terça-feira, 26 de junho de 2012

NOSSA VOCAÇÃO - Testemunhas da Salvação Universal

O amor de Deus não se detém na história de um povo, nas fronteiras de uma Igreja, nos ritos de uma religiosidade.

Deus é a fonte de salvação para toda  a humanidade e Jesus veio ao mundo dar testemunho para todos que, no amor, se conduzem pela fome e sede de justiça, fraternidade e paz.

Deus não se confina às páginas da Bíblia e a missão de Jesus não se limita às palavras do Novo Testamento. Também os não-cristãos estão sob bênção e reconhecem o Deus verdadeiro.

Jesus de Nazaré tem sido aquela luz que inspira e liberta as pessoas em busca de uma vida mais digna, sem que necessariamente transponha o limiar da Igreja Católica.

Jesus tem a ver não só com os que foram batizados em eu nome, mas com todos que superam a revolta o medo na paciente e corajosa resistência contra toda forma de violência e exclusão.

Se debaixo do Céu não há nenhum outro Nome em que possamos ser partícipes da Vida e da Salvação, também aguardam seu amor todos que praticam a solidariedade.

Muros sejam derrubados e preconceitos sejam superados, pois "há um só Senhor, uma só fé, um só batismo" e todos vivemos sob o impulso da mesma esperança, embora os caminhos possam ser diversos. 
Podemos dizer enquanto nesta ou naquela Igreja que nossas idéias se divergem, mas, lá fora somos todos pertencentes ao rebanho do único Senhor.
Lutamos pelos mesmos ideais, proclamamos o mesmo Evangelho para que todos possam chegar ao conhecimento do Caminho e da única Verdade, que é Jesus.

Por isso, Deus nunca nos abandona, embora sejamos pecadores Ele conserva em nível elevado sua paternidade e nossa condição de filhos adotivos a um destino, a glória. A todos comunica sua graça e a estende de modo especial não importa quem somos ou o que fazemos.
Jesus nos vocaciona para trocar a desconfiança, o isolamento, por uma abertura fraterna, capaz de nos fazer enxergar que todos somos filhos de um único Pai, que Jesus é nosso irmão e se Ele é nosso irmão então somos uma  só família não importa se somos cristãos ou não, devemos ser abertos a todos.

Mais do que uma cultura mundial ou Igreja única devemos fraternizar a multiplicidade de culturas e religiões, sem particularismo e com o denominador comum de uma fraternidade universal.

Pois o mandado de Jesus se estende ao mundo inteiro, pois todos, negros, brancos, índios, mestiços... todos são receptáculos do Evangelho e da salvação.
Cristo nos envia não para forçar uma religião, mas para colocar o amor de Deus através de Jesus como uma proposta de vida. 

Pois Deus quer que através de nós e de nosso testemunho, possamos fazer com que as pessoas possam conhecê-lo e amá-lo através do amor salvador e redentor de seu Filho JESUS.

CRER TEM A VER COM CRISTO

Enxergar no insignificante, espelhado em tudo e todos, o respirar de algo mais que deseja deslizar em nossa pequenez como mediação do grande Mistério, fazendo que se anuncie além fronteiras.

Envolver-se na ondulação do espírito que ecoa em nosso sonhar, sentir, falar e agir; e captar a misteriosa coesão que vibra em tudo e em todos, reconhecendo que a vida é o bem mais do que é.

Abraçar sempre mais a urgência de existir e inalar o sopro de Deus, expondo-se à luz, em tudo, a fim de tornar  mais sereno o ser mais responsável o agir em vista de boa qualidade de vida.

Orientar-se., nos avaliar e agir por visão ampla e postura solidária, em fragilidade assumida e medos partilhados, mergulhando no cotidiano como desafio feito convite ao crescimento.

Abrir-se aos outros por presença amiga e doação transformadora, em clima de confiança e sem programar demais, haurindo também do imprevisto uma nova oferta para a aventura do existir.

Acolher cada momento , com desapego, em seu significado que liga nossas experiências ao bem comum, permitindo assim que algo novo evidencie a transcendência  na finitude humana.

Ativar, em tudo que empreendemos,  a alma de poesia e o espírito de obra de arte, suscitando encantamento para sinalizar a luz, cujo o brilho e a rotina não consegue ofuscar.

Seguir o compasso do sonho que imprime alegria ao provisório e revela algo milagroso no cotidiano, fazendo nascer vida nova do vazio de uma decepção ou de uma semente que morre.

Caminhar ao encontro de si nas intempéries da existência e cumprir o sentido da própria missão, fazendo com afinco e criatividade o individual e servir ao social e o sagrado e o profano.




No humano deixar tocar-se pelo divino, erguer o que está prostrado e enriquecer com esperança adiamento e dor, integrando fragmentos para captar algo surpreendente até o que é banal.


Lição de Vida:



O POTE RACHADO



Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponto de uma vara, que ele carregava atravessada em seu pescoço.


Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e chegava sempre cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe. O pote rachado chegava apenas pela metade.


Foi assim por dois anos, diariamente o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe.
Claro, o pote cheio estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição, sentia-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que havia sido designado a fazer.


Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem um dia, à beira do poço:


- Estou envergonhado, quero pedir-lhe desculpas.
- Por quê? - Perguntou o homem. - De que você está envergonhado?
- Nesses dois anos eu fui capaz de carregar apenas metade da água, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze todo o caminho da casa de seu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo por seus esforços - disse o pote.


O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:
- Assim que retornarmos para a casa do meu senhor, quero que perceba as flores pelo caminho.


De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao lado do caminho e isso lhe deu ânimo.
Mas, ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal, porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha.


Disse o homem ao pote:


- Você notou pelo caminho só havia flores do seu lado?


Notou ainda que a cada dia, enquanto voltávamos do poço, você as regava? Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter essas lindas flores para embelezar a sua casa.


Cada um de nós tem seus próprios defeitos. Todos nós somos como potes rachados. Porém, se permitirmos, o Senhor Deus vai usar nossos defeitos para embelezar ainda mais e mesa do pai.
Na grandeza econômica de Deus, que nos ama e nos quer bem nada se perde. Nunca deveríamos ter medo dos nossos defeitos. Basta reconhecê-los, e eles, com certeza, embelezarão a mesa de alguém... pois é das fraquezas que nasce a força... devemos lembrar de que Jesus se humilhou na Cruz por nós, e assim como um pote rachado, estava seu coração rachado, traspassado, jorrou água, e vaza sobre nós inúmeras graças, são flores que colhemos e que seu coração aberto regou para que colhêssemos.
Assim não importa nossas imperfeições, importa que Deus ama cada um de nós, e faz de nossas imperfeições as perfeições que constroem um mundo melhor.


"Deus nos modela de tal forma, como o oleiro modela o vaso. De modo que tenhamos uma beleza particular e com ela contribuamos para a beleza de um mundo melhor! "   
        
Somos potes rachados, isto é, somos limitados e imperfeitos, mas mesmo com nossas imperfeições, podemos modificar o ambiente em que vivemos, construir uma sociedade melhor, com valores que edificam a todos. Assim, a água que jorramos para fora, não deve se perder mas deve cultivar as flores da alegria e da solidariedade, da paz e do amor. Podemos, mesmo com nossas fragilidades lutar por um mundo mais justo e pacífico. Jesus disse que: São "bem-aventurados" os justos, os pacificadores e os misericordiosos, os que tem fome e sede de justiça, os humildes, os que choram e os perseguidos, porque, assim como Ele, grande será nossa alegria no céu.


 Assim, pois, não importa nossa pequenez, não importa nossas limitações, não importa que nos critique, não importa se somos frágeis, se caímos, se levantamos, importa que apontemos, não o dedo para as pessoas, mas apontemos Jesus aos que estão precisando, e com Jesus sigamos a fazer o bem sem esperar recompensa, pois a recompensa são flores que brotarão depois com o passar do tempo. Deus faz das imperfeições a perfeição, eleva os humildes e o que parece ser infelicidade, Deus pode fazer tornar felicidade... Por isso quando olhamos para a humilhação de Cristo na Cruz, logo também olhamos para a glória e a grandeza da vitória da ressurreição.
Se acharmos que para pregar o Evangelho temos que ser perfeitos, estamos enganados, pois o  Evangelho consiste em que sejamos portadores da humildade e dentro das nossas limitações sejamos capazes de sair vencedores com o que somos e não com o que aparentamos ser, pois Deus humilha os soberbos e eleva os humildes. Mesmo como "potes rachados" cheios do Espírito Santo, podemos regar os caminhos secos e torná-los férteis capazes de produzir as sementes do Evangelho. Ao parar aqui e ali, ao deixar escapar esta água, faremos com que muitos "chãos" que nunca conheceram Jesus, seja regado e logo veremos que as "flores" da Palavra foram regadas e nasceram graças às rachaduras.
Jesus poderia escolher até as criaturas celestes mais perfeitas para anunciar o Evangelho, no entanto, escolheu gente simples, homens simples para que o Evangelho não apenas se torne uma causa mas uma família, e assim sua Palavra possa não só servir para ser anunciada mas para curar-nos à medida que caminhamos. Devemos lembrar que até que nossas "rachaduras" estejam fechadas, antes é necessário vazar a água do amor que todos precisam beber.
  
Jesus não olha nossas limitações, Ele olha nossa boa vontade  e o "por-se de pé" o "ir-se à luta" o "enjangar-se";  Ele vê e aceita nossas escolhas, Jesus precisa de cada um de nós para a construção de seu Reino. 
Podemos e devemos nos sentir felizes quando essa "água" de nossas boas ações servir para enriquecer nosso ambiente seja ele social ou familiar.
Para isso o pouco que temos se regado com esperança e fé, fazer-se-á muitos frutos, muitas flores na estrada de nosso caminhar.
Jesus disse que se conhece a árvore pelo seu fruto, bom ou ruim. Devemos ser vasos que jorram águas para fertilizar e nascer "flores de amor" nos corações, principalmente onde não há nenhuma esperança, é nosso dever insistir para que as pessoas  sejam regadas com a água de nosso amor, a fim de construir um mundo mais justo, mais humano e fraterno.
Ninguém é tão pobre que não tenha nada a oferecer, e, se podemos fazer o bem devemos ocupar nosso lugar exercer nossa vocação de filhos e filhas de Deus, embora sejamos limitados, pela metade, grande será nossa recompensa em ver o bem acontecer. 
  






sábado, 23 de junho de 2012

SÃO TARCÍSIO - Padroeiro dos Acólitos ou Coroinhas e dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística


Você conhece São Tarcísio?


Vamos conhecer um pouco mais da história deste santo, que é pouco conhecido, mas é o padreiro dos acólitos ou coroinhas e dos ministros extraordinários da Comunhão Eucarística.

Tarcísio era acólito, isto é, coroinha na Igreja em Roma, servia no altar nos serviços secundários, acompanhava o próprio santo padre o Papa na celebração da Santa Missa. No decorrer da perseguição do Imperador Romano Valeriano, muitos cristãos foram presos e condenados à morte. Era costume levar (as escondidas) a Eucaristia  aos cristãos que estavam presos para reanimá-los na fé.
Um dia, às vésperas de um martírio de cristãos foi preciso que levasse a Eucaristia a eles. O problema era a falta de pessoas que pudessem ter a coragem de passar pelos soldados romanos para levá-la.
Foi quando Tarcísio se ofereceu e disse: "Deixe-me levar a Eucaristia, estou pronto. Posso passar pelos pagãos sem ser percebido, ainda sou uma criança". Mas o Santo padre o Papa Sisto II temia-lhe a morte, tinha medo de que os pagãos o obrigasse  a entregar a Eucaristia a eles e o matassem.
Mas Tarcísio respondeu ao Santo padre dizendo que preferia a morte do que entregar a Eucaristia a eles. E disse essas palavras: "Prefiro a morte que trair meu Senhor!"
O Papa Sisto II então entregou-lhes a Eucaristia dizendo: "Aqui está Jesus, que levarás aos nossos irmãos prisioneiros. Que Ele te acompanhe, vai meu filho!"
E ninguém havia reparado aquele menino que caminhava um tanto fora da rua com as mãos sobre o peito, guardando seu bem mais precioso: O Santíssimo Sacramento!
Passando por uma rua chamada Via Ápia, alguns garotos chamaram-no para brincar, mas Tarcísio se recusou dizendo que estava levando um recado urgente. Os garotos insistiram... tentando descobrir o que Tarcísio levava. Diante da recusa os garotos ameaçaram empurrá-lo, ele porém resistia, porque sabendo que eram pagãos poderiam profanar o Corpo de Cristo.
Sua resistência fez aumentar a ira dos garotos e descobriram que era um cristão... então começaram a lhe dar pontapés e pedradas. Tarcísio caiu ao chão, todo ensanguentado, (e a brutalidade foi tamanha que o levou à morte).
As mãos de Tarcísio continuava protegendo o Santíssimo Sacramento. Para surpresa de todos surge ali um soldado que às escondidas frequentava o culto dos cristãos. Os garotos ao verem que o soldado se aproximava fugiram... deixando ali o pobre garoto ferido e agonizando. Ele porém, levantou-o do chão e exclamou surpreso e muito comovido: "É o Tarcísio! já o vi nas catacumbas fazendo orações!

**No início do cristianismo, por causa da perseguição aos cristãos, estes se reuniam nas catacumbas (espécie de cemitério com túmulos subterrâneos onde enterravam os mortos) e ali faziam suas orações, pois, o culto cristão era proibido. 

O pequeno mártir não resistiu e morreu nos braços do soldado com as mãos sobre o peito apertando ainda mais a Santíssima Eucaristia.
Esta é a história desse pequeno acólito que com mais ou menos doze anos tanto amou Jesus Sacramentado que deu sua vida à protegê-Lo. Ele é para nós hoje um exemplo a ser seguido.
Seu dia é comemorado em 15 de agosto.

A história do martírio desse pequeno e ao mesmo tempo grande santo mártir do início do cristianismo, nos faz hoje rever de que forma estamos vivendo nossa fé. 
Tarcísio teve uma atitude heroica, aliás, os santos quando viveram sua fé a exerceram de formas heroicas. Isto é com a bravura de um soldado. lutaram e defenderam a causa do Evangelho, não por imposição, mas por amor a Jesus Cristo.

Mas olhando para a coragem de Tarcísio, vemos a ternura de alguém que amou de verdade o Senhor Jesus presente na Eucaristia. Um amor que foi de total entrega. A coragem de Tarcísio precisa ser a nossa. Em vez de nos afastar de Jesus na Eucaristia, deveríamos chegar bem perto dele, ou melhor, como Tarcísio, recebê-Lo em nosso coração.
Esse Jesus, o Pão Vivo que está presente no Santíssimo Sacramento do Altar quer caminhar junto de nós, quer ir ao encontro dos pobres, necessitados, doentes e encarcerados e muitas vezes não chega, porque nos falta coragem para estender as mãos e oferecer Jesus as pessoas.

Se seguirmos o exemplo de S. Tarcísio, vamos entender que Jesus precisa ir por nossas mãos ao encontro daqueles que não o conhecem, primeiro pelo pão da Palavra e depois pelo Pão da Eucaristia que é Ele próprio.
Parece-nos ecoar a mesma voz do Santo Padre Sisto II aos nossos ouvidos: "Aqui está Jesus, levarás aos nossos irmãos..."

Jesus quer e conta conosco para ser levado em todos os lugares. Num Brasil onde está na moda não querer falar de Deus e Jesus, onde a todo momento vemos nossos símbolos católicos serem retirados dos diversos ambientes... Pensemos: que estamos fazendo para anunciá-Lo às pessoas? 

Também nos faz lembrar que todo cristão, merece se confessar e receber a Eucaristia!
Tomemos pois o exemplo dos primeiros cristãos que mesmo diante das terríveis perseguições não deixavam de consolar e fortalecer na fé os que estavam encarcerados.
No mundo de hoje são tantas pessoas que vivem encarceradas pelos vícios, pelos pecados e outros que são perseguidos porque anunciam o reino de Deus. A esses e a tantos é que Jesus precisa chegar e confortar a cada um. 

ORAÇÃO A SÃO TARCÍSIO

Ó glorioso São Tarcísio, que agora no céu estais a gozando o prêmio do vosso amor verdadeiro a Deus, de fidelidade e proteção constante à Santa Eucaristia.

Abençoai nossas famílias e os devotos, que buscam em Ti o Amor e a Coragem de lutar por Jesus Cristo.

Quero, neste dia, seguir sua bravura, sentindo em meu coração a Santa Eucaristia, seguindo a Jesus Cristo, amando e respeitando o serviço de sua Igreja, o Magistério de nossa Fé.

Livrai-me da maldade e de tudo o que pode me separar de Deus, do próximo e da salvação eterna. Concedei-me a graça que desejo alcançar (Fazer o Pedido).

Graças e louvores se dê a cada momento, ao Digníssimo Santíssimo Sacramento.
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quinta-feira, 14 de junho de 2012

ANENCEFALIA - Tudo a Se Pensar!

Recentemente uma decisão do Supremo Tribunal Federal (brasileiro )(STF), aprovou o direito do aborto em casos que se detectam a anencefalia. O que é anencefalia? São bebês que são gerados sem grande parte do cérebro e do crânio já enquanto é feto. 

A Revista Brasil Cristão do mês de junho/2012, traz para nós um texto muito interessante do autor e escritor, Cássio Abreu, e, como nem todos recebem a revista, vou descrevê-lo para que façamos uma reflexão do tema e como cristãos, saibamos um pouco como lidar com esse problema que por sinal está se tornando muito comum entre as famílias:

"Anencefalia é o termo utilizado para explicar uma má formação de grande parte do cérebro do feto, pois nem todo caso nem todo caso indica ausência total do cérebro. O problema ocorre entre o décimo sexto dia e o vigésimo sexto dia da gestação. Mas o termo indica um termo gravíssimo de formação, fatal, que o bebê tem uma expectativa de vida muito curta, não sendo possível saber por quanto tempo viverá fora o útero se chegar a nascer.

   
Os números não são precisos, mas nos Estados Unidos, segundo a U.S. Nacional Library Of Medicine, ocorre um caso de anencefalia para cada 10 mil nascimentos. Segundo a (OMS) Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o quarto país do mundo em casos de bebês anencéfalos, com cerca de 1 caso para 700 nascimentos. Em primeiro lugar está o país de Gales, no Reino Unido, onde são registrados 5 a 7 casos para cada mil nascimentos.

Não se sabe de que maneira ocorre o problema, mas as causas possíveis estão nas toxinas ambientais e a baixa ingestão de ácido fólico na gravidez. Mulheres com diabete têm seis vezes mais chances de gerar filhos com anencefalia. Mulheres muito jovens ou de idade avançada também tem o risco aumentado. A má formação fetal pode ser diagnosticada a partir da décima segunda semana de gestação, através da ultrassonografia.

Não existe cura ou tratamento para bebês com anencefalia e a maioria não sobrevive ao nascimento. Porém existem casos de bebês que sobreviveram até 2 anos de idade. No Brasil, o caso mais conhecido é o da pequena Marcela de Jesus, que viveu um ano, oito meses e doze dias, em 2006. Segundo a médica, a criança Marcela 'foi um exemplo de que um diagnóstico não é nada definitivo' (Estadão, 03/08/08).

No Brasil, nos últimos tempos, temos vivido a polêmica do aborto. A Lei em nosso país permite o aborto em caso de estrupo, de perigo de morte a mãe e, mais recentemente, o STF, Superior Tribunal de Justiça, permitiu a interrupção da gravidez também em caso de anencefalia. 
A decisão ocorreu no mês de abril de 2012, com dois votos contra oito, a favor do aborto. Outros 94 países permitem o aborto nesses casos.

Os argumentos utilizados para defender o aborto no caso de anencefalia são:

1 - O feto anencéfalo é considerado natimorto, ou seja, mesmo com o coração batendo após o nascimento, o cérebro está morto.

2 - Trata-se de uma gestação de alto risco para a mãe, podendo ocorrer eclampsia (alta pressão arterial e presença de proteína na urina), e embolia pulmonar, (obstrução da artéria pulmonar por coágulos).

Os argumentos contra o aborto de bebês anencéfalos são:

1 - O feto anencéfalo é uma vida inviolável, mesmo sem chance de sobreviver.

2 - O feto no ventre materno já tem seus direitos garantidos e a interrupção da gravidez é uma violação desses direitos.

A CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, promoveu um grande debate na sociedade em defesa da vida humana, do momento da concepção até seu fim natural. 
Enviou uma carta aos bispos do país, convocando o povo para uma Vigília de Oração pela Vida às vésperas do julgamento. Infelizmente, após a votação a CNBB divulgou uma nota lamentando a decisão do STF: 'Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso'.

Os princípios constitucionais da "inviolabilidade do direito à vida" da "dignidade da pessoa humana" e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação (cf. art. 5o. CF), referem-se tanto à mulher quanto aos fetos anencéfalos.
Quando a vida não é respeitada, todos os outros direitos são menosprezados, dizia a nota.
A sociedade sabe bem que a gestação de um bebê com anencefalia é um drama para a família e, principalmente para a mãe.

Tanto o Estado quanto a sociedade devem oferecer amparo e proteção à gestante e ao bebê.
Ocorreram várias manifestações para que os ministros votassem contra a legalização do aborto de fetos anencéfalos, mas os pedidos da população não foram acatados. No dia da votação, em Brasília, sem frente ao STF, Hermes Rodrigues Nery, membro da Comissão em Defesa da Vida, disse que "O Congresso Nacional não foi omisso em relação ao tema, pois votaram com o povo, contra o aborto. Agora com a atitude do STF, começa com o caso da anencefalia, depois vão pára a má formação, até chegar ao aborto de nove meses".

Carolina Barbosa Campos, de Valparaíso, GO, também se manifestou: "É triste ver que as pessoas querem legalizar uma forma de tirar a vida. Se Deus deu esse dom à mulher, é porque essa vida tem que existir. Tem um propósito para ela, seja anencéfala ou não". (Depoimento publicado em gl.globo.com, 10/04/12)


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É comum ouvir críticas das demais instituições, imprensa, pessoas e políticos favoráveis ao aborto de que a Igreja Católica se envolve em tudo e que o Estado é laico para decidir as questões que lhe interessa. Mas na questão de defender a vida humana não só a Igreja Católica, mas também todas as demais denominações cristãs que defendem o direito à vida são contra o aborto, inclusive o aborto de anencéfalos.


Direito esse que está garantido na Constituição Federal Brasileira; mas todo ser vivente, seja ele animal racional, (o homem), e os irracionais, (os animais) têm esse direito de viver com dignidade. Portanto, quando o STF autoriza o aborto de anencéfalos, considerando a vida ali existente um natimorto, também rasga as páginas da Constituição Federal que resguarda o direito de viver com saúde e dignidade a todos os brasileiros, não importa que seja deficiente, anencéfalo ou com qualquer tipo de problema.
  
Se a Constituição Federal garante este direito, não é mera coincidência,  é porque antes ele já foi dado por Deus desde a Criação do mundo, e antes de qualquer lei humana Deus já havia garantido a todos os homens o direito a vida, e vida com dignidade: "Não matarás!" - é um dos 10 Mandamentos da Lei de Deus.


 Jesus Cristo, em seus ensinamentos disse: 


"Ouviste o que foi dito aos antigos, (isto é, o que Deus determinou aos nossos nossos antepassados, Dt 5, 17): Não Matarás, mas quem matar será castigado pelo tribunal! (Mt5, 21).


Assim, não temos o direito de matar; quando a Igreja defende o direito a vida é porque ela enquanto Instituição divina, não pode compactuar com qualquer tipo de morte ou de mecanismos que levam a morte, como o aborto.
O aborto é uma forma cruel, criminosa diante de Deus ainda que as leis humanas o permitem. Matar não faz parte da condição humana, ninguém tem esse direito. A vida deve ser respeitada porque é dom de Deus e só ele pode decidir sobre a vida e sobre a morte.


Tomamos por exemplo, os médicos. Eles existem para salvar vidas. Nunca para tirar a vida das pessoas. Um paciente pode chegar a óbito, se esgotada todas as possibilidades de tratamento. Mas é dever do médico lutar e insistir até esgotar todas as possibilidades e chances de vida de um paciente. Faz parte da ética médica. 
Assim Deus é conosco, o seu amor por nós nos garante o pleno direito à vida não só uma vida digna corporal, como também uma vida digna espiritual. É por isso que Jesus disse: "Eu sou o caminho a verdade e a vida!" - Deus deseja que todos vivam bem e com felicidade. Por isso matar é retirar do outro o mesmo direito à vida que Deus dá a mim e a você. E isso Deus não permite porque se a vida é algo tão sublime, também é algo tão sagrado que nenhum ser humano é capaz de produzir.       


Deus pode perdoar uma pessoa que mate em defesa própria, quando não restando nenhum meio de defesa, a pessoa mata por defender a sua vida. Mas, Deus não pode perdoar quem mata por esporte, quem mata uma pessoa que não tem o direito e a chance de se defender. Isso é imperdoável!


No caso do aborto de anencéfalos, o STF se julga maior do que Deus para decidir e dizer que um feto anencéfalo é natimorto. Ora, como dizer isso se vários casos comprovados de crianças que permaneceram vivas até por 2 anos? Se os órgãos vitais estão funcionando dentro da criança, exceto o cérebro, como dizer que o bebê está morto?


Ali está uma vida, se o coração bate é porque está vivo. Esta vida  pode sim, vir a falecer, mas não temos o direito de impedir que esta criança venha nascer, que ela conheça o mundo fora do ventre materno nem que seja por um segundo. O direito de nascer é supremo e inviolável! A vida de qualquer pessoa não pode ser manipulada pelo homem, não podemos decidir quem vai morrer ou quem vai viver, isso é coisa de Deus.
É brincar de Deus.


Padre Zezinho, scj no seu programa "Palavras que não Passam", explicou com muita clareza: "Se você pega um abacate, retira o caroço dele, ele deixa de ser abacate?" - para explicar que embora uma criança seja anencéfala, não quer dizer que ali deixou de existir a pessoa. Não! a pessoa continua, está lá, é vida, a alma está lá,  e por isso, ninguém tem o direito de matar, de impedir que essa criança venha ao mundo, que tenha uma chance de viver nem que seja por um segundo após o parto. 


O STF, Supremo Tribunal Federal, agiu e age como se fosse Deus. Passa por cima da Lei de Deus quando decide matar inocentes. E se não tomarmos cuidado daqui a pouco vão aprovar o aborto até para fetos saudáveis.


Será que eles teriam a coragem, se nascesse um filho de um juiz do STF anencéfalo, de mandar sua esposa o abortar porque é anencéfalo?
Ora meus amigos! O Brasil, sobretudo os políticos, e os magistrados devem se lembrar que antes das leis humanas existe a Lei do Senhor, e nenhuma outra lei está acima dela. Portanto, nenhum juiz pode se colocar no lugar de Deus para decidir sobre a vida e a morte. 


O Brasil é um país em que sua maior parte da população é cristã ou se julga adepta ao cristianismo. 
Sendo assim, posso afirmar com clareza de que cremos em um Deus que tendo nos enviado e nos revelado através de seu Filho Jesus Cristo nos ensinou em primeiro lugar o amor, o serviço, o respeito à vida. Esse amor que Jesus se refere implica que devemos respeitar toda e qualquer forma de vida, seja ela, animal ou vegetal. Implica que tenhamos respeito pela vida como um todo. 
Mas também nos lembra que amar requer sobretudo amar a Deus e suas leis, as quais nos fazem dignos desse amor paternal. Deus quer que cumpramos sua lei revelada através de Jesus. E isso implica conhecer e praticar os seus  mandamentos. 
É por isso que nem sempre quem se diz adepto ao cristianismo pode afirmar que é cristão se não faz cumprir a vontade de Deus através de Jesus. 


E quando deixamos de respeitar a vida, quando somos a favor da morte de todos os tipos, estamos de certa forma indo contra o Senhor Jesus que nos diz em seu Evangelho: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância!" - Vida! Deus não quer a morte de ninguém e nem quer que matemos. Mas as vezes, como no caso do aborto, somos influenciados pela mídia que nos abre a consciência para o descompromisso para com Deus e o compromisso para com o mundo: o conforto, o bem estar, o afastar-se dos problemas, por meios fáceis demais. Quando que, o carregar a cruz, o sofrer, o esforçar-se faz parte da vida do cristão. Então o aborto muitas vezes é um remédio fácil e um alívio no bolso do governo que não vai precisar tratar uma criança julgada "sem futuro" ou "sem expectativa de vida" como é o caso dos anencéfalos. 


Mas uma coisa é certa. Embora a lei tenha aprovado o aborto para os anencéfalos, o mais importante é que tenhamos a consciência de que somos cristãos e não temos o direito de matar. O cristão tem que obedecer as leis civis e de sua religião, mas em primeiro lugar deve obedecer as leis de Deus. E a lei é esta: "Não Matarás!"
Devemos sempre antes de tudo lembrar nosso tempo de catequizandos e recordar os princípios básicos da fé cristã, inclusive os 10 Mandamentos, os sacramentos e os Mandamentos da Igreja. 
Devemos ler mais a Sagrada Escritura, para formarmos uma consciência firme de modo que possamos melhorar nossa fé e buscar a santa verdade.


O cristão maduro, consciente, possui atitudes heróicas de fé, basta ver a história dos Santos (as). E, assim somos todos nós. Embora saia uma lei que aprove a morte, nós cristãos sabemos que devemos defender e respeitar a dignidade vida seja ela qual for, desde a concepção até a morte natural . Ninguém pode-se achar superior a Deus para decidir quem vai viver ,(eutanásia) ou morrer (aborto).        
                  

terça-feira, 29 de maio de 2012

O ADOLESCENTE, a ética e o Psicanalista

A adolescência passa primeiramente por duas questões:  Uma delas ligada à maturação sexual, a possibilidade de se ter uma relação sexual. E a outra ordem da gestalt do corpo, ou seja, a vivência das transformações corporais, um novo corpo.

A crise se dá então no encontro com o sexo, ou melhor dizendo, com o desencontro pois não existe simetria nas relações. 
A adolescência se caracteriza com um período de transição entre a puberdade e o estado adulto do desenvolvimento. As mudanças corporais e psicológicas advindas desta fase trazem angústia e diversas dúvidas sobre como lidar com as mudanças e estabelecer relações com o mundo que o  cerca.

Muitas vezes esse incômodo, ou melhor dizendo, mal estar, é que faz com que o adolescente necessite de análise. Quando isto acontece é justamente pelo fato de não suportar o sofrimento produzido fazendo com que busque uma resposta à incógnita que o sintoma traz. 

É uma busca de saber que sendo atribuída ao analista se espera que ele venha ao alívio para o seu sofrimento. Quais as dificuldades que o adolescente vivencia?
A dificuldade maior está em lidar com o próprio corpo não sabendo se servir dele. Daí o aparecimento da angústia e o receio de cometer faltas para com o proibido. Não existe um bem soberano, não existe um bem estar completo. O que existe é uma falta.

Falta esta que pode ser preenchida de muitos modos, tanto positivos, como as religiões, os grupos de auto-ajuda; como pode ser preenchido pelo lado negativo, o sexo que gera a gravidez precoce, as drogas, tanto lícitas quanto ilícitas. Por isso os pais devem sempre estar atentos ao comportamento dos filhos, e quando perceber estas mudanças devem procurar ajudá-los da melhor forma para que saibam lidar com a situação de modo que evitem erros que depois dificilmente vão ser revertidos, como é o caso das drogas e do álcool.
Como no ditado popular, nessa época o jovem passa de adolescente para "aborrescente". E muitas coisas que fazem, os fazem para chamar atenção de quem está ao redor, quase que um estímulo involuntário do comportamento, para que notem suas dificuldades. É nessa hora que deve entrar o  carinho e o entendimento dos pais de modo a buscar ajuda para esta ou aquela situação, este ou aquele conflito. Não os prendendo dentro de casa, o jovem precisa de espaço, mas dentro deste espaço saber crescer e entender seus limites. Pois embora crescidos no tamanho, não estão crescidos psicologicamente psara enfrentar o mundo. O jovem precisa de discernimento e espaço para expressar suas idéias. Quando ele usa seu espaço e se deixa "aparecer" é neste momento que se pode buscar situações e momentos onde pelo seu envolvimento busque o crescimento tanto emocional, quanto sociológico.   

O poder da cura está na palavra, no a saber entender, no participar da situação em que o jovem se sente. É através dela que o discurso inconsciente é veiculado e faz aparecer o sujeito enquanto sujeito.

Ser analisado é diferente de ser paciente exatamente por não esperar passivamente as respostas , mas possibilitar se situar em relação à própria fala e produzir um saber que é da ordem da verdade. Ser um adolescente desejante é poder intervir nele. Ser autor de sua própria história e estar implicado em sua constituição enquanto sujeito.

Existe todo tipo de adolescente: dos mais moralistas aos menos, dos que praticam esportes, os que integram movimentos populares, religiosos, políticos, enfim, várias maneiras de expressar algo que muitas vezes não se compreende muito bem.
Sabemos com a modernidade, muitas coisas mudaram, os professores não são mais tão rígidos, os pais sentem dificuldades para lidarem com os limites em relação aos filhos, os sintomas persistem, o número de casos de depressão, suicídios, abusos sexuais, uso de drogas e gravidez aumentam. Mas as dificuldades subjetivas não terminam. O homem, diz Freud, não tende nem à harmonia, nem à integração das pulsões em nem tampouco a uma síntese.

Como a psicanálise pode lidar com todas essas questões específicas deste sujeito e com a demanda criada principalmente pelos pais destes adolescentes?
Lacan nos indica que a psicanálise não é nem uma "Weltanschauung" (visão do mundo) nem uma filosofia que pretende dar a chave do Universo. Ela é comandada por uma visão particular.

Tanto a teoria quanto a prática clínica tem que ser dinâmicas, vivas, buscando sempre acompanhar a singularidade daqueles que se escuta. O sujeito só é sujeito dentro da cultura, ele feito da construção de seu contexto.

Hélio Pellegrino buscou romper com a dogmatização da ciência inserida em um contexto sócio-político-cultural e aproximá-la das diversas camadas da sociedade. Seu ideal era transformar sua ciência em um instrumento acessível a todos aqueles que desejassem buscar o entendimento  de si mesmos, do seu sofrimento, independente de sua posição sócio econômica.

O lugar da clínica é definido a partir de sua relação com o outro e não a partir de regras prévia e rigidamente estabelecidas. A legislação, o código de ética serve como um relevante norteador para as atividades profissionais, pois trata-se de direitos, deveres e responsabilidades pertencendo à ordem da objetividade. Já a Psicanálise trata-se da subjetividade, do particular. O que pauta  a atuação do psicanalista é a sua ética, entendendo-a como uma ação, uma atitude, uma forma de encontrar-se com o mundo. Não existe "a forma" , existem múltiplas maneiras de encontro.

A ética não é ensinada, cada um a descobre em sua própria pessoa. Ser ético não implica cumprir o que manda a lei, mas refletir criticamente sobre as normas morais vigentes, sejam elas sustentadas por hábitos, normas ou leis regulamentadas pelo Estado ou Órgão regulador da categoria profissional.

O homem é um ser ético por excelência surgido a partir do próprio desejo do Outro (a mãe, o pai, as instituições, etc), desejo este que não deixará de determinar sua própria demanda.

Chauí diz que "a ética é a reflexão crítica da moral, ou seja, pensar naquilo que se faz, repensar costumes, normas e regras vigentes na sociedade". 



Maria Aparecida Nascimento

Psicanalista e Especialista em adolescência






Pois é! Eu e você já passamos pela adolescência. É um momento muito especial nas nossas vidas, um período de descobertas. Nem sempre podemos contar com a ajuda de nossos pais que, não por incompetência, mas porque também não dispunham de recursos ou de tempo, e, tivemos que fazer nossas descobertas com outras pessoas, com nossos professores e com alguns amigos. Há uns tempos atrás falar de certas coisas com os filhos, como por exemplo falar sobre sexualidade não era tarefa fácil. Mas hoje vemos claramente que se a criança e o jovem não aprende o correto em casa vai aprender o incorreto na rua.  Mas, hoje em meio a tantas influências, com tantas informações como a internet e a TV, como será que nossos jovens estão buscando suas informações? Será que é de maneira certa ou errada? Se buscam na escola com os professores podemos dizer que são corretas, mas se buscam pela mídia, aprendem muitas coisas erradas.


Ouço sempre o velho ditado "os pais são os últimos a saber"... sim é verdade! e sabe por que isso acontece? Porque falta tempo e dedicação dos pais para com os seus filhos. Muitas vezes a falta de respostas acaba por descobertas não muito agradáveis. A moda o estilo de vida do jovem é diferente, ele precisa mostrar que está presente, precisa mostrar que é útil para alguma coisa e quando não consegue, vai buscar alternativas para chamar a atenção de todos que lhe rodeiam ou da família. E quando percebe que não está alcançando suas metas, frustrado tenta se esquivar de seu "mundinho" que embora grande em expectativas é pequeno demais para descobrir que há outras possibilidades. Diante desta frustração e de outros problemas que, sozinho o jovem não é capaz de resolver é que ele entra em revolta, com uso excessivo de álcool, o sexo precoce e as drogas. As drogas e a gravidez precoce chega na vida dos jovens cada vez mais cedo, quando ainda são crianças e muitas vezes por influências de pessoas que ocupam lugares que os pais deveriam ocupar.


Por isso os pais devem se fazer cada vez mais presentes na vida de seus filhos. Muitas vezes um pouco de carinho de atenção se faz necessário. O jeito "aborrecente" do jovem é um sintoma de que ele não está sendo ouvido, ou seja, não está tendo a atenção necessária que deveria. Os pais jogam sobre a escola, sobre a Igreja, sobre os empregados da casa a tarefa de "cuidar", "tutelar"  ou de aconselhar os filhos e isso é muito ruim. Não que tais pessoas não tenham competência para cuidá-los, para orientá-los, mas porque o carinho, a atenção e o diálogo não existem em casa.

Se os pais não possuem capacidade para ajudar, e se o problema fugir da situação normal, aí entra o trabalho do psicanalista que é o profissional adequado para ajudar a entender e melhorar o problema. O que não se pode é omitir. Uma boa ajuda psicológica dos pais faz parte  da educação dos filhos, uma mente, uma consciência bem formada, faz do sujeito um adulto responsável e pronto para enfrentar as diversas situações da vida.Muitas vezes quando não se acha respostas é necessário ajuda de um  profissional da área de psicanálise.   


Existem pais que nem sabe como anda a saúde mental e espiritual dos filhos. Pagam os melhores colégios, dão os melhores brinquedos, as melhores roupas, o celular da ano, o computador mais sofisticado. Mas não dão amor, nem sabem qual é o seu boletim da escola e quando percebem seus filhos estão acarretados de problemas, físicos e emocionais, e aí, só lhes restam buscar ajuda em companhias que muitas vezes as levam para o caminho sem volta das drogas. Quando os pais se dão conta disso? Quando chão chamados na delegacia por que o seu filho já se tornou um menor ou um jovem infrator.


O jovem precisa de atenção, de carinho e de cuidados. Talvez ele pela sua "rebeldia" nem se dê conta do que se passa ao seu redor e consigo mesmo. Mas os pais precisam se interessar por essa fase da vida, que é o melhor momento e oportunidade do jovem se tornar um adulto, seguro em suas ações, sadio e responsável naquilo que faz. 

O que os pais devem saber é: a curiosidade faz parte do ser humano desde quando nasce até quando morre. É através da curiosidade, da busca de informações que grandes descobertas e invenções são feitas. Ela não é de maneira nenhuma prejudicial ao ser humano, pelo contrário o ajuda a entender os diversos mundos tanto na religião, quanto na ciência, ela abre as portas do conhecimento.

O jovem, sobretudo entre as crianças e os adolescentes há uma profunda necessidade de se entender as coisas, de procurar respostas para seus anseios. É nessa hora que aflora o desejo de experimentar coisas novas e buscar chamar atenção pelo aquilo que ainda não está ao seu alcance. E isto tanto pode ser bom, quanto pode ser ruim, pois é nessa etapa da vida que surgem boas e más oportunidades. Por exemplo, as drogas, as experiências sexuais e o vício do álcool. Aí os pais devem estar atentos ao primeiro sinal de comportamentos que venham a mostrar que algo não vai bem: falta as aulas, sonolência demais durante o dia, saídas inexplicáveis e demoradas, comportamento violento com os familiares, fuga das conversas, temperamento eufórico ou exaustivo, conversas desconexas, o não olhar nos olhos, etc. São sintomas de que algo não está bem. 

O jovens precisam aparecerem, eles fazem de tudo para mostrarem que estão presente na sociedade e na família, e que desejam de atenção e é por isso que os pais devem sempre dar atenção aos filhos, mesmo que algo não seja tão importante. Pois a atenção que eles não recebem em casa, vão ter de certas amizades, e cujas podem nem sempre ser boas. É aí que começa, experimentar uma dose aqui, um cigarro ali, logo se vê viciado em entorpecentes e aí será muito difícil para recuperá-los. Por isso a atenção dentro da família é muito importante.

Muitas vezes a maior dificuldade em um diálogo com os filhos começa porque o jovem (que não está preparado para ser questionado)não aceita perguntas, não aceita ser questionado em seu comportamento, (quer ser o dono da verdade), mas ainda não tem conhecimento desta verdade, que pode ser muitas ou nenhuma, ele não quer ser questionado porque pode se sentir constrangido, envergonhado, ou até subjugado em suas atitudes. É aí que os pais devem agir, não impondo questionamentos, mas mostrando a ele qual o melhor caminho a seguir, é preciso mostrar a verdade sem questioná-la e fazê-lo aprender com esta ou aquela situação. E para isso é preciso entrar no mundo do jovem. Falar a sua língua, ao invés de criticá-lo, deixar expor suas idéias. 

A maior dificuldade dos pais é muitas vezes se preocupar em exercer o poder pátrio, dar comida, alojamento, presentes, ou ainda xingar, por de castigo, usar muitas vezes (de forma errada) o jeito violento, mas se esquecem de ser amigos de seus filhos, de compreender, de amar e dar carinho, de respeitar seus sentimentos. Com isso o jovem se sente frustrado e angustiado, quer mostrar e provar para si mesmo que é útil, quer chamar atenção, muitas vezes não conseguindo expor suas idéias e seus sentimentos, começam a fugir da  verdadeira realidade para buscar outras em caminhos nem sempre seguros.   

       


          


segunda-feira, 14 de maio de 2012

A MEDIAÇÃO DE MARIA - "A mediação de Maria é especial, tendo em vista seu lugar no mistério de Cristo e da Igreja"

D. Murilo S. R. Krieger, scj
Fonte: Revista Brasil Cristão - edição n. 178; de maio/12 

Tendo diante de si as palavras do Apóstolo Paulo: "Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem que se entregou como resgate por todos" (ITm2, 5-6). Muitos perguntam: "Como é que os católicos ousam falar em mediação de Maria?"

Já nos primeiros tempos da Igreja havia o costume de se invocar Maria. Prova disso é a oração: "Sob tua proteção, ó Mãe de Deus...", que é aproximadamente do ano 200 d.C. O título de mediadora, referente a Ela, começou a ser usado no século VI d.C, e tornou-se mais popular no século XII d.C.

O único mediador entre Deus e o homem é Jesus: "Ninguém vai ao Pai a não ser por mim" (Jo14,6); é preciso estar atento, porém, ao seguinte: toda vez que usamos uma mesma palavra referindo-nos a Deus e a nós, seu sentido é totalmente diferente. Pensemos, por exemplo, na palavra santidade. Mas o significado, num e no outro caso, é totalmente diferente. Deus é santo, no sentido absoluto, original. 
Podemos até dizer que Deus é "a" Santidade. Os santos, ao contrário são santos no sentido relativo, isto é, limitados e dependentes. Eles participam, por um Dom especial da Santidade Divina. Jamais poderíamos dizer que os santos "são" a Santidade. Entendendo esses diferentes usos para a palavra "santo" é legítimo continuar dizendo que os santos são "santos". 

O mesmo poderemos dizer da bondade, da misericórdia ou da perfeição "Sede perfeitos como o Pai celeste é perfeito!" -  {aqui, nota-se que, se for atribuída a Perfeição absoluta ou de Deus, ninguém alcançaria tal Perfeição, mas os atributos relativos de que se referem Jesus, à pureza e à busca da santidade, da vida correta e leal diante de Deus que todos devem ter}. Referindo-se a Deus trata-se de atributos originais. Referindo-se a pessoas, trata-se de uma participação nos atributos divinos - participação limitada e dependente.

Assim quando dizemos que Jesus é o mediador, que é o único mediador, entendemos essa palavra no sentido absoluto, original e exclusivo. Já quando dizemos que Maria é mediadora, essa palavra é usada no sentido relativo e subordinado, como participação na única mediação (absoluta) de Cristo.
É o critério que vale para todos os atributos divinos. Assim a palavra "mediadora" não causa mais problemas, já que não se tira nada da Mediação de Cristo, e passa a ser compreendida em seu sentido exato.

Nesse sentido, poderemos ir além e dizer que há outros mediadores: os Apóstolos, os missionários e todos os que pregam o Evangelho. São também mediadores os párocos e catequistas, bem como os pais que educam seus filhos segundo a fé cristã. Cada batizado é chamado a ser um mediador: "Sereis minhas testemunhas!"... (At 1,8) - E é tão importante essa mediação que o Evangelho só chegará a muitas pessoas e lugares através dela:  
"Ide pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo quando vos prescrevi". (Mt 28, 19-20a). "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros". (Jo13, 35)

Em síntese, toda mediação está sempre subordinada e dependente a Cristo, que é o único Mediador entre nós e o Pai. Ele não perde essa prerrogativa pelo fato de deixar que os outros participem de Sua mediação.
A mediação de Maria é especial, tendo em vista seu lugar (principal) único no Mistério de Cristo e da Igreja. 

(Aliás a Igreja começou a caminhada, à partir de Pentecostes, com a presença e participação de Maria - At1, 4.12-14). 

Basta pensar em sua colaboração para que acontecesse a Encarnação. Mais: levou Jesus, que nela havia se encarnado, à sua prima Isabel e a João Batista; colocou-O nos braços de Simeão; intercedeu em Caná quando na festa, o vinho acabou.

(Como não seria diferente?) No Céu Maria não é mediadora junto ao Mediador, mas n'Ele e por Ele; ela está em comunhão total com Cristo. Assim a mediação universal de Maria, no sentido que temos hoje, nada mais é que sua maternidade universal em relação aos homens. (cf. Jo 19, 25-27). Logo, quando o povo de Deus, iluminado pelo Espírito Santo, recorre à Maria em suas necessidades, sabe que a mediação de Maria depende da única mediação de Cristo, e que todas as graças tem a mesma fonte: o Coração aberto de seu Filho.  


POR ISSO - com essa belíssima explicação de D. Murilo, podemos entregar com confiança e suplicante nos braços de Maria, podemos sempre lembrar as palavras de São Bernardo:

"Ó Santa Mãe de Deus, Maria Santíssima, que nunca se ouviu dizer que alguns daqueles que tenha recorrido à vossa proteção fosse por vós desamparado!" ...


É com essa confiança que lançamos nos braços de nossa Mãe Maria, pois dentre todas ela é a Cheia de Graça, e como amada por Deus Pai, nunca deixou de atender e distribuir sobre nós as graças de seu Filho Jesus.
Maria é medianeira e ao mesmo tempo ela ela é co-redentora da humanidade junto de Jesus, pois ela pelo seu "sim" foi favorável ao mistério da Encarnação do Filho de Deus, isto é, Jesus.
Anunciada e escolhida por Deus, Maria é aquela que se fez a mais humilde de todas, mas diante de Deus é a criatura mais sublime, porque somente uma pessoa tão pura na alma e no corpo poderia conceber o Filho de Deus, que quis vir a este mundo nascido de uma mulher.
Se Jesus com sua obediência até a morte, conforme mesmo disse São Paulo, veio para recuperar e trazer para nós a graça que Adão, o primeiro homem tinha perdido por causa do pecado e da desobediência, e por isso, é também, Jesus é chamado simbolicamente de o "Novo Adão", Maria Santíssima , igualmente veio como co-redentora, sendo obediente, aceitando ser a Mãe do Filho de Deus e estando com Ele até a Cruz, essa serva obediente trouxe para nós Jesus o autor da graça; ao contrário de Eva, (primeira mulher) que também pecou desobedecendo a Deus, Maria Santíssima é chamada simbolicamente de a "Nova Eva" - sendo ao contrário, fiel a Jesus e a Deus em tudo.

Maria Santíssima ainda é chamada de um outro título ainda mais belo, a "Arca da Aliança". Como todos sabemos, a Arca da Aliança era uma caixa, ornamentada de ouro, onde era guardado os 10 Mandamentos, escritos por Deus na pedra e dado à Moisés. E sobre a Arca estavam dois querubins de ouro um de frente pro outro, donde Deus manifestava seu poder.
Assim, o ventre materno de Maria trouxe para nós Jesus, autor da Nova Aliança e todo o Novo Testamento passou pelo ventre santo de Maria, porque trouxe ao mundo o Filho de Deus. Por isso ela é chamada Arca da Aliança, porque guardou no seu ventre o autor da Nova Aliança que é Jesus.

E por fim, dos inúmeros títulos que Maria Santíssima recebeu e recebe, o mais importante e significativo foi o de Mãe de Deus, porque concebeu em seu ventre o Filho de Deus, Jesus Cristo, conforme fora anunciado pelo Anjo Gabriel: "Eis que conceberás e darás a luz a um filho e lhe porás o nome de Jesus, ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo". ( Lc 1, 31-32. )     

terça-feira, 8 de maio de 2012

MARIA, Mãe de Deus e Nossa


Texto de Cássio Abreu - (Coordenador de Comunicação e escritor)
Revista Brasil Cristão, ed. no. 178 de 05/12

Maio é um mês especial. Além de celebrarmos o dia das mães no segundo domingo do mês, (dia 13), a Igreja Católica dedica o mês à Maria, mãe de Deus e nossa. Você sabe por que?

A primeira referência sobre o mês mariano é da Idade Média, com as Cantigas de Santa Maria, de Afonso X (1221-1284), rei de Castela e León. Ele cantava a abundância dos bens que o mês de maio trazia com a chegada da primavera na Europa. O rei cristão convidava a invocar Maria, para que as bênçãos materiais e espirituais fossem ainda maiores (Dicionário de Mariologia, Paulus, 1995, p. 887). No Paganismo antigo, neste mês se honrava a deusa "Flor Mater". Porém, quem merece ser venerada por "todas as gerações" (Lc1, 48) é Maria, a Imaculada Mãe do Filho de Deus!

Em 13 de maio de 1917, época da I Guerra Mundial, a Santíssima Virgem se manifesta ao mundo através de três humildes pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta. Eles viviam em Fátima, Portugal. Nas suas aparições Maria nos convidava a rezar diariamente o Terço, pedindo pela paz no mundo e pela conversão dos pecadores.

Pio VII foi o primeiro Papa a conferir indulgências especiais no mês de maio, em 1815 e, seus sucessores confirmaram essa devoção mariana. O Papa Leão XIII assim se expressou na Encíclica "Augustíssima Virgem Maria", de 1897: "Depois de havermos dedicado a esta divina Mãe o mês de maio com o dom das nossas flores, consagremos-lhe também , com afeto de singular piedade, o mês de outubro, que é mês dos frutos. De feito, parece justo dedicar estes dois meses do ano àquela que disse de si: "As minhas flores tornaram-se frutos de glória e riqueza". (Eclo 24, 23)

Os santos também souberam honrar Maria no mês de maio. Em seu diário espiritual, Santa Faustina Kowalska e propunha, em 1937, a colocar uma flor aos pés da imagem de Nossa Senhora com a prática da mansidão.

"A aproximar o mês de maio, consagrado à Maria Santíssima pela piedade dos fiéis, o nosso espírito exulta ao pensar no espetáculo comovente de fé e de amor que, dentro em breve, será oferecido em todas as partes da terra em honra a Rainha do Céu. Na verdade, é um mês em que, nos templos e entre paredes domésticas, sobe dos corações até Maria, a homenagem mais ardente e efetuosa da prece  e da veneração. E é também o mês em que mais copiosos e mais abundantes descem até nós, do seu trono, os dons da misericórdia divina".

Com estas palavras o Papa `Paulo VI inicia sua Encíclica  "Mense Maio" (mês de maio), de 1965, dedicado à Nossa Senhora. No documento, Paulo VI mostra como Maria é o caminho seguro que nos leva a Cristo:
"Muito nos agrada e consola este piedoso exercício, tão honroso para a Virgem e tão rico de frutos espirituais para o povo cristão. Maria é sempre o caminho que leva a  Cristo. Nenhum encontro com ela pode deixar de ser um encontro com o próprio Cristo".

A Encíclica é um convite dirigido a todos os cristãos. Devemos rezar com mais intensidade no mês de maio, pedindo a intercessão de Maria, uma vez que nossas súplicas encontram mais fácil acesso ao coração misericordioso da Virgem durante esse mês. E o apelo do Papa é atualíssimo:

"Se considerarmos as necessidades presentes da Igreja e as condições em que se encontra a paz no mundo, temos sérios motivos de crer que a hora atual tem especial gravidade, e mais do que nunca urge dirigir a todo povo cristão um apelo para que se forme um coro de orações".

Através da Encíclica, o Papa Paulo VI pedia pelo êxito do Concílio Vaticano II (1962-1965); a reunião dos bispos terminava e dava um novo capítulo à História da Igreja, que vivemos até nos dias de hoje. Muitas idéias e propostas ainda precisam serem implantadas em nossas comunidades.

Sabiamente o Papa também pedia pela paz no mundo, que vivia o período da "guerra fria", uma disputa entre as grandes potências militares da época: Estados Unidos e Rússia: "Isto faz que os habitantes das Nações inteiras estejam sujeitos a sofrimentos indizíveis causados por agitações, guerrilhas e ações bélicas, que se vão sempre estendendo e intensificando , e poderão constituir de um momento para o outro, a centelha de um novo conflito pavoroso", dizia Paulo VI.

O mundo hoje não está tão diferente em relação aos conflitos entre países. Não corremos o risco de uma guerra mundial, mas os conflitos, ainda pequenos, a crise econômica em vários países ao mesmo tempo, e a ameaça de terrorismo, deixam uma sensação de insegurança e temor. Porém, o Santo Padre nos lembra, em sua carta dirigida também ao mundo de hoje, que a paz é um Dom de Deus, que devemos pedi-la por intercessão da Rainha da Paz:
"Mas a paz, veneráveis irmãos, não é pura sequência de esforços humanos, é também, sobretudo, Dom de Deus. A paz desce do Céu; e reinará de verdade entre os homens, quando chegarmos a merecer que ela nos seja concedida pelo Deus Onipotente, que tem em Suas Mãos, tanto a felicidade e a sorte dos povos como os corações dos homens. Por isso nós, com a oração, continuaremos a procurar e conseguir este dom insuperável; com a oração constante e vigilante, com os sempre fez a Igreja desde os primeiros tempos; com a oração que recorrerá de modo particular à intercessão e proteção da Virgem Maria, Rainha da Paz".

O Papa Paulo VI termina a Encíclica "Mense Maio" fazendo um apelo à oração do Santo Rosário. Este documento não tem prazo de validade e deve atingir nossos corações nos dias de hoje.O mundo precisa de paz e nosso apelo precisa chegar ao coração da Mãe de Misericórdia.
Neste mês em que a Igreja, sabiamente, dedica à Nossa Senhora, reúna sua família, seus vizinhos, parentes e amigos, reze o Santo Rosário, pedindo pela paz em nossas famílias, em nossa comunidade, em nossa cidade, em nosso Estado, País, continente, e em todo mundo.

Peça também, pela Santa Igreja de Cristo, para que as inspirações do Espírito Santo sopradas no Concílio Vaticano II sejam implantadas na Igreja, para o bem do povo de Deus.  

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