quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

AS RAZÕES PELAS QUAIS CONSTANTINO NÃO FUNDOU A IGREJA CATÓLICA (Refutando o Dr. Rodrigo Silva) Parte 1

 



    Um vídeo que tem sido divulgado nas redes sociais de uma entrevista com o adventista e Dr. Rodrigo Silva, professor, teólogo protestante e arqueólogo, tem provocado polêmicas sobre suas afirmações mentirosas contra Igreja Católica. 
   O Dr. Rodrigo Silva, sendo um homem inteligente que é não deveria fazer tais afirmações porque é dotado de formação acadêmica. Porém, seus ataques e suas atribuições o fazem dentro do parâmetro protestante.
      O protestante olha a história da igreja a partir do século XVI, época em que Martinho Lutero se rebelou contra a Igreja Católica. 
    Também é característico de todo protestante acreditar que a Igreja Católica, o papado se iniciou no século IV a partir de Constantino, desprezando assim 03 séculos anteriores da história da Igreja. 
        O Dr. Rodrigo Silva nada mais é do que um simples repetidor, nada mais, de antigas acusações sem fundamento e bases históricas que trataremos de explicar a fim de desmascarar este senhor que como disse, é apenas mais um daqueles que usam de má fé e de argumentos falsos, sobre o pretexto de convencer as pessoas que o que ele fala está certo. Mas, não é assim. Para quem estuda e conhece os fatos históricos verá que não é verdade e que o único objetivo dessa pessoa é denegrir a Igreja Católica da mesma maneira como fez seus predecessores.           
    O Dr. Rodrigo Silva é um adventista e, como tal, vende sua sardinha estragada em embalagem nova. Como sabemos a igreja adventista é uma das principais seitas que inventou e continua inventando muitas mentiras contra a Igreja Católica. E é dela que este senhor faz parte. Ele é penas um dos muitos que têm surgido por ai tentando colocar na cabeça das pessoas fatos mentirosos e desconexos inventados contra a Igreja Católica e a grande maioria não o fazem por desconhecimento, mas, agem assim por pura maldade e ódio contra a Igreja de Cristo. Por isso é necessário que cada vez mais as pessoas procurem se informar e estudar mais para buscar o entendimento correto e estar a par da verdade. Pois, a verdade é como uma luz que não se pode abafar com uma peneira, a verdade liberta.    

Parece que este senhor ou não sabe ou não conhece a História da Igreja sobre o que está dizendo ou age por maldade tentando denegrir distorcendo fatos históricos relevantes da História da Igreja. Com conceitos sem fundamento histórico baseado em achismos sem procurar transmitir a verdade histórica.   

 Em entrevista o mesmo usa de frases mentirosas e totalmente desprovidas de qualquer fundamento histórico e aqui vamos esclarecer que a Igreja Católica foi sempre a primeira e, portanto, a mais antiga Igreja criada pelos Apóstolos Pedro e Paulo, seguida pelas demais Igrejas Orientais que seguem a mesma sucessão apostólica desde os primeiros séculos do cristianismo.

Para um católico bem preparado estas acusações são antigas e não há o que espantar vindo de um protestante. Partem daqueles que acusam a Igreja Católica de muitas coisas e não é nenhuma novidade, mas, para aqueles que estão chegando agora ou ainda não estão acostumados a ir atrás da verdade sob fontes seguras e verdadeiras é bom esclarecer e provar com bases sólidas que as acusações são falsas e de cunho maldoso com o fim de fazerem as pessoas desacreditarem na Igreja e se debandar para o lado deles.

A entrevistadora pergunta:

“A questão de Roma também é algo que ficou na minha cabeça; a gente vê na história como que os cristãos foram perseguidos, queimados, aquela loucura em Roma; como que Roma de repente se tornou a base do cristianismo? Porque foi escolhido lá onde o povo foi caçado, queimado? [...]”

A resposta maldosa de Rodrigo Silva:

“Tudo isso aconteceu pela suposta conversão de um homem chamado Constantino. No ano 313, (Século IV), depois de Cristo, Constantino; ele estava lutando pelo poder em Roma. Roma tinha ficado muito grande e tinha perdido um pouco da força ali. Aí tinha um imperador que chamava Diocleciano que acabou se aposentando, o único que se aposentou  e na briga pelo poder Constantino foi eleito imperador e ele sabia que os cristãos na época era uma força muito grande ...” 

Em resposta à pergunta foi que Roma vai se tornar o centro do cristianismo ocidental, (o catolicismo), por causa de Constantino. Uma resposta totalmente desprovida de verdade histórica. Eu me pergunto: aonde foi que este senhor estudou e tirou seu diploma de doutor? Certamente se ele aprendeu isso em alguma faculdade devemos passar bem longe dela. Porque nem mesmo a história dele por si só não se sustenta. 

A pergunta da entrevistadora foi razoável para quem sabe que os cristãos foram perseguidos quer entender como Roma se tornou a base ocidental da Fé cristã. Mas, vale lembrar que os cristãos não só foram perseguidos em Roma. Eles foram perseguidos em todo o Império Romano no Oriente e no Ocidente por imperadores romanos diferentes, não só apenas Dicleciano perseguiu. No Oriente Licínio também perseguia os cristãos, porém no Ocidente a perseguição foi mais intensa. 

O doutor Rodrigo Silva é tão entendido de história que não sabe que se fosse para um imperador romano fundar a igreja católica com um edito não seria Constantino, mas, Galério que antes de Constantino já tinha publicado o "Edito de Tolerância", também chamado de "Decreto da Indulgência" no qual pretendia dar harmonia política ao Império tornando anticristã a perseguição aos cristãos. 

Galério, sim, usou de estratégia política para promover a paz romana e estabilizar o Império. Então, dizer que Constantino foi quem fundou a igreja é como acreditar em fábulas porque se fosse assim esse mérito era de Galério. Constantino nasceu no final do Século III e se tornou imperador de Roma por volta do ano 305. É graças a ele segundo Rodrigo Silva que a cidade de Roma terá uma importância tão grande para o cristianismo. Então, vejam só! Se é colocada uma questão para ele porque a cidade de Roma se tornou tão importante, a resposta dele sempre será Constantino.

 Mas, quando ele faz uma afirmação deste tipo é de se esperar que antes de Constantino essa importância da cidade de Roma não existisse. Porque se foi feita essa pergunta para ele e ele responde “com Constantino” significa que antes de Constantino não há indícios de que Roma tivesse importância especial para o cristianismo.

Cem anos antes de Constantino nascer nós encontramos várias provas de que Roma já era uma cidade dotada de uma particular importância para o cristianismo no meio das perseguições. É o que lemos no Livro III – Contra as Heresias, de Santo Irineu de Lion, bispo de Lion na Gália, atual França. Ele foi discípulo de São Policarpo de Esmirna, que foi discípulo de São João Evangelista apóstolo de Cristo. 

Assim disse S. Irineu disse a respeito de Roma:

“Mateus publicou na língua dele os escritos do Evangelho enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja”. (...) “A Igreja de Roma é a maior e a mais antiga fundada e constituída pelos dois gloriosíssimos Apóstolos Pedro e Paulo, com efeito deve necessariamente estar de acordo com ela, por causa de sua origem mais excelente toda Igreja”.

Ou seja, todas demais Igrejas devem estar de acordo (em comunhão) com a Igreja de Roma. Isto é, os fiéis de todos os lugares porque nela sempre foi conservada de maneira especial tradição que deriva dos Apóstolos. 

Mais adiante ele diz: “Os Bem-Aventurados Apóstolos que edificaram a Igreja transmitiram ao governo episcopal a Lino, (o Lino que Paulo lembra na Carta a Timóteo), Lino teve como sucessor Anacleto, depois dele em terceiro lugar, Clemente, a este sucedeu Evaristo, depois Alexandre, depois Sixto, Telésforo, depois Iginio, depois Pio, depois Aniceto, Aniceto sucedeu Sotero e presentemente Eleutério em 12º lugar detém o pontificado e hoje, o pontificado está com o Papa Francisco. 

Com essa sucessão chegou até nós a tradição apostólica e pregação da verdade. Essa é a demonstração mais bela de que uma só é a fé vivificante que foi conservada transmitida na Igreja desde Pedro e Paulo até agora.

O que Constantino tem a ver com isso? Isso foi escrito um século antes de Constantino. Constantino não teve e não tem nada a ver com a solidificação da Igreja em Roma porque como provado em documentos da Patrística, a Igreja Católica já existia muito antes em Roma, desde o princípio. Tanto é que Santo Irineu listou com clareza a sucessão dos primeiros Papas que sucederam S. Pedro. E nós podemos procurar várias outras fontes e citações que mostram a Igreja de Roma é especial porque aquela Igreja foi fundada por Pedro e Paulo.

Dionísio de Corinto no Século II disse: “Tendo ambos vindo a Corinto os dois Apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na Doutrina do Evangelho a seguir indo para a Itália nos transmitiram os mesmos ensina mentos e por fim sofreram o martírio simultaneamente”.

Tertuliano na virada do Século II para o Século III escreve: “A Igreja foi construída Sobre Pedro. A Igreja dos Romanos demonstra instrumentos públicos e provas que Clemente (IV Papa) foi Ordenado por São Pedro. Feliz Igreja, na qual os Apóstolos verteram o seu sangue por sua doutrina integral, onde a paixão de Pedro se fez com a Paixão do Senhor. Nero foi o primeiro a banhar no sangue do "berço da Fé". Pedro então segundo a promessa de Cristo foi por outrem cingido quando o suspenderam na cruz”. (É aquela profecia que Cristo faz e que está no final no final do Evangelho de São João – João21, 15-19. Quem é o berço da fé segundo Tertuliano? É Roma.)

São Cipriano de Cartago (Século III) escreveu: “Sobre um só foi construída a Igreja. Pedro, a cátedra de Roma é a cátedra de Pedro. A Igreja principal de onde se origina a unidade do sacerdócio”.

Poderíamos procurar várias citações, várias provas, não apenas que a Igreja de Roma era conhecida como especial, mas, também que o bispo de Roma, o Papa. Título esse que era dado aos demais bispos, mas, que depois passou a ser aplicado somente ao bispo de Roma. Provas desde o século I com S. Clemente I, do reconhecimento da importância especial da Igreja de Roma, do bispo de Roma.

Então como vemos, Rodrigo Silva começa a responder de maneira totalmente equivocada e sem nenhum fundamento a pergunta que lhe foi colocada. Não é por causa de Constantino que a Igreja de Roma é a mais importante, mas é por causa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo que lá estiveram e lá fundaram desde o primeiro século a Igreja Católica.

Outra falácia de Rodrigo Silva é dizer que Constantino se beneficiou com a Igreja de Roma. Disse ele: “Há uma frase de Tertuliano de que o sangue dos cristãos é como semente, quanto mais mata, mais cristãos surgem”. “Então Constantino no ano 313, ele teve uma estratégia política; ele estava passando a ponte do rio Nívea com os soldados que veio para lutar contra Maxcentius ou Maxcêncio pelo poder, aí Constantino caiu do cavalo e disse estou tento uma visão”. “Nesta época o império romano adorava o deus Mitras, principalmente os soldados, que é o deus sol e todo o exército ficou sim, que ele teve a visão do deus Mitras, o sol apareceu para ele falou para os soldados Mitras vai nos dar o poder, o deus sol. Só que de maneira muito engenhosa Constantino disse que Jesus apareceu para ele no sol e que Jesus é o próprio Mitras e que ele viu no sol uma frase em latim a frase “in hoc signo vinces”. – Que quer dizer, “sobre esse símbolo vencerás!” Ele viu uma cruz (que não é verdade) no sol. Então ele fez uma simbiose, uma mistura, um sincretismo entre cristianismo e Mitraismo. Ele deu liberdade de culto aos cristãos...”  

Disse bem, deu liberdade de culto, mas, não criou nem estabeleceu o catolicismo como religião do Império.

E o exército era em sua maioria da religião de Mitras. Fica a pergunta. Porque afirmar que se converteu ao cristianismo e que Jesus é Mitras? Não faz sentido o que ele está afirmando. Na verdade, são uma série de colocações de orações tão desprovidas de sentido como que jogadas sem encadeamento lógico que fica até difícil de responder. Em primeiro lugar é isso. Se o exército no qual ele se apoiava era seguidor de Mitras porque ele dizer que era Jesus no sol? (o que é mentira porque a visão de Constantino não foi isso); e porque dizer que Jesus era o deus sol Mitras?; mas, porque ele não disse logo que viu Mitras?

Afinal, que sinal Constantino viu no céu?

Constantino vê no céu, ao pôr-do-sol de 27 de outubro, as letras X (chi) e P (ro) do alfabeto grego (pronunciadas respectivamente “Ch” e “R”; trata-se das iniciais do nome de Cristo, “Christós“). 

Foi esse o verdadeiro sinal e não uma cruz como disse Rodrigo Silva ou como afirmam alguns. Junto com elas, a seguinte inscrição em latim: “In hoc signo vinces” (“Com este sinal vencerás!”). Constantino mandou gravar o símbolo nos escudos dos soldados e, ao dia seguinte, dia da batalha, derrotou Maxêncio e se tornou o único imperador no Ocidente

O símbolo, de caractere , é formado pela sobreposição das duas primeiras letras (iniciais) chi e rho (ΧΡ) da palavra grega "ΧΡΙΣΤΟΣ" (que quer dizer Cristo) de tal modo a produzir o monograma

A questão toda que ele coloca aí é: A ideia que converter ao cristianismo era favorável e traria um favorecimento político a Constantino. Isso é tão absurdo e tão desenraizado da realidade histórica que existe um historiador Ferdinand Lot, escritor Medievalista, em seu livro a ‘O Fim do mundo Antigo e o início da Idade Média’. Ele faz uma reflexão a respeito disso, porque essa questão de que Constantino teria se convertido por razões políticas e que é uma das principais alegações protestantes e de historiadores modernos que não tem religião, para negar a conversão de Constantino é justamente dizer que ele teria sido movido por um interesse político, tornando-o um político do renascimento, uma espécie de “Napoleão” que finge ser católico para agradar ao Papa, enfim, algo que não tem nada a ver com o tempo de Constantino e com a pessoa de Constantino. Que todos os historiadores sérios dizem que era um homem extremamente atento à realidades espirituais com todos seus problemas, com o que ele julgava ser a verdade, (há de se lembrar que a mãe de Constantino Helena a muito tempo  já era cristã, e isso também contribuiu para a sua conversão), e que não ia adotar uma atitude religiosa por interesses políticos. 

Mas, vamos supor que ele tenha tomado essa decisão conforme diz Rodrigo Silva por razões políticas. Haveria razões políticas para ele se tornar cristão? Ferdinand Lot diz em seu livro: “Pretender que Constantino aderiu ao cristianismo por questões políticas equivale a crer que teria interesse em fazê-lo”, mas, qual interesse? Ou seja, o quê? Tornando-se cristão traria o quê para Constantino? 

Um soberano como Henrique IV (1589-1610), que era herdeiro do trono francês e era Calvinista totalmente incapaz de levar os seus súditos a aderirem sua fé, pois, este na sua grande maioria professava uma doutrina diferente da dele, no caso, ele era protestante, mas, a maioria dos seus súditos era católica, pôde julgar necessário abandonar seus sentimentos pessoais realizar a unidade da crença considerada como indispensável ao bom funcionamento da sociedade. No caso o Henrique IV se converteu ao catolicismo para se tornar rei da França em 1589. Nesse caso, se fosse para adquirir o poder Constantino mesmo se tivesse sido um cristão convicto deveria ter-se feito pagão e não cristão já que a maioria de seu povo era pagão.

A respeito de sua prodigiosa força de propagação durante os três primeiros séculos o cristianismo estava longe de conquistar a maioria dos habitantes do mundo romano. As únicas regiões do início do século IV poderia englobar cerca de metade da população são: a Ásia Menor, atual Turquia, uma parte da Trácia, Chipre e Edessa. Exercia ainda uma notável influência nas classes dirigentes em Antioquia, na Selecíria, em Alexandria, incluindo o Egito e Atebaida, em Roma onde havia cerca de 30.000 cristãos, ou seja, um décimo da população, na Baixa Itália, algumas partes da Alta Itália, na África Proconsular e na Numídia, e ainda algumas parcelas da Tessália, em partes da Macedônia e algumas na costa meridional da Gália. Ou seja, essa era algumas regiões que o cristianismo tinha alguma força. 

Mas, estava muito pouco espalhado na Palestina onde o judaísmo voltara a impor-se, na Fenícia, na Arábia Romana, interior da Acaia, da Macedônia, da Tessalia, da Eber, da Dardânia, da Dalmácia, da Mésia, da Panônia, na Itália do Norte, na Mauritânia e Tripolitania. E era quase inexistente nas costas do Mar Negro, na parte Ocidental da Alta Itália, na Gália Central e Setentrional, na Bélgica, na Germânia, na Rétia e na Bretanha. 

Ou seja, apesar do cristianismo já ter alcançado no começo do século IV todo o Império Romano, na maior parte dele era extremamente minoritário. Assim, os países onde nasceu Constantino e onde seu próprio pai reinou até 312, no caso parte Ocidental do Império Romano, inclui-se os menos cristãos do Império. É paradoxal que o Imperador Constantino, um Ocidental tenha imposto uma que só viera difundir-se na parte oriental do Império. Se houve um Imperador que tivesse algum interesse em abraçar o cristianismo tal foi o caso de Galerius (Galério), e Maximinius Daia que era, no tempo de Constantino Imperadores do Oriente. Os quais foram seus piores inimigos e os maiores perseguidores do cristianismo. Mas, para o soberano reinante no Ocidente, Constantino aliar-se ao cristianismo representava um perfeito absurdo político, mas, era mesmo perigoso, já que o exército, a única força real do Estado Romano era todo ele pagão. Sendo principalmente dedicado ao culto do sol e seria por muito tempo.

Visto que temos constatado que Constantino tinha tudo a perder e aparentemente nada a ganhar ao abraçar o cristianismo, só nos resta uma conclusão possível a que cedeu a um impulso súbito de ordem patológica divina à escolha, jogou a sua sorte ao apostar no Deus dos cristãos. Os espíritos sentiam perturbados pelo trágico destino de todo aqueles que tinham perseguido os cristãos. 

O próprio Galério seu mais feroz adversário acabava de reconhecer-se culpado e implorava as suas vítimas para que rezasse por ele, no caso, Galério antes de morrer editou um Édito de tolerância e colocava fim à perseguição. 

Em Roma Maxcêncio que dispunha de um exército bem mais numeroso fizera encantações a todas as potências divinas e infernais do mundo pagão conhecidas e desconhecidas inflamando a imaginação com suas práticas mágicas. A Constantino só lhes restava tentar a sorte apelando para o novo Deus, o Deus dos cristãos.  

Aí ele pergunta: “Mas, ter-se-á realmente convertido?” Se entender por conversão uma reformulação moral e interna a resposta será sem dúvida negativa. Mas, não se trata disso, trata-se de saber se o imperador após sua vitória sobre Maxcêncio deu mostras oficiais de sua adesão a nova Fé. Tais mostras são inegáveis aí ele (Ferdinando Lot) lista em seguida as provas de que ele teria mesmo aderido ao cristianismo.

Então, equivocadamente afirma Rodrigo Silva e todos os historiadores modernos. Não havia para Constantino interesses políticos em converter ao cristianismo, interesses militares muito menos. Ele tinha tudo a perder, foi uma grande aposta política que deu certo, mas, não, Constantino não foi movido por interesses políticos ao abraçar o cristianismo.

Diz Rodrigo Silva que “Constantino deu liberdade de culto aos cristãos, proibiu as perseguições aos cristãos, e elevou o cristianismo a religião estatal” – sobre isso já foi respondido mas, reforçando que Constantino deu sim liberdade de culto aos cristãos e proibiu a perseguição dentro do Império Romano Ocidental, mas, não foi ele que estabeleceu o cristianismo como religião oficial do Império, mas, o Imperador Teodósio 43 anos depois da morte de Constantino com o Edito de Milão em 06/313; - O Acordo de Milão garantiu a liberdade religiosa aos cristãos do Império Romano. 

Os governantes romanos Constantino I, imperador do Ocidente, e Licínio, imperador do Oriente concordaram com a liberdade de crença para toda população do império, incluindo os cristãos. Devolvendo, inclusive os locais de culto aos cristãos, incluindo até os que já haviam sido vendidos. Porém como já vimos antes da emissão do Édito de Milão, Galério ou Galério, em 30 de abril de 311, promulgou o Édito de Tolerância, também chamado de "Decreto da Indulgência", no qual, buscando harmonia política, reconhece o cristianismo e dá fim à perseguição anticristã. Mas, somente em 380 com o Edito de Tessalônica tornou-se então o Catolicismo a religião oficial do Império Romano,  também conhecido como Cunctos Populos ou De Fide Catolica foi decretado pelo imperador romano Teodósio I (a 27 de fevereiro de 380 d.C), elo qual estabeleceu que o cristianismo tornar-se-ia, exclusivamente, a religião de estado, no Império Romano abolindo todas as práticas politeístas dentro do império e fechando templos pagãos.

Portanto, é um absurdo a afirmação de Rodrigo Silva que busca senão desvirtuar o contexto histórico sem fundamento algum, (e ele como doutor sabe que mente descaradamente), ao afirmar tais coisas que não condiz com a realidade e com os documentos históricos. 

É de uma irresponsabilidade sem tamanho. Uma pessoa, por mais que tenha todos os títulos de doutorado que se propõe a isso em dizer que Constantino tornou o cristianismo religião oficial do Império Romano, essa pessoa é desprovida de qualquer credibilidade.

Segundo Rodrigo Silva, Constantino pegou as basílicas, que eram templos pagãos de Roma e transformou essas basílicas em templos cristãos.

Um grande absurdo para uma pessoa que se diz doutor, e arqueólogo. As basílicas romanas, antes, eram locais de reunião pública. Utilizadas para o comércio, para os julgamentos, para as grandes assembleias e discussões públicas não eram templos.

Continua Rodrigo Silva... “Quem já foi para a Itália já deve ter visto muito dessas basílicas lá, tem um panteão lá dessa época que você vê que é uma coisa estrondosa. Nos nichos que tinham os deuses pagãos ele tirou e colocou imagens de santos”. “Constantino começo a mudança e a Igreja cristã que até então era Apostólica, agora se tornou Apostólica Romana.”

Talvez ele não sabe que o Panteão se tornou igreja somente em 609; (Em 609, o imperador bizantino Focas ( r. 602–610) deu o edifício ao papa Bonifácio IV ( r. 608–615), que a converteu em uma igreja cristã e consagrou-a a "Santa Maria e os Mártires" em 13 de maio de 609.) 

E não há mal nenhum em reutilizar algo que antes era do mal em favor do bem. Pois, se fosse assim os cultos evangélicos também não poderiam acontecer em salões de festa, em clubes e estádios de futebol. Ou mesmo em locais onde antes eram usados com outros fins. No entanto, os evangélicos alugam prédios que já foram até bares e boates e transforma-os em igrejas.

Também é mentirosa essa afirmação de que foi a partir de Constantino que a Igreja se tornou Apostólica e Romana. Quando nós sabemos pelos escritos dos documentos  que muito antes de Constantino nascer ela já existia em Roma, e o nome Romana só veio a ser acrescido depois para distinguir a Igreja cristã de Roma das demais. Porque a Igreja de Roma é a mais antiga e uma das várias Igrejas Católicas que existem até hoje. 

Não tem nada a ver com Constantino. Igreja, porque é fundada por Jesus Cristo, Católica, porque é uma só em todo mundo. Uma só fé, uma só Igreja, um só batismo. Apostólica porque descende dos Apóstolos Pedro e Paulo, e Romana porque sua Sede oficial está em Roma.  A Igreja de Roma é a mãe de todas as outras Igrejas. Tendo à sua frente o bispo de Roma que também é o Papa.

Um outro ponto que é preciso considerar é que a conversão de Constantino não favoreceu a importância, a cristalização da primazia da Sé Romana, mas, conspirava contra. Não é preciso ser um grande conhecedor de história para entender. Para isso, basta conhecer os fatos. Alguns dos fatos mais fundamentais e fazer breves raciocínios.

Constantino tirou a capital do Império Romano de Roma. Ele não gostava de Roma que trazia para ele lembranças negativas. Roma lembrava crimes que ele lá cometera. Em 324 Constantino resolveu construir uma nova capital que é Constantinopla que foi inaugurada em 330. Levando para lá todos os órgãos de estado tornando aquela capital a capital do Império Romano. Abandonou Roma e nunca mais voltou. Quando ele morreu o império foi dividido entre seus 3 filhos, mas depois foi reunificado pelo seu segundo filho e sucessor Constâncio II, que foi a Roma uma vez por volta de 356. 

Roma foi abandonada pelos imperadores. Se Constantino tivesse interesse em tornar alguma cidade como a capital da Igreja não Roma, mas, Constantinopla. E mesmo quando o Império Romano foi dividido em dois e o Império Romano Oriental seguiu seu caminho e o Império Romano Ocidental voltou a ter um imperador no Ocidente, os imperadores não viveriam em Roma, mas, no norte da Itália, em Milão, em Pávia, em Ravena.

Ainda, segundo Rodrigo Silva, uma das mudanças de Constantino foi o calendário romano. Diz ele: “O calendário foi mudado na época de Júlio Cesar, depois na época do Papa Gregório, a gente fala do calendário juliano e do calendário gregoriano e nessas mudanças que Roma fez tanto na fase imperial como na fase cristã, a gente percebe uma coisa: Nós estamos em que ano agora? (resposta) novembro... mas, é o mês 11. Outubro lembra que número? (resposta) Oito, mas é o mês 10. Dezembro lembra que número? (resposta) 10. Mas é o mês 12. Quem mudou tudo isso? Diz ele, Roma."

Em relação a mudança do calendário, ele fala que Roma modificou o calendário. O que ele não sabe é que Roma fez o calendário, os meses que ele fala em seguida, Roma fez. Mas, aí a gente entende porque ele faz tal afirmação. Porque ele quer justificar (sem nenhum fundamento) uma profecia do Antigo Testamento correspondente a modificação de calendário. Aí, ele pega o calendário juliano que é um calendário pré-cristão, coloca no bojo dessas mudanças do calendário feitas por Roma para justificar uma suposta mudança de calendário que seria a realização da profecia do Antigo Testamento. 

Ele menciona até mesmo a modificação do calendário feito pelo Papa Gregório XIII (denominado de “calendário gregoriano” por causa desse Papa) em 1582 doze séculos depois de Constantino, ou seja, esse argumento dele é chamado de “falácia de conclusão irrelevante”. 

A mudança de calendário do século XVI como uma decorrência imediata do que aconteceu no século IV, para ele demonstrar que o que foi feito a partir de Constantino era uma realização de uma profecia do Antigo Testamento.

 Roma não mudou o calendário Roma fez esses calendários antes de Cristo. E depois o Papa Gregório XIII para fazer uma correção porque se concluiu de acordo com os cálculos astronômicos que estava equivocado, mas essa mudança foi feita na correção dos dias do ano e não nos meses. Os meses sempre foram romanos e continuam assim.

Rodrigo Silva continua seus ataques dizendo que Constantino mudou também as leis de Deus. Diz ele: “Eu convido todo mundo que está em casa a fazer um exercício, no Google você acha isso. Procure em qualquer Bíblia seja de editora católica, ortodoxa ou protestante Êxodo capítulo 20, os dez Mandamentos. E leia como os dez Mandamentos estão em qualquer Bíblia. Depois que você ler os dez Mandamentos como estão na Bíblia, procure o catecismo da Igreja Católica e veja como os dez Mandamentos estão no catecismo. No Catecismo está assim: Amar a Deus sobre todas as coisas, não tomar o seu santo nome em vão, guardar domingos e festas , honrar pai e mãe, não pecar contra a castidade. Mudaram os Mandamentos.” Para ele quem mudou os Mandamentos? ... Roma. Porque tudo se deu a partir de Constantino uma deformação, etc. porque estava profetizado no Antigo Testamento.

Falta de conhecimento deste senhor que não sabe que as primeiras modificações da estrutura dos Mandamentos já remontavam aos Rabinos. Nós encontramos Filon de Alexandria que foi um grande pensador judeu do século I, fazendo uma simplificação da ordem dos Mandamentos, diferente do que está estruturado no Antigo Testamento. A Igreja católica se quisesse mexer na estruturação dos 10 Mandamentos teria o feito na própria Bíblia. Mas, não. A Bíblia católica está do mesmo jeito que uma bíblia protestante ou na Torah judaica. Os 10 Mandamentos tal como estão no Catecismo não altera a fórmula original como está no Antigo Testamento, apenas o simplifica e reformula à linguagem da Igreja. 

A estrutura atual apresentada pelo Catecismo da Igreja Católica dos 10 Mandamentos remete à Santo Agostinho. Ela é obra principalmente de Santo Agostinho. Mas, nós precisamos considerar três coisas: 

1) Santo Agostinho, não foi Roma. Ele era um bispo de fato da civilização romana pós Constantino, mas, cuja autoridade era reconhecida universalmente pela Igreja por causa da sua grande sabedoria e seu vasto conhecimento e que fez esta estruturação que nós conhecemos. Mas, no final das contas, nem foi Santo Agostinho. A divisão que nós encontramos dos Mandamentos nós já encontramos na Igreja no século II e III na obra de Teófilo de Antioquia (Séc. II) e na de Clemente de Alexandria (Séc. III) e na virada do século IV para o Século V na África com Santo Agostinho. Ou seja, nós encontramos fontes pré- Constantino que servem de base para futura estruturação de Santo Agostinho.

Ou seja, é sempre isso. Eles vão apontar alguma coisa que teria sido uma inovação pós-Constantino e nós encontramos um paralelo, um prelúdio pré-Constantino. 

Qual que é a única tentativa coerente dessas pessoas a final das contas? É retornar ao infinito até Cristo e dos Apóstolos para frente é tudo corrupção. Porque tudo que eles atribuem de essencial, claro, após Constantino as raízes já estão lá na igreja pré-constantiniana. 

2) Lutero e Calvino também fizeram as suas subdivisões próprias dos Mandamentos. 

3) Ele falou "vá em qualquer bíblia, procure na internet...", o que este senhor não sabe, ou se esqueceu que ele nasceu já no tempo da imprensa. Hoje, a Bíblia é acessível a todo mundo. No entanto, na época de Santo Agostinho não era assim. O livro não era acessível a qualquer um. Além de caro, eram rolos e mais rolos de pergaminhos. 

A Escritura era copilada à mão e foi graças aos monges copistas católicos que a Bíblia se espalhou. A simplificação que Santo Agostinho faz baseado na tradição da Igreja pré-Constantino visava facilitar às pessoas que não tinham acesso ao texto bíblico por questões práticas a decorarem, e mais, os Mandamentos tais como estão no Catecismo da Igreja que se alicerça nessa divisão feita por Santo Agostinho, ela visa atender às correções que Jesus fez no Novo Testamento. Por exemplo: “Está escrito não cometerás adultério! Eu, porém, vos digo: Quem olhar para uma mulher e a cobiçar já terá cometido adultério em seu coração”. Não cometerás adultério é o mesmo que não pecar contra a castidade que é o pecado de adultério.

“Não matarás!,  Não adulterarás!,  Não darás falso testemunho!, Honra teu pai e tua mãe!,  Ame ao próximo como a si mesmo!”. (Mt19, 16-19) Veja aqui um clássico exemplo que nem Jesus usa citar os 10 mandamentos como está em Êxodo20. 

 “Eu vos dou um novo Mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos tenho amado!” (Jo13, 34) - o Novo Mandamento de Jesus. Ele não acrescentou mais um nos 10 e fez 11 Mandamentos. Ele deu um Novo Mandamento, o Mandamento da Nova Aliança é o "Amor". Parece simples, mas, ele pede que amemos uns aos outros como o mesmo amor que ele amou e nos ama. AMAR COM O AMOR DE DEUS.

 E aí, tem sentido o que Rodrigo Silva afirma? Claro que não.

 "O amor não faz o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da Lei." Rm13, 10 então, não importa se observamos os Mandamentos tal como está no AT. em Êx.20 ou como está no Catecismo importa que cumpramos o Mandamento de Jesus. AMAR COMO JESUS AMOU! Se conseguirmos isso estamos cumprindo toda a Lei. 

Jesus Cristo, segundo os evangelhos, também não mencionou os 10 Mandamentos da mesma forma que está em Êxodo 20. Pelo contrário, Jesus até os simplificou em dois, amar a Deus e ao próximo. Visto que os nove Mandamentos da Lei de Deus se resumem nestes dois. Quanto à substituição da guarda do sábado pelo domingo e festas de guarda como está estabelecido no Catecismo da Igreja Católica se deve ao fato de que os cristãos desde o início não guardavam mais o sábado como dia do Senhor, mas, o domingo. A guarda do sábado está ligada ao dia da criação e à Páscoa judaica na Antiga Aliança. A guarda do domingo está ligada à Páscoa de Jesus, à sua ressurreição conforme está descrito nos Atos dos Apóstolos. Jesus ressuscitou no domingo, apareceu ressuscitado no domingo, a Eucaristia, também chamada de “fração do pão” e as orações era feita pelos primeiros cristãos no domingo. E aí Rodrigo Silva diz que foi Constantino, que mudou o calendário e a guarda do sábado e a parte que fala não terás outros deuses diante de mim.

Santo Inácio de Antioquia que foi discípulo de São João em sua carta a Magnesius (107 d.C), portanto, bem antes de Constantino, ele combatendo as heresias judaizantes disse: “Nós que antes guardávamos o sábado agora não mais o guardamos, mas, guardamos o dia em que o Senhor ressuscitou, o domingo”. Isso não é no tempo de Constantino. Duzentos anos antes já fora dito sobre a guarda do domingo. Isso só demonstra que não há que se levar em conta por questões históricas de Rodrigo Silva a sério.

Os adventistas (que é o caso de Rodrigo Silva) e as outras denominações sabatistas que atacam a Igreja Católica o fazem ou por falta de conhecimento por maldade. Das duas uma ou ele mente, ou ele sabe e age com desonestidade, ou ele não sabe e vende-se como alguém que sabe.

O que este senhor diz em suas entrevistas muitas vezes de forma maldosa e inescrupulosa, visto que se trata de um doutor em arqueologia, teologia protestante e em patrística não poderia agir senão, com segundos interesses pelos quais é denegrir a Igreja Católica com suas falsas afirmações. O cristão que busca na arqueologia razões para provar sua fé, age como fez o apóstolo Tomé que não acreditou na ressurreição de Jesus e precisou por a mão nas feridas do Ressuscitado para crer.

É lamentável quando vemos pessoas desse naipe mentindo com falsas afirmações a respeito das verdades históricas, não por falta de conhecimento, mas por querer dar crédito à sua denominação.

A Igreja Católica, porém, ao longo de mais de 2000 anos sempre manteve a mesma fé e a mesma doutrina dos Apóstolos. Mesmo nos tempos mais sombrios em que a Igreja passou e mesmo agora com tantas pessoas de dentro ou de fora tentando derrubá-la ela está confiante na promessa de Cristo “as portas do inferno não prevalecerão contra ela!”


Fonte:

Das explicações do Prof.  Lucas Lancaster, História da Igreja. 

     

    

 

 

  

 

 

domingo, 23 de fevereiro de 2025

FOI CONSTANTINO QUE FUNDOU A IGREJA CATÓLICA? Parte 2

    Há aqueles que ainda insistem em afirmar que foi Constantino o fundador da Igreja Católica. Em sua maioria aprenderam de pessoas que tentam denegrir a  Igreja. Em muitos casos essas pessoas se deixam atrair por historiadores desinformados na história da Igreja. A verdadeira História está aí para desmenti-las.

    A maioria das pessoas aprenderam isso nas escolas com professores formados pelo iluminismo, e a outra parte vem ensinamentos protestantes que por ódio à Santa Igreja de Cristo tentam passar essa inverdade. Quem estuda a fundo e busca fundamentos sólidos dentro da história da Igreja saberá que tudo que estudou seja nas escolas pelos livros, ou contada de forma errada pelos falsos pastores verá que tudo não passa de uma invenção com o intuito de denegrir a imagem da Igreja Católica.   

  Mas, para você que deseja saber a verdade dos fatos tratarei de explicar que a Igreja começou muito antes de Constantino, pois, como  bem sabemos ela foi fundada por Jesus e continuada pelos Apóstolos ao longo da História. 

       Constantino nasceu no século III, mais precisamente em 26 de fevereiro de 272. Antes dele nascer a Igreja já existia, não tão organizada como existe hoje porque naquele tempo os cristãos foram perseguidos até Constantino anistiar o cristianismo no Ocidente. Tanto é verdade que a Helena, a mãe de Constantino já era cristã e católica quando Constantino nasceu. E a sua conversão em parte se deve à sua mãe.  

     A anistia aos cristãos aconteceu no Império Romano do Ocidente, mas, no Império Romano do Oriente os cristãos ainda eram perseguidos. A Igreja Católica já existia e foi o Imperador Teodósio I ou Teodósio o grande foi quem declarou a Igreja como religião oficial do Império Romano no ano de 380 como o "Édito de Tessalônica". 

    Outra tese protestante é que a fusão da Igreja Católica com o poder de Roma desvirtuou a Igreja fazendo-a apostatar da fé primitiva. Isso é outro engodo daqueles que negam a verdade. Porque Constantino deixou livre a liberdade de culto e ajudou em certas questões quando estas necessitavam a interferência do Imperador, mas, sua conversão não aconteceu do dia para a noite. Muitos defendem que ele se converteu no final de sua vida.  

    A Igreja Católica de Roma, onde está o Papa, é uma das mais antigas Igrejas Católicas. Sim porque havia várias Igrejas Católicas tanto no Ocidente, quanto no Oriente. Portanto, o nome da Igreja é Católica e Apostólica, e "romana" porque se refere ao lugar em que está situada que é Roma. Assim a Igreja Católica e Apostólica está em todo mundo formando as Igrejas particulares com suas Dioceses e Paróquias. Também existem as igrejas católicas que estão no Oriente em comunhão com a Santa Sé. No tempo de Constantino a Igreja católica estava presente tanto em Roma, como também em Bizâncio. A cidade de Bizâncio foi fundada pelos gregos em 667 a.C. Nesta cidade a Igreja católica, (chamada de Igreja católica Bizantina), já estava lá quando em 330 o imperador Constantino I reconstruiu a cidade dando a ela o nome de Constantinopla. Em 1930 ela ganha o nome de Istambul. 

    Perceba que: a ideia de que muitos têm de que foi Constantino que fundou a Igreja católica é falsa e quem afirma isso é mentiroso ou no mínimo carece de conhecimento de História. Em Roma a Sé do Papa, mas, em Constantinopla a presença dos Patriarcas e seus bispos formavam uma só Igreja. 

    Documentos antigos provam que a Igreja já existia muito antes de Constantino existir. A própria Bíblia vai mostrar que a Igreja Católica já estava em Roma muito antes de Constantino, desde o princípio. São Pedro que foi o primeiro bispo de Roma morreu mártir em 67 no tempo do imperador Nero, na Colina Vaticana onde existia um circo. Mais tarde sobre o túmulo do Apóstolo foi construída a Basílica de São Pedro.   

    Com muita frequência, presenciamos pessoas sem estudo e conhecimento histórico falando bobagens nas redes sociais, dentro de escolas, universidades ou mesmo em igrejas protestantes. Se estudassem mais sobre história, lessem mais ao invés de repetir o que outros falam, com certeza descobririam o quanto a ignorância e a falta de conhecimento têm cegado a muitos. Muitos sustentam a ideia de que a Igreja foi fundada por Constantino no ano de 324 d.C. 
    Acho que eles esquecem de um pequeno detalhe. Esqueceram dos 32 Papas que existiram entre Pedro (o primeiro Papa) até Constantino?

    Bem, vamos aos documentos de fato, que é o que nos interessa. Documentos que provam que a Igreja já existia muito antes de Constantino existir.
Desde Cristo, a Igreja era chamada simplesmente de Igreja. Mas o seu caráter universal (“Ide a todos os povos…”) fez agregar-se a ela a palavra católica (katolicon, do grego universal). O primeiro escritor da Igreja que apresenta a expressão católica foi Santo Inácio de Antioquia, martirizado em Roma, em 107 d.C.
    Santo Inácio nos fala abertamente da Igreja Católica, na sua Epístola aos Esmirnenses: “Onde comparecer o Bispo, aí esteja a multidão, do mesmo modo que, onde estiver Jesus Cristo, aí está a IGREJA CATÓLICA” (Epístola aos Esmirnenses, c. 8, 2).
    Outro contemporâneo dos Apóstolos foi São Policarpo, bispo de Esmirna, que nasceu no ano 69 e foi discípulo de São João Evangelista. Quando São Policarpo recebeu a palma do martírio, a Igreja de Esmirna escreveu uma carta que é assim endereçada: “A Igreja de Deus que peregrina em Esmirna à Igreja de Deus que peregrina em Filomélio e a todas as paróquias da IGREJA SANTA E CATÓLICA em todo o mundo”.
    Nessa mesma Epístola se fala de uma oração feita por São Policarpo, na qual ele fez menção de “todos quantos em sua vida tiveram trato com ele, pequenos e grandes, ilustres e humildes, e especialmente de toda a IGREJA CATÓLICA, espalhada por toda a terra” (São Cipriano em 249, antes de Constantino nascer, e antes do Concílio de Nicéia, testemunhava: “Estar em comunhão com o Papa é estar em comunhão com a Igreja Católica.” (Epístola, 55, n.1, Hartel, 614);
E não há para os fiéis outra casa senão a Igreja Católica.” (Sobre a unidade da Igreja, cap. 4); “Roma é a matriz e o trono da Igreja Católica.” (Epístola 48, n.3, Hartel, 607).
    No século III, Firmiliano, bispo de Capadócia, diz assim: “Há uma só esposa de Cristo que é a IGREJA CATÓLICA” (Epístoloa, de Firmiliano nº 14).
    São Frutuoso, martirizado no ano 259, diz: “é necessário que eu tenha em mente a IGREJA CATÓLICA, difundida desde o Oriente até o Ocidente”. (Ruinart. Acta martyrum pág 192 nº 3).

Veja a lista dos primeiros Papas da Igreja:

De 42 até 67 - São Pedro, da Galileia.
De 67 até 76 - São Lino de Volterra, Toscana.
De 77 até 88 - Santo Anacleto, romano.
De 89  até 98 - São Clemente I, romano.
De 98 até 105 - Santo Evaristo, da Grécia.
De 105 até 115 - Santo Alexandre I, romano.
De 115 até 125 - São Sisto I, romano.
De 125 até 136 - São Telésforo, da Grécia.
De 137 até 140 - Santo Higino, da Grécia.

De 140 até 155 - São Pio de Aquiléia, da Itália.
De 155 até 166 - Santo Aniceto, da Síria.
De 166 até 175 - São Sotero de Fondi, de Lácio, província Latina italiana.
De 175 até 189 - Santo Eleutério de Nicópolis, Grécia.
De 189 até 199 - São Victor I, da África.
De 199 até 217 - São Zeferino, romano.
De 217 até 222 - São Calixto I, romano.
De 222 até 230 - Santo Urbano I Romano.
De 230 até 235 - São Ponciano, romano.

De 235 até 236 - Santo Antero, da Grécia.
De 236 até 250 - São Fabiano, romano.
De 251 até 253 - São Cornélio, romano.
De 253 até 254 - São Lúcio, romano.
De 254 até 257 - Santo Estêvão I, romano.
De 257 até 258 - São Sisto II, da Grécia.
De 259 até 268 - São Dionísio, da Grécia.
De 259 até 274 - São Felix, romano. (Nesse tempo em 272 nasceu Constantino I).
De 275 até 283 - Santo Eutiquiano, de Luni, Toscana, Itália.
De 283 até 296 - São Caio, da Dalmácia, (Região da Costa do Mar Adriático).
De 296 até 304 - São Marcelino, romano.
De 308 até 309 - São Marcelino I, romano.
De 309 até 309 - Santo Eusébio, da Grécia.
De 311 até 314 - São Melquíades, Africano. (Nesse tempo é que em 313 o imperador Constantino, com o 'Edito de Milão' anistiou os cristãos e deu-lhes liberdade de culto.)    
De 314 até 335 - São Silvestre I, romano. 
De 366 até 336 - São Marcos, romano.
De 337 até 352 - São Júlio I, romano.
De 352 até 366 - São Libério, romano.
De 366 até 384 - São Dâmaso I, da Espanha. (Nesse tempo, em 380 é que o Imperador Teodósio o grande, com o Edito de Tessalônica decretou a Igreja Católica como religião oficial do Império Romano do Ocidente.)  

    Esta lista por si só desmente aqueles que insistem em afirmar que a Igreja Católica foi fundada por Constantino. Além do mais ele não tinha como fundar igreja nenhuma visto que ele quando teve aquela visão do símbolo de Cristo no céu, nem sabia ao certo quem era Jesus e nem tinha consciência do que era a Igreja. Assim como aconteceu com o fariseu Saulo de Tarso quando teve seu encontro com Jesus no caminho de Damasco, não sabia quem de fato era Jesus. Constantino teve experiência parecida porque ele sendo um pagão ouvia falar do Deus cristão, mas, antes disso acreditava que aquela gente era louca por acreditar num morto que foi crucificado e o Império Romano considerava os cristãos uma seita. Constantino teve que aprender muito. 
    Ele era pagão e muito supersticioso e isso explica o fato de sua conversão acontecer tardiamente quase na hora da sua morte. Ora, se ele se converteu antes de morrer, isso quer dizer que ele ou pouco ou quase nada acreditava na Igreja e se fez alguma coisa por ela o fez por entender que aquela gente não lhes faria mal, ele não via nos cristãos a ameaça que os seus antecessores viam a ponto de perseguir e mandar matar, mas, via nos cristãos um novo povo mais inteligente, mais preparado e que preferia dar a vida pelo seu Deus e se sujeitar ao poder e aos deuses do Imperador. Não se pode descartar a ideia de que Constantino viu no cristianismo uma nova forma de pacificar o Império que passava por muitas revoltas e o número de cristãos já era grande dentre eles sábios e intelectuais romanos embora a maioria dos romanos ainda era de pagãos. No entanto isto é pouco provável já que ele tinha muito pouco a ganhar com isso.
    Mas, era mais proveitoso estabelecer uma "paz" entre os cristãos que continuar a combater as muitas revoltas externas e internas. O fato é que, quanto mais perseguia, quanto mais matavam os cristãos, mais cristãos surgiam, como já dizia Tertuliano no início do século: "O sangue dos mártires é semente de cristãos".    
    Dizer que Constantino fundou a Igreja Católica é de uma ignorância sem tamanho. Porque ao contrário de Saulo de Tarso que se converteu imediatamente, Constantino demorou muito para aceitar e se converter. 
    Alguns estudiosos dizem que durante a sua vida ele ainda cultuava os deuses pagãos. Embora sua Mãe fosse cristã e talvez tenha lhe ensinado alguma coisa Constantino servia o paganismo. 
    É claro que dentro de seus planos, Deus serve-se de pessoas para agir na história. Deus utilizou a pessoa de Constantino para solidificar a Igreja. O Império Romano já no tempo de Constantino começou a ruir para vir a cair em 476.  

     Enquanto o Império Romano estava em ruínas sobre ele a Igreja estava de pé reerguida. E para aqueles que acham que a Igreja se paganizou com Constantino devem entender que foi o próprio Deus que através daqueles sinais de Cristo enviados ao imperador com os dizeres "com este sinal vencerás" é com este sinal que foi também gravado o lábaro, o sinal da vitória da Igreja sobre seus inimigos ao qual as portas do inferno não poderão rompê-la. 
    Começa ali a derrota de um Império pagão e a elevação da Igreja de Cristo porque Roma não seria mais conhecida como a capital do Império, mas o lugar sagrado de onde o Sucessor de Pedro habitaria e falaria ao mundo inteiro. E de lá não só os povos cristãos, os governos cristãos ouviriam, mas, até os não cristãos ouviriam a voz do pastor que em nome de Cristo abraçaria todos a si.

    O próprio livro dos Atos dos Apóstolos, presente tanto nas Bíblias católicas, quanto nas protestantes, começa sua narração em Jerusalém e termina quando São Paulo chega em Roma (Atos, 28). Há um propósito do próprio Cristo quando aparece para São Paulo: "Na noite seguinte aproximou-se dele e lhe disse: 'Tem confiança, assim como deste testemunho de mim em Jerusalém, assim importa também que dês em Roma' (Atos 23, 11) - porque o livro de Atos é uma transferência, a Igreja sai de Jerusalém e se estabiliza em Roma.
     São Pedro quando escreveu sua primeira carta, escreveu de Roma. Ora se escreveu de Roma é porque São Pedro já estava lá e isso é uma prova de que São Pedro já exercia sua missão de bispo de Roma e sua função de Papa (pai) daquela Igreja. (1ª. Carta de Pedro 5, 13) - "A Igreja de Babilônia (assim era conhecida Roma naquele tempo), saúda-vos, assim como também Marcos, meu filho."
     O termo católico vem de "universal", ou seja, a Igreja é uma só no céu e na terra, tendo um só cabeça que é Jesus Cristo, (Efésios 1, 22). Ela está em comunhão no Céu e na terra.
      Em Hebreus 12, 22-23 está escrito: - "Vós, ao contrário vos aproximastes da montanha de Sião, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celestial, das miríades de anjos, da universal assembleia dos primogênitos, cujos nomes estão nos céus, e de Deus, juiz de todos os espíritos dos justos que chegaram à perfeição"... Isto que quer dizer catolicidade, a comunhão dos santos. Assembleia em grego é Igreja, e universal é católico. Daí podem os protestantes afirmar "Ah mas, o termo católico não aparece na tradução grega, foi a Igreja Católica quem inventou ".

    Pois é, esta citação dos versículos acima é da Bíblia protestante Ferreira de Almeida. Se tal argumento protestante fosse sólido, porque a tradução protestante traz em si a mesma citação católica? 
  A Bíblia Ferreira de Almeida foi traduzida da Bíblia King James, que é a Bíblia britânica que traz uma tradução bem fiel aos originais e lá está escrito "general assembly" que tem o mesmo contexto de universalidade ou catolicidade. A Igreja Católica, desde o princípio é uma só em todo mundo. O mesmo culto, a mesma doutrina, o mesmo batismo. Diferente das placas das igrejas protestantes. Cada uma com seu culto, o batismo de uma não serve na outra, o culto de uma é diferente da outra, a doutrina de uma não serve na outra, etc.

           Enquanto que a Igreja Católica está unida ao seu Papa e aos demais bispos e conserva a mesma unidade a mais de 2000 anos e tem o pastoreio católico, isto é, universal, sem o pastoreio universal não pode existir a Igreja e será apenas uma seita. 
    A Igreja depois que se firmou estabeleceu sua base em Roma. A Igreja de Roma se tornou a Sede, a Igreja-mãe de todas as outras por todo o mundo. E mesmo as igrejas ortodoxas eram sim, ligadas a Roma. Pois, a própria carta aos Hebreus prova que a comunidade dos hebreus era submetida a Sé de Roma. E como podemos provar isto? Podemos provar já no finalzinho da Carta dos Hebreus que esta Carta foi mandada da Sé de Roma para a comunidade dos hebreus:

"Irmãos, eu vos peço que acolhais esta palavra de exortação. Aliás, eu vos envio apenas algumas palavras. Sabei que nosso irmão Timóteo foi libertado. Se vier logo, irei ver-vos juntamente com ele. Saudai todos os vossos dirigentes e todos os santos. Os da Itália vos saúdam! (Hebreus 13, 22-23)

Note que:

a) A carta saiu da Igreja de Roma para a comunidade dos hebreus.
b) A carta, além de todos os ensinamentos dá notícias do Apóstolo Timóteo que foi libertado e traz um convite, o escritor manifesta o desejo revê-los e espera que o depositário desta carta vá à Roma encontrá-los. o Apóstolo Timóteo morreu em 97 d.C. Logo, podemos concluir que a Epístola aos Hebreus foi escrita antes disso. Isso prova que a Igreja já estava em Roma muito antes de Constantino. 
c) A Igreja já estava estruturada com um corpo eclesiástico, pois, aquela comunidade depositária da carta contava com seus dirigentes e uma assembleia que é chamada de santos. Os batizados eram chamados de modo geral, de santos. Pois, santo quer dizer, escolhido, separado.

    Está claro que nem Constantino, nem Teodósio foram fundadores da Igreja Católica. A Igreja já estava lá em Roma muito antes conforme o desígnio de Deus e conforme atesta a própria Bíblia e os documentos históricos.

     Ela foi sonhada pelo próprio Deus, amada pelo próprio Deus. Não poderia ser de outra forma, até porque nenhum homem tem poder de fundar uma Igreja senão o próprio Cristo que deu sua vida por ela na cruz do Calvário. 

    Todas as vezes que você escutar alguém dizer que fulano e ciclano fundou uma igreja você deve perguntar se foi Jesus que morreu por ti ou ou foi o fulano fundador de tal denominação. 
    Qual poder que o ser humano tem de fundar uma igreja? Nenhuma. Porque o homem não é Deus, não pode morrer e ressuscitar e nem salvar ninguém dos seus pecados. A Igreja existe para dar continuidade à Salvação trazida por Cristo e para ser a ponte que liga o céu e a terra em um só louvor. Por isso ela tem que ser única. Tem que ser: Una, Santa, Católica e Apostólica.

As evidências da catolicidade da Igreja nos primeiros séculos
A Igreja é uma só, Una, Santa, Católica e Apostólica

Atos 1, 14 - A reunião dos Apóstolos no cenáculo, também com eles Maria e outras santas mulheres, em oração aguardavam a descida do Espírito Santo. Qual é o sinal? Eles rezavam juntos em união com Maria.

Atos  1, 15-26 A eleição de Mathias em substituição a Judas Scariotes. Foi feita uma reunião onde os Apóstolos elegeram por meio de um sorteio aquele que ocuparia o lugar de Scariotes no grupo dos 12.

    Se lermos o capítulo 1, vamos ver que logo no versículo 13 que aparece na lista apresentada por São Lucas a figura de São Pedro como o primeiro da lista seguido dos outros. Não é por acaso que São Lucas o fez, mas para dar importância aquele que é o portador das chaves dada do Jesus para governar a Igreja. E o versículo 15, Pedro se levantou e fez um discurso introdutório antes da eleição. 

    Ali estava presente diante de aproximadamente 120 pessoas. Ele relembrou o que houve com Judas Scariotes e disse que é necessário que fosse nomeado outro no lugar de Judas, dos quais tinha que ser alguém que os tivesse acompanhado durante o tempo em que o Senhor esteve com eles desde o batismo de João até a Ressurreição. Por quê? Porque era necessário que este escolhido tivesse conhecimento dos ensinamentos de Jesus, fosse justo e teria que dar testemunho da Ressurreição.
  Note São Pedro estava à frente da Igreja, foi sob as orientações de Pedro que a Igreja fez a escolha de dois homens José Barsabás, o justo. Também Mathias e, depois da oração, a sorte foi lançada em Mathias.

    Notemos aqui a união da Igreja e sua organização desde o século primeiro século, onde Pedro como chefe da Igreja é o primeiro a ser ouvido e as decisões tomadas em conjunto só foi possível com um magistério de 120 pessoas sob a autoridade de São Pedro.
     É o que a Igreja faz até hoje. Pedro é pontífice porque é ele que faz a ponte, essa é função papal dada por Jesus a Pedro em Mateus 16, 19. E os Apóstolos e toda a comunidade sabiam disso e por isso levavam todas as situações a Pedro e era ele quem dava a última palavra. Depois de São Pedro todos os outros Papas até chegar a nós nunca foi mudado. A Igreja de descrita em atos já tinha uma hierarquia onde os Apóstolos,  que foram os primeiros bispos, juntamente com São Pedro a governava.

Atos 2, 5-11 - Na descida do Espírito Santo várias pessoas pregaram o mesmo Evangelho. Eles que eram de línguas diferentes, mas a pregação foi uma só, recebida nas suas próprias línguas. Isto é, os Apóstolos falavam em Hebraico, mas o Espírito Santo permitia que eles entendessem a mensagem do Evangelho em seus próprios idiomas.
Para quê? Para haver uma só doutrina no mundo todo, não houvesse confusão nem divisão. O Espírito Santo ele é unificador e não divisor. Não pode ser católico se não houver unidade.

Atos 4, 32 - "A multidão dos que haviam crido era um só coração e uma só alma". A Igreja verdadeira que é a Igreja Católica conserva essa união de fé de oração e de doutrina desde Pentecostes. O que está fora deste contexto de catolicidade são as seitas. A Igreja sempre foi Católica e Apostólica e é assim até os dias de hoje, no Oriente, no Ocidente, nas Américas e em todo lugar. Em torno de um só Senhor que é Jesus Cristo e sob o governo do Papa sucessor de São Pedro.

Jesus disse a Pedro: "Tu és pedra, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja". (Mateus16, 19) - A Igreja nasceu do dom total de Cristo para a nossa Salvação, antecipado na instituição da Eucaristia e realizado na Cruz. "O começo e o nascimento da Igreja são significados pelo sangue e pela água que saíram do lado aberto de Cristo agonizante na Cruz é que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja. Da mesma forma que Eva foi formada do lado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração traspassado de Cristo morto na Cruz. (Catecismo da Igreja Católica Nº. 766)

    Jesus não disse a Pedro "sobre ti fundarei as minhas igrejas e cada uma terá um nome e uma placa diferente, uma doutrina e um culto diferente". Jesus disse: "sobre ti (Pedro) fundarei a minha Igreja". A afirmação de Jesus está no singular. Porque uma só é a Igreja de Jesus. Esta Igreja é a Igreja Católica e Apostólica constituída por Jesus permanece até hoje.

               Estava no coração de Cristo o desejo que os homens fossem assistidos por ele após sua paixão, morte, ressurreição e subida aos céus. Para ficar conosco ele criou um novo povo dando-lhe uma Nova Aliança que não foi firmada no sangue de animais, mas, com seu próprio sangue selou uma aliança eterna. Nessa aliança fundou sua Igreja e pelo Sacramentos Batismo somos enxertado nessa Igreja que também é seu corpo e a Eucaristia sua presença real no Pão e no Vinho sua presença Real em Corpo e seu Sangue, alma e Divindade e ao mesmo tempo se dá em alimento de todas as almas completando este mistério de amor. Somente a Igreja Católica pode dar-nos este Sacramento de amor que é Jesus Sacramentado. "Eis que estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos". (Mateus 28, 20).

    Portanto, a Igreja Católica é uma só porque um só é seu Fundador e Salvador que por nós morreu e ressuscitou e nenhum outro homem por mais santo, nem pastor, e, nem padre, nem bispo que se desligar dela não terá nenhum poder se fundar outra, pois, esse poder só coube a Jesus Cristo que é Deus e Senhor.

     A Igreja é preparada na Antiga Aliança, fundada por Cristo, realizada na Cruz redentora e por sua ressurreição, ela é manifestada como mistério de salvação pela efusão do Espírito Santo. Será consumada na glória do céu como assembleia de todos os resgatados da terra. Ela é ao mesmo tempo, visível e espiritual, sociedade hierárquica e corpo místico de Cristo. Ela é una formada de um elemento humano e um elemento divino. Somente a fé pode acolher este mistério. A Igreja é no mundo presente, o sacramento da salvação o sinal e a salvação, o sinal e o instrumento da comunhão de Deus e dos homens. (CIC 778, 779, 780)
                            

   A ORIGEM DO NOME 'PAPA'

    Alguns dizem "mas Papa não existe" porque na Bíblia não existe nenhuma menção que Pedro tenha sido o primeiro Papa. Realmente não há. Porque Papa é um título e não uma função. É um título dado ao bispo da Igreja de Roma que é, por assim dizer, a Igreja mais velha. E foi lá que São Pedro e também São Paulo terminou seus últimos dias solidificando aquela Igreja como Mãe de todas as outras. É por isso que o bispo de Roma, ou seja, o Papa é considerado o sucessor de Pedro. Com exceção das igrejas protestantes e algumas igrejas ortodoxas em sua maioria todas aceitam e concordam que o Papa é mesmo o sucessor de Pedro, não por acaso, mas pela própria História da Igreja e a sucessão apostólica que lhe ela tem initerruptamente. Desde o início da Igreja a autoridade de Pedro como primeiro pastor era aceita. Encontramos várias passagens em que Pedro era quem decidia e dava a última palavra. Os Apóstolos e os demais cristãos conheciam a autoridade que Jesus, sendo a "Pedra Angular" deu a Pedro como sendo a "rocha" o "alicerce" que sustenta a fé da Igreja, "Tu és pedra e sobre ti fundarei a minha Igreja" (Mateus16, 18-19). Jesus fala da Igreja como uma construção que será elevada sobre a rocha. Pedro é a rocha, a base que sustenta a Igreja. 
    Certa vez Jesus disse que o "homem sábio constrói sua casa sobre a rocha" Mateus 7, 24-25; "Pois, quem ouve minhas palavras é tão sábio como aquele que constrói sua casa sobre a rocha"; Ele sendo Deus quis que um homem, Pedro fosse essa rocha onde a Igreja se firmaria. Isso quer dizer através de Pedro todos pudessem ouvir a voz dEle o Supremo Pastor. Sem a autoridade sem a sustentabilidade de Pedro a Igreja não pode sustentar-se pois, assim quis o próprio Cristo que em Pedro tivesse  a missão não só de sustentar a fé, mas, de ligar e desligar. Isto é Jesus transfere a Pedro o poder e a autoridade de governar, pastorear em seu nome todos os fiéis.
    Sobre Pedro está fundada a Igreja de Cristo, sobre ele está a autoridade de Cristo simbolizada pelas chaves o poder de abrir e fechar de ligar e desligar, o que Pedro na condição de pastor decidir pelo sim e pelo não será acatado na terra e no céu. Pedro sempre foi respeitado como primaz entre os Apóstolos o "príncipe dos Apóstolos" dado por Jesus a ele como chefe da Igreja. Os Apóstolos que eram0 fiéis a Jesus reconheciam a autoridade de Pedro como chefe da Igreja terrena e seu Vigário e respeitavam suas decisões como sendo do próprio Cristo. Os Apóstolos reconheciam em Pedro a própria autoridade de Jesus Cristo.

        A autoridade que foi passada ao bispo de Roma é muito grande e por causa disso é que a Igreja lhe honrou com o título carinhoso de Papa ou "papai". Pai de toda a Igreja que é família cristã. Assim como toda família tem um "pai", o bispo de Roma é chamado carinhosamente de "papaizinho". Ele, que depois de ser provado no fogo foi designado o pastor primaz da Igreja, "Apascenta minhas ovelhas!" (João21, 17).
       Veja que em nenhuma outra passagem dos evangelhos Jesus diz tão diretamente como no versículo 17, do Capítulo 21 de São João. Note que estava ali Pedro e João, (João 21, 20). Jesus teve uma conversa particular com Pedro e depois de ter a certeza de quer ele o amava mais do que os outros pediu "apascenta as minhas ovelhas!", ou seja, Jesus entregou a Pedro o pastoreio da Igreja. 
    Nosso Senhor, naquele momento sagrou pessoalmente seu primeiro bispo para ser o 'pai" de todos os outros e de toda a Igreja que com ele se erguia. É por isso que a Igreja até os dias de hoje chama o bispo de Roma de Papa por causa desta autoridade dada a São Pedro e consequentemente ao seu sucessor. E foi ali, em Roma, na Comunidade de Roma que São Pedro permaneceu até o fim de sua vida e deu sua vida e e lá deu testemunho de Cristo com seu martírio.
    Foi naquela comunidade que ele viveu seus últimos anos e toda a Igreja Católica em todo mundo reconhece a autoridade de Cristo na pessoa Papa os demais sucessores de São Pedro.
            
     Há uma controvérsia porque enquanto alguns estudiosos defendem que a Igreja Católica de Roma foi fundada por São Pedro, outros dizem que foram os discípulos e que quando São Pedro chegou à Roma ela já existia. O fato é que a Igreja Católica de Roma é a Igreja onde o seu bispo traz em si o primado de Pedro.
Onde surgiu a palavra "Papa"?

     "Papa" é uma palavra de origem italiana que quer dizer "papai" ou "paizinho". É um título carinhoso que surgiu a partir do século VI para se referir aquele que foi colocado por Cristo nas função de Pai da Igreja Católica e que se firmou a partir dos séculos IX e X, para se referir exclusivamente ao Bispo de Roma. É por isso que muitos confundem esta palavra como se ela fosse uma função. Enquanto que a função do Papa é ser Bispo, isto é, ser o pastor.
    
    Certamente, esta interpretação está longe de ser correta, assim como a interpretação do jogo de palavras "Pater Patrum" ("padre dos padres"), que seria uma descrição e releitura posterior do ofício papal.

Do ponto de vista histórico-etimológico, o termo "papa", no entanto, não é um acrônimo, mas uma palavra de origem grega, que significa "pai", "papai", em sentido familiar e carinhoso. É o termo usado nos primeiros séculos do cristianismo para dirigir-se ao clero, sobretudo aos bispos. Foi a partir dos século IX-X que se tornou exclusiva do Bispo de Roma: de "pai" em sentido específico a "pai" de Roma.

Nas Catacumbas de São Calisto está o testemunho mais antigo em Roma do uso da palavra "papa" referida ao Bispo de Roma. O diácono Severo declara haver recebido a ordem do bispo romano Marcelino (296-304) de construir um nicho sepulcral familiar dentro de tais catacumbas: “iussu pp. sui Marcellini diaconus iste Severus fecit…” (cfr. Testini, Archeologia cristiana, Bari 1980, p.384). Resumindo: é a história de um termo genérico que, com o passar do tempo, assume um significado cada vez mais específico, até tornar-se exclusivo.

    O documento "Dictatus Papae", nascido no ambiente gregoriano durante a luta das investiduras, os termos "sumo pontífice" e "papa" são usados como sinônimos. Desde cerca de dez séculos antes, a palavra "papa" indicava apenas o Bispo de Roma.

Apesar de existirem vários títulos do Papa (o Sumo Pontífice, Bispo de Roma, sucessor de Pedro, Patriarca do Ocidente, (este último deixado de usar por Bento XVI), Primaz da Itália etc.), Mas, o teologicamente e mais verdadeiro e do qual derivam todos os outros é: "Bispo de Roma" e, portanto, herdeiro e sucessor de Pedro e cabeça do colégio apostólico.

    Dois textos, um da antiguidade e outro dos nossos dias, falam da importância do título romano:

"Dado que seria demasiado longo enumerar as sucessões de todas as Igrejas, tomaremos a máxima igreja, muito antiga e conhecida de todos, fundada e construída em Roma pelos dois gloriosíssimos apóstolos Pedro e Paulo; mostraremos que a tradição que ela tem, dos mesmos, e a fé que anunciou aos homens, chegaram até nós por sucessões de bispos… Porque, é com esta Igreja (de Roma), em razão de sua mais poderosa autoridade de fundação, que deve necessariamente concordar toda a Igreja… na qual sempre se conservou a tradição que vem dos Apóstolos" (cf. S. Irineu, Contra as heresias).

"Na comunhão eclesial existem legitimamente igrejas particulares com tradições próprias, sem detrimento do primado da cátedra de Pedro, que preside à universal assembleia da caridade, protege as legítimas diversidades e vigia para que as particularidades ajudem a unidade e de forma alguma a prejudiquem" (Lumen Gentium, 13).

(Artigo do Pe. Giovanni Roncari, professor de História da Igreja, publicado originalmente em Novena.it)


Outros títulos dado ao Papa:

Santo Padre

Entendendo-se novamente o termo “padre” no sentido latino de “pai”, esse título acrescenta à paternidade espiritual também o caráter de santidade inerente à vocação e missão confiada ao Papa por Cristo.

Pontífice

Vem do latim “pontifex”, derivado por sua vez de “pons”, que significa ponte. Quer dizer “construtor de pontes”. Frequentemente, vem antecedido pelo adjetivo “Sumo”, do latim “Summus”, que significa “máximo”, “supremo”.

Servo dos Servos de Deus

Adotado por São Gregório Magno em 602, esse título reflete o papel do Papa como aquele que está a serviço de todos os fiéis, que, por sua vez, também estão a serviço de Deus, a exemplo de Jesus Cristo: o próprio Cristo, sendo Deus, se fez homem para nos servir e salvar.

Vigário de Cristo

Adotado no século V por São Leão Magno, esse título recorda o papel do Papa de representar Jesus na terra como pastor das suas ovelhas. “Vicarius” tem a mesma raiz de “vice”, ou seja, substituto, sucessor, representante, aquele que exerce legitimamente as funções de outro.

Bispo de Roma

Como sucessor de São Pedro, todo Papa herda a missão de ser o bispo da Cidade Eterna.

Primaz da Itália

Historicamente, cada região da Igreja tem um cardeal primaz, isto é, um líder primário da Igreja naquela área específica.

Sua Santidade

Embora mais usado como referência ao Papa, esse título que primariamente evoca a santidade do seu posto como Vigário de Cristo é usado também para líderes de outras tradições cristãs, principalmente orientais, inclusive em comunhão com Roma (nas diversas tradições orientais também é bastante usado o título “Sua Beatitude”). A título de precisão, usa-se “Vossa Santidade” quando se fala diretamente à pessoa do Papa.

Soberano do Estado da Cidade do Vaticano

Título que reconhece o poder temporal do Papa como líder do Estado Vaticano independente. 

Fonte: pt.aleteia.org

            

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

IRMÃO LUÍS MARIA ALERTA OS CATÓLICOS SOBRE FALSA ORAÇÃO DE SÃO MIGUEL ARCANJO NÃO AUTORIZADA PELA IGREJA

O vídeo é um alerta do Irmão Luís Maria sobre uma falsa oração de São Miguel Arcanjo que está se espalhando entre os fiéis pelo Tik Tok. Ele enfatiza a importância de usar apenas orações reconhecidas pela Igreja para evitar mal-entendidos e proteger a fé verdadeira. Assista o vídeo: 




OS SANTOS ANJOS DE DEUS - Eles são nossos amigos e protetores!

O uvimos muito falar sobre os Coros dos Anjos , sobretudo por causa do misticismo religioso. Mas, dentro de nossa fé e dentro do que a ...