Todos os anos celebramos a Semana Santa. Que é geralmente celebrada (salvo em alguns lugares), uma semana antes da Páscoa do Senhor. O Domingo de Ramos, marca o início da Semana Santa e o fim do Tempo Litúrgico da Quaresma. Também na última semana da Quaresma, a Igreja medita as sete Dores de Maria. Que são aquelas que a Mãe de Jesus sofreu na alma durante a vida de Jesus desde seu nascimento até aos pés da Cruz e são elas: A profecia de Simeão, a fuga para o Egito, os três dias que Jesus esteve perdido, o encontro com Jesus levando a cruz, sua morte no Calvário, a descida da cruz e o sepultamento de Jesus. Nossa Senhora, nesse tempo venerada sob o título de “Nossa Senhora da Dores” em tudo colaborou pelo seu sim no plano de Salvação. O que seu Filho sofreu na carne ela sofreu na alma em silêncio. Não desprezou seu filho um momento sequer.
A Semana Santa é o período que a Igreja nos propõe para meditarmos sobre a Paixão do Senhor, culmina com a Páscoa que o Dia maior da Igreja. Pois é pela Ressurreição de Cristo, que justifica a nossa Fé, como São Paulo vai dizer em 1Cr15, 13-15; 1Ts4, 14 – “Se Cristo não tivesse ressuscitado é vã nossa pregação e nossa fé”.
DOMINGO DE RAMOS - DOMINGO DA PAIXÃO DO SENHOR
No Domingo de Ramos a Igreja celebra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Jesus é aclamado com “hosana” que é uma saudação e significa “salve”; entra em Jerusalém montado num jumentinho, é aclamado como rei pelo povo que grita: “Hosana ao filho de Davi!”, “Bendito o que vem em nome do Senhor!”, estendem seus mantos, agitam ramos de oliveira em sua homenagem. Desperta com isso a fúria dos poderosos, os sumos sacerdotes que temendo uma tomada de poder já armam logo um meio de matá-lo. O que se segue depois é que aquele mesmo povo que esquecendo-se de tudo que o Mestre e Senhor fez por ele condenam-no à morte de cruz.
Porque
o Hosana aclamado pelo povo se tornou o crucifica-o naquela sexta-feira?
A
explicação vem de São Bernardo de Claraval, grande Doutor da Igreja:
“Como
eram diferentes umas vozes das outras ‘fora! Fora! Crucifica-o! E o ‘Bendito o
que vem em nome do Senhor, hosana nas alturas!”
Como
são diferentes as vozes que agora o aclamam rei de Israel, mas, que em breve
dirão ‘não temos outro rei senão a César”.
“Como
são diferentes os ramos verdes e a cruz, as flores e os espinhos. Aqueles que
antes estendiam as próprias vestes, dali a pouco se despojam as vestes dEle e
sorteiam. A entrada de Jesus em Jerusalém pede-nos coerência, perseverança e
fidelidade”.
“Coerência
é viver conforme a nossa fé. Perseverança de não parar no meio do caminho.
Fidelidade a Deus, somente a Deus. Para que nossos propostos sejam luz que
brilha e não se apaga”.
“Muito dentro do nosso coração há profundos contrastes. É assim o coração do homem. Não podemos ficar assustados com aquele povo de Jerusalém porque nós somos assim. Ora estamos no hosana, ora no crucifica-o; ora nós amamos, ora nos odiamos... Ora somos santos, ora somos pecadores... Ora somos verdadeiros, ora somos mentirosos. Somos capazes do melhor e do pior tudo é questão de escolha. Todo ser humano tem a capacidade de fazer o melhor ou o pior. O melhor nós chamamos neste Domingo de hosana e o pior nós chamamos de crucifica-o. As pessoas mudam de lado com muita facilidade. Por isso é muito importante que não nos iludamos com a multidão. Claro respeitá-los, interagir, mas, a multidão que a Bíblia chama de turba ela muda de lado com muita facilidade”. (Parte da homilia do Domingo de Ramos, de Pe. Chrystian Shankar).
Aplicando ao no cotidiano, resta-nos a pergunta: De que lado estamos? Do lado daqueles do hosana ou do crucifica-o? Do lado da Igreja que nos ensina a Verdade ou do lado daqueles que querem a sua ruina?
Quando
precisamos de Deus, diante das nossas “cruzes” fazemos promessas absurdas,
muito embora Deus ouve todos que o buscam de coração sincero, mas, na hora do “bem
bom”, fazemos como a turba e viramos as costas para Ele.
No
cenário da Paixão poucos o defenderam, poucos ficaram do lado de Jesus. Apenas
algumas mulheres. Judas o vendeu. Pedro o negou, e a maioria dos apóstolos fugiram.
Apenas as mulheres Maria Magdalena, Maria Salomé e Maria sua Mãe juntamente do
João foram ter com Ele aos pés da cruz.
Somos assim, quando na primeira dificuldade abandonamos o barco. Jogamos na lama tudo que aprendemos para seguir a turba dos falsos mestres e falsos pastores. Abandamos a fé que recebemos. Abandonamos Jesus, sua doutrina. Negamos o batismo que um dia recebemos para seguir a turba dos falsos pastores por promessas de curas e prosperidade. Esquecemos do hosana... vendemos Jesus e nos deixamos vender por falsas promessas. Não agimos como Simão o Cireneu. Ao invés de ajudar o nosso irmão a carregar a cruz, damos a ele ainda mais uma carga maior. Que amor podemos ter senão o amor de entrega e doação? "Não existe maior amor do que este: de alguém dar a própria vida por causa dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se praticais o que Eu vos mando"... Jo15, 13 - Mas o mundo ensina-nos muitas vezes a desejar a morte. A cultura da morte não só pela violência, mas também pelo desrespeito a vida, o aborto. Ele deve morrer! gritaram a multidão enfurecida. "Gritam, Ele deve morrer!" os abortistas. Jesus continua sendo sacrificado, dilacerado na pessoa dos inocentes e indefesos bebês sem chance, sem saber, inocentes são condenados à morte submetendo a um julgamento sem culpa. Não temos o direito de matar e matamos. Queremos o direito, queremos a democracia. Esquecemos que estamos sob a Lei e não sobre a Lei de Deus. E ele manda-nos "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei!" Amar como Jesus amou significa um amor ao extremo de entrega e doação. Um amor que está acima de qualquer coisa. O amor que perdoa que une... não é o amor mundano mas, a Amor no amor. É enxergar o Cristo antes de tudo na pessoa do irmão e assim, amá-lo sem impor condições. "Nisto saberão que sois meus discípulos, se amardes uns aos outros como EU vos tenho amado..." Disse o Senhor. Esse foi seu último desejo e seu Mandamento naquela Quinta-feira! Se não amar não podereis participar do Banquete da Eucaristia.
"Assim sendo, se trouxeres a tua oferta ao altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali mesmo diante do altar a tua oferta, e primeiro vai reconciliar-te com teu irmão, e depois volta e apresenta a tua oferta. Entra em acordo depressa com teu adversário, enquanto estás com ele a caminho do tribunal, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, o juiz te entregue ao carcereiro, e te joguem na cadeia". … (Mt, 5, 24-25)
Quando
trocamos a Oração os dias santos pelo lazer. Quando desrespeitamos a fé do
irmão impondo-lhe trabalho nos dias santos de guarda. Quando faltamos aos
nossos compromissos. Quando vezes crucificamos Jesus por não sermos coerentes
com aquilo que falamos, agimos e pensamos. "A boca fala daquilo que o coração está cheio!" Mt12, 34-35 - Se temos um coração cheio de ódio, sairá ódio. Se temos um coração cheio de amor sairá amor. O nosso coração é um baú cheio de coisas boas e más. O que precisamos fazer é tirar tudo que não presta, tudo que é sem valor e jogar fora. Deixar apenas as coisas boas. Isto é, os bons pensamentos. Isso se faz com uma boa confissão. Mas também se faz com mudança de vida. O cristão deve ser espelho, deve refletir em si mesmo o Cristo. Ser sal e luz, ser fermento, isto é fazer a diferença. "Nisso sabereis que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros!" Jo13, 35 - Jesus antes de se entregar por nós amor; (Jo14, 14.24) - "Aquele que me ama guardará a minha palavra!"
Diz
o evangelho que os sacerdotes subornaram as pessoas para que instigasse ainda
mais Pilatos a crucificar Jesus... Será diferente conosco todas as vezes que
queremos nos dar bem e compramos o nosso sucesso, a carreira, o diploma, o
emprego, o status social através das mentiras e calúnias contra o irmão?...
Quando nos expomos a todo custo pelas redes sociais a fim de promoção pessoa
expondo-nos ao escândalo à procura de curtidas e fama?... Ou quando saímos da
Missa como saímos de um show... Esquecemos do hosana!
As
paixões do mundo muitas vezes nos impedem de ver o rosto do crucificado no
rosto de tantos irmãos(ãs). Nos impedem de buscar as coisas do alto dando valor
às coisas supérfluas. Assim como Judas Scariotes trocamos Jesus e as coisas de
Deus por “preço de sal” o que pode ser tarde demais quando nos arrependermos.
Ora,
não basta encher nossos celeiros com futilidades mundanas. O quando se pensa: “Estou
sossegado porque tenho o bastante, tolo é pensar assim, ninguém sabe, esse dia
pode ser o último da sua vida e o Senhor lhe chamará a prestar contas de tua
alma.” (Lc12, 19-20)
Buscai
as coisas do Alto, buscai viver segundo a Justiça de Deus.
“Não
só de pão viverá o homem (Mt4,4), mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.
“Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça e tudo mais se será
acrescentado!” (Mt6, 33)
“Portanto, vos afirmo: não andeis preocupados com a vossa própria vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as roupas? Contemplai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem armazenam em celeiros; contudo, vosso Pai celestial as sustenta. Não tendes vós muito mais valor do que as aves?” (Mt6, 25-26).
No drama que se segue, narram os evangelhos, Jesus, na Quinta-feira reúne os doze apóstolos, celebra com eles a Ceia pascal e Instituiu a Eucaristia e o sacerdócio. O sacerdócio é um ministério de serviço.
Em seguida, cinge a cintura com a toalha pegou o lavabo e o jarro com água e lavou os pés dos Apóstolos e diz “se eu, que sou o Senhor e Mestre vos laveis os pés, deveis vos lavar os pés uns dos outros!” - Sinal de serviço, o cristão deve estar a serviço do próximo; esse é o serviço da Igreja continuar a missão de Jesus, mas em humildade. Jesus que é Rei se rebaixou à condição de servo para nos dar a maior lição de todas: Não podemos ser maiores e nem considerarmos maiores que o outro, em outras palavras Nosso Senhor já dizia: “Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. Mc10-43-45.
Logo sem seguida, o que se segue é a cena mais repugnante a trama de Judas Scariotes, vende sua lealdade por 30 moedas e trai o Salvador. A partir daí Jesus é preso, sofre um julgamento vergonhoso, é torturado, flagelado, coroado de espinhos e condenado à morte de cruz. Cumprindo-se as profecias, Jesus se entrega como o cordeiro levado ao sacrifício. Ele é Rei, mas não é deste mundo, por isso em nada valeria lutar, mas, a sua missão aqui é morrer pela salvação do mundo.
Agora o verdadeiro e puro cordeiro, asperge com seu Sangue os filhos ingratos e na Cruz salva-nos da morte eterna trazida a este mundo pela desobediência de Adão e Eva.
Pela morte de Cristo, rompe-se o véu do Templo. Diz o Salvador “Consummatum est!” – Tudo está consumado! – está feito, tudo se cumpriu. As Escrituras se cumpriram todas para sempre. Se outrora tínhamos uma mulher que foi desobediente (Eva) agora temos a nova Mulher, Maria a mais obediente das criaturas; se outrora tínhamos um homem desobediente (Adão) que fizeram entrar o pecado e a morte no mundo – Jesus se fez obediente até a morte e morte de Cruz (Fl2, 7-8) e por ele todos que creem em seu nome podem ser salvos.
A lança do soldado, abre-lhe o lado, jorra sangue e água, jorra do coração traspassado do Salvador os primeiros Sacramentos da Igreja: Batismo e Eucaristia.
Se outrora, pelo pecado, a humanidade estava dispersa e o povo jazia nas trevas, pela Cruz de Cristo nasce um novo povo a sua Igreja confirmada sobre Pedro (Mt 16, 18), nasce na Cruz a Igreja de Cristo para dar continuidade ao projeto de salvação que Ele mesmo empregou no Calvário. É por isso que nós anunciamos o Cristo Crucificado que é motivo de escândalo para os judeus e loucura para os gentios. Todavia, para os que foram convocados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e sabedoria de Deus. O chamado e vocação dos santos”. – Cr 1, 23-24 – e se algum que se disser ser cristão, mas não anuncia Cristo Crucificado não pode ser considerado cristão. A Semana Santa recorda-nos o sacrifício único e verdadeiro de Jesus por nós. Mas, não é sentir pena de Jesus, chorar por ele, é para o pecador chorar as próprias penas e se arrepender contemplando o mistério salvífico de Deus realizado por Jesus em nosso favor. Foi por causa dos nossos pecados que ele foi conduzido ao sacrifício como a ovelha levada ao matadouro, não esboçou nenhuma reação entregando-se livremente pela salvação das almas. A Semana Santa lembra-nos esse gesto de amor de Jesus por nós. É o momento de agradecimento e de arrependimento.
Isaías 53, 1-12
Cresceu diante dele como um pobre rebento enraizado numa terra árida; não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares, e seu aspecto não podia seduzir-nos.Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele. Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado.
Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; o Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós. Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. Ele não abriu a boca.
Por um iníquo julgamento foi arrebatado. Quem pensou em defender sua causa, quando foi suprimido da terra dos vivos, morto pelo pecado de meu povo? Foi-lhe dada sepultura ao lado de facínoras e ao morrer achava-se entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma, e em sua boca nunca tenha havido mentira. Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento; se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias, e a vontade do Senhor será por ele realizada.
Após suportar em sua pessoa os tormentos, ele se alegrará de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniquidades. Eis por que lhe darei parte com os grandes, e ele dividirá a presa com os poderosos: porque ele próprio deu sua vida, e deixou-se colocar entre os criminosos, tomando sobre si os pecados de muitos homens, e intercedendo pelos culpados.
Na Semana Santa nós recordamos esse amor de Deus por nós que tendo amado o mundo, “nos deu seu Filho Único para todos os que nele crê tenha a vida eterna!” (Jo3, 16).
A nossa Salvação custou a vida de um inocente, e mais, a vida do Filho de Deus. Ela foi cara, foi comprada com o Sangue precioso de Jesus. Não fomos salvos por merecimento, mas, pela Graça, pelo Amor de Deus.
Deus nos dá a graça de sermos Salvos. Nosso Senhor conquistou para nós esse direito, mas, ao contrário do que muitos pensam para ser salvo é necessário:
1. Crer em Deus (Fé) e ser batizado – Mc16, 16).
2. Pertencer a Igreja de Cristo. Fora da Igreja não há salvação (Jo15,5)
3. Crer no evangelho e viver segundo aquilo que Jesus ensinou. (Mc1, 15)
4. Praticar as boas obras: Tg2, 17:25-26: “Desse mesmo modo em relação a fé: por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (...) “Exemplo semelhante é o de Raabe, a meretriz: não foi ela aceita por Deus pelas obras, quando acolheu os mensageiros de Israel e os conduziu à liberdade por um outro caminho? Portanto, assim como o corpo sem espírito está morto, da mesma forma a fé sem obras está morta”. Não pode ser salvo somente pela fé, mas também não pode ser salvo somente pelas obras, aquele que crê deve fazer de tudo para ser salvo. Exige-nos um esforço contínuo para que com nossas ações busquemos viver esta salvação já aqui na terra. A fé e as boas obras são condições essenciais para nossa salvação. “Eu vos dou um novo Mandamento, que vos amei uns aos outros como eu vos tenho amado!”
Jesus nos deu o exemplo:
Pois, eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; estava nu, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram'. "Então os justos lhe responderão: 'Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos?
Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?'
"O Rei responderá: 'Digo a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram'.
"Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Pois eu tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e nada me deram para beber; fui estrangeiro, e vocês não me acolheram; estava nu e vocês não me vestiram; estive enfermo e preso, e vocês não me visitaram'.
"Eles também responderão: 'Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não te ajudamos?'
"Ele responderá: 'Digo a verdade: O que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais pequeninos, também a mim deixaram de fazê-lo'.
Aquele que quiser salvo só pela fé não vai ser salvo. Aquele que que quiser ser salvo só pelas obras não vai ser salvo. A Salvação dada por Cristo é pela fé mediante as boas obras.
Digo isto, porque os protestantes ensinam erroneamente que para ser salvo basta apenas crer, mas, o ensinamento de Nosso Senhor Jesus no Evangelho é outro. Maldito é aquele que não ama e não faz o bem. (Cf. 1Cor13, 1-13)
Todos os anos ao celebrar a Semana Santa, os cristãos católicos em todo mundo revivem os acontecimentos em torno da Paixão de nosso Senhor. Mas, a maioria não tem consciência do que estar a celebrar.
Se o Evangelho do amor não for colocado em prática, conforme pede Nosso Senhor de nada valerá as procissões e as penitências.
Será mais uma data vazia no calendário se ficarmos no exterior, nos sentimentos medíocres.
Quantas vezes Jesus é zombado, cuspido, flagelado e crucificado por nós em nossas praças? Quantas vezes ferimos o seu rosto e o seu coração e o coroamos de espinhos?
Jesus é zombado e blasfemado nos carnavais, é flagelado nas violências que praticamos dentro ou fora de nossas casas, é morto por falta de socorro nas ruas e nos hospitais, nós que passam frio, fome e sede nas ruas de nossas cidades, Ele é desprezado no indigente, no pobre, no drogado, no desempregado, no marginalizao; ele é escarnecido nas redes sociais por aqueles que tentam denegri-lo e a sua Igreja a todo custo m.
Jesus é flagelado e crucificado por nós nos homens e mulheres explorados pelos maus patrões. Jesus é crucificado a todo momento quando vemos crianças vítimas de exploração sexual e trabalho infantil. Jesus é esclarecido a todo momento quando leigos, religiosos(as) são criticados por aqueles que tentam destruir a obra de Cristo, a sua Igreja. Jesus também é esclarecido nos maus cristãos e nós mais religiosos que usam a fé para enganar as pessoas.
Jesus é crucificado nas mulheres vitimas de feminicídio. Nos pais de família que são mortos ao tentarem levar o sustento para casa.
Este mesmo povo que outrora o aclamava com palmas e ramos de oliveira é o mesmo povo que esquece que Ele é o Senhor e blasfema, zomba, que O coroa de espinhos, que o difama em toda parte e de diversos meios com toda espécie de ignomínia; esse Jesus que está nas filas dos hospitais, nos velhos desprezados nos asilos, ou que não tem direito a uma saúde digna, que são jogados à mercê da pura sorte.
“Mas, se alguém induzir a pecar um destes pequeninos que creem em mim, seria melhor que ele amarrasse uma pedra de moinho no pescoço e se afogasse nas profundezas do mar. ― Ai do mundo, por causa das coisas que fazem o povo pecar!” (Mt18, 6-7)
Mais uma vez celebramos a Semana Santa. O que estamos levando ao Altar do Senhor? Como me confesso?
Requer de nós conversão. Não é tempo de passear e ir à praia, ao sítio, etc. É tempo de renovação. Mudar de vida requer mudança drástica de atitude. Como São Paulo, cair, levantar, seguir a Cristo em tudo. Dar a vida pelo Reino de Deus. Não deixar que a cegueira ofusque a Luz que é Cristo. Como diz a música "no peito levo uma cruz, no meu coração o que disse Jesus". A palavra de Deus é alimento para a alma, diz o salmista.
Mudar de vida. Por em prática as virtudes teologais (fé, Esperança e Caridade), elas não devem ficar esquecidas. São as chaves que abrem as portas do céu. Ser santo, significa ser de Deus, separado para Deus; é para isso que somos chamados. Para isso fomos batizados. A Igreja não é uma casa, sou eu e você. Ela precisa chegar a quem necessita.
A PÁSCOA DA ANTIGA ALIANÇA É A PREFIGURAÇÃO DA PÁSCOA DA NOVA ALIANÇA
Celebramos a Páscoa do Senhor. Páscoa quer dizer passagem. No Antigo Testamento era o dia em que o Senhor passou sobre o Egito e libertou os hebreus, o povo de Israel. Dia de libertação. O Senhor libertou seu povo da escravidão. Escolheu um libertador, Moisés o qual designou a missão de conduzir o povo à terra prometida. Com a ajuda de Aarão seu irmão mais velho e que se tornou o primeiro sacerdote do povo de Deus.
Êxodo 12:1–20—Sacrifício de Animal à Semelhança de Cristo
Deviam tomar um cordeiro sem mácula, matá-lo sem quebrar-lhe os ossos, assá-lo e comê-lo com ervas amargas e pão ázimo. Essa festa deveria celebrar anualmente.
Isso também era uma prefiguração do sacrifício de Jesus Cristo.
Moisés é prefiguração de Cristo, nosso Senhor e Salvador.
Ao longo do tempo, os sacerdotes ofereciam sacrifícios de animais dentre eles o cordeiro em expiação dos pecados.
Mas, poderá o sangue de um animal perdoar os pecados?
Sob a Antiga Aliança, Deus aceitava os sacrifícios de animais. Entretanto, estes eram apenas um prenúncio do sacrifício do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. “e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Efésios 5:2)
Esses sacrifícios ajudavam os israelitas a centralizar o foco em Jesus Cristo e enfatizavam a necessidade deles de confiar em Seu Sacrifício Expiatório para obterem a redenção.
A Antiga Aliança abrangia todos os israelitas em todas as gerações de Israel, de Moisés até a morte de Jesus, e por isso, possuía também um caráter essencialmente coletivo quanto às aplicações das suas promessas de bênçãos (Lev 26.3-13; Dt 7.12-26; 11.8-32; 28.1-14), e de maldições (Lev 26.14-42; Dt 11.26-28; 27.2
A PÁSCOA CRISTÃ
Na páscoa cristã, o novo povo, da Nova Aliança, não terá o sacrifício de animais, mas, um único, santo e eterno sacrifício capaz de salvar a humanidade dos seus pecados.
Jesus, sendo o Filho Deus anulou os sacrifícios de animais e não só eles, mas, também as leis cerimoniais; em resumo, no Velho Testamento havia só um povo escolhido, os hebreus, e só eles tinham acesso a Deus e a salvação. O Novo Testamento aconteceu devido a vinda de Jesus, nosso salvador, toda a humanidade passou a ter acesso a Deus e a salvação.
“Porque todos pecaram e estavam privados da glória de Deus” (Rm3, 23); mostra-nos que antes da morte de Jesus todos os justos e os Patriarcas estavam aguardando esse único e eterno sacrifício de Jesus para poderem entrar definitivamente no Céu.
Com efeito, a ressurreição de Jesus trouxe vida nova não só para os vivos, mas, para aqueles que já estavam aguardando em definitivo a salvação eterna trazida por Jesus.
“Todavia, agora, em Cristo Jesus, vós que antes estáveis distantes, fostes aproximados mediante o sangue de Cristo”. Ef 2, 13
Jesus se torna o Sacerdote, o Altar e o Cordeiro imolado aniquilando definitivamente o poder da morte eterna para todos aqueles que aceitarem a salvação.
A Páscoa Cristã é a passagem da morte para a vida. Tendo Jesus Cristo ressuscitado dentre os mortos ele cumpre toda a Lei e oferece dá a todos a salvação. Agora não mais os judeus terão a salvação, mas, todos aqueles que pertencerão ao seu povo, isto é a Igreja. É por isso que São Cipriano de Cartago em 258 d.C vai dizer: “Extra Ecclesiam Nulla Salus” – “Fora da Igreja não há salvação”. Porque é nela, pelo Batismo, em torno de único e eterno Sacrifício que o crente pode ser salvo.
Assim como fora da Arca de Noé não poderia haver salvação, fora da Igreja a “barca de Pedro” não pode ninguém se salvar.
Muita gente entenderá isso como que um monopólio da salvação, mas, na verdade, a Igreja é o corpo místico de Cristo, Ele é a cabeça desse corpo. Poderá um membro ter vida fora do corpo?
A Páscoa cristã é a Ressurreição de Jesus. É o ponto central de nossa fé. É porque Cristo ressuscitou que nós um dia ressuscitaremos com ele.
“Portanto, visto que fostes ressuscitados com Cristo, buscai o conhecimento do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus”. (Cl3, 1-3)
“Pois somos criação de Deus, realizada em Cristo Jesus para vivermos em boas obras, as quais Deus preparou no passado para que nós as praticássemos hoje. A nova humanidade em Cristo”. (Ef2, 10)
Somos o povo da Nova Aliança. Nossa Lei é Cristo. Ele é nossa Páscoa.
Na Eucaristia que é a presença real de Jesus. Ele permanece conosco no Santíssimo Sacramento.
Na Páscoa antiga os israelitas comeram pães sem fermento (prefiguração da Eucaristia); na Nova Aliança Jesus se dá em alimento do corpo e da alma e nós comungamos do seu Corpo e do seu Sangue.
É por isso que nós cristãos nos reunimos em nome de Cristo para celebrar a Eucaristia, o Ágape. Onde Jesus ressuscitado se faz presente.
Somos o povo da Nova Aliança. A salvação não pertence apenas ao povo judeu, mas, a todos os homens que tendo sido batizado recebe a graça da salvação.
“Isso aconteceu quando fostes sepultados com Ele no batismo, e com Ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos”. (Cl2, 12).
At2, 36 “Sendo assim, que todo o povo de Israel tenha absoluta certeza disto: Este Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Messias!”
Celebrar a Semana Santa é importante, mas, não podemos ficar apenas no Cristo morto. É preciso lembrar que ele ressuscitou:
“Porque procurais entre os mortos aquele que vive? Não está aqui ressuscitou!” Disse o anjo. (Lc24, 5-8)
Essa é a festa mais importante da Igreja. A Festa da Ressurreição. E as pessoas se comovem, acham bonitas as cerimônias externas da Semana Santa, mas, esquecem de participar da Festa da Ressurreição, o dia mais importante.
O TRÍDUO PASCAL
O Tríduo Pascal inicia-se na Quinta-feira Santa com a Missa da Ceia, popularmente chamada “missa do lava-pés”. Em seguida é feita a cerimônia do desnudamento do Altar. São retirados os ornamentos da igreja, o altar é descoberto, e fica assim até a noite de Sábado. É feita a procissão do Santíssimo Sacramento que fica depois exposto para a adoração.
Neste dia, durante a Última Ceia, Jesus instituiu dois sacramentos: a Eucaristia e a Ordem Sacerdotal.
Esta data é comemorada pela Igreja com uma Liturgia especial. Nela, o sacerdote lava os pés de doze pessoas que representam os apóstolos, repetindo assim o gesto de Jesus Cristo. Com esta ação, Jesus transmite a mensagem da caridade, quando diz: “Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”.
Dessa forma, o Senhor Jesus dá um testemunho idôneo da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que todos os fiéis devem seguir.
Por outro lado, também é celebrada a instituição do Sacramento da Ordem sacerdotal por Cristo e a instituição da Eucaristia. Na manhã da Quinta -feira santa é realizada a "Missa dos santos óleos" - a Igreja celebra a Instituição da do sacerdócio (o Sacramento da Ordem) dado por Jesus aos Apóstolos; também acontece a bênção dos santos óleos: óleo dos catecúmenos (do batismo), óleo do Crisma, Óleo dos Enfermos - que serão utilizados durante o ano nos ritos sacramentais do Batismo, Crisma, Ordem e na Unção dos Enfermos (ou Extrema Unção). Os sacerdotes também neste dia renovam diante do Bispo as promessas feitas durante a ordenação.
A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor, na qual Jesus, na véspera da sua paixão, “enquanto ceava (no Cenáculo), com seus discípulos, tomou pão…”.
Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos se reunissem e recordassem-no abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim!”
Neste dia, há alegria e a Igreja rompe a austeridade quaresmal cantando o “Glória”: é a alegria de quem se sabe amado por Deus.
1Cor 11, 23-26 - "O que eu recebi do Senhor, foi isso que eu vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”. Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha".
Jo 6, 53 - Jesus, pois, lhes disse: "Em verdade, em verdade eu vos digo, se não comerdes da carne e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós!"
Na quinta-feira santa Jesus instituiu a Eucaristia, Sacramento visível. Ele quis ficar conosco neste Sacramento, o pão não é mais pão é sua Carne. O vinho não é mais vinho, é seu Sangue. Esse é o maior milagre que Jesus pode deixar para sempre na sua Igreja. Cumprindo a promessa: "Eis que estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos!" (Mt28, 20)
Jo 54, 58 - "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”.
Reflexão
Deve ser mesmo escandaloso quando alguém te diz que você deve comer da sua carne e beber do seu sangue para ser salvo. Parece um terrível convite ao canibalismo. É justamente por isso que os judeus perguntavam em alta voz“: Como é que ele pode dar a sua carne a comer?”. Mas Jesus não voltou atrás na sua afirmação: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. São Tomaz nos explica a diferença.
Inspirado em Aristóteles ele explica que a realidade é composta por duas coisas: Substância e acidente. A substância é aquilo que é uma coisa na sua realidade mais profunda. O acidente é a parte externa. Banalizando, é como dizer que quando alguém quer dizer a um outro que o ama, o abraça. Na substância, isso é amor, externamente um abraço.
A Eucaristia é a mesma coisa: em substância é realmente Jesus, externamente é pão e vinho, assim sendo o pão e o vinho são a parte externa de uma realidade muito mais profunda. Neste sentido nós comemos e bebemos realmente o corpo e o sangue de Cristo. Não simbolicamente, mas realmente. Porque os sacramentos são em substância de algo mais profundo mesmo apoiando-se externamente em algum sinal.
O que conta, porém, é que muitas vezes devemos fazer a experiência escandalosa do sinal externo. Isso aconteceu também com a expectativa do povo eleito. A espera de um Messias libertador deveria se relacionar com a realidade de um menino frágil, nascido pobre e quase em segredo.
No entanto, aquele menino é o Filho do Onipotente. Se é Onipotente porque assume a forma da fraqueza e da fragilidade? Porque a potência de Deus não é jamais prepotência, é a “força gentil” diria Newman de quem sabe que a força que pode tudo é o Amor. Eis porque o Onipotente se manifesta no Filho pregado na Cruz, e também isto é um escândalo. Contudo, quem não comer da Carne e não beber do Sangue não terá parte com Ele.
Justamente por esse motivo, os discípulos inicialmente não admitem que seu Mestre tome essa atitude. Mas no final Jesus explica:
“Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.”
Com essa imagem tão significativa, João nos revela a dimensão completa da missão de Jesus: Ele, o Mestre e Senhor, entrou na história humana para se encontrar com cada homem e cada mulher, para nos servir e nos reconduzir ao encontro com o Pai.
Dia após dia, durante toda a sua vida terrena, Jesus se despojou de todos os sinais de sua grandeza e agora se prepara para dar a vida sobre a cruz. E justamente nesse momento deixa aos seus discípulos, como seu legado, a mensagem que mais lhe importa:
“Também vós deveis lavar os pés uns aos outros.”
É um convite claro e simples; todos nós podemos compreendê-lo e colocá-lo em prática na hora, em qualquer situação, em qualquer contexto social e cultural.
Os cristãos, que recebem a revelação do Amor de Deus por meio da vida e das palavras de Jesus, têm uma “dívida” para com os outros: imitar Jesus, acolhendo e servindo os irmãos, para se tornarem, por sua vez, anunciadores do Amor. Tal como Jesus: começar amando concretamente; e depois, acompanhar o gesto com palavras de esperança e de amizade.
E o nosso testemunho é tanto mais eficaz quanto mais dirigirmos a atenção aos pobres, com espírito de gratuidade, e rejeitando, por outro lado, atitudes de servilismo diante de quem tem poder e prestígio.
Mesmo diante de situações complexas, trágicas, que escapam de nossas mãos, existe algo que podemos e devemos fazer para contribuir ao “bem”: sujar as nossas mãos, sem esperar recompensas, com generosidade e responsabilidade.
Além disso, Jesus nos pede que testemunhemos o Amor não só pessoalmente, nos nossos ambientes de vida, mas também enquanto comunidade, como povo de Deus, que tem por lei fundamental o amor mútuo.
“Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.”
Depois dessas palavras, Jesus continua: “Pois eu vos dei o exemplo, para que assim como eu vos fiz, o façais vós também (...). Sabendo estas coisas, sereis felizes se as praticardes. Lavar os pés uns dos outros... Parece fácil, mas, é sinal de compromisso. Compromisso com Jesus. Ele deu o exemplo. Ele esvaziou-se de si mesmo, se fez servo. "Não vim para ser servido, mas para servir". Mt20, 28 - o cristão deve ser humilde, rebaixando se tornará grande pois deles é o Reino dos Céus - Mt5, 3.
O SABADO SANTO
No Sábado Santo, a Igreja inicia a vigília Pascal com a bênção do “fogo novo” - A bênção do fogo novo é um ritual que simboliza a luz de Cristo que ilumina as trevas do mundo. É a partir desse fogo que se acende o Círio Pascal, que representa Jesus Cristo, a luz do mundo, ressuscitado da morte.
É aceso o Círio Pascal, que uma vela grande com vários símbolos e que representa o “Cristo Ressuscitado” a luz do mundo. Com as luzes da Igreja apagadas o sacerdote proclama em alta voz cantando três vezes: “Eis a luz de Cristo!” e o povo responde: "Demos graças a Deus!” ( as luzes da igreja são acesas) - As luzes apagadas representa a humanidade que estava em trevas Cristo que é a Luz do Mundo (Jo8, 12) abre-nos as portas do Paraíso que estavam fechadas por causa do pecado original.
O Círio Pascal, será usado durante o Tempo Pascal, que vai de Domingo de Páscoa até a festa de Pentecostes (descida do Espírito Santo). Também será usado durante todo ano nas cerimônias do batismo até a próxima Páscoa.
É cantada a antífona da proclamação da Páscoa, seguida do Glória festivo, seguido dos salmos e das leituras do Antigo e do Novo Testamento sobre a Páscoa; canta-se o Aleluia e a Proclamação do Evangelho. Em seguida é feita a renovação das promessas batismais. Já nos primeiros séculos o batismo só acontecia do Sábado Santo, também chamado “sábado de aleluia” e não em outros dias. Hoje em dia a Igreja celebra batismo em outras épocas do ano, mas, ainda se conserva o costume de batizar os catecúmenos durante a celebração da Vigília Pascal. Logo após tudo isso segue-se a liturgia eucarística.
Essa vigília termina no Domingo dia do Senhor. Dia em que celebramos a vitória de Jesus sobre o pecado e a morte.
No Domingo de Páscoa - DIA Maior - a Igreja celebra festivamente a Ressurreição de Cristo. No domingo pela manhã, é feita a Procissão da Ressurreição com o Santíssimo Sacramento e a Missa Festiva e uma solene pela noite.
Ao cristão é obrigatório que participe destes três dias, principalmente do Tríduo Pascal (Quinta, Sábado e Domingo). Determina o Mandamento da Igreja que o católico se confesse ao menos uma vez ao ano para participar da Páscoa. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.
“Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem”. (1Cr11, 28-30)
Assim, deve ser aplicada em nossa vida os frutos da Semana Santa. De nada adianta à pessoa participar de tudo isso sem aplicar no dia a dia aquilo que viveu. Ser mais cristão, amar a próximo, o exemplo de humildade de Jesus, temperança. Vida de oração, selo pelas coisas sagradas. Evitar as blasfêmias; defender a santa Igreja, participar da Missa. E tantas outras coisas dentre elas ser fiel ao Evangelho de Nosso Senhor.
“Não vos conformeis com as coisas desse mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Rm12, 2)
Ser agradecido sempre por Jesus ter suportado tudo por amor a nós. Na verdade, somos nós que deveria estar naquela cruz, no entanto, Jesus morreu por cada um de nós e com sua ressurreição devolveu-nos a condição de filhos adotivos do Pai. Por Jesus somos herdeiros do Céu.
Sejamos agradecidos também a Deus por nos ter dado Nosso Senhora como Mãe que sempre nos ampara nas diversas necessidades. Ela que aos pés da cruz, recebe na pessoa de São João a missão de ser Mãe da Igreja, Mãe do povo da Nova Aliança. Aliança esta, feita no sangue de seu Filho Jesus.
A Páscoa faz nascer em nós sentimentos de alegria, de paz, de liberdade e de esperança. A festa da Páscoa é bastante antiga na História da Salvação. Para entender mais sobre esse momento da liturgia da Igreja, o Missionário Redentorista Padre Rodrigo Arnoso, explica a o verdadeiro significado do Domingo de Páscoa.
“Depois de termos celebrado a instituição da eucaristia, a morte de nosso Senhor Jesus Cristo e sua ressurreição. A comunidade cristã é chamada a celebrar a vida que venceu a morte”.
Ao amanhecer de domingo, Maria Madalena, Joana e Maria – mãe de Tiago – foram ao sepulcro levando perfume que haviam preparado. Encontraram a pedra que fechava o sepulcro removida e o corpo de Jesus, já não estava lá.
“As santas mulheres foram até o tumulo para ungir o Senhor; quando lá chegaram receberam a notícia de que o Senhor não estava mais lá. Uma das mulheres diz para aquele que a recebeu: roubaram o meu Senhor! E ela recebe a resposta do anjo que lá estava parado na porta do tumulo: Ele não está mais aqui, Ressuscitou”.
A Páscoa marca a Ressurreição de Cristo, a vitória da vida sobre a morte. Essa é a verdade na qual os cristãos são convidados a anunciar.
“Porque como nos ensina o apostolo Paulo vã seria nossa fé se o Senhor não tivesse ressuscitado e essa alegria, essa certeza que queremos comunicar aos nossos irmãos: o Senhor venceu a morte indicando que um dia também faremos a mesma ressurreição. Viveremos juntos na mesma eternidade com o pai. E o cristo já nos antecipou esta realidade”.
FELIZ PÁSCOA !
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