segunda-feira, 8 de setembro de 2014

EU SOU FETO HUMANO, DEIXE-ME VIVER - " Ame a vida por mim!"



 EU SOU FETO HUMANO

Achar que o feto não seja uma pessoa separada, mas, apenas uma parte do corpo da mãe, não é correto. 
A circulação do sangue da mãe e do feto não são separadas. O feto possui princípios separados de crescimento e desenvolvimento, sistema nervoso separado, circulação do sangue separada, esqueleto próprio, musculatura própria, cérebro, coração e órgãos vitais próprios.
A individualidade do feto é atestada por se poder ouvir, através de aparelhos, as batidas do coração entre 1 e 3 semanas de gestação. Isto mostra que o feto já possui um coração próprio.


Um feto não tem olhos? - Os olhos do feto começam a se formar aos 19 dias de gestação. Na oitava semana de gestação suas pálpebras se tornam sensíveis ao serem tocadas. Se a pálpebra é tocada, a criança fecha os olhos. Com oito semanas de gestação o feto tem uma face humana com pálpebras fechadas como nas pessoas que estão a dormir. No quinto mês de gestação as sobrancelhas começam a crescer e já aparece uma franja nas pestanas.

Um feto não tem mãos, órgãos, tamanho, sentidos? - As mãos, os dedos e os polegares podem ser claramente observados com 1 mês e 3 semanas de gestação. Com dois meses já existem impressões digitais nas mãos e nos pés do feto. As palmas das mãos se tornam sensíveis ao toque e com dois meses e meio o feto já pode agarrar objetos com as mãos, tais como uma pequena haste.
Com 2 meses todos os órgãos estão presentes no feto. Com  dois meses e meio, se tocarmos a testa do feto, ele pode virar a cabeça para o outro lado e franzir as sobrancelhas. Com três meses, seus órgãos e sentidos estão presentes e aparentes.



Não se alimenta com a mesma comida? 
 O feto humano e sua mãe são quase ao pé da letra alimentados com a mesma comida. 
Embora o sangue do feto e da mãe se misturem durante a gestação, a criança no entretanto, recebe oxigênio e alimento de sua mãe através da placenta.

Não pode sentir sofrimento? Não é ferido pelas mesmas armas? - Com 3 semanas o feto já sente dor. Nas transfusões de sangue intra uterinas em fetos, os cirurgiões responsáveis pela operação devem levar a sério o fato de que o feto pode sentir dor. A criança não nascida não é de forma alguma um monte de geleia, pelo contrário, ela é capaz de sentir quando foi atingida, e protestará a isso como  faria se estivesse em seu berço. No caso das transfusões de sangue intra uterinas, o médico pode sentir a criança pular quando a agulha atravessa a sua pele. No caso de um abortamento de dois meses e meio, por curetagem, no qual se retalha um bebê em pedaços através de uma espécie de foice chamada cureta, não há dúvidas que o feto sente de fato o que lhe está sendo feito.
As armas utilizadas contra o feto durante o abortamento causam a morte do feto pelas mesmas razões médicas pelas quais um adulto atacado da mesma forma morreria.

Não está sujeito a doenças? - Sim está sujeito às doenças. Entre as doenças que podem atacar o feto, pode ser mencionadas a sífilis e algumas outras doenças provocadas por vírus.
Outras doenças do feto podemos ser diagnosticadas e tratadas antes mesmo do nascimento.  
Como nos casos em que, devidos a problemas relacionados com fator Rh, são feitas transfusões de sangue no feto sem retirá-lo do útero. 
Em outros casos a própria natureza pode encarregar-se de curar o feto sem necessidade de assistência médica, como num caso registrado pela literatura médica, em que um tiro de revólver, ocorrido aos três meses de gestação, sarou naturalmente, ficando somente uma cicatriz após o nascimento.

Não é aquecido e resfriado pelo mesmo inverno e verão, como um adulto é?  - A resposta é sim. Os fetos são afetados por variações de temperaturas da mesma maneira como os adultos são. Se o corpo de um adulto, por exemplo, estiver mais frio do que o normal, o seu cérebro necessitará de mais oxigênio e o seu coração baterá mais devagar. Da mesma maneira, se houver necessidade de baixar a temperatura de uma gestante de cinco meses para 5 graus, para que ela possa ser submetida a uma cirurgia, o coração do feto deixará de bater 180 batidas por minuto e passará a bater 120 batidas por minuto.

Se me permitissem não choraria? - Antes do fim do terceiro mês de gestação as cordas vocais do feto estão completas. Ele não poderá rir nem chorar. Mas apenas porque não existe ar dentro do útero. Entretanto, a literatura médica registra casos em que foi necessário injetar uma bolha de ar em gestantes de último trimestre; quando a bolha de ar cobria a face da criança, e a criança inalava o ar, permitia que as cordas vocais operassem, produzindo-se um choro que era perfeitamente ouvido por todos os presentes, incluindo os médicos e enfermeiras. As mães posteriormente relataram que a bolha de ar se mantinha sobre a face da criança todas as vezes que elas se deitavam para dormir, permitindo com que as crianças em seus úteros chorassem com tanta força tanto que elas com seus maridos não conseguiam dormir.

(feto na 4a. semana de gestação)

Se me envenenarem não morrei? - Os fetos são tão ou mais susceptíveis ao envenenamento do que o restante da população. As mesmas substâncias químicas causam um número de problemas para adultos que vivem nas grandes cidades, especialmente nas horas em que não há bons programas de controles à poluição ambiental, chegando ao feto através do corpo da mãe, lhe são igualmente ou mais danosos. Sem falar das bebidas alcoólicas e as drogas lícitas (medicamentos) e ilícitas (álcool, crack, cocaína, maconha, heroína, êxtase, etc); que vão atingir o feto diretamente através do corpo da gestante, o atingirá mais do que a mãe. 

O tabaco (fumo) é o grande vilão desta história. Essas drogas além de  causar má formação do feto, pode por genética fazer da criança um futuro dependente. Há relatos em que pais que usavam álcool e fumo, no futuro, seus filhos se tornaram dependentes das mesmas drogas. Fumantes ou dependentes de álcool. E assim, acontece comas outras drogas. No passado um medicamento chamado Talidomida causou grande estrago nas mulheres fazendo com que as crianças nascessem com paralisia, outras com sérias deficiências físicas e mentais.    

Se me agredirem, não revidarei? - Infelizmente grande parte das pessoas são propensas a pensar que o feto pode ser abortado sem maiores consequências para a mãe ou sua futura descendência. 
Isso é um engano lamentável. O aborto encerra riscos que não puderam ser ainda avaliados corretamente pela comunidade médica, quanto menos pela opinião pública.
Não se tem estatísticas, por exemplo de quantas mães morrem por aborto, simplesmente porque as gestantes não morrem diretamente na mesa de aborto, mas, algum tempo depois. Em outro lugar ou em pronto socorro e estes casos não são registrados como mortes por causa de aborto. E não ficam conhecidas pelos jornais e empresas que fazem pesquisas e estatísticas. (Sem contar os abortos clandestinos).
Mesmo quando feito pelas mãos de um médico treinado, o aborto é uma operação de risco, que não tem nenhuma semelhança com o parto, nem com o aborto natural, ao contrário do que possa parecer à primeira vista.
Durante o parto os médicos apenas ajudam a natureza a realizar seu trabalho, quando chega a hora do nascimento os médicos são simplesmente instrumentos de ajuda, é a própria natureza quem faz o milagre acontecer. Quando isso não acontece o médico está para ajudá-la.
O aborto natural é feito pela própria natureza, que no qual, o organismo entende que aquele feto está morto e como tal precisa ser eliminado protegendo a gestante das demais consequências. Então o feto é expulso naturalmente. O contrário do aborto forçado, provocado em que existe um ato de violência contra a mãe e contra a criança (que está viva); a criança o mais comumente tem que ser retalhada em pedaços dentro do útero e lhe tirada à força. É isso que provoca uma série de complicações. 

Para provar como isso acontece, relatamos aqui uma caso que aconteceu em 1971 num hospital de uma faculdade de Medicina da Inglaterra, onde o aborto é legalizado. De 1182 pacientes em que foram praticados aborto no próprio hospital, 17% perderam mais do que 500 mililitros de sangue, 9,5% necessitaram de transfusões de sangue após o aborto. Em 4% ocorreram lesões cervicais, em mais de 1% o útero foi perfurado. Seis vezes foi necessário em emergência abrir toda a barriga da gestante. 27%, isto é, mais de uma em cada 4 pacientes tiveram febre alta de mais de 38 graus durante mais de 24 horas. Isto mostra que o aborto mesmo praticado em um hospital devidamente especializado, equipado e preparado, o aborto não é uma operação tão simples e não sujeita a complicações sérias como costuma a ser pensado.

Mas o mais inquietante é que uma em cada quatro pacientes tiveram complicações  depois do aborto sendo feito por profissionais treinados, as complicações variam desde à infecções ao óbito após o aborto. O mais significativo é que tais complicações ocorreram com cirurgiões antigos e experientes.

Neste hospital, que era da faculdade de Medicina, estas complicações eram tratadas rotineiramente. Porém, mesmo nos países onde o aborto é legalizado, as clínicas de aborto não possuem um sistema de transfusão de sangue, quase nunca fazem exames completos antes do aborto,não existem acompanhamento das pacientes após o aborto, (a gestante saindo de lá fica por conta própria), dificilmente mantém registros corretos. Nem sempre os médicos tem devida preparação, frequentemente nem são cirurgiões. As gestantes são mandadas pra casa logo após o aborto, mesmo fazendo ali barbaridades tais que seriam puníveis em qualquer clínica ou hospital que não fosse aborto, quase nunca a justiça ou Conselhos de Medicina punem os culpados. Isto é o que há para dizer quanto ao andamento rotineiro destas clínicas. Porém, também são frequentes outras irregularidades tais como a gestante voltar lá com hemorragia e ela ser convencida como algo normal após o aborto, só se vindo a perceber a gravidade exata do problema quando já é demasiado tarde, deixar-se por negligência patente, pedaços de criança dentro do útero e outras assim.

Aparte estes, existem ainda outros danos acarretados que podem ser acarretados por um aborto. (Entre eles o psicológico, acarreta depressão grave por arrependimento e sentimento de culpa.)
O fato é que a maternidade é uma função que pertence à própria vida da mulher, não só do ponto de vista moral como também do ponto de vista psicológico e biológico. Uma vez que a mulher admita que está grávida, e ela precisa fazer isto para procurar o aborto, ela sentirá um apego inconsciente ao filho, ainda que aparentemente ela não queira este filho e procure um aborto. 
Isto poderá se evidenciar, mais tarde em depressões sérias e até mesmo psicoses, que nada mais  são do que reações profundas de um ato que ela fez contra a própria natureza.

Este é um dos fatos que menos são considerados ao se decidir um aborto. E é o mais importante, pois a mãe decide interromper forçadamente os laços maternos naturais que a envolve psicologicamente, e que não conseguirá na maioria das vezes,  ela sofrerá sem volta suas consequências pro resto da vida.
Tomemos o caso de uma jovem mãe solteira que pensa em resolver seu problema de momento. Terá ela a consciência do sofrimento ela terá que passar por ter que criar um problema ao qual ela sofrerá pelo resto de sua vida?
Esta jovem não pensou no dia em que desejar ser mãe, e neste dia o filho desejado estará a lhe lembrar do aborto, transformando em fonte de angústia o que deveria ser uma fonte de realização pessoal. Nos casos extremos isto chega a representar a morte não de uma, mas de duas criaturas, uma das quais é a própria gestante, que passa a fechar em si mesma ao ponto de necessitar de psiquiatria pelo resto de seus dias para levar uma vida normal.  Assim, as pessoas que pensam que um aborto com a idéia de não colocarem uma criança no mundo para sofrer, deveriam pensar bem se com isto não estariam impondo sobre si mesmas um sofrimento ainda mais desumano.

Outros danos acarretados por um aborto vai ter suas consequências na futura descendência da gestante, pois o aborto provocado aumenta a possibilidade de se vir a ter posteriormente bebês prematuros, abortos espontâneos e morte fetal.

Devemos concluir dizendo que infelizmente existe muita gente que deseja realmente acreditar que o feto humano não é humano, e que o aborto não dá lugar a complicações sérias e frequentes. Trata-se de um supermercado de mentiras que significam o feto dizendo que não está formado ou que é um pedaço de gelatina, e que escondem informações sobre os riscos médicos e psicológicos do aborto para venderem seu próprio peixe. 

Agora eu pergunto: Para que praticar o aborto? Para que satisfazer a si mesmo com egoísmo matando um inocente?
Tantas pessoas que por algum motivo não podem ter filhos e desejariam ter...
Quantas mães que abandonam seus filhos, se antes ou depois de nascidos são rejeitados desde o ventre e quando nascem são jogados nas latas de lixo, deixadas abandonadas em bancos de praças, jogadas em lagoas, ou são mortas pelo aborto... Que tipo de seres humanos somos que não respeitamos a vida?
O feto sadio, vivo é uma pessoa. Quando a mulher engravida, Deus já colocou ali seu sopro não temos o direito de ceifar uma vida, isso só cabe a Deus. Não podemos brincar de Deus. Que direito os governos e os médicos tem sobre decidir quem vai viver ou morrer?
Por isso que nós cristãos devemos ser contrários ao aborto, devemo ser contrários a tudo que causa exclusão e morte, porque sabemos do Mandamento de Deus: "Não Matarás!"
Hoje é possível planejar filhos com maior eficácia. Há tantos meios de evitar a gravidez, porém se ela acontecer de forma "indesejada" porque não respeitar a vida que ali está indefesa? Porque não planejar então uma adoção?
Sabemos que existem tantos casais que querem adotar uma ou mais crianças...
Podemos nos considerar animais racionais praticando e aprovando o aborto? se nem mesmo os animais irracionais abandonam seus filhotes? (...) Vamos refletir... vamos dizer sempre:

 ABORTO NÃO! SIM À VIDA! 

 
       
Introdução

O uso de substâncias nocivas à saúde no período gravídico-puerperal, como drogas lícitas e ilícitas, deve ser investigado e desestimulado, pois crescimento fetal restrito, aborto, parto prematuro, deficiências cognitivas no concepto, entre outros, podem estar associados ao uso e abuso dessas substâncias.
As gestantes que têm por hábito consumir tais substâncias devem ser tratadas como de risco. Entende-se por gravidez de alto risco aquela na qual a saúde e/ou a vida tanto da mãe como do concepto têm maiores chances de sofrerem danos do que as da média da população considerada.


Os efeitos decorrentes do uso de drogas recreativas vêm sendo amplamente pesquisados, com achados que apontam a presença de álcool no leite materno em grandes proporções, que promovem alterações na produção, volume, composição e excreção do leite, causando prejuízos aos recém-natos.
O uso do cigarro durante a gestação associa-se a maior risco de intercorrências maternas e tal observação é feita pela análise comparativa do risco de intercorrências entre as gestantes e não fumantes. Além disso, sabe-se que ocorre uma diminuição da quantidade de leite produzido pelas mulheres que fumam. Os achados mais recentes acerca dessa questão ainda são inconclusivos, pois não elucidam a relação entre níveis hormonais, produção de leite materno (lactogênese) e sua relação com a diminuição da quantidade de leite nas mães tabagistas. Diferenças nos níveis de prolactina entre as mães fumantes e que deixaram de amamentar e as que fumam e amamentam ainda não foram evidenciadas.
Especial atenção deve ser dada a essas gestantes, visto que o fumo, no decorrer da gestação, está associado a maior incidência de fetos pequenos para a idade gestacional e baixo peso ao nascer (BPN). Em estudo realizado por Marin, constatou-se que gestantes fumantes apresentavam menor adesão ao pré-natal, pois compareciam a menor número de consultas em relação às não fumantes. Os autores sugerem uma possível falta de vontade de parar de fumar ou, até mesmo, falta de informação sobre os malefícios causados pelo uso do cigarro à sua saúde e à do concepto.
Os efeitos deletérios do tabagismo são bastante sutis e mais difíceis de serem identificados em relação às drogas ilícitas, sendo o uso recreativo durante a gestação uma atividade que pode permanecer despercebida, trazendo consequências tanto durante a gravidez quanto na lactação. Cerca de 80% das mulheres fumantes continuam com tal hábito durante sua gestação.
O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação tem sido assunto amplamente estudado pela comunidade científica, tendo em vista as várias repercussões diretas para o feto, sendo a síndrome alcoólica fetal (SAF)15,16 a mais conhecida e mais grave delas. A SAF caracteriza-se por danos ao sistema nervoso central, que causam anomalias neurológicas, craniofaciais, deficiência no crescimento pré e pós-natal, disfunções comportamentais e malformações associadas. Entre as alcoolistas, existe um risco de aproximadamente 6% de dar à luz a uma criança portadora de SAF. Mesmo crianças que sofreram exposição pré-natal ao álcool e que não apresentam os critérios da SAF têm dificuldades comportamentais e emocionais que interferem no seu convívio social, escolar e doméstico. Essas crianças apresentam menor capacidade de adaptação e habilidades abaixo da média em relação a indivíduos da mesma idade, demonstram problemas de socialização e comunicação, sendo que grande parte desenvolve desajustes comportamentais significativos, como impulsividade e promiscuidade.
A exposição ao álcool traz agravos também à saúde da mãe, como doenças cardiovasculares, câncer, depressão e distúrbios neurológicos. Além disso, está associada ao ganho de peso gestacional insuficiente, menor número de consultas no pré-natal e aumento do risco de utilização de outras drogas.


Estima-se que 20 a 25% das gestantes consumam esporadicamente algum tipo de bebida alcoólica. Apesar da variação de forma e intensidade, a frequência de consumo tem aumentado nos últimos anos.
O alcoolismo pode ser subdiagnosticado durante a gestação devido ao despreparo dos profissionais de Saúde na investigação de queixas e sintomas, como também pelo constrangimento da gestante em relatar o uso da bebida alcoólica. De acordo com o Ministério da Saúde, o uso de álcool e/ou cigarro pelas gestantes deve ser rigorosamente desencorajado, considerando que não se tem conhecimento dos níveis seguros de consumo de tais substâncias durante o período gestacional.
Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo descrever o consumo de álcool e cigarro em gestantes adultas e identificar a associação desses com o resultado obstétrico em gestantes atendidas em maternidade pública do Rio de Janeiro.
Métodos
Trata-se de um estudo analítico do tipo transversal, realizado na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ME/UFRJ), intitulado “Avaliação do impacto da assistência nutricional pré-natal no resultado obstétrico”, sob a responsabilidade do Grupo de Pesquisa em Saúde Materna e Infantil do Núcleo de Pesquisa em Micronutrientes do Instituto de Nutrição Josué de Castro da UFRJ, desenvolvido no período de 1999 a 2006.
A população estudada corresponde a de gestantes atendidas em Unidade de Saúde que atende gratuitamente
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Fatores associados ao uso de álcool e cigarro na gestação
em torno de 1.400 a 1.500 puérperas por ano, provenientes de várias regiões do município do Rio de Janeiro. Foi evidenciada a similaridade entre as características da clientela atendida nessa maternidade no período com as características verificadas para o conjunto das puérperas atendidas pelo setor de Saúde no município do Rio de Janeiro, segundo informações disponibilizadas pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) do Ministério da Saúde.
A amostra estudada foi constituída por 433 puérperas adultas (≥20 anos), que atendessem aos critérios de inclusão: não portadoras de enfermidades crônicas, de gestação de feto único, peso pré-gestacional conhecido ou medido até o final da 13a semana gestacional, com acesso à assistência pré-natal e com informação acerca do uso de álcool e cigarro na gestação. Os critérios de exclusão foram: puérperas a respeito das quais não havia registro completo das informações acerca do uso de álcool e cigarro na gestação, as de gestação gemelar e as com enfermidades crônicas. As informações sobre os conceptos das mulheres incluídas no estudo também foram analisadas.
A coleta de informações ocorreu por meio de entrevista e consulta aos prontuários, com o preenchimento de instrumento pré-testado e aplicado por equipe de pesquisadores treinados e supervisionados. As características maternas e dos recém-nascidos avaliadas foram agrupadas em maternas (hábitos sociais, antropométricas, sociodemográficas, da assistência pré-natal, clínicas e obstétricas) e dos recém-nascidos (condições ao nascer e intercorrências).
Foram analisadas as seguintes variáveis dependentes: uso de álcool na gestação e uso de cigarro na gestação. Considerou-se uso de álcool/cigarro na gestação quando esse foi detectado pelo profissional de Saúde na consulta de pré-natal, em qualquer idade gestacional, e registrado no prontuário. As variáveis independentes analisadas foram: idade materna, renda familiar per capita, situação marital, escolaridade, cor da pele, condições de saneamento da moradia, índice de massa corpórea (IMC, kg/m2) pré-gestacional, ganho de peso gestacional total, número de gestações, história de aborto, gestação planejada. Quanto à gravidez índice foram investigadas as intercorrências gestacionais, número de consultas da assistência pré-natal, número de consultas da assistência nutricional pré-natal, peso e comprimento ao nascer, idade gestacional ao nascimento segundo a data da última menstruação (DUM), correlação do peso/idade gestacional ao nascer, intercorrências do recém-nascido.
As informações sobre as intercorrências gestacionais foram obtidas por meio de consulta aos pareceres da equipe médica e avaliação dos exames laboratoriais incluídos nos prontuários, considerando-se as recomendações do Ministério da Saúde e de Saunders, Bessa e Padilha. Na avaliação antropométrica materna, adotou-se a recomendação do Ministério da Saúde validada por Padilha.
As intercorrências dos recém-nascidos foram identificadas a partir de consulta aos pareceres da equipe médica. As variáveis intercorrências maternas e dos recém-nascidos foram analisadas de forma dicotômica, sendo considerada presença ou ausência de intercorrência, mesmo quando a puérpera ou o recém-nascido apresentasse apenas uma intercorrência.
As condições de saneamento da moradia foram consideradas adequadas se houvesse água encanada, coleta regular de lixo e esgoto, e inadequadas quando um dos serviços estivesse ausente.
Quanto ao peso ao nascimento, os recém-nascidos foram classificados em BPN quando o peso ao nascimento foi inferior a 2.500 g; recém-nascidos pré-termos (RNPT) foram os nascidos com idade gestacional inferior a 37 semanas.
Visando à padronização dos procedimentos de coleta de dados, os pesquisadores envolvidos foram treinados/reciclados e supervisionados. A confiabilidade dos dados foi avaliada por meio do reteste do instrumento em subamostra correspondendo a 13% do total de mulheres estudadas. Na avaliação da concordância entre os entrevistadores, empregou-se a estatística kappa (k), que avalia a reprodutibilidade de variáveis categóricas, e definiu-se o intervalo de confiança (IC) de 95%. O coeficiente de correlação intraclasse (ICC) com IC95% foi calculado para avaliar a concordância de variáveis contínuas ou ordinais. Na interpretação das estatísticas considerou-se como boa concordância k e ICC >0,6.
Na análise exploratória dos dados, foram calculadas as medidas de tendência central (média e desvio padrão, DP) e de dispersão das variáveis contínuas. O teste do χ2 foi empregado no estudo da homogeneidade das proporções e foram obtidos os valores das Odds Ratio (OR) bem como IC95% para avaliação da razão de chance entre a exposição e os defechos selecionados. O nível de significância estatística considerado foi de 5%. A homogeneidade das variâncias foi observada por meio da estatística Levene, para avaliação da adequação do tipo de teste estatístico a ser adotado. Todas as análises foram realizadas no pacote estatístico Statistical Package for Social Sciences for Windows, versão 13.0.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da UFRJ. Todas as participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
Resultados
A amostra foi constituída por 433 gestantes cuja média de idade foi de 27,2 anos (DP=5,1), variando
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Freire K, Padilha PC, Saunders C
entre 20 e 45 anos. A qualidade dos dados foi evidenciada, pois foram verificados valores de ICC>0,92 e de k>0,65.
Na Tabela 1, encontram-se as principais características maternas. Verificou-se que 31,6% das mulheres apresentaram desvio ponderal pré-gestacional; a maioria declarou viver em situação marital estável com o companheiro, vivia em moradia com boas condições de saneamento e quase a metade da amostra apresentava ensino fundamental completo.
Na Tabela 2, são descritas as características das gestantes e de seus recém-nascidos. Na avaliação antropométrica materna, as médias do IMC pré-gestacional e do ganho ponderal gestacional total foram de 23,2 kg/ m2 (DP=3,8) e 12,9 kg (DP=5,2), respectivamente. As puérperas tiveram, em média, 8,2 consultas de pré-natal (DP=2,46) e 2,3 consultas de assistência nutricional pré-natal (DP=0,3). Quanto às condições ao nascimento, verificou-se peso médio ao nascer de 3.285,2 g (DP=47,9), e idade gestacional média ao final da gestação de 39,1 semanas (DP=1,7) (Tabela 2).
Quanto ao uso do cigarro, 5,5% (n=24/433) das puérperas relataram o uso de cigarro durante a gestação. Conforme descrito na Tabela 3, as características maternas associadas a essa prática foram: situação marital; idade materna e assistência nutricional pré-natal. Além disso, o fumo durante a gestação foi fortemente associado ao uso de álcool, sendo que 31,3% das gestantes fumantes fizeram uso concomitante de cigarro e álcool (OR=3,08; IC95%=1,1-8,1). Constatou-se que as mulheres que viviam sem o companheiro tinham chance três vezes maior de usar cigarro na gestação (OR=3,1; IC95%=1,3-7,2) em comparação às que viviam com o companheiro, assim como as mulheres com idade maior ou igual a 35 anos tinham chance três vezes maior de usar cigarro na gestação (OR=3,1; IC95%=1,1-8,1) em comparação às mulheres de menor idade.
O cuidado nutricional representou um fator de proteção contra a prática do tabagismo na gestação, pois as gestantes que não foram acompanhadas pelo nutricionista tiveram chance três vezes maior de usar cigarro durante a gestação (OR=3,7; IC95%=1,5-9,1) em comparação às gestantes acompanhadas pelo profissional.
Analisando-se o impacto do uso de cigarro nas condições ao nascer, verificou-se que essa prática não se associou ao nascimento de RNPT (p=0,6), BPN (p=0,3) e intercorrências do recém-nascido (p=0,7).
Verificou-se, nesse estudo, que o uso de cigarro na gestação não foi associado ao grau de escolaridade materna (p=0,07), condições de saneamento da moradia (p=0,3), número de gestações (p=0,07), planejamento da gestação (p=0,8), estado nutricional materno pré-gestacional (p=0,4), adequação do ganho de peso gestacional (p=0,1), e não aumentou a chance de intercorrências gestacionais (p=0,5).
Tabela 1 - Características antropométricas e sociodemográficas de puérperas adultas
Características maternas
%
Estado nutricional pré-gestacional (n=418)
Baixo peso
6,2
Peso normal
68,2
Sobrepeso
19,9
Obesidade
5,5
Cor da pele (n=433)
Não-branca
59,1
Branca
40,9
Situação marital (n=433)
Vive sem companheiro
22,6
Vive com companheiro
77,4
Escolaridade (n=433)
Analfabeta
1,2
Ensino fundamental incompleto
32,1
Ensino fundamental completo
16,2
Ensino médio incompleto
17,1
Ensino médio completo
25,6
Superior
7,9
Condições de saneamento da moradia (n=433)
Inadequada
3,9
Adequada
96,1
Tabela 2 - Características maternas e dos recém-nascidos
Características
n
Média
Desvio padrão
Renda familiar total (salários mínimos)
400
4,6
3,7
IMC pré-gestacional (kg/m2)
418
23,2
3,8
Ganho de peso gestacional total (kg )
418
12,9
5,2
Número de gestações
433
2,2
1,5
Peso ao nascer (g)
428
3.285,2
47,9
Comprimento ao nascer (cm)
418
49,7
2,8
Idade gestacional ao nascer pela DUM (semanas)
427
39,1
1,7
Número de consultas da assistência pré-natal
431
8,2
2,5
Número de consultas da assistência nutricional pré-natal
433
2,3
0,3
IMC: índice de massa corpórea; DUM: data da última menstruação.
Tabela 3 - Associação entre as características sociodemográficas, antropométricas, obstétricas, da assistência pré-natal e o uso de cigarro na gestação
Variáveis
Uso de cigarro na gestação
n
%
n
%
pa
Situação marital (n=433)
0,005
Vive sem o companheiro
11
11,2
87
88,2
Vive com o companheiro
13
3,9
322
96,1
Idade materna (n=433)
0,01
>35 anos
6
13
40
87
<35 anos="" br="">18
4,7
369
95,3
Uso de álcool na gestação (n=433)
0
Sim
10
31,3
22
68,7
Não
14
3,5
387
96,5
Assistência nutricional pré-natal (n=433)
0,003
Sim
17
9,5
162
90,5
Não
7
2,8
247
97,2
aA homogeneidade das variâncias foi observada por meio da estatística Levene (p>0,05).
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Fatores associados ao uso de álcool e cigarro na gestação
Quanto ao uso de álcool, verificou-se que 7,4% (n=32/433) das puérperas relataram a prática durante a gestação. Conforme descrito na Tabela 4, as características maternas associadas a essa prática foram: situação marital, idade materna e a história de aborto. Tal associação foi confirmada com a análise das OR, e as mulheres que viviam sem o companheiro tiveram chance quase três vezes maior (OR=2,9; IC95%=1,4-6,1) de ingerir álcool na gestação em comparação às que viviam com o companheiro. As com idade superior a 35 anos (OR=2,6; IC95%=1,06-6,4) e as com história de aborto (OR=2,8; IC95%=1,0-7,9) foram as que apresentaram maior chance de uso de bebidas alcoólicas no período gestacional.
O uso de álcool na gestação não foi associado, no presente estudo, ao grau de escolaridade materna (p=0,5), condições de saneamento da moradia (p=0,2), número de gestações (p=0,9), planejamento da gestação (p=0,3), estado nutricional materno pré-gestacional (p=0,09), adequação do ganho de peso gestacional (p=0,1), assistência nutricional pré-natal (p=0,8) e também não se associou ao desenvolvimento de intercorrências gestacionais (p=0,3).
Avaliando o impacto do uso do álcool dentre as gestantes nas condições ao nascer, verificou-se que essa prática não se associou ao nascimento de RNPT (p=0,1), BPN (p=0,6) e intercorrências do recém-nascido (p=0,4).


Discussão
O presente estudo revelou prevalência de 5,5% de mulheres que fumaram durante o período gestacional, valor similar ao encontrado em estudo norte-americano. No entanto, outros trabalhos demonstraram prevalências maiores, chegando a 20%24,25. Em relação ao consumo de álcool, 7,4% fizeram uso durante a gravidez, valores que estão de acordo com a literatura, sendo que a prevalência de uso de álcool na gestação varia entre 0,5 e 62,0%, dependendo do tipo de estudo e do método de investigação utilizados.
Neste estudo, foi traçado o perfil de mulheres com maiores chances de uso de álcool e cigarro na gravidez. A situação marital instável foi fator preditor para o uso de ambas as substâncias, achados semelhantes ao encontrado em outro estudo. Na literatura, constata-se a associação significativa entre etilismo e situação marital, podendo ser o consumo por estas mulheres duas vezes maior do que entre as casadas. Isso se deve ao fato de que a gestação em mulheres solteiras estar frequentemente associada a outros fatores de risco para o uso de bebida alcoólica, como baixa escolaridade, baixo nível socioeconômico e gravidez indesejada.
O consumo de álcool foi fortemente associado ao tabagismo entre as gestantes incluídas no estudo e tal achado tem sido verificado em outras séries. Em estudo de rastreamento sobre o uso de álcool entre gestantes atendidas no serviço público, foi verificado que o uso de bebidas alcoólicas frequentemente é associado ao hábito de fumar e ao uso de drogas ilícitas, em mulheres de baixa escolaridade, solteiras, com mais de 30 anos e que possuam apoio social inadequado. Em outro estudo, verificou-se que entre gestantes adultas, 35% revelaram consumir bebidas alcoólicas com uso concomitante ao cigarro.
Um estudo nacional realizado nos Estados Unidos com 1.800 gestantes descreve que o uso de cigarro foi de 18,9% e o de álcool foi de 10%. Analisando-se o consumo das duas substâncias concomitantemente, verificou-se que 6,1% das mulheres faziam uso de cigarro e álcool. Tendo como base esses achados, pode-se dizer que o uso dessas substâncias durante a gestação ainda é significativamente alto, necessitando de pesquisas mais específicas para estes casos e medidas preventivas que ajudem na diminuição de incidência de novos casos.
O hábito de fumar e o etilismo na gestação podem ser subdiagnosticados devido ao “sentimento de culpa” das gestantes, que, contornando possível repreensão e desaprovação pelo profissional de Saúde, podem vir a relatar um consumo menor da substância ou negá-lo. Outra hipótese, mais relacionada ao consumo de álcool, é a falta de informação sobre o potencial maléfico de seu uso.
Devido a questões culturais brasileiras, algumas mulheres passam a ingerir bebida alcoólica durante a gestação e/ou puerpério, mais especificamente a cerveja escura, sob orientação de suas mães e avós, que relacionam o consumo da bebida a maior produção de leite materno. Outra questão que deve ser considerada é a constante divulgação pela mídia dos efeitos benéficos à saúde atribuídos ao consumo regular de pequenas doses de vinho, que, por conta dos flavonoides e de outras substâncias fenólicas presentes no vinho tinto, são apresentados como antioxidantes que diminuiriam o risco de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Tabela 4 - Associação entre as características sociodemográficas, antropométricas, obstétricas, da assistência pré-natal e o uso de álcool na gestação
Variáveis
Uso de álcool na gestação
n
%
n
%
pa
Situação marital (n = 433)
0,003
Vive sem o companheiro
14
14,3
84
85,7
Vive com o companheiro
18
5,4
317
94,6
Idade materna (n=433)
0,03
>35 anos
7
15,2
39
84,8
<35 anos="" br="">25
6,5
362
9,35
História de aborto
0,04
Sim
6
18,2
27
81,8
Não
14
7,3
178
92,7
aA homogeneidade das variâncias foi observada por meio da estatística Levene (p>0,05).
340 Rev Bras Ginecol Obstet. 2009; 31(7):335-41
Freire K, Padilha PC, Saunders C
No entanto, tais recomendações são imprudentes no tocante às gestantes, que poderiam tomar tais medidas como verdades; elas devem se abster do consumo de álcool durante toda a gestação e período periconcepcional.
Em relação ao acompanhamento pré-natal médico, as gestantes apresentaram frequência ao pré-natal acima do mínimo de seis consultas, como preconizado pelo Ministério da Saúde, apesar de estudos apontarem menor adesão ao pré-natal entre gestantes fumantes do que nas não fumantes. O uso de álcool e cigarro também foi associado à menor adesão à utilização do suplemento de micronutrientes no pré-natal.
O uso de álcool e cigarro foi mais prevalente dentre as mulheres com idade igual ou superior a 35 anos. Encontraram-se achados semelhantes em estudo realizado no Brasil, onde 15,7% das gestantes tabagistas tinham 35 anos ou mais. Em outra casuística, constatou-se que mulheres com idade maior que 30 anos tiveram mais chances de desenvolver obesidade do que mulheres mais jovens, e, ainda, que alguns fatores obstétricos, como fumo, etilismo, entre outros, estão associados à obesidade.
É sabido que a ingestão de álcool pelas gestantes aumenta o risco de aborto espontâneo na gestação, e tal associação foi observada no presente estudo, pois, verificou-se que, dentre as mulheres que faziam uso de álcool na gestação, 18,2% relataram história de aborto. Os mecanismos pelos quais o álcool afeta o concepto ainda não estão completamente elucidados. Acredita-se que a substância atravesse a barreira placentária, deixando o feto exposto a concentrações semelhantes à do sangue materno. Devido ao metabolismo e à eliminação do álcool serem mais lentos, o líquido amniótico fica impregnado pela substância, tornando o ambiente inóspito para o feto e favorecendo a incidência da SAF. Os mecanismos por meio dos quais o álcool induz o aparecimento da SAF ainda são desconhecidos. Estudos sugerem que os efeitos ocorram por mecanismos metabólicos, tendo participação em diversos estágios pré e pós-natais. Estariam, ainda, envolvidos no processo fatores maternos e dietéticos, entre outros.
Apesar de alguns estudos descreverem a associação entre consumo de álcool e tabaco na gestação e prematuridade, BPN, intercorrências do recém-nato, condições de saneamento e cor da pele, no presente estudo, tais associações não foram evidenciadas, o que pode ter decorrido do tamanho amostral insuficiente. Além disso, pode-se apontar como limitação do estudo o fato de que as informações acerca da dose e da frequência de exposição ao álcool e tabaco foram obtidas apenas a partir da consulta aos prontuários, nos quais não estava disponível maior detalhamento das informações.
Considerando os achados do presente estudo, faz-se imperiosa a necessidade de programas de intervenção e prevenção que visem à interrupção do hábito de fumar e do etilismo durante o período periconcepcional, sobretudo entre as gestantes solteiras, de baixa escolaridade, de idade mais avançada e que não tenham acompanhamento nutricional, visto que a cessação de tais hábitos antes do período gestacional é a garantia de proteção máxima ao feto.
No Brasil, o atendimento pré-natal possui uma abrangência quase que generalizada, revelando-se momento ideal para intervenção e prevenção do uso de substâncias prejudiciais para mãe e filho, tendo em vista que, nesse período, intensificam-se os laços entre os profissionais de Saúde e as gestantes, garantindo, assim, que melhores oportunidades de intervenção ocorram. Para tanto, é necessário que os profissionais que fazem assistência materno-infantil estejam preparados para a detecção do uso das substâncias e saibam orientar essas gestantes, destacando-se os malefícios do uso sobre sua saúde e a do concepto, que podem implicar dificuldades presentes e futuras.


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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

PENTECOSTISMO E CARISMATISMO - Seus Perigos - PENTECOSTES E SEU SIGNIFICADO PARA O POVO CRISTÃO



O atual Carismatismo ou Pentecostismo, que é praticado pelo protestantes e católicos teve sua origem no protestantismo no começo do século nos EUA. Diferente do que aconteceu em Pentecostes como lemos no início do Livro dos Atos dos Apóstolos.
Uma estudante protestante afirmou ter tido de repente, uma "sensação de paz e gozo". Ela atribuiu esse fenômeno a Cristo. Passados alguns dias toda a Comunidade se davam as mesmas manifestações. Que foram interpretadas como Batismo no Espírito.   Assim nascia o movimento pentecostal protestante que pretende "reviver" os carismas extraordinários dos Apóstolos no dia de Pentecostes.

Era natural que a fé-confiança, de Lutero, essencialmente despreocupada com a precisão doutrinária das verdades, viesse a desembocar na explosão de manifestações sentimentais do carismatismo. O que é totalmente anormal é que a Fé católica, que exerce adesão pelas verdades reveladas por Deus e propostas pela Igreja como necessárias para crer e para salvar-se, tenha sido de tal modo adulterada a partir do Concílio Vaticano II e que viesse assumir essas manifestações exacerbadas de sentimento religioso. 

No campo católico, esse pentecostismo chamou-se Renovação Carismática. E vem recebendo maior aprovação das autoridades eclesiásticas pós-conciliares. 
"Pentecostes" palavra de origem grega, que quer dizer "quinquagésimo dia"  , foram os 50 dias após a ressurreição de Jesus em que Ele, enviou o Espírito Santo sobre os Apóstolos conforme a sua ordem: "não se afastarem de Jerusalém mas esperarem a promessa do Pai",..." pois sereis batizados no Espírito Santo dentro de poucos dias". (At1, 4-5)

Batizados aqui significa "banhados" ou "inundados", e não outro batismo diverso do Sacramento do Batismo. Significa a graça especial do envio do Espírito Santo com abundância de seus dons extraordinários.

A abundância de dons extraordinários, visava socorrer a Igreja nos momentos difíceis no começo em que devia aplicar-se em converter os judeus e os pagãos idólatras. Eram dons da ordem dos carismas, os quais não se destinam ao bem pessoal de que quem os recebe, mas de toda a Comunidade dos fiéis.

Ao lado desses carismas transitórios, proveu Jesus a sua Igreja dos Santos Sacramentos como canais normais e permanentes da graça divina, que conferem dons para beneficiar cada um em particular.

O Carismatismo se não bem usado comete o erro grave de pretender renovar, um clima de exaltação super emotiva aqueles carismas extraordinários. 

Um erro que pode ser grave porque se não bem acompanhados pode expor os fiéis à ilusão com a esperança de estarem recebendo graças especiais, quando pode se tratar de uma simples explosão natural de sentimentos. Esse erro é tão perigoso que, o demônio pode afluir e servir destes estados de super exaltação para produzir certos fenômenos extraordinários com aparência de coisas verdadeiras para enganar e perder a muitos. Uma grande inverdade é a oração em línguas que "os carismáticos" dizem fazer. Para que serve? quem os entende? ... o que há é uma confusão , que "não se parece traduzir" o que se ora, e que São Paulo já exortava antes. Pois o "dom de falar e orar em línguas se não houver compreensão da assembléia, de nada serve para a edificação da Igreja". De nada tem haver com o Espírito Santo, não passa de um teatro. O fato é que muitos líderes católicos e padres estão embarcando nessa e incentivam os carismáticos, achando que isto é unção do Espírito Santo. É mentira e engodo! Desafio a qualquer autoridade religiosa ou sacerdote dos mais estudiosos a decifrar o que se passa quando os "carismáticos" ou "pentecostais" dizem falar ou orar em línguas. Não há sequer interpretação.  

O QUE SIGNIFICA PENTECOSTES, E  COMO ACONTECEU O DOM DE LÍNGUAS NOS ATOS DOS APÓSTOLOS?

Quando abrimos a Bíblia no Livro do Êxodo 34, 22, lemos a prescrição de celebrar a "Festa das Semanas", por ocasião da colheita do trigo.
Tratava-se de uma confraternização religiosa própria do mundo rural, sete semanas após a festa dos pães ázimos, que lembrava a Páscoa dos judeus. Mais tarde já com o culto centralizado no Templo e caracterizado por sacrifício de animais, Pentecostes, mais que uma festa da colheita, era o dia em que os judeus comemoravam a promulgação da Lei de Moisés, isto é os 10 Mandamentos, (Lev23, 15-22); que era celebrada "50 dias" após a Páscoa judáica. Assim no AT, costumes religiosos do mundo rural adquiriram também uma característica histórica, lembrando a libertação da escravidão no Egito e aliança que Deus fez com Moisés no monte Sinai. (Dt16, 9-12)

Para nós cristãos Pentecostes já não tem referência alguma ao mundo rural. De fato, passou a ser a festa que faz memória do envio do Espírito Santo sobre os Apóstolos e Discípulos de Jesus. É verdade que há vários momentos em que o Espírito Santo é dado aos seguidores de Jesus, como em Jo 20, 22-23; At 8, 17; 10, 44-45.
Contudo a cena-ícone do Pentecostes cristão é narrada em Atos 2, 1-36; porque constitui o ponto de partida de uma nova Comunidade, unida pelo Espírito de Jesus e enviada como missionária a todos os povos.

É a manifestação maior da Terceira pessoa da Santíssima Trindade tal como Jesus prometera, (Jo 14, 16-20; 16, 5-15). Ele irá continuar a obra redentora de Jesus, não mais através de algumas pessoas privilegiadas, mas através da própria Igreja. Nessa cena também se destaca a figura de Maria (At1, 14); aquela que atraiu para si o Espírito Santo, para gerar a pessoa de Jesus, e agora trai novamente para gerar a Igreja de Jesus.

Os dons do Espírito Santo em Pentecostes não coincidem com os dons da tradição dos sete dons, que normalmente tomamos do Antigo Testamento, do profeta Isaías, (Is11, 2-3);  Aqui vemos os dons da coragem de ser missionário e dar testemunho de Jesus Ressuscitado, do entendimento do mistério pascal de Jesus, da união e da alegria de ser cristão, da partilha de bens, para que ninguém passe necessidade, do amor fraterno e da concórdia, que faz com que todos se compreendam entre si, apesar de serem de diferentes culturas e línguas. Enfim, inrrompe algo novo dentro da sociedade romana e judaica da época com uma força de atração impressionante. 

( Rev. de Aparecida Ed. 05/2010 - texto de Pe. José Ulysses da Silva, CSsR) 


Segundo narra o Livro dos Atos que, na descida do Espírito Santo o povo, que ali se encontrava, (pois era a festa da colheita), começou a entender em seu seus próprios idiomas a pregação dos Apóstolos. O fenômeno que acontecia era esse: Os Apóstolos e os presentes ali que receberam o Espírito Santo, começaram a falar, louvar e bendizer a Deus. Os de fora, (de outras regiões), que ali se encontravam os ouvia em seu idioma ao mesmo tempo cada qual em sua língua . O Espírito Santo através desse  fenômeno  traduzia o a palavra dos Apóstolos e discípulos de Jesus (idioma Aramáico), para o idioma deles, como se fosse um tradutor simultâneo. Porque aconteceu isso? O Espírito Santo se adiantou em ser o primeiro tradutor de Línguas. Como era impossível, (na força humana) para falar à pessoas de diversas regiões ao mesmo tempo, o Espírito Santo descido sobre todos ali no Cenáculo, agiu de forma tal a fazer com que eles ouvissem os Apóstolos e os entenderam nos seus próprios idiomas para que eles cressem em Jesus, dessem conta do que se passava e se convertessem.  Junto com esse milagre veio também a Força para preparar a Igreja que ali nascia para  Anúncio do Evangelho. Para isso o Espírito Santo derramou seus dons e sua força santificadora de modo a reanimá-los para a missão que iam empreender. 
   
Isto podemos comprovar claramente no Livro dos Atos dos Apóstolos: ...."não são todos galileus? como é que nós os entendemos falar em nossa própria língua?" (Cf. At 2, 7-8)
Nesta ação espetacular do Espírito Santo veio CONGREGAR num só povo e UNIVERSALIZAR a Igreja de Jesus, (até então os cristãos ou nazarenos, como eram conhecidos), passaria ser conhecida em todo mundo mais tarde  como: IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA. Um outro significado é que, Deus uniu e e instituiu pelo Espírito Santo um Novo Povo, que antes na Torre de Babel, o povo que ANTES falava  em uma só língua, foi separado, POR CAUSA  DO ORGULHO; e cada qual passou a ter um idioma diferente. (A Bíblia fala que Deus os confundiu em sua Língua. Cf. Gên11, 1-9); Com a Igreja de Cristo e pela efusão do Espírito Santo o novo povo de Deus, eleitos de diversos lugares foram Congregados num só povo, O POVO CRISTÃO. Por isso é que Aconteceu o dom de Línguas. (Cf. At2, 1.3,5-6). Esse dom foi único, só aquela vez de modo a chamar à conversão todos que ali se encontravam para que eles entendessem e aceitassem Jesus. Até então Pentecostes era uma festa popular da Judéia que reunia gente de todo lugar. Somente depois é que a palavra Pentecostes passou ser usada na Igreja para significar a descida do Espírito Santo. Porque foi no "Dia da festa Colheita", isto é em Pentecostes, que Jesus enviou seu Espírito. Então esse dia se tornou sagrado para Igreja e recebeu este nome: Dia de Pentecostes, que daquele dia em diante significa para nós cristãos: Dia da descida do Espírito Santo.     
Eis o que significa Pentecostes, a presença do Espírito Santo na Igreja, uma força invisível, mas muito bem percebida, que é a própria essência da Igreja, sem Ele a Igreja seria um museu histórico, jamais porém uma força missionária. Capaz de atravessar vinte e tantos séculos cheias de vida gerando muitos santos e santas. O momento de Pentecostes para cada cristão é o dia da sua Crisma. Ela lhe concede o próprio Espírito Santo, como dom, e o marca como Templo vivo d'Ele. Ela tem força de fazer acontecer em sua vida, a mesma experiência daquela primeira Comunidade, reunida em torno de Maria Santíssima. Por isso é tão importante que em todas as nossas orações, jamais deixemos de suplicar com insistência: "Pai por vosso Filho, dai-me o Espírito Santo!" 

Hoje o Espírito Santo inspira e anima a Igreja do mesmo modo, mas a sua inspiração é dada através da Sagrada Escritura e dos ensinamentos dos Santos Padres ao longo da história. Se realmente acontecesse com o tal "dom de línguas" como veem os carismáticos e os pentecostais como a Igreja se serviria disso para instruir os fiéis sendo que ninguém é capaz de traduzi-los?  


O QUE PODE E NÃO PODE ACONTECER DENTRO DOS MOVIMENTOS CARISMÁTICOS 

Causa estranheza ver nos movimentos carismáticos pessoas falarem coisas estranhas, sem som distinto, incompreensível afirmando que aquilo é dom de línguas. Pode ser e pode não ser verdade, no ponto de vista bíblico não tem nada a ver com o dom de línguas revelado em Pentecostes. Então vamos separar o "falar em línguas" do dom de "orar em línguas"; que é o que estamos discutindo neste artigo: 
Em At2, 1-13 nós percebemos dois fenômenos distintos:

No primeiro, que chamamos de "dom de lalar línguas", o Espírito Santo permitiu que houvesse um tipo "de tradução simultânea". Os Apóstolos falavam em suas línguas, o aramaico, e as pessoas de outras nações que ali se encontravam entendiam em seus próprios idiomas o que lhes era transmitido.   

No segundo momento parece que houve o fenômeno da "oração em línguas", porque o texto diz, que havia uma uma certa confusão de línguas estranhas; o versículo 12 diz que: eles estavam atônitos que uns diziam zombando que eles estavam bêbados (porque não conseguiam entender o que eles falavam).  

Não é errado orar em línguas, mas o que não pode acontecer está acontecendo, o modismo de usar esse modo de rezar nas assembleias. Algo que os bispos pedem cuidado. Está na moda hoje, sobretudo na RCC "orar em línguas". Mas isso não pode ser feito a torto e à direito. E nem todo mundo que diz "orar em línguas" o faz de verdade. E os bispos pedem que sejam observados os critérios para que seja feita esse tipo de oração.  

A oração em línguas, (1Cr12, 4-11) deve ser distinguida da seguinte forma: 

a) Falar em línguas  (a pessoa fala em sua língua e outras de diferentes idiomas conseguem entender em seus próprios idiomas)
b) Orar em línguas. A pessoa ora com palavras incompreensíveis que em estado de êxtase parcial, ou seja, a pessoa compreende tudo o que se passa à sua volta e pode parar assim que desejar. É uma manifestação espiritual ao qual o espírito santo toca a pessoa e ela passa a falar em línguas estranhas. Mas o faz de forma consciente. 

Se o fato acontecer em êxtase total, ou seja, a pessoa não consegue voltar à realidade nem parar por força própria é sinal que a pessoa está sobre efeito demoníaco, ou então, sofre de algum problema mental.    

O fato é que esse tipo de oração não pode ser usado nas assembleias. Como aconselha a própria CNBB. E hoje nem todos que oraram em línguas o fazem de verdade. Também não existe formas, cursos, etc. pois, do chamado "orar em línguas " é uma inspiração do Espírito Santo. É considerado um dom especial.           

Então há uma grande diferença entre dom de línguas e orar em línguas. Para justificar chegam a dizer que aquelas falas estranhas é a língua do Espírito, não é verdade.

E daí a orientação de que essa "oração em línguas" seja feita fora da assembléia. Deve ser algo pessoal.

Espírito Santo une a Igreja em uma só fé e uma só língua como pode o mesmo Espírito Santo causar desentendimento confusão, balbúrdia dentro da Igreja? Como pode transformar a casa de Oração em uma platéia de circo com vivas, gritos, barulhos e bate-palmas?

Quem falar em línguas deve interpretá-las. E quem ora em línguas deve ter entendimento daquilo que se ora.

São Paulo diz que aquele que ora em virtude desse dom, se não tiver interpretação, o espírito ora mas o entendimento fica sem fruto. E uma oração sem fruto não serve pra nada, são palavras ao  vento. (1Cr14, 13-15)

Note neste mesmo capítulo de 1Coríntios 14 a partir do versículo 22-39; São Paulo transmite este mandamento, cuidado como deve ser usado esses dons de falar em línguas e orar em línguas! Não se deve usar esses dons toda hora. Nem todos que estão na assembléia tem a mesma capacidade de entender o que se passa ali, e assim como aconteceu em Pentecostes, vão achar que estão loucos. Se falar em línguas tem que haver quem as interprete. Se mais de um profetizar, fale um só por vez. Para que as pessoas entendam. Isso vale para nós hoje também, a Igreja é a mesma. 
Se uma pessoa que nunca participou de uma assembléia, chegar na Igreja e ouvirem pessoas falando em línguas sem ninguém explicar, se cada um falar tudo de uma vez, se começar a orar em línguas. Nunca mais essa pessoa vai voltar àquela comunidade. Vai achar que ali só tem loucos. É o que acontece hoje em muitos lugares. Pessoas simples não entendem este lado espiritual da Igreja. As vezes até ficam por acharem bonito, mas não darão frutos. E São Paulo conclui dizendo: "Deus não é de confusão, mas, de paz".

OS PERIGOS          

O Espírito Santo é uma força divina, que move os corações e os pensamentos de modo a Santificar as almas e também impulsionar o espírito missionário.  
Nesse sentido veja o que São Francisco de Sales, doutor da Igreja já dizia:

"Tem-se visto em nossa época pessoas que creem que foram muito freqüentemente raptadas em "êxtases"; E a cabo descobria-se que não passava de ilusões diabólicas. 

Assim, certo sacerdote no tempo de Santo Agostinho punha-se em êxtase sempre que queria, cantando e fazendo cantar uma ária lúgubre. (...) O admirável é que seu êxtase ia tão longe que não sentia o fogo que lhe aplicava, a não ser depois voltado a si..., e ficava sem respirar"

E o Santo segue advertindo-nos de que o maligno pode transformar-se em anjo de luz, operar êxtases e prodígios e outros milagres extraordinários para perder as almas confundindo-as. São João da Cruz também afirma: "...quando a alma procura estas comunicações abre as portas para o demônio!" 

Um outro caso; o ex-pastor, Francisco Almeida de Araújo, da igreja Batista, conta-nos que nos EUA, um antigo pastor missionário na África e conhecedor de vários idiomas e dialetos africanos  , certo dia encontrou em sua igreja um grupo de jovens "falando em línguas". Mas tomou um grande susto ao conhecer que aqueles jovens proferiam blasfêmias contra Nosso Senhor em um dialeto africano que ele conhecia bem. Era pois o demõnio que inspirava a mente daqueles jovens em estado de transe a dizerem blasfêmias. O mesmo fenômeno já aconteceu nas "falas de línguas" do carismatismo católico.
Porém o  "falar em línguas" não foi proibido mas exortado, que se tomasse cuidado, São Paulo diz que a "dom da profecia" é muito mais importante e deve ser usado para edificação da Igreja. (Cf. 1Cor14, 5-6) ... Para São Paulo de nada adianta falar em línguas se isto não traz nenhum proveito para a Igreja a não ser para a pessoa. Já a profecia, (no sentido de anunciar o Evangelho, denunciar e ajudar combater as injustiças), é importante para a Igreja, Deus se serviu dela desde o Antigo Testamento, através de homens justos para ajudar o povo a caminhar, servir dela com seu Filho Jesus para pregar a Boa Nova, serviu dela pelos Apóstolos e serve dela pela sua Igreja.


O QUE DIZ SÃO PAULO SOBRE "O FALAR EM LÍNGUAS"?


São Paulo, em boa parte do Capítulo 14 da 1a. Carta aos Coríntios,  vem explicar-nos sobre  "o falar em línguas"; segundo São Paulo,  não é proibido, porém, não é importante pois não enriquece a Igreja. Primeiro porque ninguém entende o que se fala, depois não traz ensinamento nenhum; a pessoa que fala em línguas é como um instrumento musical desafinado, que não produz música. Quem afirma é São Paulo! 1Cr14, 6-7.
A gente vê nos movimentos carismáticos pessoas bem intencionadas que acreditam e se dizem "falar em línguas", (e outro erro mais grave é que são até incentivados por dirigentes da Igreja, sacerdotes e bispos); por acaso você entendeu, ou melhor, compreende o que eles falam? ...  Alguém já os interpretou sob os dons do Espírito Santo? ... Ai está a raiz do problema, porque se tais falas estranhas não podem ser interpretadas não podem ser dons de línguas, isso não é obra dop Espírito Santo e sim um estado, uma euforia que em nada contribui com a fé das pessoas. Parece moda agora tudo agora é dom de língua pra lá e pra cá. Mas, onde está o verdadeiro culto a Deus? Onde está a verdadeira oração que a Igreja ensina?


A Igreja não proíbe que se use esse dom, mas se ele não servir para edificação da Igreja e se não for interpretado não resolve nada. É o que nos diz S. Paulo. A pessoa ora, mas o espírito fica sem frutos. E Paulo conclui dizendo que ele tem sim o dom das Línguas mas ele prefere "na Assembléia" usar de suas próprias palavras para que o povo entenda. (Cf. 1Cor14, 8-19); não é recomendável o "falar em línguas" dentro da Assembléia, porque confundirá a todos.
São Paulo dá a entender que o conhecimento de "falar em línguas" é falar o idioma patrício, não um "dom sobrenatural". Nisso sim, quando pois todos sabemos que ele era um Rabino antes de se converter, estudou e falava em vários idiomas conhecidos na época: Hebraico, Aramáico, Latim e Grego. Pois ele tinha dupla cidadania era Judeu, mas tinha cidadania Romana. Ele explica bem no versículo versículo 18, depois vem explicar dentro da Palavra de Deus o porque não "fala em línguas" ...esta escrito na Lei: "Será por gente de língua estranha e por lábios de estrangeiros que falarei ao meu povo, (não por dom de línguas); e nem assim me ouvirão!" (Is28, 11s.) Para São Paulo o "falar em línguas" traria confusão dentro da Igreja porque uns compreenderiam, outros não, achariam que eles estavam loucos, semeariam então confusão e traria injustiça, (usar o bom senso no sentido de que, todos tem o direito de ouvir o Evangelho proclamado) a Assembléia. Para São Paulo, quem age assim se comporta como uma criança. 


OUTRO ERRO GRAVE DO CARISMATISMO OU PENTECOSTISMO - é pretender uma comunicação do Espírito Santo e da graça divina por outros meios que os Sacramentos estabelecidos por Nosso Senhor.
De fato além da afirmação de Jesus: "Quem não nascer da água e do Espírito não entrará no reino dos Céus, (Jo 3,5). Assim ordenou Jesus: "Ide pois pregai o Evangelho à toda criatura, ensinai as todos e batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei!" (Mt 18, 19-20).
Portanto a Comunicação com o Espírito Santo se faz pelo Sacramento do Batismo. Por isso já em Pentecostes, o que os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, julgaram mais necessário para cumprir o Ordem de Jesus foi batizar os primeiros convertidos.
Mas também outros Sacramentos operam de modo diverso, no sentido de garantir a permanência do Espírito Santo na alma do fiel ou recuperar sua habitação.


Nesse sentido ouso citar uma Instrutiva de da página de D. Lefebvre, (em Renovation Carismática)


" O que fizeram os Apóstolos senão batizar? Eles comunicavam o Espírito Santo a todos os que tinham fé, a todos que criam em Nosso Senhor. É assim que a Igreja, sob a Influência de Cristo, sempre comunica o Espírito Santo. Todos nós recebemos o Batismo. Devemo meditar com mais atenção a grande realidade de nosso Batismo. A recepção deste sacramento opera nas almas  uma grande transformação".  "os outros sacramentais vêm completar esta efusão do Espírito santo operada em nosso Batismo. Assim, o sacramento da Confirmação  nos comunica também numa maior profusão, os dons do Espírito Santo, pois, temos uma necessidade deles para alimentar nossa vida espiritual e cristã!"   


"Mas não é tudo. Com efeito Nosso Senhor quis que dois Sacramentos em particular intensificassem em nós a comunicação com seu Espírito com a efusão de seus dons de forma frequente são os Sacramentos da Confissão e da Eucaristia. A penitência reforça a graça que recebermos em nosso  Batismo e purifica a nossa alma de seus pecados. Pois não podemos pensar em receber as abundantes graças do Espírito Santo se estivermos em pecado. Este Sacramento restitui, pois,  força do Espírito e o poder da graça.


E o sacramento da Eucaristia que nos é dado pela celebração do santo Sacrifício da Missa que renova  a oblação sacrifical de Cristo e nos aplica os frutos da Redenção. Na Eucaristia recemos ao mesmo tempo a santificação de nossas almas, que nos afasta do pecado, e a união com Nosso Senhor, bem como a força do Espírito Santo.


Os Sacramentos do Matrimônio e o da Ordem santificam a sociedade. Aquele santifica as famílias; este é concedido para comunicar precisamente o Espírito Santo a todas as famílias cristãs, a todas as almas.
Finalmente, o Sacramento da Unção dos Enfermos nos prepara para receber a plena Vida Eterna ou o recobramento da saúde, pela ação do Espírito Santo. (Rev. Tradicion Catolica no. 34, fev. 1998).


No entanto cabe lembrar que de tudo não é a Renovação Carismática que é um movimento desaprovado pela Igreja. Pois ela tem tido muito acompanhamento espiritual dos sacerdotes e bispos, com efeito tem trazido nestes tempos muitos fiéis para a Igreja atraídos pelo seu carisma próprio. Mas aqui se trata de discernir "certos" comportamentos da RCC que não estão de pleno acordo com a Palavra de Deus, por isso se torna perigoso, se não  discernirmos o que benéfico ou não dentro do "carismatismo".  Sejamos antes críticos até com nossa própria fé.


Entender a pessoa do Espírito Santo e como Ele age é muito difícil, provar que tudo que se faz numa religião é obra de Deus também é difícil, muito mais se não adquirirmos a experiência em nós da prática dos Sacramentos e da observância concreta da sua Palavra. O Espírito Santo age onde Ele quer, inspira quem ele quer, mas "nem sempre" as coisas acontecem realmente pela inspiração de Deus. O demônio, astuto como ele é, também usa da religião e da palavra de Deus para confundir e perder as almas. Haja  visto que ele tentou Jesus, citando os Salmos da Escritura Sagrada. Por isso seja crítico. Quando se vê muita empolgação em um grupo, que mais parece "fogo de palha", curas miraculasosas, comoção externa de pensamentos, choros, gritos, aparições, etc. É sinal que alguma coisa está errada. Pois, com prudência, a Igreja vem pesquisando vários destes  fenômenos e muitas vezes se descobre que não tem nada de extraordinário, mas sim, fenômenos psíquicos que facilmente se pode provar. A ação do Espírito Santo em um grupo, pelo contrário, é duradoura e produz muitos frutos. Frutos esses que fazem diferença na vida particular, familiar e comunitária.


Neste tempo em que nos preparamos para celebrar Pentecostes, possamos refletir: Estou dando valor e recebendo bem e preparadamente os Sacramentos da Igreja? - Que consciência eu devo ter da ação do Espírito Santo dentro da prática de cada um d'Eles?                  

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