos irmãos de Jesus, que eram sobrinhos de Maria.

Uma vez explicado o parentesco, consideramos algumas objeções.

 

 Objeções

1) “Até que…” (Mt 1, 25)

Lê-se em Mateus 1,25: “José não conheceu Maria".

 

Não teve relações com Maria até que ela desse à luz um filho (Jesus)”. Significa isto que, depois de ter dado à luz Jesus, Maria teve relações conjugais com José?

Não necessariamente. A expressão “até que” corresponde ao hebraico ad ki. Ora, esta partícula na Escritura ocorre para designar apenas o que se deu (ou não se deu) no passado sem indicação do que havia de acontecer no futuro. Tenhamos em vista, por exemplo, Gênesis 8,7: O corvo que Noé soltou após o dilúvio, não voltou à arca. Ver também Salmo 109 (110), 1.

Ainda hoje usa-se semelhante modo de falar, quando, por exemplo, se diz: “tal homem morreu antes de ter realizado seus planos” ou “antes de ter pedido perdão”. Isso não significa que, depois da morte, o defunto realizou seus planos ou pediu perdão…. Vê-se que, nestes casos, há referências ao passado, prescindindo do futuro, como no caso de Mateus 1,25. Por conseguinte, poderíamos traduzir este versículo como se segue: “Sem que ele (José) a tivesse conhecido (isto é, tomado em consórcio marital), ela (Maria) deu à luz…”.

 

JESUS é filho “Primogênito” (Lucas 2,7)

Lê-se em Lucas 2,7: “Maria deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura”..

O termo “primogênito” não significa que Maria tenha tido outros filhos após Jesus. Em hebraico bekor, primogênito, podia designar simplesmente “o bem-amado”, pois o primogênito é certamente aquele dos filhos no qual durante certo tempo se concentra todo o amor dos pais; além disto, o primogênito era pelos hebreus julgado alvo de especial amor da parte de Deus, pois devia ser consagrado ao Senhor desde os seus primeiros dias (cf. Lc 2,22; Ex 13,2;34,19). A palavra “primogênito” podia mesmo ser sinônimo de “unigênito”, pois um e outro vocábulo na mentalidade semita designam “o bem-amado”. Tenhamos em vista que transpassaram, chorá-lo-ão como se chora um filho unigênito; chorá-lo-ão amargamente como se chora um “primogênito”.

 

Mesmo fora da terra de Israel podia-se chamar “primogênito” o menino que não tivesse nem irmã mais jovem. É o que atesta uma inscrição sepulcral judaica datada de 5 a.C. e descoberta em Tell-el-Yedouhieh (Egito) no ano de 1922; lê-se aí que uma jovem mulher chamada Arsinoé morreu “nas dores do parto do seu filho primogênito”. Notemos neste texto o modo de falar que observamos a respeito de Mt 12,5; “primogênito” vem a ser apenas o filho antes do qual não houve outro, não não necessariamente aquele após o qual houve outros..

Estas considerações dão a ver claramente que não se podem apoiar na Bíblia aqueles que querem atribuir a Maria a maternidade de muitos filhos. (Fonte: Livro “Quinze Questões de Fé” – Dom Estevão – Ed. Santuário)

IRMÃOS DE JESUS OU PRIMOS? 

 Vejamos: João 19, 25

“E junto a cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, mulher de Cleófas (ou Clopas em algumas traduções), e Maria Madalena”.

 O versículo mostra três Marias, junto à cruz.

São João nos dá uma chave para entender que se Maria tivesse outros filhos, após a morte de Jesus (que era o mais velho), ela seria entregue aos cuidados dos seus irmãos mais novos. Pois, a Lei de Moisés dizia que a viúva deveria ser acolhida pelos filhos e em caso da falta de filho(s) ela deveria se casar com o parente mais próximo e seus bens passaria para este novo marido. Logo, Jesus sabendo que era Filho único deixou sua mãe aos cuidados de João, que desde então cuidou dela até sua ida para o céu. Assim diz o texto do Evangelho:

"Perto da cruz de Jesus, permaneceu de pé sua mãe, a irmã de sua mãe Maria, mulher de Clopas e Maria Madalena. Vendo a mãe e perto dela, o discípulo que amava, disse à mãe "Mulher, eis aí teu filho!" Depois disse ao discípulo: "Eis tua mãe!" E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em casa. Jo19, 25-27. Com isso, São João deixa claro que Maria não teve outros filhos, senão Nosso Senhor Jesus Cristo.  

 

Mateus 13, 55

“Não é este (Jesus) o filho do carpinteiro? E não conhecemos sua mãe e seus irmãos Tiago, e José, Simão e Judas”

O versículo sozinho, sem ser contextualizado, deixa bem claro que Maria mãe de Jesus, teve vários filhos, mas, ao ler o contexto percebemos que não é assim.

Marcos 15, 40

“E também ali estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais, também Maria Madalena, e Maria mãe de Tiago, e de José e Salomé”

Quem foi a mãe de Tiago, José, e Salomé?

A irmã da Mãe de Jesus, Maria mulher de Cléofas (Cf. João 19,25), portanto era a tia de Jesus.

Talvez você ainda queira perguntar: e Judas?

Judas 1, 1

“Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago...”

Ou seja, Judas, era irmão de Tiago, José e Salomé (Cf. Marcos 15,40), filhos de Maria mulher de Cléofas. Essa Maria era irmã de Maria mãe de Jesus, logo, Tiago, José, Judas e Salomé eram primos de primeiro grau de Jesus.

João 19, 26-27

Jesus, vendo ali a sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis ai o teu filho; depois disse ao discípulo: eis ai a tua mãe...”

Como fidelíssimo observador da Lei de Moisés, Jesus não podia, na hora da sua morte na cruz, confiar sua mãe a João apóstolo, mas devia tê-la confiado ao filho mais idoso, se ela de fato os tivesse.

Conclusão:

“Os irmãos” (primos) de Jesus, tão frequentemente mencionados no Novo Testamento, nunca são chamados filhos de Maria, a mãe de Jesus e nem tampouco de José.

Na linguagem bíblica “irmão” é frequentemente usado em lugar de primo, sobrinho, parente.

Exemplo: Em Gêneses 13,8 Abraão diz a Ló: “Somos irmãos”. No entanto Ló era filho de Aran, que era irmão de Abraão, portanto seu sobrinho, confira em (Gêneses 11, 27-31). Existem outras citações, porém encerro por aqui.

 

 

Os protestantes afirmam, sem nenhuma base bíblica que Maria de Nazaré teve outros filhos além de Jesus. Como argumento usam a passagem bíblica de Mc6, 3: "Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, Joset, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós? ...

Se Jesus teve outros irmãos, como então a Igreja insiste na defesa de que Maria de Nazaré é virgem, foi virgem antes, durante e depois do parto?

 

Não é bem assim. Como vamos aprender, que a Igreja sempre pregou a verdade. E que na Sagrada Escritura, (aliás em qualquer outro texto), não podemos pegar um parágrafo ou um versículo sem saber "contexto" e aplicar sem lógica, sem estudo. É preciso antes entender toda a história contada pelo autor para compreender o sentido do texto em questão. É o que acontece nesse caso onde aparece os supostos "irmãos" de Jesus. E quando lemos todo o texto e pesquisamos mais a fundo descobrimos do que o autor está se referindo. A palavra irmão, na cultura hebraica se refere às duas situações aos irmãos consanguíneos e ao grau de parentesco, no caso, os parentes primos e uma outra, a nacionalidade como um todo, os judeus chamam uns aos outros de irmãos, e por razões de Fé por serem descendentes de Abraão, portanto, filhos de Abraão são "irmãos". Logo, o autor evangelista (que era judeu) vai usar a palavra "irmãos" para se referir aos parentes de Jesus e Maria como "irmãos".   

 

 São sete os textos do Novo Testamento que mencionam irmãos de Jesus:

 

          Mc 6,3; Mc 3,31-35; Jô 2,12;7,2-10; At 1,14; Gl 1,19; 1Cor 9,5.

 

          Chamavam-se, conforme Mc 6,3; Mt 13,55s: Tiago, José, Judas e Simão.

 

Vejamos quem eram eles segundo os Evangelhos:

 

1 – Jesus, Filho Único

1) Lc 2,41-52. Jesus, aos doze anos, foi com José e Maria a Jerusalém, permanecendo aí os sete dias da festa de Páscoa (ver Lc 2,43). Contando com os dias de viagem de ida e volta deve ter ficado cerca de quinze dias fora de casa. Ora, Maria não pode ter deixado no lar, e por tanto tempo, filhos pequenos. Donde se conclui com muita verossimilhança que aos doze anos Jesus era filho único? Esta conclusão é confirmada pelo texto seguinte:

2) Jo 19,26s. Jesus ao morrer, confiou sua mãe a João, Filho de Zebedeu, membro de outra família. Este gesto do Senhor seria incompreensível, se Maria tivesse outros filhos em casa.

O Novo Testamento nunca fala de filhos de Maria e José. Jesus é dito “filho de José”, “suposto” em Lc 3,23; é dito: “o filho de Maria” (com artigo) em Mc 6,3. O Evangelho nunca diz: “a Mãe de Jesus e seus filhos”, embora isso fosse muito natural se ela tivesse muitos filhos (ver Mc 3,31-35; At 1,14). O Evangelho se refere sempre a “Maria e os irmãos de Jesus”.

Estas considerações dão a concluir que Jesus era filho único de Maria. – Porque então os Evangelhos falam de irmãos de Jesus?

 Por que “irmãos…”?

O aramaico, que os judeus falam no tempo de Jesus e que os Evangelistas supõem, era uma língua pobre de vocabulário. A palavra aramaica e hebraica “Ha” podia significar não somente os filhos dos mesmos genitores, mas também os primos ou até parentes mais distantes. No Antigo Testamento vinte passagens atestam esse significado amplo de irmão. Assim, por exemplo:

Gn 13,8: Abraão disse a seu sobrinho Lote, filho do seu irmão: “somos irmãos”. Ver também Gn 14, 14-16.

Gn 29,12.15: Jacó se declara irmão de Labão, quando na verdade era filho de Rebeca, irmã de Labão.

Gn 31, 23 refere que com seus irmãos, isto é, com seus parentes de sexo masculino, foi ao encalço de Jacó.

1Cor 23,21-23: “Os filhos de Maerati foram Moholi e Musi. Os filhos de Moholi foram Ecleázaro e Cis. Ecleázamo morreu sem ter filhos, mas apenas filhas; os filhos de Cis, seus irmãos (=primos), as tomaram por mulheres”..

Ver ainda 1Cor 15,5; 2Cor 36,10; 2Rs 10,13; Jz 9,3; 1Sm 20,29….

Na base desta verificação, não teremos dificuldades de compreender que “os irmãos "de Jesus eram, na verdade, primos de Jesus. Este parentesco se deduz dos seguintes textos:

 

Em Mt 27,56 lê-se: “Estavam ali (no Calvário), a observar de longe…, Maria de Mágdala, Maria Mãe de Tiago e de José, e a mãe de dos filhos de Zebedeu”.

 

Essa Maria, mãe de tiago, não é esposa de São José, mas Cleofas, conforme Jo 19,25; era também irmã de Maria Mãe de Jesus, como se lê abaixo:

Jo 19,25: “Estavam junto à cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas, e Maria de Mágdala”.

Pois bem; os nomes Cleofas e Alfeu designam em grego a mesma pessoa, pois são formas gregas do nome aramaico Claphai. Ora, o mais antigo historiador da Igreja, Hegesipo, nos diz que Cleofas e Maria de Cleofas tiveram como filhos Tiago, José, Judas e Simão. Estes, portanto, eram primos de Jesus. O fato de que no Evangelho sempre aparecem com Maria embora não fossem filhos, mas sobrinhos de Maria, se explica do seguinte modo:

 

No judaísmo antigo, a mulher não costumava apresentar-se sozinha em público, mas sempre acompanhada por parentes próximos do sexo masculino. Ora, julga-se que José, esposo de Maria, tenha falecido antes do início da vida pública de Jesus; quando Jesus saiu de casa para iniciar sua missão, Maria passou a ser acompanhada pelos irmãos de Jesus, que eram sobrinhos de Maria.

Uma vez explicado o parentesco, consideramos algumas objeções.

 

 Objeções

1) “Até que…” (Mt 1, 25)

Lê-se em Mt 1,25: “José não conheceu Maria".

 

Não teve relações com Maria até que ela desse à luz um filho (Jesus)”. Significa isto que, depois de ter dado à luz Jesus, Maria teve relações conjugais com José?

Não necessariamente. A expressão “até que” corresponde ao hebraico ad ki. Ora, esta partícula na Escritura ocorre para designar apenas o que se deu (ou não se deu) no passado sem indicação do que havia de acontecer no futuro. Tenhamos em vista, por exemplo, Gn 8,7: O corvo que Noé soltou após o dilúvio, não voltou à arca. Ver também Sl 109 (110), 1.

Ainda hoje usa-se semelhante modo de falar, quando, por exemplo, se diz: “tal homem morreu antes de ter realizado seus planos” ou “antes de ter pedido perdão”. Isso não significa que, depois da morte, o defunto realizou seus planos ou pediu perdão…. Vê-se que, nestes casos, há referências ao passado, prescindindo do futuro, como no caso de Mt 1,25. Por conseguinte, poderíamos traduzir este versículo como se segue: “Sem que ele (José) a tivesse conhecido (isto é, tomado em consórcio marital), ela (Maria) deu à luz…”.

 

JESUS é filho “Primogênito” (Lc 2,7)

Lê-se em Lc 2,7: “Maria deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura”..

O termo “promogênito” não significa que Maria tenha tido outros filhos após Jesus. Em hebraico bekor, primogênito, podia designar simplesmente “o bem-amado”, pois o primogênito é certamente aquele dos filhos no qual durante certo tempo se concentra todo o amor dos pais; além disto, o primogênito era pelos hebreus julgado alvo de especial amor da parte de Deus, pois devia ser consagrado ao Senhor desde os seus primeiros dias (cf. Lc 2,22; Ex 13,2;34,19). A palavra “primogênito” podia mesmo ser sinônimo de “unigênito”, pois um e outro vocábulo na mentalidade semita designam “o bem-amado”. Tenhamos em vista que transpassaram, chorá-lo-ão como se chora um filho unigênito; chorá-lo-ão amargamente como se chora um “primogênito”.

 

Mesmo fora da terra de Israel podia-se chamar “primogênito” o menino que não tivesse nem irmã mais jovem. É o que atesta uma inscrição sepulcral judaica datada de 5 a.C. e descoberta em Tell-el-Yedouhieh (Egito) no ano de 1922; lê-se aí que uma jovem mulher chamada Arsinoé morreu “nas dores do parto do seu filho primogênito”. Notemos neste texto o modo de falar que observamos a respeito de Mt 12,5; “primogênito” vem a ser apenas o filho antes do qual não houve outro, não não necessariamente aquele após o qual houve outros..

Estas considerações dão a ver claramente que não se podem apoiar na Bíblia aqueles que querem atribuir a Maria a maternidade de muitos filhos. (Fonte: Livro “Quinze Questões de Fé” – Dom Estevão – Ed. Santuário)

OS IRMÃOS DE JESUS?OU PRIMOS

João 19, 25

“E junto a cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, mulher de Cleófas, e Maria Madalena”.

 O versículo mostra três Marias, junto à cruz.

São João nos dá uma chave para entender que se Maria tivesse outros filhos, após a morte de Jesus (que era o mais velho), ela seria entregue aos cuidados dos seus irmãos mais novos. Pois, a Lei de Moisés dizia que a viúva deveria ser acolhida pelos filhos e em caso da falta de filho(s) ela deveria se casar com o parente mais próximo e seus bens passaria para este novo marido. Logo, Jesus sabendo que era Filho único deixou sua mãe aos cuidados de João, que desde então cuidou dela até sua ida para o céu. Assim diz o texto do Evangelho:

"Perto da cruz de Jesus, permaneceu de pé sua mãe, a irmã de sua mãe Maria, mulher de Clopas e Maria Madalena. Vendo a mãe e perto dela, o discípulo que amava, disse à mãe "Mulher, eis aí teu filho!" Depois disse ao discípulo: "Eis tua mãe!" E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em casa. Jo19, 25-27. Com isso, São João deixa claro que Maria não teve outros filhos, senão Nosso Senhor Jesus Cristo.  

 

Mateus 13, 55

“Não é este (Jesus) o filho do carpinteiro? E não conhecemos sua mãe e seus irmãos Tiago, e José, Simão e Judas”

O versículo sozinho, sem ser contextualizado, deixa bem claro que Maria mãe de Jesus, teve vários filhos, mas, ao ler o contexto percebemos que não é assim.

Marcos 15, 40

“E também ali estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais, também Maria Madalena, e Maria mãe de Tiago, e de José e Salomé”

Quem foi a mãe de Tiago, José, e Salomé?

A irmã da Mãe de Jesus, Maria mulher de Cléofas (Cf. João 19,25), portanto era a tia de Jesus.

Talvez você ainda queira perguntar: e Judas?

Judas 1, 1

“Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago...”

Ou seja, Judas, era irmão de Tiago, José e Salomé (Cf. Marcos 15,40), filhos de Maria mulher de Cléofas. Essa Maria era irmã de Maria mãe de Jesus, logo, Tiago, José, Judas e Salomé eram primos de primeiro grau de Jesus.

João 19, 26-27

Jesus, vendo ali a sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis ai o teu filho; depois disse ao discípulo: eis ai a tua mãe...”

Como fidelíssimo observador da Lei de Moisés, Jesus não podia, na hora da sua morte na cruz, confiar sua mãe a João apóstolo, mas devia tê-la confiado ao filho mais idoso, se ela de fato os tivesse.

Conclusão:

“Os irmãos” (primos) de Jesus, tão frequentemente mencionados no Novo Testamento, nunca são chamados filhos de Maria, a mãe de Jesus e nem tampouco de José.

Na linguagem bíblica “irmão” é frequentemente usado em lugar de primo, sobrinho, parente.

Exemplo: Em Gêneses 13,8 Abraão diz a Ló: “Somos irmãos”. No entanto Ló era filho de Aran, que era irmão de Abraão, portanto seu sobrinho, confira em (Gêneses 11, 27-31). Existem outras citações, porém encerro por aqui.

 

 

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