QUANDO SURGIU O NATAL?
O Natal é uma data especial em que a Igreja celebra o nascimento de Jesus.
Os
evangelhos não mencionam a data exata do nascimento de Jesus porque o propósito
dos evangelistas não é escrever um livro de história, mas, o anúncio do reino
de Deus e da salvação trazida por Cristo.
Os primeiros
cristãos não tinham preocupação em celebrar o Natal, não porque era errado ou
proibido. Mas por causa das palavras de Jesus no qual ele prometia voltar um
dia, (a Parusia), viviam numa expectativa da definitiva vinda de Jesus. Eles acreditavam
num breve regresso de Jesus e por isso para eles era mais importante apenas celebrar
a Páscoa. Com o passar do tempo foram notando que a vinda de Jesus não está
marcada em nosso tempo. Deus tem seu próprio tempo. A Bíblia diz que mil anos é
para Deus como um dia. Eles não entenderam que Jesus só voltará no dia de Deus,
escolhido por Deus.
Com
o passar do tempo essa ideia da breve vinda de Jesus foi perdendo força, a
Igreja foi se organizando até o dia que foi definida a celebração do Natal e a
escolha do dia.
Os símbolos natalinos – a árvore de
natal, o presépio, os sinos e as guirlandas de natal. Com exceção do presépio e
dos sinos que foi criado por São Francisco de Assis no século XIII, os demais
foram trazidos de outras culturas e ganhado um novo significado. Tais símbolos deixaram
de ser pagãos pra ganhar um novo sentido. A árvore que na cultura antiga dos
povos que habitavam a região da Alemanha e que servia de palco para sacrifícios
humanos ganhou um novo significado. Foi um santo católico que destruiu esse
culto pagão e transformou a árvore em um símbolo sagrado. Confira nesse mesmo
blog a História de Árvore de Natal.
A figura do Papai Noel no natal é
mais negativa que positiva ele é um personagem mitológico do natal pagão ele
nunca existiu. Na Igreja celebramos São Nicolau ou Santa Claus que era um bispo
da Armênia e, cujo, era muito conhecido pela sua grande caridade. Conta a história que
o bispo Nicolau na noite de Natal distribuía dinheiro para as moças solteiras
pobres que não tinham dotes para se casar ou para pessoas que não podiam
comprar um presente de natal ele tinha o costume de deixar um valor em dinheiro
escondido em meias, daí o costume de na noite de Natal as crianças deixarem uma
meia para por presentes.
A
Igreja preocupou-se com a evangelização dos povos e sempre usou da enculturação
para evangelizar. Quando Roma caiu nas mãos dos bárbaros pagãos a Igreja lutou
muito para converter esses povos e a maneira mais fácil de fazer isso era
usando uma linguagem que eles pudessem assimilar e uma delas foi o evangelho
ligado a cultura dos povos. Foi assim na Europa, na Ásia, na África e nas Américas.
Portanto, não é de se admirar que a Igreja na Idade Média substituísse as festas
pagãs pelas festas cristãs mas, conservando e dando sentido aos símbolos pagãos
trazendo um novo sentido à elas.
Chamamos
isso de figura de linguagem. Em Atos encontramos o exemplo de São Paulo que
estando em Atenas na Grécia (Atenas possuía imagens de deuses pagãos); quando
ao passar pelo lugar onde estavam os deuses, viu um lugar sem estátua, ali
estava escrito “ao deus desconhecido” e São Paulo faz um discurso dizendo que
aquele deus desconhecido agora ele lhes fazia conhecer era Jesus Cristo.
Quando
Jesus pregava e ensinava aos mais simples usava de parábolas com elementos que
os judeus conheciam: o trigo, a uva, o pastor e as ovelhas, o juiz, o filho
pródigo...
Assim
a Igreja usou de elementos que antes eram pagãos para ensinar a doutrina e fazer
aqueles povos entenderem o verdadeiro significado das coisas. Lembrando que a
Igreja também utilizava desses símbolos para catequizar aqueles povos que não
sabiam ler e escrever. As imagens e as pinturas das grandes catedrais ajudaram
muito as pessoas a entenderem a catequese.
Porque
os protestantes (sobretudo os adventistas) para denegrir a Igreja Católica de
ser idólatra por pura maldade porque eles sabem que nem mesmo Lutero era contra
as imagens. Pelo contrário Lutero não via nas imagens e na iconografia cristã um
problema ou idolatria, mas, seu propósito com a reforma era contra a maneira
errada com que alguns clérigos de seu tempo viviam.
Alguns
historiadores dizem que se Jesus foi crucificado no tempo de Pôncio Pilatos,
então Jesus teia nascido em IV a.C e teria morrido com 34 anos. O dia e o mês
não sabemos.
Os
cristãos primitivos não costumavam celebrar o Natal apenas o dia da Páscoa.
Contudo com o passar do tempo a Igreja Católica sentiu a necessidade de
escolher uma data em que pudesse celebrar o Natal.
O
imperador Constantino I anistiou o cristianismo e deu liberdade de culto aos
cristãos. Isso fez com que a Igreja tivesse liberdade para organizar o
calendário litúrgico e fazer as mudanças que deviam ser feitas. O Papa tinha
mais autonomia.
Os
romanos celebravam do dia 25 de dezembro a festa pagã do deus sol ou “sol
invicto” mas, a Igreja declarava que o único sol, o sol da justiça era Jesus
Cristo o filho de Deus. Pois Jesus mesmo afirmou “Eu sou a luz do mundo, quem
me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo8, 12) e o profeta
Zacarias chama Nosso Senhor de “O Sol nascente que nos veio visitar” (Lc1,
67-69).
A
Palavra de Deus chama Jesus de “Sol nascente” aquele sol que trará justiça a
terra.
Então
a Igreja no século III resolveu substituir a festa pagã do deus sol pela festa
cristã do verdadeiro Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo o verdadeiro Sol da
Justiça.
Vemos
por aí pessoas maldosas, sobretudo, alguns protestantes que para denegrir a
imagem da Igreja Católica tentam dizer que o Natal é uma festa pagã. Não é
verdade. O que era pagã era a festa do deus sol. O Natal veio substituir a
festa pagã pelo verdadeiro culto a Nosso Senhor com a celebração do seu
nascimento.
Outra
mentira que os protestantes e pessoas maldosas que são inimigas da Santa Igreja
é dizer quem criou o Natal foi Constantino. O Natal sempre existiu, pois Jesus
nasceu em algum dia da história. O Natal de Jesus não está atrelado ao 25 de
dezembro, porém sabemos que houve um Natal. O significado de Natal é
nascimento. Ora, Jesus nasceu ou não?
Nós acreditamos pela Palavra que ele se
encarnou e nasceu de Maria. Se ele nasceu não importa a data houve um Natal
santo na história. Então se Constantino nasceu 334 anos depois de Cristo como é
que ele pode inventar o natal?
Então
Constantino por ser o imperador de ROMA apenas declarou a comemoração do dia 25
como sendo o dia escolhido para celebrar o NATAL. Poderia ser qualquer outro
dia? Sim, poderia. As Igrejas orientais
celebravam o Natal no dia 6-7 de janeiro.
Se o Natal é uma festa cristã, onde
está a paganização?
A
paganização do Natal acontece quando invertemos seu verdadeiro sentido. O Natal
é um dia especial em que comemoramos o nascimento de Jesus e quando trocamos o
verdadeiro significado do Natal por outras coisas paganizamos esta festa que é
entes de tudo religiosa.
Vou
dar um exemplo como é a paganização do Natal:
Vi
um comentário de uma atriz famosa no qual ela dizia que não gostava do Natal
porque bebeu e sofreu um acidente de automóvel. Ora, o Natal não é uma festa de
orgias e bebedeiras. O que fez ela se acidentar foi a irresponsabilidade de beber
e dirigir. Eu pergunto será que se ela tivesse entendido o verdadeiro sentido
do Natal teria se envolvido em acidente. O natal pagão produz este tipo de
coisa porque ele está envolvido com as coisas do mundo e não com as coisas de
Deus. O Natal de Jesus que comemoramos e celebramos não está ligado às coisas
do mundo nem às festas regadas de bebedeiras. Aliás o dia de Natal é dia santo
de guarda conforme nos ensina a Santa Madre Igreja em seu catecismo. Porém, a
Igreja abre uma exceção para que haja confraternização entre as famílias, mas
essa não pode ser ofuscada pelo brilho e pelo verdadeiro sentido do que é o
verdadeiro Natal. Se essa atriz tivesse estudado mais sobre o que é o Natal e
de como celebrá-lo como se deve não teria razões para odiar o Natal.
Por
outro lado, o jargão do comércio é a “magia do natal” e “espírito do natal”.
São palavras pagãs que não fazem parte do verdadeiro sentido do Natal de Jesus.
Quando usamos esses jargões estamos nos referindo ao natal pagão e não ao
verdadeiro Natal de Jesus. O Natal não é algo mágico. É algo que deve ser
sentido, celebrado com o coração. Ele nos recorda o dia em que o Filho de Deus
veio a esse mundo para nos salvar. Não interessa se foi 25 de dezembro ou não.
Mas se esta é uma data que foi escolhida pela Igreja e faz parte do calendário
litúrgico deve ser um dia especial de louvor e agradecimento. Não pode nunca
ser substituída pelas comemorações externas. É bonito reunir a família e os
amigos no dia de Natal, mas, se no meio dos convidados não tiver Jesus não
passará de uma festa qualquer. O propósito de celebrar o Natal de Jesus não é
esse. É um dia de festa, sim, mas, sobretudo de Oração.
Por
ela acontecer em uma época de férias e fim de ano é comum as pessoas, as
famílias se reunirem para celebrar o Natal em família. Não há nada de errado
com isso, mas, o que não pode acontecer é deixar de reconhecer que só
celebramos o Natal se realmente acreditamos nele tal como deve ser.
Para
nós cristãos o dia de Natal é um dia santo, dia de oração, de ir à missa de
estar com a comunidade em oração louvando e agradecendo a Deus pelo maior
presente que ele nos deu que foi seu Filho Jesus Cristo que veio para nos
salvar.
Quando
trocamos presentes, quando fazemos a ceia, quando cantamos os hinos natalinos
devemos lembrar que o aniversariante é JESUS. É a ale toda honra e toda glória.
Como cantaram os anjos no dia do seu nascimento, nós devemos louvar a Deus pelo
seu Filho.
Estamos
acostumados com o Natal do comércio onde o Papai Noel ofusca e tira o lugar de
Jesus. No Natal do comércio o pobre não tem vez. Quanto que no Natal de Jesus
ele recebeu os humildes pastores na gruta de Belém, nasceu pobre e foi envolto
em faixas e posto numa manjedoura (lugar onde comem os animais).
O
Natal cristão não é igual ao Natal do comércio onde há avareza, ganância, gula,
barulho, (...), o Natal do comércio não tem Deus e pode ser celebrado até pelos
pagãos.
O
Natal de Jesus é diferente. É o dia de festa, sim, de festa nos corações das
pessoas que creem na Salvação. É dia em que paramos para refletir o grande amor
que Deus tem por nós e agradecer, agradecer porque temos uma família. Devemos
festejar o Natal levando esta mesma esperança aos que necessitam dela.
A
árvore que um dia foi também um símbolo pagão, no Natal de Jesus passa a ter um
novo significado, o da esperança. Para nos lembrar que Jesus veio nos trazer
esperança de vida nova. Ele se encarnou e se fez um de nós por amor. E nós,
assim como a árvore que era uma sementinha e se tornou frondosa e passou a dar
muitos frutos devemos dar muitos frutos bons, alimentar as pessoas com a
Palavra. Devemos também produzir frutos bons de amor. A árvore de natal
representa nossa esperança em Deus, ao mesmo tempo nos recorda as palavras de
Jesus no evangelho “a árvore boa se reconhece pelos frutos”.
Os
presentes nos lembram que devemos amar as pessoas desinteressadamente,
independente de cor, raça ou religião. Devemos amar a todos. Os magos ofereceram
presentes a Jesus, ouro, incenso e mirra que eram os presentes mais caros da
época. O que estamos oferecendo de presente a Jesus no Natal? Qual é nosso bem
mais precioso que podemos oferecer a Jesus?
Jesus
nasceu um dia, morreu e ressuscitou e está no nosso meio. Quando celebramos seu
nascimento devemos tê-lo como primeiro convidado da festa e não o último. Você
já foi em uma festa de aniversário em que o aniversariante não está presente?
Mas, nós muitas vezes celebramos um Natal sem o dono da festa que é Jesus.
Existe ceia, presentes, a casa está cheia não há espaço... deixamos de fora o
dono da festa. É isso que acontece em muitos natais. Então esta festa não é de
Jesus. Se Jesus não é o convidado para que celebrar o Natal?
Escuto
pessoas dizerem que não gostam de celebrar o Natal porque sente falta deste ou
daquele parente, do pai, da mãe, dos amigos. Eu digo, essa pessoa nunca
celebrou o Natal porque não viveu o verdadeiro sentido do Natal que é Jesus. Se
Cristo não é o centro de nossa vida então não faz sentido em celebrar o Natal.
O
NATAL E A SAGRADA FAMÍLIA
Jesus
nasceu em uma família santa. Seus pais terrenos Maria e José o carpinteiro, deu
a ele um lar e muito amor. Jesus aprendeu com eles a andar, comer, caminhar e
trabalhar.
Jesus
teve mãe e teve um pai que o amou e o protegeu.
Portanto
o Natal nos lembra que devemos ser família, devemos criar nossos filhos com
amor, ensinando-lhes as coisas de Deus.
Maria
e José iam à sinagoga e ao Templo com Jesus. Quando Jesus completou 12 anos,
ganhou o direito de ler e comentar as Escrituras.
Olhando
para a Sagrada Família devemos pensar se estamos também oferecendo a
oportunidade a nossos filhos de conhecer a palavra de Deus. Que tipo de
ensinamento estamos dando aos nossos filhos?
Outra
lição que aprendemos é que a família deve se fazer presente o ano inteiro. Não é
só reunir a família apenas uma vez no ano para depois passar o resto do ano se
se ver, sem se conversar, sem ao menos dar um bom dia e boa tarde. As famílias
devem se espelhar na Santa Família de Nazaré. Buscando sempre a harmonia e o
respeito. É convidar sempre Jesus para morar em sua casa. Nunca substituir o
diálogo pelo celular. Assim como Jesus crescia em santidade numa família cristã
deve imperar a santidade, o respeito, o amor de pais para os filhos, de esposo para
a esposa, de filhos para com os pais. Não adianta fazer as pazes uma vez no Natal
e no Ano Novo e passar os 364 dias brigando.
Na Santa
Família de Nazaré havia respeito e vivência da Lei de Deus. Sem a vivência da
Palavra de Deus, sem oração e sem abrir o coração e as portas da casa para Deus
nenhuma família subsiste. Deus tem que ocupar sempre o lugar em nossa casa. Em primeiro
lugar a família deve servir o Senhor.
Natal
é isso. É para nos lembrar que devemos ser família todos os dias. Deus ama as
famílias e quis nascer de uma família.