Ela é o livro de fé e conduta de todos os cristãos pois, ela é o livro que traz para nós a Palavra de Deus no Antigo Testamento e no Novo Testamento; a Lei, os Profetas, os Salmos, os Evangelhos e as Cartas Apostólicas, que são os ensinamentos de Jesus e dos Apóstolos; escritos segundo a Tradição pelos Apóstolos e os evangelistas: Mateus, Marcos, Lucas e João.
Ela traz para nós os ensinamentos dos Apóstolos através das Cartas Apostólicas de Pedro, Paulo, Tiago, João, Judas, os Atos dos Apóstolos escrito por Lucas e o Apocalipse de São João. Portanto ela está dividida em duas partes: a primeira é o Antigo Testamento, (AT) (ou Antiga Aliança) e a segunda é o Novo Testamento (NT) (ou Nova Aliança).
Ela traz para nós os ensinamentos dos Apóstolos através das Cartas Apostólicas de Pedro, Paulo, Tiago, João, Judas, os Atos dos Apóstolos escrito por Lucas e o Apocalipse de São João. Portanto ela está dividida em duas partes: a primeira é o Antigo Testamento, (AT) (ou Antiga Aliança) e a segunda é o Novo Testamento (NT) (ou Nova Aliança).
A palavra testamento significa legado, aliança ou tratado. Ela é a Aliança que Deus fez com seu povo através dos tempos desde Abraão até Jesus Cristo.
Não se pode entender o Novo Testamento sem antes conhecer o Antigo, pois, o Novo Testamento se completa no Antigo Testamento e os dois se complementam.
A Sagrada Escritura como assim é chamada, é uma carta de amor de um Pai para os seus filhos. Ela aconselha e repreende.
Em 2Tim3, 16 assim está escrito:
➤"Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar a verdade, para repreender, para corrigir, para formar a justiça. Por ela o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda obra". (B. Ave Maria pág. 1523)
O ANTIGO TESTAMENTO
“Quanto ao Antigo Testamento, temos três
idiomas originais. A maior parte foi escrita e chegou até nós em língua
hebraica. Alguns capítulos dos livros de Esdras e Daniel, e um versículo de
Jeremias estão em aramaico, que foi o idioma falado na Palestina depois do
exílio babilônico (séc. VI a.C.). Dois livros, o segundo dos Macabeus e a
Sabedoria, foram escritos originalmente em grego. Dos livros de Judite, Tobias,
Baruc e Eclesiástico, e parte também de Daniel e Ester, perdeu-se como no caso
do Evangelho de Mateus, o texto original hebraico ou aramaico, sendo
substituído pela versão grega. Essas diferenças linguísticas não deixavam de
exercer a sua influência sobre a extensão do cânon dos livros sagrados.
Enquanto os Judeus disseminados no mundo greco-romano não tinham dificuldade em
introduzir os livros redigidos em grego, os judeus da palestina não queriam
conformar-se com isso” (Bíblia Sagrada, São Paulo, 1982, pág. 8).
O Antigo Testamento nos
foi legado pelos Hebreus. Tínhamos, no início do Cristianismo, duas versões,
uma Palestina (Cânon restrito), composta por 39 livros que foram escritos na
Terra Santa, em hebraico, divididos em: a Lei (Torá), os Profetas e os Escritos
(Hagiógrafa); e uma Alexandrina (Cânon completo), composta de 46 livros, que é
uma tradução grega, da versão Palestina, feita na cidade de Alexandria entre
250 a.C e 100 a.C, através de setenta sábios judeus (ou setenta e dois, segundo
outras tradições), fato este que originou o termo “Versão dos Setenta” (LXX) ou
“Alexandrina”. Os sete livros que só figuram na versão dos Setenta ou
Alexandrina são: Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida),
1 e 2Macabeus, além dos fragmentos de Ester (10,4 a 16), Daniel (3,24-20; 13;
14).
No ano 100 d.C. (séc. I d.C.), época em que se
difundia o Novo Testamento com os Evangelhos e as cartas dos Apóstolos que
surgiam (e que os judeus não acreditavam nem aceitavam), os Doutores da
Sinagoga (rabinos judeus) realizaram um Sínodo na cidade de Jâmnia (ou Jabnes),
perto de Jafa, na Palestina, para definir quais seriam os livros da sua Bíblia
(somente o Antigo Testamento em que eles acreditavam) e definiram como critério
para isso os seguintes itens, como assevera o teólogo Felipe Aquino:
1. Deveria ter sido escrito na Terra Santa;
2. Escrito somente em hebraico (não aramaico nem
grego);
3. Escrito antes de Esdras (455-428 a.C.);
4. Sem contradições com a Torah ou Lei de Moisés.
Esses critérios eram racionalistas mais do que
religiosos, fruto do retorno do exílio da Babilônia. Por esses critérios não
foram aceitos na Bíblia Judaica da Palestina os livros que posteriormente
também deixaram de constar no Antigo Testamento da Bíblia protestante (cf.
“Escola da Fé II A Sagrada Escritura”, Lorena-SP, 2000, pág. 32).
– “Foi-se formando (…) a opinião de que, depois
de Esdras (séc. IV a.C.), faltando ou sendo incerto o dom profético (cf. 1Mac
4,46;14,41), nem sequer admitiam pudessem ser escritos livros inspirados por
Deus. Por isso, quando nos fins do séc. I d.C. os Doutores da Sinagoga fixaram
o cânon das Sagradas Escrituras, foram excluídos até os livros escritos em
hebraico depois daquela época, como o Eclesiástico. Daí resultou o cânon
hebraico em que faltam sete livros” (Bíblia Sagrada, São Paulo, 1982, pág. 8).
A definição do Cânon Bíblico para os cristãos
partiu da autoridade apostólica da Igreja Católica, tanto para os livros do
Velho Testamento, quanto para os livros do Novo Testamento, como pode ser
evidenciado histórica e teologicamente. No que diz respeito ao Antigo
Testamento, os judeus nos legaram as duas versões acima descritas (Palestina e
Alexandrina ou dos LXX), e a Igreja, após dirimir suas dúvidas através da
análise teológica dos livros, juntamente com o discernimento do Espírito Santo,
optou pelo Cânon completo da versão dos LXX (Alexandrina).
– “A palavra cânon é grega e significa
literalmente uma regra ou medida, ou varinha direita. No seu principal sentido
metafórico de ‘regra de fé’ aparece a palavra cânon no Novo Testamento: ‘a
todos quanto andarem nesta regra, paz e misericórdia sobre eles’ (cf. Gál
6,16). Parece ter sido neste sentido, na verdade muito apropriado, que no
século IV a palavra cânon começou a ser aplicada às Escrituras, que continham a
regra autorizada pela qual deve ser moldada a vida do homem. Mas foi a
Igreja que, guiada por Deus, formou o Cânon, determinando depois de largos
debates, quais livros deveriam ser recebidos como sagrados e quais deveriam ser
rejeitados. A Igreja, pois é que primeiramente canonizou os livros santos, que
ficaram sendo canônicos, isto é, conforme o cânon à regra” (“História, Doutrina
e Interpretação da Bíblia”, São Paulo, 1951, pág. 6).
Após a reforma luterana, os protestantes
começaram a rejeitar os sete livros acima citados, da versão dos LXX, e em
meados dos séculos XIX os retiraram de suas Bíblias, como afirma o teólogo
Felipe Aquino:
– “Lutero, ao traduzir a Bíblia para o alemão,
traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua edição de 1534; e as
Sociedades Bíblicas protestantes, até o século XIX, incluíam os sete livros nas
suas edições da Bíblia”. Depois do
Ou seja, a Palavra de Deus, que foi semeada, plantada no meio do povo de Deus, para ser nosso livro de regra e conduta e, quando falhamos ela também nos repreende com amor e nos põe de volta no caminho da salvação.
Ela não é um livro para discussões, mas é um livro de diálogo. Quem usar a Palavra de Deus para discussão possui espírito enganador. Ela não é de particular interpretação como ensina os protestantes.
Quando Lutero se separou da Igreja Católica estabeleceu a "Sola Scriptura" ou "Somente as Escrituras" que segundo ele, a) Qualquer pessoa poderia interpretar a Sagrada Escritura, b) e que só ela era Palavra de Deus e portanto a Tradição Oral e a doutrina da Igreja ficava fora deste contexto. Para romper com a Tradição Apostólica adotaram a Bíblia judaica que continha 7 livros a menos que são: Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico ou Sirádice e Baruc.
Porque segundo ele tais livros não eram usados pelos judeus, e eram considerados apócrifos. Lutero ainda queria retirar os escritos: a Carta de Tiago (que ele chamava de "carta de palha" e o Apocalipse que ele considerava nem ser evangelho nem profético.
Martinho Lutero preferiu adotar o Antigo Testamento Hebraico (a Bíblia hebraica) que não usava esses 07 livros.
No século III a.C o Rei Ptolomeu II do Egito convocou 76 rabinos sábios dos mais renomados para reescrever aqueles livros que julgava-se necessários a Fé judaica. Foi daí que surgiu a Septuaginta ou a tradução dos 70. Provavelmente essa foi a Bíblia que Jesus teve contato e a usou quando viveu aqui na terra. Talvez seja essa a razão pela qual os Apóstolos conservaram a tradução dos 70 que o Concílio de Trento no séc. XVI admitiu como sendo ela o Cânone do Antigo Testamento.
Porque segundo ele tais livros não eram usados pelos judeus, e eram considerados apócrifos. Lutero ainda queria retirar os escritos: a Carta de Tiago (que ele chamava de "carta de palha" e o Apocalipse que ele considerava nem ser evangelho nem profético.
Martinho Lutero preferiu adotar o Antigo Testamento Hebraico (a Bíblia hebraica) que não usava esses 07 livros.
No século III a.C o Rei Ptolomeu II do Egito convocou 76 rabinos sábios dos mais renomados para reescrever aqueles livros que julgava-se necessários a Fé judaica. Foi daí que surgiu a Septuaginta ou a tradução dos 70. Provavelmente essa foi a Bíblia que Jesus teve contato e a usou quando viveu aqui na terra. Talvez seja essa a razão pela qual os Apóstolos conservaram a tradução dos 70 que o Concílio de Trento no séc. XVI admitiu como sendo ela o Cânone do Antigo Testamento.
Ou seja, Apóstolos ao traduzirem a Bíblia para o Grego ( a língua mais falada antigamente fora o Hebraico), utilizaram a Versão dos Setenta (LXX). A Bíblia de Alexandria que continha todos os 07 livros que Lutero retirou.
Esse primeiro Cânon era chamado de Septuaginta.
Esse primeiro Cânon era chamado de Septuaginta.
Quanto a interpretação particular da Sagrada Escritura Martinho Lutero desobedeceu a própria autoridade de São Pedro que assim escreveu:
➤"Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.
Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo". (2Pd1, 20-21)
Ou seja, à ninguém é dado o direito de livre interpretação da Sagrada Escritura.
Somente o Magistério Igreja Católica, ou seja, aos Bispos cabe a interpretação da Sagrada Escritura e a ninguém mais.
➤"Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.
Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo". (2Pd1, 20-21)
Ou seja, à ninguém é dado o direito de livre interpretação da Sagrada Escritura.
Somente o Magistério Igreja Católica, ou seja, aos Bispos cabe a interpretação da Sagrada Escritura e a ninguém mais.
Para os Apóstolos os 07 livros que Lutero não adotou no AT eram considerados inspirados pois, se não fossem eles não os usariam.
Muito antes no século IV, (325), durante o Concílio de Nicéia a Igreja definiu que os Evangelhos inspirados seriam apenas quatro: Mateus, Marcos, Lucas e João.
Para não gerar mais confusão a Igreja Católica no século XVI, durante o Concílio de Trento definiu manter os 73 livros da Bíblia.
Fonte: Veritatis Splendor: https://www.veritatis.com.br/como-e-quem-definiu-quais-seriam-os-livros-da-biblia/
Os Critérios de Definição do Cânon
“A palavra cânon é
grega e significa literalmente uma regra ou medida, ou varinha direita. No seu
principal sentido metafórico de ‘regra de fé’ aparece a palavra cânon no Novo
Testamento: ‘a todos quanto andarem nesta regra, paz e misericórdia sobre eles’
(cf. Gál 6,16). Parece ter sido neste sentido, na verdade muito apropriado, que
no século IV a palavra cânon começou a ser aplicada às Escrituras, que
continham a regra autorizada pela qual deve ser moldada a vida do homem. Mas
foi a Igreja que, guiada por Deus, formou o Cânon, determinando depois de
largos debates, quais livros deveriam ser recebidos como sagrados e quais
deveriam ser rejeitados. A Igreja, pois é que primeiramente canonizou os livros
santos, que ficaram sendo canônicos, isto é, conforme o cânon à regra”
Em que a Igreja se apoia para definir o
cânon dos livros sagrados?
Uma primeira resposta, do ponto de vista católica,
que precisa de uma reflexão, nos é dada pelo último Concílio Vaticano II,
segundo o qual é “a mesma tradição que faz a Igreja conhecer o cânon dos livros
sagrados” (DV 8). Porém a tradição precisa, por sua vez, de critérios para ter
certeza de qual tradição se trate: por exemplo, se esteja em jogo a tradição
apostólica, ou simplesmente uma tradição eclesiástica. Esta é a questão dos
critérios de canonicidade que foi objeto de disputas sobretudo a partir do
século XVI com Erasmo e com os protestantes. Erasmo espalhou as dúvidas dos
primeiros séculos sobre a origem apostólica de Hebreus, Tiago, Judas e
Apocalipse, e de algumas perícopes evangélicas, tais como Mc 16,9-20; Lc
22,43s; Jo 7,57-8,11.
Estas seções foram submetidas ao juízo do
Concílio de Trento que, depois de ter exibido o elenco definitivo da Bíblia,
declarou: “Se alguém não aceitar como livros sagrados e canônicos estes livros,
inteiros com todas as suas partes, assim como se é costume lê-los na Igreja
católica e se encontrem na edição antiga da Vulgata latina, e desprezará as
preditas tradições, seja anátema” (DS, 1501). Lutero considerava secundários,
em relação ao testemunho dado a Cristo, os mesmos escritos rejeitados por
Erasmo e os colocava no fim de sua tradução em alemão da Bíblia.
Movido por um evangelismo radical, Lutero
considerava que o critério determinante para reconhecer um escrito canônico
fosse o seu urgere Christum (propor energicamente, fazer valer Cristo), o seu
levar e comunicar Cristo (was Christum treibt). Escrevia Lutero: “Isso que não
ensina Cristo, não é apostólico, mesmo se o ensinassem Pedro ou Paulo. Vice-versa,
isto que anuncia Cristo é apostólico, mesmo se o fazem Judas, Ana, Pilatos ou
Herodes”. Em resumo, para Lutero era determinante o critério cristológico que
lhe fazia dizer: “Enquanto os adversários fazem valer a Escritura contra
Cristo, nós fazemos valer Cristo (urgemus Christum) contra a Escritura”.
Não podemos negar que a fixação do cânon é um ato
da Igreja, ou da Tradição, que opera na Igreja. O concílio de Trento acrescenta
para a definição do cânon dois argumentos: o uso de ler determinados livros na
Igreja e a sua presença na Vulgata latina. Na verdade esses dois argumentos
servem para dizer que se reconhecem como canônicos aqueles livros que a
tradição da igreja lê. A tradição dos primeiros séculos deveu articular os
próprios critérios de canonicidade. Eles são três: a autoridade apostólica,
enquanto livros escritos pelos apóstolos ou por seus colaboradores diretos; A
ortodoxia dos escritos, enquanto conformes à regra de fé, ou seja, à fé
transmitida pelos apóstolos e professada na Igreja apostólica; a catolicidade
dos escritos, enquanto reconhecidos por todas ou maior parte das igrejas.
Repetimos de novo a pergunta: de onde vem a
certeza para a Igreja sobre os livros canônicos? É claro que à Igreja não foi
dada uma revelação especial sobre isso. Assim a resposta é: a Igreja, querendo
exprimir fielmente a mensagem de Cristo, reconheceu sempre mais claramente a
insuperável importância daqueles 27 escritos que lhe eram transmitidos desde a
idade apostólica.
A Bíblia Católica, também chamada de Vulgata foi traduzida por São Jerônimo, do hebraico e do grego para o Latim conservando a tradição Apostólica da primeira tradução dos 70.
Apenas o Novo Testamento, já muito antes da tradução de São Jerônimo teve muitos livros retirados, os Apócrifos.
Os Apócrifos saíram do Cânon bíblico por dois motivos: 1) porque não eram considerados inspirados devido ao tempo tardio em que foi escrito, muitos deles posteriores a era apostólica, depois do século III. 2) Porque continham muitas heresias escritas pelos *gnósticos* e histórias discrepantes, muito fantasiosas que não condiziam com a realidade.
**O
termo “gnóstico” foi aplicado pelos Padres da Igreja a certos hereges que
tiveram notável relevo entre os séculos II e IV. O
nome de “gnóstico” vem da palavra grega “gnosis” que significa conhecimento;
gnóstico é, portanto, quem adquire um especial conhecimento e vive segundo esse
conhecimento. O termo “gnose” não tem, portanto, um sentido pejorativo. Alguns
Santos Padres como Clemente de Alexandria e São Irineu falam da “gnose” no
sentido do conhecimento de Jesus Cristo obtido pela fé: “a verdadeira gnose –
escreve Santo Irineu – é a doutrina dos Apóstolos” (Adversus Haereses,IV,
33).
Intenção do Concílio
Os apóstolos e seus sucessores, transmissores do Evangelho
Natureza da inspiração e verdade da Sagrada Escritura
Apócrifos referentes ao Novo Testamento rejeitados
pela Igreja Católica:
Apócrifo significa: à parte ou separado.
A palavra apócrifo quer dizer aculto.
Nem todos escritos apócrifos são desconsiderados pela Igreja Católica; como por exemplo, o proto-evangelho de Tiago. Alguns deles são usados pela Igreja como históricos, mas, não considerados como palavra de Deus.
É dos Apócrifos que temos como exemplo, os nomes dos avós de Jesus: Joaquim e Ana. Os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João não mencionam estes dados.
Também é do apócrifo que que se tem a primeira referência sobre a morte ou dormicio ou dormição de Nossa Senhora e e sua Assunção. Que mais trade veio se tornar um dogma de Fé.
Os apócrifos são divididos em 2 categorias:
1) Os pseudo epigráficos - são aqueles livros que foram escritos a um personagem, mas, que na verdade seu personagem não tem relação direta com os escritos. Por exemplo, o livro de Enoque é um pseudo apócrifo porque esse livro não foi escrito por Enoque. Na verdade foi escrito muito tempo depois por outra pessoa, um escriba judeu, cujo conhecia a história de Enoque e atribuiu o nome de sua obra a ele.
2) Os apócrifos - que são aqueles de natureza oculta que de alguma forma foram retirados do Cânon bíblico pela Igreja.
Os apócrifos não são livros malditos, foram retirados da Bíblia por conterem certas discrepâncias com os outros livros considerados inspirados. Em sua grande maioria foram escritos muito tempo depois da era apostólica.
A questão do descrédito e desuso dos evangelhos apócrifos acontece porque não há referência da verdadeira autoria de seus escritos ou porque não continham elementos suficientes que os julgassem inspirados.
Mas, eles contém elementos históricos importantes e foram colocados à parte e não desprezados. Fato é que a Igreja os utiliza até hoje quando precisa levando em consideração as verdades que neles contém, até porque alguns deles são citados pelos livros canônicos do AT e até pelos Apóstolos. Portanto, é possível aproveitar os apócrifos para estudo. Hoje já existem vários livros dos apócrifos para baixar em PDF e para compra nas diversas livrarias católicas e evangélicas.
Existem pseudo epigráficos do Antigo e Novo Testamento e apócrifos do Antigo e Novo Testamento.
Assim, os apócrifos não dá para definir uma autoria própria. Por exemplo: O Evangelho de Judas, Tomé e Maria Madalena, etc. Não dá para acreditar que foram eles os verdadeiros autores destes livros. Mesmo porque foram escritos tardios demais e as pessoas, cujas se referem serem os a obra já tinham morrido.
A palavra apócrifo quer dizer aculto.
Nem todos escritos apócrifos são desconsiderados pela Igreja Católica; como por exemplo, o proto-evangelho de Tiago. Alguns deles são usados pela Igreja como históricos, mas, não considerados como palavra de Deus.
É dos Apócrifos que temos como exemplo, os nomes dos avós de Jesus: Joaquim e Ana. Os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João não mencionam estes dados.
Também é do apócrifo que que se tem a primeira referência sobre a morte ou dormicio ou dormição de Nossa Senhora e e sua Assunção. Que mais trade veio se tornar um dogma de Fé.
Os apócrifos são divididos em 2 categorias:
1) Os pseudo epigráficos - são aqueles livros que foram escritos a um personagem, mas, que na verdade seu personagem não tem relação direta com os escritos. Por exemplo, o livro de Enoque é um pseudo apócrifo porque esse livro não foi escrito por Enoque. Na verdade foi escrito muito tempo depois por outra pessoa, um escriba judeu, cujo conhecia a história de Enoque e atribuiu o nome de sua obra a ele.
2) Os apócrifos - que são aqueles de natureza oculta que de alguma forma foram retirados do Cânon bíblico pela Igreja.
Os apócrifos não são livros malditos, foram retirados da Bíblia por conterem certas discrepâncias com os outros livros considerados inspirados. Em sua grande maioria foram escritos muito tempo depois da era apostólica.
A questão do descrédito e desuso dos evangelhos apócrifos acontece porque não há referência da verdadeira autoria de seus escritos ou porque não continham elementos suficientes que os julgassem inspirados.
Mas, eles contém elementos históricos importantes e foram colocados à parte e não desprezados. Fato é que a Igreja os utiliza até hoje quando precisa levando em consideração as verdades que neles contém, até porque alguns deles são citados pelos livros canônicos do AT e até pelos Apóstolos. Portanto, é possível aproveitar os apócrifos para estudo. Hoje já existem vários livros dos apócrifos para baixar em PDF e para compra nas diversas livrarias católicas e evangélicas.
Existem pseudo epigráficos do Antigo e Novo Testamento e apócrifos do Antigo e Novo Testamento.
Assim, os apócrifos não dá para definir uma autoria própria. Por exemplo: O Evangelho de Judas, Tomé e Maria Madalena, etc. Não dá para acreditar que foram eles os verdadeiros autores destes livros. Mesmo porque foram escritos tardios demais e as pessoas, cujas se referem serem os a obra já tinham morrido.
1.
Evangelho segundo os Hebreus (gnóstico) Fim do Séc I d.C.
2. Proto-Evangelho de Tiago.
3. Evangelho do Pseudo Tomé.
4. O Evangelho de Pedro Meados do Séc II d.C.
5. O Evangelho de Nicodemos.
6. O Evangelho dos Ebionitas ou dos Doze Apóstolos Meados do Séc II d.C.
7. Evangelho segundo os Egípcios Meados do Séc II d.C.
8. Evangelho de André Séc II/III d.C.
9. Evangelho de Felipe Séc II/III d.C.
10. Evangelho de Bartolomeu Séc II/III d.C.
11. Evangelho de Barnabé Séc II/III d.C.
12. O drama de Pilatos.
13. A morte e assunção de Maria.
14. A Paixão de Jesus.
15. Descida de Jesus aos Infernos.
16. Declaração de José de Arimatéia.
17. História de José o garimpeiro.
18. Atos de Pedro.
19. Atos de Paulo.
20. Atos de André.
21. Atos de João.
22. Atos de Tomé.
23. Atos de Felipe.
24. Atos de Tadeu.
25. Epístola de Barnabé.
26. III Epístola aos Coríntios Séc. II d.C.
27. Epistola aos Loadicenses Fim do Séc. II d.C.
28. Carta dos Apóstolos 180 d.C.
29. Correspondência entre Sêneca e São Paulo Séc. IV d.C.
30. Apocalipse de Pedro Meados do Séc. II d.C.
31. Apocalipse de Paulo 380 d.C.
32. Sibila Cristã Séc. III d.C.
2. Proto-Evangelho de Tiago.
3. Evangelho do Pseudo Tomé.
4. O Evangelho de Pedro Meados do Séc II d.C.
5. O Evangelho de Nicodemos.
6. O Evangelho dos Ebionitas ou dos Doze Apóstolos Meados do Séc II d.C.
7. Evangelho segundo os Egípcios Meados do Séc II d.C.
8. Evangelho de André Séc II/III d.C.
9. Evangelho de Felipe Séc II/III d.C.
10. Evangelho de Bartolomeu Séc II/III d.C.
11. Evangelho de Barnabé Séc II/III d.C.
12. O drama de Pilatos.
13. A morte e assunção de Maria.
14. A Paixão de Jesus.
15. Descida de Jesus aos Infernos.
16. Declaração de José de Arimatéia.
17. História de José o garimpeiro.
18. Atos de Pedro.
19. Atos de Paulo.
20. Atos de André.
21. Atos de João.
22. Atos de Tomé.
23. Atos de Felipe.
24. Atos de Tadeu.
25. Epístola de Barnabé.
26. III Epístola aos Coríntios Séc. II d.C.
27. Epistola aos Loadicenses Fim do Séc. II d.C.
28. Carta dos Apóstolos 180 d.C.
29. Correspondência entre Sêneca e São Paulo Séc. IV d.C.
30. Apocalipse de Pedro Meados do Séc. II d.C.
31. Apocalipse de Paulo 380 d.C.
32. Sibila Cristã Séc. III d.C.
Também em
relação ao Antigo Testamento a Igreja Católica, rejeitou diversos livros como
apócrifos, utilizando-se mais uma vez da sua autoridade para a delimitação do
Cânon Bíblico.
Apócrifos
referentes ao Antigo Testamento rejeitados pela Igreja Católica:
1. A vida
de Adão e Eva.
2. 1Henoque.
3. 2Henoque.
4. Apocalipse de Abraão.
5. Testamento de Abraão.
6. Testamento de Isaac.
7. Testamento de Jacó.
8. Escada de Jacó.
9. José e Asenet.
10. Testamento dos Doze Patriarcas.
11. Assunção de Moisés.
12. Testamento de Jô.
13. Salmos de Salomão.
14. Odes de Salomão.
15. Testamento de Salomão.
16. Apocalipse de Elias.
17. Ascensão de Isaías.
18. Paralipômenos de Jeremias.
19. Apocalipse Siríaco de Baruc.
20. Apocalipse de Sofonias.
21. Apocalipse de Esdras.
22. Apocalipse de Sedrac.
23. 3Esdras.
24. 4Esdras.
25. Sibilinos.
26. Pseudo-Filemon.
27. 3Macabeus.
28. 4Macabeus.
29. Salmos 151-155.
30. Oração de Manassés.
31. Carta de Aristeu.
32. As Dezoito Bênçãos.
33. Ahigar.
34. Vida dos Profetas.
35. Recabitas.
2. 1Henoque.
3. 2Henoque.
4. Apocalipse de Abraão.
5. Testamento de Abraão.
6. Testamento de Isaac.
7. Testamento de Jacó.
8. Escada de Jacó.
9. José e Asenet.
10. Testamento dos Doze Patriarcas.
11. Assunção de Moisés.
12. Testamento de Jô.
13. Salmos de Salomão.
14. Odes de Salomão.
15. Testamento de Salomão.
16. Apocalipse de Elias.
17. Ascensão de Isaías.
18. Paralipômenos de Jeremias.
19. Apocalipse Siríaco de Baruc.
20. Apocalipse de Sofonias.
21. Apocalipse de Esdras.
22. Apocalipse de Sedrac.
23. 3Esdras.
24. 4Esdras.
25. Sibilinos.
26. Pseudo-Filemon.
27. 3Macabeus.
28. 4Macabeus.
29. Salmos 151-155.
30. Oração de Manassés.
31. Carta de Aristeu.
32. As Dezoito Bênçãos.
33. Ahigar.
34. Vida dos Profetas.
35. Recabitas.
Pequena relação de citações implícitas dos livros
deuterocanônicos do Antigo Testamento nos escritos do Novo Testamento:
Sabedoria 13,1-9 > Romanos 1,19-32; Sabedoria
6,1-4 > Romanos 13,1; Sabedoria 2,13.18 > Mateus 27,43; Eclesiástico 4,34
> Tiago 1,19; Eclesiástico 27,30-28,1-7 > Lucas 11,4; Mateus 6,15; Eclesiástico 31,111
> Lucas 18,24-25; Eclesiástico 35,1124 > Lucas 18,1-8; 1Macabeus 2,29-48 > Marcos 2,27; 2Macabeus 6,18-7,42 > Hebreus
11,34-40; Tobias 12,15 > Apocalipse 8,2; Tobias 12,1-22 > Mateus
6,1-18; Tobias 13,11-18 > Apocalipse 21,1-22,1-5
Concílio
Ecumênico de Trento – Sessão XXV- Celebrada pelo Sumo Pontífice o Papa Paulo
III – em 08/04/1546
AS SAGRADAS
ESCRITURAS - CONSTITUIÇÃO DA BÍBLIA CATÓLICA
Decreto sobre as
Escrituras Canônicas
O Sacrossanto, Ecumênico e Geral
concílio de Trento, congregado legitimamente no Espírito Santo e presidido
pelos três legados da Sé Apostólica, propondo-se sempre por objetivo que
exterminados os erros se conserve na Igreja a mesma pureza do Evangelho, que
prometido antes na Divina Escritura pelos Profetas, promulgou primeiramente por
suas próprias palavras, Jesus Cristo, Filho de Deus e Nosso Senhor, e depois
mandou que seus apóstolos a pregassem a toda criatura, como fonte de toda
verdade que conduz à nossa salvação, e também é uma regra de costumes,
considerando que esta verdade e disciplina estão contidas nos livros escritos e
nas traduções não escritas, que recebidas na voz do mesmo Cristo pelos
apóstolos ou ainda ensinadas pelos apóstolos, inspirados pelo Espírito Santo,
chegaram de mão em mão até nós.
Seguindo o exemplo dos Padres
católicos, recebe e venera com igual afeto de piedade e reverência, todos os
livros do Velho e do Novo Testamento, pois Deus é o único autor de ambos assim
como as mencionadas traduções pertencentes à fé e aos costumes, como as que
foram ditadas verbalmente por Jesus Cristo ou pelo Espírito Santo, e
conservadas perpetuamente sem interrupção pela Igreja Católica.
Resolveu também unir a este decreto o
índice dos Livros Canônicos, para que ninguém possa duvidar quais são aqueles
que são reconhecidos por este Sagrado Concílio. São então os seguintes:
Do antigo testamento: cinco de Moisés a
saber: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Ainda: Josué, Juízes,
Rute, os quatro dos Reis, dois do Paralipômenos, o primeiro de Esdras, e o
segundo que chamam de Neemias, o de Tobias, Judite, Ester, Jó, Salmos de Davi
com 150 salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria,
Eclesiástico, Isaías, Jeremias com Baruc, Ezequiel, Daniel, o dos Doze Profetas
menores que são: Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc,
Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias, e os dois dos Macabeus, que são o
primeiro e o segundo.
Do Novo Testamento: os quatro
Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João, os Atos dos Apóstolos escritos por
São Lucas Evangelista, catorze epístolas escritas por São Paulo Apóstolo: aos
Romanos, duas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos
Colossenses, duas aos Tessalonicenses, duas a Timóteo, a Tito, a Filemon, aos
Hebreus. Duas de São Pedro Apóstolo, três de São João Apóstolo, uma de São
Tiago Apóstolo, uma de São Judas Apóstolo, e o Apocalipse do Apóstolo São João.
Se alguém então não reconhecer como
sagrados e canônicos estes livros inteiros, com todas as suas partes, como é de
costume desde antigamente na Igreja católica, e se acham na antiga versão
latina chamada Vulgata, e os depreciar de pleno conhecimento, e com deliberada
vontade as mencionadas traduções, seja excomungado.
Fiquem então todos conhecedores da
ordem e método com o qual, depois de haver estabelecido a confissão de fé, há
de proceder o Sagrado concílio e de que testemunhos e auxílios servirão
principalmente para comprovar os dogmas e restabelecer os costumes da Igreja.
Decreto sobre a
Edição e Uso da Sagrada Escritura
Considerando também que deste mesmo
Sacrossanto Concílio, do qual se poderá tirar muita utilidade à Igreja de Deus,
se declara que a edição da Sagrada Escritura deverá ser autêntica entre todas
as edições latinas existentes, estabelece e declara que se tenha como tal, as
exposições públicas, debates, sermões e declarações, esta mesma antiga edição
da Vulgata, aprovada na Igreja pelo grande uso de tantos séculos, e que
ninguém, por nenhum pretexto se atreva ou presuma desprezá-la.
Decreta também com a finalidade de
conter os ingênuos insolentes, que ninguém, confiando em sua própria sabedoria,
se atreva a interpretar a Sagrada Escritura em coisas pertencentes à fé e aos
costumes que visam a propagação da doutrina Cristã, violando a Sagrada
Escritura para apoiar suas opiniões, contra o sentido que lhe foi dado pela
Santa Amada Igreja Católica, à qual é de exclusividade determinar o verdadeiro
sentido e interpretação das Sagradas Letras; nem tampouco contra o unânime
consentimento dos santos Padres, ainda que em nenhum tempo se venham dar ao
conhecimento estas interpretações.
Aos medíocres, sejam declarados
contraventores e castigados com as penas estabelecidas por direito. E querendo
também, como é justo, colocar um freio nesta parte aos impressores que sem
moderação alguma, e persuadidos de que lhes é permitido a quanto se lhes
queira, imprimirem sem licença dos superiores eclesiásticos, a Sagrada
Escritura, notas sobre ela, e exposições indiferentemente de qualquer autor,
omitindo muitas vezes o lugar da impressão, ou muitas vezes falsificando, e o
que é de maior consequência, sem nome de autor, e além disso tais livros
impressos alhures, são vendidos sem discernimento e temerariamente, este
Concílio decreta e estabelece que de ora em diante seja impressa, com a maior
compreensão possível, a Sagrada Escritura principalmente a antiga edição da
Vulgata, e que a ninguém seja lícito imprimir nem fazer com que seja impresso
livro algum de coisas sagradas ou pertencentes à religião, sem o nome do autor
da impressão, nem vende-los, nem ao menos tê-los em sua casa, sem que primeiro
sejam examinados e aprovados pela Igreja, sob pena de excomunhão e de multa estabelecida
no Canon do último Concílio de Latrão.
Se os autores forem [do clero]
Regulares, deverão além do exame e aprovação mencionados, obter a licença de
seus superiores, depois que estes tenham revisto seus livros segundo os
estatutos prescritos em suas constituições. Aqueles que comunicam ou publicam
manuscritos, sem que antes sejam examinados e aprovados, fiquem sujeitos às
mesmas penas que os impressores. E os que os tiverem ou lerem, sejam tidos como
autores, se não declararem quem o há sido. Seja dado também por escrito a
aprovação desses livros, e que apareça essa autorização nas páginas iniciais,
sejam manuscritos ou impressos, e tudo isto, a saber, o exame e a aprovação
deverá ser feita gratuitamente, para que assim se aprove apenas o que seja
digno de aprovação e se reprove o que não a mereça.
Além disso, querendo o Sagrado Concílio
reprimir a temeridade com que se aplicam e distorcem qualquer assunto profano,
as palavras e sentenças da Sagrada Escritura podem ser utilizadas para se
escrever bobagens, fábulas, futilidades, adulações, murmúrios, superstições,
ímpios e diabólicos encantos, adivinhações, sortes, libelos de infâmia, ordena
e manda estripar esta irreverência e menosprezo, que ninguém daqui para frente
se atreva a valer-se de modo algum de palavras da Sagrada Escritura para estes
e nem outros semelhantes abusos que todas as pessoas que profanem e violem
deste modo a Palavra Divina, sejam reprimidas pelos Bispos, com as penas de
direito a sua atribuição.
O QUE O CONCÍLIO VATICANO II NOS ENSINA SOBRE A SAGRADA ESCRITURA?
Nada mais importante que estudar a própria Encíclica do Papa Paulo VI sobre a Constituição Dogmática que fala da Revelação Divina.
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA
DEI VERBUM
SOBRE A REVELAÇÃO DIVINA
DEI VERBUM
SOBRE A REVELAÇÃO DIVINA
PROÊMIO
Intenção do Concílio
1. O sagrado Concilio, ouvindo religiosamente a
Palavra de Deus proclamando-a com confiança, faz suas as palavras de S. João:
«anunciamos-vos a vida eterna, que estava junto do Pai e nos apareceu: anunciamos-vos o que vimos e ouvimos, para que também vós vivais em comunhão conosco, e a nossa comunhão seja com o Pai e com o seu Filho Jesus
Cristo" (1 Jo. 1, 2-3). Por isso, segundo os Concílios Tridentino e
Vaticano I, entende propor a genuína doutrina sobre a Revelação divina e a sua
transmissão, para que o mundo inteiro, ouvindo, acredite na mensagem da
salvação, acreditando espere, e esperando ame (1).
CAPÍTULO I
A REVELAÇÃO EM SI MESMA
Natureza e objeto da revelação
2. Aprouve a Deus. na sua bondade e sabedoria,
revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cfr. Ef.
1,9), segundo o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso
ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina (cfr. Ef.
2,18; 2 Ped. 1,4). Em virtude desta revelação, Deus invisível (cfr. Col. 1,15;
1 Tim. 1,17), na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos (cfr. Ex. 33,
11; Jo. 15,1415) e convive com eles (cfr. Bar. 3,38), para os convidar e
admitir à comunhão com Ele. Esta «economia» da revelação realiza-se por meio de
acções e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal maneira que as
obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a
doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua
vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido. Porém, a verdade
profunda tanto a respeito de Deus como a respeito da salvação dos homens,
manifesta-nos, por esta revelação, em Cristo, que é, simultaneamente, o
mediador e a plenitude de toda a revelação (2).
Preparação da revelação evangélica
3. Deus, criando e conservando todas as coisas
pelo Verbo (cfr. Jo. 1,3), oferece aos homens um testemunho perene de Si mesmo
na criação (cfr. Rom. 1, 1-20) e, além disso, decidindo abrir o caminho da
salvação sobrenatural, manifestou-se a Si mesmo, desde o princípio, aos nossos
primeiros pais. Depois da sua queda, com a promessa de redenção, deu-lhes a
esperança da salvação (cfr. Gén. 3,15), e cuidou contìnuamente do género
humano, para dar a vida eterna a todos aqueles que, perseverando na prática das
boas obras, procuram a salvação (cfr. Rom. 2, 6-7). No devido tempo chamou
Abraão, para fazer dele pai dum grande povo (cfr. Gén. 12,2), povo que, depois
dos patriarcas, ele instruiu, por meio de Moisés e dos profetas, para que o
reconhecessem como único Deus vivo e verdadeiro, pai providente e juiz justo, e
para que esperassem o Salvador prometido; assim preparou Deus através dos
tempos o caminho ao Evangelho.
Consumação e plenitude da revelação em
Cristo
4. Depois de ter falado muitas vezes e de muitos
modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes nossos dias, que são os últimos,
através de Seu Filho (Heb. 1, 1-2). Com efeito, enviou o Seu Filho, isto é, o
Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e
manifestar-lhes a vida íntima de Deus (cfr. Jo. 1, 1-18). Jesus Cristo, Verbo
feito carne, enviado «como homem para os homens» (3), «fala, portanto, as
palavras de Deus» (Jo. 3,34) e consuma a obra de salvação que o Pai lhe mandou
realizar (cfr. Jo. 5,36; 17,4). Por isso, Ele, vê-lo a Ele é ver o Pai (cfr.
Jo. 14,9), com toda a sua presença e manifestação da sua pessoa, com palavras e
obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição,
enfim, com o envio do Espírito de verdade, completa totalmente e confirma com o
testemunho divino a revelação, a saber, que Deus está connosco para nos
libertar das trevas do pecado e da morte e para nos ressuscitar para a vida
eterna.
Portanto, a economia cristã, como nova e
definitiva aliança, jamais passará, e não se há-de esperar nenhuma outra
revelação pública antes da gloriosa manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo
(cfr. 1 Tim. 6,14; Tit. 2,13).
Aceitação da revelação pela fé
5. A Deus que revela é devida a «obediência da
fé» (Rom. 16,26; cfr. Rom. 1,5; 2 Cor. 10, 5-6); pela fé, o homem entrega-se
total e livremente a Deus oferecendo «a Deus revelador o obséquio pleno da
inteligência e da vontade» (4) e prestando voluntário assentimento à Sua
revelação. Para prestar esta adesão da fé, são necessários a prévia e
concomitante ajuda da graça divina e os interiores auxílios do Espírito Santo,
o qual move e converte a Deus o coração, abre os olhos do entendimento, e dá «a
todos a suavidade em aceitar e crer a verdade» (5). Para que a compreensão da
revelação seja sempre mais profunda, o mesmo Espírito Santo aperfeiçoa sem
cessar a fé mediante os seus dons.
Necessidade da revelação
6. Pela revelação divina quis Deus manifestar e
comunicar-se a Si mesmo e os decretos eternos da Sua vontade a respeito da
salvação dos homens, «para os fazer participar dos bens divinos, que superam
absolutamente a capacidade da inteligência humana»(6).
O sagrado Concílio professa que Deus, princípio e
fim de todas as coisas, se pode conhecer com certeza pela luz natural da razão
a partir das criaturas» (cfr. Rom. 1,20); mas ensina também que deve atribuir-se
à Sua revelação «poderem todos os homens conhecer com facilidade, firme certeza
e sem mistura de erro aquilo que nas coisas divinas não é inacessível à razão
humana, mesmo na presente condição do gênero humano» (7).
CAPÍTULO II
A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA
Os apóstolos e seus sucessores, transmissores do Evangelho
7. Deus dispôs amorosamente que permanecesse
integro e fosse transmitido a todas as gerações tudo quanto tinha revelado para
salvação de todos os povos. Por isso, Cristo Senhor, em quem toda a revelação
do Deus altíssimo se consuma (cfr. 2 Cor. 1,20; 3,16-4,6), mandou aos Apóstolos
que pregassem a todos, como fonte de toda a verdade salutar e de toda a
disciplina de costumes, o Evangelho prometido antes pelos profetas e por Ele
cumprido e promulgado pessoalmente (1), comunicando-lhes assim os dons divinos.
Isto foi realizado com fidelidade, tanto pelos Apóstolos que, na sua pregação
oral, exemplos e instituições, transmitiram aquilo que tinham recebido dos
lábios, trato e obras de Cristo, e o que tinham aprendido por inspiração do
Espírito Santo, como por aqueles Apóstolos e varões apostólicos que, sob a
inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem da salvação (2).
Porém, para que o Evangelho fosse perenemente
conservado integro e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram os Bispos como seus
sucessores, «entregando lhes o seu próprio ofício de magistério» (3). Portanto,
esta sagrada Tradição e a Sagrada Escritura dos dois Testamentos são como um
espelho no qual a Igreja peregrina na terra contempla a Deus, de quem tudo
recebe, até ser conduzida a vê-lo face a face tal qual Ele é (cfr. 1 Jo. 3,2).
A sagrada Tradição
8. E assim, a pregação apostólica, que se exprime
de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se, por uma sucessão
contínua, até à consumação dos tempos. Por isso, os Apóstolos, transmitindo o
que eles mesmos receberam, advertem os fiéis a que observem as tradições que
tinham aprendido quer por palavras quer por escrito (cfr. 2 Tess. 2,15), e a
que lutem pela fé recebida dama vez para sempre (cfr. Jud. 3)(4). Ora, o que
foi transmitido pelos Apóstolos, abrange tudo quanto contribui para a vida
santa do Povo de Deus e para o aumento da sua fé; e assim a Igreja, na sua
doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo aquilo
que ela é e tudo quanto acredita.
Esta tradição apostólica progride na Igreja sob a
assistência do Espírito Santo (5). Com efeito, progride a percepção tanto das
coisas como das palavras transmitidas, quer mercê da contemplação e estudo dos
crentes, que as meditam no seu coração (cfr. Lc. 2, 19. 51), quer mercê da
íntima inteligência que experimentam das coisas espirituais, quer mercê da
pregação daqueles que, com a sucessão do episcopado, receberam o carisma da
verdade. Isto é, a Igreja, no decurso dos séculos, tende continuamente para a
plenitude da verdade divina, até que nela se realizem as palavras de Deus.
Afirmações dos santos Padres testemunham a
presença vivificadora desta Tradição, cujas riquezas entram na prática e na
vida da Igreja crente e orante. Mediante a mesma Tradição, conhece a Igreja o
cânon inteiro dos livros sagrados, e a própria Sagrada Escritura entende-se
nela mais profundamente e torna-se incessantemente operante; e assim, Deus, que
outrora falou, dialoga sem interrupção com a esposa do seu amado Filho; e o
Espírito Santo - por quem ressoa a voz do Evangelho na Igreja e, pela Igreja,
no mundo - introduz os crentes na verdade plena e faz com que a palavra de
Cristo neles habite em toda a sua riqueza (cfr. Col. 3,16).
Relação entre a sagrada Tradição e a
Sagrada Escritura
9. A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada
Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito,
derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao
mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por
inspiração do Espírito Santo; a sagrada Tradição, por sua vez, transmite
integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por
Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, para que eles, com a luz do
Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua
pregação; donde resulta assim que a Igreja não tira só da Sagrada Escritura a
sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser
recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência (6).
Relação de uma e outra com a Igreja e com o
Magistério eclesiástico
10. A sagrada Tradição e a Sagrada Escritura
constituem um só depósito sagrado da palavra de Deus, confiado à Igreja;
aderindo a este, todo o Povo santo persevera unido aos seus pastores na
doutrina dos Apóstolos e na comunhão, na fração do pão e na oração (cfr. At.
2,42 gr.), de tal modo que, na conservação, atuação e profissão da fé
transmitida, haja uma especial concordância dos pastores e dos fiéis (7).
Porém, o encargo de interpretar autenticamente a
palavra de Deus escrita ou contida na Tradição (8), foi confiado só ao
magistério vivo da Igreja (9), cuja autoridade é exercida em nome de Jesus
Cristo. Este magistério não está acima da palavra de Deus, mas sim ao seu
serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e
com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e
a expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé
como divinamente revelado.
É claro, portanto, que a sagrada Tradição, a
sagrada Escritura e o magistério da Igreja, segundo o sapientíssimo desígnio de
Deus, de tal maneira se unem e se associam que um sem os outros não se mantém,
e todos juntos, cada um a seu modo, sob a acção do mesmo Espírito Santo,
contribuem eficazmente para a salvação das almas.
CAPÍTULO III
A INSPIRAÇÃO DIVINA DA SAGRADA ESCRITURA
E A SUA INTERPRETAÇÃO
E A SUA INTERPRETAÇÃO
Natureza da inspiração e verdade da Sagrada Escritura
11. As coisas reveladas por Deus, contidas e
manifestadas na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração do Espírito
Santo. Com efeito, a santa mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como
santos e canónicos os livros inteiros do Antigo e do Novo Testamento com todas
as suas partes, porque, escritos por inspiração do Espírito Santo (cfr. Jo.
20,31; 2 Tim. 3,16; 2 Ped. 1, 19-21; 3, 15-16), têm Deus por autor, e como tais
foram confiados à própria Igreja (1). Todavia, para escrever os livros
sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens na posse das suas faculdades e
capacidades (2), para que, agindo Ele neles e por eles (3), pusessem por
escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria (4).
E assim, como tudo quanto afirmam os autores
inspirados ou hagiógrafos deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, por
isso mesmo se deve acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza,
fielmente e sem erro a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse
consignada nas sagradas Letras (5). Por isso, «toda a Escritura é divinamente
inspirada e útil para ensinar, para corrigir, para instruir na justiça: para
que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as obras boas» ( Tim.
3, 7-17 gr.).
A quem cabe a interpretação da Sagrada Escritura?
12. Como, porém, Deus na Sagrada Escritura falou
por meio dos homens e à maneira humana (6), o intérprete da Sagrada Escritura,
para saber o que Ele quis comunicar-nos, deve investigar com atenção o que os
hagiógrafos realmente quiseram significar e que aprouve a Deus manifestar por
meio das suas palavras.
Para descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem
ser tidos também em conta, entre outras coisas, os «géneros literários». Com
efeito, a verdade é proposta e expressa de modos diversos, segundo se trata de
géneros histéricos, proféticos, poéticos ou outros. Importa, além disso, que o
intérprete busque o sentido que o hagiógrafo em determinadas circunstâncias,
segundo as condições do seu tempo e da sua cultura, pretendeu exprimir e de
facto exprimiu servindo se os géneros literários então usados (7). Com efeito,
para entender rectamente o que autor sagrado quis afirmar, deve atender-se
convenientemente, quer aos modos nativos de sentir, dizer ou narrar em uso nos
tempos do hagiógrafo, quer àqueles que costumavam empregar-se frequentemente
nas relações entre os homens de então (8).
Mas, como a Sagrada Escritura deve ser lida e
interpretada com o mesmo espírito com que foi escrita (9), não menos atenção se
deve dar, na investigação do recto sentido dos textos sagrados, ao contexto e à
unidade de toda a Escritura, tendo em conta a Tradição viva de toda a Igreja e
a analogia da fé. Cabe aos exegetas trabalhar, de harmonia com estas regras,
por entender e expor mais profundamente o sentido da Escritura, para que, mercê
deste estudo de algum modo preparatório, amadureça o juízo da Igreja. Com
efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está sujeito ao
juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e o ministério de guardar e
interpretar a palavra de Deus (10).
Condescendência de Deus
13. Portanto, na Sagrada Escritura, salvas sempre
a verdade e a santidade de Deus, manifesta-se a admirável «condescendência» da
eterna sabedoria, «para conhecermos a inefável benignidade de Deus e com quanta
acomodação Ele falou, tomando providência e cuidado da nossa natureza» (11). As
palavras de Deus com efeito, expressas por línguas humanas, tornaram-se
ìntimamente semelhantes à linguagem humana, como outrora o Verbo do eterno Pai
se assemelhou aos homens tomando a carne da fraqueza humana.
CAPÍTULO IV
O ANTIGO TESTAMENTO
A história da salvação consignada nos
livros do Antigo Testamento
14. Deus amantíssimo, desejando e preparando com
solicitude a salvação de todo o género humano, escolheu por especial
providência um povo a quem confiar as suas promessas. Tendo estabelecido
aliança com Abraão (cfr. Gén. 15,18), e com o povo de Israel por meio de Moisés
(cfr. Ex. 24,8), revelou-se ao Povo escolhido como único Deus verdadeiro e
vivo, em palavras e obras, de tal modo que Israel pudesse conhecer por
experiência os planos de Deus sobre os homens, os compreendesse cada vez mais
profunda e claramente, ouvindo o mesmo Deus falar por boca dos profetas, e os
difundisse mais amplamente entre os homens (cfr. Salm. 21, 28-29; 95, 1-3; Is.
2, 1-4; Jer. 3,17). A «economia» da salvação de antemão anunciada, narrada e
explicada pelos autores sagrados, encontra-se nos livros do Antigo Testamento
como verdadeira palavra de Deus. Por isso, estes livros divinamente inspirados
conservam um valor perene: «Tudo quanto está escrito, para nossa instrução está
escrito, para que, por meio da paciência e consolação que nos vem da Escritura,
tenhamos esperança» (Rom. 15,4).
Importância do Antigo Testamento para os
cristãos
15. A «economia» do Antigo Testamento
destinava-se sobretudo a preparar, a anunciar profèticamente (cfr. Lc. 24,44;
Jo. 5,39; 1 Ped. 1,10) e a simbolizar com várias figuras (cfr. 1 Cor. 10,11) o
advento de Cristo, redentor universal, e o do reino messiânico. Mas os livros
do Antigo Testamento, segundo a condição do género humano antes do tempo da
salvação estabelecida por Cristo, manifestam a todos o conhecimento de Deus e
do homem, e o modo com que Deus justo e misericordioso trata os homens. Tais
livros, apesar de conterem também coisas imperfeitas e transitórias, revelam,
contudo, a verdadeira pedagogia divina (1). Por isso, os fieis devem receber
com devoção estes livros que exprimem o vivo sentido de Deus, nos quais se
encontram sublimes doutrinas a respeito de Deus, uma sabedoria salutar a
respeito da vida humana, bem como admiráveis tesouros de preces, nos quais,
finalmente, está latente o mistério da nossa salvação.
Unidade de ambos ao Testamentos
16. Foi por isso que Deus, inspirador e autor dos
livros dos dois Testamentos, dispôs tão sàbiamente as coisas, que o Novo
Testamento está latente no Antigo, e o Antigo está patente no Novo (2). Pois,
apesar de Cristo ter alicerçado à nova Aliança no seu sangue (cfr. Lc. 22,20; 1
Cor. 11,25), os livros do Antigo Testamento, ao serem integralmente assumidos
na pregação evangélica (3) adquirem e manifestam a sua plena significação no
Novo Testamento (cfr. Mt. 5,17; Lc. 24,27; Rom. 16, 25-26; 2 Cor. 3, 1416), que
por sua vez iluminam e explicam.
CAPÍTULO V
O NOVO TESTAMENTO
Excelência do Novo Testamento
17. A palavra de Deus, que é virtude de Deus para
a salvação de todos os crentes (cfr. Rom. 1,16), apresenta-se e manifesta o seu
poder dum modo eminente nos escritos do Novo Testamento. Com efeito, quando
chegou a plenitude dos tempos (cfr. Gál. 4,4), o Verbo fez-se carne e habitou
entre nós cheio de graça e verdade (cfr. Jo. 1,14). Cristo estabeleceu o reino
de Deus na terra, manifestou com obras e palavras o Pai e a Si mesmo, e levou a
cabo a Sua obra com a Sua morte, ressurreição, e gloriosa ascensão, e com o
envio do Espírito Santo. Sendo levantado da terra, atrai todos a si (cfr. Jo.
12,32 gr.), Ele que é o único que tem palavras de vida eterna (cfr. Jo. 6,68).
Este mistério, porém, não foi descoberto a outras gerações como foi agora
revelado aos seus santos Apóstolos e aos profetas no Espírito Santo (cfr. Ef.
3, 46 gr.) para que pregassem o Evangelho, e despertassem a fé em Jesus Cristo
e Senhor, e congregassem a Igreja. Os escritos do Novo Testamento são um
testemunho perene e divino de todas estas coisas.
Origem apostólica dos Evangelhos
18. Ninguém ignora que entre todas as Escrituras,
mesmo do Novo Testamento, os Evangelhos têm o primeiro lugar, enquanto são o
principal testemunho da vida e doutrina do Verbo encarnado, nosso salvador.
A Igreja defendeu e defende sempre e em toda a
parte a origem apostólica dos quatro Evangelhos. Com efeito, aquelas coisas que
os Apóstolos, por ordem de Cristo, pregaram, foram depois, por inspiração do
Espírito Santo, transmitidas por escrito por eles mesmos e por varões
apostólicos como fundamento da fé, ou seja, o Evangelho quadriforme, segundo
Mateus, Marcos, Lucas e João (1).
Carácter histórico dos Evangelhos
19. A santa mãe Igreja defendeu e defende firme e
constantemente que estes quatro Evangelhos, cuja historicidade afirma sem
hesitação, transmitem fielmente as coisas que Jesus, Filho de Deus. durante a
sua vida terrena, realmente operou e ensinou para salvação eterna dos homens,
até ao dia em que subiu ao céu (cfr. Act. 1. 1-2). Na verdade, após a ascensão
do Senhor, os Apóstolos transmitiram aos seus ouvintes, com aquela compreensão
mais plena de que eles, instruídos pelos acontecimentos gloriosos de Cristo e
iluminados pelo Espírito de verdade (2) gozavam (3), as coisas que Ele tinha
dito e feito. Os autores sagrados, porém, escreveram os quatro Evangelhos,
escolhendo algumas coisas entre as muitas transmitidas por palavra ou por
escrito, sintetizando umas, desenvolvendo outras, segundo o estado das igrejas,
conservando, finalmente, o carácter de pregação, mas sempre de maneira a
comunicar-nos coisas autênticas e verdadeiras acerca de Jesus (4). Com efeito,
quer relatassem aquilo de que se lembravam e recordavam, quer se baseassem no
testemunho daqueles «que desde o princípio foram testemunhas oculares e
ministros da palavra», fizeram-no sempre com intenção de que conheçamos a
«verdade» das coisas a respeito das quais fomos instruídos (cfr. Lc. 1, 2-4).
Os restantes escritos do Novo Testamento
20. O cânon do Novo Testamento contém igualmente
além dos quatro Evangelhos, as Epístolas de S. Paulo e outros escritos
apostólicos redigidos por inspiração do Espírito Santo, com os quais, segundo o
plano da sabedoria divina, é confirmado o que diz respeito a Cristo Senhor, é
explicada mais e mais a sua genuína doutrina, é pregada a virtude salvadora da
obra divina de Cristo, são narrados os começos da Igreja e a sua admirável
difusão, e é anunciada a sua consumação gloriosa.
Com efeito, o Senhor Jesus assistiu os seus
Apóstolos como tinha prometido (cfr. Mt. 28,20) e enviou-lhes o Espírito
consolador que os devia introduzir na plenitude da verdade (cfr. Jo. 16,13).
CAPÍTULO VI
A SAGRADA ESCRITURA NA VIDA DA IGREJA
A Igreja venera as Sagradas Escrituras
21. A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras
como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na
sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa
da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua
a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé;
elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e exaradas por escrito duma vez
para sempre, continuam a dar-nos imutàvelmente a palavra do próprio Deus, e
fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das palavras dos profetas e dos
Apóstolos. É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a
própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura. Com
efeito, nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao
encontro de Seus filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a
virtude da palavra de Deus que se torna o apoio vigoroso da Igreja, solidez da
fé para os filhos da Igreja, alimento da alma, fonte pura e perene de vida
espiritual. Por isso se devem aplicar por excelência à Sagrada Escritura as
palavras: «A palavra de Deus é viva e eficaz» (Hebr. 4,12), «capaz de edificar
e dar a herança a todos os santificados», (Act. 20,32; cfr. 1 Tess. 2,13).
Traduções da Sagrada Escritura
22. É preciso que os fiéis tenham acesso patente
à Sagrada Escritura. Por esta razão, a Igreja logo desde os seus começos fez
sua aquela tradução grega antiquíssima do Antigo Testamento chamada dos
Setenta; e sempre tem em grande apreço as outras traduções, quer orientais quer
latinas, sobretudo a chamada Vulgata. Mas, visto que a palavra de Deus deve
estar sempre acessível a todos, a Igreja procura com solicitude maternal que se
façam traduções aptas e fiéis nas várias línguas, sobretudo a partir dos textos
originais dos livros sagrados. Se porém, segundo a oportunidade e com a aprovação
da autoridade da Igreja, essas traduções se fizerem em colaboração com os
irmãos separados, poderão ser usadas por todos os cristãos.
Investigação Bíblica
23. A esposa do Verbo encarnado, isto é, a
Igreja, ensinada pelo Espírito Santo, esforça-se por conseguir uma inteligência
cada vez mais profunda da Sagrada Escritura, para poder alimentar contìnuamente
os seus filhos com os divinos ensinamentos; por isso, vai fomentando também
convenientemente o estudo dos santos Padres do Oriente e do Ocidente, bem como
das sagradas liturgias. É preciso, porém, que os exegetas católicos e os demais
estudiosos da sagrada teologia, trabalhem em íntima colaboração de esforços,
para que, sob a vigilância do sagrado magistério, lançando mão de meios aptos,
estudem e expliquem as divinas Letras de modo que o maior número possível de
ministros da palavra de Deus possa oferecer com fruto ao Povo de Deus o
alimento das Escrituras, que ilumine o espírito, robusteça as vontades, e
inflame os corações dos homens no amor de Deus (1). O sagrado Concilio encoraja
os filhos da Igreja que cultivam as ciências bíblicas para que continuem a
realizar com todo o empenho, segundo o sentir da Igreja, a empresa felizmente
começada, renovando constantemente as suas forças (2).
Importância da Sagrada Escritura para a
Teologia
24. A sagrada Teologia apoia-se, como em seu
fundamento perene, na palavra de Deus escrita e na sagrada Tradição, e nela se
consolida firmemente e sem cessar se rejuvenesce, investigando, à luz da fé,
toda a verdade contida no mistério de Cristo. As Sagradas Escrituras contêm a
palavra de Deus, e, pelo facto de serem inspiradas, são verdadeiramente a
palavra de Deus; e por isso, o estudo destes sagrados livros deve ser como que
a alma da sagrada teologia (3). Também o ministério da palavra, isto é, a
pregação pastoral, a catequese, e toda a espécie de instrução cristã, na qual a
homilia litúrgica deve ter um lugar principal, com proveito se alimenta e
santamente se revigora com a palavra da Escritura.
Leitura da Sagrada Escritura
25. É necessário, por isso, que todos os clérigos
e sobretudo os sacerdotes de Cristo e outros que, como os diáconos e os
catequistas, se consagram legìtimamente ao ministério da palavra, mantenham um
contacto íntimo com as Escrituras, mediante a leitura assídua e o estudo
aturado, a fim de que nenhum deles se torne «pregador vão e superficial da
palavra de Deus. por não a ouvir de dentro» (4), tendo, como têm, a obrigação
de comunicar aos fiéis que lhes estão confiados as grandíssimas riquezas da
palavra divina, sobretudo na sagrada Liturgia. Do mesmo modo, o sagrado
Concílio exorta com ardor e insistência todos os fiéis, mormente os religiosos,
a que aprendam «a sublime ciência de Jesus Cristo» (Fil. 3,8) com a leitura frequente
das divinas Escrituras, porque «a ignorância das Escrituras é ignorância de
Cristo» (5). Debrucem-se, pois, gostosamente sobre o texto sagrado, quer
através da sagrada Liturgia, rica de palavras divinas, quer pela leitura
espiritual, quer por outros meios que se vão espalhando tão louvàvelmente por
toda a parte, com a aprovação e estímulo dos pastores da Igreja. Lembrem-se,
porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração para
que seja possível o diálogo entre Deus e o homem; porque «a Ele falamos, quando
rezamos, a Ele ouvimos, quando lemos os divinos oráculos» (6).
Compete aos sagrados pastores «depositários da
doutrina apostólica» (7), ensinar oportunamente os fiéis que lhes foram
confiados no uso recto dos livros divinos, de modo particular do Novo
Testamento, e sobretudo dos Evangelhos. E isto por meio de traduções dos textos
sagrados, que devem ser acompanhadas das explicações necessárias e
verdadeiramente suficientes, para que os filhos da Igreja se familiarizem dum
modo seguro e. útil com a Sagrada Escritura, e se penetrem do seu espírito.
Além disso, façam-se edições da Sagrada
Escritura, munidas das convenientes anotações, para uso também dos não
cristãos, e adaptadas às suas condições; e tanto os pastores de almas como os
cristãos de qualquer estado procuram difundi-las com zelo e prudência.
Influência e importância da renovação
escriturística
26. Deste modo, pois, com a leitura e
estudo dos livros sagrados, «a palavra de Deus se difunda e resplandeça (2
Tess. 3,1), e o tesouro da revelação confiado à Igreja encha cada vez mais os
corações dos homens. Assim como a vida da Igreja cresce com a assídua
frequência do mistério eucarístico, assim também é lícito esperar um novo
impulso de vida espiritual, se fizermos crescer a veneração pela palavra de
Deus, que «permanece para sempre» (Is. 40,8; cfr. l Pedr. 1, 23-25).
Roma, 18 de Novembro de 1965
PAPA PAULO VI
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A Bíblia é a única fonte de Fé?
Como já lemos Martinho Lutero defendeu o livre exame da Bíblia e também defendeu que somente a Bíblia era a única fonte de fé.
É óbvio que para quem desprezou 15 séculos de tradição e ensinamento da Igreja Católica não caberia a ele como "separado" dela conservar e admitir seus ensinamentos. Esperto que era tentando justificar sua doutrina e a igreja que ela mesmo criara adotou a "Sola Scriptura" isto é só a Escritura basta.
Para nós cristãos Católicos não temos problema em admitir que a Bíblia não é a única fonte de fé. Não é nenhuma heresia, pois, ao longo de mais de 2000 anos de história da Igreja ela é depositária da Palavra de Deus oral e escrita.
Nós católicos temos como fonte de fé a Bíblia, a palavra de Deus Oral (também chamada de Sagrada Tradição) e o Catecismo.
Para existir a Bíblia, a palavra de Deus escrita é preciso lembrar que houve antes Palavra de Deus Oral. Ou seja, foi através dos ensinamentos dos Patriarcas, (no AT) dos Apóstolos e dos Santos Padres que hoje temos a Bíblia formada. Mas não é tudo. Falta muito mais coisas porque ela foi escrita por mãos e mentes humanas.
São João disse que Jesus fez tantas coisas, tantos milagres, que se fosse escrever tudo nem o mundo inteiro poderiam escrever. (Jo21, 24-25) - Então não podemos achar que somente a Bíblia é a única fonte de fé da Igreja; mesmo porque os escritos do Novo testamento surgiram muito tempo depois. Antes disso, os Apóstolos pregavam oralmente a Palavra de Deus e os ensinamentos de |Jesus e foram das pregações, do testemunho dos apóstolos que surgiram os livros do Novo Testamento. Tais escritos surgiram entre 60-95 d.C sendo que o último livro a ser escrito foi o Apocalipse de Jesus escrito por São João.
Jesus quando veio a este mundo não pediu e não deixou nada escrito.
Aliás, o único livro que Jesus mandou escrever foi o Apocalipse.
..."O que vês escreve-o num livro e envia às sete Igrejas"... Apoc1, 10 - foi a única vez em da Bíblia que Jesus (já ressuscitado) deu essa ordem para escrever alguma coisa.
A Bíblia não é um livro de história. Seus escritores não eram historiadores e não estavam preocupados em registrar acontecimentos históricos. Ela é um livro que mostra a ação e a presença de Deus na História da humanidade. Ela é uma carta de amor de um Deus que traz a libertação de seu povo.
Crer que a Bíblia é a única fonte de fé como afirmam os protestantes é não crer que o Espírito Santo esteve este tempo todo com sua Igreja e que Ele pode até os nossos dias inspirar os homens como têm ao longo da história inspirado muitos santos e doutores da Igreja. Sendo a Igreja o Corpo Místico de Cristo e o Espírito Santo a sua Alma que a plenifica e a santifica, não seria cabível crer na Bíblia como somente uma única fonte de fé.
Lutero errou feio, e até hoje conduz seus seguidores em diversas denominações ao erro. Pois, achar que a Bíblia é a única fonte de fé é puro orgulho, pois, nem mesmo os santos padres se valiam se tal pensamento.
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