quarta-feira, 21 de agosto de 2019

BISPO FAZ GRAVE DENÚNCIA SOBRE O DOCUMENTO DO SÍNODO DA AMAZÔNIA E DIZ QUE A AMAZÔNIA NÃO É MAIS CATÓLICA





Essa matéria foi tirada do site Acidigital.com onde o mesmo diz que D. José Luis Azcona, Bispo emérito da Prelazia do Marajó, na região amazônica, publicou algumas considerações em relação ao Instrumentum Laboris do Sínodo Da Amazônia que acontecerá em Outubro de 2019, no Vaticano. O bispo faz sérias acusações na qual ele fala que o objetivo do Sínodo está sendo distorcido.
Em sua Análise, oferecida do ACI, Dom Azcona questionou pontos centrais do documento de trabalho, como uma "visão distorcida" em relação ao chamado "rosto amazônico" e a "interculturalidade" e ordenação de homens casados. 


Sínodo: Rosto amazônico?

Segundo o prelado, "a Amazônia, ao menos a brasileira, não é mais católica" e "este ponto de partida é crucial para celebração do Sínodo. Se a Amazônia tem uma maioria pentecostal, é necessário tratar esse fenômeno a fundo.
Qualquer saudosismo de uma Amazônia que não existe mais é fatal para a evangelização integral da mesma. Até em algumas regiões da Amazônia a maioria pentecostal chega a 80%".
Por outra parte, assinalou, "a penetração pentecostal em várias etnias indígenas passando por cima das culturas, identidades étnicas, povos indígenas, em nome do Evangelho, é um fenômeno grave da Amazônia atual, que com suas conotações fundamentalistas e proselitistas incide profundamente nos povos indígenas. Não existe sobre este ponto uma palavra do IL (Instrumento de trabalho). Este é hoje o rosto amazônico. Não só".
Dom Azcona indicou ainda que "a longa experiência de anos confirma em muitas Dioceses amazônicas não se vive a fé, nem na sociedade e nem na história. O abismo entre confissão de fé, celebração da mesma em belíssimas liturgias e a realidade social, ambiental, cultural e política até agora não foi preenchido".
Além disso, observou que "lamentavelmente, o IL não sabe, ou sabendo não compreende, a transcendência para o presente e para o futuro da Amazônia, o rosto angustiado, revitimizado, denegrido das crianças pelos próprios pais e parentes, submetidas a uma escravidão que forma parte essencial do rosto abandonado e destruído de Jesus na Amazônia".
"Todo este documento é palha se não se  compreende e se compromete com o espírito e a letra do Evangelho: 'Aquele que acolhe uma criança como esta, a Mim acolhe e quem acolhe a Mim, acolhe ao meu Pai que me enviou'. (Mc9. 37)".
Nesse sentido, "somente no Pará em um ano foram 25.000 denúncias de crimes deste tipo (Ndr.: Pedofilia). Segundo especialistas nesta área, por cada caso de pedofilia existe por trás mais outros quatro. Se aproximadamente durante um ano houve 100.000 crianças abusadas no Pará, não constitui este rosto das crianças destruídas, uma parte essencial do rosto amazônico?"
"Onde está a sensibilidade patoral por parte dos responsáveis pela IL tão evidente e tão firmemente expressa pelo Santo Padre o Papa Francisco?" Questionou  e acrescentou: "Onde está a defesa da Amazônia, das suas crianças e, portanto, no Sínodo? Vamos sair das falsas projeções sobre a Amazônia e vamos possibilitar de uma vez por todas os novos caminhos para ela".
"Qual é o rosto amazônico? Pode-se construir um Sínodo desta envergadura no próximo outubro com apresentação tão fora do real, da identidade, do respeito ao diferente, quando esquemas pré-estabelecidos de interpretação da realidade deformam o real?"

Sínodo: Culturas, Interculturalidade?

Outro ponto abordado pelo Bispo Emérito do Marajó foram "as temáticas em torno da inculturação do Evangelho na Amazônia e afins", os quais segundo ele, "são apresentadas num contexto de imanência, neo-pelagianismo, nivelando o Evangelho com as culturas amazônicas (indígenas), eclesiologicamente desprovidas de fundamentação teológica e pastoral, com a anulação do Evangelho da Salvação.
Assim cita o decreto Ad Gentes, o qual afirma que "as palavras do Evangelho proclamado pela Igreja decidem o destino das pessoas, dos povos, culturas e nações (Cf. AG 8)". "Em parte nenhuma do IL afirma-se algo semelhante de modo explícito. Pelo contrário, a tendência niveladora entre culturas (indígenas) e Evangelho é esmagadora. Este é um ponto de partida do qual não se  pode prescindir num Sínodo".
Desse modo, recordou, que isso "é o que com vigor proclama o Papa Francisco" no título da mensagem para o próximo dia Mundial das Missões datado em 9 de junho de 2019: "A Missão supera confins das pertenças étnicas e religiosas".
"O esquecimento deste princípio fundamental inutiliza o Sínodo, ao anular o poder de Deus específico e único do Evangelho e, assim como todo dinamismo missionário na Amazônia e desde a Amazônia", disse.
Além disso, Dom Azcona assinalou que, "em parte nenhuma do IL se fala da presença dos demônios ou da influência deles, das suas malícias nas pessoas, nos povos e nas culturas, assim como da vitória de Cristo, sua libertação e a destruição do poder do Maligno.
O IL esquece as luminosas e orientadoras páginas que falam do Maligno e da sua presença na história, que dedica o Papa Francisco na Exortação apostólica do ano passado sobre a santidade, Gaudete et Exultate, números 158-164".
Assim, sublinhou, "o pelagianismo difuso do IL, que leva a atribuir ao homem amazônico, às suas etnias e culturas mais do que lhe pertence por serem realidades criadas e marcadas pelo pecado, se supera com robusta doutrina conciliar sobre Evangelho e missão da Igreja no poder do Ressuscitado como aparece no Lumem Gentium 16".
Por último, a utopia de dar vida às religiões pré-colombianas separando-se de Cristo e da Igreja Universal, não seria um progresso, mas uma regressão", declarou citando o discurso do Papa Bento XVI na Conferência de Aparecida, em 2007, quando afirmou que, "na realidade seria uma involução para um momento histórico ancorado no passado".  

Sínodo: Conversão ecológica?

Ao abordar a questão da conversão ecológica, o Bispo Emérito do Marajó, defendeu "a necessidade de arrependimento para o perdão dos pecados é o desafio fundamental que a Igreja tem que enfrentar na Amazônia. Sem esta prioridade absoluta o ser e fazer da Igreja, não existe futuro para a Amazônia  porque assim esquecemos a presença do reino de Deus (Mc1, 15) no mundo (Lc 24, 44-48)".
"Ao faltar o arrependimento que 'faz existir  o que não existe' pela geração do homem novo amazônico (Cf. At2, 38), O IL não experimenta a fome, a sede pelo Espírito Santo".
DE acordo com o Prelado, "o IL ao esquecer o Novo Pentecostes preconizado já pelo Papa S. João XXIII na oração preparatória do Concílio, deixa de lado o núcleo da missão na Amazônia como terras e águas de missão? Ou trata-se da dimensão missionária que, como Igreja na Amazônia, é chamada e enviada ao mundo?”
“Deixemo-nos levar pelo magistério inspirado pelo Papa Francisco na EG" (Evagelii Gaudium)”.
"Porque no IL não se grita esta verdade, a única que pode salvar a Amazônia?",  questionou acrescentando que "o que aqui propõe d Santo Padre é evangelização e, portanto, uma Amazônia muito diferente de um conjunto de tarefas vividas, de projetos, de planos de pastoral e inculturação, de ecologia".

Assim, frisou que "de nada vai servir a ordenação dos 'viri probati' , pois, é colocar um retalho de pano novo em tecido velho. O rasgão será maior! Exatamente!"
Por outro lado, observou, "o clero da Amazônia precisa, com a Igreja toda, de arrependimento da conversão, da fé que salva em sentido estrito. A experiência oferece essa evidência . O sentido do mistério sacerdotal, e especificamente na Amazônia, se tem perdido, ou é inoperante na vida, ou na conversão pastoral autêntica  de presbíteros. Para que ordenar os 'Viri probati' dentro de presbíteros em crise?
"Perfeita e perpétua continência pelo reino dos Céus continuará sendo ao mesmo tempo e também na Amazônia sinal de estímulo e caridade pastoral e fonte original de fecundidade espiritual no mundo  e também na Amazônia".                                                        
Por isso, “podemos perguntar: Existe esta atitude de oração pelo dom do celibato nos presbíteros da Amazônia? A Igreja toda reza para que este sublime dom seja derramado em todo o Corpo de Cristo? Os fatos respondem: ‘Não’!”.
“Por outra parte, e principalmente, decidir sobre esta questão é algo completamente inoportuno num contexto em que tendências atuais de grandes grupos de católicos, assim chamados conservadores, questionam o Magistério da Igreja, em concreto do próprio Sumo Pontífice. Alguns o declaram herético publicamente, exigindo demissão imediata. Outros exigem sua renúncia por falta de coerência na questão de pedofilia na Igreja! Não entramos na discussão da legitimidade destes questionamentos. O que é certo é que uma resposta afirmativa abriria para um risco mortal de uma divisão, de um verdadeiro cisma na Igreja”.
Dessa forma, destacou que “não se trata da vitória dos assim chamados ‘conservadores’ ou ‘progressistas’. Trata-se do máximo na Igreja: da caridade. Diante da caridade, deve empalidecer qualquer conceito ou denominação de tipo sociológico”.

Sínodo: Ordenação sacerdotal de pessoas idosas

Por fim, Dom José Luis Azcona falou especificamente sobre a ordenação sacerdotal de pessoas idosas. O Prelado afirmou que, “reconhecendo que a venerável instituição do celibato sacerdotal pertence à área disciplinar da Igreja e, portanto, sujeita a mudanças, considero inconveniente, até perigoso neste momento para a unidade eclesial, abrir a possibilidade que pede o IL”.
“Não se trata de uma problemática exclusivamente de pastoral indígena. É uma situação de penúria generalizada de presbíteros na Igreja. As mesmas razões que podem ser invocadas para este reconhecimento pedido pelo IL são as mesmas que podem ser aplicadas a toda a Igreja, ou a grande parte da mesma”.
Segundo o Bispo, “o problema não é só a falta de sacerdotes suficientes, senão o exame, discernimento desta carência grave para uma solução realista. A raiz fundamental desta penúria de vocações na Igreja e também na Amazônia, incluindo os povos indígenas evangelizados, é de uma alarmante falta de fé ou da ausência de fé que opera na prática por meio do amor, também e necessariamente na história e na sociedade”.
Assim, explicou, “apesar de ser uma questão disciplinar, esta se converte em imperativo ético a partir do indicativo absoluto: Cristo morreu pelo irmão não esclarecido; tua liberdade não é algo absoluto; é contra Cristo que vocês pecam ferindo a consciência do irmão; o único absoluto é o amor; esse amor é o de Deus derramado nos corações pelo Espírito Santo (Rom 5,5)”.
Então, perguntou: “É esse o amor da Igreja na Amazônia? É esse o amor de Deus que impregna suficientemente os critérios de pastoral, os eclesiais, a práxis como a realidade suprema ou é a gnosis ou o Pelágio que comanda a barca da Igreja na Amazônia? (Cfr. Gaudete Exsultate, Francisco 2018)”.
“Esse perigo de cisma não é imaginário! Tampouco na Amazônia!”, concluiu Dom Azcona.

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O SÍNODO DA AMAZÔNIA nada mais é que  a Igreja Católica se intrometendo em assuntos do Governo. É por isso que o General Heleno das Forças Armadas Brasileira via no início do ano, com  preocupação a interferência ilegal na Igreja no Estado Brasileiro.
Segundo denuncia de uma parte dos Cardeais da Igreja e que defende uma ala mais conservadora e defende a conservação da Fé e da tradição ao longo dos mais de 2000 anos na história da Igreja; esse Sínodo visa introduzir na Igreja muitas heresias, tendo em vista a ordenação de padres casados e de mulheres ao diaconato (ou diaconisas).
Existe um lado podre da Igreja onde bispos e cardeais defendem muitas heresias; esses bispos aliados ao comunismo e à teologia da libertação querem de toda forma introduzir seus erros e aberrações das mais variadas na liturgia da Igreja.

Mais uma vez provamos as palavras do Pe. Gabriele Amorth, exorcista  do Vaticano em que o mesmo afirmava que "satanás habita no Vaticano". Sim. Satanás tenta de todas as formas derrubar a Igreja de Cristo, pois, enquanto ela existir a batalha continua e ele sempre será derrotado. O importante é confiar nas palavras que Jesus disse à Pedro em Mt16, "e as portas do inferno não poderão sobre ela".
Nesses últimos tempos nós estamos vendo a enxurrada de coisas erradas acontecendo dentro da Igreja. Desde liturgias bizarras feitas com músicas mundanas até escolas de samba dentro dos templos.
Nossa Senhora já havia avisado que isso aconteceria e que haveria uma rachadura na Igreja onde bispos ficariam contra bispos.
Tudo isso não é de se espantar, não causa estranheza para quem lê a Sagrada Escritura. Os Apóstolos já advertiam em suas cartas sobre essas pessoas que iriam corromper uma grande parte da Igreja.
Os escândalos de pedofilia e tantas outras coisas; agora, esse Sínodo que não tem nenhum compromisso com a fé e a evangelização, traz dentre outras coisas trazer de volta um falsa inculturação onde elementos pagãos serão introduzidos dentro das liturgias.
Outro fato é que conforme lemos acima a Igreja não conseguiu cem por cento converter os indígenas e perdeu terreno para as seitas pentecostais. As igrejas estão vazias e as pessoas já não participam assiduamente com consciência dos sacramentos. Há uma carência de sacerdotes e missionários na Amazônia.

Essa ala podre da Igreja não está preocupada com a conversão e a evangelização da população da Amazônia e dos povos indígenas. Eles estão preocupados com a perda financeira e de terreno para os pentecostais que de muito introduziram na Amazônia e a Igreja está sem respostas a dar no sentido de trazer de volta essas pessoas, não ao caráter e com o propósito verdadeiro, mas com outros objetivos.
Como bem disse D. Azconza esse Sínodo não está levando em conta a situação de risco fome e pobreza, os abusos sofridos pelas crianças e a imensa devastação da Amazônia onde as tribos estão tendo suas terras dizimadas.
Já havia uma ala de cardeais heréticos que estavam tentando acabar com o celibato na Igreja e a ordenação de mulheres. Só não o fizeram porque a Igreja tem muito medo da opinião pública, pois, temem perder dinheiro com isso.

Inventaram as "ministras extraordinárias da comunhão" - (não há nenhum respaldo bíblico para tal) - mas, de certa forma abriu uma "certa" liberdade às mulheres que agora podem até manipular a Eucaristia e celebrar o culto.

Agora, descaradamente querem ordenar homens casados e mulheres ao sacerdócio na Amazônia com a desculpa de que há escassez de homens vocacionados.
Com isso abre-se a brecha para que o celibato acabe de vez na Igreja, rachando a mesma em duas partes ela deixará de ser católica na prática e só no nome.
Os bispos alemães disseram que se isso acontecer vão exigir do papa que os padres da Alemanha se casem.                      

O Cardeal alemão Gerhard Müller , o qual foi Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé entre 2012 e 2017, apresentou uma série de objeções ao Instrumentum Laboris do Sínodo da Amazônia, publicado no dia 17 de junho, que acontecerá em Roma, em outubro de 2019 no qual acusou o instrumento de trabalho do Sínodo de heresia e apostasia. Tendo estudado a fundo o assunto do instrumento ele chegou a seguinte conclusão:  

Nós católicos devemos conhecer sobre o assunto e manifestar nossas opiniões pois, a tragédia está para acontecer em breve. O Sínodo será em Outubro de 2019. E rezarmos para que o Espírito Santo mude o pensamento desses heréticos. E travarmos uma batalha contra o mal que está introduzido dentro da Igreja de Cristo.   

O Cardeal Müller explica que o texto do Instrumentum Laboris possui “algumas tediosas redundâncias “e que “se todas as repetições fossem eliminadas, o texto seria facilmente reduzido pela metade, inclusive menos”.
Entretanto, na opinião do Cardeal Müller, o problema não é tanto a excessiva extensão do texto, “mas o fato de que o significado dos termos-chave não são explicados e são utilizados de maneira inflada”.

Em concreto, cita conceitos pouco explicados como “caminho sinodal”, “desenvolvimento integral”, “Igreja samaritana, sinodal e aberta” ou “uma Igreja de abertura, a Igreja dos pobres, a Igreja da Amazônia”.

Em segundo lugar, assegura que “a estrutura do texto apresenta um giro radical na hermenêutica da teologia católica”. No Instrumentum Laboris, “toda a linha de pensamento se torna autorreferencial e circula em torno dos últimos documentos do Magistério do Papa Francisco, com algumas escassas referências ao Papa João Paulo II e Bento XVI”.

“Talvez o desejo era mostrar uma especial lealdade ao Papa, ou talvez acreditaram ser possível evitar os desafios do trabalho teológico quando se fazem constantes referências a palavras-chave conhecidas, e frequentemente repetidas, que os autores chamam, de maneira bastante incompetente de: «o mantra de Francisco»”.

O Cardeal destaca também que os autores do Instrumentum Laboris confundem “os papéis do Magistério por um lado, e da Sagrada Escritura pelo outro” e, inclusive, indica que o documento “chega ao ponto de afirmar que há novas fontes da Revelação”.

Diante disto, sublinha que “a Sagrada Escritura e a Tradição são as únicas fontes da Revelação”.

O Cardeal Müller se mostra também crítico ao método de trabalho da organização “Rede Eclesial Pan-Amazônica”, que foi praticamente criada para elaborar o Instrumentum Laboris e que “é uma sociedade fechada de pessoas com o mesmo ponto de vista sobre o mundo, tal como se pode observar facilmente na lista de nomes dos encontros pré-sinodais que tiveram lugar em Washington e Roma, que contém um número desproporcional de europeus de língua alemã”.

Nesse sentido, chamou a atenção sobre o fato de que, no documento, os autores, identificados com a chamada “Theologia India (Teologia indígena)”, “citam primordialmente a si mesmos”.

A imunidade deste grupo às objeções levantadas com seriedade, seu doutrinarismo, dogmatismo monolítico, ritualismo e clericalismo também são objetos da crítica do ex-Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

Ele assegura que muitos deles carecem de experiência em América do Sul e, se lhes foi confiada esta tarefa, é porque “acreditam que os temas estão alinhados com a estratégia oficial e podem servir para controlar os temas do atual caminho sinodal que empreenderam a Conferência Episcopal alemã e o Comitê Central dos católicos alemães” em temas como a abolição do celibato, o acesso das mulheres ao sacerdócio ou a adoção da moral sexual revelada à ideologia de gênero.

Na reflexão do Cardeal Müller, adverte-se também sobre os perigos do conceito de “cosmovisão” presente no Instrumentum Laboris: “Uma cosmovisão com seus mitos e a magia ritual da Mãe ‘Natureza’, ou de seus sacrifícios aos ‘deuses’ e espíritos que assustam nosso intelecto, ou que nos tentam com falsas promessas, não podem de forma alguma ser um enfoque adequado para a vinda do Deus Trino em Sua Palavra e em Seu Espírito Santo”.



O Cardeal pede maior seriedade aos responsáveis pelo Instrumentum Laboris e pergunta: “Acaso na formação dos futuros pastores e teólogos deve-se substituir o conhecimento da filosofia clássica e moderna, dos Padres da Igreja, da teologia moderna e dos concílios pela cosmovisão amazônica e a sabedoria dos antepassados com seus mitos e rituais?”.

“A contemplação do cosmos é apenas a ocasião para glorificar Deus e seu maravilhoso trabalho na natureza e na história. O cosmos, entretanto, não deve ser adorado como Deus; só o Criador deve sê-lo”, enfatiza o Cardeal.

Do mesmo modo, rechaça conceitos como “teologia indígena” ou “ecoteologia”: “são uma derivação do romanticismo social”.

“A teologia é a compreensão (intellectus fidei) da Revelação de Deus em Sua Palavra na Profissão de Fé da Igreja, e não uma nova e contínua mistura de sentimentos do mundo e de pontos de vista do mundo ou de constelações religiosas-morais do sentimento cósmico tudo-em-um, a mistura dos sentimentos do próprio eu com os do mundo”. 


Pelo contrário, “nosso mundo natural é a criação de um Deus Pessoal. A fé no sentido cristão é, portanto, o reconhecimento de Deus em Sua Palavra Eterna que se fez Carne: é a iluminação do Espírito Santo para que reconheçamos a Deus em Cristo”.


O Cardeal Müller finaliza sua análise do Instrumentum Laboris assinalando que o que falta no documento “é um testemunho claro da autocomunicação de Deus no verbum incarnatum, da sacramentalidade da Igreja, dos Sacramentos como meio objetivo da Graça em lugar de meros símbolos autorreferenciais, do caráter sobrenatural da Graça”.

“A integridade do homem não consiste só na unidade com uma bio-natureza, mas na Filiação Divina e na comunhão plena de graça com a Santíssima Trindade, de modo que a vida eterna é o prêmio pela conversão a Deus, a reconciliação com Ele, e não somente aquela com o meio ambiente e com nosso mundo compartilhado”.

O Cardeal conclui: “Em vez de apresentar uma aproximação ambígua a uma vaga religiosidade e à tentativa inútil de transformar o cristianismo em uma ciência de salvação, sacralizando o cosmos, a biodiversidade da natureza e a ecologia, deve-se olhar para o centro e a origem da nossa fé”.

A seguir, apresentamos o texto completo da análise do Cardeal Müller:

«De fato, ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que já está colocado: Jesus Cristo» (1 Cor 3, 11)

Sobre o conceito de Revelação presente no Instrumentum Laboris do Sínodo para a Amazônia
Cardeal Gerhard Müller
1. Sobre o método do Instrumentum Laboris (IL)

Ninguém põe em questão a boa vontade daqueles que estão implicados na preparação e implementação do sínodo e sua intenção de fazer todo o possível para animar a fé católica entre os habitantes desta ampla região de fascinante paisagem.

A região amazônica representa para a Igreja e para o mundo «um pars pro toto, um paradigma, uma esperança para o mundo» (IL 37). Esta atribuição por si só, já demonstra a idéia de um desenvolvimento «integral» de todos os homens na única casa que é a Terra, da qual a Igreja se declara ser responsável. Esta idéia a encontramos uma e outra vez no Instrumentum Laboris (IL). O próprio texto está dividido em três partes: 1) A voz da Amazônia; 2) Ecologia integral: o clamor da terra e dos pobres; 3) Igreja profética na Amazônia: desafios e esperanças. Estas três partes estão construídas segundo o esquema também utilizado pela Teologia da Libertação: ver a situação – julgar à luz dos Evangelhos – atuar para estabelecer melhores condições de vida.

2. Ambivalência na definição dos termos e os objetivos

Como sucede frequentemente com textos escritos por um grupo de trabalho, sempre há equipes de pessoas que têm um modo de pensar similar, nos quais cada um trabalha uma parte do texto o que resulta em algumas tediosas redundâncias. Se todas as repetições fossem eliminadas, o texto seria facilmente reduzido pela metade, inclusive menos.

Entretanto, o problema principal não é a excessiva extensão do texto, mas o fato de que o significado dos termos-chave não são explicados e são utilizados de maneira inflada: o que é um caminho sinodal, o que é desenvolvimento integral, o que significa uma Igreja samaritana, sinodal e aberta, ou uma Igreja de abertura, a Igreja dos pobres, a Igreja da Amazônia, etc.? Esta Igreja é diferente do Povo de Deus, ou deve ser considerada meramente como a hierarquia do Papa e os bispos? Sendo uma parte, Ela está a favor ou contra o povo? O Povo de Deus é um termo sociológico ou teológico? Ou não se trata, na verdade, da comunidade dos fiéis que, junto a seus pastores, estão em peregrinação para a vida eterna? São os bispos os que devem ouvir o clamor do povo, ou é Deus, tal como fez com Moisés durante a escravidão de Israel no Egito, quem diz agora aos sucessores dos apóstolos que levem os fiéis para longe do pecado e da maldade do naturalismo e do imanentismo secular para a Palavra de Deus e os Sacramentos da Igreja?

3. Hermenêutica ao contrário

Acaso a Igreja de Cristo foi entregue por seu Fundador, como uma espécie de material bruto, às mãos dos bispos e dos papas para que estes assim, iluminados pelo Espírito Santo, reconstruam-na fazendo dela um instrumento atualizado com metas também seculares?

Nota-se, pois, que a estrutura do texto apresenta um giro radical na hermenêutica da teologia católica. A relação entre Sagrada Escritura e Tradição Apostólica por um lado, e o Magistério da Igreja por outro, foi determinado classicamente de tal modo que a Revelação está plenamente contida na Sagrada Escritura e na Tradição, sendo a tarefa do Magistério -unido ao sentido da fé de todo o povo de Deus- interpretá-la de maneira autêntica e infalível. Assim, a Sagrada Escritura e a Tradição são os princípios constitutivos do conhecimento para a profissão católica de fé e seu reflexo teológico-acadêmico. O Magistério, por sua parte, age meramente de uma maneira interpretativa e reguladora (Dei Verbum 8-10; 24).

No caso do IL, entretanto, isto é exatamente o contrário. Toda a linha de pensamento se torna autorreferencial e circula em torno dos últimos documentos do Magistério do Papa Francisco, com algumas escassas referências ao Papa João Paulo II e Bento XVI. Cita-se pouco a Sagrada Escritura e quase não são citados os Padres da Igreja, e ainda assim, somente de maneira ilustrativa e com o fim de apoiar convicções preexistentes por outras razões. Talvez o desejo era mostrar uma especial lealdade ao Papa, ou talvez acreditaram ser possível evitar os desafios do trabalho teológico quando se fazem constantes referências a palavras-chave conhecidas, e frequentemente repetidas, que os autores chamam, de maneira bastante incompetente de: «o mantra de Francisco» (IL 25). Esta adulação é levada a seu extremo quando os autores acrescentam, depois de afirmar que «os sujeitos ativos da inculturação são os próprios povos indígenas» (IL 122), a estranha formulação: «Como afirmou o papa Francisco ‘a graça supõe a cultura’». A frase é escrita como se tivesse sido ele quem descobriu este axioma, que na verdade é um axioma fundamental da própria Igreja católica. A formulação original diz que a Graça supõe a Natureza, do mesmo modo que a Fé supõe a Razão (cf. Santo Tomás Aquino, S. th. I q.1 a.8).

Além de confundir os papéis do Magistério por um lado, e da Sagrada Escritura pelo outro, o IL chega ao ponto de afirmar que há novas fontes da Revelação. O IL no número 19 afirma: «Na Amazônia, a vida está inserida, ligada e integrada no território que, como espaço físico vital e nutritivo, é possibilidade, sustento e limite da vida. Além disso, podemos dizer que a Amazônia – ou outro espaço territorial indígena ou comunitário – não é somente um ubi (um espaço geográfico), mas também um quid, ou seja, um lugar de sentido para a fé ou a experiência de Deus na história. O território é um lugar teológico a partir do qual se vive a fé, mas é também uma peculiar fonte de revelação de Deus. Estes espaços são lugares epifânicos onde se manifesta a reserva de vida e de sabedoria para o planeta, uma vida e sabedoria que falam de Deus» (4). Porém, na verdade, a Sagrada Escritura e a Tradição são as únicas fontes da Revelação, tal como explica a Dei Verbum: «Portanto, esta sagrada Tradição e a Sagrada Escritura dos dois Testamentos são como um espelho no qual a Igreja peregrina na terra contempla a Deus, de quem tudo recebe, até ser conduzida a vê-lo face a face tal qual Ele é» (N. 7). «A sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só depósito sagrado da palavra de Deus, confiado à Igreja» (Dei Verbum 10).

Além destas desconcertantes afirmações e referências, a organização Rede Eclesial Pan-Amazônica (=REPAM) -encarregada da preparação do IL, razão pela qual foi fundada em 2014-, nota-se como os autores da chamada Theologia India (Teologia índigena), no texto, citam primordialmente a si mesmos.


É uma sociedade fechada de pessoas com o mesmo ponto de vista sobre o mundo, tal como se pode observar facilmente na lista de nomes dos encontros pré-sinodais que tiveram lugar em Washington e Roma e que contém um número desproporcional de europeus de língua alemã.

Estes autores se sentem imunes a objeções sérias pois afirmam que as mesmas estão meramente fundamentadas em um doutrinarismo ou no dogmatismo monolítico, ou em um ritualismo (IL 38; 110; 138), assim como em um clericalismo que é incapaz de dialogar (IL 110), e no rígido modo de pensar dos fariseus e no orgulho da razão dos escribas. Raciocinar com estas pessoas seria uma perda de tempo e um esforço vão.

Entre eles, não todos conhecem a América do Sul e só estão presentes porque acreditam que os temas estão alinhados com a estratégia oficial e podem servir para dominar os temas do atual caminho sinodal que empreenderam a Conferência Episcopal alemã e o Comitê Central dos católicos alemães (entre eles: a abolição do celibato, acesso das mulheres ao sacerdócio e a posições chave contra o clericalismo e fundamentalismo, adaptar a moralidade sexual revelada à ideologia de gênero e apreço pelas práticas homossexuais).

Eu mesmo servi no campo pastoral e teológico no Peru e outros países da região durante quinze anos consecutivos, todo ano por cerca de 2 a 3 meses. Estive principalmente em paróquias e seminários sul-americanos e por isso meu juízo não traz uma mera perspectiva eurocêntrica, tal como alguns desejariam usar isto como argumento para refutar-me.

Todos os católicos estarão de acordo com uma importante intenção do IL, ou seja: que os povos da Amazônia não sigam sendo objeto do colonialismo e neocolonialismo, sujeitos a forças que só pensam no proveito e no poder, às custas da felicidade e da dignidade de outros. Está claro para a Igreja, a sociedade e o Estado que os povos que vivem ali -sobretudo nossos irmãos e irmãs católicos-, são iguais e livres em suas vidas e trabalhos, sua fé e sua moralidade, e isto é nossa responsabilidade comum perante Deus. Mas, como isto pode ser alcançado?
4. O ponto de partida é a Revelação de Deus em Jesus Cristo
Sem dúvida, a proclamação do Evangelho é um diálogo, que corresponde à Palavra (=Logos) de Deus dirigida a nós e nossa resposta no dom livre da obediência à Fé (Dei Verbum 5). Porque a missão vem de Cristo, o Deus-Homem e porque Ele passou a Missão que o Pai lhe confiou aos Apóstolos, a oposição entre enfoque dogmático «de cima» e enfoque pedagógico-pastoral «de baixo» não têm sentido algum, a não ser que se rechace o «princípio divino-humano no caso do enfoque pastoral» (Franz Xaver Arnold).

Mas o homem é o destinatário do mandato missionário universal de Jesus (Mateus 28, 19), «o mediador universal e único da salvação entre Deus e toda a humanidade» (Jo 14, 6; At 4, 12; 1 Tim 2, 4ss.) e o homem pode refletir, com a ajuda da razão, sobre o sentido da vida entre o nascimento e a morte; sua vida é sacudida pelas crises existenciais da existência humana e ele, tanto na vida como na morte, põe sua esperança, em Deus, que é origem e meta de todo ser.

Assim, uma cosmovisão com seus mitos e a magia ritual da Mãe «Natureza», ou de seus sacrifícios aos «deuses» e espíritos que assustam nosso intelecto, ou que nos tentam com falsas promessas, não podem de forma alguma ser um enfoque adequado para a vinda do Deus Trino em Sua Palavra e em Seu Espírito Santo. Muito menos pode ser um enfoque com um ponto de vista científico-positivista de uma burguesia progressista que aceita o cristianismo como um cômodo vestígio de valores morais e ritos civis-religiosos.  

Falando seriamente: acaso na formação dos futuros pastores e teólogos deve-se substituir o conhecimento da filosofia clássica e moderna, dos Padres da Igreja, da teologia moderna e dos concílios pela cosmovisão amazônica e a sabedoria dos antepassados com seus mitos e rituais?

Se a expressão «cosmovisão» significar apenas que todas as coisas criadas são interdependentes, tratar-se-ia apenas de um lugar comum. Devido à substancial união entre o corpo e a alma, o homem está na interseção do espírito com a matéria. Mas a contemplação do cosmos é apenas ocasião para glorificar Deus e seu maravilhoso trabalho na natureza e na história. O cosmos, portanto, não deve ser adorado como Deus; só o Criador deve sê-lo. Não nos ajoelhamos ante o enorme poder da natureza e ante «os reinos do mundo e sua glória» (Mateus 4, 8), mas só perante Deus: «Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto» (Mateus 4, 10). É assim como Deus rechaçou o diabólico sedutor no deserto.

5. A diferença entre a Encarnação do Verbo e a inculturação como via de evangelização

A «teologia indígena e a ecoteologia» (IL 98) são uma derivação do romanticismo social. A teologia é a compreensão (intellectus fidei) da Revelação de Deus em Sua Palavra na Profissão de Fé da Igreja, e não uma nova e contínua mistura de sentimentos do mundo e de pontos de vista do mundo ou de constelações religiosas-morais do sentimento cósmico tudo-em-um, a mistura dos sentimentos do próprio eu com os do mundo (hen kai pan). Nosso mundo natural é a criação de um Deus Pessoal. A fé no sentido cristão é, portanto, o reconhecimento de Deus em Sua Palavra Eterna que se fez Carne: é a iluminação do Espírito Santo para que reconheçamos a Deus em Cristo. Com a fé, nos chegam as virtudes sobrenaturais da esperança e da caridade. É assim como nos compreendemos a nós mesmos filhos de Deus, que, através de Cristo, chama Deus no Espírito Santo, Abba, Pai (Rm 8, 15). Se depositamos toda nossa confiança nele, Ele nos converte em Seus filhos, livres do medo às forças elementares do mundo e às aparições demoníacas de deuses e espíritos, que com malícia nos esperam no caráter imprevisível das forças materiais do mundo.

A Encarnação é um evento único na história que Deus determinou livremente com Seu desejo universal de salvação. Não é uma inculturação, e a inculturação da Igreja não é uma encarnação (IL 7;19;29;108). Não foi Ireneu de Lião, em seu V livro Adversus haereses (IL 113) e sim Gregorio Nazianzeno quem formulou o princípio: «quod non est assumptum non est sanatum – o que não é assumido não é redimido» (Ep. 101, 32). O que se queria com isto é destacar a plenitude completa da natureza humana, contrariando Apollinarius de Laodicea (315-390), quem dizia que o Logos na Encarnação só assumiu uma natureza, e não a alma humana. Por esta razão, a seguinte frase do documento é totalmente abstrusa: «A diversidade cultural exige uma encarnação mais real para assumir diferentes modos de vida e culturas». (IL 113)

A Encarnação não é o princípio de uma adaptação cultural secundária, mas o princípio fundamental da salvação concreta na «Igreja como sacramento de salvação do mundo em Cristo» (Lumen Gentium 1, 48), na profissão de fé da Igreja, em seus sete sacramentos e em seu episcopado com o Papa à cabeça, em sucessão apostólica.

Os ritos secundários das tradições dos povos podem ajudar a enraizar os sacramentos na cultura, que são os meios de salvação instituídos por Cristo. Entretanto, não podem ser independentes porque, por exemplo, costumes matrimoniais podem converter-se em sinais mais importantes que a Palavra-Sim [“Ja-Wort”], constitutiva do Sacramento do matrimônio. Os sinais sacramentais, instituídos por Cristo e os apóstolos (símbolos de palavra e matéria) não podem ser mudados de forma alguma. O batismo só é administrado de maneira válida se feito em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e com água natural. E na Eucaristia não se pode substituir com comida local o pão feito de trigo e o vinho feito com uva. Fazê-lo não seria inculturação, mas uma inadmissível interferência com o desejo de Jesus como fundador [“Stiftungswillen”] e também seria destruir a unidade da Igreja em seu centro sacramental.
Quando a inculturação se refere à celebração externa secundária do culto divino e não aos sacramentos -que são ex opere operato, através da presença viva de Cristo, o fundador e o verdadeiro doador de Graça nestes signos sacramentais-, então a seguinte frase é escandalosa, ou no mínimo, descabida: «Sem esta inculturação, a liturgia pode reduzir-se a uma “peça de museu”, ou a “uma possessão de poucos”». (IL 124)
Deus não está meramente presente em todas partes nem presente de igual maneira em todas as religiões, como se a Encarnação fosse apenas um fenômeno tipicamente mediterrâneo. De fato, Deus como Criador do mundo está presente como um todo e em cada coração humano individualmente (At 17, 27ss), inclusive se os olhos do homem frequentemente estão cegados pelo pecado, e seus ouvidos estão surdos ao Amor de Deus. Ainda assim, Ele chega por meio da Auto-Revelação de si mesmo à história de Seu povo eleito, Israel, e vem até nós em sua Palavra Encarnada e no Espírito que infundiu em nossos corações. Esta auto-comunicação de Deus como Graça e vida de cada homem se difunde no mundo mediante a proclamação da Igreja de sua vida e seu culto, vale dizer, mediante a missão da Igreja no mundo e o mandato universal que recebeu de Cristo.

Entretanto, Ele se antecipa e já trabalha com a ajuda da Graça nos corações desses homens que ainda não o conhecem expressamente nem por Seu nome, por isso, quando ouvirem falar Dele na proclamação apostólica, poderão identificá-lo como o Senhor Jesus, graças ao Espírito Santo (1 Cor 12, 3).

6. O critério de discernimento: a comunicação histórica de Deus no Jesus Cristo

O que falta no IL é um testemunho claro da auto-comunicação de Deus no verbum incarnatum, da sacramentalidade da Igreja, dos Sacramentos como meio objetivo da Graça em lugar de meros símbolos autorreferenciais, do caráter sobrenatural da Graça, por isso a integridade do homem não consiste só na unidade com uma bio-natureza, mas na Filiação Divina e na comunhão plena de graça com a Santíssima Trindade, de modo que a vida eterna é o prêmio pela conversão a Deus, a reconciliação com Ele, e não somente aquela com o meio ambiente e com nosso mundo compartilhado.

Não se pode reduzir o desenvolvimento integral apenas ao fornecimento de recursos materiais. Porque o homem recebe sua nova integridade unicamente mediante a perfeição na Graça; agora no Batismo, pelo qual nos convertemos em novas criaturas e em filhos de Deus, e um dia na Visão Beatífica na comunidade do Pai, do Filho, e do Espírito Santo e em comunhão com seu santos (1 Jo 1, 3; 3, 1ss).


Em vez de apresentar uma aproximação ambígua a uma vaga religiosidade e à tentativa inútil de transformar o cristianismo em uma ciência de salvação, sacralizando o cosmos, a biodiversidade da natureza e a ecologia, deve-se olhar para o centro e a origem da nossa fé: “Aprouve a Deus na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cfr. Ef. 1,9), segundo o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina” (Dei Verbum 2).

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