terça-feira, 31 de dezembro de 2024

ANO NOVO E AS SUPERSTIÇÕES






O que é Superstição?

Superstição é crença ou noção sem base na razão ou no conhecimento, que leva a criar falsas obrigações, a temer coisas inócuas, a depositar confiança em coisas absurdas. Crença em presságios e sinais, originada por acontecimentos ou coincidências fortuitos. 

No assunto em questão,  superstição é dar poderes mágicos a um objeto, seja ele religioso ou não. Por exemplo: o uso da cruz ou medalha de um santo ou da Virgem Maria como amuleto, com a crença de que tais objetos podem afastar o mal, pode dar sorte, etc. É errado e é pecado. Tais objetos devem recordar e nos ligar à pessoa dos santos e da Virgem Maria, pois, nossa fé está em Cristo, em Deus que através da intercessão de quem pedimos poderá nos atender. 

Nós cristãos usamos a cruz não como amuleto, mas como sinal de nossa Salvação. (1 Coríntios 1, 22-31).
As medalhas, os ícones e imagens dos santos, de Jesus e de Nossa Senhora, não são amuletos, mas são sacramentais, ou seja, objetos sagrados. Estes são sinais sagrados por meio dos quais, imitando de algum modo os sacramentos, se significam e se obtêm, pela oração da Igreja, efeitos principalmente de ordem espiritual. Por meio deles, dispõem-se os homens para a recepção do principal efeito dos sacramentos e são santificadas as várias circunstâncias da vida.

Os sacramentais não tem poderes mágicos. Eles nos ligam ao Deus quando Ele age por meio deste sacramentais, ou seja, por meio da matéria como a água benta, o óleo, o sal, etc. Mas, não podemos atribuir à matéria poderes que ela não tem. Isso é falsa crença ou superstição. 

Por outro lado, os objetos não cristãos, os amuletos tais como: figas, ferraduras, plantas como a 'espada-de-são Jorge', caveiras, patuás, pés-de-coelho, olho de Orus, olho que tudo vê, pirâmides, etc. Esses objetos não devem ser usados porque são símbolos não cristãos atribuídos ao paganismo e às falsas crenças. 

Aqui também se encaixa os símbolos da Nova Era, o esoterismo e o horóscopo e os livros de magia. Usar esses objetos é pecado seja a pessoa de fé católica ou de outra denominação porque ou símbolos não só representam mas, traz a ação do mal, do demônio e induz a pessoa à falsa crença.

A nossa confiança deve estar em Deus, em Jesus Cristo e não em amuletos. Esses objetos não tem poder algum enquanto matéria, mas, assim como Deus pode agir por meio da matéria, no caso pelos sacramentais, o diabo pode usar também a matéria para fazer o mal. 

Objetos seja fotos, slogans, objetos de decoração que são consagrados ao demônio em rituais estão por aí presentes nos pingentes, nos anéis, brincos e pulseiras, estampados nas roupas, nos sapatos, inclusive das grandes marcas. Frases satânicas, muitas vezes escritas em línguas estrangeiras que o cristão usa em suas roupas e nem percebe.  O cristão deve estar atento. 

Vou deixar as imagens de alguns, mas, são vários. Nós cristãos temos nossos símbolos, mas, mesmo sendo símbolos de nossa fé, não podemos dar a eles poderes mágicos. 

Os objetos sagrados, como já expliquei, servem para nos ligar ao sagrado, também nos remetem ao amor de Deus e não podem de forma alguma serem usados como objetos de adoração, enfeites ou como amuletos com a crença de que tais objetos tem poder próprio e pode atrair boa sorte. 

Se a pessoa cristã pensa assim é melhor que não os usem. Por exemplo, A cruz ou a imagem do Crucificado quando o tenho na parede de minha sala ou uso no pescoço, ele servirá como objeto de devoção, para me recordar que Jesus um dia deu sua vida para me salvar, mas, se eu uso o crucifixo com a intenção de que aquele objeto vai afastar o mal, no sentido supersticioso ou que vai afastar assombrações, os mau olhados, etc. Isso é pecado porque desvia o sentido teológico e cristão do objeto para dar a ele um significado ou poder que ele não tem. Aí é pecado e não é o que a Igreja ensina sobre o uso dos objetos sagrados.              





Superstição vem do latim superstitĭo, a superstição é uma crença que é contrária à razão e alheia à fé religiosa. O supersticioso crê que certos fenómenos têm uma explicação mágica ou mística.
Exemplos: “Por superstição, nunca passo debaixo de um escadote”, “O sujeito não se quer casar numa sexta-feira 13 porque crê que isso dá azar; ou ainda se quebrar um espelho terá 7 anos de azar, tudo isso superstição”, “A superstição só cria preocupações nas pessoas”. Aqui também se encaixa as tais 'correntes de oração' que não são aprovadas pela Igreja e também é uma superstição porque as pessoas que fazem esses tipos de correntes creem que se não as passarem para frente para outras pessoas fazerem terão azar ou sofrerá algum castigo. Isso também é superstição. 

A superstição tende a basear-se em tradições populares que se transmite de geração em geração. Isto significa que, no seio de uma comunidade, os ancestrais que acreditavam piamente que algumas ações, tais como usar um amuleto ou repetir determinadas palavras, trazem boa sorte ou afastavam as coisas negativas (o azar) transmitiram essas crenças aos seus descendentes.
A ciência considera que certas disciplinas são superstições, como a astrologia, o espiritismo ou o tarô. A superstição, porém, nem sempre faz parte de um corpo maior, uma vez que pode ser uma crença isolada.
Ao crer na superstição, a pessoa atribui uma relação causal entre os acontecimentos a uma força sobrenatural.

Um supersticioso pode crer que um gato preto atrai a má sorte e que, por esse motivo, se cruzar com um animal deste tipo na rua, preferirá recuar ou afastar-se. Nada prova, obviamente, que os gatos negros tenham a capacidade de influenciar o destino ou a sorte. Por outro lado, se o supersticioso vir um gato preto na rua e tropeçar, irá atribuir a sua queda à presença do felino, por mais que tenha tropeçado pelo facto de o passeio estar em más condições.

A pessoa supersticiosa é aquela que não tem confiança em si mesma. Está sempre desconfiada de que algo ou alguém lhe possa fazer mal. Adapta costumes estranhos e coloca regras e práticas de vida muitas vezes herdadas de seus antepassados como por exemplo: não deixar o chinelo virado porque pode morrer alguém, colocar uma vassoura de ponta cabeça atrás da porta com um garfo espetado afasta uma visita indesejada. Ou ainda acredita que cortar o cabelo em uma sexta-feira pode fazer mal.

Também existe aquelas superstições herdadas de religiões não cristãs. Essas coisas não podem fazer parte de nossa vida cristã. Porque a pessoa supersticiosa não confia em Deus ou se confia associa essa confiança às práticas supersticiosas. Nós cristãos devemos entender que Deus nos criou livres. Essas coisas não podem nos escravizar e a nossa Fé deve ser apenas em Deus sem nenhuma interferência. Nossa confiança deve estar em Deus. 
Devemos lembrar o que Deus disse ao seu povo em Deuteronômio: Não tenhais outros deuses além de mim. Não praticais a idolatria! 

Aquele povo contaminado pela cultura pagã do Egito deveria agora saber que Javé é o único Deus. Esse povo devia abandonar a idolatria e às práticas pagãs daquele dia em diante. 
Deus que nos revelou através de seu Filho Jesus  Cristo também nos chama a viver uma vida de acordo com sua Palavra.
Os verdadeiros filhos de Deus devem viver como filhos de Deus e não como os pagãos. 

Hoje em dia, muita gente associa crenças religiosas às superstições, daí haver católicos que evitam abrir guarda-chuvas dentro de casa porque, para além da sua fé cristã, consideram que essa ação trará desgraça.
Também nesse sentido vale ressaltar as superstições do Ano Novo, tais como vestir-se de branco no réveillon para trazer paz e boa sorte, oferendas à Iemanjá, etc.
Comer lentilhas trará fartura.
Engolir sementes de romã trará dinheiro.
Comer bagos de uva correspondente ao seu número da sorte trará dinheiro, etc.  

Superstição é pecado?

Sim, superstição é pecado. O Catecismo da Igreja Católica (CIC 2110). O primeiro Mandamento proíbe honrar outros deuses, além do único Senhor que Se revelou ao seu povo: e proíbe a superstição e a irreligião. A superstição representa, de certo modo, um excesso perverso de religião; a irreligião é um vício oposto por defeito à virtude da religião. Tudo aquilo que nos opõe à prática do Evangelho é irreligião. 

Crer significa acreditar em algo que minha razão mesmo não observou, mas, que pela palavra de alguém fidedigno, eu acredito. Crer não significa dar razão a algo irracional, mas a algo que, embora minha razão não tenha alcançado por si mesma, é coerente com a razão.

A fé algo sobrenatural, é dom de Deus, capacita-nos a acreditar e viver as realidades sobrenaturais, que por serem espirituais, não deixam de ser reais. O cristão tem fé, porque “crê em Deus, em tudo o que Ele disse e nos revelou” (CIC 1814). Por isso, devemos pedir sempre a Nosso Senhor que aumente a nossa fé. 

Na superstição, ao contrário, a pessoa acredita, põe sua fé em objetos, gestos e rituais mágicos. Não é adesão a uma autoridade superior (Deus) e Sua revelação, mas a “crendices” surgidas no meio povo, como sair de casa com pé direito para ter sorte, nunca passar debaixo de uma escada, não ter espelho quebrado em casa, porque dá azar etc.; e geralmente, essas crendices como mal olhado, maus agouros, são  crenças supersticiosas expressam medos e inseguranças corriqueiras e vem do paganismo. Às vezes, tomam forma de ocultismo como na magia, adivinhação e feitiçaria, severamente  proibidos pela Sagrada Escritura (cf. 2Rs 21,6; Is 2,6), e de astrologia, prática também abominada por Deus (cf. Dt 4,19).

Uma forma grave de superstição é um certo fanatismo religioso; e nós, católicos, tantas vezes caímos nessa tentação.

Os sacramentos e sacramentais, por usarem de sinais sensíveis como gestos, objetos: água, óleo, imagens, medalhas, etc e ritos, são muitas vezes confundidos e explorados de forma supersticiosa, por exemplo, não se batiza uma criança porque ela é pagã, mas, porque os seus pais sendo cristãos, os mesmos desejam que os filhos recebam o batismo e se tornem filhos de Deus e membros da Igreja.    
  
O Catecismo, no parágrafo 2111, explica que atribuir eficácia sobrenatural aos materiais e sinais, independentemente da disposição do fiel, é superstição. Os filhos de Deus não precisam dessas coisas. 


Ou seja, se o fiel atribui um poder mágico a imagem ou a medalha, por exemplo, como se ela fosse fonte de graça e poder, independente de Deus e da fé da pessoa, isso configura uma superstição.

Acreditar que não usar veste branca durante a passagem do ano velho para o ano novo trará má sorte. Também é uma superstição comum.
O uso de vestes brancas no réveillon está ligado também ao espiritismo às religiões de matrizes africanas. Nesse dia as pessoas também aproveitam para fazer oferendas aos espíritos e entidades como Iemanjá.

Para nós cristãos é o contrário; o branco significa pureza, purificação; no batismo os catecúmenos recebem a veste branca; para simbolizar que nossa alma foi lavada, limpa do pecado original e Jesus nos deu uma nova vida. Usamos as cores  como simbolismo e não porque o uso delas em determinadas datas podem trazer boa ou má sorte. Quando pensamos da segunda maneira estamos sendo supersticiosos e isso é pecado.

Se acreditamos realmente em Deus e na pessoa de Jesus Cristo seu Filho, se acreditamos que é o Espírito Santo que nos guia não temos o direito de acreditar em superstições. Quando deixamos de confiar em Deus  para acreditar em superstições então estamos depositando nossa confiança em coisas falsas. Logo, não podemos dizer que somos pessoas de fé. Pois, o Senhor Jesus já nos advertia: "Se me amas, guardareis os meus mandamentos". (João 14, 15) 

           
Por que a superstição é tão ruim?

A superstição é ruim porque “é um desvio do sentimento religioso e das práticas que se lhe impõem” (Catecismo da Igreja Católica nº.  2111).

Ou seja, a superstição gera na pessoa uma religiosidade deformada. Outro problema é que muitas vezes leva a uma nociva dependência psicológica e social de coisas efêmeras, firmando na pessoa fragilidades psicológicas como o medo e a insegurança. O ser supersticioso não acredita no poder de Deus e acredita que poderes vem dos objetos. Se uma pessoa cristã acredita em amuletos ou atribui poderes mágicos a objetos peca gravemente contra o primeiro Mandamento da Lei de Deus.         

O mais grave é que a superstição é uma forma de idolatria, conforme nos indica o Catecismo no parágrafo 2138.

Idolatria consiste em divinizar algo que não é Deus. É quando o homem presta honra e veneração a uma criatura no lugar de Deus (cf. Catecismo da Igreja Católica nº. 2113).

A idolatria é uma pecado que fere gravemente o primeiro mandamento, que é “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento”. A idolatria é fortemente combatida em vários textos da Escritura como: 1Coríntios 6,9; 1Coríntios 10,7; Ef 5,5; Apocalipse 21,8. Sem dúvida, a idolatria é uma porta aberta à ação do maligno na vida de uma pessoa, sendo muitas vezes causa de opressões, obsessões e até possessões do demônio.

Mesmo os objetos sagrados (os sacramentais), como as medalhas, cruzes, escapulários, água, óleo, sal, etc. Não se atribuir a eles efeitos mágicos. Os objetos sagrados devem ser usados por nós como lembrança do sagrado, a cruz, por exemplo deve ser usada como símbolo da nossa fé em Cristo; as imagens devem nos inspirar a imitar as virtudes dos santos.        

A verdade é que, o cristão não precisa de amuletos, astros e mágicas. “Quem nos condenará?” – provoca o Apóstolo, “Cristo Jesus, que morreu, ou melhor, que ressuscitou, que está à direita de Deus, é quem intercede por nós” (Romanos 8, 34). Quem verdadeiramente crê em Cristo tem tudo de que necessita para ser feliz.

O centro de nossa Fé é o Senhor Jesus. É nele que devemos depositar toda nossa confiança. Se Deus é o Senhor de criador de todas as coisas, como em razão podemos acreditar na criatura e não no Criador?
Crer em Jesus nos basta.     
Quem crê em mim ainda que esteja morto viverá! (João11, 21-26)
Aquele que crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” (João7, 38)





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