“Nenhum herege é pouco
inteligente diz Santo Agostinho. O herege como Jesus disse é um lobo em pele de
cordeiro; ele é muito inteligente. Ele sabe enganar. Como nos diz São Paulo,
ele sabe se vestir de anjo de luz é por isso que eles conseguem enganar muita
gente”.
Vamos conhecer um pouco
sobre o que é heresia, apostasia, cisma gnosticismo e agnosticismo; Aprender de
forma resumida cada uma delas. Vamos conhecer as principais heresias ao longo
dos séculos e aprender sobre cada uma delas.
Desde os primórdios da
Igreja, cuja missão seria levar a Boa-Nova, ou seja, o Evangelho a todo mundo –
(Mt28) – nem sempre as pessoas incumbidas de tal missão, os apóstolos e seus
sucessores tiveram um acordo doutrinário a respeito de muitos assuntos
teológicos. A Doutrina Católica ainda não estava totalmente estabelecida,
muitos pontos negativos precisaram ser corrigidos ao longo dos séculos. Pontos
estes, altamente relevantes para a Fé cristã como um todo.
Nosso Senhor Jesus
Cristo não deixou uma cartilha, nem escreveu um livro doutrinário para que os
Apóstolos seguissem e ensinassem os outros a seguir.
Tudo que os Apóstolos
aprenderam de Jesus fôra de forma oral e o que não aprenderam na hora tiveram a
oportunidade de ter a assistência do Espírito Santo para compreender depois o que
faltava.
O Apóstolo João em seu
evangelho, ao narrar os momentos da Santa Ceia e as recomendações finais de
Jesus assim escreve:
Jo16, 12-13
E disse Jesus:
“Tenho ainda muito a lhes dizer, mas não
podeis suportar”. “Quando, porém vier o Paráclito, vos fará compreender toda
verdade.”
“Ele
vos guiará na verdade plena, pois, não falará de si mesmo, mas dirá tudo que
tiver ouvido e vos anunciará coisas futuras”.
Ou seja, Jesus estava dizendo que sua hora chegou, aquele era o momento em que Ele daria a vida pela nossa salvação e que
não dava tempo de dizer tudo o que eles precisavam ouvir e aprender, mas que
ele mandaria o Espírito Santo, o *Paráclito (*derivado do
grego,
que significa advogado), é o Espírito Santo que viria para abrir-lhes as
mentes e os corações para entender toda a verdade revelada. A Igreja continua até os dias atuais com essa mesma assistência.
No livro dos Atos dos Apóstolos podemos entender
algumas divergências, por exemplo, entre Paulo e Pedro; registra o
comportamento de Pedro ao saber que Paulo estava vindo ao encontro deles, pois,
Paulo antes era inimigo dos cristãos e procurava prendê-los.
Claro que não se trata
de divergências doutrinárias até então. Porém, quando os Apóstolos chegaram aos
outros países encontravam várias expressões de culto diferentes e mesmo assim
conseguiam transmitir na íntegra a palavra de Jesus.
Somente depois de 30
anos Paulo teve uma brilhante ideia de manter viva a chama da fé através de suas cartas. Foi aí que tivemos o primeiro período de muito conhecimento porque as
cartas eram verdadeiros ensinamentos do Ensinamento de Jesus e logo em seguida
surgiram os evangelhos.
Na Bíblia para dar
melhor sentido ao cânon e por estes conterem as palavras de Jesus colocou-se primeiramente os evangelhos, depois as cartas. Mas,
cronologicamente as Cartas de Paulo foram escritas primeiro que os Evangelhos.
Os problemas que haviam entre as comunidades eram resolvidas pelo Coordenador local os apóstolos, depois os bispos
sucessores dos Apóstolos que juntamente com o Papa os resolviam em comum
acordo, os chamados Concílios e assim acontece até hoje. São os bispos que
juntamente com o Papa reúnem-se para tratar assuntos doutrinários altamente
relevantes para Igreja e nunca isoladamente. Depois das questões aprovadas
passam a valer como verdade de fé quando o Papa que tendo a autoridade de Jesus
para ligar e desligar e sendo seu representante visível dá a palavra final. A
partir daí aquele ensinamento passa a ser uma verdade de fé e ninguém, nenhum
católico pode duvidar, distorcer ou ensinar errado.
HERESIA
- Quando alguém diverge e discorda das verdades ensinadas pela Igreja e passa a
ensinar uma coisa errada contra a doutrina. Pega-se um ou mais pontos da Sã
Doutrina Católica e distorce então nasce a heresia. Surgiram por influências externas com mais força a partir do século II.
Bento XVI diz que a heresia "traz um núcleo de verdade", e quanto mais forte é o núcleo, mais difícil é vencê-la. Sobre esse núcleo de verdade há uma capa de mentira que nem todos percebem o perigo, só os mais preparados.
No começo ela mal se distingue da verdadeira fé (e aí está o perigo), parece incialmente que há pequenas diferenças entre a mesma doutrina, porém, mais tarde os erros se tornam mais espirituais e doutos. (Trecho do livro História da Igreja Idade Antiga - prof. Felipe Aquino pag. 147)
Segundo o CIC - Catecismo
da Igreja Católica, em seu parágrafo 2089. Heresia é a negação, (a pessoa
negar), após o batismo de alguma verdade que deve ser acreditada com fé divina.
Negar aquilo que a Igreja ensina ou parte dela é heresia.
A maioria das heresias
dos primeiros séculos se referia a Santíssima Trindade.
“Foi
sempre privilégio de a Igreja vencer quando for ferida, progredir quando é
abandonada, crescer em ciência quando é atacada”.
– (de Santo Hilário de Poiters) - É por
isso que a Igreja travou muitas batalhas teológicas a fim de esclarecer,
defender, lutando ao lado de grandes pensadores e doutores a fim atacar e
acabar com as heresias. Não podemos negar que o lado negativo das heresias
trouxe para a Igreja mais conhecimento e mais crescimento espiritual
fortalecendo sua doutrina ao longo dos séculos.
Sempre haverá heresias,
mas, elas partem de um princípio só: a negação da verdade revelada ou da Fé da
Igreja e cuja, luta constantemente com o máximo de zelo param nos conduzir na
retidão da Sã Doutrina.
Jesus no sermão da
montanha já advertia para termos cuidado com os falsos profetas. Não
julguemos que os falsos profetas vêm de fora, mas, de dentro. O diabo é o
semeador do joio. Para destruir uma construção não se começa por cima, pelo
telhado, mas, é destruindo as estruturas ais quais sustentam o edifício
que ele irá ruir. Assim, satanás age de dentro para fora, mexe com as
estruturas tentando destruir o alicerce da Igreja e os pilares que a sustentam. E quais são eles? A Fé, a doutrina. Pois, quando a fé acaba há um
rompimento entre Deus e a pessoa humana.
Nesse sentido as falsas doutrinas tomam o lugar da verdadeira, cuja base é Jesus Cristo. É por isso que Jesus nos diz para que tomemos cuidado com os
falsos profetas. Eles vêm a nós disfarçados de ovelhas, mas, por dentro são
lobos vorazes. “Pelos seus frutos os conhecereis”, disse Jesus. (Mt 7, 15)
“Porque
virá o tempo em que os homens não suportando a sã doutrina da salvação (...).
Ajuntarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão em
fábulas”. (2Tim4,
3-4)
Onde surge a heresia?
A heresia nasce dentro
da Igreja. Pessoas que não pertencem a Igreja Católica não podem ser chamadas
de hereges, pois, estes não fazem parte da Igreja. Por exemplo: Não podemos
chamar um irmão protestante ou evangélico, ou de outro credo religioso que
nasceu dentro de seu credo religioso de herege, pois este não foi batizado na
fé católica. Lutero foi considerado herege porque era um sacerdote católico.
É importante observar que nem todo o que diz uma heresia pode ser considerado realmente um herege. Muitos pensamentos e ensinamentos heréticos surgiram dentro da Igreja até mesmo entre os grandes homens aos quais chamamos de "os pais" da Igreja. Porém, alguns se retrataram, outros não. Mesmo assim é necessário que a autoridade da igreja considere e declare ser ou não uma heresia. Portanto, não podemos chamar qualquer um de herege, cismático ou apóstata se essa pessoa é ignorante na doutrina ou faz parte de outro credo religioso.
Para se tornar
um herege à pessoa precisa:
a) Tem que ser inteligente e conhecer bem a Doutrina Católica.
b) Tem que ser um teólogo. Uma pessoa leiga se não conhece e se não estudou a
doutrina a fundo não pode ser chamada de herege.
Podemos ver na História
de Igreja que várias heresias surgiram de dentro dela vinda de mestres e
doutores em teologia como: padres e bispos como os pais da Igreja. Uns se
retrataram outros, porém não. Para isso tiveram que ser combatidos pelos
diversos Concílios ao longo da história.
Heresia
é a negação teimosa, pertinaz após a recepção do batismo.
Nasce dentro da fé
católica logo após a pessoa receber o batismo e começa a criar um caminho
paralelo contra as verdades da fé que recebeu inicialmente através da voz dos
pais e dos padrinhos pronunciou e professou.
É por isso que vemos
que no início do cristianismo qualquer problema era resolvido dentro da Igreja
com autoridade do bispo e a autoridade do Papa. Primeiro com Pedro e depois com
seus sucessores até os dias de hoje. Portanto a heresia nasce na comunidade de
batizados, ou seja, dentro da Igreja.
O herege levanta uma ou mais dúvidas sobre a Doutrina e divulga como se fosse verdade de fé.
Heresia é uma palavra
grega que quer dizer separação de um tudo. Tomar uma parte.
É interessante que a
heresia não é fruto em uma pessoa, mas, essa pessoa a divulga aí cria o
problema. E pessoa que não tem uma cultura apropriada acaba acreditando, fica
de boca aberta achando ser verdade aquilo que é ensinado de forma errada. E com
isso as pessoas se afastam da verdadeira Doutrina e da Igreja, achando que a
doutrina da Igreja está errada. Quando é o contrário. Devemos ter muito
cuidado, a realidade de hoje não é diferente do passado e até mesmo dentro da
Igreja Católica vemos e ouvimos muitas heresias sendo ensinadas por padres e bispos. Devemos estudar e ver se aquilo que se está ensinando está de acordo com o que a Igreja ensina. Para isso, é necessário conhecer os documentos pontifícios, as encíclicas, e o Catecismo da Igreja católica. Tenhamos
cuidado e atentemos para as palavras “cuidado com os falsos profetas” -
Esse fenômeno dura até
os dias de hoje onde pessoas batem nas nossas portas, pessoas que querem
anunciar coisas contrárias a nossa fé. Ou contra a palavra de Deus. Não podemos
ficar de boca aberta, mas, ir atrás da verdadeira doutrina para saber e
aprender. Sejamos humildes sem faltar com a educação em dizer as estas pessoas
que não queremos deixar de ser cristãos católicos. Tenhamos coragem em dizer
“nasci católico e quero morrer católico”. Tenhamos a coragem dos santos que não
renegaram sua fé na Igreja e não renegaram sua fé para seguir falsas doutrinas
e falsos deuses.
APOSTASIA
– É quando a pessoa que recebeu todo ensinamento e depois de certo tempo
abandona totalmente a Fé Católica. Se uma pessoa que viveu toda sua vida na
Igreja, depois de certo tempo renegar a Fé, ou seja, a Doutrina e o Batismo que
recebeu abandonar a Igreja para seguir outra doutrina. Esse se torna apóstata.
O que é um apóstata?
O cristão após de receber o batismo e o ensinamento, repudia totalmente sua fé na Igreja e sua doutrinal, isto é,
não aceita mais a fé cristã que recebeu e a abandona. (CIC nº 2089)
CISMA
– É a separação ou divisão total. Isto é, mesmo dentro da doutrina cristã há
separações entre as Igrejas. Não se aceita, por exemplo, a autoridade do Papa.
O mais famoso cisma foi o Cisma do Oriente que acontece eu em 1054 onde alguns
bispos do Oriente romperam com a autoridade Papal e outorgaram para si o nome Ortodoxo (=autêntica) – surgiram aí as
igrejas ortodoxas.
Outro exemplo, No
Concílio Vaticano I os Veteranos Católicos (ou velhos católicos), se separaram
porque não aceitavam o dogma da Infalibilidade Papal que é quando o Papa
proclama uma verdade de fé.
São 14 Igrejas ortodoxas que não tem
mais comunhão com Papa embora mantenham a sucessão apostólica. Cisma é quando
não se respeita a autoridade do Santo Padre o Papa e rompe-se com essa
autoridade. Dentro do cisma estão as “igrejas” – Algumas Ortodoxas. Após a Reforma Protestante no Sec. XVI, as igrejas protestantes (Luteranas Calvinistas, Anglicanas...). Católicas Reformadas,
Evangélicas, Pentecostais, Neopentecostais, Adventistas, etc.
O que leva o cisma é a heresia. Na Europa em
1517, outro cisma aconteceu entre o Rei Henrique VIII da Inglaterra e o Papa,
por ter tido seu pedido de anulação de seu casamento negado pelo Papa, este
rompeu com a autoridade papal onde ele dizia ser o rei e também papa. Ele que
nomeava seus próprios bispos. Surge então a Igreja Anglicana.
Também no Século XVI outro
cisma com a Reforma protestante entre Martinho Lutero, Calvino e outros que
romperam com a autoridade papal fundando assim o Protestantismo. Mas, aqui
diferente do Anglicanismo Lutero e os outros reformadores não só provocaram um
cisma, como tais reformadores não eram bispos, não houve sucessão apostólica
válida (e Lutero que era padre foi excomungado) se tornaram apóstatas.
O Cisma do Ocidente
aconteceu que dentro da Igreja Católica também houve 05 papas. Para quem
conhece a História da Igreja sobre o Papado e Avignon. Terminando com o
Concílio de Trento.
Portanto, podemos
definir que Cisma é a separação dentro do mesmo credo religioso.
O diabo é o grande
apóstata é ele que inspira os falsos profetas enquanto que o Espírito Santo
assiste e nos inspira para compreender e seguir a palavra de Deus e a Sã
Doutrina conforme a promessa de Jesus “quando
vier o Paráclito vos será dado a entender toda verdade” – Jo16, 12-13.
ALGUMAS HERESIAS
Nos primeiros séculos a Igreja Católica enfrentou e lutou muito contra as heresias. Foram muitas e vamos destacar as mais relevantes, outras porém, não tiveram êxito. Na Idade Média quando a Europa já estava mais cristianizada não houve muitas com exceção do catarismo albigense (Sec. XII) que deu início ao Tribunal do Santo Ofício ou a Inquisição.
MONTANISMO
Montanismo
– (+ou-110 d.C), surgiu no Século II na Frígia, (Turquia) que era chamada de
Ásia Menor, seu fundador é Montanus, por isso o nome Montanismo. Montanus achava que o fim do mundo
seria iminente e breve. Pregava uma penitência exagerada, pois, Jesus estaria
chegando de um momento para outro.
Montanus Começou a
ensinar sobre a volta breve de Cristo na Frígia onde considerava que seus
ensinamentos estavam acima dos ensinamentos da Igreja porque era diretamente
inspirado pelo Espírito Santo. Para ele a Igreja não tinha capacidade de
perdoar os pecados mortais.
Poderíamos dizer que a
crença de Montano precede a crença da igreja Adventista de hoje, aos quais
estão aguardando a volta de Cristo. Esse homem ensinava coisas que são
contrárias a Fé Católica, por exemplo: Quem estava com pecado grave não seria
perdoado pela absolvição da confissão, indo contrário as palavras de Cristo no
Evangelho diz que “todos os pecados são
perdoados, menos o pecado contra o Espírito Santo” Mc 3, 28-30. Para as
pessoas casadas que ficavam viúvas não permitia que se celebrasse a segunda
união, ora, a Doutrina Católica ensina que o vínculo da indissolubilidade do
Matrimônio é válido somente até a morte. Quando uma pessoa morre a outra parte
fica livre, torna-se solteira e pode casar-se novamente. Por isso esse Montanus,
lá pelo ano 157 d.C divulgou essa heresia que foi condenada pelos bispos nos
primeiros Concílios da Igreja. A Igreja reuniu os bispos com o Papa para
avaliar os falsos ensinamentos e o Montanismo foi condenado pela Igreja
Católica. Foi condenado pelos Papas Vitor (198-199 d.C) e Zeferino (199-217 d.C).
MILENARISMO
Essa foi uma das
primeiras heresias que surgiu. Era baseada no Apocalipse. Jesus em pessoa
reinaria por mil anos juntamente com os justos e que esses gozariam de mil
delícias para depois se realizar o juízo final. O bispo Papias de Hirápolis
(130 d.C) professava essa doutrina, também Nepus que era bispo do Egito.
Os papas Vítor e
Zeferino (189-217 d.C) a condenaram. Mais tarde também (366-384) o papa Dâmaso
a condenou.
De forma grosseira o
milenarismo confundia a bem-aventurança do reino terrestre de Cristo com os
prazeres da carne, uso e abuso do matrimônio, das comidas e bebidas.
Os padres doutores da
Igreja a condenaram. A partir do século III caiu no esquecimento e ressurgiu de
novo por volta do século XVI. A seitas “Testemunhas de Jeová” e a Igreja Adventista do 7º Dia são as que mais
propagam essa heresia.
Houve também o “milenarismo
espiritual” – considerava que os justos
após a primeira ressurreição já não se casarão, nem serão sujeitos à fome e à
dor, segundo Lc20, 35. Este milenarismo espiritual era professado por padres e
escritores da Igreja, São Justino, Santo Irineu, Tertuliano de Cartago,
Lactâncio e São Metódio de Oplimpo.
Mas, Santo Agostinho
propôs uma nova forma de entender o Apocalipse excluindo o reino milenarista e a
fez de forma que tal doutrina caiu em descrédito, depois, mais voltou a ser
defendido pelos escritores considerados “iluminados” ou fanáticos e ainda
alguns estudiosos católicos.
Mesmo que de início a
Igreja não tenha condenado o milenarismo espiritual, em 1944 a Santa Sé respondeu
na Acta Apostolicae Sedis 36 que: “O “milenarismo
espiritual” não pode ser ensinado sem perigo para a fé”.
SABELIANISMO
O sabelianismo – (Sec.
III d.C) – Sabélio ensinava que Cristo e Deus Pai não eram pessoas distintas,
mas simplesmente dois aspectos ou operações de uma única pessoa.
Sabélio, bispo do Século
III, que negava o dogma da Santíssima Trindade, afirmando haver uma única
substância ou pessoa em Deus.
No cristianismo,
sabelianismo (também conhecido como monoteísmo modalista, patripassianismo,
unicismo, monarquianismo modal ou simplesmente modalismo) é a crença
"unicista" de que Deus em sua unicidade se manifestou em carne e não
em três pessoas distintas.
Os modalistas afirmam
que o único número atribuído a Deus na Bíblia é "Um" e que não existe
nenhuma trindade inerente atribuída a Deus explicitamente nas Escrituras. O
número três nunca é mencionado na Bíblia com relação a três deuses, ou seja,
"Deus pai, Deus filho e Deus Espirito Santo".
O numero três sempre
aparece como manifestações da divindade, ou seja, Deus pai, o Filho de Deus
(Único do gênero), e o Espirito Santo de Deus. Ex: Mateus 28:16-20 (chamado de
"Grande Comissão), 2 Coríntios 13:14. A Comma Johanneum, é desacreditado
por muitos académicos, esta é uma passagem considerada como interpolada em 1
João 5:7, onde não se encontra na maioria dos textos antigos e ficou conhecida
principalmente pela tradução do rei James e em algumas versões do Textus
Receptus e que não é incluída na maior parte das versões críticas modernas.
Já os trinitários
acreditam que os três membros da Trindade estavam presentes como seres
aparentemente distintos no batismo de Jesus e acreditam que há outras evidências
nas escrituras para a crença trinitária.
Modalismo tem sido
principalmente associado com Sabélio, que ensinava uma forma dele em Roma no
século III d.C. como um discípulo de Noeto e Práxeas.
Hipólito de Roma
conheceu Sabélio pessoalmente e o mencionou na Philosophumena e sabia que
Sabélio não gostava da teologia trinitária, mas ainda assim atribuiu a heresia
à Calisto e Noeto, mas não a Sabélio, que ele diz ter sido pervertido. O
sabelianismo foi adotado pelos cristãos da Cirenaica, a quem Demétrio,
Patriarca de Alexandria escreveu cartas argumentando contra a crença .
Acredita-se também que
o termo grego homoousia ou "consubstancial", que era o favorito de
Atanásio de Alexandria na controvérsia ariana, foi de fato um termo proposto
por Sabélio e, por isso, era utilizado com ressalvas pelos seguidores de
Atanásio. A objeção ao termo era a de que ele não existe nas escrituras e tem
uma "tendência sabeliana".
Paulo de Samósata
ensinava a mesma heresia sabeliana. No
século III a Igreja condenou a tese de Paulo de Samósata, no Concílio de
Antioquia, pois, ele dizia que Jesus não era filho de Deus por natureza, mas,
por adoção. Essa heresia de Sabélio bate contra a Santíssima Trindade, pois, ele
afirmava que Cristo e o Pai é uma pessoa só, quando age de um jeito é o Pai e
quando age de outro é o Filho. A Igreja ensina que em Deus há três pessoas
distintas o Pai é uma pessoa, o Filho é outra pessoa e o Espírito Santo outra
pessoa e essa União forma um só Deus.
ARIANISMO
Arianismo
- O Arianismo é uma heresia cristã fundada no século IV por Ario, um presbítero
de Alexandria, no Egito. A sua doutrina baseava-se essencialmente no princípio
da negação de Cristo como divindade. ... Para os arianos, Cristo não é mais do
que a primeira das criaturas, um mero instrumento de Deus.
O Arianismo é uma
doutrina que justifica a desigualdade entre os homens e adverte sobre o
cruzamento das raças.
O arianismo foi uma das
maiores heresias do período da chamada Alta Idade Média, isto é, o período de
transição entre queda do Império Romano e a formação da Cristandade Ocidental,
que se deu de meados do século IV d. C a meados do século X d. C. Essa heresia
(heresia vem do grego hairésis, e significa escolha) foi assim denominada por
derivar-se do nome de Ário, ou Árius que era presbítero de Alexandria, no Egito. Foi
combatida por Santo Atanásio.
A Igreja teve muita
dificuldade de combater o arianismo porque os descendentes do Imperador Constantino
se tornaram arianos defendiam essa doutrina sendo que por várias vezes Santo
Atanásio foi preso por combêta-las.
Para a ortodoxia da
Igreja Católica (herdeira do cristianismo primitivo), Cristo partilha da
substância do Deus Pai, Criador – Uma das pessoas da Trindade, sendo o Espírito
Santo a terceira. Portanto, ao tempo que se fez homem, encarnado, Cristo também
era coeterno a Deus e, consequentemente, o próprio Deus.
Ário argumentava que
Cristo não partilhava da mesma substância de Deus, mas foi criado por Deus,
assim como todas as outras criaturas e o homem. Isso supunha a não eternidade
de Cristo e a não encarnação do logos (o verbo divino) no Filho.
Ário possuía uma
formação intelectual respeitável e ocupava o posto de presbítero em Alexandria
(o centro intelectual da Ásia Menor à época), conseguiu vários adeptos.
Entretanto, o primeiro a confrontá-lo diretamente e a defender a concepção
ortodoxa foi Alexandre, Bispo de Alexandria.
Alexandre de Alexandria
reuniu um Sínodo local, em 318 d. C, com aproximadamente cem bispos, para
deliberar a respeito das ideias de Ário. Os bispos condenaram Ário como herege
e apresentaram a sua decisão a bispos de outras regiões. O papa da época,
Silvestre. No entanto, Ário, ainda assim, conseguia mais adeptos à sua
interpretação e as disputas teológicas começaram a ficar mais acirradas,
gerando uma situação preocupante para o então imperador Constantino.
Constantino, que era
assessorado pelo Bispo Ósio de Córdoba, na Espanha, convocou um Concílio
ecumênico (reunião mais importante de membros da Igreja para deliberação sobre
temas dogmáticos, pastorais etc.), em 325 d. C, que foi realizado na cidade de
Niceia.
O Concílio de Niceia
reuniu cerca de trezentos bispos de várias regiões e chegou à conclusão de que
Cristo tinha a mesma natureza de Deus Pai, sendo gerado da mesma substância do
Pai, desde a eternidade e não como interpretou Ário, criado por Deus do nada
(ex nihil) tal como as outras criaturas. Constantino então acatou as decisões
do Concílio de Niceia e decidiu exilar Ário e condenar a leitura de suas obras.
Os concílios de Nicéia
e Constantinopla acrescentaram no Credo dos Apóstolos:
Definiu-se que o Pai, o Filho e o Espírito Santo é o mesmo Deus em três pessoas distintas, com a mesma substância, não há separação de divindade, não qual o mesmo Deus em três pessoas é igualmente adorado.
“Creio
em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, / de todas as
coisas visíveis e invisíveis. / Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho
Unigênito de Deus, / nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus,
luz da luz, / Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, / gerado, não criado,
consubstancial ao Pai...”
MACEDONIANISMO
O
Macedonianismo – surgiu num momento em que a Igreja
estava imersa em disputas teológicas, causadas pelo arianismo, que negava o
Filho consubstancial ao Pai, os macedonianos não negaram a consubstancialidade,
mas o Espírito Santo, que consideravam uma criatura do Filho e, portanto,
inferior a este. Acredita-se que eles ensinavam que o Espírito Santo era uma
criação do Filho e um servo do Pai e do Filho.
O macedonianismo foi um
movimento herético que surgiu em meados do século IV com o patriarca de
Constantinopla Macedônio I e
que negava a divindade do Espírito Santo.
Macedônio pregava ainda
que o Filho era de uma "substância similar" (homoiousia) à do Pai, mas,
não da "mesma essência" (Homoousia). Como resultado do Segundo
Concílio Ecumênico, a homoousion se tornou a definição aceita na ortodoxia
cristã. O Espírito Santo é Deus, foi ele quem falou pelos profetas e com o Pai
e o Filho é igualmente adorado.
A heresia macedoniana
foi finalmente suprimida pelo imperador Teodósio I.
Gnosticismo
– Na gnose a Revelação é substituída pelo racionalismo. A ciência que quer
sufocar aquilo que Deus revela. Foi combatida por São Pedro, São João, São
Paulo e Santo Irineu.
São João, por exemplo,
escreve em sua carta: “Quem é o anticristo? (...) O anticristo é aquele que
nega que Cristo se encarnou”. Porque os gnósticos diziam: “Como o verbo vai se
encarnar se a matéria é má?” Eles afirmavam que a encarnação de Jesus era
aparente.
O gnosticismo é uma
heresia surgiu também nos primeiros séculos do cristianismo por pessoas que
afirmavam que as pessoas são almas divinas prisioneiras dentro de um mundo
material. Isto é apresentava um contraste entre a matéria e o corpo espiritual.
O gnosticismo é fruto de um sincretismo religioso quando uma pessoa que não tem
um conhecimento profundo da doutrina mistura os elementos de crenças pagãs, a
superstição, o esoterismo, etc. Podemos dizer que o ensinamento gnóstico é o
predecessor do gnosticismo moderno como, por exemplo, a Nova Era, a
Seicho-no-ie, Igreja Gnóstica, etc... Sobre a Secho-no-ie falaremos em uma
matéria a parte a qual tratarei de explicar aqui em outro momento sobre os
perigos desta seita e seus falso ensinamento.
O gnosticismo afirmava
uma coisa contra a fé. Não tem valor a vida sacramental, mas, somente a minha
oração para me salvar. Condenava o valor da Redenção de Jesus. Um erro
gravíssimo e esse erro foram repetidos depois pelas Igrejas protestantes e suas
derivadas. Elas amputaram os 7 Sacramentos, algumas aceitam apenas o batismo e
o matrimônio, outras nem mesmo o batismo aceitam.
O gnosticismo afirma
que somente o valor da oração pode nos salvar e não a Graça de Deus. Busca
nisso que através o conhecimento e duma ascendência espiritual pode se chegar à
salvação sem a necessidade dos sacramentos e da Graça. Os Sacramentos não tem
valor. Foi necessário um concílio que se realizou na França Trier em 1231 condenou definitivamente o
gnosticismo.
O
gnosticismo nega a encarnação de Nosso Senhor Cristo uma vez que considera a
matéria má. Com isso, anula-se a sua obra redentora.
O gnosticismo possui
muitas faces e por isso, é difícil de ser explicado. Ele reúne a mística de religiões
orientais, grega; também a astrologia, o esoterismo, parte da revelação
judaico-cristã envolvendo com o cristianismo e misturando num prato só constrói-se
um sincretismo perigoso para a fé cristã.
No gnosticismo o
racionalismo supera a Revelação divina. Usa como pano de fundo a contradição da
matéria (que para concepção gnóstica é má), e o espírito que é bom. Desvaloriza
a matéria (o corpo), e com isso, cai na perversidade moral, pois, o corpo,
segundo a gnose é sem importância.
Busca o conhecimento de
Deus somente pelo uso da razão, pela inteligência e anula o papel fundamental
de Cristo, da Igreja, da Oração e dos sacramentos. Para os gnósticos o
conhecimento ou gnosis é que daria a salvação e não Jesus e esta é a explicação
para todos os problemas: a origem do mal, a criação do mundo, a redenção e a
felicidade humana.
O gnosticismo ensina
que existem dois deuses, um o Deus mau do Antigo Testamento e o outro o Deus
bom, o do Novo Testamento. Um princípio bom que seria a divindade
(luz) e outro oposto a matéria (trevas), má por si mesma.
Para libertar a
centelha de luz presa na matéria má foi enviado ao mundo um eon superior (Cristo) ou logos. Este revelou o Deus verdadeiro,
que eles ignoravam e ensinou-lhes o meio de se libertar da matéria má.
Rejeita o pecado original
e que Deus “bom” pudesse ter criado o mundo material “mau”, então, para o
gnóstico Deus estaria separado dos seres carnais. E entre eles haveria os
intermediários, os “enoes”, que emanariam dele por degradação. Os primeiros
seriam iguais a Deus por terem sido gerados por Ele, os demais gerariam outros
menos puros como que em ondas concêntricas. E com cálculos esotéricos eram calculados
o número da classe de “eones”, o número completo forma o pleroma, os 365 graus.
Segundo o gnosticismo,
no meio desses “eones” um cometeu uma falta, tentou ser igual a Deus, por
castigo foi expulso do mundo espiritual e obrigado a viver com sua descendência
num “universo intermediário”. Uma explicação para a caída de satanás. E foi
essa revolta que criou o mundo material, obra má gerada pelo pecado. Mas, nada
disso veio de revelação. Alguns gnósticos chamam esse “eon” de “demiurgo” e
outros o identificam com o Deus justiceiro do Antigo Testamento.
Sendo dualistas, crendo
em dois deuses, chocavam diretamente com a Fé cristã. Não há dois deuses, mas, apenas
um, justo, santo, perfeito e bom.
O homem para o
gnosticismo é bom e mau. Bom porque possui a centelha divina e mau porque essa centelha
está aprisionada na matéria que é má e espera ser libertado. Desse modo, a fala
é existir, o pecado é a vida. Os que contentam em existir (hílicos ou
materiais) estão perdidos. Aqueles que aprendem pela gnose o caminho da
salvação (os psíquicos) podem chegar até Deus e os que renunciam toda a vida,
as almas muito elevadas, são as que se salvam.
Misturado ao cristianismo
faz de Cristo apenas um dos membros dos eones. O corpo de Jesus é apenas uma
capa ilusória da centelha divina.
Toda a Redenção de Cristo
foi substituída por um “nirvana” a libertação da alma dos prazeres e
satisfações do mundo material.
Os gnósticos docetas ensinavam
que Jesus tinha um corpo aéreo de forma aparente que passou pelo corpo da Virgem Maria sem
tomar nada dela. Basílides de Alexandria (130 d.C) ensinava que da “Pleroma”, a
plenitude originária brotavam inúmeros seres espirituais, os arcontes e eons, e estes são
os donos do mundo. Para ele o Cristo foi enviado para libertá-lo dos arcontes.
Sua forma humana era só aparência.
Já no tempo de São João
Evangelista, na Ásia Menor, (100 d,C) um herege chamado Cerinto ensinava que
Jesus não havia nascido de uma Virgem, mas, da união de dois esposos, José e
Maria, como nasceram todos os mortais
que foi no ato do batismo de João que o Espírito Santo uniu-se a Jesus.
Então Jesus convertido em Cristo, o Messias, passou a pregar sua doutrina e
fazer os milagres. Mas no momento em que Jesus passou pelo tormento da Paixão o
Espírito Santo recusou-se a indignidade do suplício da cruz, separando-se de
Jesus. Só o homem Jesus padeceu e foi ressuscitado. Jesus não era Deus mas
apenas um ser intermediário, um demiurgo que criou o mundo.
Outro herege gnóstico, Marcião,
(140 d.C) ensinava em Roma que Cristo apareceu de improviso na terra e não
tendo um corpo substancial, não existiu realmente nem a morte nem a ressurreição.
Ele por sua vez se distingue dois seres superiores: o demiurgo criador do mundo,
justo e não misericordioso e o Deus amor que se revela no Cristo. Marcião
identifica o demiurgo com o Deus do Antigo Testamento.
Marcião era o mais chegado
ao cristianismo. Foi excomungado pelo próprio Pai que era bispo. São Policarpo
de Esmirna o chamou de “primogênito de satanás”. O Papa Pìo I também o
excomungou. Ele no século XII fundou uma anti-igreja a dos cátaros.
CATARISMO
Catarismo
– Surgiu na Idade Média, surgiu na França no século XII. Porém, foi somente a partir de 1140 que essa
heresia ganhou força pela Europa. Considerado o maior movimento herético
surgido na Baixa Idade Média. O catarismo foi herdeiro de doutrinas gnósticas
que defendiam uma visão dualista do mundo.
De
acordo com o catarismo, o dualismo manifestava-se da seguinte maneira: os
cátaros acreditavam que a bondade existia somente no mundo espiritual e que o
mundo material era maligno por essência. Ainda nessa concepção, o mundo era uma
criação de um deus mau ou Satã. O historiador Nachman Falbel atribui o
surgimento do catarismo às mudanças culturais e ao fortalecimento religioso nos
séculos XI e XII.
Com
o crescimento do catarismo no sul da França e Norte da Itália, a Igreja cátara
desenvolveu-se e estabeleceu autoridades eclesiásticas como bispos. Além disso,
grandes igrejas dessa doutrina foram construídas em Albi, Toulouse, Carcassone,
Agen e Razés. A heresia teve grande adesão de fiéis entre as camadas populares,
principalmente entre artesãos e comerciantes, entretanto, também converteu
membros da nobreza francesa.
Doutrina cátara
Os
cátaros acreditavam que o mundo material era mau por ter sido criado por Satã. Todos
os que habitavam este mundo deveriam ser restaurados por meio da penitência e
da comunhão com Deus. Além disso, acreditava-se que o homem reencarnaria na
forma humana ou animal até que sua alma encontrasse a redenção, que acontecia
após o batismo espiritual chamado de consolamentum.
A
doutrina cátara distinguia dois tipos de fiéis: os “Perfeitos” e os “Crentes”.
Os Perfeitos eram as pessoas que já haviam encontrado a redenção e que levavam
uma vida de ascetismo (penitência). Para isso, os Perfeitos abstinham-se de
muitos alimentos de origem animal, como carne vermelha, ovos e leite, e
praticavam a castidade. Isso porque os cátaros condenavam a procriação e o
casamento, considerando-os malignos e tachados como obra de Satã.
Os
Crentes não possuíam as mesmas restrições de vida que os Perfeitos, porém,
deveriam demonstrar o respeito sempre que estivessem na presença de um
Perfeito. O catarismo estipulava que os Crentes deveriam confessar seus pecados
aos Perfeitos em um ritual chamado de apareliamentum. Essa confissão pública
dos pecados aos Perfeitos, no entanto, não era obrigatória.
Para
os cátaros, a alma humana era, na verdade, um anjo que havia sido aprisionado
pelo deus mau em um corpo humano. Assim, a cada novo nascimento, acreditavam
que um novo anjo havia sido aprisionado. Por causa dessa crença, os cátaros
condenavam o casamento e a procriação humana. Além disso, negavam que Cristo
compartilhasse da mesma substância do Pai e consideravam-no apenas um anjo que
se voluntariou para salvar os homens.
Os
cátaros afirmavam também que o deus bom triunfará no final dos tempos sobre o deus
mau e, assim, todas as almas humanas serão salvas definitivamente.
Cruzada
contra os cátaros ou albigenses
À
medida que a heresia cátara crescia na França e Itália, a Igreja Católica
mobilizava-se para erradicá-la. Assim, a luta da Igreja contra o catarismo
distinguiu-se em dois momentos: Cruzada espiritual (1147-1209) Cruzada
albigense (1209-1229).
Foi
nesse período que surgiu a Inquisição. Pois alguns cátaros invadiam as casas e
matavam as grávidas e isso causou revolta entre os nobres que julgavam todos da
mesma forma e uma batalha havia sido travada contra eles sem que tais tivessem
a chance de um julgamento. Foi então que foi criada a Inquisição Católica para
apurar os fatos.
A
Cruzada espiritual foi o período em que a Igreja combateu o catarismo por meio
de ações pacíficas, como pregações, exortações e excomunhões. A primeira ação
da Igreja contra essa heresia foi tomada pelo papa Calisto II, no Concílio de
Toulouse, em 1119. Posteriormente, uma série de padres proeminentes da Igreja
foi enviada para a região, entre eles São Bernardo de Claraval.
Já
a Cruzada albigense foi determinada pelo papa Inocêncio III, em 1209, após o
emissário papal Pedro de Castelnau ter sido assassinado em 1208, supostamente
por um nobre cátaro chamado Raimundo VI. Em razão disso, foram convocados os
exércitos dos nobres cristãos para lutarem contra os cátaros.
A
luta no sul da França e durou vinte anos. Foi marcada pela violência dos
combates. Ao longo desses vinte anos, os cátaros foram atacados e foram vencidas
ora pelas tropas católicas, ora pelas cátaras. Em 1229, foi assinado um acordo
de paz entre cátaros e católicos, no qual os nobres heréticos submeteram-se às
autoridades católicas.
O
catarismo continuou existindo na região mesmo enfraquecido e sendo
constantemente alvo dos inquisidores. No reinado de Felipe, o Belo, seus sofreram
forte perseguição, o que levou ao desaparecimento dessa heresia na França, no
século XIV.
Um
exemplo de gnosticismo:
Um dos maiores
combatentes do gnosticismo foi Santo Irineu. Ele escreveu uma obra inteira – a
“Adversus Heregis” combatendo essa
terrível heresia. Santo Irineu diz que não foi fácil combater essa heresia, era
como se fosse como caçar uma fera na floresta, ... Pois a gnose era uma heresia
que mudava muito.
Os gnósticos tinham a
matéria como algo mau. A gnose é dualista ela vem de uma mentalidade surgida na
Pérsia que acredita que existe dois deuses, um mau e um bom. O bom que criou as
coisas espirituais e o mal que criou as coisas materiais. Então segundo os
gnósticos a matéria é má, o corpo é mau. Isso vai é contrário à fé da Igreja e
a Sagrada Escritura que diz que há um só Deus criador de todas as coisas e que
tudo que Deus criou é bom (Gên1). O corpo segundo a Sagrada Escritura e segundo
o que nos ensina a Igreja é bom, é templo do Espírito Santo. O corpo vai
ressuscitar segundo afirma a Sagrada Escritura. Considerando a matéria algo
mau, nega-se também a Encarnação de Jesus.
A Gnose que quer dizer
conhecimento era uma doutrina racionalista que queria substituir a Revelação.
Uma ciência que quer sufocar a Revelação.
Esses gnósticos não
eram pessoas qualquer. Eram estudiosos. Fizeram escolas. Daí mais uma vez a
importância de lembrar que o herege além de nascer dentro da comunidade cristã,
é alguém inteligente e bem preparado. É por isso que muitas pessoas sem o
devido conhecimento da Doutrina Católica e da Sagrada Escritura cai muitas
vezes e acredita em seus falsos ensinamentos.
O herege se torna um
anticristo, porque ou ele vai negar a encarnação de Cristo ou desviar parte da
doutrina para ensinar uma falsa doutrina.
Os gnósticos
considerando a matéria algo mau, diziam que Jesus não se encarnou
verdadeiramente. A encarnação de Cristo foi superficial. Ou seja, de modo
aparente e que quando Jesus morreu na Cruz ele não estava mais ali.
O chamado docetismo,
(Séc. I e II), vem de o grego doceta quer dizer aparência. Sendo a matéria má,
Jesus não poderia ser o verdadeiro Deus. Cristo se “parecia” como homem, mas
era apenas ilusória. Assim negavam a Encarnação e consequentemente a Salvação. Sendo
que a Sagrada Escritura nos diz que Cristo é em tudo igual a nós exceto no
pecado (Fil2, 6-9). Se Jesus não fosse igual a nós, ou seja, se não tivesse
assumido nossa humanidade não poderia ser nosso Salvador, pois, não há outro
nome dado a nós abaixo do céu no qual sejamos salvos. Esse nome é o de Jesus
(Atos4, 12).
Só Jesus humanamente encarnado pôde fazer isso porque o pecado
ferpe a diretamente a majestade de Deus e o homem por si só não pode se salvar.
Somente uma reparação infinita poderia salvar a humanidade. Quem pode oferecer
a salvação é somente Deus e como Deus é espírito ele veio a nós encarnou e se
fez homem.
Quando Pedro e João curaram
o aleijado na porta do Templo de Jerusalém as pessoas queriam saber em nome de
quem eles realizaram tal prodígio. Eles responderam “foi em nome de Jesus que
vocês mataram, mas, que Deus o ressuscitou e é no seu nome que esse homem está
curado”. (Atos3, 1-8).
Se Jesus não estava ali
na cruz humanamente pregado não houve salvação. É uma heresia.
A condenação da seita
por São João Damasceno e por Timóteo de
Constantinopla expressou a visão de que a seita abraçava uma espécie de
materialismo místico. Entre as crenças da seita estavam:
A substância (ousia) da
Trindade poderia ser percebida pelos cinco sentidos.
O Deus triplo se
transformou numa única hipóstase (existência) para que pudesse se unir com as
almas dos perfeitos.
Deus tomou diferentes
formas para poder se revelar aos sentidos.
Apenas estas revelações
de Deus pelos sentidos conferem a perfeição aos cristãos.
O estado de perfeição,
liberdade do mundo e paixão é, portanto, atingido apenas pela oração e não pela
igreja, nem pelo batismo e nem por nenhum dos sacramentos, que não teriam
efeito nas paixões e na influência do mal sobre a alma. Daí o nome da seita,
"Aqueles que rezam".
Os messalianos ensinaram que uma vez que a pessoa tenha experimentado
a substância de Deus, ela estaria livre das obrigações morais e da disciplina
eclesiástica p. 16-27. Eles tinham também mestres homens e mulheres, que
eles honravam como sendo maiores que os clérigos, os perfecti.
Eles foram mencionados
nas obras de Fócio, dos patriarcas de Constantinopla Ático (406 - 425) e
Sisínio (426 - 427) e Teodoro de Antioquia: p. 20-23.
Como eram comuns na
época, seus detratores os acusaram de incesto, canibalismo e de debocharem da
fé cristã (na Armênia, seu nome passou a significar "imundíce"),
embora atualmente se considere as acusações exageradas.
Continuando...
Ou seja, já nos
primeiros séculos a Igreja já havia condenado a ideia de que a matéria é algo
ruim. Porque afirmar isso também seria negar a Encarnação de Jesus que se fez
matéria, se fez homem, assumindo nossa natureza exceto no pecado para nos
salvar. Ora, se a matéria fosse algo ruim Jesus não poderia se encarnar. Para
resolver essa controvérsia alguns gnósticos afirmavam que o corpo de Jesus não
tinha uma forma específica e que podia mudar de jeito e aparência. Quanto na
verdade Jesus é claro ao afirmar: Jo 14, 1-14 “Quem me vê, vê o Pai”. E,
Jo1, 14: “E a palavra se fez carne e habitou entre nós”. Coisas absurdas
deste tipo eram ensinadas e por isso foram condenadas pela Igreja já nos
primeiros séculos.
A palavra Gnose
significa conhecimento. Os gnósticos acreditavam que só era possível chegar a
Deus através do conhecimento intelectual sem a necessidade da fé e da graça.
Os
livros apócrifos e o gnosticismo
Alguns dos evangelhos
apócrifos, por exemplo, foram escritos por gnósticos e por conter uma
literatura gnóstica enfatizando e descrevendo ensinamentos, dizeres de Jesus
que são totalmente diferentes daquele Jesus histórico, contendo muitas vezes
certo exagero, uma união entre misticismo e fantasia fora da realidade
histórica.
Os livros apócrifos, a
Igreja não os considerou inspirados nós encontramos os apócrifos cristãos e os
apócrifos gnósticos. A Igreja, no entanto respeita esses livros ou parte deles.
E os deixou à parte para conhecimento privado justamente porque muitos desses
livros poderiam e podem confundir e até atrapalhar a fé de quem lê porque são livros que
possuem uma linguagem muito difícil de, com pensamentos heréticos.
Apócrifo quer dizer “escondido”, ou à parte. Não são livros
malditos nem condenados, porém, requer certa cautela em poder entendê-los, pois
muitos deles contêm uma linguagem complicada que pode levar a erros
graves, confundir nossa fé e a quem tem pouco conhecimento a criar mais
heresias. É por isso que a Igreja mantém esses livros separados.
Mas, existem alguns livros apócrifos que possuem dados históricos e esses embora não sejam inspirados como palavra de Deus nos ajudam historicamente a comprendermos a cultura, a maneira de pensar, a história e costumes de um determinado lugar e seu povo.
AGNOSTICISMO E ATEÍSMO
Agnosticismo – É a doutrina
que reputa inacessível ou incognoscível ao entendimento humano a compreensão
dos problemas propostos pela metafísica ou religião (a existência de Deus, o
sentido da vida e do universo etc.), na medida em que ultrapassam o método
empírico de comprovação científica. A doutrina filosófica declara o absoluto
inacessível ao espírito humano ou que considera vã qualquer metafísica e
qualquer ideologia religiosa, uma vez que alguns desses preceitos ou ideologias
não podem ser comprovados empiricamente.
Agnosticismo é um termo
com origem no grego, sendo a junção do prefixo indicativo da negação
"a" e o termo gnostikós, que é relativo ao conhecimento. De acordo
com essa doutrina, as coisas, a realidade e, antes de mais, o absoluto são
incognoscíveis.
O positivismo moderado é
o seu representante mais característico. Também se considera como agnosticismo
a teoria kantiana da incognoscibilidade da "coisa em si" e da
impossibilidade de demonstrar a existência de Deus.
Um indivíduo agnóstico
ignora ou aparenta ignorar tudo o que não está sob o domínio dos sentidos. Ele
não acredita, mas também não nega a existência de um Deus ou divindade, afirmando
que o conhecimento humano não é capaz de obter dados racionais que provem a
existência de entidades sobrenaturais. O agnosticismo declara impossível e
inacessível ao entendimento humano toda a noção do absoluto (por exemplo, a
origem da vida), reduzindo a ciência ao conhecimento do fenomenal e relativo.
Agnosticismo
teísta e ateísta
Um agnóstico teísta é
caracterizado pela junção de duas doutrinas: o agnosticismo e o teísmo. Esse
indivíduo acredita que existe um Deus (ou deuses), apesar de afirmar que não
possui conhecimento que possa provar a sua existência. Acredita porque se
baseia em um conceito anunciado por uma determinada religião.
Assim como o agnóstico
teísta, o agnóstico ateísta afirma não possuir conhecimento nem conseguir
provar a existência de deuses através da razão. No entanto, o ateísta não
acredita que Deus ou outras entidades sobrenaturais existam.
Países com grande
população não religiosa incluem Suécia, China, República Checa, França,
Islândia e Austrália. Cerca de 16% da população mundial é atéia.
O ateu acredita que
Deus, ou deuses, não existem ou não
acredita na existência de divindades conhecidas, mas sem afirmar que não
existam ("ateísmo negativo").
O agnóstico acredita
que é impossível saber se Deus, ou deuses, existem ("agnosticismo
forte"), ou acredita que a resposta pode ser descoberta, mas atualmente
não é conhecida ("agnosticismo fraco"). Alguns
agnósticos acham que a resposta não é importante.
Tipos específicos: Ateísmo
cético, Ateísmo positivo, Ateísmo, negativo, Ateísmo implícito, Ateísmo
explícito, Agnosticismo teísta, Agnosticismo ateísta, Agnosticismo empírico, Agnosticismo forte, Agnosticismo fraco, Agnosticismo apático, Ignosticismo, Agnosticismo
modelar.
Os ateus não acreditam
em afirmações da existência de uma divindade. Defendem que o ônus da prova é
sobre aqueles que dizem que há um deus. O
agnóstico não acredita em afirmações de que a existência de divindades possam
ser provadas. Da mesma forma, porém, não nega a existência de Deus ou deuses.
Etimologia:
Ateus, vem do grego, formado
com o prefixo de negação ἀ- (a-, "não") + theos (=“deus”), ou seja, é
a negação de deus.
Derivado da palavra
grega Agnostos, formada com o prefixo de negaçao ἀ- (a-, ="não") +
γιγνώσκω (=gnostos, "sei"). Significa o desconhecimento.
Termo criado por Referência de Efésios 2:12, no Novo
Testamento.
Hoje, assim como no passado as heresias existem. Cabe a cada um de nós discernimento para não cair nos embustes de pessoas hereges. Um bom estudo da Doutrina unida a uma fé sólida nos torna capazes de saber discernir o que é certo ou errado.
Porque o fiel católico deve se preocupar com isso? Porque as heresias podem nos desviar do verdadeiro caminho. Pode, inclusive levar o cristão ao pecado mortal. E mais ainda pode muitas vezes fazer com que a pessoa perca a fé.
Devemos ter o máximo cuidado com elas. Principalmente com o gnosticismo que nesses últimos tempos tem surgido vom mais força.
Tenhamos a mesma coragem que os santos tiveram. Coragem de rejeitar tudo aquilo que nos tira ou nos separa do verdadeiro caminho que é Jesus Cristo.